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Adolfo - Anatomia I

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Prévia do material em texto

1 
 
RESUMOS DE 
ANATOMIA I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rafael Barão 
Monitor de Anatomia I e II 
3ª Edição - Ano lectivo 2018/2019 
 
2 
 
Nota Introdutória 
 
 
O Adolfo, depois de várias décadas a assistir às aulas teóricas de Anatomia, está pronto para 
ensinar os incautos caloiros. Ávido escritor e inabalável pedagogo, vê-se, no entanto, 
fisicamente incapaz de escrever por sua própria mão. Como tal, serviu-se de um solícito 
quinto-anista para criar estes resumos, que nascem da necessidade de preencher um vazio 
no canon anatómico da FMUC: um material de estudo, adequadamente conciso e 
sistematizado (sebentiforme), que garanta o sucesso anatómico sem colocar em causa a 
integridade das pestanas e da psyche do estimado colega. 
 
Estes resumos não pretendem ser um manual de estudo. Pretendem sim, ser um humilde 
resumo dos pontos-chave da anatomia – contando com informação compilada a partir dos 
principais textos anatómicos disponíveis – sem, no entanto, dispensar a consulta dos manuais 
recomendados pela Regência para uma explicação mais completa. 
 
Naturalmente que, tendo em conta que um estudante de Medicina na UC não tem – nem 
deve ter! – tempo para ler (todos) os manuais recomendados pelas regências, estes resumos 
podem ser uma mais-valia para os mais atarefados, tunantes ou ociosos. 
A expectativa d’O Adolfo e do seu servo dactilógrafo é que estes resumos ajudem a guiar, 
sistematizar, e aprofundar o estudo da Anatomia Normal (e, ocasionalmente, da Patológica), 
necessitando sempre do uso de um Atlas em paralelo, uma vez que a transposição de 
demasiadas imagens para estes resumos encareceriam os mesmos e emagreceriam a carteira 
do estimado colega. As imagens que, apesar do suprarreferido, foram integradas nestes 
resumos são as que, sendo oriundas de outros Atlas, podem adicionar informação à já 
disponível, com o cuidado de não serem redundantes relativamente às presentes no Atlas 
obrigatório, o Netter. 
 
Para terminar, é fundamental avisar que, em momento algum, estes resumos deverão servir 
como fonte de contradição ou disputa – por mais fidedignas que sejam as fontes 
bibliográficas em que se baseiam (mesmo estas divergem umas das outras) – face ao que é 
dito em sede de aula pelos Docentes da cadeira. Estes últimos são e serão, sempre, 
soberanos. Afinal de contas, O Adolfo não mais é que um ossudo espectador pré-graduado. 
 
Um enorme cumprimento a todos os entusiastas pela Anatomia, 
 
Do vosso colega, 
Rafael Correia Barão 
 
 
3 
 
Bibliografia usada e recomendada 
Atlas de imagens: 
• Netter, Frank H., Atlas of Human Anatomy, 6ªEd., Elsevier 2014; 
o O atlas mais completo e student-friendly: indispensável 
o Todas as remissões para páginas do Netter referem-se à sua 6ª edição, a mais actualizada 
• Paulsen, F. & Waschke, J., Sobotta Atlas of Human Anatomy, 15ª Ed., Vol. 1-3, Urban & Fischer 2011; 
o Vantagem em relação ao Netter: tem imagens mais realistas, artisticamente mais apelativas, caixas de 
texto explicativas, notas clínicas e imagens de variações anatómicas 
o Desvantagem: tem as legendas em latim e não costuma ser usado nos testes práticos 
• Feneis, H. & Dauber, W., Pocket Atlas of Human Anatomy, 4ª Ed., Thieme 2000 
o O livro ideal para esclarecer dúvidas sobre a nomenclatura anatómica actual 
o Particularmente importante na Osteologia, Artrologia, Miologia e Angiologia 
o Apresenta apenas imagens, muito detalhadas, a preto e branco, com legendas explicativas 
 
Livros de texto: o Gray e o Rouvière foram os livros-base destes resumos 
• Standring, S., Gray’s Anatomy, 40ªEd., Churchill Livingstone 2014; 
o A estrutura do livro dificulta o estudo mas a informação tem base em estudos científicos recentes, tem 
notas clínicas importantes, e reflecte o conhecimento anatómico mais actual e moderno 
• Rouvière, H. & Delmas, A., Anatomia Humana, Tomo 1-4, Masson 2005; 
o Uma das bíblias da Anatomia Clássica, tem uma estrutura muito bem sistematizada 
o A versão espanhola do Rouvière é perfeitamente compreensível 
 
• Testut, L. & Latarjet, A., Tratado de Anatomia Humana, Tomo 1-4, Salvat 1984; 
o Talvez o tratado mais completo do mundo, do agrado do Professor Antunes e, por isso, especialmente 
importante para tirar dúvidas sobre Anatomia do Coração 
o É demasiado extenso e descritivo, e usa a nomenclatura clássica da escola francesa, desactualizada 
 
 
• Esperança Pina, J.A., Anatomia Humana da Locomoção, 4ª Ed., Lidel 2010; 
• Esperança Pina, J.A., Anatomia Humana do Coração e Vasos, 2ª Ed., Lidel 2007; 
• Esperança Pina, J.A., Anatomia Humana dos Órgãos, 2ª Ed., Lidel 2010; 
o Os livros do Professor Esperança Pina têm uma organização e descrição semelhantes ao Rouvière, com a 
vantagem de ser em português 
o A desvantagem mais evidente é a de o português usado não ser o mais simples e inteligível, e também a 
de a nomenclatura estar, frequentemente, em desacordo com a mais actual 
 
Multimédia 
• Vídeos do Acland’s DVD of Human Anatomy (disponíveis no youtube e outros locais) 
• http://www.anatomyzone.com 
 
Outras fontes de imagens e sabedoria: 
• Drake, R.L. et al., Gray’s Anatomy for Students, 3ªEd., Churchill Livingstone 2015 
• Brunicardi F. C., et al., Schwartz’s Principles of Surgery, 10ªEd., McGraw-Hill Education, 2015 
• Townsend, C.M. et al., Sabiston Textbook of Surgery, 20ªEd., Elsevier 2017 
• Floch, M.H. et al., Netter’s Gastroenterology, 2ªEd., Elsevier Saunders 2009 
• Burnand, K.G. et al., Browse’s Introduction to Symptoms & Signs of Surgical Disease, 5ªEd., CRC Press 
2015 
http://www.anatomyzone.com/
4 
 
Olá, esta página é para ti, que não tiveste paciência para ler a nota introdutória. 
 
 
 
 
 
ESTES APONTAMENTOS 
DEVEM SER ESTUDADOS 
COM O NETTER ABERTO 
 
 
Cada tópico tem à frente a referência da(s) página(s) relevantes do Netter que deves 
perscrutar para compreender a anatomia, não só decorar. 
5 
 
