Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Livro de Revisão 2 Geografia Francisco Carlos Rehme ©Editora Positivo Ltda., 2017 Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio, sem autorização da Editora. Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP) (Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil) R345 Rehme, Francisco Carlos. Geografia : livro de revisão / Francisco Carlos Rehme. – Curitiba : Positivo, 2017. v. 2 : il. ISBN 978-85-467-1706-4 (aluno) ISBN 978-85-467-1695-1 (professor) 1. Ensino médio. 2. Geografia – Estudo e ensino. I. Título. CDD 373.33 Livro do ProfessorLivro do ProfessorLivro do Professor Ensino Médio 1. Estrutura e distribuição da população mundial População absoluta e população relativa O Brasil é um país muito populoso, porém ainda pouco povoado. Com mais de 200 milhões de habitantes, o Brasil é um país bastante populoso. Isso porque tal conceito se relaciona à população absoluta, ou seja, ao total de habitantes de seu território. Observe o quadro que mostra os cinco países mais populosos do mundo. OS CINCO PAÍSES MAIS POPULOSOS DO MUNDO (2014) Ranking País População absoluta (habitantes) 1.° China 1 393 781 000 2.° Índia 1 267 401 000 3.° Estados Unidos 322 583 000 4.° Indonésia 252 812 000 5.° Brasil 202 033 000 Fonte: WORLDOMETERS. Current world populations. Disponível em: <http://www.worldometers. info/world-population/>. Acesso em: 24 fev. 2016. A relação entre o total da população e a superfície do território por ela habitada define o conceito denominado popu- lação relativa ou densidade demográfica. Assim, com cerca de 25 habitantes/km², o Brasil é pouco povoado. Para calcular a população relativa, realiza-se a divisão entre a população absoluta e a área de determinado território. PLANISFÉRIO: densidades demográficas M ar ia ne Fé lix d a Ro ch a Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 71. Adaptação. 2 Livro de Revisão 2 Geografia Normalmente, no interior dos países, há grandes contrastes entre áreas mais povoadas e outras que correspondem a “vazios demográficos”. Taxas de natalidade e mortalidade e crescimento vegetativo Taxas de natalidade e mortalidade Indicam, respectivamente, quantos nascimentos e quantos óbitos ocorreram em determinado período (por exemplo, em um ano) a cada mil habitantes. O índice de mortalidade infantil é definido pelo número de crianças de um local que vão a óbito antes de completar 1 ano de idade a cada mil nascidas vivas. Esse índice pode revelar a condição de subdesenvolvimento de um país, pois seu valor expressa problemas sociais, como subnutrição, deficiência no saneamento ambiental e ausência de acom- panhamento médico ou assistência hospitalar. Apesar de estratégias e esforços desenvolvidos em todo o mundo que vêm baixando gradativamente as taxas de mortalidade infantil, os contrastes entre as diferentes regiões do globo ainda são grandes. Crescimento vegetativo A população de um país ou de uma região do mundo é determinada pelo seu crescimento vegetativo (ou cresci- mento natural), isto é, a diferença entre as taxas de natalidade e de mortalidade, geralmente expressa em porcentagem. No entanto, também é necessário considerar que o crescimento populacional de um país, ou de qualquer outra área geográ- fica, é acrescido da taxa de migração, ou seja, da diferença entre a entrada de imigrantes e a saída de emigrantes. Taxa de fecundidade e expectativa de vida Os índices de crescimento vegetativo e, mais especifica- mente, de natalidade relacionam-se de modo direto com a taxa de fecundidade, que é o número médio de filhos que as mulheres de certa região têm no decorrer de sua vida. A expectativa de vida, esperança de vida ao nascer ou longevidade é o número de anos que uma pessoa em média alcança em determinada população. A possibilidade de planejar a família, no que se refere à quantidade desejada de filhos, difundiu-se graças ao maior acesso à educação e à disseminação de métodos contra- ceptivos. Isso permitiu às mulheres tanto um avanço em qualidade de vida quanto uma participação mais bem qua- lificada no mercado de trabalho. Mulheres conversando sobre o uso de contraceptivos em Rubona – Ruanda, 2014 Ge tty Im ag es /P ho to th ek /T ho m as Im o Fonte: UNITED STATES CENSUS BUREAU. International data base. Disponível em: <http://www.census.gov/population/ international/data/idb/region.php>. Acesso em: 12 jun. 2017. 65523926130 População (em milhões) Mulheres 65523926130 População (em milhões) Mulheres 65 52 39 26 13 0 População (em milhões) Homens 65 52 39 26 13 0 População (em milhões) Homens 0-4 5-9 10-14 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79 80-84 85-89 90-94 95-99 100+ Grupo por idade Índia – 2015 0-4 5-9 10-14 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79 80-84 85-89 90-94 95-99 100+ Grupo por idade Índia – 2050 Pirâmides etárias da Índia (2015 e 2050) Pirâmides etárias 3 Para representar graficamente a distribuição da popu- lação, organizada pelo gênero e pelas diferentes faixas de idade, utiliza-se a pirâmide etária. Nesse tipo de gráfico, os grupos etários estão representados em camadas ou degraus. Na base da pirâmide, fica a população mais jovem; nas faixas centrais, os adultos; e na parte superior, a população com mais idade. Os dois lados do gráfico, em geral, são simétricos, atestando, normalmente, um número muito semelhante de homens e mulheres. Teorias demográficas O crescimento populacional que ocorreu a partir do fim do século XVIII, evidenciado pelas mudanças dos índices de natalidade e de mortalidade, motivou a elaboração de teorias demográficas. Uma delas é a Teoria de Malthus. Teoria malthusiana Em 1798, Thomas Malthus lançou uma tese na qual afirmava que a população crescia numa progressão geo- métrica (2, 4, 8, 16, 32, 64...), enquanto, simultaneamente, o acréscimo na produção alimentícia mundial se dava numa progressão aritmética (2, 4, 6, 8, 10, 12...). Teoria neomalthusiana e teoria reformista A teoria neomalthusiana atribuía a persistência do sub- desenvolvimento em determinadas regiões do mundo à numerosa população jovem, decorrente das altas taxas de natalidade. Já para os reformistas, a elevada natalidade e o acele- rado crescimento da população eram consequência, e não causa, do subdesenvolvimento. Assim, o planejamento familiar, capacidade de uma família projetar e definir o número de seus componentes, seria resultado de melhores condições de vida, como acesso à educação de qualidade, a cuidados médicos e a boas oportunidades de trabalho. Crescimento da população mundial e transição demográfica Com base em variados ritmos e tendências de cresci- mento populacional em distintas regiões do globo, pesqui- sadores desenvolveram a teoria da transição demográfica, a qual abrange diferentes fases do crescimento da população. Fonte: KUNZIG, Robert. Population 7 billion. National Geographic, Washington, v. 219, n. 1, p. 44, jan. 2011. Fase 1: Nenhum país desde Ruanda, em meados da década de 1990. Fase 2: Elevado crescimento (Uganda, Nigéria, Angola). Fase 3: Ainda em elevado crescimento (Índia, Brasil, Bangladesh). Fase 4: Nivelação populacional (Japão, Rússia, Itália, China). Taxa de natalidade: elevada, próxima à taxa de mortalidade. Taxa de natalidade se mantém elevada. Taxa de mortalidade: elevada, em virtude de fatores como guerras, más condições de vida e doenças. Melhores condições sanitárias e de alimentação resultam na queda da taxa de mortalidade. Crescimento da população: as elevadas taxas de natalidade e mortalidade caracterizam uma população jovem e uma baixa taxa de crescimento. População sofre elevado crescimento em razão da queda na taxa de mortalidade. Taxa de natalidade decai por conta do aumento do acesso feminino ao ensino e ao planejamento familiar. População ainda em elevaçãocomo resultado do aumento na fase 2. Estabilização da população em função do equilíbrio entre as taxas de natalidade e mortalidade. Fases da transição demográfica 4 Livro de Revisão 2 Geografia 1. (UECE) “O Japão é um dos países mais povoados do mundo, com uma área de 372 812 km² e uma população de 127,9 milhões de habitantes” (Dados da ONU-2012). A definição de país povoado nos remete a um conceito geodemográfico de: X a) população relativa. b) população absoluta. c) crescimento vegetativo. d) transição demográfica. 2. (UERJ) Existe uma relação direta entre o dinamismo das práticas sociais e as transformações nos indicadores demográ- ficos das sociedades. Observe, nos gráficos, um exemplo de alteração de comportamento social no Brasil. As mudanças verificadas entre os anos de 2000 e 2012 ocasionam o seguinte comportamento demográfico: a) elevação da expectativa de vida. b) ampliação da população escolar. X c) redução da taxa de fecundidade. d) diminuição da mortalidade infantil. 3. (UEPB) A obra do artista brasileiro Candido Portinari, de forte carga dramática e de grave denúncia política e social, embora faça parte da série sobre os retirantes nordestinos, expressa a realidade de tantas outras regiões do planeta. Desafios do envelhecimento populacional O recuo dos índices de natalidade e o aumento da expectativa de vida em diversas regiões do globo garantem um crescimento da população idosa. Com isso, são necessários planejamento e ação por parte do poder público: melhorar a acessibilidade aos diferentes espaços urbanos, aprimorar o atendimento nos sistemas públicos de saúde e, ainda, buscar o equilíbrio financeiro com o uso crescente das contas da previdência social. PORTINARI, Candido. Criança morta. 1944. Óleo sobre tela, color., 180 cm × 190 cm. Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, São Paulo. 