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Introdução O meio interno “Milieu intérieur”, Claude Bernard. Caracterizado pelo líquido extracelular(LEC), onde estão os íons e nutrientes necessários para a vida. LEC x LIC Na+, Cl-, HCO3-, O2, C6H12O6, Aminoácidos, CO2 K+, Mg+, P+ Homeostase Manutenção de condições quase constantes no meio interno. Os órgãos e tecidos cumprem funções que auxiliam essa manutenção, ex: pulmão->O2, rins-> [ ] de íons, sistema gastrointestinal -> nutrientes. A doença pode ser considerada como um estado de ruptura da homeostasia, pois nessa ocasião o corpo cria diversas compensações para tentar mantê-la. Essas compensações são um compromisso para manter as funções vitais do organismo, todavia, em longo período de tempo pode comprometer tecidos e órgãos, ex: ↑[ ] de íons ↑pressão arterial. Sistemas importantes que mantém esse meio estável: ● Trato digestivo e fígado, absorção, síntese, metabolismo e distribuição de nutrientes ● Pulmões, trocas gasosas ● Fígado e rins, excreção de subs ● Pele, liberação de calor Feedback negativo(ou retroalimentação negativa) A maioria dos sistemas de controle funcionam por feedback negativo, que consiste na transmissão de informações no organismo que diminua ou aumente algum fator contrário, por exemplo: se a pressão sanguínea estiver muito alta, haverá um sistema de controle com feedback negativo que diminuirá a pressão e, assim, vice-versa. Os componentes do ciclo regulatório são: ● regulador(integrador): ao qual é informada a meta de informação(valor previsto) ● órgão efetor: que efetua a correção dos parâmetros ● receptores essenciais: medem constantemente o valor efetivo do parâmetro e entram em contato com o órgão regulador(retroalimentação negativa) Feedback positivo(“ciclo vicioso”) É aquele que o organismo potencializa alguma situação com o objetivo de regular a homeostase. Todavia, esse processo pode causar muitas vezes morte, ex: se uma pessoa perde muito sangue rapidamente, terá um volume insuficiente para o batimento cardíaco, logo, ↓pressão arterial, ↓suprimento dos músculos do coração, deixando-os mais lentos, o que ↓↓pressão e assim continua o ciclo. Em outras situações, o feedback+ é benéfico, como na cascata de coagulação, pois a ação de enzimas na formação de coágulos age sobre outras para também formarem coágulos e, assim, continua o ciclo. Transportes Transportes intracelulares ● exportação do RNA e a importação de proteínas através dos poros do envoltório nuclear. ● transporte de proteínas do RER para o complexo golgi ● transporte axônico em fibras nervosas(comunicação pelos quimiorreceptores entre os axônios) ● lisossomas, mitocôndrias e etc Transportes entre duas células vizinhas ● difusão do meio extracelular ● comunicações intercelulares(gap junctions) Transporte através do sincício (transcelular) ● transporte que atravessa toda uma célula ou uma camada de células, como ocorre em epitélios e músculos estratificados Difusão simples Transporte passivo de substâncias em virtude de movimentos térmicos aleatórios de suas moléculas e íons. O gradiente de [ ] e a energia cinética das substâncias são a força propulsora (+ [ ] => - [ ]). Gases lipossolúveis atravessam a membrana por difusão simples. Logo, a intensidade da difusão depende: [ ] de substâncias, velocidade do movimento cinético, pelo número e tamanho das aberturas da membrana. OBS! interstício: pequeno espaço entre duas coisas contíguas. Difusão facilitada Proteínas transmembranas atuam como carreadoras, a ligação da molécula a ser transportada muda a conformação da proteína e a joga para o outro lado. Dependente do gradiente de [ ], transporte passivo. As substâncias que atravessam por difusão facilitada são aminoácidos, íons e glicose. As proteínas canais são altamente seletivas, devido ao seu diâmetro, forma e natureza eletrostática da sua superfície. Este tipo de transporte é saturável e pode ser inibido competitivamente. Osmose A difusão da água sempre está ocorrendo em todas as direções ao mesmo tempo, mantendo o volume celular. Todavia, a diferença de [ ] de H2O causa um transporte de água pelas aquaporinas chamado de osmose. Pressão osmótica é a pressão necessária para interromper a osmose. Nos capilares sanguíneos, a