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O Liberalismo, o Keynesianismo, o Neoliberalismo e a Crítica Marxista da Economia Política APRESENTAÇÃO Um importante campo da economia chama-se economia política, que pode ser conceituada como a ciência que estuda as relações sociais de produção, circulação e distribuição de bens materiais que visam a atender as necessidades humanas, identificando as suas leis e especificidades. Contribuem para esse debate grandes autores, como Karl Marx, John Maynard Keynes e Adam Smith. Nesta Unidade de Aprendizagem, vai ser possível a você desenvolver uma visão abrangente sobre os aspectos centrais que permeiam a discussão da ciência econômica até os dias atuais. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar os principais conceitos de liberalismo, keynesianismo e neoliberalismo econômico. • Reconhecer a crítica marxista da economia.• Reproduzir os conceitos de cada corrente econômica.• DESAFIO Você é professor de economia política em uma faculdade. Como tarefa, você criou um grande debate, e um de seus alunos argumenta: Seu aluno entende que a economia política não tem relevância nos dias atuais, tendo sido inteiramente superada pela “nova ordem econômica”. Reflita sobre a afirmação e explique ao seu aluno por que ainda é importante compreender e estudar a realidade através da lente dos pensadores clássicos. INFOGRÁFICO O infográfico a seguir mostra o conceito de liberalismo, keynesianismo, neoliberalismo e crítica marxista ao capitalismo. Confira! Clique nos círculos para acessar os conceitos estabelecidos. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! CONTEÚDO DO LIVRO Os “ismos” são amplamente debatidos na economia moderna. Capitalismo, liberalismo, keynesianismo e neoliberalismo são formas ou modelos econômicos defendidos de acordo com a visão de cada indivíduo. A literatura demonstra com certa amplitude que estamos longe de chegar ao consenso, mas é possível compreender de forma atual seus conceitos em diversos materiais. Faça a leitura do trecho da obra "Economia", base teórica desta Unidade de Aprendizagem. Inicie seus estudos pelo tópico Economia Mista Moderna. Finalize seus estudos no item Modelo falido: economias planejadas centralmente. ECONOMIA POLÍTICA Filipe Prado Macedo da Silva Liberalismo, keynesianismo, neoliberalismo e crítica marxista da economia política Objetivos de aprendizagem Ao final deste capítulo, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar os principais conceitos de liberalismo, keynesianismo e neoliberalismo econômico. Reconhecer a crítica marxista da economia. Reproduzir os conceitos de cada corrente econômica. Introdução Neste capítulo, você vai estudar os principais conceitos de algumas das principais escolas do pensamento econômico, a saber: o liberalismo econômico, o keynesianismo, o neoliberalismo econômico e a crítica marxista. Cada corrente do pensamento econômico elaborou um con- junto de conceitos teóricos fundamentais, do século XVII até o século XX. Em geral, as ideias e as visões de cada escola acerca da economia são antagônicas e raramente complementares, mas são essas teses que garantem o corpo teórico da economia como uma ciência social. As principais correntes econômicas Do século XVII até o século XX, surgiram três importantes conceitos acerca da economia: o liberalismo, o keynesianismo e o neoliberalismo econômico. Essas três linhas de pensamento da economia política criaram ideias e visões C07_Liberalismo_keynesianismo.indd 1 21/08/2018 17:41:55 próprias da economia, quase sempre antagônicas e raramente complementa- res. Isso porque a economia é uma ciência social, que permite que políticos, teóricos e agentes socioeconômicos defendam variadas perspectivas acerca do mesmo objeto de estudo: a atividade econômica. Liberalismo econômico O liberalismo econômico surgiu ao longo dos séculos XVII e XVIII como uma doutrina ideológica que se posicionou contra a ideologia absolutista que reinava naquele período. Ou seja, o liberalismo é um substrato ideológico das revoluções antiabsolutistas que aconteceram — fundamentalmente — na Inglaterra e na França (BELL, 1961; SANDRONI, 2005). Assim sendo, o liberalismo econômico brotou no seio — e nos anseios de poder — da burguesia nascente, que ganhava naquela época importância e relevância nos Estados-nação a partir da Revolução Industrial (JAMES, 1984). Dessa forma, o poder burguês rivalizava com as aristocracias em decadência e ia contra o absolutismo dos monarcas. Em poucas palavras, o liberalismo econômico queria uma nova lógica social e econômica. Nesse contexto, o liberalismo econômico defendia um conjunto de ideias e medidas que eram, na época, revolucionárias, a saber: (1) ampla liberdade individual; (2) democracia representativa com a separação em três poderes (executivo, legislativo e judiciário); (3) direito inalienável à propriedade privada; (4) livre iniciativa e concorrência como basilares para a garantia dos interesses individuais e o progresso das sociedades capitalistas (SAN- DRONI, 2005). Um dos principais conceitos do liberalismo econômico é o “laissez-faire, laissez-passer” (“deixar fazer, deixar passar”). A ideia é de que não há lugar para a ação e a intervenção econômica do Estado-nação, que tem somente a função de garantir a livre-concorrência entre as firmas e os agentes econômicos, e o direito à propriedade privada quando essa for ameaçada por convulsões sociais e