Índice 
• Descrição anatómica……………………………………………………………………………………………………….pg. 6 
• Anatomia topográfica………………………………….………………………………………………………………….pg. 9 
• Osteologia…………………………………………………………….………………………………………………………..pg. 11 
o Coluna vertebral………………………………………………………….………………………………………pg. 11 
o Tórax…………………………………………………………………………………………………………………..pg. 16 
o Pélvis…………………………………………………………………………………………………………………..pg. 20 
o Hióide……………………………………………………………………….…………………………………………pg. 22 
• Artrologia……………………………………………………………………………………………………………………….pg. 23 
o Coluna vertebral…………………………………………………………….……………………………………pg. 24 
o Pélvis…………………………………………………………….…………………………………………………….pg. 30 
o Tórax…………………………………………………………………………………………………………………..pg. 34 
• Miologia…………………………………………………………………………………………………………………..…….pg. 37 
o Pescoço……………………………………………………………………………………………………………….pg. 37 
o Dorso…………………………………………………………………………………………………….…………….pg. 45 
o Tórax…………………………………………………………….…………………………………………………….pg. 49 
o Abdómen…………………………………………………………………………………………………………….pg. 55 
• Artérias, Veias e Linfáticos………………………………………………………………………………………………pg. 65 
o Artérias……………………………………………………………………………………………………………….pg. 65 
o Veias…………………………………………………………….……………………………………………………..pg. 78 
o Linfáticos……………………………………………………………………………………………………………..pg. 83 
• Nervos…………………………………………………………….………………………………………………………………pg. 90 
o Medula espinhal………………………………………………………………………………………………….pg. 91 
o Sistema nervoso somático……………………………………………………………………………….….pg. 95 
o Sistema nervoso autónomo………………………………………………………………………..……….pg. 98 
• Mama………………………………….………………………………………………………………………………………….pg. 107 
• Tiróide…………………………………………………………………………………………………………………………….pg. 110 
• Mediastino………………………………….………………………………………………………………………………….pg. 112 
• Timo………………………………….……………………………………………………………………………………………pg. 114 
• Coração e Pericárdio……………………………………………………………………………………………………….pg. 115 
• Sistema respiratório………………………………….……………………………………………………………………pg. 133 
o Laringe………………………………….…………………………………………………………………………….pg. 133 
o Árvore tráqueo-brônquica…………………………………………………………………………………..pg.138 
o Pulmões………………………………….…………………………………………………………………………..pg. 140 
• Sistema digestivo………………………………….………………………………………………………………………..pg. 147 
o Esófago………………………………….…………………………………………………………………………….pg. 147 
o Estômago………………………………….………………………………….……………………………………..pg. 151 
o Intestino delgado…………………….………………………………….……………………………………….pg. 156 
o Intestino grosso………………………………….………………….………………………………….………..pg. 162 
• Órgãos anexos ao tubo digestivo………………………………….………………………………………………….pg. 180 
o Fígado………………………………….………………….………………………………….……………………….pg. 180 
o Vias biliares………………………………….………………………….………………….………………………pg. 189 
o Pâncreas………………………………….………………………….………………….…………………………..pg. 193 
• Baço………………………………….………………………….………………….…………………………………………….pg. 198 
• Glândulas suprarrenais………………………………….………………………….………………….………………..pg. 201 
• Peritoneu…………………………………………………………….………………….……………………………………..pg. 202 
 
6 
 
Descrição anatómica e o papel da linguagem 
 
Importância? Isto é para estudar? 
• Se não souberes falar “anatomês” não conseguirás aprender anatomia 
• Se não entenderes os princípios e termos da descrição anatómica não valerá a pena estudares os restantes 
capítulos 
 
Posição anatómica: o referencial universal da descrição anatómica 
• Corpo humano em ortostatismo, com o pescoço em posição neutra, a olhar em frente 
• Membros superiores em extensão ao longo do corpo, em supinação (palmas das mãos para a frente) e dedos 
em extensão 
• Membros inferiores em extensão, alinhados com o corpo, calcanhares unidos e eixo maior dos pés a formar 
um ângulo aberto para diante 
 
Planos fundamentais: são os eixos X, Y e Z 
• Sagital ou mediano: vertical, passa na sutura sagital do crânio, e permite dividir o corpo em metades lateral 
e medial e usar os seguintes termos relativos para descrever estruturas: 
o Lateral/externo e medial/interno afasta-se do plano ou aproxima-se do plano, respectivamente 
o As articulações fazem abdução/adução se afastarem/aproximarem a porção móvel do plano 
o Homolateral ou ipsilateral dizem respeito ao mesmo lado da descrição 
o Contralateral diz respeito ao lado contrário da descrição 
• Coronal ou frontal: vertical, é paralelo à sutura coronal do crânio, permite dividir o corpo em metades anterior 
e posterior e usar os seguintes termos relativos para descrever estruturas: 
o Anterior/ventral e posterior/dorsal à frente e atrás do plano, respectivamente 
o Os movimentos de flexão e extensão fazem-se em relação a este plano mas são classificados 
diferentemente consoante a porção móvel (ver coxa vs. perna) 
• Axial ou transverso: horizontal, permite dividir o corpo em metades superior e inferior e usar os seguintes 
termos relativos para descrever estruturas: 
o Superior/proximal/cefálico/rostral: aproximado da cabeça 
o Inferior/distal/caudal: afastado da cabeça 
 
Outros termos que terás de dominar 
• Proximal e distal também são termos usados em relação à linha média e ao centro do corpo (equivalente a 
central vs. periférico), ou em relação ao início e terminação de uma estrutura longa (víscera ou membro) 
• Exterior e interior são termos usados em relação a cavidades, não sendo equivalentes a externo e interno 
• Superficial e profundo são termos usados em relação à distância a partir da superfície do corpo 
• Parietal e visceral são usados consoante a relação se faça com a parede de uma cavidade ou com a superfície 
de um órgão 
• Apical diz respeito à extremidade de uma estrutura, enquanto basal diz respeito à sua base 
• Ulnar diz respeito ao lado medial do antebraço, enquanto radial diz respeito ao lado lateral 
• Tibial diz respeito ao lado medial da perna, enquanto fibular diz respeito ao lado lateral 
• Palmar diz respeito à palma da mão, enquanto dorsal diz respeito ao seu dorso 
• Plantar diz respeito à planta do pé, enquanto dorsal diz respeito ao seu dorso 
 
 
 
7 
 
 
in Gray 
8 
 
 
in
 So
b
o
tta
 
9 
 
Anatomia topográfica 
 
Pescoço: a topografia cervical está suficientemente descrita no capítulo de Miologia (ver Triângulos do pescoço) 
 
Tórax (NETTER pp. 152 e 178) 
• Região esternal: entre a incisura jugular e o p. xifóide, limitada lateralmente pelas Art. esternoclavicular e 
esterno-condrais e relacionando-se profundamente com a pleura parietal e M. transverso do tórax 
 
• Região dorsal: entre os p. espinhosos de C7 e T12, limitada lateralmente pelos ângulos posteriores da costelas 
e relacionando-se profundamente com os M. das goteiras vertebrais e coluna vertebral 
 
• Região costal: entre o bordo externo da 1ª costela e o rebordo costal (linha que pate do p. xifóide, acompanha 
o bordo inferior das c. costais e costelas até à ext. anterior da 12ª costela e se continua pelo seu bordo inferior), 
limitada anteriormente pelas Art. esterno-condrais e posteriormente pelos ângulos das costelas, 
relacionando-se profundamente com a pleura parietal e o diafragma 
 
• Região mamária: verticalmente entre as 3ª e 7ª costelas e, transversalmente entre o bordo lateral do esterno 
e a linha médio-axilar, relacionando-se profundamente com a fáscia do M. grande peitoral 
 
Abdómen (NETTER pp. 242-244) 
• Parede ântero-lateral: dividida em 9 quadrantes por um par de linhas verticais e um par de horizontais: 
o Linhas médio-clavicular: corresponde sensivelmente ao bordo lateral dos M. rectos abdominais 
▪ Esta linha termina no 1/3 médio do lig. inguinal, uma vez que os bordos laterais dos rectos 
abdominais convergem para a linha média, afastando-se da linha médio-clavicular 
o Linha subcostal: linha horizontal que une as ext. anteriores do 10º par de costelas 
o Linha inter-tubercular: que une os tubérculos das cristas ilíacas (um pouco acima da linha que une as 
duas espinhas ilíacas ântero-superiores) 
▪ A porção central divide-se em regiões epigástrica, peri-umbilical e hipogástrica 
▪ A porção lateral divide-se em hipocôndrio, flanco e região inguinal 
• O limite posterior do flanco é o bordo lateral do erector da espinha 
o Profundamente relaciona-se com o peritoneu parietal 
 
