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2 0 2 0 . 1 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 1 ANATOMIA II AULA 1 – SISTEMA ENDÓCRINO Hipotálamo INTRODUÇÃO O hipotálamo é uma pequena área localizada no interior do crânio na região do diencéfalo (3º ventrículo). Fica entre o telencéfalo e o mesencéfalo. Tem como função comandar o sistema endócrino e o sistema nervoso autônomo. O hipotálamo é delimitado superiormente pelo sulco hipotalâmico e inferiormente pelo quiasma óptico, túber cinéreo ou infundíbulo e corpo mamilar, os quais compõem seu assoalho. DIVISÃO • Hipotálamo quiasmático. • Hipotálamo tuberal. • Hipotálamo mamilar. NÚCLEOS HIPOTALÂMICOS São 8 núcleos, mas no momento, 3 deles são importantes: • Supraótico e Paraventricular: Ficam no hipotálamo quiasmático e produzem os hormônios armazenamento neuro-hipofisário (ocitocina e vasopressina). • Arqueado: Fica no hipotálamo tuberal e produz hormônios que atuam estimulando ou inibindo a adeno-hipófise, chamados fatores de liberação. FUNÇÕES • Controle do sistema nervoso autônomo, porção motora. • Regulação da temperatura corporal. • Regulação da ingestão de alimentos, controla o centro da fome e da saciedade. VENTRÍCULOS CEREBRAIS Cavidades onde ocorre a produção de líquor, um líquido protetor que circula no espaço subaracnoide. Entre a ponte, o bulbo e o cerebelo, fica o quarto ventrículo, que se comunica com o terceiro ventrículo, por meio do aqueduto cerebral. O terceiro ventrículo, por sua vez, se comunica com os ventrículos laterais (primeiro e segundo) por meio dos forames interventriculares direito e esquerdo. Partindo do aqueduto cerebral e indo em direção ao forame interventricular há uma linha, denominada sulco hipotalâmico, que divide o tálamo e o hipotálamo. 2 0 2 0 . 1 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 2 • Regulação do comportamento emocional • Regulação da ingestão de água. • Regulação do sono e da vigília. • Regulação da diurese. • Controle do sistema endócrino. IRRIGAÇÃO A carótida interna irriga o encéfalo e se divide em artéria cerebral anterior e artéria cerebral média (ramos terminais). As artérias cerebrais anteriores direita e esquerda se comunicam através da artéria comunicante anterior. As artérias vertebrais esquerda e direita, se originam da primeira porção da artéria subclávia. Se unem posteriormente e formam a artéria basilar, ela se divide nas artérias cerebrais posteriores. Na bifurcação entre as artérias cerebrais média e anteriores, sai um ramo chamado de artéria comunicante posterior, o qual liga essas artérias as artérias cerebrais posteriores. As artérias cerebrais anteriores esquerda e direita, a artéria comunicante anterior, as artérias carótida interna esquerda e direita, as artérias cerebrais posteriores esquerda e direita e as artérias comunicantes posteriores esquerda e direita, formam o polígono de Willis ou polígono cerebral. DRENAGEM VENOSA São os seios que confluem para o seio sigmoide e se comunica com a veia jugular interna. Os seios da dura-máter são formados pelos folhetos internos e externo dessa meninge, sendo revestidos internamente por endotélio. 2 0 2 0 . 1 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 3 CONCEITOS • Axônio mielínicos: Possuem bainha de mielina e os nódulos de Ranvier. • Axônio amielínicos: Sem bainha de mielina. • Encéfalo: Órgãos do sistema nervoso localizados dentro do crânio. Dividido em três partes, superiormente temos o cérebro, posteriormente o cerebelo e inferiormente o tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo). • Medula espinal: Localizada dentro do canal vertebral. • Telencéfalo (Cérebro): Parte mais volumosa, originada do prosencéfalo. Suas duas partes laterais são chamadas de hemisférios cerebrais. • Diencéfalo: Dividido em subtálamo, tálamo, hipotálamo e epitálamo. • Substância cinzenta: Tecido nervoso constituído por neuroglia (células de sustentação), corpos de neurônios