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FACULDADE DE TECNOLOGIA SENAI “NADIR DIAS DE FIGUEIREDO” DARCIO PELEGRINI MIRANDA FLÁVIO DOS PRAZERES RAMOS JUNIOR RODRIGO BARBALHO SANTOS SAULO CAETANO SALAZAR INFLUÊNCIA DO PRÉ-TRATAMENTO TÉRMICO NA DEFORMAÇÃO DIMENSIONAL E GEOMÉTRICA DO CORPO DE PROVA NAVY-C EM AÇO SAE 4140 TEMPERADO E REVENIDO OSASCO 2019 DARCIO PELEGRINI MIRANDA FLÁVIO DOS PRAZERES RAMOS JUNIOR RODRIGO BARBALHO SANTOS SAULO CAETANO SALAZAR INFLUÊNCIA DO PRÉ-TRATAMENTO TÉRMICO NA DEFORMAÇÃO DIMENSIONAL E GEOMÉTRICA DO CORPO DE PROVA NAVY-C EM AÇO SAE 4140 TEMPERADO E REVENIDO Projeto Integrador apresentado à Faculdade de Tecnologia SENAI “Nadir Dias de Figueiredo” em Processos Metalúrgicos para a obtenção do título de Tecnólogo em Processos Metalúrgicos sob a orientação técnica do Prof. Esp. Paulo Sergio de Freitas e orientação técnica do Prof. Me. Odilon de Moraes Junior e orientação metodológica do Prof. Marcelo Lopes da Silva. OSASCO 2019 DARCIO PELEGRINI MIRANDA FLAVIO DOS PRAZERES RAMOS JUNIOR RODRIGO BARBALHO SANTOS SAULO CAETANO SALAZAR Projeto Integrador apresentado à Faculdade SENAI de Tecnologia em Processos Metalúrgicos para obtenção do título de Tecnólogo em Processos Metalúrgicos. Orientadores: Prof. Esp. Paulo Sergio de Freitas e Prof. Me. Odilon Moreira Junior. INFLUÊNCIA DO PRÉ-TRATAMENTO TÉRMICO NA DEFORMAÇÃO DIMENSIONAL E GEOMÉTRICA DO CORPO DE PROVA NAVY-C EM AÇO SAE 4140 TEMPERADO E REVENIDO Orientador: ____________________________________________________ Prof. Esp. Paulo Sergio de Freitas Orientador: ____________________________________________________ Prof. Me. Odilon de Moraes Junior Examinador: ___________________________________________________ Prof. Me. Sergio Pamboukian Examinador: ___________________________________________________ Prof. Esp. Reginaldo Rodrigues de Souza Osasco, 06 de dezembro de 2019. DEDICATÓRIA Dedicamos este trabalho primeiramente а Deus, por ser essencial em nossas vidas, autor de nossos destinos, nosso guia, socorro presente na hora da angústia, аоs nossos familiares, amigos e todos os alunos do curso superior 3SN, pelos momentos de alegria e companheirismo. AGRADECIMENTOS Agradecemos primeiramente a Deus por ter nos dado saúde е força para superar as dificuldades, Aos nossos pais, amigos e familiares pelo amor, incentivo е apoio incondicional, À Instituição SENAI – Osasco 1.19 “Nadir dias de Figueiredo” pelo que nos proporcionou durante todos esses anos, Aos nossos professores orientadores Prof. Marcelo Lopes da Silva, Prof. Paulo Sergio de Freitas e Prof. Odilon Moreira Junior pela orientação, apoio е confiança. EPÍGRAFE “Se o dinheiro for a sua esperança de independência, você jamais a terá. A única segurança verdadeira consiste numa reserva de sabedoria, de experiência e de competência” (Henry Ford). RESUMO Os processos de tratamento térmico são utilizados visando melhorar as propriedades do material de acordo com sua aplicação final, todavia ao realizar esse processo é gerado deformações geométricas e dimensionais, devido ao aquecimento e resfriamento muitas vezes brusco, dependendo do processo, por isso é importante prever essas distorções, de modo que se possa projetar correções corretivas na geometria da peça pós-tratamento térmico, levando assim a uma peça final com forma e dimensões adequadas. Este estudo apresenta os resultados de estudos práticos da deformação gerada na têmpera do corpo de prova Navy-C fabricado em aço SAE 4140, sendo analisada a distorção causada pela contração térmica e transformação de fase. Analisando através de ensaios dimensionais com a máquina de medir por coordenadas para obter as distorções geradas no processo, ensaios metalograficos para analisar as microestruturas obtidas e verificar o sucesso da Têmpera, ensaios de dureza dos corpos de prova Navy-C para verificar a resistência do material e a deformação plástica. Palavras chave: Tratamento Térmico. Navy-C. SAE 4140. Usinagem. Dimensional. Contração térmica. ABSTRACT The heat treatment processes are used to improve the properties of the material according to its final application. However, this process generates geometric and dimensional deformations due to the often sudden heating and cooling, depending on the process, so it is important to predict these distortions so corrective corrections can be projected into the geometry of the post-heat treatment part, leading to a final part of proper shape and size. This study presents the results of practical studies of the deformation generated in the temper of the Navy-C model made of SAE 4140 steel, and the distortion caused by thermal contraction and phase transformation is analyzed. Analyzing through dimensional tests with the coordinate measuring machine to obtain the distortion generated in the process, metallographic tests to analyze the microstructures obtained and check the success of the têmpera, hardness tests of Navy-C specimens to check the resistance of the material and the plastic deformation. Keywords: Heat Treatment. Navy-C. SAE 4140. Machining. Dimensional. Thermal contraction. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Estrutura Cristalina conforme diagrama de fases 13 Figura 2 - Representação da microestrutura Ferrita (F) e Perlita (P) 14 Figura 3 - NAVY-C Modelo padrão 1A 17 Figura 4 - NAVY-C Modelos padrões 1B e 1C 17 Figura 5 – Torneamento e Faceamento 19 Figura 6 – Eletroerosão a fio 20 Figura 7 Paralelismo 21 Figura 8 – Máquina de Medir por Coordenadas Mitutoyo 22 Figura 9 - Stationary Optical Emission Spectrometers 33 Figura 10 – Escala de dureza em máquina Rockwell 35 Figura 11 – Cut-Off 38 Figura 12 – Mudança de direção em troca de lixa 39 Figura 13 – Classificação da TAG por processo 42 Figura 14 – Tarugo SAE 4140 42 Figura 15 – desenho Técnico em mm 43 Figura 16 - Mapa de pontos (MMC) 43 Figura 17 – Isométrico 44 Figura 18– Serra de Fita 45 Figura 19 – Corte com serra de fita 45 Figura 20 – Tarugo cortado 46 Figura 21 – Torno ROMI 46 Figura 22 – Faceamento do tarugo 47 Figura 23 – Limpeza do tarugo 47 Figura 24 - Corte do tarugo torneado 48 Figura 25 – Retifica Plana 48 Figura 26 – Acabamento superficial na retifica plana 49 Figura 27 – Corpos de prova retificados 49 Figura 28 – Passe lateral para fixação 50 Figura 29 – Corte por Eletroerosão a Fio 50 Figura 30 – Visualizador do programa 51 Figura 31 – Corpo de prova Navy-C 51 Figura 32 – Espectrômetro 52 Figura 33 – Parâmetros de pré-tratamento térmico 53 Figura 34 – Paramentos de Têmpera e Revenimento 54 Figura 35 – mapa de pontos para ensaio dimensional 56 Figura 36 – Maquina de medir por coordenada 57 Figura 37 – Durômetro 58 Figura 38 – Mapa de pontos para ensaio de dureza. 59 Figura 39 – Secção para análise metalografica do tarugo 60 Figura 40 - Secção para análise metalografica do corpo de prova pré 60 Figura 41 – Corpo de prova embutido 61 Figura 42 – Lixadeira orbital de bancada 61 Figura 43 – Politriz orbital de bancada 62 Figura 44 – Metalografia do tarugo SAE 4140 - matéria prima 63 Figura 45 – Metalografia do Corpo de Prova Recozido - RUT 64 Figura 46 – Metalografia do Corpo de Prova Normalizado - NUT 65 Figura 47 – Metalografia do Corpo de Prova com Alivio de Tensões - AUT 66 Figura 48 - Metalografia do corpo de prova temperado e revenido, região de analise ponta. 66 Figura 49 - Metalografia do corpo de prova temperado e revenido, região de analise base. 67 LISTA DE DIAGRAMA Diagrama 1 - Diagrama de equilíbrio Fe-C 14 Diagrama 2 – Curva de Temperabilidade Aço SAE 4140 27 Diagrama 3 - TTT do aço SAE 4140 28 Diagrama 4 - Intervalos de formação da martensita tipo ripas e tipo placas. 30 Diagrama 5 – Curva de Revenimento. Têmpera a partir de 850ºC 31 Diagrama 6 – Dureza pós Revenimento 54 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Tratamento Térmico de Alivio de Tensões 23 Gráfico 2 – Tratamento Térmico de Recozimento 25 Gráfico 3 – Tratamento Térmicode Normalização 26 Gráfico 4 - Esquemático de um tratamento térmico de têmpera e revenimento 27 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Composição química do aço SAE 4140 13 Tabela 2 - Propriedades Mecânicas do aço SAE 4140 15 Tabela 3 - Propriedades do aço SAE 4140 pós-Têmpera 29 Tabela 4 – Influencia dos elementos de liga no Aço 32 Tabela 5 – Escala de Dureza Rockwell 36 Tabela 6 – Plano de Fabricação e Rastreabilidade 41 Tabela 7 – Análise da composição química do aço SAE 4140 67 Tabela 8 – Carbono enxofre 68 Tabela 9 - Resultado dimensional LOTE 01 (Comparação do corte inicial com o temperado) 69 Tabela 10 – Resultado dimensional LOTE 02 (Comparação da dimensão nominal com o pré-tratamento) 70 Tabela 11 - Resultado dimensional LOTE 02 (pós-têmpera e revenimento) 71 Tabela 12 – Ensaio de dureza dos corpos de prova pré-tratados 72 Tabela 13 – Ensaio de dureza dos corpos de prova pós-têmpera e revenimento 72 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ACM. Aços para Construção Mecânica AUT. Alivio de Tensões, Usinado e Temperado CCC. Cúbica de