5 2. Migrações e identidades regionais Denomina-se imigração a entrada de pessoas de outros locais que vão habitar determinado país. Já o conceito de emigração corresponde à saída de pessoas que vão habitar outros países. Grande parte das migrações decorre da necessi- dade de superar situações extremas, em razão de motivos como: • fatores econômicos – em busca de melhores oportunidades de vida (associados à maioria das migrações); • fatores naturais – em virtude de algum desastre natural (seca, inundação, furacão, terremoto, erupção vulcânica, etc.); • fatores sociopolíticos – fuga de perseguições políticas, por exemplo. No movimento migratório, há, de um lado, o espaço de repulsão, de onde partem as levas de migrantes e, de outro, o espaço de atração, que é o destino de tais migrantes. A Europa configurou-se como o mais importante ponto de partida (espaço de repulsão) das emigrações mundiais durante vários séculos. Porém, após a Segunda Guerra Mundial, o sentido dos fluxos migratórios se inverteu e o continente europeu se tornou um importante espaço de atração, pois havia uma grande demanda pela reconstrução de diversos países, bem como grande carência de força de trabalho. A problemática demográfica denunciada na tela, ao ser estatisticamente representada, se expressa em uma taxa que reflete o nível de subdesenvolvimento de um país, a qual é denominada: a) mortalidade. b) fertilidade. c) crescimento vegetativo da população. X d) mortalidade infantil. e) expectativa de vida ao nascer. 4. (UEMA) A imagem a seguir apresenta um dos estágios da transição demográfica no Brasil, ou seja, o processo de passa- gem de altas taxas para o de baixas taxas de natalidade e de mortalidade, iniciado no período pós-II Guerra Mundial. Fonte: David Cohen. O Brasil em 2020. In: Revista Época, ed. 575. Rio de Janeiro: Globo, 2009. A transição demográfica é um fenômeno que pode ser explicado pelas seguintes características: a) inserção de estrangeiros no mercado de trabalho, introdução de programas de vacinação em massa, difusão geral do saneamento básico. b) aumento do fluxo de saída de homens para o exterior, elevada produtividade da economia e avanços na tecnologia médica. X c) urbanização, entrada da mulher no mercado de trabalho e uso de métodos contraceptivos. d) redução da desigualdade social, melhores condições de saneamento no campo, urbanização com igualitária distribui- ção de renda. e) urbanização, revolução médico-sanitária no campo, oferta abundante de emprego. 6 Livro de Revisão 2 Geografia PRINCIPAIS FLUXOS MIGRATÓRIOS INTERNACIONAIS (2013) M ar ia ne Fé lix d a Ro ch a Fonte: SCIENCESPO. Migrations, principaux mouvements – 2013. Disponível em: <http://cartographie.sciences-po.fr/fr/ migrations-principaux-mouvements-2013>. Acesso em: 15 fev. 2016. Adaptação. Tendências migratórias mundiais da atualidade A busca por empregos e melhores condições de vida nas últimas décadas resultou em aumento dos fluxos migratórios. Para compreender esses fluxos migratórios da atualidade, alguns pontos importantes devem ser considerados: • a globalização, que, pelo avanço da informação, da comunicação e dos meios de transporte, aproxima os povos e “encurta” as distâncias; • o fato de que o principal espaço de atração das últimas décadas tem sido o mundo rico, com destaque para os EUA e a União Europeia; • o contexto de desemprego, que tem afetado tanto os espaços de repulsão quanto os de atração. Migração de cérebros Ocorre quando trabalhadores qualificados, atraídos pela segurança relacionada às condições favoráveis de moradia e emprego, deixam seus países de origem e passam a morar e trabalhar nos locais determinados pela empresa que os contrata (comumente nos países centrais ou em regiões estratégicas do mundo periférico). 7 1. (UERN) A imigração é um fato importante na realidade da União Europeia (UE). Os imigrantes são parte integrante e ativa da economia, da política e da cultura europeia. Assinale a alternativa que corresponde à situação dos imigrantes na Europa. a) Formam comunidades integradas à vida do país onde vivem. b) Não contribuem economicamente para o desenvolvi- mento dos países europeus. c) Exercem funções de trabalho qualificadas e bem remuneradas, o que provoca o xenofobismo. X d) Grande parte da população europeia culpa os imi- grantes pela falta de empregos e de serem direta ou indiretamente sustentados pelo Estado. 2. (IFSULDEMINAS – MG) Refugiados ganham a vida vendendo comida síria em São Paulo. Alguns eram médicos, engenheiros e contado- res na Síria. Outros já trabalhavam como chefs ou padeiros. Por profissão ou necessidade, alguns refugiados estão ganhando a vida em São Paulo vendendo pratos típicos de seu país. Fonte: Flávia Mantovani e Paula Paiva Paulo, do G1 São Paulo, de 21/09/2015. Refugiados são: a) imigrantes com alto nível de especialização em busca de empregos de alto escalão em multinacio- nais encontradas nos países desenvolvidos ou em desenvolvimento. A questão dos refugiados e a xenofobia São considerados refugiados os migrantes que se colocam em movimento de fuga por motivos como guerras, catás- trofes naturais, crises agudas de fome, entre outros. O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), órgão especial da ONU que visa atender esses migrantes, clas- sifica como refugiado qualquer pessoa que “temendo ser per- seguida por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, se encontra fora do país de sua nacionalidade e que não pode ou, em virtude desse temor, não quer valer-se da proteção desse país”. Além dos refugiados, o ACNUR se dedica a atender aos chamados “deslocados internos”, ou seja, grupos que, pelos mesmos motivos dos refugiados, foram forçados a abandonar os locais onde habitavam, mas não chegaram a atravessar as fronteiras nacionais. A xenofobia se caracteriza como uma atitude de aversão ou hostilidade a grupos ou indivíduos estrangeiros, alimen- tada por um nacionalismo extremado. Contribuem para o avanço da xenofobia no mundo: • o desemprego;• a globalização, que facilita a expansão de empresas e a circulação de informações, capitais e fluxos humanos; • a dificuldade dos países em estabelecer políticas criteriosas de migração e controle de fronteiras; • o aumento das diferenças socioeconômicas mundiais entre os espaços de atração e repulsão. Fo to s P úb lic as /M ar in a M ili ta re Imigrantes resgatados pela Marinha italiana entre a ilha de Lampedusa – ITA e Líbia. Foto de 2015 8 Livro de Revisão 2 Geografia b) as pessoas que migram com suas famílias para os países do continente europeu e americano em busca de melhores condições de vida, de saúde e lazer a pedido do governo dos países de destino. c) as pessoas que migram, principalmente para países ricos, e sofrem aversão pela população nacional, que teme que os estrangeiros retirem seus empregos. X d) as pessoas que se encontram fora do seu país por causa de fundado temor de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, opinião política ou participação em grupos sociais e que não possam (ou não queiram) voltar para seu país de origem. 3. (PUCRS) Guerras civis e guerras de fundamentalistas religiosos têm provocado atentados terroristas como, por exemplo, o ocorrido em Paris, em 13 de novembro último [2015]. Também como consequência trágica des- ses conflitos, um contingente considerável de pessoas migra entre o Oriente Médio e a Europa, caracterizando a formação de grupos de refugiados em deslocamento. Esse tipo de mobilidade humana abandona áreas confla- gradas em busca de paz e qualidade de vida. Nesse con- texto, podemos considerar como uma área de repulsão e como uma área de atração de grupos de refugiados, respectivamente, a) o Iraque e a Polônia. b) o Irã e Portugal. c) o Líbano e a Grécia. X d) a Síria e a Alemanha. e) o Iêmem e a Itália. 4. (UEPG – PR) Sobre migrações, refugiados e minorias étnicas e religiosas, assinale o que for correto. X 01) A Europa tem enfrentado sérios problemas para dar destino às levas de imigrantes ilegais que chegam até a Itália, cruzando o mar Mediterrâneo, em busca de melhores condições de vida, fugindo de persegui- ções políticas e religiosas, como em conflitos entre muçulmanos e cristãos. São provenientes do norte da África e do Oriente Médio. X 02) Grande número de pessoas fogem de países como Iraque e Síria devido às condições políticas e pelos ataques constantes do chamado Estado Islâmico, refugiando-se em outros países da região. X 04) O temor de ataques terroristas tem levado muitos países a se posicionarem contra a entrada de imi- grantes muçulmanos em países da Europa e nos Estados Unidos, criando atitude de xenofobia. 08) Muitos europeus tentam atravessar clandestinamente a fronteira da Rússia, através da Ucrânia, em busca de melhores condições econômicas naquele país. X 16) O Brasil tem facilitado, ultimamente, a entrada de imigrantes provenientes de países das Américas do Sul e Central, principalmente haitianos, além de imi- grantes provenientes de países africanos. Somatório: 23 (01 + 02 + 04 + 16) 5. (FGV – SP) http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/11/com-reforco-de- fronteirasna-europa-imigrantes-optam-por-rotas-da-morte.html Com relação aos recentes fluxos migratórios para a Europa, analise as afirmações a seguir. I. Os imigrantes que atravessam o Mediterrâneo clan- destinamente provêm, principalmente, de regiões em conflito na África, como, por exemplo, a Nigéria, cam- po de atuação da guerrilha de Boko Haram. II. As motivações que mobilizam os imigrantes são a fuga das áreas de conflito, a obtenção de refúgio po- lítico e a possibilidade de ingressar no mercado de trabalho da União Europeia. III. Os fluxos migratórios estão associados às dinâmicas geopolíticas dos países e regiões de origem dos imi- grantes, como no caso dos refugiados da guerra na Síria, agravada pela atuação do grupo Estado Islâmico na região. Está correto o que se afirma em: a) III, apenas. b) I e II, apenas. c) I, apenas. d) II, apenas. X e) I, II e III. 9 3. População brasileira Formação do povo brasileiro População indígena Entre as centenas de nações indígenas que habitavam o interior das atuais fronteiras do território brasileiro na época da chegada dos colonizadores, destacavam-se: tupi-guarani, jê, aruaque e caribe. Dos 820 mil indígenas que vivem atualmente no Brasil, de acordo com o Censo de 2010, cerca de 300 mil estão em áreas urbanas, e aproximadamente 430 mil se encontram na Amazônia Legal. Justamente nessa região, de colonização e exploração mais recentes, ocorre a maioria dos conflitos por território, envolvendo, em geral, indígenas que esperam pela regularização de suas terras e fazendeiros, colonos, garimpeiros e madeireiros. BRASIL: terras indígenas Lu ci an o Da ni el Tu lio Fonte: FUNAI. Povos indígenas. Disponível em: <http://mapas2.funai.gov.br/portal_mapas/pdf/terra_indigena.pdf>. Acesso em: 20 fev. 2016. Adaptação. 