e fibras nervosas (axônios), predominantemente amielínicas. • Substância branca: Tecido nervoso formado por neuroglia e fibras nervosas predominantemente mielínicas. • Formação reticular: Regiões do tecido nervoso com característica de substância cinzenta e branca ao mesmo tempo, como ocorre no tronco encefálico. • Núcleos: Massa de substância cinzenta dentro de substância branca ou grupo delimitado de corpos de neurônios com, aproximadamente a mesma função e estrutura. Estão localizados dentro do sistema nervoso central. • Córtex: Substância cinzenta disposta perifericamente em relação a substância branca. Está presente no cérebro e cerebelo. • Nervos: Feixes de fibras nervosas (axônios) situados fora do sistema nervoso central. • Tractos: Feixes de fibras nervosas (axônios) situados no interior do SNC com, aproximadamente, mesma origem, função e destino. • Fascículos: Tractos com grande quantidade de fibras nervosas, como os fascículos grácil e cuneiforme. • Lemniscos: São conjuntos de estruturas nervosas resultantes da fusão de tractos ou fascículos. CONCEITOS • Vias Sensitivas: Ascendentes. • Vias Motoras: Descendentes. • Fibras de Projeção: Fibras nervosas que comunicam áreas de órgãos diferentes do sistema nervoso. • Fibras de Associação: Fibras nervosas que comunicam áreas de um mesmo órgão do sistema nervoso. • Comissura: Formação anatômica constituída por fibras nervosas que cruzam perperndicularmente o plano mediano (exemplo: Corpo caloso). • Decussação: Formação anatômica constituída por fibras nervosas que cruzam obliquamente o plano mediano (exemplo: Decussação das Pirâmides Bulbares). 2 0 2 0 . 1 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 4 ANATOMIA II AULA 2 – SISTEMA ENDÓCRINO Hipófise e Glândula Pineal HIPÓFISE Corpo ovoide situado na sela túrcica do osso esfenoide. Encontra-se conectada ao hipotálamo através do infundíbulo (túber cinéreo). Encontra-se separada do restante do encéfalo pelo diafragma da sela, uma reflexão das meninges. Relaciona-se acima com o quiasma óptico, abaixo com o seio venoso intercavernoso e o seio esfenoidal. Subdividida em adeno-hipófise e neuro-hipófise. ADENO-HIPÓFISE É o lobo anterior da hipófise, dividida em parte infundibular (tuberal), intermédia e distal. Se desenvolve como um divertículo da região buco faríngica. Tem a função de secretar uma variedade de hormônios por estímulo ou inibição do núcleo arqueado do hipotálamo. NEURO-HIPÓFISE É o lobo posterior da hipófise, dividida em eminência mediana, haste infundibular e processo infundibular. Desenvolve-se como um divertículo do assoalho do terceiro ventrículo. Tem a função de armazenar neurossecreções produzidas nos núcleos supraóptico e paraventricular, que são a ocitocina e a vasopressina. IRRIGAÇÃO E DRENAGEM SANGUÍNEA A hipófise é irrigada pelas artérias hipofisárias superiores (ramos da artéria cerebral média) e inferiores (ramos da artéria carótida interna). Na adeno-hipófise temos a circulação porta- hipofisária, é uma rede de capilares responsável por receber o sangue venoso com hormônios do hipotálamo e drena o sangue com os hormônios hipofisários para o corpo.A manutenção e a regulação da atividade da adeno-hipófise dependem da irrigação feita pelo sistema porta-hipofisário. Já na neuro-hipófise, os hormônios chegam por via neurócrina não sináptica e saem por meio de veias hipofisárias para o restante do corpo. A adeno-hipófise secreta prolactina, GH, TSH, ACTH, MSH, FSH, LH. 2 0 2 0 . 