• Parede posterior ou região lombar: entre o p. espinhoso de T12 e a base do sacro e uma linha que parte desta 
até à espinha ilíaca póstero-superior, limitada lateralmente pelo bordo lateral do erector da espinha, 
relacionando-se profundamente com a aponevrose do erector da espinha e a coluna vertebral lombar 
 
Pélvis (NETTER pp. 330-332) 
• Região púbica: entre o bordo superior dos púbis e o arco infra-púbico (raiz dos genitais externos), limitada 
lateralmente pelas linhas que partem dos bordo laterais dos rectos abdominais e que passam nos tubérculos 
púbicos, relacionando-se profundamente com o espaço pré-vesical ou retro-púbico 
• Região sacro-coccígea: entre a base do sacro e o ápex coccígeo, limitada lateralmente pelos bordos laterais 
do sacro e cóccix, relacionando-se profundamente com o espaço retro-rectal 
 
10 
 
 
in
 So
b
o
tta
 
11 
 
Osteologia 
 
Considerações gerais: um osso é descrito consoante o seu tipo, sua direcção, as suas saliências e cavidades 
• Tipo: 
o Um osso longo tem uma dimensão claramente maior que as outras duas (ex: fémur ou clavícula) 
▪ As epífises são as extremidades, a diáfise é o corpo e as metáfises estão entre as duas 
o Um osso curto tem dimensões semelhantes (ex: cubóide ou calcâneo) 
o Um osso chato tem duas dimensões claramente maiores que a que resta (ex: escápula ou o esterno) 
o Um osso arqueado descreve uma curva acentuada (ex: a mandíbula ou o hióide) 
o Um osso pneumático tem cavidades com ar (ex: o frontal ou o temporal) 
• Direcção: é descrita isoladamente e em relação à posição anatómica 
o Absoluta: rectilíneo, curvo, S, em gancho, etc. 
o Relativa: vertical, horizontal ou oblíquo em relação ao restante esqueleto 
• Saliências ou eminências: podem ser articulares ou não-articulares, e dentro destas últimas temos 
o Processos são longos e proeminentes 
o Tuberosidades são irregulares e pouco proeminentes 
o Bossas sãoelevações largas 
• Cavidades: podem ser articulares ou não-articulares, e estas últimas pode ser de 
o Inserção de músculos 
o Recepção de tendões (os sulcos) ou órgãos (as fossas) 
o Amplificação (amplificam som e aquecem o ar): seios peri-nasais e as células mastoideias 
 
Coluna Vertebral (7 vértebras cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sagradas e 4 coccígeas = 33V) 
• Os números podem variar, sendo que as vértebras coccígeas são as mais variáveis 
• Funções da coluna vertebral 
o Sustentação do corpo e amortecimento de cargas (é o pilar) 
o Função dinâmica, ou seja, a coluna permite movimentos 
o Formação de células sanguíneas (hematopoiese) 
o Protecção da medula espinhal 
• Apresenta 4 curvaturas sagitais, sucessivamente convexas e côncavas: 
o Lordose cervical é côncava posteriormente 
o Cifose dorsal é côncava anteriormente 
o Lordose lombar é côncava posteriormente 
o Cifose sagrada é côncava anteriormente 
 
Características comuns: descreve-se um corpo, um foramen (buraco) e um arco 
• Corpo vertebral (anterior em relação ao canal vertebral): 
o 2 faces intervertebrais, superior e inferior, côncavas, para as vértebras adjacentes 
o Os anéis salientes que circunscrevem as faces intervertebrais são as epífises anulares 
• Foramen ou buraco vertebral: a aposição sucessiva destes foramina forma o canal vertebral 
o Contem a medula espinhal, as meninges e os vasos medulares 
• Arco vertebral (posterior em relação ao canal vertebral): 
o Pedículos (2): um esquerdo e um direito, são colunas ósseas que ligam o arco vertebral ao corpo 
o Incisuras vertebrais (4): uma superior e uma inferior por cada pedículo 
▪ São estreitamentos dos pedículos, sendo a inferior mais funda/desenvolvida 
▪ Formam os foramina intervertebrais quando encaixadas com as vértebras adjacentes 
o Processos transversos (2): um esquerdo e um direito, dão inserção a músculos e ligamentos 
o Processos articulares (zigapófises): 2 superiores e 2 inferiores, articulam com vértebras adjacentes 
▪ Partem das raízes dos processos transversos 
o Lâminas: duas por vértebra, correspondem à porção óssea entre os P. transversos e os P. espinhosos 
o Processo espinhoso: saliência ímpar e mediana que dá inserção a músculos e ligamentos 
Ântero-
posterior 
NETTER p. 153 
12 
 
Vertebras cervicais (7): (NETTER pp. 19-21) 
• Corpo: pequeno, mais largo transversalmente do que no sentido ântero-posterior 
o Apresenta, na face superior, duas cristas laterais, ântero-posteriores, os processos unciformes 
o Apresenta, na face inferior, incisuras correspondentes aos P. unciformes da vértebra subjacente 
o Os processos unciformes ou uncus limitam o movimento de rotação do pescoço 
• Foramen vertebral tem uma forma triangular de base anterior 
• Pedículo: rudimentar (só aparente em C6 e C7) 
• Processos transversos: inserem-se no arco vertebral por duas raízes, apresentam um sulco e dois tubérculos 
o Foramen transversário, entre as duas raízes, dá passagem aos vasos vertebrais de C1 a C6 
o 2 tubérculos, um anterior e um posterior, auxiliam na inserção de músculos e ligamentos 
▪ O tubérculo anterior do processo transverso de C6 é o tubérculo carotídeo de Chassaignac 
• A A. carótida comum pode ser comprimida digitalmente contra este tubérculo 
o O sulco do nervo espinhal está presente na face superior do processo transverso 
• Processos articulares: 
o Superiores: faceta articular orientada póstero-superiormente (olha para trás e para cima) A P 
o Inferiores: faceta articular orientada ântero-inferiormente (olha para a frente e para baixo) 
• Lâminas: rectangulares (dimensão horizontal > vertical) 
• Processo espinhoso: bifurcado, apresentando 2 tubérculos terminais 
o Mais volumoso em C7, não bifurcado, facilmente palpável na linha média posterior do pescoço 
 
Atlas, C1, particularidades: 
• Não apresenta corpo vertebral, sendo este substituído pelo dente do Áxis 
• Apresenta arco anterior: 
o Na face anterior apresenta o tubérculo anterior 
o Na face posterior apresenta uma faceta articular para o dente do áxis 
• Não apresenta processos articulares, sendo substituídos pelas massas laterias: 
o Face articular superior, elíptica ou em forma de palmilha, articula com cada côndilo occipital 
▪ Tem orientação súpero-medial e está frequentemente estreitada na porção média 
o Face articular inferior, oval, articula com os p. articulares superiores do Áxis 
▪ Tem orientação ínfero-medial 
o Tubérculo medial para a inserção do ligamento transverso do Atlas (ver Artrologia) 
• Processos transversos têm duas raízes que partem das massas laterais, mas são monotuberculados 
• Sulco da A. vertebral está presente na união de cada massa lateral ao arco posterior 
o Dá passagem, também, ao primeiro nervo espinhal (C1) 
• O arco posterior não apresenta processo espinhoso, sendo este substituído pelo tubérculo posterior 
• O foramen vertebral está separado num terço anterior e dois terços posteriores pelo ligamento transverso 
o 1/3 anterior é ocupado pelo dente do áxis (ver Artrologia, Netter p. 23) 
o 2/3 posteriores estão ocupados pela espinhal medula, meninges e vasos 
 