revoluções. Logo, o Estado passa a ser somente — e nada mais — um regulador e garantidor das riquezas e da mais-valia. Historicamente, o pensamento econômico liberal forjou-se no seio das transformações sociais, econômicas e políticas da Revolução Industrial (SAN- DRONI, 2005). Diversos historiadores destacam que o liberalismo econômico iniciou-se com François Quesnay — mas, ganhou contornos teóricos com os trabalhos de Adam Smith, John Stuart Mill, David Ricardo, John Say, Thomas Malthus, entre outros clássicos. Liberalismo, keynesianismo, neoliberalismo e crítica marxista da economia política2 C07_Liberalismo_keynesianismo.indd 2 21/08/2018 17:41:55 Acreditava-se, naquela ocasião, que a economia, tal como a natureza física, era regida por leis universais e imutáveis, em que o homo economicus — livre do Estado e das pressões de grupos sociais — poderia realizar sua tendência natural de alcançar o máximo de lucro com o mínimo de esforço. Isso se aplicava também às relações econômicas internacionais — ou seja, ao comércio entre os Estados-nação da época. Logo, os princípios da liberdade econômica aplicados ao comércio internacional levaram à política do livre-cambismo — condenando as antigas práticas mercantilistas, as barreiras alfandegárias e os protecionismos nacionais (SANDRONI, 2005). Atualmente, o liberalismo econômico mantém-se — essencialmente — no plano retórico, pois, na prática, existe muito dirigismo econômico na sociedade capitalista moderna (SILVA, 2010). Keynesianismo O keynesianismo surgiu no momento em que a economia mundial sofria os efeitos adversos da crise de 1929, durando toda a década de 1930 até o início da Segunda Guerra Mundial. Nessa escola do pensamento econômico, a in- tervenção do Estado na vida econômica é fundamental, e as políticas básicas são sugeridas na principal obra de John Maynard Keynes, A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. As visões do keynesianismo propunham solucionar os problemas econô- micos, em especial o problema do desemprego, pela intervenção estatal — desencorajando, assim, o entesouramento, em prol das despesas produtivas e dos gastos agregados. Em outras palavras, o Estado tinha na economia, sobretudo, em períodos de crise/depressão econômica, a função de manter elevados a demanda e o consumo agregados. Com a demanda agregada elevada era possível manter os investimentos públicos e privados aquecidos. Além do mais, essecenário permitia manter a taxa de juros baixa — beneficiando novos investimentos. Em termos práticos, as grandes despesas governamentais seriam responsáveis pela retomada de uma economia em crise/depressão econômica (SANDRONI, 2005). De fato, sob o estímulo de grandes gastos do Estado, impostos pela Se- gunda Guerra Mundial, a crise do desemprego nas décadas de 1930 e 1940 deu lugar à falta de mão-de-obra na maioria dos países. Em poucas palavras, diferentes economistas keynesianos passaram a defender que o capitalismo poderia ser salvo, desde que os governos soubessem fazer uso de seu poder de cobrar impostos, reduzir juros, contrair empréstimos e gastar dinheiro (SILVA, 2010). 3Liberalismo, keynesianismo, neoliberalismo e crítica marxista da economia política C07_Liberalismo_keynesianismo.indd 3 21/08/2018 17:41:55 Conforme Sandroni (2005), após a Segunda Guerra Mundial, o pensamento keynesiano converteu-se em ortodoxia, ou seja, em teoria dominante, tanto para os economistas quanto para a maioria dos políticos. Nesse contexto, o keynesianismo econômico lançou raízes, sobretudo, nos Estados Unidos. Isso porque os Estados Unidos estavam temerosos de que o fim da Segunda Guerra pudesse provocar uma nova recessão econômica em todo o mundo capitalista. Assim sendo, o foco conceitual do keynesianismo econômico estava na atuação a longo prazo do Estado, mediante o uso sistemático de políticas monetárias e fiscais expansionistas. A chamada teoria do declínio das oportunidades de inves- timento seria corrida pelo Estado, evitando que a economia capitalista entrasse constantemente em crises/depressões. Portanto, o Estado interventor seria fun- damental — inclusive — para garantir a sobrevivência sistêmica do capitalismo. Neoliberalismo econômico Apesar do neoliberalismo econômico ser uma doutrina político-econômica que se estruturou no fi nal dos anos 1930, foi somente a partir dos anos 1980 que ganhou projeção internacional a partir da Inglaterra e dos Estados Unidos. Isso porque, após os dois choques do petróleo — em 1973 e 1979 — o mundo capitalista e comunista (com a União Soviética) presenciou o esgotamento do modelo de intervenção estatal. Naquele momento, nascia um novo mundo do ponto de vista social, econômico e político. Os primeiros autores neoliberais — ou novos liberais — foram o norte- -americano Walter Lippmann, os franceses Jacques Léon Rueff, Maurice Allais e L. Baudin, e os alemães Walter Eucken, Wilhelm Röpke e Müller-Armack (SANDRONI, 2005). Somam-se ainda a esses autores, o norte-americano Milton Friedman e o economista austríaco Friedrich August von Hayek. O neoliberalismo econômico nada mais é do que o resgate de diversos conceitos e ideais do liberalismo clássico. Como a escola liberal clássica, os neoliberais acreditam que a vida econômica é regida por uma ordem natural formada a partir das livres decisões individuais e cuja mola-mestre é o me- canismo de preços (SANDRONI, 2005; SILVA, 2010). No entanto, o neoliberalismo econômico trabalha com a