1 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 5 INERVAÇÃO A inervação é feita pelos tratos hipotálamo- hipofisial que contém dois grupos de fibras: Trato supraóptico hipofisial e o trato túbero-hipofisial. GLÂNDULA PINEAL A glândula pineal é a parte endócrina do epitálamo. Localizada no plano mediano na parte posterior do mesencéfalo, acima dos corpos quadrigêmeos, chamados de colículos superiores (responsáveis pela visão) e inferiores (responsáveis pela audição). Tem a função de produzir a melatonina, relacionada ao fuso-horário. Não tem relação de obediência ao hipotálamo e a hipófise, não funcionando como os eixos endócrinos (hipotálamo-hipofisário). Origina-se embriologicamente de um divertículo do terceiro ventrículo, tendo a mesma origem da retina. IRRIGAÇÃO É irrigado por ramos da artéria cerebral posterior, que são ramos da artéria basilar. É muito vascularizada, sendo seu fluxo de sangue só superado pelo dos rins. INERVAÇÃO Sua inervação se faz principalmente por fibras parassimpáticas do nervo vago, provenientes do gânglio cervical superior (simpático). O tronco simpático cervical possui 3 dilatações: 1. Gânglio Cervical Superior: No início da carótida interna, acima do seio carótido. 2. Gânglio Cervical Médio: Próximo a artéria tireóidea inferior. 3. Gânglio Cervical Inferior: Próximo a artéria subclávia, também chamado de torácico superior ou estrelado. SÍNTESE DE MELATONINA A síntese de melatonina apresenta baixa atividade durante o dia, sendo produzida no período noturno. Essa atividade é determinada pela estimulação da glândula pineal pelo núcleo supraquiasmático transmitida a ela por fibras simpáticas. Denominamos essa atividade de ritmo circadiano. Além disso, apresenta ação antigonadotrófica sobre as gônadas, funcionando como um mecanismo inibitório. Gânglio Cervical Superior Gânglio Cervical Médio Gânglio Cervical Inferior Glândula Pineal Colículos Superiores Colículos Inferiores 2 0 2 0 . 1 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 6 ANATOMIA II AULA 3 – SISTEMA ENDÓCRINO Tireoide e Paratireoide TIREOIDE Situada entre a quinta e sétima vertebras cervicais, geralmente, cobrindo do 2º ao 4º anel da traqueia. A glândula tireoide apresenta a forma de um H, formado por 2 lobos, que são unidos por um istmo. Em alguns casos ela pode apresentar um lobo vertical superior, chamado de lobo piramidal. É revestida por 2 envoltórios, são eles: • Uma cápsula fibrosa intimamente aderente a glândula. • Uma bainha derivada da lâmina pré-traqueal da fáscia cervical profunda. A lâmina anterior da bainha da tireoide envolve os músculos infra-hióideos e a lâmina posterior envolve a traqueia, o esôfago e os nervos laríngeos recorrentes (ramos do vago). Ela se desenvolve como um divertículo mediano a partir do assoalho da faringe. MÚSCULOS INFRA-HIÓIDEOS Com aparência semelhante a uma fita, eles ficam na região inferior ao osso hioide. Situam-se em dois planos: • Plano superficial: Esternohioideo e omohioideo (escapula). • Plano profundo: Esternotireoideo e tireohioide. NERVOS O nervo laríngeo recorrente esquerdo surge quando o nervo vago faz a volta no arco aórtico. Já, o nervo laríngeo recorrente direito surge quando o nervo vago faz a volta na artéria subclávia direita. IRRIGAÇÃO A irrigação da tireoide é feita pela artéria tireóidea superior, primeiro ramo da carótida externa, e pela artéria tireóidea inferior, vinda da região posterior, é um ramo do tronco tireocervical, que é ramo da primeira porção da artéria subclávia. DRENAGEM VENOSA As veias tireóideas superior e médias drenam a parte superior e do istmo da tireoide, para a veia jugular interna. Já as veias tireóideas inferiores drenam a parte inferior da tireoide, para as veias braquiocefálicas. DRENAGEM LINFÁTICA Em direção superior para os linfonodos cervicais profundos inferiores. Em direção inferior para os linfonodos paratraqueais. 2 0 2 0 . 