Corpo Centrado CFC. Cúbica de Face Centrada EUA. Estados Unidos da America Mf. Martensita Final MMC. Máquina de Medir por Coordenadas Ms. Martensita Start NUT. Normalizado, Usinado e temperado RUT. Recozido, Usinado e temperado SAE. Sociedade de Engenheiros Automotivos TAG. Etiqueta TCC. Tetragonal de Corpo Centrado TTT. Tempo, Temperatura e Transformação UAT. Usinado Alivio de tensões e temperado UNT. Usinado Normalizado e temperado URT. Usinado Recozido e Temperado UT. Usinado e Temperado LISTA DE SÍMBOLOS E UNIDADES % Porcentagem Fe Ferro C Carbono Mn Manganês Si Silício Ni Níquel Cr Cromo Mo Molibdênio V Vanádio °C Graus célsius 10³ Kg/m³ Quilogramas por metro cubico GPa Gigapascal Mpa Megapascal HB Hardness Brinell J joule mm milímetros “ Polegada In Polegada + Positivo, soma - Negativo subtração A1 Linha A1 do diagrama Ferro Carbono A3 Linha A3 do diagrama Ferro Carbono Acm Linha Acm do diagrama Ferro Carbono TX Taxa de aquecimento ou resfriamento p. Paginas h Horas HRA Hardness Rockwell A HRB Hardness Rockwell B HRC Hardness Rockwell C HRD Hardness Rockwell D Kgf/mm² Quilograma força por milímetro quadrado α Alfa (ferrita) γ Delta (Austenita) Ms Martensita inicial Mf Martensita Final ± Mais ou menos ° Graus Kgf Quilogramas força > Maior < Menor Ø Diâmetro m/min metros por minutos RPM Rotações por Minuto mm/rot milímetros por rotação mm/m milímetros por minuto l/h litros por hora µm micros Kg Quilogramas Pç Peça SUMÁRIO INTRODUÇÃO 10 1 OBJETIVOS DO TRABALHO 11 1.1 OBJETIVO GERAL 11 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 11 2 O AÇO 12 2.1 AÇO SAE 4140 12 2.1.1 ESTRUTURA CRISTALINA 13 2.1.2 MICROESTRUTURA CRISTALINA 14 2.1.3 PROPRIEDADES MECÂNICAS DO AÇO SAE 4140 15 3 CORPO DE PROVAS NAVY-C 16 3.1 GEOMETRIA DO NAVY-C 16 4 USINAGEM 18 4.1 TORNEAMENTO 18 4.2 RETIFICA PLANA 19 4.3 ELETROEROSÃO A FIO 19 5 TOLERÂNCIA GEOMETRICA 21 5.1 PARALELISMO 21 5.2 MMC - MÁQUINAS DE MEDIR POR COORDENADAS 22 6 TRATAMENTO TÉRMICO 23 6.1 ALÍVIO DE TENSÕES 23 6.2 RECOZIMENTO: 24 6.3 NORMALIZAÇÃO: 25 6.4 TÊMPERA: 26 6.4.1 DIAGRAMA TTT AÇO SAE 4140 28 6.4.2 AÇO SAE 4140 APÓS TRATAMENTO TÉRMICO 28 6.5 REVENIMENTO: 30 7 COMPOSIÇÃO QUIMICA 32 7.1 INFLUENCIA DOS ELEMENTOS DE LIGA NO TT 32 7.2 ESPECTROMETRO 33 8 DUREZA 34 8.1 DUREZA POR PENETRAÇÂO 34 8.1.1 Dureza Rockwell 34 9 METALOGRAFIA 37 9.1 PREPARAÇÃO PARA METALOGRAFIA. 37 9.1.1 Corte 37 9.1.2 Lixamento 39 9.1.3 Polimento 40 9.1.4 Ataque 40 10 MATERIAIS E MÉTODOS 41 10.1 PREPARAÇÃO DOS CORPOS DE PROVA NAVY-C 41 10.2 USINAGEM 44 10.2.1 Corte 44 10.2.2 Torneamento 46 10.2.3 Retifica plana 48 10.2.4 Eletroerosão a Fio 50 10.3 COMPOSIÇÃO QUÍMICA 52 10.4 PRÉ-TRATAMENTO TÉRMICO 53 10.5 TRATAMENTO TÈRMICO TÊMPERA E REVENIMENTO 53 11 MMC – MAQUINA DE MEDIR POR COORDENADAS 56 12 DUREZA 58 12.1.1 Parâmetros 58 13 METALOGRAFIA 60 13.1.1 Equipamentos 61 14 ANÁLISE DE RESULTADOS 63 14.1 MICROGRAFIA 63 14.2 ANÁLISES FÍSICAS E DIMENSIONAIS 67 14.3 ANÁLISE QUÍMICA 67 14.3.1 Dimensional 68 14.3.2 Dureza 71 CONCLUSÃO 74 TRABALHOS FUTUROS 75 REFERÊNCIAS 76 ANEXO 01 – PROPOSTA DO FORNECEDOR 78 ANEXO 02 – DESENHO TÉCNICO PADRÃO NAVY-C 79 ANEXO 03 – FICHA DE ACOMPANHAMENTO - METALOGRAFIA 80 24 INTRODUÇÃO Muitas empresas têm problemas quando o assunto é tratamento térmico, principalmente em Têmpera e revenimento. Toda peça que passa por um processo de tratamento térmico sofre com deformações, com isso muitas dúvidas aparecem quando surge a necessidade de se fazer um tratamento térmico, e a questão maior é, será que algum pré-tratamento térmico beneficia de alguma maneira o material a ponto de suavizar tais deformações? Pensando nisso será confeccionado corpos de prova de modelo NAVY-C no material SAE 4140 e submete-los a três pré-tratamentos térmicos que serão revenimento, normalização e alivio de tensões, em peças usinadas e em modelo bruto de fusão. E ao final desse procedimento será analisado qual que sofreu uma menor deformação. 1 25 2 OBJETIVOS DO TRABALHO 2.1 OBJETIVO GERAL Analisar a influência do pré-tratamento térmico normalização, recozimento e alivio de tensões na deformação dimensional do corpo de prova Navy-C fabricado em aço SAE 4140 temperado e revenido. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Confeccionar corpos de prova em aço SAE 4140, modelo Navy-C através do processo de usinagem por eletroerosão a fio. Avaliar a deformação dimensional gerada pelo processo de têmpera e revenimento com o auxílio da MMC (Máquina de Medir por Coordenadas). Comparar a influência dos pré-tratamento térmico de normalização, recozimento e alivio de tensões. 26 3 O AÇO O aço é uma liga binária Fe-C contendo no máximo 2,11% de carbono, sendo aplicado em diversas áreas na produção de peças e equipamentos de diferentes tipos e formas, podendo ser chapas, perfis, tubos, barras, entre outros (CHIAVERINI, 2005). 3.1 AÇO SAE 4140 O aço SAE 4140 é um aço para beneficiamento com temperabilidade média, ligado ao cromo e molibdênio, utilizado na fabricação de diferentes componentes mecânicos onde se deseja uma boa combinação de resistência mecânica média e resistência à fratura, possui boa resistência à deformação pós-tratamento térmico e elevada resistência à fadiga. É utilizado em componentes para sistemas mecânicos de uso geral onde o uso do aço SAE 1045 não se aplica por consequência de sua melhor capacidade de endurecimento em maiores seções transversal, resistência à fadiga e à fratura. Utilizado em rolamentos, cilindros, engrenagens, eixos hidráulicos, eixos furados, anéis, porcas e parafusos, tirantes, etc. No mercado é possível encontrar o material nas seguintes condições de fornecimento e/ou na combinação das mesmas: Sem tratamento térmico; Normalizado Recozido Com alivio de tensão Barras Laminadas Sem Acabamento Mecânico Barras Laminadas Trefiladas Barras Laminadas Retificadas Barras Forjadas 27 Segundo o catálogo ACM (Aços para Construção Mecânica) a composição química padrão de fornecimento é conforme norma SAE J1268 (Aços-carbono comuns e ligados da Série H) para fornecimento do SAE 4140, conforme Tabela 1. Tabela 1 - Composição química do aço SAE 4140 C (%) Mn (%) Si (%) Ni (%) Cr (%) Mo (%) V (%) 0,38 ~ 0,43 0,75 ~ 1,00 0,15 ~ 0,35 ----- 0,80 ~ 1,10 0,15 ~ 0,25 ----- Fonte: (ACM – catálogo, 2007). 3.1.1 ESTRUTURA CRISTALINA Segundo CHIAVERINI (2005), para o aço SAE 4140 a estrutura cristalina encontrada abaixo da temperatura crítica 727°C é a CCC - Cúbica de Corpo Centrado e CFC – Cúbica de Face Centrada para temperaturas superiores a 727°C, conforme Figura 1. Figura 1 – Estrutura Cristalina conforme diagrama de fases Fonte: CHIAVERINI (2005) 28 3.1.2 MICROESTRUTURA CRISTALINA A microestrutura cristalina presente em um aço SAE 4140 abaixo da temperatura crítica 727°Cé composta de Ferrita e Perlita, (CHIAVERINI, 2005), conforme Figura 2 Figura 2 - Representação da microestrutura Ferrita (F) e Perlita (P) Fonte: CHIAVERINI, 2005 Segundo CHIAVERINI (2005) a microestrutura de um aço pode sofrer alterações conforme a composição química, principalmente em função do teor de carbono, como pode ser observado no diagrama 1. Diagrama 1 - Diagrama de equilíbrio Fe-C Fonte: CHIAVERINI, 2005 29 3.1.3 PROPRIEDADES MECÂNICAS DO AÇO SAE 4140 Conforme CALLISTER (2008), as propriedades mecânicas do aço SAE 4140 referentes a densidade, coeficiente de Poisson, módulo de Young, resistência à tração, alongamento, redução de área, dureza e resistência a impacto estão relacionadas, conforme Tabela 2. Tabela 2 - Propriedades Mecânicas do aço SAE 4140 Propriedades Densidade (10³ Kg/m³) 7,7 – 8,03 Coeficiente de Poisson 0,27 – 0,3 Módulo de Young (GPa) 190 – 210 Resistencia à Tensão (MPa) 655 Tensão de Escoamento (MPa) 417,1 Alongamento (%) 25,7 Redução de Área (%) 56,9 Dureza (HB) 197 Resistência a Impacto (J) 54,5 Fonte: CALLISTER, 2008 4 30 5 CORPO DE PROVAS NAVY-C O corpo de prova NAVY-C (anel C da Marinha) foi projetado para estudar as mudanças dimensionais que ocorrem no tratamento térmico de componentes endurecidos e/ou cementados, o poder do NAVY-C é que ele pode ser adaptado e usado durante a execução de ciclos de produção para determinar o desempenho geral, condição do forno e do processo de tratamento térmico que está sendo realizado nele. O propósito do NAVY-C é revelar os seguintes tipos de informação: Uniformidade da dureza (superfície, núcleo); Mudança dimensional; Distorção geométrica; Eficácia e uniformidade do resfriamento (tipo de óleo, agitação, temperatura); Uniformidade do tratamento de endurecimento; Uniformidade microestrutural (incluindo níveis de Austenita Retida) Estado de tensão da superfície do material O NAVY-C normalmente são fabricados em materiais ferrosos (aço carbono, aço inoxidável, aço ferramenta, entre) e não ferrosos (alumínio, titânio, entre outros). É importante que os corpos de prova sejam feitos do mesmo material, pelo mesmo processo e com o mesmo ciclo de trabalho que as peças de produção. 