pressão osmótica da água nas células pode ser associada a pressão hidrostática do capilar. Quando a pressão hidrostática é maior, a água desloca para as células(filtração), já quando a osmótica é menor, a H2O sai das células para os capilares(reabsorção) Transporte ativo Transporte contra o gradiente de concentração da solução. Muitos íons que necessitam ser mais concentrados em um local são transportados por trans. ativo. São de dois tipos: o primário e o secundário. O primário deriva sua energia da degradação do ATP. Já o secundário, a energia utilizada é de um transporte passivo de um íon, que disponibiliza energia para o transporte ativo de outra substância. A bomba de sódio e potássio trata-se de um transporte ativo primário; bombeamento de Na+(3) para fora da célula e ao mesmo tempo K+(2) para dentro. Esse mecanismo é importante para evitar a lise celular, pois o grande número de substâncias e íons intracelulares iria promover a osmose em direção à célula, mas o sódio na parte exterior permite essa correção de [ ] de gradientes, evitando a osmose. Além do mais, é um transporte eletrogênico, deixa o exterior positivo e o interior negativo (potencial elétrico). O transporte de H+ para a secreção no estômago também é um tipo de transporte ativo 1º. Devido a bomba de Na/K, a [ ] e Na extracelular é grande, esse gradiente representa um reservatório de energia porque o Na está sempre tentando entrar na célula. Sob o auxílio de determinada proteína transmembrana, o Na entra na célula, mas a energia da sua difusão é utilizada para levar consigo outra substância, como a glicose. Esse caso é um tipo de transporte ativo secundário, chamado de cotransporte(ou simporte). Quando o Na está tentando entrar na célula e o outro composto utiliza dessa energia para sair da célula é chamado de contratransporte(ou antiporte), como ex: a bomba sódio-cálcio e sódio-hidrogênio. Organização e comunicação do Sistema Nervoso Potencial de difusão Devido à grande [íon] extracelular, a sua difusão pela membrana é barrada devido à força elétrica criada pelo sistema ao tentar evitar uma grande mudança nas cargas finais das faces da membrana Por exemplo, a [K+] na face externa é muito baixa comparada com a face interna da membrana. Em um certo momento, considera-se que a membrana é altamente permeável ao K, com isso, diante da difusão, a tendência é que uma enorme quantidade de K+ saia de fora da célula. Todavia, essa grande saída de íon K causa uma diferença nas cargas das faces membranosas, sendo que a interna fica (-) (está perdendo carga (+)) e a externa (+), dessa forma, essa diferença de potencial nesse milissegundo é o bastante para barrar a difusão do K pela membrana. Mesma situação ocorre com outro íons, mas depende da sua maior [ ] nos lados da membrana. Potencialeletroquímico (E) de um íon O potencial eletroquímico (é o mesmo do potencial de difusão) é o potencial elétrico criado devido a diferenças entre a [íons] extra e intracelular. O potencial de equilíbrio é o potencial criado pelo íon depois do seu equilíbrio extra e intramembranoso, ou seja, após as suas [ ] fora e dentro da célula se manterem (há íons que têm maior [ ] extracelular e outros, mais intracelular) A Equação de Nernst descobre o potencial de equilíbrio criado por determinado íon. logEi = z −61mV C i C0 = potencial de equilíbrio ou potencial de difusão Ei = valência do íonz Ci = concentração interna do íon C0 = concentração externa do íon Para determinar o potencial final da célula com o potencial de difusão de vários íons, utilizamos a Equação de Hodgkins-Katz-Goldman EM (mV ) − 1 ogF = 6 • l C P +C P ...Na+i Na+ K+i K+C P +C P ...Na+e Na+ K+e K+ P = permeabilidade da membrana para aquele íon Ce/Ci = concentrações externa e interna do íon Os íons são segregados por transportadores presentes na membrana que realizam transporte ativo, criando esse gradiente eletroquímico e a diferença de potencial entremembrana, essas bombas de íons são denominadas bombas eletrogênicas. Potencial de membrana Todas as células apresentam uma diferença de potencial elétrico (V) através da membrana, que pode ser causado pelo potencial de difusão e por transportes ativos de proteínas transmembranas. Todavia, alterações na permeabilidade iônica