Áxis, C2, particularidades: 
• Tem um corpo com uma crista mediana anterior e, superiormente, parte o dente do áxis (ou p. odontóide): 
o O dente (15mm de comp.) apresenta uma base larga, colo estreito, corpo cónico e ápex rugoso 
▪ O corpo do dente apresenta uma faceta articular anterior para o arco anterior do Atlas e uma 
posterior para ligamento transverso 
• As faces articulares superiores estão situadas lateralmente ao dente, e inclinadas lateralmente 
o Como estas não são proeminentes não podem ser considerados processos articulares 
• Os processos articulares inferiores (pequenos e curtos) estão num plano anterior às facetas superiores, 
partindo da junção entre o pedículo e a lâmina 
• Os processos transversos têm a raiz anterior no corpo e a posterior no pedículo 
o Projectam-se ínfero-lateralmente, com o foramen transversário a olhar súpero-lateralmente 
• O processo espinhoso é volumoso e bífido 
 
13 
 
C7 é uma vértebra com características de transição entre a coluna cervical e torácica, tendo particularidades: 
• O corpo pode apresentar, lateralmente, uma semi-faceta articular para a 1ª costela 
• Os processos transversos são maiores e monotuberculados 
• O foramen transversário é pequeno, sendo atravessado pela V. vertebral e não pela A. vertebral 
• O processo espinhoso não é bífido e é muito saliente, dando o nome de vertebra prominens a C7 
 
Vértebras torácicas (12): (NETTER p. 154) 
• Corpo: tamanho intermédio entre vértebras cervicais e lombares 
o T1 apresenta processos unciformes como as vértebras cervicais, que articulam com C7 
o Apresenta, nas faces laterais, perto da raíz do pedículo, facetas ou semi-facetas, estas últimas talhadas 
em bisel, que articulam com as cabeças das costelas: 
▪ T1 tem 2 facetas superiores completas e 2 semi-facetas inferiores 
▪ T2-T9 têm 2 semi-facetas superiores e 2 semi-facetas inferiores 
▪ T10 tem 2 semi-facetas superiores 
▪ T11 e 12 têm 2 facetas superiores completas 
• Foramen vertebral de forma circular 
• Pedículos: inserem-se na metade superior das porções laterais do corpo 
• Processos transversos: apresentam, no vértice, uma faceta articular anterior para tuberosidade da costela 
o T11 e 12 não apresentam faceta articular (11ª e 12ª costela não têm tuberosidade) 
• Processos articulares: 
o Superiores: faceta articular orientada póstero-superiormente com rotação medial A P 
o Inferiores: faceta articular orientada ântero-inferiormente com rotação lateral 
• Lâminas: quadriláteras (dimensões horizontal e vertical semelhantes) 
• Processo espinhoso: volumoso com forte inclinação póstero-inferior (para baixo e para trás) 
 
Vértebras lombares (5): (NETTER p. 155) 
• Corpo: volumoso e reniforme (concavidade posterior, forma de rim) 
o Corpo de L5 é mais alto posteriormenteque anteriormente, sendo a face superior marcadamente 
oblíqua ântero-inferiormente, contribuindo para o ângulo lombo-sagrado 
• Foramen vertebral: triangular de base anterior (semelhante ao cervical) 
o O foramen de L1, no adulto, contém o cone medular, término da espinhal medula 
• Pedículos: curtos e grossos, inserem-se na 1/2 superior do ângulo entre as faces superior e lateral do corpo 
• Processos transversos (processos costiformes): compridos e estreitos, representam “costelas lombares” 
o Apresentam processo acessório na face posterior junto à raiz de implantação, que pode ser encarado 
como homólogo aos p. transversos das vértebras torácicas 
• Processos articulares superiores: 
o Face medial com faceta articular orientada póstero-medialmente (“olham” para a linha média) 
o Face lateral com processo mamilar 
• Processos articulares inferiores: têm faceta articular orientada ântero-lateralmente (planas em L5) 
• Lâminas: rectangulares (dimensão vertical > horizontal) 
• Processo espinhoso: lâmina rectangular, espessa e praticamente horizontal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
Sacro (NETTER p. 157): “fusão” de 5 vértebras, por ossificação dos discos intervertebrais 
• Forma de pirâmide de base superior e ápex inferior 
• Face anterior, côncava longitudinal e transversalmente, formada por: 
o Corpos vertebrais, separados por 4 linhas transversais, correspondentes aos discos ossificados 
o 8 foramina sagrados anteriores, correspondentes aos foramina intervertebrais 
▪ Situados nos extremos de cada linha transversal correspondente aos discos ossificados 
▪ Atravessados pelos ramos ventrais dos nervos espinhais 
o 2 sulcos transversos (de superior a inferior), são a concavidade da parte lateral do sacro 
• Face posterior, convexa e irregular, formada por: 
o Crista sagrada mediana, corresponde aos processos espinhosos, termina no hiato sagrado 
▪ Apresenta 3 ou 4 tubérculos espinhosos, intercalados por depressões 
o Sulco sagrado, formado pela união das lâminas 
o 2 cristas sagradas intermédias, correspondem aos processos articulares fundidos 
▪ Termina continuando-se com os cornos do sacro, que limitam lateralmente o hiato sagrado 
o 8 foramina sagrados posteriores, correspondem aos foramina intervertebrais 
o 2 cristas sagradas laterais, correspondem aos processos transversos fundidos 
▪ Cada processo transverso sagrado bifurca-se em porções semi-transversas ascendente e 
descendente, sendo que o encontro de consecutivas formam os tubérculos conjugados 
• Faces laterais formadas por: 
o Face auricular: superfície articular com forma de pavilhão auricular, para o osso coxal 
o Tuberosidade sagrada ou fossas crivosas, situada entre a face auricular e a crista sagrada lateral, é 
rugosa para inserção de ligamentos sacroilíacos interósseos 
o Segmento inferior: não articular, formando um bordo grosso e rugoso que dá inserção aos ligamentos 
sacrotuberoso e sacroespinhoso 
• Base formada por: 
o Face superior do corpo de S1, reniforme e saliente anteriormente, formando o promontório 
o Foramen superior do canal sagrado (foramen vertebral de S1), de forma triangular 
o Asas do sacro, superfícies lisas e triangulares de base lateral 
▪ Correspondem aos processos transversos e elementos costais de S1 
▪ Separadas da face anterior do sacro pela linea terminalis, um limite da pélvis menor 
▪ A sua porção posterior e saliente superiormente é o processo transverso do Sacro 
o Processos articulares do sacro (correspondem aos p. articulares superiores de S1) 
▪ Superfície articular orientada póstero-medialmente 
 
 
Medial 
a lateral 
Medial 
a lateral 
Segmento 
superior 
A Base do Sacro 
in Sobotta 
15 
 
• Ápex formado por: 
o Hiato sagrado, abertura inferior do canal sagrado, está ao nível de S3-S4 
▪ Delimitado lateralmente pelos cornos e superiormente pela crista sagrada média 
o Faceta articular oval para a base do cóccix 
o 2 cornos sagrados, formados pela continuação inferior das cristas sagradas intermédias 
• Canal sagrado é um prisma triangular de base superior que se torna aplanado inferiormente 
o Abertura superior é o foramen vertebral de S1, e a inferior é o hiato sagrado 
o Contínuo com os canais intervertebrais, que se bifurcam e abrem nos foramina sagrados anteriores e 
posteriores, conduzindo os ramos ventrais e dorsais, respectivamente, dos N. espinhais sagrados 
 
Cóccix: osso composto por 3 a 5, normalmente 4, vértebras fundidas 
• É triangular de base superior, face anterior côncava, face posterior convexa e ápex inferior 
• Base formada por: 
o Face articular para o ápex do sacro 
o 2 cornos coccígeos superiores (verticais, correspondentes a processos articulares superiores) 
o 2 cornos coccígeos laterais ou asas (horizontais, correspondentes a processos transversos) 
• Faces anterior e posterior apresentam sulcos transversais correspondentes à ossificação dos discos 
• Margens laterais: inserção de ligamentos sacro-espinhoso e sacro-tuberoso 
• Ápex termina como tubérculo, normalmente desviado da linha sagital 
 