5.1 GEOMETRIA DO NAVY-C Segundo a Revista Industrial Heating, são cilindros curtos com um furo excêntrico e aberto em um extremo, sendo que o projeto original deve estar em conformidade com as Especificações do Departamento da Marinha dos EUA para 31 Aços para Ferramentas, tendo espessura de 25,4 mm (1 polegada), conforme apresentado na Figura 3. Figura 3 - NAVY-C Modelo padrão 1A Fonte: Herring, 2016 Modificações deste desenho são comuns para espelhar o tamanho e a espessura de peças reais sendo processadas. É importante executar os anéis C das mesmas dimensões físicas dentro de uma determinada carga. Figura 4 - NAVY-C Modelos padrões 1B e 1C Fonte: Herring, 2016 O modelo definido conforme Figura 4 ou conforme aplicação, é importante que todos os copos de prova seja medidos antes e depois do tratamento térmico usando um sistema de medição por coordenadas (MMC) para determinar com precisão as dimensões geométricas. 32 6 USINAGEM A usinagem é uma forma de fabricação utilizada para criar objetos de metais, madeiras, polímeros entre outros. Durante este processo, os trabalhadores cortam materiais para alterar a aparência e forma de um produto, conforme requisito previamente estabelecido. A usinagem serve como uma alternativa a outras formas de processos de produção, incluindo a moldagem e a fundição. São um dos métodos mais eficazes de se criar peças muito finas, objetos com muitos detalhes, e que não são muitas vezes possíveis por meio de técnicas de fundição e moldagem. Ela pode ser utilizada para fazer uma grande variedade de produtos, desde parafusos, bem como objetos maiores, como ferramentas manuais e componentes automotivos. 6.1 TORNEAMENTO Torneamento é a combinação de dois movimentos: rotação da peça e movimento de avanço da ferramenta, conforme Figura 5. Em algumas aplicações, a peça pode ser estacionária, com a ferramenta girando ao seu redor para cortá-la, mas basicamente o princípio é o mesmo. O movimento de avanço da ferramenta pode ser ao longo da peça, o que significa que o diâmetro da peça será torneado para um tamanho menor. Alternativamente a ferramenta pode avançar em direção ao centro, para o final da peça, o que significa que a peça será faceada. Frequentemente, são combinações dessas duas direções, resultando em superfícies cônicas ou curvas. Figura 5 – Torneamento e Faceamento 33 Fonte: Os Autores, 2019. 6.2 RETIFICA PLANA São altamente especializadas na atividade de retificar, ou seja, tornar plano a superfície do material corrigindo imperfeições e diminuindo a rugosidade. Geralmente, este tipo de usinagem é posterior ao fresamento, para um melhor acabamento da superfície e mantido um sobremetal que varia de 0,2 a 0,4 mm. 6.3 ELETROEROSÃO A FIO Eletroerosão é um processo de usinagem de precisão onde não há contato mecânico entre a peça a ser usinagem e a ferramenta de corte, nesse caso o fio. A usinagem se dá por descargas elétricas altamente controladas pelos geradores das máquinas com descargas em pontos previamente determinados pelo programa de corte. A máquina de eletroerosão conforme Figura 6 (erosão por centelhamento) e um método envolvendo descargas elétricas entre o anodo (grafite ou cobre) e o catodo (aço ferramenta ou outro material que está sendo usinado) em um meio 34 dielétrico. Esta descarga e controlada de tal maneira que a erosão da ferramenta ou peça de trabalho ocorra. Figura 6 – Eletroerosão a fio Fonte: Os Autores, 2019. Durante a operação, o anodo (eletrodo) trabalha se mergulhando na peça de trabalho, o qual adquire a mesma forma do anodo em forma contraria. O dielétrico ou liquido limpante que também e assim chamado, fica ionizado durante as operações de descargas. Os íons com carga positiva chocam-se contra o catodo, imediatamente a temperatura da camada externa do aço atinge uma alta temperatura, que faz com que o aço no local funde, formando pequenas gotas de metal fundido que são levadas como “cavacos” dentro do dielétrico. 35 7 TOLERÂNCIA GEOMETRICA A tolerância dimensional não será aprofundada neste trabalho, mas refere-se aos desvios aceitáveis para mais ou para menos nas medidas da peça. Nos desenhos técnicos este tipo de tolerância vem indicado ao lado da dimensão nominal da cota. A tolerância geométrica que compreende as variações aceitáveis das formas e das posições dos elementos na execução de uma peça. 7.1 PARALELISMO Consiste em uma linha paralela a outra quando ambas são equidistantes em toda sua extensão, mas o paralelismo também pode ser de superfícies. A tolerância de paralelismo corresponde ao desvio aceitável de equidistância entre dois elementos, um dos quais é o elemento tolerado e o outro é o elemento tomado como referência conforme a Figura 7. (Mitutoyo, p. 62, 2000) Figura 7 Paralelismo Fonte: Mitutoyo. Tolerância Geométrica, p. 62, 2000. 36 7.2 MMC - MÁQUINAS DE MEDIR POR COORDENADAS A máquina de medição tridimensional por coordenadas conforme Figura 8 é amplamente usada na indústria por sua capacidade de determinar com exatidão as três dimensões dos mais variados objetos. Uma máquina de medição tridimensional por coordenadas permite a comparação e a análise de um modelo físico de determinado componente em relação ao que foi desenhado, garantindo que o resultado final seja idêntico ao projeto. Figura 8 – Máquina de Medir por Coordenadas Mitutoyo Fonte: Mitutoyo. Folheto técnico, p. 1, 2016. Esta medição é feita por meio do localizador instalado na máquina de medição tridimensional por coordenadas. Este dispositivo estabelece alguns pontos de contato com o objeto colocado no seu espaço de trabalho e determina sua posição e dimensões exatas.Este contato é feito por meio de uma articulação eletromecânica, conhecida como apalpador, com a ajuda de sensores instalados na máquina. 37 8 TRATAMENTO TÉRMICO 8.1 ALÍVIO DE TENSÕES Muito embora o tratamento de alívio de tensões não promova mudanças significativas nas estruturas no material, sua execução tem benefícios marcantes e pode ser decisivo em determinadas situações. Por causa das inúmeras etapas térmicas e mecânicas pelas quais um aço passa até ter sua forma final, tensões residuais vão se acumuladas e podem provocar deformações intensas e até trincas. Uma maneira de eliminar essas tensões é por meio do tratamento térmico subcrítico de alívio de tensões. Subcrítico, conforme gráfico 1 porque é realizado a uma das temperaturas abaixo A1, de forma que não haja nenhuma mudança de fase, mas somente uma redução do limite elástico que colabora para a redução das tensões residuais do material. Gráfico 1 – Tratamento Térmico de Alivio de Tensões Fonte: Os Autores, 2019 As temperaturas empregadas geralmente são inferiores a 650°C, sendo o aquecimento mais lento quanto menor for a tenacidade do material, e o resfriamento uniforme e vagaroso (geralmente realizado dentro do forno) até pelo menos 300°C. 38 Como o decréscimo do limite elástico ocorre a partir dos 300°C, temperaturas próximas a esse valor apresentam resultados pouco satisfatórios, devendo-se escolher temperaturas na faixa dos 500 a 600°C. (FREITAS, p. 40 – 41,2014) 8.2 RECOZIMENTO: O termo recozimento empregado quando se faz referência ao tratamento térmico que tem o objetivo de produzir uma estrutura de baixa dureza e alta ductilidade. São utilizados vários temas para caracterizar os diferentes tipos de recozimento em função da característica específicas, onde cada um dele pode conferir. Dentre os mais conhecidos e utilizados destacam-se: (FREITAS, p. 41,2014) Recozimento Pleno; Recozimento para homogeneização; Recozimento de grão grosso; Recozimento subcrítico; Coalescimento ou esferodização. Que constitui no aquecimento do aço acima da ZC (zona crítica), conforme gráfico 2 durante o tempo necessário e suficiente para se ter solução do carbono ou dos elementos de liga no ferro gama, seguindo de um resfriamento lento, realizado ou mediante o controle da velocidade de resfriamento do forno e deixando que o aço resfrie ao mesmo tempo que ele. Gráfico 2 – Tratamento Térmico de Recozimento 39 Fonte: Fonte: Os Autores, 2019 A temperatura para recozimento pleno é de mais ou menos 50ºC acima do limite superior da zona crítica - linha A3 - para aços hipoeutetóides e acima do limite inferior - linha A1 - para os hipereutetóides. Para estes aços, não se deve ultrapassar a linha superior Acm porque, no resfriamento lento posterior, ao ser atravessada novamente essa linha, formar-se-ia nos contornos dos grãos de ausência um invólucro contínuo e frágil de carboneto. Os microconstituintes que resultam do recozimento. (Apostila Spectru Instrumental Científico, p. 08 - 10, 2009) 8.3 NORMALIZAÇÃO: Consiste no aquecimento do aço a uma temperatura acima da zona crítica, seguindo de resfriamento no ar, conforme gráfico 3 Para os aços hipoeutetóides, pode-se admitir que a temperatura de aquecimento ultrapasse a linha A3 e para os hipereutetóides a linha Acm sem os inconvenientes, neste último caso, no esfriamento ao ar que se seguem da formação do invólucro frágil de carbonetos. A normalização visa refinar a granulação grosseira de peças de aço fundido principalmente; frequentemente, e