10 Livro de Revisão 2 Geografia População afrodescendente A presença africana em terras brasileiras está diretamente relacionada com o modelo mercantilista colonial de produ- ção agrícola e de extração de riquezas minerais por meio do sistema escravagista. Assim, cerca de 4 milhões de africanos foram trazidos à força ao Brasil, sobretudo vindos das costas dos atuais territórios de Angola e da região do Golfo da Guiné (Gabão, Nigéria, Costa do Marfim, etc.). A herança da escravatura manifesta-se claramente pelas desigualdades socioeconômicas do país. De acordo com o recenseamento de 2010, a taxa de analfabetismo brasileira é de 9,6%, porém esse índice é superior a 13% entre a popu- lação afrodescendente (pretos e pardos, segundo classificação do IBGE). Na distribuição de rendimentos, a diferença tam- bém é notória: pelo Censo 2010, a população branca recebe, em média, renda mensal que representa quase o dobro do rendimento médio dos grupos compostos de pretos, pardos e indígenas. Povoamento europeu e asiático A instabilidade política e econômica da Europa durante o fim do século XIX e início do século XX motivou a saída de centenas de milhares de emigrantes que buscavam na América (Estados Unidos, México, Brasil, Argentina e outros países) a possibilidade de melhorar suas condições de vida. Para substituir a mão de obra escrava, em virtude da abolição da escra- vatura, bem como para povoar regiões consideradas vulneráveis a invasões por parte dos vizinhos platinos, promoveram- -se a vinda de imigrantes europeus às regiões das lavouras de café em São Paulo e a implantação de núcleos coloniais no Sul do país. No fim da primeira década do século XX, imigrantes japoneses também se estabeleceram principalmente nas lavouras cafeeiras do interior paulista, tal como havia ocorrido com os italianos, décadas antes. Estrutura da população brasileira Por várias décadas durante o século XX, a população brasileira foi constituída predominantemente de jovens, caracte- rizando elevadas taxas de natalidade e fecundidade e expectativa de vida mais baixa. 3,5 3 2,5 2 1,5 0 2,4 2,9 2,8 2,3 1,6 1,4 1 0,5 1950 1960 1970 1980 1990 2000 0,9 2010 Evolução da taxa de crescimento vegetativo no Brasil – 1950-2010 (em %) A queda no crescimento vegetativo brasileiro, contudo, mudou a configuração demográfica do país. À medida que a taxa de natalidade diminui, a base da pirâmide etária gradativamente se estreita, avolumando-se a quantidade de adultos e ampliando-se a população com mais de 60 anos. Esta é uma das características da transição demográfica: o processo de envelhecimento da população. Fontes: IBGE. Taxa bruta de natalidade. Disponível em: <http:// seriesestatisticas.ibge.gov.br/series.aspx?no=10&op=0&vcodigo=POP20 1&t=taxa-bruta-natalidade>. Acesso em: 12 jun. 2017; IBGE. Taxa bruta de mortalidade. Disponível em: <http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/series. aspx?no=10&op=0&vcodigo=POP261&t=taxa-bruta-mortalidade>. Acesso em: 12 jun. 2017. 11 Fonte:IBGE. Projeção da população por sexo e idade: Brasil 2000-2060. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/ imprensa/ppts/00000014425608112013563329137649.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2017. 90 + 85 a 89 80 a 84 75 a 79 70 a 74 65 a 69 50 a 54 45 a 49 40 a 44 35 a 39 30 a 34 25 a 29 20 a 24 15 a 19 10 a 14 5 a 9 0 a 4 55 a 59 60 a 64 Homens Mulheres 10 8 6 4 2 2 4 86 100 Pirâmide etária do Brasil – 2010 (em milhões) As mudanças do comportamento demográfico das últimas décadas no país relacionam-se com as grandes transforma- ções após a segunda metade do século XX, quando a economia brasileira deixou de ser alicerçada na produção agrícola e se tornou urbano-industrial. Migrações internas no Brasil Entre os principais motivadores de fluxos de migração interna durante o século XX no Brasil, destacam-se: • extração do látex (produção da borracha) – do Sertão Nordestino aos seringais da Amazônia (auge entre 1905-1912); • lavouras cafeeiras – da Região Nordeste e do interior de Minas Gerais para as terras férteis do interior paulista e do norte do Paraná (desde o século XIX até a primeira metade do século XX); • avanço da industrialização – do Nordeste, principalmente, para o eixo urbano-industrial São Paulo-Rio de Janeiro, na metade do século XX; • construção de Brasília – do Nordeste, principalmente, para os cantei- ros de obra da futura capital, erguida no Cerrado, em meados da década de 1950; • nova fronteira agrícola – do Sul e do Sudeste do país, principalmente, para Rondônia, Pará, Mato Grosso e Tocantins, a partir das décadas de 1970 e 1980. O processo de industrialização brasileiro foi acompanhado pela migração do campo para a cidade – o êxodo rural – que ocorreu de forma mais acentuada entre as décadas de 1950 e 1980. Mais recentemente, porém, a migração interna no Brasil tornou-se menos intensa, tanto no contexto inter-regional quanto no deslocamento rural-urbano. Identidades regionais e comunidades alternativas Os povos e as comunidades tradicionais caracterizam-se por suas distintas organização social e ocupação do território, bem como pelo uso de recursos naturais. Também são consideradas comunidades alternativas as populações que utilizam os recursos naturais de forma sustentável e transmitem, principalmente por meio da tradição oral, os conhecimentos e as práticas desenvolvidas por seus integrantes. Incluem-se entre as diversas comunidades tradicionais do Brasil: caboclos, caiçaras, extrativistas, faxinalenses, indígenas, pescadores, quilombolas, ribeirinhos, entre outros. Homens Mulheres 80 + 75 a 79 70 a 74 65 a 69 60 a 64 55 a 59 50 a 54 45 a 49 40 a 44 35 a 39 30 a 34 25 a 29 20 a 24 15 a 19 10 a 14 5 a 9 0 a 4 10 8 6 4 2 2 4 86 100 Pirâmide etária do Brasil – 1980 (em milhões) Fonte: IBGE. Projeção da população por sexo e idade: Brasil 2000-2060. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/ imprensa/ppts/00000014425608112013563329137649.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2017. In st itu to M or ei ra S al le s/ M ar ce l G au th er ot Construção de Brasília, década de 1950 12 Livro de Revisão 2 Geografia 1. (UERJ) As comunidades quilombolas, que são predominantemente constituídas por população negra, se auto- definem a partir das relações com a terra, do parentesco, do território, da ancestralidade, das tradições e das práticas culturais próprias. Estima-se que em todo o país existam mais de três mil comunidades qui- lombolas. O Decreto Federal nº 4.887, de 20 de novembro de 2003, regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos. Adaptado de incra.gov.br. A demarcação de terras de comunidades quilombolas é fato recente nas práticas governamentais brasileiras. Um dos principais objetivos dessa política pública é viabilizar a promoção de: a) aceleração da reforma agrária. b) reparação de grupos excluídos. c) absorção de trabalhadores urbanos. X d) reconhecimento da diversidade étnica. 2. (ENEM) A população negra teve que enfrentar sozinha o desafio da ascensão social, e frequentemente procurou fazê-lo por rotas originais, como o esporte, a música e a dança. Esporte, sobretudo o futebol, música, so- bretudo o samba, e dança, sobretudo o carnaval, foram os principais canais de ascensão social dos negros até recentemente. A libertação dos escravos não trouxe consigo a igualdade efetiva. Essa igualdade era afir- mada nas leis, mas negada na prática. Ainda hoje, apesar das leis, aos privilégios e arrogâncias de poucos correspondem o desfavorecimento e a humilhação de muitos. CARVALHO, J. M. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006 (adaptado). Em relação ao argumento de que no Brasil existe uma democracia racial, o autor demonstra que: a) essa ideologia equipara a nação a outros países modernos. b) esse modelo de democracia foi possibilitado pela miscigenação. c) essa peculiaridade nacional garantiu mobilidade social aos negros. X d) esse mito camuflou formas de exclusão em relação aos afrodescendentes. e) essa dinâmica política depende da participação ativa de todas as etnias. 3. (ENEM) O Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia ensina indígenas, quilombolas e outros grupos tradicio- nais a empregar o GPS e outras técnicas modernas de georreferenciamento para produzir mapas artesanais, mas bastante precisos, de suas próprias terras. LOPES, R. J. O novo mapa da floresta. Folha de S.Paulo. 7 maio 2011 (adaptado). A existência de um projeto como o apresentado no texto indica a importância da cartografia como elemento promotor da: a) expansão da fronteira agrícola. b) remoção de populações nativas. 