perspectiva de uma regulamentação da economia de mercado, não para controlá-lo, mas para garantir-lhe sobrevivência. Por quê? Basicamente, porque não acreditam — os economistas neoliberais — na “autodisciplina espontânea do sistema capita- lista”. Nesse caso, para que o mecanismo de preços (ou melhor, o equilíbrio de preços) exista ou se torne possível, é necessário assegurar a estabilidade financeira e monetária do sistema. Liberalismo, keynesianismo, neoliberalismo e crítica marxista da economia política4 C07_Liberalismo_keynesianismo.indd 4 21/08/2018 17:41:55 É por isso que os neoliberais se preocupam com o controle governamen- tal da moeda, do câmbio, e dos gastos públicos. Sem isso, os movimentos econômicos podem tornar-se viciados. Quanto maiores forem os vícios na economia, mais imperfeitos são os mercados e as suas estruturas. Por isso o disciplinamento da ordem econômica precisa ser feito pelo Estado, para combater os excessos da livre concorrência e pela manutenção dos chamados mercados livres concorrenciais (SANDRONI, 2005). Atualmente, o termo neoliberalismo vem sendo aplicado constantemente àqueles economistas e políticos que defendem a livre atuação das forças de mercado, o fim do intervencionismo do Estado, a privatização das empresas públicas e até mesmo de alguns serviços públicos essenciais e a abertura da economia para um mercado globalizante e para os mecanismos de integração entre os mercados capitalistas. O homo economicus (ou homem econômico) é um conceito criado pelos economistas da escola liberal (ou clássica), conforme o qual [...] o homem seria perfeitamente racional e capaz de basear suas de- cisões exclusivamente por razões econômicas, preocupando-se em obter o máximo de benefício com o mínimo de sacrifício imediato. O homem econômico age racionalmente com o propósito de maximizar sua riqueza e assim aplicar novos métodos produtivos para enfrentar a concorrência no mercado (SANDRONI, 2005). A crítica marxista da economia A crítica marxista da economia (ou o marxismo) é uma denominação teó- rica consagrada a partir da obra de Karl Marx e Friedrich Engels. Pode ser não apenas uma doutrina econômica, mas igualmente uma fi losofi a e uma sociologia. Por ser, grosso modo, uma crítica ao capitalismo, ou uma crítica à economia política, constitui-se na fundamentação ideológica do moderno comunismo — em especial, aquele que existiu sob a infl uência da União Soviética (SILVA, 2010). As principais críticas de Karl Marx à economia política estão expostas na obra O Capital. Nessa obra, ele expõe a teoria da mais-valia e considera 5Liberalismo, keynesianismo, neoliberalismo e crítica marxista da economia política C07_Liberalismo_keynesianismo.indd 5 21/08/2018 17:41:55 o capitalismo um modo de produção transitório, sujeito a diversas crises econômicas cíclicas e que agravam as suas contradições internas, dando lugar ao modo de produção socialista (SANDRONI, 2005), através da ação revo- lucionária (SANDRONI, 2005). Em outras palavras, o marxismo não crítica totalmente o capitalismo — já que o considera como uma etapa historicamente imprescindível no progresso econômico. Além disso, no centro da análise marxista está a visão de que a socie- dade está dividida em: burguesia — uma minoria que possui os meios de produção — e proletariado — uma maioria que constitui a força de trabalho (KISHTAINY et al., 2013). Isso significa que, sob o capitalismo, os meios de produção são de uma minoria, que detém sua propriedade (privada). Na prática, a constante ganância do lucro leva a uma superprodução dos bens demandados pela sociedade, causando baixas na economia. Assim, temos que, no capitalismo, “uma minoria explora o trabalho de uma maioria, e obtém o lucro” (ou, a chamada mais-valia, absoluta e relativa). Nesse sentido, Marx desenvolve o conceito de mais-valia como trabalho excedente, não-pago, fonte do lucro, dos juros e da renda da terra. É a partir da mais-valia que Marx analisa o processo de acumulação de capital no sistema capitalista, mostrando a correlação entre a crescente acumulação e concentração de capital e a pauperização do proletariado em geral (SANDRONI, 2005). O problema é que, inadvertidamente, essa relação falha constantemente, levando a economia a uma série infindável de crises econômicas. Essas crises econômicas geram agitação social e pressões para que a opressão burguesa seja eliminada, resultando em uma revolução, em que os trabalhadores derrubam a classe dominante e controlam os meios de produção. Essa seria a dita revolução comunista (KISHTAINY et al., 2013). Nesse sentido, o marxismo político considera que a luta de classes é o motor da história e que o Estado é sempre uma instituição a serviço da classe dominante, cabendo, portanto, ao proletariado — como classe revolucionária de vanguarda — lutar pela conquista do Estado e de suas funções públicas. Logo, cria-se um Estado da ditadurado proletariado (SANDRONI, 2005). Segundo Marx, essa ditadura do proletariado seria o início de uma revolu- ção, para posteriormente, no longo prazo, implementar uma forma de socialismo em que o poder econômico estaria nas mãos de uma maioria (SILVA, 2010). Essas críticas foram tecidas não apenas por Karl Marx e Friedrich Engels, mas por outros autores, que também adotaram uma visão marxista da eco- nomia política, como: Mao Tsé-tung, León Trotski, Antônio Gramsci, Rosa Luxembrugo, Lukács, Tito, Louis Althusser e