com o mesmo objetivo, a normalização é aplicada em peças depois de laminadas ou forjadas. Gráfico 3 – Tratamento Térmico de Normalização 40 Fonte: Fonte: Os Autores, 2019 A normalização é ainda usada como tratamento preliminar à têmpera e ao revenido, justamente para produzir estrutura mais uniforme do que a obtida por laminação. Os constituintes que se obtém na normalização são ferrita e perlita fina ou cementita e perlita fina. Eventualmente, dependendo do tipo de aço, pode-se obter a bainita. (Apostila Spectru Instrumental Científico, p. 11, 2009) 8.4 TÊMPERA: Consiste no resfriamento rápido do aço de uma temperatura superior à sua temperatura crítica (mais ou 50ºC acima da linha A1 os hipereutetóides) em um meio como óleo, água, salmoura ou mesmo ar. A velocidade de resfriamento, nessas condições, dependerá do tipo de aço, da forma e das dimensões das peças. Como na têmpera o constituinte final desejado é a martensita, o objetivo dessa operação, sob o ponto de vista de propriedades mecânicas, é o aumento da dureza deve verificar-se até uma determinada profundidade, conforme diagrama 2. Resultam também da têmpera redução da ductilidade (baixos valores de alongamento e estricção), da tenacidade e o aparecimento de apreciáveis tensões internas. Tais inconvenientes são atenuados ou eliminados pelo revenido. (Apostila Spectru Instrumental Científico, p. 11, 2009) Diagrama 2 – Curva de Temperabilidade Aço SAE 4140 41 Fonte: GGD Metals,2015 Segundo CALLISTER (2008) o tratamento de beneficiamento de um material consiste em realizar o tratamento térmico de têmpera e revenimento no mesmo material, conforme Gráfico 4. Gráfico 4 - Esquemático de um tratamento térmico de têmpera e revenimento Fonte: Os Autores, 2019 8.4.1 DIAGRAMA TTT AÇO SAE 4140 42 Para tratar termicamente um material é necessário verificar as informações pertinentes ao mesmo através de uma consulta ao Heat Treater's Guide: Practices and Procedures for Irons and Steels, onde é possível ter uma orientação quanto à temperatura a ser utilizada, assim como o tempo de resfriamento conforme o tratamento térmico desejado (ATKINS, 1980). Conforme ATKINS (1980) há um diagrama TTT – Tempo, Temperatura e Transformação, para cada material, o diagrama 3 é referente ao aço SAE 4140. Diagrama 3 - TTT do aço SAE 4140 Fonte: KRAUSS, 1984 8.4.2 AÇO SAE 4140 APÓS TRATAMENTO TÉRMICO Ao realizar o tratamento térmico de Têmpera, que consiste em transformar a microestrutura presente no aço SAE 4140 que é predominantemente ferrita e perlita em austenita em uma temperatura em torno de 900°C, seguido de um resfriamento brusco em um tempo máximo de 2 segundos a uma temperatura inferior a 200°C, 43 para que a microestrutura austenita seja transformada em martensita, aumentando assim a dureza do material (ATKINS, 1980). A martensita é uma estrutura monofásica fora de equilíbrio, resultante de uma transformação adifusional da austenita. A transformação ocorre quando a taxa de resfriamento brusca é rápida o suficiente para prevenir a difusão do carbono, pois qualquer difusão que por ventura ocorra, resultará na formação das fases ferrita e cementita. A austenita possui estrutura CFC que sofre uma transformação polimórfica para martensita tetragonal de corpo centrado (TCC), sendo formada por uma solução sólida supersaturada de carbono no ferro. (CALLISTER, 2008) Segundo o catálogo Aços para Construção Mecânica – ACM (2007) após a realização do beneficiamento do aço SAE 4140 as propriedades mecânicas deverão contemplar os valores especificados conforme Tabela 3. Tabela 3 - Propriedades do aço SAE 4140 pós-Têmpera Limite de Resistência Limite de Escoamento Alongamento Estricção Dureza 138 Kgf/mm2 122 Kgf/mm2 12 % 42 % 397 HB Fonte: ACM,2007. Caso seja necessário realizar uma operação mecânica onde é necessário diminuir a dureza de um material que foi tratado termicamente, por exemplo, a soldagem, é necessário fazer outro tipo de tratamento térmico chamado de recozimento (ATKINS, 1980). Diagrama 4 - Intervalos de formação da martensita tipo ripas e tipo placas. 44 Fonte ATKINS, 1980. Na Diagrama 4 observa-se que as temperaturas Ms (temperatura de início da transformação martensítica) e Mf (temperatura final da transformação martensítica) dos aços são funções do teor de carbono. 8.5 REVENIMENTO: O revenido éo tratamento térmico que normalmente acompanha a têmpera, pois elimina a maioria dos inconvenientes produzidos por ela, além de aliviar as tensões internas, corrige as excessivas dureza e fragilidade do material, aumentando sua ductilidade e resistência ao choque. O aquecimento na martensita permite a reversão do reticulado instável ao reticulado estável cúbico centrado, produz reajustamento internos que aliviam as tensões e, além disso, uma precipitação de partículas de carbonetos que cresce e se aglomeram de acordo com a temperatura e o tempo. (Spectru, p. 12, 2009) Diagrama 5 – Curva de Revenimento. Têmpera a partir de 850ºC 45 Fonte: GGD Metals,2015. Deve ser realizado imediatamente após a têmpera quando a temperatura atingir ± 70ºC. A temperatura de revenimento deve ser selecionada de acordo com a dureza especificada no componente conforme Diagrama 5. Para isto utilizar a curva de revenimento. Manter na temperatura de revenimento por no mínimo 1 hora para cada 25 mm de espessura e utilizar no mínimo por duas horas. Não revenir entre 230 - 370ºC por causa da fragilidade ao revenido. 9 46 10 COMPOSIÇÃO QUIMICA Os elementos de ligas presentes na composição química do aço SAE 4140 influenciam diretamente a temperabilidade do material, deslocando a curva TTT para esquerda (reduzindo a temperabilidade) ou para direita (aumentando a temperabilidade), todavia a influência dos elementos químicos varia conforme o percentual presente na composição química do material. 10.1INFLUENCIA DOS ELEMENTOS DE LIGA NO TT Os elementos principais do aço SAE 4140 são: ferro, carbono, manganês, silício, cromo e molibdênio, contendo a composição media conforme Tabela 4. Tabela 4 – Influencia dos elementos de liga no Aço Influência nas Propriedades Elementos C Mn P S Si Cr Mo Aumento da Resistencia x x x x Aumento da Dureza x x x x Redução da Ductilidade x x x Aumento da resistência em altas temperaturas x Aumento da Temperabilidade x x Ação desoxidante x x Redução da Soldabilidade x Fonte: Os Autores, 2019. Conforme Tabela 4 o carbono aumenta a resistência mecânica, todavia reduz a ductilidade e dificulta a soldabilidade. O Manganês e o silício possuem as mesmas características do carbono, entre tanto não reduz a ductilidade e possui ação desoxidante. 47 O cromo e molibdênio proporciona maior temperabilidade, deslocando a curva do TTT para direita, devido a este fator o aço SAE 4140 possui media temperabilidade, mas, o molibdênio aumenta a resistência em altas temperaturas 10.2ESPECTROMETRO É um instrumento utilizado para análise da composição química de metais, que possui a capacidade de medir e comparar a quantidade de luz (radiação eletromagnética) absorvida, transmitida ou refletida, de cada elemento químico, onde cada elemento possui sua característica sendo possível diferenciar e quantificar os elementos presentes na amostra. Figura 9 - Stationary Optical Emission Spectrometers Fonte: Catálogo Metals Analysis Without Compromis, p. 2, 2019. Muito utilizado para materiais ferrosos e não ferrosos, pois é capaz de analisar impurezas de matérias primas, ligas soldas, e metais preciosos, composição de escórias, verificação de matéria prima, caracterização de ligas, entre outras aplicações conforme a Figura 9. 48 11 DUREZA Dureza propriedade mecânica de um material que permite resistir à deformação plástica (permanente) através da penetração, O ensaio de dureza é considerado não destrutivo, pois não compromete a utilização da peça ou corpo de prova, pois deixa uma pequena marca superficial no material. Os tipos de durezas existentes são: Risco – Dureza Mohs Choque ou Ressalto – Dureza Shore Penetração – Dureza Brinell, Meyer, Vickers e Rockwell Utilizada para especificações de materiais, resistência ao desgaste, qualidade de tratamentos térmicos, termoquímicos e superficiais, controle de qualidade em processo de conformação plástica e em processos de ligação, entre outros. 