Nota clínica: 
A doença de Scheuermann, uma doença multifactorial, é causa frequente de hipercifose dolorosa (“corcunda”), mais comum 
em adolescentes do sexo masculino, na qual há uma ossificação anormal das vértebras torácicas e lombares superiores, cujo 
corpo adquire a forma de cunha. A doença de Baastrup, mais comum nos idosos, é uma causa comum de dor lombar, que se 
caracteriza por excessivo contacto entre os processos espinhosos adjacentes, que ao fazerem “fricção” uns nos outros, 
resultam em alterações de esclerose e hipertrofia óssea e inflamação local. A dor resultante agrava em extensão (processos 
espinhosos aproximam-se) e melhora em flexão (processos espinhosos afastam-se). A osteoporose é uma doença (novamente, 
multifactorial) qualitativa e não quantitativa do osso, em que o osso trabecular se torna mais poroso por excesso relativo de 
reabsorção óssea, perdendo resistência. É mais comum em mulheres após os 50 anos e homens após os 70. Os estrogénios 
(protectores) e a regulação do metabolismo fosfocálcico (pela vitamina D, pelo rim, pela hormona paratiróide) participam na 
fisiopatologia. As complicações desta doença incluem fracturas vertebrais, fracturas distais do rádio e do colo do fémur, sendo 
estas últimas dramáticas, uma vez que, em doentes idosos, acarretam uma taxa de mortalidade de cerca de 25% no primeiro 
ano após a fractura. 
 
 D. Scheuermann D. Baastrup Fractura osteoporótica 
 
 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tórax (esterno, costelas, cartilagens e aberturas): (NETTER pp. 183-184) 
 
Esterno: osso ímpar, mediano e chato da parede anterior do Tórax, em forma de espada de gladiador 
• Tem um comprimento de 17cm no sexo masculino, menor no feminino, e é oblíquo ântero-inferiormente 
• Embriologicamente é composto por 6 segmentos (estérnebras) cuja ossificação e fusão se prolonga até depois 
da puberdade, restando três peças fundamentais, de superior a inferior, o manúbrio, corpo e o processo 
xifóide 
• Face anterior, ligeiramente convexa anteriormente, apresenta cristas transversais, das quais se destacam: 
o Crista manúbrio-esternal marca o ângulo manúbrio-esternal (de Louis), um marco anatómico 
importante para localizar extremidade anterior do 2º arco costal, com o qual está alinhado 
o Crista xifo-esternal, corresponde à união do corpo ao p. xifóide, alinha-se com o 7º arco costal 
o As restantes cristas transversais, menos definidas, alinhadas com os restantes arcos costais, 
correspondem à fusão completa dos vários segmentos ósseos (estérnebras) que originam o esterno 
• Face posterior, côncava e lisa, relaciona-se posteriormente com o M. transverso do tórax, fáscia endotorácica 
e pericárdio 
• Extremidade superior, correspondendo à base do manúbrio, apresenta 
o Incisura jugular ou fúrcula esternal, mediana 
o 2 incisuras claviculares, laterais, orientadassúpero-lateralmente, articulam com as clavículas 
• Extremidade inferior, corresponde ao p. xifóide, é frequentemente cartilaginoso, pode apresentar um 
foramen xifóide e o seu ápex pode ser bífido 
• Margens laterais apresentam 14 incisuras costais para as cartilagens dos primeiros 7 arcos costais 
 
 
 
 
Nota clínica: O esterno pode apresentar deformações esqueléticas do tipo pectus carinatum (procidente 
anteriormente, lembrando a quilha das aves) ou pectus excavatum (forma escavação podendo comprimir o coração). 
Cada uma pode ocorrer isoladamente ou estar associadas a mutações genéticas como na S. Marfan, S. Ehlers-Danlos e 
cromossomopatias. 
Nota clínica: 
A espinha bífida é uma malformação que ocorre em 10% dos indivíduos, em que um arco vertebral não encerra na linha média 
(normalmente em L5 ou S1) e, assim, o canal vertebral fica aberto posteriormente. A maioria dos casos são assintomáticos e 
pode-se observar um tufo de pelos sobre os processos espinhosos (a pele, os pêlos, o arco vertebral e o SNC são todos derivados 
ectodérmicos). Em alguns doentes forma-se uma evaginação das meninges que pode conter apenas líquido cérebro-espinhal, 
sendo um meningocelo, ou pode conter medula espinhal, formando um mielomeningocelo. Sintomas comuns são alterações 
da marcha e da continência urinária. 
 
 
 
17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Costelas (12 pares, classificáveis por critérios morfológicos e articulares) 
 
Classificação morfológica: 
• Típicas (12 pares habituais) 
o Legítimas (com 2 articulações costovertebrais, representadas pela cabeça e tuberosidade) 
▪ Espalmadas – 1ª e 2ª 
▪ Enroscadas – 3ª à 10ª 
o Espúrias (1 articulação costovertebral, representada pela cabeça, tuberosidade ausente) – 11ª e 12ª 
• Atípicas (supranumerárias, i.e. cervicais ou lombares) 
o Nota clínica: A presença de uma costela cervical (supranumerária), que articula com C7 e se coloca 
entre a clavícula e a primeira costela, pode causar compressão dos vasos subclávios e/ou do plexo 
braquial obrigando a correcção cirúrgica. Está presente em 0,7-1% da população. 
 
Classificação quanto à aderência ao esterno: 
• Verdadeiras ou esternais (articulam-se com o esterno através de cartilagem costal própria) – 1ª à 7ª 
• Falsas ou asternais (não aderem ao esterno): 
o Aderentes (articulam-se com o arco costal suprajacente através da cartilagem costal) – 8ª à 10ª 
o Flutuantes (a cartilagem costal própria não adere a arcos costais, permanecendo livre) – 11ª e 12ª 
▪ A 10ª costela pode ser flutuante, com uma incidência de 35-70%, dependendo da raça 
 
 
 
 
 
 
 
in
 G
ra
y 
18 
 
Curvaturas (3): 
• Segundo as faces: face interna côncava e face externa convexa, condicionando o ângulo da costela 
o A porção da costela posterior ao ângulo dirige-se ínfero-lateralmente 
o A porção da costela anterior ao ângulo dirige-se ântero-inferiormente e depois ântero-medialmente 
o 1ª e 2ª costelas, sendo espalmadas e tendo bordos anterior e posterior, não têm esta curvatura 
• Segundo o eixo: curvatura de torção de forma a que a face externa está orientada, na porção posterior, 
inferiormente (“olha” para baixo) e, na porção anterior, está orientada superiormente (“olha” para cima) 
• Segundo os bordos: condiciona obliquidade da costela, sendo que os bordos têm a forma de um S 
o O bordo superior é, posteriormente, côncavo, e anteriormente é ligeiramente convexo 
 
Orientação: as costelas estão inclinadas ântero-inferiormente, sendo que esta inclinação aumenta da 1ª à 12ª 
 