outros. Liberalismo, keynesianismo, neoliberalismo e crítica marxista da economia política6 C07_Liberalismo_keynesianismo.indd 6 21/08/2018 17:41:55 Outro aspecto importante observado pela crítica marxista refere-se à ten- dência no capitalismo de que cada vez menos produtores controlem cada vez mais meios de produção. Ou seja, o sistema capitalista é por natureza um sistema concentrador de riqueza (KISHTAINY et al., 2013). No longo prazo, a tendência são os monopólios e os oligopólios na economia de mercado. O materialismo histórico é uma concepção marxista que trata dos modos de pro- dução, de seus elementos constituintes e determinantes, sua gênese, sua transição e a sucessão de um modo de produção a outro (SANDRONI, 2005). Assim, não diz respeito somente ao modo de produção capitalista, mas a todos os modos de produção histo- ricamente determinados, como por exemplo, as comunidades primitivas, a escravidão, o modo de produção asiático, o feudalismo, o sistema capitalista e o socialismo. Fundamentalmente, o materialismo histórico é a noção de que o ser social determina a consciência social — o que inclui a atividade material, a atividade produtiva, as formas como os homens se relacionam com a natureza, os meios de trabalho, entre outros. Em suma, são todos os elementos da organização social. Nesse cenário, o sistema econômico, a partir do materialismo histórico, é a base sobre a qual se ergue toda a sociedade. Em termos práticos, as relações de produção constituem o fundamento das instituições jurídicas e políticas — ou seja, o Estado — e das ideologias ou formas de consciência social (costumes, artes, religião, etc.) Os conceitos de cada corrente econômica Cada corrente do pensamento econômico elaborou um conjunto de conceitos teóricos fundamentais. Logo, o liberalismo, o keynesianismo, o neoliberalismo e o marxismo organizaram uma visão geral — cada uma das escolas — da economia e das relações sociais produtivas. Mais uma vez, é necessário destacar que cada escola do pensamento econômico adquiriu uma visão quase sempre antagônica e raramente similar acerca do sistema econômico. Principais teorias do liberalismo Fundamentalmente, a preocupação central dos autores liberais é o crescimento econômico no longo prazo e o modo como a distribuição de renda entre as di- versas classes sociais infl uência tal crescimento. Assim, o liberalismo preocupa- 7Liberalismo, keynesianismo, neoliberalismo e crítica marxista da economia política C07_Liberalismo_keynesianismo.indd 7 21/08/2018 17:41:55 -se com o destino do excedente econômico, que em última instância, defi ne o ritmo da acumulação do capital (e, na prática, o crescimento econômico). Apesar disso, nem todos os liberais tiveram a mesma visão do processo de crescimento econômico, já que cada um estava condicionado por sua visão de mundo. Mesmo assim, as discordâncias dos autores clássicos (liberais) giravam em torno das mesmas preocupações (ARAÚJO, 1989). Para explicar o crescimento econômico, cada pensador foi compelido a instituir seu próprio instrumental analítico, que lhe permitisse o exame da realidade (SILVA, 2010). Diante disso, foram concebidas algumas teorias, que apresentam a essência do pensamento clássico, como, por exemplo, a teoria da produção, a teoria do valor e da troca, a teoria da distribuição, a teoria da liberdade econômica e a teoria da população, a teoria do equilíbrio monetá- rio, a teoria das saídas (ou Lei de Say), e a teoria do comércio internacional. Vejamos uma síntese de cada um deles. Na teoria da produção, os liberais revelaram que o empenho humano é que torna os bens disponíveis para a sociedade, e que são os bens, e não o ouro, que constituem de fato a riqueza de uma nação (SILVA, 2010). Isso significa que quanto mais produtiva fosse a nação, mais competitiva e opulenta ela seria. Na raiz dessa riqueza, surge a divisão do trabalho. Nesse sentido, a especialização do trabalho aumentou a destreza dos trabalhadores, poupando tempo na passagem de um tipo de trabalho para outro, além de incitar o crescimento da quantidade de trabalho que um dado número de pessoas pode executar. Na teoria do valor e da troca, a criação individual de excedentes permitiu que seus possuidores fizessem mais trocas, com os excedentes dos outros. Em termos práticos, isto exige que seu valor seja estabelecido pelo mercado, e apresenta o problema da explicação do motivo que determina o valor de um bem em troca por outros bens ou moeda (RIMA, 1977). A maior parte dos bens são reproduzíveis, ou seja, seu valor de troca deriva do trabalho. Sendo assim, David Ricardo introduziu o conceito de que toda mercadoria possui dois preços: o preço natural, equivalente ao valor do trabalho nele incorporado e o preço de mercado, que oscila em torno do valor, conforme a oferta e a demanda. Na teoria da distribuição, a discussão gira em torno da determinação dos salários, dos lucros do capital e dos juros e, por fim, da renda da terra. Para Adam Smith, o salário deveria, mesmo nas classes mais inferiores de trabalhadores, ser o suficiente para o proletário sustentar a si, e a sua família (SILVA, 2010). Já os lucros de capital, da classe industrial, estão fortemente Liberalismo, keynesianismo, neoliberalismo e crítica marxista da economia política8 C07_Liberalismo_keynesianismo.indd 8 21/08/2018 17:41:56 ligados aos salários da mão-de-obra, reduzindo quando os salários se elevam e, aumentando quando os salários diminuem. Por