11.1DUREZA POR PENETRAÇÂO Os ensaios de penetração baseiam-se em produzir uma deformação permanente na superfície do material pela aplicação de uma carga, durante um determinado intervalo de tempo, através de um penetrador, que varia conforme os ensaios e escala utilizada, sendo os ensaios atualmente mais utilizados: 11.1.1 Dureza Rockwell Em 1922, Rockwell desenvolveu um método de ensaio de dureza que utilizava um sistema de pré-carga. Este método apresenta algumas vantagens em relação ao ensaio Brinell, pois permite avaliar a dureza de metais diversos, desde os mais moles até os mais duros. Entretanto, também tem limitações, o que indica que está longe de ser a solução técnica ideal. (ESSEL Ensaio Materiais Aula 12) 49 O ensaio Rockwell é hoje o processo mais utilizado no mundo inteiro, devido à rapidez e à facilidade de execução, isenção de erros humanos, facilidade em detectar pequenas diferenças de durezas e pequeno tamanho da impressão. Para realizar o ensaio, primeiro se aplica uma pré-carga, para garantir um contato firme entre o penetrador e o material ensaiado, e depois se aplica a carga do ensaio propriamente dita. A leitura do grau de dureza é feita diretamente num mostrador acoplado à máquina de ensaio, de acordo com uma escala predeterminada conforme Figura 10, adequada à faixa de dureza do material. (ESSEL Ensaio Materiais Aula 12) Figura 10 – Escala de dureza em máquina Rockwell Fonte: ESSEL Ensaio Materiais Como visto na Tabela 5 na máquina Rockwell normal, cada divisão da escala equivale a 0,02 mm, utiliza-se uma pré-carga de 10 kgf e a carga maior pode ser de 60, 100 ou 150 kgf. Tabela 5 – Escala de Dureza Rockwell ESCALA DE DUREZA ROCKWELL Escala Cor da Escala Carga Maior Penetrador Faixa de Utilização Aplicação A Preta 60 Diamante Cone 120º 20 a 88 HRA Carbonetos, folha de aço com fina camada superficial endurecida. 50 C Preta 150 Diamante Cone 120º 20 a 70 HRC Aço, titânio, aços com camada endurecida profunda, matérias com HRB>100. D Preta 100 Diamante Cone 120º 40 a 77 HRD Chapas de aço finas com media camada endurecida. B Vermelha 100 Esfera de Aço 1,58 mm 20 a 100 HRB Ligas de cobre, aços brandos, ligas de alumínio, ferro maleável, etc. Fonte: ESSEL Ensaio Materiais Não se deve comparar a dureza de materiais submetidos a ensaio de dureza Rockwell utilizando escalas diferentes. Exemplo de interpretação do resultado 64HRC: 64 é o valor de dureza obtido no ensaio; HR indica que se trata de ensaio de dureza Rockwell; C indica qual a escala empregada. Vantagens do teste Rockwell incluem a medida direta do valor da dureza e a rapidez do teste, todavia às multiplicidades de escalas não relacionadas e os possíveis efeitos da mesa usada para suporte do corpo de prova (experimente colocar uma folha de papel fino sob um bloco de teste e observe o efeito na medição da dureza). Os testes de Vickers e Brinell não são sensíveis a este efeito. 12 51 13 METALOGRAFIA Segundo Colpaert, “metalografia microscópica (ou micrografia dos metais) estuda os produtos metalúrgicos, com o auxílio do microscópio, visando à determinação de seus constituintes e de sua textura. Este estudo é feito em superfícies previamente polidas e, em geral, atacadas por um reativo adequado”. 13.1PREPARAÇÃO PARA METALOGRAFIA. Para realizar uma boa analise metalografica seja ela micro e/ou macro é necessária uma excelente preparação do corpo de prova. 13.1.1 Corte Às vezes é necessário particionar o corpo de prova para obterem-se amostras que servirão para análise metalografica. Operações mecânicas como torneamento aplainamentos e outras, impõem severas alterações microestruturais devido ao trabalho mecânico a frio. O corte abrasivo oferece a melhor solução para este seccionamento, pois elimina por completo o trabalho mecânico a frio, resultando em superfícies planas com baixa rugosidade, demodo rápido e seguro. O equipamento utilizado para o corte conhecido como “cut-off”, ou policorte, conforme Figura 11 com discos abrasivos intensamente refrigerados (evitando deformações devido ao aquecimento) a relativas baixas rotações é largamente utilizado nos laboratórios metalograficos. (LEMM Laboratório de Ensaios Mecânicos e Materiais Regis Almir Rohde) Figura 11 – Cut-Off 52 Fonte: Os Autores, 2019. 1. Colocar a amostra no centro da mesa de fixação. O centro da mesa também é o centro do disco. 2. Fixar o corpo de prova com ambas às partes da morsa; 3. Posicionar a mangueira do fluido de corte; 4. O disco deve se encontrar na posição de descanso, sem tocar na amostra; 5. Ligar o motor de acionamento do disco. Isto faz com que a bomba de fluido de corte também seja ligada; 6. Processo de corte; 7. Retornar o disco a sua posição de descanso 8. Desligar o motor. 9. Soltar o corpo de prova da mesa de fixação; 10.Efetuar a limpeza do equipamento. A operação de corte deve-se ter o máximo de cuidado para não modificar a estrutura da amostra. O corte nunca deve ser contínuo, de modo que não ocorra excessivo aquecimento (acima de 100º C) por falta de penetração do refrigerante. Evitar rebarba no final do corte para que não dificulte o embutimento. 13.1.2 Lixamento O grau de perfeição requerido no acabamento de uma amostra metalografica idealmente preparada, é essencial que cada etapa da preparação seja executada 53 cautelosamente, é um dos processos mais demorados da preparação de amostras metalograficas. A técnica de lixamento manual consiste em se lixar a amostra sucessivamente com lixas de granulometria cada vez menor, mudando-se de direção (90°) em cada lixa subsequente conforme demonstrado na Figura 12 até desaparecerem os traços da lixa anterior. Figura 12 – Mudança de direção em troca de lixa Fonte: LEMM Laboratório de Ensaios Mecânicos e Materiais. A sequência mais adequada de lixas para o trabalho metalografico com aços é 100, 220, 320, 400, 600 e 1200 (Pode haver variações). Para se conseguir um lixamento eficaz é necessário o uso adequado da técnica de lixamento, pois de acordo com a natureza da amostra, a pressão de trabalho e a velocidade de lixamento, surge deformações plásticas em toda a superfície por amassamento e aumento de temperatura. Esses fatores podem dar uma imagem falseada da amostra, cuidados a serem seguidos no processo: 1. Escolha adequada do material de lixamento em relação à amostra e ao tipo de exame final; 2. A superfície deve estar rigorosamente limpa, isenta de líquidos e graxas que possam provocar reações químicas na superfície; 3. Riscos profundos que surgirem durante o lixamento deve ser eliminado por novo lixamento; 4. Metais diferentes não devem ser lixados com a utilização da mesma lixa. 13.1.3 Polimento 54 Operação pós lixamento consiste em acabamento superficial polido isento de marcas, utiliza para este fim abrasivo como pasta de diamante ou alumina. Antes de realizar o polimento deve-se fazer uma limpeza na superfície da amostra, de modo a deixá-la isentam de traços abrasivos, solventes, poeiras e outros. A operação de limpeza pode ser feita simplesmente por lavagem com água, porém, aconselha-se usar líquidos de baixo ponto de ebulição (álcool etílico, fréon líquido, etc.) para que a secagem seja rápida. Procedimento base para realização do polimento (pode variar conforme o equipamento usado) 1. Verificar se o pano da Politriz é adequado para o tipo de abrangente e se encontra em condições de uso 2. Verificar se o pano de polimento está limpo 3. Verificar se o motor está funcionando corretamente 4. Ligar a água (baixa vazão) 5. Polimento com alumina coloque a mesma sobre o pano de polimento e abra a agua para a lubrificação e eliminação de impurezas, 6. Segurar a amostra levemente encima do pano de polimento, se recomenda movimentar a amostra o no sentido inverso ao do movimento do pano. 13.1.4 Ataque O objetivo é permitir a identificação (visualização) dos contornos de grão e as diferentes fases na microestrutura. Um reagente ácido é colocado em contato com a superfície da peça por certo tempo, onde o reagente causa a corrosão da superfície, sofrendo uma série de transformações eletroquímicas baseadas no processo de óxido-redução, cujo aumento do contraste se deve ás diferenças de potencial eletroquímico. Os reagentes são escolhidos em função do material e dos constituintes macroestruturais que se deseja contrastar na análise metalografico microscópica 14 55 15 MATERIAIS E MÉTODOS 15.1PREPARAÇÃO DOS CORPOS DE PROVA NAVY-C O Plano de fabricação e rastreabilidade conforme Tabela 6 e Figura 13 foi desenvolvido antes da confecção dos corpos de prova, visando garantir melhor controle do processo e rastreabilidade sendo identificados através de siglas e cores. Tabela 6 – Plano de Fabricação e Rastreabilidade CP Cor TAG Descrição URT Verde URT - 01 Usinado Recozido e Temperado – Amostra 01 URT - 02 Usinado Recozido e Temperado – Amostra 02 URT - 03 Usinado Recozido e Temperado – Amostra 03 UNT Azul UNT - 01 Usinado Normalizado e temperado – Amostra 01 UNT - 02 Usinado Normalizado e temperado – Amostra 02 UNT - 03 Usinado Normalizado e temperado – Amostra 03 UAT Vermelho UAT - 01 Usinado Alivio de tensões e temperado – Amostra 01 UAT - 02 Usinado Alivio de tensões e temperado – Amostra 01 UAT - 03 Usinado Alivio de tensões e temperado – Amostra 01 RUT Amarelo RUT - 01 Recozido, Usinado e temperado – Amostra 01 RUT - 02 Recozido, Usinado e temperado – Amostra 02 RUT - 03 Recozido, Usinado e temperado – Amostra 03 NUT Laranja NUT - 01 Normalizado, Usinado e temperado – Amostra 01 NUT - 02 Normalizado, Usinado e temperado – Amostra 02 NUT - 03 Normalizado, Usinado e temperado – Amostra 03 AUT Roxo AUT - 01 Alivio de Tensões, Usinado e Temperado – Amostra 01 AUT - 02 Alivio de Tensões, Usinado e Temperado – Amostra 02 AUT - 03 Alivio de Tensões, Usinado e Temperado – Amostra 