Conformação externa: 
• Corpo da costela: 
o Face lateral, onde se destaca o ângulo costal (situado 5-6cm anteriormente à tuberosidade), 
e face medial, sulcada inferiormente pelo sulco costal 
▪ Excepção na 1ª e 2ª costelas, que têm faces superior e inferior 
o Bordo superior, rombo, e bordo inferior, delgado e formando o lábio lateral do sulco costal 
▪ Excepção na 1ª e 2ª costelas, que têm bordo lateral e medial 
o Sulco costal, escavação da porção inferior da face medial, limitado inferiormente pelo bordo inferior 
▪ Aloja, de superior para inferior, a veia, artéria e nervo intercostais (VAN) 
▪ Excepção na 1ª, 2ª e 12ª costelas, que não têm sulco costal 
▪ Nota clínica: Em procedimentos invasivos em que é feita uma punção através da grelha costal 
(ex. toracocentese, biópsia pulmonar, biópsia hepática, etc.), é necessário puncionar junto ao 
bordo superior de uma costela de forma a evitar lesar o rolo vásculo-nervoso intercostal que passa 
no sulco costal, junto ao bordo inferior da costela 
• Extremidade posterior: 
o Cabeça da costela, que forma um ângulo diedro, apresenta: 
▪ 2 facetas articulares, superior e inferior, para as duas semi-facetas dos corpos vertebrais 
▪ Crista mediana para articular com disco intervertebral 
• Excepção no caso da 1ª, 11ª e 12ª, que têm faceta completa, sem crista mediana 
o Colo da costela é a porção estreita entre a cabeça e a tuberosidade 
o Tuberosidade da costela que é, na verdade, um tubérculo 
▪ A porção mais lateral é rugosa, dá inserção a ligamentos 
▪ A porção mais medial apresenta faceta articular que articula com a faceta do p. transverso 
▪ Excepção nas 11ª e 12ª costelas, que não têm tuberosidade 
• Extremidade anterior: faceta articular escavada que recebe a cartilagem costal 
o Todas as costelas têm, na sua extremidade anterior, uma cartilagem costal que prolonga a direcção da 
costela, sendo as cartilagens das 11ª e 12ª costelas livres (flutuantes) e afiladas 
 
1ª Costela, particularidades: 
• Espalmada: tem faces superior e inferior, e bordos lateral e medial 
• Face superior apresenta: 
o Sulco anterior aloja a V. subclávia 
o Sulco posterior aloja a A. subclávia 
o Entre os dois sulcos existe o tubérculo (de Lisfranc) do músculo escaleno anterior 
o Superfície rugosa anterior dá inserção ao ligamento costo-clavicular e ao M. subclávio 
• Face inferior não tem sulco costal, embora se relacione com o rolo vásculo-nervoso costal correspondente 
• Cabeça da costela com face articular completa e sem crista mediana 
 
 
 
19 
 
2ª Costela, particularidades: 
• Espalmada (mais oblíqua que a 1ª): tem faces súpero-lateral e ínfero-medial, e bordos lateral e medial 
• Face súpero-lateral apresenta tuberosidade para o M. serratus anterior 
• Face ínfero-medial sem sulco costal, embora se relacione com o rolo vásculo-nervoso costal correspondente 
o O Gray descreve um sulco costal na sua porção posterior muito curto e oblíquo ínfero-lateralmente 
 
11ª e 12ª Costelas, particularidades: 
• Cabeça da costela com faceta articular completa sem crista mediana 
• Não apresentam tuberosidade costal 
• Não apresenta curvatura segundo o eixo (de torção) 
• A 12ª costela não apresenta sulco costal 
 
Orifício superior da caixa torácica (imaginar um barril; esta é a tampa) 
• Limite anterior: incisura jugular do manúbrio, 
• Limite lateral: bordo medial da 1ª costela de cada lado 
• Limite posterior: corpo de T1 
• Forma elíptica inclinada ântero-inferiormente (a incisura jugular está ao nível do disco entre T2 e T3) 
o Em média, o diâmetro ântero-posterior é de 6cm e o transversal de 10cm 
 
Orifício inferior da caixa torácica (imaginar um barril; este é o fundo) 
• Limite anterior: processo xifóide do esterno e o bordo inferior das últimas 6 cartilagens costais 
• Limite lateral: bordo inferior das costelas flutuantes 
• Limite posterior: corpo de T12 
• Forma elíptica inclinada póstero-inferiormente (o p. xifóide está aproximadamente ao nível de T9) 
o Em média, o diâmetro ântero-posterior é de 12cm e o transversal de 26cm 
 
 
 
 
1ª costela 
2ª costela 
Sulcos para a Veia (1) e 
Artéria subclávia (2) 
1 
2 
M. subclávio 
M. escaleno 
anterior 
M. escaleno 
médio 
1º feixe do M. 
serratus anterior 
2º feixe do M. serratus anterior 
M. escaleno posterior 
20 
 
Pélvis (osso coxal e aberturas): (NETTER pp. 330 e 473) 
Estecapítulo está escrito com a profundidade exigida pela Anatomia II. Na Anatomia I, o aluno deverá “apenas” saber os ossos 
constituintes, as suas porções e descrever sumariamente as faces e bordos do osso coxal. 
 
Osso Coxal (fusão do ílion, púbis e ísquion): 
 
Ílion (superiormente ao acetábulo) 
• Asa e Corpo 
Púbis (inferiormente ao acetábulo, anteriormente ao foramen obturador) 
• Corpo, ramo superior e ramo inferior (este último forma o ramo ísquio-púbico) 
Ísquion (inferiormente ao acetábulo, posteriormente ao foramen obturador) 
• Corpo e Ramo (forma ramo ísquio-púbico) 
 
Face externa do Osso Coxal 
• Acetábulo: recebe a cabeça do fémur 
o Limbo do acetábulo: é a circunferência do acetábulo 
▪ Incisura ílio-púbica: anterior, inaparente no osso adulto 
▪ Incisura ílio-isquiática: posterior, inaparente no osso adulto 
▪ Incisura ísquio-púbica: patente no osso adulto, fechada pelo lig. transverso acetabular 
o Fossa do acetábulo: porção profunda, central, não articular, preenchida por tecido adiposo de suporte 
o Superfície lunata: crescente interrompida pela incisura do acetábulo (ou ísquio-púbica) 
▪ Porção articular para a cabeça femoral 
• Sulco supra-acetabular: sulco que separa a margem acetabular do corpo do ílion 
• Superfície glútea: face externa da asa do ílion, começa na linha glútea inferior e recebe inserções musculares 
o Linhas glúteas inferior, anterior e posterior 
o Zona glútea anterior (entre linhas inferior e anterior): inserção do M. pequeno glúteo 
o Zona glútea média (entre linhas anterior e posterior): inserção do M. glúteo médio 
o Zona glútea posterior (atrás da linha posterior): inserção dos M. grande glúteo, piriforme e ligamento 
sacro-tuberoso 
• Foramen nutritivo do osso coxal: próximo da linha glútea anterior 
• Foramen obturador, circunscrito por: 
o Superiormente, pelo acetábulo, anteriormente pelo púbis, e posteriormente pelo ísquion 
o Margens anterior e posterior afastam-se de baixo para cima: torna-o mais espesso superiormente 
o Sulco obturador, ladeado pelos tubérculos obturadores anterior e posterior 
▪ Dá passagem aos vasos e nervo obturadores 
▪ Termina por baixo da crista obturadora, que liga o tubérculo púbico ao acetábulo 
o Preenchido, quase totalmente, pela membrana obturadora, formando o canal obturador 
 
Face interna do Osso Coxal 
• Fossa ilíaca: concavidade do ílion que dá inserção ao M. ilíaco; limitada inferiormente pela linha arqueada 
• Linha arqueada: saliência oblíqua desde a face auricular até à eminência ílio-púbica 
o Constitui um limite do orifício superior da pélvis, separando a pélvis maior (acima) da menor (abaixo) 
o Continua-se com a crista pectínea ao nível da eminência ílio-púbica 
• Face auricular: superfície articular para a Art. sacro-ilíaca 
• Tuberosidade ilíaca: inserção de ligg. sacro-ilíacos (posteriores e interósseos) e lig. ílio-lombar 
• Superfície plana e quadrilátera: maior parte do corpo do ísquion; corresponde, externamente, ao acetábulo 
o Dá inserção parcial ao M. obturador interno 
• Foramen obturador 
 