fim, a renda da terra é central à teoria da distribuição, pois é ela que determina as proporções de quotas de renda recebidas pela mão-de-obra e pelo capital (RIMA, 1977). Na teoria da liberdade econômica, Adam Smith realizou considerações sobre as leis do mercado e a mão invisível. A ideia central era de que “o ser humano agia por impulsos egoístas” e pelo desejo de obter uma recompensa. Assim sendo, a busca do próprio interesse leva ao mais inesperado dos resul- tados: a harmonia social (SILK et al., 1978). Na teoria da população, há uma falta de concordância entre o poder de reprodução da espécie humana e a capacidade de produção dos meios de sub- sistência (HUGON, 1980). Em outras palavras, o que existe é uma diferença entre a taxa de crescimento da população e a taxa de crescimento dos meios de subsistência. Thomas Malthus afirmava que o aumento da população, quando não era contido, crescia a uma proporção geométrica, ao passo que a subsistência aumentava a uma proporção aritmética. O aspecto chave é que a subsistência está subordinada à lei dos rendimentos decrescentes. Na teoria do equilíbrio monetário, David Ricardo concluiu que em cada país existe, em um dado momento, certo estado de equilíbrio monetário que é peculiar, em função da atividade econômica, de seu sistema monetário e de sua estrutura bancária. Ele concluiu que o equilíbrio independe da quantia absoluta de metais preciosos existentes no mundo. Essa teoria conduz à con- clusão de que só haveria equilíbrio monetário se houvesse liberdade de trocas internacionais (SILVA, 2010). Na teoria das saídas (ou Lei de Say), a teoria dos mercados, de Jean- -Baptiste Say, é, sem dúvida, uma das suas mais notáveis contribuições à economia. A lei de Say surge como a apresentação simplificada da atividade econômica, num mundo onde reina a divisão do trabalho. Segundo Say (1983), a oferta global e a procura efetiva são necessariamente iguais — a ofertacria a sua própria procura. Qualquer crescimento na oferta dos bens implicava num crescimento idêntico da demanda. Por fim, a teoria do comércio internacional, estava intimamente ligada à análise do valor e à distribuição. David Ricardo desenvolveu, a esse respeito, a conhecida teoria das vantagens comparativas, que completa as lacunas deixadas por Adam Smith com a teoria das vantagens absolutas. Isso significa que cada país vai se especializar naquilo que é mais capaz de produzir, mesmo que um país seja mais eficiente (do que o outro) na produção de todos os bens (SILVA, 2010). 9Liberalismo, keynesianismo, neoliberalismo e crítica marxista da economia política C07_Liberalismo_keynesianismo.indd 9 21/08/2018 17:41:56 As teses econômicas do keynesianismo A teoria keynesiana foi formulada num contexto conceitual basicamente idêntico à teoria do equilíbrio geral, de Léon Walras (HUNT; SHERMAN, 2000). Assim, a maioria das análises de Keynes são pautadas num processo contínuo de produção, circulação e consumo — em que o Estado é o principal agente econômico. No geral, os princípios keynesianos mais importantes foram formulados por John Maynard Keynes, sendo que seus discípulos contribuíram igualmente com o desenvolvimento intelectual das ideias e fi losofi as que permeiam o pensamento de Keynes e das diferentes interpretações. Para termos uma visão geral dos princípios keynesianos, vamos considerar os conceitos mais importantes da escola, que são: a teoria da distribuição, segundo a produtividade marginal; a economia da dívida; a teoria da taxa de juros; o princípio da demanda efetiva; a propensão marginal a consumir e multiplicador; e a determinação dos dispêndios de investimento (SILVA, 2010). Na teoria da distribuição, segundo a produtividade marginal, Keynes endossava e defendia a teoria da distribuição baseada na produtividade marginal (neoliberal ou neoclássica). Logo, o salário é igual ao produto marginal do trabalho. Keynes argumentava que, para aumentar o emprego, os salários teriam que baixar, e os lucros teriam que aumentar. Assim sendo, o comportamento maximizador de lucros motivaria os capitalistas a empregar trabalhadores até o seu salário igualar-se ao valor do produto marginal. Na economia da dívida, Keynes demonstrou que os gastos do governo, financiados por empréstimos, seriam muito mais eficazes para estimular a procura agregada do que os gastos financiados pela tributação — já que a tributação retirava recursos que seriam gastos de outra maneira (SILVA, 2010). Um exemplo observado por ele foi o desempenho dos Estados Unidos, depois da Segunda Guerra Mundial, que melhorou e muito com a expansão maciça e acelerada do endividamento público. Na teoria da taxa de juros, Keynes trouxe à luz as razões pelas quais não se podia confiar que a taxa de juros equilibrasse automaticamente a poupança e o investimento. Ele afirmava que a taxa de juros não canalizava automaticamente as poupanças para os investimentos, da maneira concebida pelos neoclássicos. Logo, a procura de moeda não apenas como algo racional, mas também uma necessidade psicológica básica — tanto que concebia o juro como o preço para que um indivíduo se privasse da liquidez, não como recompensa pela abstinência. No princípio da demanda efetiva, a ideia era o oposto da lei de Say. Assim, quem determinava o volume da produção e do emprego era a demanda Liberalismo, keynesianismo, neoliberalismo e crítica marxista da economia política10 C07_Liberalismo_keynesianismo.indd 10 