03 UT Cinza UT - 01 Usinado e Temperado – Amostra 01 UT - 02 Usinado e Temperado – Amostra 02 UT - 03 Usinado e Temperado – Amostra 03 Fonte: Os Autores, 2019. Figura 13 – Classificação da TAG por processo 56 Fonte: Os Autores, 2019 O material que não foi utilizado para fabricação do corpo de prova, contribuirá para realizar os ensaios de dureza, composição química e metalografia, visando analisar o estado de fornecimento do material. Figura 14 – Tarugo SAE 4140 Fonte: Os Autores, 2019 Conforme Figura 14 a empresa MECHIDRAL disponibilizou um tarugo de aço SAE 4140, com as dimensões de Ø 3½” com comprimento 500 mm, no estado de fornecimento laminado a quente. A geometria do corpo de prova foi definida e dimensionada pelo grupo conforme Figura 15 e anexo 01, visando analisar o comportamento dimensional e geométrico do corpo de prova quando submetido ao tratamento térmico. Figura 15 – desenho Técnico em mm 57 Fonte: Os Autores, 2019 Os pontos para analise dimensional e geométricas foram definidos conforme Figura 16, visando analisar possíveis deformações, por diferença de espessura, tensões residuais em cantos vivos e possíveis empenamento alterando o paralelismo do corpo de prova. Figura 16 - Mapa de pontos (MMC) Fonte: Os Autores, 2019. O projeto do Navy-C foi elaborado no inventor visando criar a forma tridimensional a partir de operações geométricas elementares, conforme Figura 17. No ambiente do programa, a criação de um sólido ou superfície tipicamente começa 58 com a definição de um sketch 2D que depois é transformado através de uma operação num modelo tridimensional, possibilitando melhor visualização do corpo de prova a ser fabricado. Figura 17 – Isométrico Fonte: Os Autores, 2019. 15.2USINAGEM A sequência de fabricação dos corpos de prova inicia pelo corte do tarugo, tendo sequência no torneamento, retifica e eletroerosão a fio. 15.2.1 CorteA serra de fita vertical foi utilizada, pois se movimenta continuamente, pela rotação de volantes e polias acionadas por um motor elétrico. E indicado para cortes materiais muito espessos, difíceis de serem cortados na serra circular. Figura 18– Serra de Fita 59 Fonte: Os Autores, 2019 O corte do tarugo foi fracionado em 2 partes, sendo 1º parte para os corpos de prova URT (Verde), UNT (Azul), UAT (Vermelho), UT (Cinza) que serão usinados antes do processo de tratamento térmico e podem ser cortados sem remover a camada superficial de oxidação do tarugo, conforme Figura 18. Figura 19 – Corte com serra de fita Fonte: Os Autores, 2019 A Figura 19 Figura 19ilustra o corte da 1º parte dos corpos de prova URT (Verde), UNT (Azul), UAT (Vermelho), UT (Cinza), foi considerado um sobremetal conforme na Figura 20 para ajuste fino posterior no processo de usinagem de retifica plana. Figura 20 – Tarugo cortado 60 Fonte: Os Autores, 2019 2º parte os corpos de prova RUT (Amarelo), NUT (laranja), AUT (Roxo), serão tratados antes do processo de usinagem, por este motivo será necessário a remoção da camada superficial de oxidação, visando a remoção de qualquer contaminante presente. 15.2.2 Torneamento Para realizar torneamento foi utilizado um torno mecânico da marca ROMI modelo TORMAX 30, conforme Figura 21, com velocidade de corte de 300 m/min, rotação de 1200 RPM, avanço 0,15 mm/rot com profundidade de corte de 1 mm. Figura 21 – Torno ROMI Fonte: Os Autores, 2019 61 A 2º parte dos corpos de prova RUT (Amarelo), NUT (laranja), AUT (Roxo), foram faceados para garantir uma superfície plana, com 0,5 mm de sobremetal, conforme Figura 22. Figura 22 – Faceamento do tarugo Fonte: Os Autores, 2019 A limpeza superficial do tarugo foi realizada no torno mecânico, removendo uma fina camada superficial, até a remoção completa da oxidação, conforme Figura 23. Figura 23 – Limpeza do tarugo Fonte: Os Autores, 2019 Após o torneamento de limpeza, o tarugo foi cortado através da serra de fita, formando 9 corpos de prova com sobremetal conforme apresentado na Figura 24, o sobremetal mantido na espessura, será removido na retifica plana. 62 Figura 24 - Corte do tarugo torneado Fonte: Os Autores, 2019 15.2.3 Retifica plana Os corpos de prova foram retificados na retifica plana conforme Figura 25 para remover o sobremetal deixado no faceamento a fim de garantir todas as peças com as mesmas medidas e garantir a planeza e o paralelismo. Figura 25 – Retifica Plana Fonte: Os Autores, 2019 63 O rebolo foi dressado para remover quaisquer irregularidades na superfície. As peças foram fixadas na mesa magnética conforme Figura 26 e realizado processo de retifica, com rotação 3200 RPM, penetração 0,05 mm e avanço da mesa 0,1 mm/m. Figura 26 – Acabamento superficial na retifica plana Fonte: Os Autores, 2019 Após a remoção do sobremetal todas as peças já estão com a mesma espessura de 13 mm, obtendo planeza e o paralelismo dos copos de prova, conforme Figura 27. Figura 27 – Corpos de prova retificados Fonte: Os Autores, 2019 Para fixar os corpos de prova na base da eletroerosão a fio foi necessário passe lateral conforme Figura 28. 64 Figura 28 – Passe lateral para fixação Fonte: Os Autores, 2019 15.2.4 Eletroerosão a Fio Para o processo de corte foi utilizado fio de cobre com espessura de 0.25mm, fixado em um dispositivo e posteriormente na mesa da máquina conforme Figura 29. Figura 29 – Corte por Eletroerosão a Fio Fonte: Os Autores, 2019 65 O equipamento está rodando o programa “Navy-C” (programa feito no software Pitágoras), conforme Figura 30, com uma duração de aproximadamente 2 horas por corpo de prova. Figura 30 – Visualizador do programa Fonte: Os Autores, 2019 Desenho desenvolvido no software Inventor transmitido em extensão DWG para o software Pitágoras para confecção do programa Figura 31 – Corpo de prova Navy-C Fonte: Os Autores, 2019 66 Depois de finalizado foi quantificado o perímetro de 333,220 mm por corpo de prova, com duração medida de corte de 2 horas, sendo necessárias 42 horas totais para fabricação dos 21 corpos de prova, conforme a Figura 31. 15.3COMPOSIÇÃO QUÍMICA Para analisar a composição química do material foi utilizado o instrumento espectrômetro conforme Figura 32. Figura 32 – Espectrômetro Fonte: Os Autores, 2019 O equipamento é capaz de medir e comparar a quantidade de luz (radiação eletromagnética) absorvida, transmitida ou refletida para uma determinada amostra, deste modo é possível identificar e determinar a concentração dos elementos presentes neste material. 15.4PRÉ-TRATAMENTO TÉRMICO 67 Os parâmetros de tratamento térmico foram determinados durante a elaboração do Plano de Fabricação e Rastreabilidade, conforme Tabela 6, com o objetivo de padronizar os paramentos de execução do tratamento térmico, conforme Figura 33. Figura 33 – Parâmetros de pré-tratamento térmico Fonte: Os Autores, 2019 Os pré-tratamentos foram definidos devido as características de cada processo, custo e a microestrutura resultante, conferindo uma determinada propriedade mecânica especifica para cada processo, visando evidenciar a influência da microestrutura para temperabilidade e analisar a deformação dimensional e geométrica pós-Têmpera. 15.5TRATAMENTO TÈRMICO TÊMPERA E REVENIMENTO Atualmente os óleos minerais são o meio de resfriamento mais utilizado para as operações de tratamento térmico de têmpera, todavia as soluções de polímeros têm ganhado espaço no mercado, devido às preocupações com o meio ambiente e com os problemas toxicológicos associados à utilização dos óleos minerais se tornam crescentes. 68 Para que a utilização dessas soluções aquosas ocorra de maneira adequada, é necessário o controle correto dos parâmetros de tratamento térmico, através deste fator determinamos os parâmetros de tempera, conforme Figura 34. Figura 34 – Paramentos de Têmpera e Revenimento Fonte: Os Autores, 2019. Para determinar a temperatura correta de revenimento foi necessário analisar o diagrama de revenimento pós-Têmpera, onde a temperatura normalmente situa-se entre 150°C e 600°C e o tempo de processo entre 1h e 3h. Todavia, quanto maior a temperatura empregada, menor será a dureza obtida pós-Têmpera. Diagrama 6 – Dureza pós Revenimento Fonte: Os Autores, 2019 69 Conforme ciclo térmico aplicado de revenimento a dureza esperada está em torno de 48 a 52 HRC, conforme Diagrama 6, todavia este resultado pode ser alterado devido ao pré- tratamentos do material. 16 70 17 MMC – MAQUINA DE MEDIR POR COORDENADAS Para analise dimensional foram de definido os pontos padrões para todos os copos de prova, conforme Figura 35, sendo possível analisar deformações causadas por tensões residuais em cantos vivos e possíveis empenamento alterando o paralelismo do corpo de prova. Figura 35 – mapa de pontos para ensaio dimensional Fonte: Os Autores, 2019 Referenciamento e alinhamento dos eixos, com posterior fixação do corpo de prova na mesa do equipamento, conforme Figura 36. (A) DIÂMETRO EXTERNO:............64 mm (B) DIÂMETRO INTERNO:.............37 mm (C) ABERTURA DO ANEL:...........6,5 mm (D) RASGO 01:...............................6,5 mm (E) RASGO 02:...............................6,5 mm (F) ESPESSURA:............................13 mm 71 Foi determinado que a cota (C) é o ponto mais crítico, pois se trata de uma região de menor resistência comprometendo os demais pontos. Figura 36 – Maquina de medir por coordenada Fonte: Os Autores, 2019 No Plano de Fabricação e Rastreabilidade, determinamos que a cota “C”, conforme Figura 35, é o ponto de maior importância para determinar a deformação no corpo de prova, pois toda deformação presente no corpo de prova resulta na abertura ou fechamento do anel, pois é região de menor resistência comprometendo os demais pontos. 