 
 
 
 
21 
 
Bordo superior do Osso Coxal (sentido póstero-anterior) 
• Espinha ilíaca póstero-superior (EIPS) 
• Crista ilíaca: 
o Lábios externo (M. Ob. externo), intermédio (M. Ob. interno) e interno (M. transverso abdominal) 
o Tubérculo da crista ilíaca: a 5cm da EIAS, perto da união da linha glútea anterior com a crista ilíaca 
• Espinha ilíaca ântero-superior (EIAS) 
 
Bordo anterior do Osso Coxal (sentido céfalo-caudal) 
• Espinha ilíaca ântero-superior (EIAS): inserção do M. sartorius e M. tensor da fáscia lata 
• Incisura fémuro-cutânea: dá passagem ao N. cutâneo femoral lateral 
• Espinha ilíaca ântero-inferior (EIAI): inserção do M. recto femoral (parte do M. quadricípite femoral) 
• Incisura do psoas-ilíaco: dá passagem ao músculo homónimo 
• Eminência ílio-púbica (= eminência ílio-pectínea): inserção do M. pequeno psoas e da fita ílio-pectínea 
• Crista pectínea: inserção do M. pectíneo e da respectiva fáscia e limite posterior da superfície pectínea 
o Confluência dos ligamentos pectíneo (Cooper), lacunar (Gimbernat), de Henle, a foice inguinal e fascia 
transversalis (ver Miologia do Abdómen) 
o Superfície pectínea, área triangular do ramo superior do púbis, limitada ant./ pela crista obturadora 
• Tubérculo púbico: inserção de diversas estruturas musculares e ligamentosas 
o M. recto abdominal, piramidal e aponevroses dos M. oblíquos ext. e int., transverso abdominal 
o Ligg. inguinal (Poupart), lacunar (Gimbernat), ílio-púbico (Thompson), de Henle 
• Crista púbica ou ângulo púbico: crista desde o tubérculo púbico à superfície sinfiseal 
• Superfície sinfiseal 
 
Bordo inferior do Osso Coxal (sentido ântero-posterior) 
• Ângulo infra-púbico: formado entre as margens inferiores das superfícies sinfiseais de ambos os púbis 
o Critério de dimorfismo sexual (50-80º no homem, 75º em média; 80-100º na mulher, 90º em média) 
• Ramo inferior do púbis e ramo do ísquion: é o ramo ísquio-púbico, que apresenta a tuberosidade isquiática 
 
Bordo posterior do Osso Coxal (sentido caudo-cefálico) 
• Tuberosidade isquiática: inserção de M. gémeos superior e inferior, quadrado femoral, adutor magno, M. 
bicípete femoral, semitendinoso, semimembranoso e lig. sacro-tuberoso 
• Pequena incisura ciática: passam os M. obturador interno, vasos pudendos internos e nervos do plexo sagrado 
• Espinha isquiática: lig. sacro-espinhoso e M. gémeo superior 
• Grande incisura ciática: passam os N. ciático, M. piriforme, vasos glúteos e vasos pudendos internos 
• Espinha ilíaca póstero-inferior (EIPI) 
• Incisura inominada (paradoxalmente) 
• Espinha ilíaca póstero-superior (EIPS) 
 
Ângulos: EIAS, EIPS, ângulo do púbis (margem superior da superfície sinfiseal), tuberosidade isquiática 
 
Orifício Superior da Pélvis (póstero-anterior): 
• Separa a pélvis maior (formada pelas fossas ilíacas e asas do sacro) da pélvis menor ou verdadeira 
• Limite posterior: o promontório e a linea terminalis (bordo anterior da asa) do sacro 
• Limite lateral: a linha arqueada da face interna do ílion e a crista pectínea do púbis 
• Limite anterior: lábio posterior da crista púbica e a margem superior da sínfise púbica 
• Forma elíptica inclinada ântero-inferiormente (faz ângulo de 35-50º com o plano horizontal) 
o Em média, o diâmetro ântero-posterior é de 11cm e o transversal de 13,5cm 
 
Orifício Inferior da Pélvis (póstero-anterior): 
• Limite posterior: o ápex do cóccix 
• Limite lateral: o lig. sacro-tuberoso, a tuberosidade isquiática e o ramo ísquio-púbico 
• Limite anterior: margem inferior da sínfise púbica 
o Em média, o diâmetro ântero-posterior é de 9-11cm e o transversal (ou bi-isquiático) de 11-12,5cm 
22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Osso Hióide: (NETTER p. 15) 
• Osso ímpar e mediano do pescoço, com forma de ferradura aberta para trás 
• Situado no ângulo entre a face anterior do pescoço e o pavimento oral, anteriormente a C3/4 
• Está isolado do restante esqueleto, estando fixo por músculos e ligamentos 
• Está constituído por um corpo, um par de grandes cornos e um par de pequenos cornos 
o Corpo: lâmina óssea rectangular, larga e espalmada ântero-posteriormente 
▪ Face anterior é convexa, com uma crista mediana e uma saliência mediana 
• Dá inserção aos músculos supra-hioideus e alguns músculos extrínsecos da língua 
▪ Face posterior é côncava e regularmente escavada, dando inserção ao M. tiro-hioideu 
▪ Bordo superior é delgado e côncavo posteriormente 
▪ Bordo inferior é grosso e dá inserção aos músculos infra-hioideus (exc. o M. esterno-tiroideu) 
o Grandes cornos são o prolongamento póstero-superior do corpo, terminando num tubérculo 
▪ Superiormente, inserem-se os M. hio-glosso e constritor médio da faringe 
▪ Inferiormente, insere-se o M. tiro-hioideu 
▪ No tubérculo insere-seo ligamento tiro-hioideu lateral 
o Pequenos cornos são pequenas espículas ósseas ovoides e afiladas que se projectam superiormente da 
união dos grandes cornos com o corpo 
▪ Dão inserção as M. constritor médio da faringe e músculos intrínsecos da língua 
▪ O seu vértice dá inserção ao lig. estilo-hioideu, que parte do processo estilóide do temporal 
Vista medial 
Vista ântero-superior 
 
in Sobotta e Gray 
Vista lateral 
23 
 
Artrologia 
Descrição articular → saber descrever de forma organizada é o mais importante na oral! 
1. Classificação 
2. Superfícies articulares 
o Cartilagem articular (hialina, elástica ou fibrosa) 
o Debrum articular (anca e ombro) 
3. Menisco (incompleto) ou Disco (completo) 
4. Meios de união 
o Cápsula 
o Ligamentos 
5. Membrana sinovial 
6. Movimentos 
 
Classificação articular: 
• Sinartroses (assinoviais) 
o Fibrosas/sinfibroses (imóveis) 
▪ Suturas (dentadas, escamosas, planas e esquindileses) 
▪ Gonfoses (alvéolo-dentárias) 
▪ Sindesmoses (tecido fibroso interposto, como lig. interósseo) 
o Cartilaginosas (movimento restrito) 
▪ Sincondroses (tendem a ossificar por sinostose) 
▪ Sínfise (com disco entre as cartilagens hialinas) 
• Diartroses (sinoviais, móveis) 
o Concordantes (sup. articulares congruentes) 
▪ Atrodias/Planas 
▪ Enartroses/Esféricas 
▪ Trocartroses/Cilíndricas 
▪ Trocleartroses (Roldana) 
▪ Condilartroses/Elipsoideias 
▪ Efipiartroses/Selares 
o Discordantes (sup. articulares não congruentes) 
▪ Meniscartroses (discordância corrigida por menisco) 
▪ Heteroartroses (discordância não corrigida) 
 