1 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 7 INERVAÇÃO Feita por ramos do tronco simpático cervical e nervo vago (parassimpático). PARATIREOIDES São glândulas pequenas, de coloração amarelo- rosado, localizadas na metade medial da superfície posterior da glândula tireoide. O diâmetro delas é de cerca de 6 mm, e localizam- se fora da cápsula da tireoide. São denominadas glândulas paratireoides superiores e inferiores. As artérias tireóideas terminam exatamente nas glândulas paratireoides, ajudando na localização dessas pequenas estruturas. É importante ter cuidado na hora de cirurgias para retirada da tireoide, pois há estruturas pequenas e importantes próximas a ela. Os nervos laríngeos recorrentes, por exemplo, caso sejam afetados causaram rouquidão permanente, e as paratireoides devem ser preservadas, pois são importantes para a contração muscular e para a coagulação sanguínea. TETANIA Caracterizada pela ocorrência de contrações musculares involuntárias e espasmos, normalmente, causada pela deficiência de cálcio, devido o hipoparatireoidismo ou retirada das paratireoides. No entanto, também pode estar presente em casos de tétano ou doença renal. P á g i n a | 8 ANATOMIA II AULA 4 – SISTEMA ENDÓCRINO Glândulas Suprarrenais INTRODUÇÃO Glândulas pequenas localizadas na face supero- medial da parte anterior do rim correspondente. São circundadas pela fáscia renal à qual estão aderidas. A suprarrenal direita projeta-se posteriormente à veia cava inferior. A direita tem formato piramidal e a suprarrenal esquerda é mais achatada (forma de maia lua). O córtex produz hormônios esteroides, enquanto a medula faz à síntese de epinefrina e norepinefrina. IRRIGAÇÃO • Artéria suprarrenal superior: Ramos das artérias frênicas inferiores. • Artéria suprarrenal média: Ramos da artéria aorta descendente abdominal. • Artéria suprarrenal inferior: Ramos das artérias renais. DRENAGEM VENOSA Veias satélites das artérias que as originaram. As inferiores drenam primeiro para as veias renais para depois chegar à veia cava inferior. DRENAGEM LINFÁTICA É feita por vasos linfáticos que acompanham as veias que drenam as suprarrenais e desembocam nos linfonodos para-aórticos. INERVAÇÃO Feita pelo plexo celíaco e nervos esplâncnicos torácicos e lombares (principalmente fibras simpáticas, que se dirigem à medula da suprarrenal). 2 0 2 0 . 1 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 9 ANATOMIA II AULA 5 – SISTEMA ENDÓCRINO E REPRODUTOR Testículos ESCROTO Consiste numa bolsa situada atrás do pênis e abaixo da sínfise púbica. A pele que o reveste é delgada e pigmentada, apresentando poucos pelos, mas muitas glândulas sudoríparase sebáceas. Encontra-se dividido em dois compartimentos: Cada um contém um testículo, um epidídimo, a porção inferior do funículo espermático e seus envoltórios. A crista mediana é a indicação superficial dessa divisão, sendo chamada de rafe do escroto. Ela continua anteriormente com a rafe peniana e posteriormente com a rafe perineal. TÚNICA DARTOS (SUPERFICIAL ou EXTERNA) Lâmina fascial sem gordura, composta por fibras musculares lisas, que dão a aparência rugosa da pele. O escroto é dividido internamente por uma continuação da túnica dartos, o septo do escroto, em hemiescroto direito e hemiescroto esquerdo. A demarcação externa do septo escroto é a rafe escrotal. CANAL INGUINAL É formado pelo desenvolvimento fetal. Constitui uma passagem oblíqua, com cerca de 4 cm de comprimento, que segue inferomedialmente através da parte inferior da parede do abdome. Situa-se paralelo e superiormente à metade medial do ligamento inguinal. Apresenta duas aberturas (anéis inguinais superficial e profundo) e quatro paredes (teto, assoalho, parede anterior e posterior). • Anel inguinal profundo: É a entrada, fica superior a região intermediaria do ligamento inguinal, lateral a artéria epigástrica inferior. • Anel inguinal superficial: É a saída pelo qual o funículo espermático emerge no canal inguinal. Divisão que ocorre nas fibras da aponeurose do músculo oblíquo externo na região superolateral ao tubérculo púbico. As partes da aponeurose situadas lateral e medialmente são seus pilares: Seu pilar lateral é o tubérculo púbico e o pilar medial é a crista púbica. 2 0 2 0 . 