72 18 DUREZAPara ensaiar a dureza do tarugo bruto de fornecimento foi necessário escolher uma escala de que abrange materiais maleáveis, devido a este motivo foi escolhida a dureza HRB, com faixa de validade de dureza 20 a 100 HRB. Figura 37 – Durômetro Fonte: Os Autores, 2019 Após o processo de Têmpera e revenimento o esperado é uma camada endurecida de grande profundidade, onde a dureza HRB não atende a faixa de validade sendo necessário utilizar escala HRC, para materiais temperados, o equipamento da Figura 37, atende as duas escalas de dureza, alterando o penetrador e/ou a carga aplicada. 18.1.1 Parâmetros Os parâmetros utilizados são tabelados conforme a característica de cada material, para o ensaio de dureza HRB, foi utilizada a escala na cor vermelha, com 73 carga de 100 kg, penetrador esférico de aço com diâmetro de 1,58 mm e faixa de validade 20 a 100 HRB. Para dureza HRC foi utilizada a escala na cor preta, com carde de 150 Kg, penetrador diamante Cone de 120º e faixa de validade 20 a 70 HRC. Figura 38 – Mapa de pontos para ensaio de dureza. Fonte: Os autores, 2019 Fonte: Os Autores, 2019. Visando garantir um padrão de analise, foi elaborado um mapa de pontos conforme Figura 38, com o objetivo de verificar a variação de dureza com a massa do corpo de prova, de acordo com a geometria. 74 19 METALOGRAFIA Para garantir os resultados dos pré tratamentos e da Têmpera e Revenimento é necessário analisa a estrutura do material de fornecimento, visando comparar a eficácia dos pré-tratamentos e tratamento térmico de Têmpera e Revenimento. O material que não foi utilizado para fabricação dos corpos de prova, foi cortado para analisar a seção transversal e longitudinal, conforme Figura 39.Figura 39 Figura 39 – Secção para análise metalografica do tarugo Fonte: Os Autores, 2019 O processo de conformação para obtenção do tarugo influencia diretamente a microestrutura e as propriedades mecânicas, devido a este motivo será analisando as duas secções do material. Figura 40 - Secção para análise metalografica do corpo de prova pré Fonte: Os Autores, 2019 Para análise dos corpos de prova com pré-tratamento foi analisado a secção longitudinal (1) e transversal (2), conforme Figura 40 e anexo 2. 75 Figura 41 – Corpo de prova embutido Fonte: Os Autores, 2019 As amostras selecionadas foram sobras da usinagem dos corpos de AUT, NUT e RUT, conforme Figura 41. 19.1.1 Equipamentos Para preparação dos corpos de prova, foram utilizadas lixadeiras orbital de bancada da marca Arotec, modelo Aropol 2V, conforme Figura 42. Figura 42 – Lixadeira orbital de bancada Fonte: Os Autores, 2019 76 As amostras foram lixadas manualmente com lixas de granulometria 120, 220, 320, 400 e 600, sempre mudando a direção em 90° e realizado o processo de limpeza a cada troca de lixa. Para as lixas 120 e 220 aplicamos maior pressão e conforme aumento da granulometria reduzimos a pressão do corpo de prova sobre a lixa. Para o processo de polimento dos corpos de prova foi utilizado o mesmo equipamento conforme descrito no item 13.1.1, todavia foi utilizado pano para polimento conforme Figura 43. Figura 43 – Politriz orbital de bancada Fonte: Os Autores, 2019 As amostras foram polidas manualmente com abrasivos a base de alumina de 1,0 e 0,05 µm, com movimentos rotativos aleatórios e baixa pressão do corpo de prova sobre o pano. 20 77 21 ANÁLISE DE RESULTADOS 21.1MICROGRAFIA Foi realizada na matéria prima, para analisar o estado de fornecido do material, visando identificar a estrutura presente, uniformidade dos grãos e identificar o processo de obtenção do material. Figura 44 – Metalografia do tarugo SAE 4140 - matéria prima Fonte: Os Autores, 2019 Conforme Figura 44, as amostras foram atacadas com nital 5% durante aproximadamente 2 segundo, sendo obtida microestrutura com matriz ferrítica e grãos de perlita, tendo característica de material trabalhado a quente, com grãos desordenados e de tamanhos heterogêneos. Figura 45 – Metalografia do Corpo de Prova Recozido - RUT 78 Fonte: Os Autores, 2019. O pré-tratamento térmico de recozimento, em comparação com a matéria prima, conferiu as amostras uma boa uniformidade no tamanho de grão, todavia com aspecto mais arredondado com início de esferodização da cementida da perlita, devido ao resfriamento mais lendo dentro do forno, reduzindo tensões internas em ambas as secções do corpo de prova, conforme Figura 45. Conferiu também um aumento do espaçamento interlamelar que reduzindo a dureza do material. Figura 46 – Metalografia do Corpo de Prova Normalizado - NUT 79 Fonte: Os Autores, 2019. O pré-tratamento térmico de normalização, em comparação com a matéria prima e ao recozimento, conferiu as amostras melhor uniformidade no tamanho de grão, com o aspecto da perlita mais refinado (Espaçamento interlamelar menor) e homogêneo, devido à alta temperatura de austenitização e o resfriamento mais acelerado, conferindo o aumento da dureza do material, conforme Figura 46. Figura 47 – Metalografia do Corpo de Prova com Alivio de Tensões - AUT 80 Fonte: Os Autores, 2019. O pré-tratamento térmico de Alivio de Tensões, em comparação com a matéria prima, conferiu as amostras media uniformidade no tamanho de grão com aspecto mais arredondado sendo iniciado a esferodização da cementida da perlita, devido ao tempo de patamar em temperatura subcrítica, conforme Figura 47. A têmpera consiste no momento em que ocorre a transformação martensítica, a estrutura do material CFC (austenita) é transformada em TCC martensita, onde os átomos de carbono, nitrogênio e demais elementos de liga são impedidos de se difundirem para seus lugares, permanecendo em solução. Figura 48 - Metalografia do corpo de prova temperado e revenido, região de analise ponta. Fonte: Os Autores, 2019. 81 Na Figura 48, foram encontrados grãos com aspecto mais agulhado, devido ser a região de menor massa do corpo de prova, conferindo uma velocidade de resfriamento mais rápida. Figura 49 - Metalografia do corpo de prova temperado e revenido, região de analise base. Fonte: Os Autores, 2019. Comparando a estrutura obtida na Figura 49, com a ponta do corpo de prova conforme Figura 48, os grão de martensita são mais arredondados, devido a menor velocidade de resfriamento por causa da maior massa em comparação com a ponta do corpo de prova. 21.2ANÁLISES FÍSICAS E DIMENSIONAIS 21.3ANÁLISE QUÍMICA A composição química teórica esperada para o Carbono neste material é 0,38 a 0,43%, todavia a análise química obtida através do espectrômetro, onde foi constatado o percentual de carbono acima do esperado, conforme Tabela 7 abaixo: Tabela 7 – Análise da composição química do aço SAE 4140 Queima Fe C Si Mn P S Cr Mo 1º 96,6 0,461 0,252 0,845 0,0215 0,0341 0,946 0,153 2º 96,6 0,450 0,254 0,851 0,0187 0,0315 1,000 0,152 3º 96,6 0,472 0,261 0,858 0,0194 0,0251 0,912 0,153 4º 96,6 0,482 0,255 0,831 0,0190 0,0250 0,951 0,15 82 5 5º 96,6 0,454 0,295 0,827 0,0185 0,0312 0,915 0,147 Media 96,6 0,465 0,273 0,833 0,0203 0,0316 0,942 0,153 Fonte: Os Autores, 2019 Para garantir maior precisão dos resultados foi necessário realizar analise do carbono enxofre, conforme Tabela 8 abaixo: (carbono enxofre) Tabela 8 – Carbono enxofre Queima C S 1º 0,436 % 0,249 % 2º 0,424 % 0,254 % 3º 0,421 % 0,256 % Media 0,427 % 0,253 % Fonte: Os Autores, 2019 Os resultados obtidos da composição química estão dentro do esperado para o aço SAE 4140. 21.3.1 Dimensional Para garantir o controle dimensional durante todo o processo, foram separados os corpos de prova em lotes, sendo lote 01, conforme Tabela 9, que consiste no pré- tratamento realizado na matéria prima mais a TAG “UT” e lote 02, conforme Tabela 10 e Tabela 12, onde os pré-tratamentos foram realizados após a usinagem. Os corpos de prova passaram pela analise dimensional na MMC para obter as dimensões nominais (pós-corte)e comparado com a saída do processo (temperado e revenido), onde os resultados de valores positivos representam o aumento das cotas e os valores negativos representam redução da cota em questão. 