13 6. (UFPR) A população brasileira atingiu 202,7 milhões de pessoas em primeiro de julho deste ano [2014], segundo estimativa do IBGE [...] O volume de pessoas que vivem no país cresceu 0,86% em re- lação ao verificado em igual período do ano an- terior. São Paulo continua sendo a cidade mais populosa do país, com 11,9 milhões de habitan- tes. Em seguida, no ranking de cidade, vêm Rio de Janeiro (6,5 milhões), Salvador (2,9 milhões), Brasília (2,9 milhões) e Fortaleza (2,6 milhões). Os 25 municípios mais populosos do país somam 51 milhões de habitantes e representam 25,2% da população. <http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/08/1507099- populacao-brasileira-atinge-2027-milhoes-de-habitantes-calcula- ibge,shtml>. Acesso em: 02 set. 2014 Com base no conhecimento de geografia da população, assinale a alternativa correta. X a) O aumento populacional brasileiro é decorrente, sobre- tudo, do crescimento vegetativo da população, que incorpora os conceitos de natalidade e mortalidade. b) O crescimento populacional evidenciado indica uma tendência de aumento nas taxas de natalidade e fecundidade e uma diminuição da taxa de mortali- dade, associada ao envelhecimento da população. c) Esse acréscimo populacional tem como consequên- cia a diminuição da renda per capita e o compro- metimento dos recursos naturais, como evidenciado por Malthus, pois há um crescimento geométrico da população e aritmético dos alimentos. d) O aumento da população é impulsionado pelo cresci- mento das periferias das grandes cidades, decorrente dos processos migratórios, que fazem com que dimi- nua o número de habitantes em cidades pequenas. e) O fator que explica o aumento populacional é a imi- gração, pois o Brasil tem recebido grande contingente populacional de outros países. c) superação da condição de pobreza. X d) valorização de identidades coletivas. e) implantação de modernos projetos agroindustriais. 4. (UFPI) O Brasil segundo o IBGE possui 817,9 mil pes- soas que se declaram índios por sua raça ou cor. A distribuição de terras é muito desigual, gerando, assim, diversos conflitos no território brasileiro. (FOLHA DE SÃO PAULO. Disponível em: http://www1.folha.uol. com.br/poder/2013/06/1295478-entenda-demarcacoes-de-terras-indigenas-e-conflito-com-proprietarios-rurais.shtml. Acesso em: 26 mar. 2014). Acerca dos conflitos relacionados a demarcações de ter- ras indígenas, assinale opção correta referente ao Estado brasileiro que é um dos principais focos de tensão devido ao superpovoamento das terras indígenas. a) Amazonas X b) Mato Grosso do Sul c) Paraná d) Rio Grande do Sul e) Pará 5. (UEPB) Nos meses de setembro e outubro, período em que ocorre o corte da cana na Mata pernambucana, tra- balhadores rurais do Agreste da Paraíba, chamados de “corumbas” ou “catingueiros”, migram para trabalhar nas usinas da Zona canavieira do Estado de Pernambuco, onde permanecem precariamente instalados, até o fim da colheita, nos meses de março ou abril, quando caem as primeiras chuvas do Agreste e estes retornam para suas casas e seus roçados. Este tipo de migração ainda presente no estado da Paraíba é do tipo: a) Nomadismo b) Pendular c) Êxodo rural d) Forçada X e) Sazonal 14 Livro de Revisão 2 Geografia 4. Espaços agrários Desde a década de 1940, adota-se a classificação que divide a economia em três setores distintos: • setor primário – agropecuária, silvicultura, extrativismo vegetal e mineral, caça e pesca; • setor secundário – indústrias, geração de energia e construção civil; • setor terciário – prestação de serviços, como comércio, armazenagem, transporte, saneamento, telecomunicações e fornecimento de energia elétrica, além de atividades que envolvem mercados financeiros, bolsa de valores e administração pública. Há no mundo atual, porém, novas atividades e funções. Assim, alguns autores reconhecem a existência de um “setor quaternário”, ligado às pesquisas científicas e às tecnologias de informação. Agricultura No Brasil, de acordo com objetivos, estrutura e tamanho da propriedade, o IBGE diferencia duas modalidades bási- cas de agricultura: familiar e não familiar. Agricultura familiar Praticada em até quatro módulos fiscais para cada família habitante, nela predomina a mão de obra familiar. Embora ocupem menos de 25% das terras, 85% das pro- priedades rurais brasileiras pertencem a essa categoria que se caracteriza como importante fornecedora de alimentos para o mercado interno. Agricultura não familiar Praticada em propriedades de grande ou médio porte (acima de quatro módulos fiscais), utiliza principalmente mão de obra assalariada, frequentemente voltada à produ- ção de commodities para o mercado externo. Agricultura familiar Agricultura não familiar 24,3%75,7% Área total (em %) Fonte: IBGE. Censo Agropecuário 2006. Rio de Janeiro, 2009. Diferentes modalidades agrícolas • Agricultura de subsistência – destinada ao consumo do produtor e de seus familiares, podendo ou não haver a comercialização do excedente no mercado local. • Agricultura comercial – destinada prioritariamente ao abastecimento do mercado. Sistemas empregados • Roça tropical – ou agricultura itinerante, caracteriza- -se pelo deslocamento do produtor para evitar o esgotamento do solo. • Agricultura irrigada – sistema que viabiliza a pro- dução de bens agrícolas em regiões marcadas por longas estações secas. • Plantation – adotada no Período Colonial no Brasil e em outros países de clima tropical, porém ainda existente. Caracteriza-se pela monocultura prati- cada em latifúndios, voltada à exportação, e pela mão de obra abundante e com pouca qualificação. • Agricultura moderna – emprega uma série de téc- nicas, como o uso de produtos químicos sintéticos e a mecanização das lavouras. Na década de 1960, pelo impacto que teve na produção de alimentos em nível global, proporcionou o que foi chamado de “revolução verde”. • Jardinagem – modelo praticado por diversas socie- dades do leste e sudeste da Ásia, com o emprego de numerosa quantidade de mão de obra que executa a maior parte dos trabalhos de forma manual. 15 Outras atividades econômicas no espaço rural Pecuária • Pecuária intensiva – o gado é confinado em estábulos com alto grau de automatização e alimentado com ração, dispensando-se o uso de pasto natural. • Pecuária extensiva – ocupa extensas áreas, visto que o gado alimenta-se principalmente de pasto natural. Extrativismo • Vegetal – coleta de madeira nativa, óleo, folhas, frutos, látex, etc. • Mineral – extração e beneficiamento de minérios. • Animal – atividades de caça e pesca. Silvicultura Caracteriza-se pelo manejo e pela extração de árvores de florestas plantadas (não nativas). Essa atividade associa-se diretamente à obtenção de matérias-primas básicas para muitas indústrias, como a madeireira e a de papel e celulose. 1. (UECE) A organização do território brasileiro ocorreu a partir da expansão do capitalismo comercial europeu no qual foram estabelecidos fluxos mercantis, definindo em seu início uma paisagem colonial que envolvia a criação de novas estruturas econômicas. Com base na afirmativa acima, assinale a opção cujos elementos indicam corretamente a área e a forma de exploração no contexto da geografia colonial brasileira. a) Depressão sertaneja – atividade mineradora. b) Tabuleiros sublitorâneos – pecuária extensiva. c) Depressão sanfranciscana – exploração extrativista. X d) Zona da Mata Nordestina – plantation açucareira. 2. (CEFET – MG) A ciência, tecnologia e informação fazem parte dos afazeres cotidianos do campo modernizado. É aí que se instalam as atividades hegemônicas, aquelas que têm relações mais longínquas e participam do comércio internacional, fazendo com que determinados lugares se tornem mundiais. SANTOS, M. Técnica, espaço, tempo: globalização e meio técnico-científico-informacional. São Paulo: Hucitec, 1994. (Adaptado). Nesse contexto, um dos elementos que contribui para a classificação de um espaço agrário como um meio técnico- -científico-informacional é a(o): a) emprego de adubos orgânicos. X b) utilização de sementes híbridas. c) prática do destocamento do solo. d) predomínio de sistemas extensivos. Pu lsa r I m ag en s/ Ri ca rd o Az ou ry Extração de látex de seringueira em Xapuri – AC, 2012 16 Livro de Revisão 2 Geografia 3. (UEG – GO) A produção agropecuária na atualidade requer a adoção de sistemas de produção (intensivos e extensivos) rural, que dependem principalmente: a) do tamanho da propriedade e da presença de recursos hídricos abundantes para a implantação de pivôs centrais. b) da existência de fatores naturais como clima úmido, solos férteis, relevo plano e proximidade das vias de transporte. X c) das condições físico-geográficas de uma região, da cultura e do nível de desenvolvimento econômico de uma dada sociedade. d) do uso de agrotóxicos e sementes transgênicas, da utilização de mão de obra barata e de técnicas tradicionais de produção. 