21/08/2018 17:41:56 efetiva, que não é apenas a demanda efetivamente realizada, mas ainda o que se espera que seja gasto em consumo e investimento. Nessa visão, a expectativa dos capitalistas é muito importante. Nessa situação, a demanda efetiva pode ser maior ou menor que a capacidade produtiva de um país, em determinado momento. Por isso, a busca pelo pleno emprego torna-se um dos objetivos da macroeconomia, um objetivo que deve ser alcançado por vontades políticas (SILVA, 2010). Na propensão marginal a consumir e multiplicador, um incremento nos investimentos, pode iniciar um processo de expansão, isso porque au- menta a renda e aumentam também os dispêndios. Por sua vez, isso acaba por aumentar as procuras de fatores de produção e suas rendas. Assim sendo, um incremento de investimento com certeza aumentaria o nível de renda em mais do que seu próprio montante. Essa força de alavancagem dependerá da propensão marginal a poupar. Por fim, o custo dos bens de capital, o rendimento monetário esperado e a taxa de juros do mercado. Ele compreendeu que as expectativas regem a escala de procura de investimento. São as expectativas de longo prazo que determinam a capacidade dos empresários de estimar rendas futuras e, assim, realizar seus investimentos no presente. Neoliberalismo econômico Para obtermos uma noção geral das ideias neoliberais, alguns dos tópicos mais importantes são: liberdade econômica e liberdade política; funções do governo neoliberal na sociedade; e controle do sistema monetário e política fi scal neoliberal. Esses conceitos tentavam explicar e solucionar os novos problemas da sociedade, ou seja, frutos de reações à crise econômica. A liberdade econômica e a liberdade política são, para os neoliberais, a melhor organização de uma sociedade. Ou seja, a liberdade econômica é parte da liberdade entendida em sentido amplo, o que significa que é um ins- trumento indispensável para a obtenção da liberdade política (SILVA, 2010). Nesse contexto, o tipo de organização econômica que promove a liberdade econômica, ou, o capitalismo competitivo, ainda promove a liberdade política, porque separa o poder econômico do poder político e, assim, permite que um controle o outro. Para que exista liberdade econômica de fato, deve ser mantida a liberdade de troca — como característica central da organização de mercado livre da atividade econômica. Já o governo neoliberal na sociedade concebe as funções do governo voltadas para garantir os direitos individuais — sem interferência nas esferas 11Liberalismo, keynesianismo, neoliberalismo e crítica marxista da economia política C07_Liberalismo_keynesianismo.indd 11 21/08/2018 17:41:56 da vida pública e na esfera da vida econômica. Entre os direitos individuais, destaca-se a propriedade privada como direito natural, assim como o direito à vida, à liberdade e aos bens necessários para conservar ambas. A função do estado é de arbitrar e legislar — e não de regular — os conflitos que possam surgir na sociedade civil — onde os empresários e os trabalhadores estabelecem as relações produtivas, realizam contratos e disputam interesses. As teses do neoliberalismo se resumem na expressão menos Estado e mais mercado (BELL, 1961). Portanto, a intervenção do estado na economia constitui uma ameaça aos interesses individuais, à livre iniciativa das empresas, à concorrência privada e ao próprio restabelecimento do equilíbrio. O controle do sistema monetário e a política fiscal neoliberal são as áreas mais importantes da política governamental e que são relevantes para a estabilidade econômica, constituídas pela política monetária, e pela política fiscal (SILVA, 2010). Os neoliberais sugerem que o meio de alcançar o equi- líbrio monetário é ter um governo de leis, em vez de um governo de homens. Por meio da legislação, é possível controlar a direção da política monetária, evitando que fosse ela vítima dos caprichos das autoridades políticas. Marxismo Para compreendermos os ensinamentos marxistas, precisamos dominar os principais pensamentos de Karl Marx — o mais infl uente de todos os inte- lectuais. Em suas obras, Marx buscou entender a lógica do modo de produção capitalista e suas relações com as instituições sociais e políticas. É um dos pensamentos mais difíceis de compreender e explicar, pois Marx produziu muito, suas ideias se desdobraram em várias correntes e foram incorporadas por inúmeros teóricos(BELL, 1961). A vida de Karl Marx foi marcada pelo incremento de conceitos importantes — que poucos discípulos se arriscaram a mudar — como a lei do movimento do capital; o conceito das classes sociais; a teoria do valor e a mais-valia; a teoria da acumulação de capital e a concentração econômica; e a ideia da alienação do trabalhador (SILVA, 2010). Na lei do movimento do capital, o capital não é uma coisa, é antes de tudo, uma relação social entre pessoas, efetivada através de coisas. Essa relação surgiu com a aparição da burguesia, que se apropriou dos meios de produção, formando o conhecido monopólio de classe. Além disso, Karl Marx identificou três tipos de capitais: capital constante (equipamentos e máquinas), capital variável (relacionado à força de trabalho) e capital-dinheiro. Para Marx (1983), na sociedade mercantil simples, todas as mercadorias são produzidas para Liberalismo, keynesianismo, neoliberalismo e crítica marxista da economia política12 C07_Liberalismo_keynesianismo.indd 12 21/08/2018 17:41:56 