1 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 10 • Parede anterior: Aponeurose do músculo oblíquo externo, reforçada na parte lateral pela aponeurose do músculo oblíquo interno. • Parede posterior: Fáscia transversalis, reforçada por fixações púbicas das aponeuroses dos músculos oblíquo interno e transverso do abdome. • Teto: Lateralmente pela fáscia transversalis, centralmente pelo músculo oblíquo interno e transverso do abdome, e medialmente pelo pilar medial da aponeurose do oblíquo externo. • Assoalho: Ligamento inguinal. • Conteúdo: Funículo espermático. FUNÍCULO ESPERMÁTICO Conduz o feixe neurovascular dos testículos e os suspende no escroto. É constituído pelos músculos da parede antero-lateral do abdome. Contém, o ducto deferente (junto com os vasos para ele e o nervo para o epidídimo); artéria gonadal (acompanhada por nervos do plexo testicular); plexo pampiniforme; vasos linfáticos; artéria cremastérica (músculo cremaster); ramo do nervo genitofemoral e remanescentes do processo vaginal do peritônio TESTÍCULOS Estão localizados na bolsa escrotal e suspensos pelos funículos espermáticos, com o testículo esquerdo geralmente localiza-se em posição abaixo, pois apresenta um funículo espermático mais longo que o direito. É dividido em lóbulos, constituídos por túbulos seminíferos contorcidos, que são unidos por túbulos contorcidos retos à rede do testículo, localizada no mediastino testicular. São responsáveis pela produção de espermatozoides e testosterona. A superfície interna de cada testículo é coberta por uma túnica que tem lâmina visceral e parietal. Essa túnica se chama de túnica vaginal. A túnica vaginal é um saco peritoneal que circunda parcialmente o testículo, suas lâminas são separadas por uma pequena quantidade de líquido. • Camadas de dentro para fora: Testículo → túnica vaginal visceral → túnica vaginal parietal → fáscia espermática interna → fáscia cremastérica → fáscia espermática externa → túnica dartus → pele. Pois, a veia gonadal esquerda é tributária da veia renal, criando dois represamentos. Enquanto a veia gonadal direita é tributária direta da veia cava inferior. IRRIGAÇÃO Realizada pelas artérias gonadais, que se originam da face anterolateral da parte abdominal da artéria aorta. DRENAGEM VENOSA As veias gonadais, que drenam os testículos formam inicialmente o plexo venoso pampiniforme, uma rede de 8 a 12 veias situadas anteriormente ao ducto deferente, e que circundam a artéria gonadal no funículo espermático. 2 0 2 0 . 1 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 11 As veias gonadais são divididas em veia gonadal direita, que é tributária da cava inferior e da veia gonadal esquerda, que é tributária da veia renal esquerda. Juntamente com os músculos cremaster e túnica dartos, faz parte do sistema termorregular do testículo ajudando a mantê-lo em temperatura constante. INERVAÇÃO Os nervos autônomos do testículo originam-se como plexo nervoso testicular sobre a artéria gonadal, contendo fibras parassimpáticas vagais e aferentes viscerais e fibras simpáticas do segmento T10-T11 da medula espinal. PATOLOGIAS • Criptorquidia: Não migração de um dos testículos para a bolsa escrotal. Ocorre em 3% dos recém- natos a termo e em 30% dos prematuros. Podendo variar os pontos. • Hidrocele: Presença de líquido em excesso dentro dos folhetos vaginais. Pode estar associado a hérnia inguinal indireta. • Hematocele: Acúmulo de sangue na túnica vaginal, normalmente provocado pela ruptura de vasos. • Varicocele: Dilatação do plexo pampiniforme ocasionado ou por defeitos nas válvulas das veias gonadais ou por problemas renais (rim esquerdo). • Torção do funículo espermático: Local mais comum é imediatamente acima do polo superior do testículo. É uma emergência cirúrgica pois pode evoluir com necrose testicular. 2 0 2 0 . 