4. (UEPB) A primeira coluna apresenta conceitos da agricultura brasileira. Já a segunda coluna, características inerentes a esses conceitos. ( 1 ) Agricultura de Subsistência ( 2 ) Empresa agrícola ( 3 ) Complexo Agroindustrial ( 4 ) Plantation ( ) Desenvolve-se em grandes propriedades monocultoras, a produtividade é elevada, usa insumos modernos e mão de obra qualificada. A capitalização é muito elevada. ( ) Latifúndios com monocultura, mão de obra escrava, produção voltada para o mercado externo. Atualmente não usa mais mão de obra escrava e sim relações de trabalho atrasadas. ( ) Produção voltada para suprir as necessidades da população. Uso de mão de obra familiar, baixa capitalização e tecnologia, produtividade reduzida. ( ) Associa o capital agrícola à indústria e ao capital financeiro. Compete em es- cala global com outras empresas. São responsáveis pela produção mundial de grãos. A alternativa que apresenta a sequência correta é: a) 4-3-2-1 b) 2-4-3-1 c) 3-1-2-4 d) 3-1-4-2 X e) 2-4-1-3 5. (ENEM) Tanto potencial poderia ter ficado pelo caminho, se não fosse o reforço em tecnologia que um gaúcho buscou. Há pouco mais de oito anos, ele usava o bico da botina paracavoucar a terra e descobrir o nível de umidade do solo, na tentativa de saber o momento ideal para acionar os pivôs de irrigação. Até que conheceu uma estação meteorológica que, instalada na propriedade, ajuda a determinar a quantidade de água de que a planta necessita. Assim, quando inicia um plantio, o agricultor já entra no site do sistema e cadastra a área, o pivô, a cultura, o sistema de plantio, o espaçamento entre linhas e o número de plantas, para então receber recomendações diretamente dos técnicos da universidade. CAETANO, M. O valor de cada gota. Globo Rural, n. 312, out. 2011. A implementação das tecnologias mencionadas no texto garante o avanço do processo de: X a) monitoramento da produção. b) valorização do preço da terra. c) correção dos fatores climáticos. d) divisão de tarefas na propriedade. e) estabilização da fertilidade do solo. 17 5. Principais espaços agrários mundiais Agricultura nos países centrais Os espaços agrários dos Estados Unidos refletem seu grande desenvolvimento econômico e tecnológico. As condições naturais favoráveis, com destaque para a diversidade climática, também contribuem para que sua produção agrícola abas- teça o mercado interno e ainda torne o país um dos principais exportadores mundiais. O amplo acesso à propriedade familiar por meio do Homestead Act (lei que, a partir de 1862, passou a orientar a apro- priação de terras nos EUA) e a estruturação do espaço agrário em belts – cinturões especializados em cada tipo de cultura – possibilitaram o desenvolvimento do setor agrícola estadunidense. Na Europa, destaca-se a presença de pequenas e médias propriedades, as quais empregam alta tecnologia no plantio e são, em muitos casos, administradas por mão de obra familiar. Em 1962, foi criada a Política Agrícola Comum (PAC) a fim de estabelecer princípios comuns ao abastecimento agrícola no continente. A autossuficiência alimentar da União Europeia e a sobrevivência econômica de seus agricultores são man- tidas por meio da aplicação de práticas protecionistas, como o pagamento de subsídios. EUA: uso do solo e cinturões agrícolas Lu ci an o Da ni el Tu lio Fonte: CHARLIER, Jacques. Atlas du 21e siècle. Paris: Nathan, 2009. Adaptação. 18 Livro de Revisão 2 Geografia Já a agricultura japonesa é praticada com grande aproveitamento do espaço e elevada produtividade. Autossuficiente na produção de arroz e legumes, depende, no entanto, da importação de outros alimentos para garantir o abastecimento interno. Produção agrícola no mundo periférico Os espaços rurais dos países periféricos são ainda muito marcados pela estrutura das antigas plantations coloniais: • predomínio de latifúndios e concentração fundiária; • prioridade para a exportação; • práticas monocultoras, que podem levar ao esgotamento do solo; • emprego de mão de obra sem qualificação, malremunerada e sob precárias condições de trabalho. A questão do protecionismo No comércio internacional, é comum que o mercado seja influenciado pela adoção de práticas que alteram as condições de livre-concorrência por empresas e governos. Entre elas, algumas são ilegais e combatidas por meio de legislação, como o dumping e a formação de cartéis e trustes. Entre as medidas de protecionismo que, embora produzam negociações internacionais tensas, são aceitas, estão: • aplicação de pesados impostos sobre os produtos importados; • promoção de barreiras fitossanitárias; • oferta de subsídios aos produtores locais. Problemas ambientais decorrentes das práticas agrícolas Entre os principais problemas ambientais associados às práticas agrícolas, destacam-se: o desmatamento, as queima- das, a erosão do solo, a salinização e a poluição. Dumping: prática pela qual uma empresa (normalmente de grande porte) adota, por certo tempo, preços artificialmente baixos a fim de ten- tar levar concorrentes à falência e, dessa forma, estabelecer um mono- pólio ou oligopólio que lhe permita recuperar o “investimento”, elevando novamente os preços de acordo com seus interesses. Cartéis: quando empresas diferentes dividem o mercado e estabelecem acordos entre si, tais como a combinação de preços mínimos. Trustes: conglomerados de empresas que se fundem em uma única organização, unindo-se, ou uma adquirindo a outra, para controlar o mercado, por meio da supres- são da livre-concorrência. Pu lsa r I m ag en s/ Er ne st o Re gh ra n Erosão do solo em Perobal – PR, 2012 19 1. (PUCRS) Os estudos sobre os sistemas de produção agrícola envolvem a análise de aspectos naturais e fatores socioeco- nômicos, tais como os apresentados, respectivamente, em: 1. estrutura fundiária – perfil do solo; 2. relações de trabalho – perfil geomorfológico; 3. condições climáticas – capitalização; 4. perfil étnico – estrutura etária; 5. perfil higrométrico – aporte tecnológico. Estão corretos, na ordem em que se apresentam, apenas os itens: a) 1 e 2. b) 2 e 4. X c) 3 e 5. d) 1, 3 e 4. e) 2, 3 e 5. 2. (UPF – RS) A agricultura, uma das mais antigas atividades humanas, passou por profundas transformações e foi, ela pró- pria, transformadora do espaço natural. Nesse processo de evolução, incorporou técnicas, superou ambientes inóspitos, alcançou altos índices de produtividade e continua sendo praticada de forma heterogênea pelos quatro cantos do mundo. No quadro abaixo, a coluna 1 apresenta afirmações sobre a prática da agricultura. Relacione as afirmações da coluna 1 com os locais (coluna 2) onde essas práticas são verificadas. 1. Também conhecida como agricultura de jardinagem, é praticada em solos inundáveis, destacando-se a rizicultura, realizada com trabalho braçal e base familiar. ( ) Costa oeste dos Estados Unidos. 2. O crescente uso de técnicas de irrigação e mecanização transformaram áreas áridas em áreas de fruticultura com elevada produtividade. ( ) Estados Unidos e União Europeia. 3. Além da elevada produtividade, o protecionismo governamental efetivado pela concessão de subsídios aumenta o poder de competição no mercado internacional em detrimento dos países subdesenvolvidos. ( ) Regiões tropicais da América Latina, Ásia e África. 4. Monocultura destinada ao mercado externo é praticada em larga escala em latifúndios, com emprego de mão de obra numerosa e barata, desta- cando-se o cultivo de cacau, café, cana-de-açúcar e banana. ( ) Sul e sudeste asiático. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: a) 4 – 3 – 1 – 2. X b) 2 – 3 – 4 – 1. c) 2 – 4 – 3 – 1. d) 3 – 1 – 4 – 2. e) 1 – 2 – 3 – 4. 3. (UFPI) A Organização Mundial do Comércio (OMC) é uma instituição internacional que atua na fiscalização e na regu- lamentação do comércio mundial. Com sede em Genebra (Suíça), foi fundada em 1994, durante a Conferência de Marrakech. Com relação às funções da OMC, assinale a opção incorreta. 20 Livro de Revisão 2 Geografia a) Regulamentar e fiscalizar o comércio mundial. X b) Resolver conflitos comerciais entre os países-membros, visando garantir a expansão da produção e o comércio somente entre os países mais ricos do mundo. c) Gerenciar acordos comerciais, tendo como parâmetro a globalização da economia. d) Criar situações e momentos (rodadas), para que sejam firmados acordos comerciais internacionais. e) Supervisionar o cumprimento de acordos comerciais entre os países-membros. 4. (UEPG – PR) Sobre atividades agrárias, assinale o que for correto. X 01) A agricultura foi inserida na economia industrial, passou a ser fornecedora de matérias-primas e alimentos, além de ser consumidora da indústria (máquinas, pesticidas, adubos químicos, etc.). X 02) O agronegócio é uma característica da agricultura moderna, que recebe investimentos intensivos de capitais e tec- nologia, e a produção em grande escala visa, principalmente, a exportação de produtos agrícolas. 04) Os produtos agrícolas transgênicos têm grande aceitação no mundo atual constituindo-se na maior parte dosprodu- tos exportados por todos os países. X 08) A chamada agricultura de precisão se utiliza de sensores conectados a satélites que permitem gerar o mapeamento da área plantada, indicando, entre outros itens, onde é preciso efetuar a correção do solo, fazendo, portanto, um levantamento da situação da lavoura. 16) Plantation é o sistema agrícola típico dos países desenvolvidos e compreende o latifúndio, a monocultura e a mão de obra barata. Somatório: 11 (01 + 02 + 08) 5. (UEA – AM) Um informe publicado ontem pela Organização Mundial do Comércio (OMC) com avaliações de espe- cialistas de todo o mundo alerta que as barreiras comerciais chinesas e a falta de uma política exportadora no Brasil colocaram o País em poucos anos “no degrau mais baixo” na cadeia do fornecimento de bens para a economia chinesa. De um lado, o Brasil se transformou em fornecedor de produtos sem qualquer valor agregado, enquanto passou a importar um volume cada vez maior de bens tecnológicos da China. O caso da soja é um exemplo. 95% das vendas brasileiras do produto para a China embarcam sem qualquer tipo de processamento. As exportações de óleo de soja e de farinha não ocorreram. Isso por conta da estratégia da China de desenvolver sua própria indústria da soja, impondo tarifas de importação aos produtos de maior valor agregado na cadeia da soja. (O Estado de São Paulo, 10.07.2013. Adaptado.). O cenário do comércio bilateral apontado pelo texto reforça: X a) a dependência brasileira na exportação de commodities e o protecionismo do governo chinês em seu setor industrial. b) o projeto brasileiro de exportação para países não americanos e a inexperiência chinesa nas trocas globais. c) a deficiência da política de relações exteriores brasileira e a recusa chinesa em realizar comércio com o Brasil. d) a proposta brasileira de não ser um país agroexportador de commodities e o avanço no diálogo com o governo chinês nas questões de comércio. e) o sucesso brasileiro em dar vazão à sua produção de commodities e a política do desenvolvimento agrícola na China. 