serem trocadas no mercado, mas não existe ainda a divisão entre proprietários dos meios de produção e força de trabalho. Sendo assim, Marx construiu o seguinte esquema, onde M é mercadoria e D é dinheiro: sendo no capitalismo, o esquema D — M — D’ (SWEEZY, 1972). No conceito das classes sociais, os marxistas procuram explanar os confli- tos existentes no sistema de classes do capitalismo. De acordo com Marx (1983), as desigualdades sociais notadas no seu tempo eram provocadas pelas relações de produção do capitalismo — que dividem a sociedade em proprietários e não-proprietários. São as desigualdades que constituem as bases das classes sociais. Hugon (1980) destaca que as relações entre os homens no capitalismo se caracterizam por relações de oposição, incompatibilidade, exploração e complementaridade entre as classes sociais. As relações entre as classes são complementares, pois uma só existe em relação à outra — só existem proprietários porque há uma massa de despossuídos, cuja única propriedade é sua força de trabalho (SILVA, 2010). Na teoria do valor e a mais-valia, o “valor” significa o que uma mercadoria vale como resultado de certas quantias de trabalho direta ou indiretamente nela corporificadas. Por isso, o valor consiste naquilo que o trabalhador pode, com o seu trabalho, acrescentar aos materiais básicos, já fornecidos pela natureza. Ou melhor, o valor de uma mercadoria é igual ao tempo de trabalho socialmente necessário para produzi-la (MARX, 1983). É daí que emana a doutrina da mais-valia absoluta e relativa. A mais-valia absoluta é a mais-valia que se obtém pelo prolongamento da jornada de trabalho. Já a mais-valia relativa é a mais-valia que se obtém mediante a diminuição do tempo de trabalho necessário (SILVA, 2010). Na teoria da acumulação de capital e a concentração econômica, uma vez realizada a acumulação inicial de capital — conforme os marxistas — a ânsia de acumular cada vez mais torna-se a força motriz de sustentação do sistema capitalista. O capitalista, para sustentar sua posição social e seu poder político e econômico, depende da ampliação do volume de capital. Como efeito da acumulação de capital, acontece a concentração da riqueza e do poder econômico nas mãos de um número mais restrito de capitalistas. Por fim, na ideia da alienação do trabalhador, Karl Marx mostrou que a industrialização, a propriedade privada e o salário afastaram o trabalhador dos meios de produção — ferramentas, matérias-primas, terras e máquinas — que estavam agora sob o controle dos capitalistas. Logo, os trabalhadores ficaram alienados do fruto do seu trabalho, ou seja, os bens produzidos pertenciam ao capitalista. Karl Marx (1983) diz que essa é a base da alienação econômica do homem sob o capital. 13Liberalismo, keynesianismo, neoliberalismo e crítica marxista da economia política C07_Liberalismo_keynesianismo.indd 13 21/08/2018 17:41:56 1. A economia política origina-se nos primórdios da ciência econômica e difere da economia pura por ter um caráter ideológico e normativo. Diferentemente da economia pura, que é basicamente descritiva e busca a neutralidade científica, a economia política coloca-se como: a) Instrumento de transformação da sociedade. b) Alternativa para o pensamento microeconômico. c) Controle e ajustes macroeconômicos. d) Ideologia do pensamento marxista. e) Coordenação do pensamento clássico. 2. As ideias de Adam Smith, em seu livro A riqueza das nações, atacavam as políticas econômicas do sistema feudal e, consequentemente, dos reis e senhores feudais que ainda existiam em algumas regiões da Europa. Isso estimulou: a) O desenvolvimento da livre concorrência e do livre mercado. b) O desenvolvimento das ideias comunistas de Karl Marx. c) O entendimento da teoria quantitativa da moeda. d) A análise de Adam Smith sobre o comunismo. e) O livro A riqueza das nações, de Adam Smith, contribuiu decisivamente para o keynesianismo. 3. Com relação ao sistema capitalista: a) A palavra “capitalismo” é usada para descrever e identificar o sistema econômico e social em que vivemos na atualidade. b) O sistema socialista deu origem sistema capitalista — este último com menos abrangência. c) O sistema capitalista é um sistema que funciona, necessariamente, considerando um modelo feudal em que cada indivíduo produz o excedente de seu produto para obter lucro no processo. d) Capitalismo é o sistema sócio- econômico em que os meios de produção (terras, fábricas, máquinas, edifícios) e o capital (dinheiro) devem ser socializados. e) São fases do capitalismo: capitalismo feudal, capitalismo de Estado e capitalismo intelectual. 4. Considerando as doutrinas liberais, neoliberais e keynesianas: a) O neoliberalismo é uma doutrina baseada na defesa da liberdade individual, nos campos econômico, político, religioso e intelectual, contra as ingerências e atitudes coercitivas do poder estatal. b) O keynesianismo é uma teoria econômica que se opõe ao Liberalismo, pois defende a intervenção do Estado no controle da economia nacional, com o intuito de fazer o país atingir o pleno emprego. c) O liberalismo é oposto ao capitalismo, cujo sistema se propõe a extinção da propriedade privada dos meios de produção e a tomada do Liberalismo, keynesianismo, neoliberalismo e crítica marxista da economia política14 C07_Liberalismo_keynesianismo.indd 14 21/08/2018 17:41:56 ARAÚJO, C. R. V. História do pensamento econômico: uma abordagem introdutória. São Paulo: Atlas, 1989. BELL, J. F. História do pensamento econômico. Rio de Janeiro: Zahar, 1961. HUGON, P. História das doutrinas econômicas. São Paulo: Atlas, 1980. HUNT, E. K.; SHERMAN, H. J. História do pensamento econômico. 19. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000. JAMES, E. O pensamento econômico no século XX. Rio de Janeiro: Agir, 1984. KISHTAINY, N. et al. O livro da economia. São Paulo: Globo, 2013. MARX, K. O capital: critica da economia política. São Paulo: Abril Cultural, 1983. RIMA, I. H. História do pensamento econômico. São Paulo: Atlas, 1977. SANDRONI, P. Dicionário de economia do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2005. SAY, J. B. Tratado de economia política. São Paulo: Abril Cultural, 1983. SILK, L. S. et al. Os economistas: Samuelson, Friedman, Galbraith, Leontief, Boulding. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. SILVA, F. P. M. O fator trabalho na teoria econômica. Lauro de Freitas, BA: Editorial FPMS, 2010. SWEEZY, P. M. Teoria do desenvolvimento capitalista: princípios da economia política marxista. Rio de Janeiro: Zahar, 1972. poder por parte do proletariado e controle do Estado e divisão igualitária da renda. d) O neoliberalismo se origina da crítica marxista e do renascimento do keynesianismo. e) Para Marx o neoliberalismo é um processo necessário e intrínseco ao modo de produção capitalista. 5. No livro O capital, Karl Marx apresenta a mais-valia como um elementofruto da exploração do trabalho do operário, ou seja, do trabalhador assalariado. Logo, Marx define mais-valia como: a) Elemento fundamental que alimenta o sistema capitalista. b) Elemento que o capitalista despreza. c) Exploração da classe trabalhadora ao capital. d) Modo de produção que alimenta a democracia. e) Elemento central para a existência do sistema marxista. 15Liberalismo, keynesianismo, neoliberalismo e crítica marxista da economia política C07_Liberalismo_keynesianismo.indd 15 21/08/2018 17:41:57 Conteúdo: DICA DO PROFESSOR O vídeo a seguir aborda os conceitos liberalista, keynesianista, neoliberalista e marxista. Assista! Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) A economia política origina-se nos primórdios da ciência econômica e difere da economia pura por ter um caráter ideológico e normativo. Diferentemente da economia pura, que é basicamente descritiva e busca a neutralidade científica, a economia política coloca-se como: A) Instrumento de transformação da sociedade. B) Alternativa para o pensamento microeconômico. C) Controle e ajustes macroeconômicos. D) Ideologia do pensamento marxista. E) Coordenação do pensamento clássico. 2) As ideias de Adam Smith, em seu livro A riqueza das nações, atacavam as políticas econômicas do sistema feudal e, consequentemente, dos reis e senhores feudais que ainda existiam em algumas regiões da Europa. Isso estimulou: A) O desenvolvimento da livre concorrência e do livre mercado. B) O desenvolvimento das ideias comunistas de Karl Marx. C) O entendimento da teoria quantitativa da moeda. D) A análise de Adam Smith sobre o comunismo. E) O livro A riqueza das nações, de Adam Smith, contribuiu decisivamente para o keynesianismo. 3) Com relação ao sistema capitalista: A) A palavra “capitalismo” é usada para descrever e identificar o sistema econômico e social em que vivemos na atualidade. B) O sistema socialista deu origem sistema capitalista — este último com menos abrangência. C) O sistema capitalista é um sistema que funciona, necessariamente, considerando um modelo feudal em que cada indivíduo produz o excedente de seu produto para obter lucro no processo. D) Capitalismo é o sistema sócio-econômico em que os meios de produção (terras, fábricas, máquinas, edifícios) e o capital (dinheiro) devem ser socializados. E) São fases do capitalismo: capitalismo feudal, capitalismo de Estado e capitalismo intelectual. 4) Considerando as doutrinas liberais, neoliberais e keynesianas: O neoliberalismo é uma doutrina baseada na defesa da liberdade individual, nos campos econômico, político, religioso e intelectual, contra as ingerências e atitudes coercitivas do A) poder estatal. B) O keynesianismo é uma teoria econômica que se opõe ao Liberalismo, pois defende a intervenção do Estado no controle da economia nacional, com o intuito de fazer o país atingir o pleno emprego. C) O liberalismo é oposto ao capitalismo, cujo sistema se propõe a extinção da propriedade privada dos meios de produção e a tomada do poder por parte do proletariado e controle do Estado e divisão igualitária da renda. D) O neoliberalismo se origina da crítica marxista e do renascimento do keynesianismo. E) Para Marx o neoliberalismo é um processo necessário e intrínseco ao modo de produção capitalista. 5) No livro O capital, Karl Marx apresenta a mais-valia como um elemento fruto da exploração do trabalho do operário, ou seja, do trabalhador assalariado. Logo, Marx define mais-valia como: A) Elemento fundamental que alimenta o sistema capitalista. B) Elemento que o capitalista despreza. C) Exploração da classe trabalhadora ao capital. D) Modo de produção que alimenta a democracia. E) Elemento central para a existência do sistema marxista. NA PRÁTICA Veja como funcionou o conceito de keynesianismo nos Estados Unidos para reverter a grande Depressão de 1930. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Introdução à economia Princípios de economia
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