da membrana levam a alterações do potencial de membrana. OBS! Os neurônios utilizados para o estudo da eletrofisiologia são utilizados os neurônios gigante de lula (por Hodgkin e Huxley). Experimentos e descobertas ● Quando um eletrodo é introduzido na membrana de uma célula, percebe-se que a face interna apresenta um potencial de -60mV. ● Com uma corrente elétrica baixa (15mV) estimulando o neurônio, a voltagem interna da membrana aumenta um pouco (-50mV). Todavia, com um estímulo mais forte (25mV), a voltagem interna mudava muito, chegando a despolarizar por um certo período e depois voltar a polarização normal. Essa despolarização foi denominada potencial de ação. Bomba de Sódio e Potássio Em uma proteína transmembrana (Na/K ATPase), há 3 sítios de ligação para o Na+ e 2 sítios de ligação para o K+, bem como um sítio para a ligação de ATP. A bomba pega 3 Na+ intracelulares e os joga para região extracelular, já com o K+, ela pega 2 extrac. e insere dentro da célula, tudo isso mediante ao gasto de ATP. Assim, essa bomba é eletrogênica. Funções: ● Manutenção do potencial de membrana. A inibição da Na/K ATPase por digitálicos cardíacos despolariza a célula por poucos milivolts (2-16 mV). Essa proteína aumenta o seu funcionamento de acordo com o grau de [Na/K] dentro e fora da célula. ● Controle do volume celular, pois, com a grande quantidade de proteínas e moléculas orgânicas (-) intracelulares que não saem da célula, elas atraem muitos compostos (+) para a célula; assim, a bomba mantém uma quantidade de compostos (+) dentro da célula “estável”, o que evita uma grande osmose de água para dentro de célula, a qual acarretaria na lise celular. Células excitáveis São células capazes de alterar o potencial de membrana, os principais tipos são: os neurônios e as fibras musculares. A membrana dessas células excitáveis responde ativamente aos estímulos, a resposta típica é o potencial de ação, Potencial de ação O potencial é a súbita e rápida despolarização “tudo-ou-nada” da membrana, a qual viaja ao longo da célula. O potencial é por etapas 1. Estágio de Repouso; é o potencial de repouso da membrana, antes do início do potencial de ação, a membrana encontra-se polarizada (-90mV) 2. A célula recebe um estímulo que começa uma pequena despolarização, até atingir o limiar de estabilidade 3. Despolarização da membrana, chegando a deixar o potencial (V) da célula (+). Esse processo ocorre, pois há um aumento da condutância do sódio para dentro da célula (abertura dos canais de Na+ dependentes de variação voltagem), ou seja, a célula começa a ganhar cargas (+). A despolarização chega até um certo pico 4. Repolarização, fazendo com que o seu V torne-se (-) novamente, até chegar aos valore de V de repouso novamente. Nesse período, os canais de Na+ dependentes de voltagem começam a se fechar, bem como, há a abertura total dos canais lentos de K+, que os levam da região intra para a extracelular, ou seja, perdendo cargas (+) e deixando a célula (-). 5. Hiperpolarização, ocorre devido a permanência dos canais lentos de K+ ainda abertos. 6. Canais lentos de K fecham e a célula volta ao seu V de repouso. Pra que serve o potencial de ação: ● contração muscular ● liberação de neurotransmissores ● secreção de outras substâncias por células neurais e neuroendócrinas O limiar de estabilidade Para atingir o potencial de ação, o estímulo deve aumentar a permeabilidade da membrana com Na+ até determinado valor para, então, começar o potencial de ação sozinho. Esse sistema caracteriza-se como um feedback positivo, pois com o aumento da voltagem de membrana (até o ponto do limiar de estabilidade), ativa os canais de Na e potencializa-se esse aumento. Canais de sódio dependentes de voltagem O PA se origina com a abertura desses canais. Essa proteína apresenta 2 comportas, uma de ativação (extracelular) e uma de inativação (intracelular); a primeira, a -90mV, encontra-se fechada, enquanto a voltagens de -90 a +35V, essa comporta se abre abruptamente, deixando os íons Na+ passarem; depois de alguns milésimos de segundo, a comporta de inativação se fecha. Após certo período, a de inativação se abre, dando espaço para a de ativação se fechar novamente (período refratário relativo). Canais de potássio