21 6. Espaço agrário brasileiro A questão agrária A comparação entre os dois gráficos a seguir mostra como é forte a concentração fundiária no Brasil. Distribuição de estabelecimentos rurais Estabelecimentos com menos de 10 hectares 20 40 60 80 100 Estabelecimentos com mais de 1000 hectares 0 % Área total ocupada pelos estabelecimentos rurais Estabelecimentos com menos de 10 hectares 20 40 60 80 100 Estabelecimentos com mais de 1000 hectares 0 % Fonte: IBGE. Censo Agropecuário 2006. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/agropecuaria/censoagro/default.shtm>. Acesso em: 24 fev. 2016. Desde o fim do século XX, pelo fato de representar a última fronteira agrícola do país, a Região Amazônica tem sido cenário de um número maior de conflitos agrários. Confrontam-se interesses de grandes proprietários de terras, de empre- sas agropecuárias e de mineração, de madeireiras, de garimpeiros, de colonos e das comunidades tradicionais. Mais espe- cificamente a região conhecida como “Bico do Papagaio”, na confluência dos rios Araguaia e Tocantins, passou a constituir uma das principais áreas de embates por terras no país. Problemas ambientais agrários no Brasil Em virtude da elaboração do Novo Código Florestal, a preocupação com a sustentabilidade nas atividades rurais, com o uso de medidas ecológicas e com a redução de impactos ambientais sobre áreas de matas, cursos de rios, entornos de lagos e topos de morros gerou intensos debates, revelando os impactos que podem prejudicar o espaço rural. Entre os principais problemas ambientais no meio rural brasileiro, destacam-se: • poluição hídrica; • degradação e contaminação do solo; • queimadas; • desmatamento. Expansão das fronteiras agrícolas A faixa litorânea oriental do Brasil, onde predominava a Mata Atlântica, desde a ocupação do território com a chegada dos portugueses, foi utilizada como área de produção agrícola. A partir do século XVI, desenvolveram-se, nessa área, importantes lavouras de cana-de-açúcar, café, cacau, entre outras. A expansão da agricultura e a urbanização explicam a intensa redução da cobertura vegetal da Mata Atlântica no decorrer de cinco séculos. A partir de 1960, após a construção de Brasília, houve o avanço da fronteira agropecuária, por meio do plantio da soja e da expansão da pecuária bovina também nas regiões Centro-Oeste e Norte do país. 22 Livro de Revisão 2 Geografia O Estatuto da Terra, a reforma agrária e a agricultura familiar Para aplacar os focos de tensão no campo, em 1964, o governo brasileiro criou o Estatuto da Terra. Entre outras determinações, esse documento classificou as proprieda- des do campo em módulos rurais, os quais representavam porções de terras que poderiam ser exploradas por um grupo familiar constituído de quatro pessoas adultas, de modo que lhes proporcionasse uma sobrevivência digna. Embora legalmente o estatuto possibilitasse a desapropria- ção dos latifúndios improdutivos, na prática não alterou a concentração fundiária no Brasil. Produção agropecuária brasileira Mesmo com a acirrada concorrência no mercado internacional de alimentos, agravada pelas barreiras protecionistas impostas pelos países mais ricos, o Brasil se destaca como um dos maiores produtores e exportadores mundiais de produtos agropecuários. RANKING – PRODUÇÃO E EXPORTAÇÃO (2010) Produto Produção (posição mundial) Exportação (posição mundial) Açúcar 1º. 1º. Aves 3º. 1º. Café 1º. 1º. Cana-de-açúcar e etanol 2º. 1º. Carne bovina 2º. 1º. Carne suína 4º. 4º. Milho 4º. 3º. Soja 2º. 2º. Suco de laranja 1º. 1º. Tabaco 2º. 1º. Fonte: USDA e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Mapa – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/Sala%20de%20 Imprensa/Publica%C3%A7%C3%B5es/graficos_portugues_corrigido2. pdf>. Acesso em: 25 fev. 2016. 1. (PUCRS) Em relação ao sistema fundiário brasileiro, é incorreto afirmar que há: a) uma concentração de terras nas mãos de um pequeno grupo de grandes proprietários. b) uma regulamentação em lei que proíbe a desapro- priação de pequenas, médias e grandes propriedades produtivas para fins de assentamento rural. X c) uma distribuição equilibrada entre as propriedades com áreas inferiores a 10 hectares e as que ultrapas- sam 1000 hectares. d) uma forte alteração na estrutura fundiária quando ocorre a morte de proprietários, devido às leis de herança que orientam a divisão das propriedades entre os herdeiros. e) um panorama de conflitos e embates na área rural, relacionado a uma estrutura fundiária discrepante. 2. (UFRN) Leia a charge a seguir. Disponível em: <www.fernandaprofessorageografia.blogspot>. Acesso em: 20 jul. 2013. [Adaptado] A charge coloca em evidência um conflito que está pre- sente no espaço rural brasileiro. Esse conflito envolve duas lógicas: a preservação da floresta e a expansão do agronegócio. 23 No Brasil, o desenvolvimento do agronegócio: X a) requer grandes extensões de terra para o cultivo de monoculturas, degradando áreas de floresta nativa. b) baseia-se no uso intensivo do solo para a prática da policultura, provocando desmatamento em reservas florestais. c) favorece a desconcentração de terras para a produ- ção agrícola, provocando a erosão de solos em áreas de floresta. d) fundamenta-se na diversificação do uso do solo para fins agrícolas, degradando o ecossistema florestal. 3. (UFU – MG) A agricultura tem grande importância na economia brasileira. Além de gerar empregos e fornecer alimentos, é fonte de matérias-primas industriais e gera- doras de receitas obtidas com as exportações. Sobre a agricultura brasileira assinale a alternativa incorreta. a) As práticas agrícolas adotadas desencadearam uma série de problemas ambientais, como a exaustão do solo, a proliferaçãode pragas e a poluição das águas. b) A agropecuária moderna convive, lado a lado, com áreas de práticas seculares de produção, como ocorre, por exemplo, no Centro-Sul do país. X c) A estrutura fundiária brasileira caracteriza-se pelo predomínio de pequenas propriedades muito produ- tivas que utilizam pouca mão de obra. d) O modelo de desenvolvimento agrícola, adotado em boa parte do país, tem elevado a ocupação de áreas cada vez maiores, com lavouras de monoculturas e pastagens. 4. (UECE) Com a modernização do campo, os trabalhado- res rurais passam a ser expulsos da terra sem direi- tos ou garantias, enfrentando uma realidade nova e hostil. Os laços familiares e coletivos e também a indústria doméstica são brutalmente transfor- mados, chegando a serem dissolvidos. Os traba- lhadores rurais adentram a sociedade de mercado pelas portas dos fundos, tendo de se adaptar a uma condição onde os elementos básicos para a reprodução da existência são as mercadorias. MEDINA, Etore. Vivendo a vida de rapina. O trecho acima se refere a um personagem da estrutura agrária brasileira identificado como: X a) boia-fria. b) migrante sazonal. c) posseiro. d) assalariado permanente. 5. (UNESP – SP) (www.fct.unesp.br. Adaptado.) ¹PEA: População Economicamente Ativa. Considerando a questão agrária no Brasil, é correto afir- mar que a lacuna presente na legenda corresponde a áreas de: a) resgate e valorização de antigas práticas de cultivo. X b) concentração da violência contra trabalhadores rurais e camponeses. c) cultivo experimental orgânico e sustentável. d) reflorestamento e recuperação da biodiversidade. e) implantação de núcleos urbanos planejados. 24 Livro de Revisão 2 Geografia 7. Espaço geográfico urbano Em 1950, apenas 30% da população do globo era urbana. Cerca de 60 anos depois, pela primeira vez na história da humanidade, a população urbana mundial superou a rural, em parte graças ao acelerado processo de urbanização em países como Índia, Nigéria e principalmente China. Conceitos ligados à urbanização • Metrópole: o conceito de metrópole fundamenta-se em sua capacidade atrativa (de fluxos de pessoas, mercado- rias e capital provenientes de cidades e regiões vizinhas), sua zona de influência, que pode ser regional, nacional ou até mesmo global, e na existência de conurbação, ou seja, o contato entre as malhas urbanas da cidade principal e a de uma ou mais cidades ao seu redor. O movimento pendular é um fenômeno migratório característico das metrópoles. Corresponde ao deslocamento perió- dico de pessoas entre a periferia (onde se situam as chamadas “cidades-dormitório”) e a metrópole. • Megacidade: trata-se de um conceito criado pela ONU. Refere-se às aglomerações urbanas do mundo cujas popu- lações ultrapassam 10 milhões de habitantes. • Megalópole: corresponde a uma grande aglomeração urbana resultante da conurbação entre duas ou mais metró- poles. É o caso da “BosWash”, nos Estados Unidos; “Reno-Ruhr”, na Alemanha; e “Tóquio-Osaka”, a megalópole japo- nesa. A primeira megalópole brasileira em processo de formação tende a interligar as malhas urbanas de São Paulo, Santos, Campinas e Rio de Janeiro. POPULAÇÃO URBANA (EM % DA POPULAÇÃO TOTAL) – 2013 Ta lit a Ka th y Bo ra Fonte: THE WORLD BANK. Urban population (% of total). Disponível em: <http://data.worldbank.org/indicator/SP.URB.TOTL.IN.ZS/ countries?display=default>. Acesso em: 14 jun. 2017. Adaptação. 25 • Cinturão verde: é a faixa de pequenas áreas rurais situada ao redor de uma grande aglomeração urbana. Contribui para minimizar os impactos ambientais decorrentes do processo de urbanização. • Periferias urbanas: em geral, são definidas em razão da menor valorização e da precariedade das condições de moradia e infraestruturas. Pela imagem de satélite noturna, é possível ver a interligação entre São Paulo e Rio de Janeiro por meio de uma linha luminosa quase contínua, acompanhando o traçado da Via Dutra – SP. Imagem de 2013. 