1 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 12 ANATOMIA II AULA 6 – SISTEMA ENDÓCRINO E REPRODUTOR Ovários INTRODUÇÃO As gônadas femininas possuem formato e tamanho semelhantes aos de uma amêndoa e são responsáveis pela produção dos hormônios sexuais femininos. • Estrogênio: Desenvolvimento do folículo ovariano; características sexuais secundárias como, aumento dos seios, crescimento de pelos, deposição de gordura, crescimento ósseo e desenvolvimento da genitália externa; e estimula o crescimento do endométrio. • Progesterona: Mantém o corpo lúteo, ajuda na implantação do óvulo fertilizado promovendo o espessamento do endométrio. Antes da primeira ovulação o ovário é liso e rosa, durante a menacme (período fértil) ele vai se tornando acinzentado e pregueado, devido as cicatrizes que se seguem a liberação de óvulos de seus folículos. Seu tamanho varia com a idade e com estágio do ciclo, mas costuma ser um pouco maior antes e depois da gravidez. POSIÇÃO ANATÔMICA Localiza-se numa depressão denominada fossa ovariana, próximos ao útero e inferiores as tubas uterinas. Na posição anatômica, o ovário apresenta seu maior eixo verticalmente, apresenta uma superfície medial e uma lateral, extremidades tubária e uterina, e bordas mesovárica e livre. Numa mulher que nunca deu à luz o ovário vai estar na parede lateral da pelve, na altura da espinha ilíaca antero-superior. Sua posição pode alterar após a gravidez ou pelo ligamento útero-ovariano (próprio do ovário). A relaxina é um hormônio produzido pelo corpo lúteo e pela placenta, que promove o relaxamento nas articulações pélvicas na hora da gravidez e facilita o parto. 2 0 2 0 . 1 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 13 LIMITES• Anterior: Artéria umbilical obliterada. • Posterior: Ureter e artéria ilíaca interna. • Superfície lateral: Contato com o peritônio parietal que reveste a fossa ovárica. Separa-se por este peritônio do tecido extraperitoneal que cobre os vasos e nervos obturatórios. • Superfície medial: Encontra-se coberta, na sua maior parte, pela tuba uterina. Pode se relacionar com alças do ilío. • Extremidade tubária: A extremidade tubária está relacionada com o infundíbulo da tuba uterina, o ligamento suspensor do ovário prende-se a esta extremidade. A extremidade uterina ou inferior dá inserção ao ligamento útero ovariano. LIGAMENTO • Mesovário: Mesentério curto de dupla camada, que se estende em direção posterior da camada posterior do ligamento largo a borda mesovárica do ovário. Suas duas camadas estão presas de cada lado da sua borda. • Ligamento suspensor do ovário (infundíbulo pélvico): Se estende em direção superior sobre os vasos ilíacos externos perdendo-se no tecido conjuntivo que cobre o psoas maior. Contém os vasos ováricos e o plexo ovárico de nervos. • Ligamento útero-ovariano: Extremidade uterina do ovário até o corpo uterino. Fornece sustentação e fixação, é composto por fibras de musculatura lisa. IRRIGAÇÃO Artérias ovarianas ou artérias gonadais (ramo da artéria aorta) e ramos ováricos das artérias uterinas (artéria uterina surgem de ramos da artéria ilíaca interna). A artéria ovárica passa no ligamento suspensor, depois entre as duas lâminas do ligamento largo até chegar ao mesovário e o hilo. O ramo ovárico da artéria uterina passa lateralmente ao ligamento largo até anastomosar-se com a ovárica. DRENAGEM VENOSA E LINFÁTICA As veias ovarianas têm início no plexo pampiniforme, que se comunica com o plexo uterino. Duas veias originam-se deste plexo transformando-se em veias únicas após chegarem ao abdome. A veia direita drena para a veia cava inferior e a veia esquerda drena para a veia renal esquerda. Enquanto os ramos da uterina drenam para a veia ilíaca interna. Os vasos linfáticos projetam-se em direção superior, juntamente com os vasos ováricos, drenando para os linfonodos lombares ou aórticos. INERVAÇÃO Realizada pelo plexo ovárico. A maior parte das fibras que compõem este plexo são vasomotoras. PATOLOGIA • Cisto ovariano: Podem ser benignos ou malignos. Tumores ovarianos. Como os ovários são provenientes dos três folhetos embrionários, apresenta grande variedade histológica. O cisto folicular relaciona-se com resposta exacerbada aos estímulos gonadotróficos.
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