83 O ponto de maior importância dimensional, conforme apresentado no capitulo 11, na Figura 35 é a cota “C”, pois é denominado ponto crítico. Tabela 9 - Resultado dimensional LOTE 01 (Comparação do corte inicial com o temperado) RUT - 01 RUT – 02 RUT - 03 RUT - 01 RUT – 02 RUT - 03 A 64,09 64,08 64,08 64,08 mm ± 0,01 64,24 64,20 64,22 64,22 mm ± 0,02 0,21% B 39,92 37,92 36,91 38,25 mm ± 1,25 37,10 37,06 37,08 37,08 mm ± 0,01 -3,06% C 6,43 6,42 6,44 6,43 mm ± 0,01 6,80 6,76 6,80 6,79 mm ± 0,02 5,55% D 6,42 6,42 6,42 6,42 mm ± 0,01 6,45 6,41 6,45 6,44 mm ± 0,02 0,25% E 6,45 6,45 6,43 6,44 mm ± 0,01 6,46 6,48 6,43 6,45 mm ± 0,02 0,18% F 0,026 0,010 0,015 0,017 mm ± 0,01 0,008 0,017 0,001 0,009 mm ± 0,01 -49,02% NUT - 01 NUT – 02 NUT - 03 NUT - 01 NUT – 02 NUT - 03 A 64,04 64,08 64,06 64,06 mm ± 0,01 64,17 64,17 64,23 64,19 mm ± 0,03 0,21% B 37,02 36,97 36,98 36,99 mm ± 0,02 37,15 37,06 37,15 37,12 mm ± 0,04 0,35% C 6,54 6,51 6,51 6,52 mm ± 0,02 6,80 6,74 6,86 6,80 mm ± 0,05 4,33% D 6,49 6,47 6,47 6,48 mm ± 0,01 6,51 6,48 6,51 6,50 mm ± 0,01 0,34% E 6,57 6,52 6,53 6,54 mm ± 0,02 6,57 6,54 6,51 6,54 mm ± 0,02 0,02% F 0,005 0,012 0,010 0,009 mm ± 0,01 0,004 0,005 0,014 0,008 mm ± 0,01 -14,81% AUT - 01 AUT – 02 AUT - 03 AUT - 01 AUT – 02 AUT - 03 A 64,025 64,036 64,041 64,03 mm ± 0,01 64,154 64,203 64,188 64,18 mm ± 0,02 0,23% B 36,925 36,957 36,952 36,94 mm ± 0,02 37,101 37,141 37,085 37,11 mm ± 0,02 0,44% C 6,426 6,439 6,417 6,43 mm ± 0,01 6,791 6,895 6,752 6,81 mm ± 0,06 5,995% D 6,459 6,464 6,466 6,46 mm ± 0,01 6,416 6,49 6,461 6,46 mm ± 0,03 -0,11% E 6,492 6,525 6,53 6,52 mm ± 0,02 6,492 6,529 6,525 6,52 mm ± 0,02 -0,01% F 0,01 0,01 0,01 0,01 mm ± 0,01 0,00 0,01 0,02 0,01 mm ± 0,01 34,78% UT - 01 UT – 02 UT - 03 UT - 01 UT – 02 UT - 03 A 64,019 64,029 64,024 64,02 mm ± 0,01 64,157 64,147 64,136 64,15 mm ± 0,01 0,19% B 37,948 39,942 36,945 38,28 mm ± 1,25 37,01 37,067 37,052 37,04 mm ± 0,02 -3,23% C 6,409 6,405 6,429 6,41 mm ± 0,01 6,69 6,757 6,621 6,69 mm ± 0,06 4,29% D 6,466 6,457 6,459 6,46 mm ± 0,01 6,467 6,471 6,463 6,47 mm ± 0,01 0,10% E 6,498 6,474 6,51 6,49 mm ± 0,01 6,482 6,462 6,46 6,47 mm ± 0,01 -0,40% F 0,011 0,034 0,054 0,033 mm ± 0,018 0,016 0,024 0,065 0,035 mm ± 0,021 6,06% Media Media Media Media Media Media Media % de deformação % de deformação % de deformação % de deformação Formulário de avaliação dimensional corpo de prova Navy C - LOTE 01 + UT Ponto Dimensão nominal Têmpera e Revenimento Têmpera e Revenimento Ponto Dimensão nominal Ponto Pós-Corte Têmpera e Revenimento Ponto Dimensão nominal Têmpera e Revenimento Media Fonte: Os Autores, 2019. Os melhores resultados dimensionais obtidos, utilizando a cota “C”, como padrão de analise foram as TAGs: UT (4,29%) e NUT (4,33%). Tabela 10 – Resultado dimensional LOTE 02 (Comparação da dimensão nominal com o pré- tratamento) 84 URT - 01 URT – 02 URT - 03 URT - 01 URT – 02 URT - 03 A 63,98 64,03 64,02 64,01 mm ± 0,02 64,04 64,01 64,03 64,03 mm ± 0,01 B 36,95 36,96 36,93 36,95 mm ± 0,01 36,96 36,94 36,93 36,94 mm ± 0,01 C 6,40 6,39 6,38 6,39 mm ± 0,01 6,46 6,43 6,41 6,43 mm ± 0,02 D 6,47 6,47 6,44 6,46 mm ± 0,01 6,45 6,44 6,45 6,45 mm ± 0,01 E 6,45 6,45 6,51 6,47 mm ± 0,03 6,49 6,43 6,49 6,47 mm ± 0,03 F 0,006 0,031 0,006 0,014 mm ± 0,01 0,005 0,027 0,007 0,013 mm ± 0,01 UNT - 01 UNT – 02 UNT - 03 UNT - 01 UNT – 02 UNT - 03 A 64,01 64,43 63,42 63,95 mm ± 0,42 64,04 64,44 64,46 64,31 mm ± 0,19 B 36,96 36,54 37,54 37,01 mm ± 0,41 37,00 36,57 37,57 37,05 mm ± 0,41 C 6,44 6,06 7,05 6,52 mm ± 0,41 6,51 6,06 7,07 6,54 mm ± 0,41 D 6,47 6,21 7,09 6,59 mm ± 0,37 6,48 6,07 7,08 6,54 mm ± 0,41 E 6,49 6,00 7,13 6,54 mm ± 0,46 6,34 6,23 7,09 6,55 mm ± 0,39 F 0,006 0,069 0,053 0,043 mm ± 0,03 0,008 0,052 0,036 0,032 mm ± 0,02 UAT - 01 UAT – 02 UAT - 03 UAT - 01 UAT – 02 UAT - 03 A 63,63 64,04 64,03 63,90 mm ± 0,19 63,64 64,07 64,05 63,92 mm ± 0,20 B 37,35 36,93 36,94 37,07 mm ± 0,19 37,34 39,93 36,94 38,07 mm ± 1,33 C 6,86 6,43 6,42 6,57 mm ± 0,20 6,85 6,43 6,43 6,57 mm ± 0,20 D 6,87 6,45 6,46 6,59 mm ± 0,19 6,86 6,46 6,46 6,59 mm ± 0,19 E 6,95 6,55 6,57 6,59 mm ± 0,18 6,94 6,55 6,56 6,68 mm ± 0,18 F 0,008 0,009 0,024 0,014 mm ± 0,01 0,014 0,008 0,009 0,010 mm ± 0,01 Formulário de avaliação dimensional corpo de prova Navy C - LOTE 02 Média Média Ponto Dimensão nominal Dimensão nominal Pré-Tratamento Pré-Tratamento Média Ponto Média Ponto Dimensão nominal Média Pré-Tratamento Média Fonte: Os Autores, 2019. Foi realizada uma análise dimensional intermediaria neste lote para verificar as possíveis deformações causadas pelo pré-tratamento, conforme Tabela 10. Tabela 11 - Resultado dimensional LOTE 02 (pós-têmpera e revenimento) 85 URT - 01 URT – 02 URT - 03 A 64,11 64,11 64,15 64,12 mm ± 0,01 0,18% B 37,11 37,12 37,12 37,12 mm ± 0,01 0,46% C 6,71 6,60 6,85 6,72 mm ± 0,02 5,15% D 6,48 6,39 6,35 6,41 mm ± 0,01 -0,77% E 6,45 6,37 6,49 6,47 mm ± 0,03 -0,53% F 0,019 0,029 0,002 0,013 mm ± 0,01 16,28% UNT - 01 UNT – 02 UNT - 03 A 64,15 64,59 63,57 64,10 mm ± 0,41 0,24% B 37,09 36,64 37,68 37,14 mm ± 0,43 0,34% C 6,81 6,29 7,39 6,83 mm ± 0,45 4,80% D 6,46 6,07 7,10 6,54 mm ± 0,43 -0,76% E 6,50 6,18 7,13 6,60 mm ± 0,40 0,95% F 0,006 0,046 0,024 0,025 mm ± 0,02 -40,63% UAT - 01 UAT – 02 UAT - 03 A 63,80 64,20 64,14 64,05 mm ± 0,17 0,24% B 37,44 37,07 37,10 37,20 mm ± 0,17 0,34% C 7,13 6,71 6,76 6,86 mm ± 0,19 4,51% D 6,88 6,50 6,48 6,62 mm ± 0,18 0,40% E 6,94 6,56 6,60 6,70 mm ± 0,17 0,18% F 0,023 0,006 0,001 0,010 mm ± 0,01 -26,83% Formulário de avaliação dimensional corpo de prova Navy C - LOTE 02 Média % de deformação Média % de deformação Ponto Ponto Têmpera e Revenimento Têmpera e Revenimento Têmpera e Revenimento Média % de deformação Ponto Fonte: Os Autores, 2019. Os melhores resultados dimensionais obtidos, utilizando a cota “C”, como padrão de analise, após o tratamento térmico de Têmpera e o revenimento foram as TAGs: AUT (4,51%) e UNT (4,80%). 21.3.2 Dureza A dureza inicial do tarugo é 101 HRB aproximadamente 24 HRC, após a realização dos pré-tratamentos foi realizado uma reorganização na microestrutura, resultando uma variação na dureza inicial, conforme pode ser analisado na Tabela 12 86 Tabela 12 – Ensaio de dureza dos corpos de prova pré-tratados Pré-tratados TAG PONTOS DE DUREZA Média A B C URT - 01 90 90 88 87 HRB ± 2,1URT - 02 88 86 86 URT - 03 85 85 84 UNT - 01 106 106 105 105 HRB ± 0,8UNT - 02 106 105 104 UNT - 03 106 105 104 UAT - 01 104 104 101 103 HRB ± 1,3UAT - 02 104 102 101 UAT - 03 104 104 103 RUT - 01 86 86 85 85 HRB ± 0,7RUT - 02 87 85 84 RUT - 03 86 86 85 NUT - 01 104 103 102 103 HRB ± 1,2NUT - 02 105 105 103 NUT - 03 104 103 101 AUT - 01 102 102 101 102 HRB ± 1,7AUT - 02 105 103 103 AUT - 03 101 100 99 Fonte: Os Autores, 2019. Conforme ciclo térmico aplicado para têmpera e revenimento, apresentado na Figura 34, toda dureza que não estiver conforme os requisitos do Diagrama 6, serão descartadas, pois não atingiu o requisito mínimo para aplicação pratica. Tabela 13 – Ensaio de dureza dos corpos de prova pós-têmpera e revenimento Temperado e Revenido TAG PONTOS DE DUREZA Média A B C URT - 01 39 38 33 38 HRC ± 2,5URT - 02 38 36 34 URT - 03 41 39 40 UNT - 01 51 50 50 49 HRC ± 2,1UNT - 02 49 46 45 UNT - 03 52 49 49 UAT - 01 53 49 48 49 HRC ± 1,8UAT - 02 49 48 46 UAT - 03 51 49 49 RUT - 01 49 47 47 51 HRC ± 2,4 RUT - 02 53 52 52 87 RUT - 03 54 52 52 NUT - 01 51 49 49 50 HRC ± 2,0NUT - 02 51 51 47 NUT - 03 55 51 50 AUT - 01 55 54 53 52 HRC ± 2,4AUT - 02 49 49 48 AUT - 03 53 53 51 UT - 01 54 51 48 51 HRC ± 2,2UT - 02 52 48 48 UT - 03 54 53 52 Fonte: Os Autores, 2019. Conforme Tabela 13 a TAG “URT” não atingiu a dureza necessária, devido a este motivo será descartada das análises posteriores,todavia os demais resultados obtidos pós-têmpera encontram-se dentro da faixa do Diagrama 6. 88 CONCLUSÃO Através deste estudo foi possível evidenciar a influência do pré-tratamento térmico na deformação dimensional e geométrica, sendo descartado a influência do corte por eletroerosão a fio, devido aos baixos esforços durante o corte do material. Com relação a deformação dimensional na cota “C”, a TAG “UT” apresentou os melhores resultados, todavia não podemos considerar somente este dado, pois a microestrutura apresentada não e tão homogenia quanto comparados com as TAGs que passaram pelos Pré-tratamentos. Dentre os pré-tratamentos a TAG “NUT” apresentou menor deformação dimensional na cota “C” e maior uniformidade na microestrutura, sendo obtido grãos mais refinado quando comparada com a TAG “UAT” TRABALHOS FUTUROS 89 Definir uma aplicação especifica, visando comparar os resultados de deformação e dureza apresentado neste trabalho Analisar a influência do pré-tratamento térmico na deformação dimensional e geométrica utilizando o corpo de Prova modelo A ou B e comparar com os resultados obtidos. Analisar as deformações no aço SAE 1045, conforme literaturas é um aço com maior tendência a deformação dimensional. 90 REFERÊNCIAS ACM, - Aços Para Construção Mecânica. Catálogo de apresentação dos produtos da unidade de aços da empresa Bardella S.A. Indústrias Mecânicas, 2007 Disponível em: http://www.favorit.com.br/sites/default/files/tabelas/acos_para_construcao_mecânica. html. Acesso em: 17 de Nov. 2019 ATKINS, M. Atlas of continous cooling transformation diagrams for engineering steels. 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