1. (UEPB) Escreva ( V ) ou ( F ) para as proposições que tratam do processo da urbanização brasileira. ( ) A política urbana permanece setorializada: não há integração eficiente entre políticas habitacionais, programas de infraestrutura e serviços urbanos. ( ) O modelo socioterritorial de segregação contribuiu durante anos para a produção de cidades excluden- tes e insustentáveis do ponto de vista econômico, social e ambiental. ( ) Para atender a demanda por moradia, bairros vão surgindo cada vez mais distantes das áreas centrais e zonas industriais, levando a população a enfrentar, diariamente, horas no deslocamento entre moradia x trabalho x moradia. ( ) Nas grandes metrópoles, muitas favelas já passam por um processo de verticalização, por falta de es- paço para aumentar a área habitada. O preço pela venda da laje já chega aos 30 mil reais, pelo direito de construir e usar a parte superior da casa. ( ) Para os setores da economia, o solo urbano não é considerado espaço, mercadoria e gerador de lucros. A alternativa que apresenta a sequência correta é: a) V – F – F – F – F b) V – V – V – F – F X c) V – V – V – V – F d) F – F – V – V – V e) V – F – V – E – V 2. (UECE) Atente à seguinte descrição: “Situado entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, interliga as duas principais regiões metropolitanas do País, destacando os parques tecnológicos como, por exemplo, as indústrias aeroespaciais localizadas em São José dos Campos e a indústria siderúrgica em Volta Redonda”. A descrição acima refere-se à/ao: a) Vale do Rio dos Sinos. b) Baixada Santista. X c) Vale do Paraíba. d) Serra dos Órgãos. 3. (UEPB) Observe a lista das dez maiores cidades do mundo relacionadas aos países de origem. Cidade População País de origem Xangai 13.831.900 China Bombaim 13.830.884 Índia Karachi 12.991.000 Paquistão Deli 12.565.901 Índia Istambul 12.517.664 Turquia São Paulo 11.316.149 Brasil Moscou 10.563.038 Rússia Seul 10.464.051 Coreia do Sul Pequim 10.123.000 China Jacarta 9.588.198 Indonésia Com base na leitura da tabela podemos afirmar: I. A formação de grandes centros urbanos está asso- ciada ao processo de industrialização clássica que foi capaz de atrair a população camponesa para as cida- des industriais. NA SA 26 Livro de Revisão 2 Geografia II. A maioria dos maiores centros urbanos do planeta são hoje hipertrofiados, marcados pela pobreza, o desem- prego, a saturação dos serviços públicos e a precarie- dade na qualidade de vida, tendo em vista o grau de desenvolvimento dos países onde se encontram. III. O crescimento das cidades em todo o mundo deve- -se à atração que estas exerceram pela grande oferta de empregos nas indústrias e nos serviços especia- lizados, bem como pelas conquistas históricas da melhoria no atendimento dos serviços públicos e da qualidade de vida. IV. O processo de metropolização tornou-se mais intenso nos países subdesenvolvidos, onde a má distribuição da renda entre cidade-campo, entre outras questões agrárias, provoca o êxodo rural. Estão corretas apenas as proposições: X a) II e IV b) l e II c) I, III e IV d) Il, lII e IV e) I e IV 4. (FUVEST – SP) Sobre as 20 aglomerações urbanas mais populosas do mundo, conforme gráfico, é correto afirmar: X a) A maioria delas se encontra na Ásia, e, dentre estas, predominam as localizadas em países com econo- mias desenvolvidas ou em desenvolvimento. b) Mais de 50% delas encontram-se em países desen- volvidos, com alto PIB e alta distribuição de renda. c) 50% delas estão localizadas na América Latina, em países subdesenvolvidos e pouco industrializados. d) 25% delas estão em países da Europa Oriental, em que há boa distribuição de renda e serviços públicos essenciais gratuitos. e) O segundo maior número dessas aglomerações encontra-se em países da África, os quais se caracte- rizam por baixo IDH. 5. (UNICAMP – SP) O processo contemporâneo de metropolização doespaço e a grande metamorfose que vêm ocor- rendo em algumas metrópoles têm significado mudanças territoriais expressivas. Há intensifica- ção e multiplicidade de fluxos de pessoas, mer- cadorias e informações, bem como crescimento do número de cidades conurbadas, onde não se distingue muito bem, na continuidade da imensa área construída, o limite municipal de cada uma delas. Tanto em São Paulo, por exemplo, como na Cidade do México, em Buenos Aires ou em Santiago, vamos encontrar a manifestação desse momento mais avançado da urbanização. (Adaptado de Sandra Lencioni, A metamorfose de São Paulo: o anúncio de um novo mundo de aglomerações difusas. Revista Paranaense de Desenvolvimento, Curitiba, n. 120, p. 133-148, jan./jun. 2011.) Tendo em vista a metrópole contemporânea, é correto afirmar que se trata de uma: X a) única aglomeração, mas dispersa e fragmentada, onde fluxos imateriais regem um conjunto diferen- ciado de lugares. b) única aglomeração, pois é compacta e coesa, onde fluxos imateriais regem um conjunto diferenciado de lugares. c) metrópole compacta e coesa, organizada exclusi- vamente por uma estrutura hierárquica de fluxos imateriais. d) metrópole dispersa e fragmentada, organizada exclu- sivamente por uma estrutura hierárquica de fluxos materiais. 27 8. Formação do território e organização espacial urbana do Brasil Entre 1549, ano em que foi fundada, e 1763, Salvador foi a capital da Colônia. Por muito tempo, foi também a mais populosa entre as cidades brasileiras. Sua localização estratégica dava-se em razão da lógica mercantilista, que definia as atribuições econômicas da Colônia a serviço da Metrópole. As vilas e as cidades pioneiras do Brasil Colonial fundadas até o fim do século XVI eram todas costeiras, com exceção de São Paulo. A descoberta de ouro, diamante e pedras preciosas, principalmente a partir do fim do século XVII, motivou a fundação de outras vilas (que posteriormente se tornaram cida- des) mais interioranas. BRASIL: economia do século XVIII Ta lit a Ka th y Bo ra Fonte: ATLAS histórico escolar. Rio de Janeiro: MEC/Fename, 1973. p. 24. Adaptação. Em 1763, por estar mais próximo e, portanto, ter posição estratégica em relação ao controle de extração e transporte do ouro a ser embarcado rumo a Portugal, o Rio de Janeiro passava a ser a capital da Colônia. A expansão da cafeicultura durante os séculos XIX e XX, pelo Sudeste, confirmou a relação entre a prosperidade da atividade econômica e a urbanização. A marcha do café, durante esse período, foi derrubando florestas, criando fazendas, cidades e ferrovias. 28 Livro de Revisão 2 Geografia A construção de Brasília e a consequente transferência da capital do país para o Cerrado, em 1960, deram novo ânimo ao povoamento, à urbanização e ao desenvolvimento agropecuá- rio da Região Centro-Oeste. Já na Amazônia, enquanto as cidades mais antigas foram criadas às margens de seus grandes rios, as cidades fundadas ao fim do século XX, principalmente nas margens sul e leste da região, originaram-se próximo às rodovias. A formação de novos polos industriais, a partir da década de 1970, contribuiu para a expansão de aglomerações urbanas nas regiões Sul, Nordeste e Norte do país, ao mesmo tempo que reduziu o fluxo migratório destinado ao Rio de Janeiro e, principalmente, a São Paulo. Mesmo com o gradativo processo de povoamento e formação de cidades pelo interior do país, a concentração demográfica e urbana se dá, visivelmente, na faixa oriental do território brasileiro. BRASIL: densidade demográfica (2010) Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro, p. 114. Adaptação. Ta lit a Ka th y Bo ra Redes urbanas do Brasil Uma rede urbana se manifesta por meio dos fluxos de bens e serviços entre as cidades e pela capacidade de emissão de decisões em determinada região, o que é denominado de gestão territorial. Segundo o IBGE (2007), as redes urbanas do Brasil estruturam-se em quatro grandes níveis: metrópoles, capitais regio- nais, centros sub-regionais e centros de zona. Em 2014, cerca de 90 milhões de brasileiros (aproximadamente 44% da população nacional) viviam nas 25 principais regiões metropolitanas do país. Regiões metropolitanas são agrupamentos de municípios contíguos e integrados socioeconomicamente a um município-núcleo, apresentando serviços públicos e infraestrutura comuns. Assim, com o desenvolvimento da cafeicultura, São Paulo cresceu exponencialmente em importância econômica e em quantidade de população. Ao acumular capital, muitos dos investidores da cafeicultura, ligados ao comércio internacional do produto, passaram a investir na instalação de indústrias no município paulista. Em meados do século XX, com a expan- são do setor industrial e de serviços, São Paulo e Rio de Janeiro, as duas maiores cidades brasileiras, recebiam anualmente milhares de migrantes das diferentes regiões do país. 29 BRASIL: rede urbana (2007) Lu ci an o Da ni el Tu lio Fonte: IBGE. Regiões de influência das cidades. 2008. p. 12. Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/ livros/liv40677.pdf>. Acesso em: 3 mar. 2016. Planejamento urbano, plano diretor e Estatuto da Cidade Planejamento urbano é um processo de criação e de desenvolvimento de soluções cujo intuito é melhorar a quali- dade de determinados espaços e estruturas da cidade e, por vezes, revitalizá-los. De acordo com a Constituição Federal de 1988, tornou-se obrigatória a existência de um plano diretor, ou seja, um conjunto de leis que define diretrizes para o desenvolvimento socioeconômico e a preservação ambiental, regulamentando o uso do solo e a ocupação do território nos municípios com população superior a 20 mil habitantes. 