dependente de voltagem lentas São proteínas com apenas uma comporta, que se mantém fechada à voltagens de -90mV e se abre lentamente entre -90 a +35mV, depois de um tempo, o canal se fecha lentamente. Geralmente, eles só se abrem no momento em que o canal de Na se fecha. Assim, a saída de K da célula auxilia na sua repolarização (perda de carga (+)). OBS! Todas as voltagens colocadas no resumo são apenas exemplos, diferentes células apresentam voltagens diferentes para os diversos processos. Outros íons que participam no potencial de ação ● Ânions impermeantes com carga (-) no interior do axônio: esses íons fazem com que o interior celular se mantenha com potencial (-) ● Íons Ca+2: esse íon têm a mesma atuação do Na; ele apresenta uma bomba de Ca+2, que joga essa substância para a região extracelular (deixando a mais (+)), aumentando o potencial de membrana. Além disso, esse íon apresenta canais de cálcio dependente de voltagem lento, que tem a mesma função dos canais de Na, só que, nesse caso, por eles demorarem mais para abrir, a sua função é mais manter a despolarização por mais tempo, já que quando os canais de Na estiverem fechados, ainda haverá influxo de Ca por um período, criando um efeito “platô”; essa proteínas são numerosas em músculo cardíaco e liso. Períodosrefratários Após o disparo de um potencial de ação (PA), a célula necessita de um tempo para poder fazer outro PA, esse tempo é chamado período refratário. É dividido em 2: ● Absoluto: não ocorre novo PA, independente da intensidade do estímulo, o canal de inativação do canal dependente de voltagem do Na está ativo. ● Relativo: pode disparar novo PA, depende da intensidade do estímulo. Esse novo PA pode ocorrer, pois nesse momento, a comporta de inativação do canal de Na se abre e a de ativação se fecha, a partir de então, a comporta de ativação pode se abrir novamente, mas, para isso, o estímulo deve ser mais forte que o primeiro para que o efluxo de K que está ocorrendo seja menor que o influxo de Na que ocorrerá (assim, ganhar mais cargas (+) e se despolarizar) O período refratário impede que o nervo entre em curto circuito após o potencial de ação. Propagação do potencial de ação Quando uma área da membrana repentinamente é estimulada, ela torna-se permeável aos íons Na+; esses íons, ao entrarem na célula, se deslocam por todas as direções por um certo espaço; esse deslocamento faz com que outras regiões intramembranosas mudem o seu V e também atinjam o limiar de estabilidade, abrindo, assim, seus canais de Na. Dessa maneira, o potencial de ação vai se propagando. Processo de criação de ritmicidade espontânea no potencial de ação Algumas células necessitam apresentar ritmicidade na sua despolarização e repolarização, como nas células do músculo cardíaco. Para isso ocorrer, a membrana, mesmo em seu estado natural, deve ser suficientemente permeável aos íons Na/Ca, fato feito a partir do aumento do potencial de membrana em repouso, para -60 a -70mV (situação em que os canais não estão totalmente fechados). Sendo assim, o caso se dá da seguinte maneira 1. Alguns Na+ e Ca+2 fluem para a célula (alguns canais não estão totalmente fechados) 2. Essa atividade aumenta a voltagem da membrana, o que acarreta ainda mais na abertura dos canais de Na+ e Ca+2 3. Ainda mais íons fluem para dentro 4. Limiar de estabilidade é atingido e o potencial de ação se inicia 5. Ao final do potencial, a membrana se repolariza até -60 a -70 mV, dando continuidade ao ciclo após alguns milissegundos. Excitação da geração do potencial de ação Qualquer fator que leve ao aumento da permeabilidade de íons Na para dentro da célula leva ao potencial de ação. Esses estímulos iniciais podem ser: ● Distúrbio mecânico da membrana (terminações nervosas na pele) ● Efeitos químicos na membrana (Neurotransmissores químicos) ● Passagem de eletricidade através da membrana (células musculares do coração e do intestino) OBS! Os nódulos de Ranvier concentra os canais de Na+2 e K+, onde irá ocorrer as despolarizações, diminuindo o espaço da despolarização e caracterizando uma condução saltatória. OBS! O potencial de ação é unidirecional, sempre começará do cone axonal e termina nas junções sinápticas.
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