30 Livro de Revisão 2 Geografia Em 2001, por meio do Estatuto da Cidade, foram estabelecidas normas de ordem pública e interesse social que regu- lam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, além do equilíbrio ambiental. Segregação socioespacial urbana As diferenças no espaço urbano podem ser observadas, por exemplo, na coexistência, muitas vezes próxima fisicamente, de condomínios fechados de luxo e aglomerados subnormais. Aglomerados subnormais são conjuntos habitacionais que se caracterizam pela irregularidade de suas vias de circulação e pelo tamanho e pela forma dos lotes, além da carência de ser- viços públicos. Muitos deles encontram-se em condição de vulnerabilidade social e ambiental (como os que se formam em encostas de elevada declividade, em fundos de vale, em áreas próximas a depósitos de lixo, entre outros). 1. (ENEM) O processo de concentração urbana no Brasil em determinados locais teve momentos de maior intensidade e, ao que tudo indica, atualmente passa por uma desaceleração no ritmo de cresci- mento populacional nos grandes centros urbanos. BAENINGER, R. Cidades e metrópoles: a desaceleração no crescimento populacional e novos arranjos regionais. Disponível em: <www. sbsociologia.com.br>. Acesso em: 12 dez. 2012 (adaptado). Uma causa para o processo socioespacial mencionado no texto é o (a): a) carência de matérias-primas. b) degradação da rede rodoviária. c) aumento do crescimento vegetativo. d) centralização do poder político. X e) realocação da atividade industrial. 2. (UFPI) O Censo (IBGE, 2010) mostrou que a população do Brasil é mais urbanizada que há 10 anos: em 2000, 81% dos brasileiros viviam em áreas urbanas, agora são 84%. Sobre o processo de urbanização no país, marque a opção correta. a) O processo de urbanização implica intensas migra- ções urbano-rurais, multiplicando os problemas de emprego e moradia, principalmente nas metrópoles. X b) As desigualdades no ritmo de urbanização refletem as disparidades econômicas regionais e a inserção dife- renciada de cada região na economia nacional. c) O elevado crescimento da população urbana repre- senta um estágio avançado de modernização tec-nológica e industrial presente em todas as regiões brasileiras. d) As regiões Sudeste e Norte são as mais populosas do Brasil. e) A minoria da população economicamente ativa bra- sileira que vive nos grandes centros urbanos está empregada na indústria, no comércio e nos serviços. 3. (FUVEST – SP) O processo de industrialização que se efetivou em São Paulo a partir do início do século XX foi o indutor do processo de metropolização. A partir do final dos anos 1950, a concentração da estru- tura produtiva e a centralização do capital em São Paulo foram acompanhadas de uma urbanização contraditória que, ao mesmo tempo, absorvia as modernidades possíveis e expulsava para as pe- riferias imensa quantidade de pessoas que, na impossibilidade de viver o urbano, contraditoria- mente, potencializavam a sua expansão. Assim, desde 1960 a 1980, a expansão da metrópole caracterizou-se também pela intensa expansão de sua área construída, marcadamente fragmentada e hierarquizada. Esse processo se constituiu em um ciclo da expansão capitalista em São Paulo marcada por sua periferização. Isabel Alvarez. Projetos Urbanos: alianças e conflitos na reprodução da metrópole. Disponível em: <http://gesp.fflch.usp.br/files/02611.pdf.>. Acessado em 10/08/2015. Adaptado. 31 Com base no texto e em seus conhecimentos, é correto afirmar: X a) O processo que levou à formação da metrópole pau- listana foi dual, pois, ao trazer modernidade, trouxe também segregação social. b) A cidade de São Paulo, no período entre o final da Segunda Guerra Mundial e os anos de 1980, conheceu um processo intenso de desconcentração industrial. c) A periferia de São Paulo continua tendo, nos dias de hoje, um papel fundamental de eliminar a fragmenta- ção e a hierarquização espacial. d) A periferização, em São Paulo, cresceu com ritmo acelerado até os anos de 1980, e, a partir daí, estag- nou, devido à retração de investimentos na metrópole. e) A expansão da área construída da metrópole, na década de 1960, permitiu, ao mesmo tempo, ampliar a mancha urbana e eliminar a fragmentação espacial. 4. (UFT – TO) O crescimento e o desenvolvimento do Brasil impulsionaram o surgimento de diversas cidades. O processo de urbanização, no Brasil, ocorreu de maneira rápida e desordenada, ao longo do século XX, mas não ocorreu de forma homogênea. Sobre a relação entre a urbanização e a população bra- sileira é correto afirmar: a) A urbanização da região Sudeste foi impulsionada pela fundação de Brasília e pela transferência da capi- tal para o Distrito Federal. b) No Nordeste, a urbanização permanece lenta e a população rural ainda é superior à população urbana, com exceção de Salvador, Fortaleza e Recife. c) A região Norte apresenta estrutura agrária baseada na agricultura familiar e de subsistência e a população é majoritariamente rural, com exceção da região metro- politana de Belém. X d) A região Sul tinha estrutura agrária baseada na pro- priedade familiar, entretanto, nas últimas décadas, a mecanização acelerada impulsionou o êxodo rural e modificou as características urbanas e populacionais dos três estados da região. e) O Centro-Oeste, apesar de massivos investimentos na agricultura tecnológica, ainda apresenta padrão agrá- rio de pequenas propriedades, com predomínio de população rural, com exceção das cidades da região metropolitana de Goiânia, que possuem população urbana superior à rural. 5. (UFPR) Em recente estudo, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com base em metodologia espe- cífica e analisando a distribuição, no espaço nacional, de variáveis relacionadas à gestão pública e à gestão pri- vada, definiu os centros de gestão do território brasileiro. A tabela a seguir representa uma síntese dos resultados obtidos, com a classificação dos municípios por níveis de centralidade. Brasil: distribuição dos municípios por níveis de centralidade, 2014 Nível de centralidade Número de municípios 1 2 2 1 3 6 4 11 5 84 6 153 7 251 8 718 9 978 (Fonte: IBGE, 2014. Disponível: <ftp://geoftp.ibge.gov.br/redes_e_ fluxos_do_territorio/gestao_do_territorio_2014.pdf> Acesso em 17 set. 2015) Considerando os conhecimentos de geografia urbana e sabendo que no nível 1 de centralidade de gestão encon- tram-se São Paulo e Brasília; no 2, Rio de Janeiro; e no 3, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Fortaleza, assinale a alternativa correta. a) Os municípios classificados no nível 1 de centralidade da gestão do território brasileiro demonstram corres- pondência direta entre centralidade de gestão e tama- nho demográfico. b) O nível de centralidade dos municípios é construído usando-se como parâmetros três informações funda- mentais: o tamanho do PIB, a densidade demográfica e os fluxos que a cidade estabelece dentro do seu respectivo estado. c) A centralidade de gestão exercida por São Paulo e Brasília explica-se pelo desempenho industrial dessas metrópoles no território nacional. d) Os níveis de centralidade de gestão apresentados na tabela abarcam o total dos municípios brasileiros. X e) Os três primeiros níveis da hierarquia mostram que há desequilíbrio entre as cinco grandes regiões brasilei- ras na distribuição geográfica dos municípios consi- derados como centros de gestão do território. 32 Livro de Revisão 2 Geografia 9. Questões socioambientais nos espaços urbanos Ecologia das metrópoles Em uma aglomeração urbana, a concentração de gases poluentes sobre as áreas centrais e industriais pode trazer como consequência temperaturas mais elevadas do que nas áreas periféricas e mais arborizadas. Esse fenômeno climático urbano é chamado de ilha de calor. A inversão térmica é um fenômeno natural e ocorre quando uma massa de ar mais frio se posiciona abaixo de uma massa de ar mais quente. Nesse caso, o ar mais frio não consegue se elevar nem se dissipar. Nos ambien- tes urbanos, a inversão térmica pode trazer transtornos à saúde da população, por concentrar próximo à superfície, por algum tempo, gases poluentes emitidos por chaminés de fábricas ou pelo escapamento de veículos. Outras alterações no microclima urbano: • formação de smog, um tipo de neblina ou de mate- rial particulado em suspensão, decorrente da con- densação de poluentes; • menor quantidade de radiação solar; • aumento no volume de chuvas; • redução na intensidade dos ventos; • aumento na formação de núcleos de condensação: nevoeiros e neblinas. Mudanças no ciclo hidrológico urbano A impermeabilização dos solos urbanos produz uma série de alterações no ciclo hidrológico, como: • redução na infiltração da água no solo e subsolo; • aumento no escoamento superficial da água; • diminuição da recarga para as águas subterrâneas. Além da impermeabilização dos solos e do aumento do volume de chuvas ocasionados pela ilha de calor, a poluição dos rios urbanos, com seus leitos assoreados e, ainda, a ineficiência dos sistemas de escoamentos por bueiros e galerias subterrâ- neas causam sérios problemas socioambientais em muitas áreas urbanas, por exemplo, as enchentes e as inundações. Erosão nas encostas urbanas A combinação de altos índices de pluviosidade e topografia irregu- lar, com encostas de elevada declividade, comum principalmente no Sudeste do Brasil no verão e em outros países tropicais, causa desliza- mentos de terras ou movimentos de massa, os quais frequentemente provocam tragédias. Os desastres se tornam mais recorrentes com a expansão urbana descontrolada e a remoção da cobertura vegetal, que é essencial para dar maior estabilidade às encostas. O material sólido que desce das áreas mais inclinadas tende a assorear córre- gos, rios, lagos, represas, provocando ou intensificando enchentes e Circulação atmosférica urbana Fonte: CONTI, José Bueno. Clima e meio ambiente. São Paulo: Atual, 1998. p. 43. área centraláreas periféricas áreas periféricas Di vo . 2 01 5. D ig ita l. Fo to s P úb lic as /G O
Compartilhar