 
24 
 
Coluna Vertebral (NETTER pp. 159) 
(corpos vertebrais, processo articulares, atlanto-axiais, atlanto-occipital, sacro-vertebrais, sacro-coccígea) 
 
Articulações entre corpos vertebrais 
Classificação: sínfise 
Superfícies articulares: faces intervertebrais (e epífises anulares), separadas por um disco intervertebral 
Disco intervertebral: de cartilagem fibrosa, biconvexo, com anel fibroso periférico e núcleo pulposo central 
• De maiores dimensões na coluna lombar 
• Anel fibroso periférico: estrutura anular fibrosa (mais perifericamente) e fibrocartilaginosa (internamente) 
o As fibras das lamelas fibrosas concêntricas que o compõem adoptam várias direcções 
o A rotura do anel fibroso com herniação do núcleo pulposo é o mecanismo da hérnia discal 
• Núcleo pulposo central: estrutura gelatinosa que se vai tornando cada vez mais fibrosa com a idade 
 
Meios de união: cápsula articular 
 
 
 
 
Meios de união: ligamentos 
• Ligamento longitudinal anterior (anteriormente aos corpos vertebrais) 
o Parte da porção basilar do occipital e tubérculo anterior do Atlas, até face anterior do corpo de S2 
o Adere, também, aos discos intervertebrais que cobre ao longo do trajecto 
o Estreito na coluna cervical e na lombar, sendo largo na coluna torácica 
• Ligamento longitudinal posterior (posteriormente aos corpos vertebrais, dentro do canal vertebral) 
o Parte da face posterior do corpo de C2 até ao cóccix (primeira vértebra coccígea) 
o Continua-se, superiormente, até ao clivus do osso occipital com a membrana tectória 
o Uniforme desde coluna cervical até à metade superior da coluna torácica e, abaixo desse nível, é estreito 
nos corpos e largo nos discos, inserindo-se nestes 
 
Coluna cervical, particularidades: 
• Os processos unciformes (ver Osteologia) da vértebra subjacente e a incisura correspondente na vértebra 
suprajacente são superfícies articulares das articulações unco-vertebrais (Trolard/Luschka), classificáveis 
como artrodias, e estão presentes de C2-C7/T1, estando reforçadas com cápsula articular e ligamentos 
 
 
 
in Gray 
25 
 
Articulações entre processos articulares (ou zigapófises) 
Classificação: artrodias (cervicais e torácicas) e condilartroses rudimentares (lombares) 
Superfícies articulares: facetas articulares dos p. articulares superiores e inferiores de vértebras consecutivas 
• As lombares podem ter estruturas intra-articulares meniscóides ou tecido adiposo sub-capsular 
Meios de união 
• Cápsula articular: de resistência crescente da coluna cervical até à lombar 
• Ligamentos: a cápsula é reforçada, na coluna torácica e lombar, por um ligamento posterior 
Membrana sinovial: reveste internamente a cápsula articular 
 
Uniões entre lâminas, processos espinhosos e processos transversos (não são articulações!) 
• Lâminas: os ligamentos amarelos (flavum) são pares que existem em cada espaço inter-laminar (C1-S1/2), 
inserindo-se no bordo inferior da lâmina de uma vértebra e no bordo superior da lâmina subjacente 
o A sua face anterior está separada das meninges por uma fina membrana, vasos e tecido adiposo 
o Os seus bordos mediais unem-se na linha média, e os laterais reforçam as cápsulas das zigapófises 
o De superior a inferior, a sua largura diminui mas a sua espessura e altura aumentam 
o Têm como função principal impedir separação excessiva das lâminas aquando da flexão do tronco 
o O seu nome deve-se ao facto de serem constituídos por tecido elástico amarelado 
• Processos espinhosos: 
o Ligamentos inter-espinhosos: lâminas rectangulares verticais que ocupam o espaço inter-espinhoso 
▪ O seu bordo anterior une-se aos ligamentos amarelos 
▪ O seu bordo posterior une-se ao ligamento supra-espinhoso 
▪ Cervicais: pouco aparentes, substituídos pelo septo mediano do ligamento da nuca 
▪ Torácicos: estreitos e alongados, pouco desenvolvidos 
▪ Lombares: espessos e duplos emparelhados, separados por uma fenda virtual 
• As fibras profundas são verdadeiramente ligamentosas e oblíquas ântero-inferiormente 
• As fibras superficiais confundem-se com os tendões do M. longíssimo torácico 
o Ligamento supra-espinhoso: cordão fibroso que se insere no vértice dos p. espinhosos de C7 até L4 
▪ Acima de C7 continua-se com o ligamento da nuca 
▪ Abaixo de L4 confunde-se com fibras do M. latissimus dorsal e aponevrose tóraco-dorsal 
▪ Constituído por feixes: 
• Superficiais, que se inserem a cada 3-4 vértebras 
• Médios, que se inserem a cada 2-3 vértebras 
• Profundos, que se inserem em processos espinhosos adjacentes e fundem-se com os 
ligamentos inter-espinhosos em cada espaço 
• Processos transversos: os ligamentos inter-transversários unem p. transversos consecutivos de cada lado 
o Cervicais: não aparentes, estão substituídos pelos músculos inter-transversários 
o Torácicos: cordões fibrosos que unem os vértices de processos transversos consecutivos 
o Lombares: mais desenvolvidos, unem os processos acessórios de p. transversos consecutivos 
• O ligamento mamilo-acessório une os processos mamilares aos processos acessórios da mesma vértebra e 
dá passagem, inferiormente, ao ramo dorsal do nervo espinhal; este ligamento pode ossificar 
 
Movimentos: a coluna cervical é a mais móvel 
• C. cervical: flexão-extensão (100o), inclinação lateral (32-47o cada lado) e rotação (63-78o cada lado) 
• C. torácica: flexão (10o) e extensão (7-10o), inclinação lateral (6-13o cada lado) e rotação (10-25o cada lado) 
• C. lombar: flexão (58-72o) e extensão (30o), inclinação lateral (25-35o cada lado), rotação (25-40o cada lado) 
• Coluna completa: flexão (100o) e extensão (50o), inclinação lateral (40o cada lado), rotação (40o cada lado) 
 
 
 
26 
 
Articulações entre a cabeça, Atlas e Áxis (NETTER pp. 21-23) 
 
Articulação Atlanto-axial lateral (propriamente dita) 
Classificação: heteroartrose 
Superfícies articulares: as faces articulares inferiores do Atlas e as faces articulares superiores do Áxis 
• As superfícies articulares, no osso fresco, devido ao seu revestimento de cartilagem hialina, são ambas 
convexas, o que as torna discordantes/incongruentes, determinando a classificação de heteroartrose 
 
Meios de união: 
• Cápsula articular: é laxa, permitindo movimentos amplos, e está reforçada pelo: 
o Lig. Atlanto-axial acessório (de Arnold), medial à cápsula articular, parte desde as massas lateraisdo 
Atlas até à face posterior do corpo do Áxis (base do dente) 
• Lig. Atlanto-axial anterior: membrana fibrosa, grossa na linha média e delgada lateralmente 
o Inserção atlantoideia: na margem inferior do arco anterior do Atlas 
o Inserção axial: na face anterior do corpo do Áxis 
o Situa-se num plano posterior ao ligamento longitudinal anterior 
o Lateralmente funde-se e reforça as cápsulas articulares atlanto-axiais 
• Lig. Atlanto-axial posterior: membrana delgada e laxa 
o Inserção atlantoideia: na margem inferior do arco posterior do Atlas 
o Inserção axial: na margem superior das lâminas e base do processo espinhoso do Áxis 
o Lateralmente é atravessado pelo 2º nervo espinhal (C2) 
• Lig. longitudinal anterior: previamente descrito 
Membrana sinovial: reveste a cápsula articular e é laxa 
• Pode comunicar com a sinovial entre o dente e o ligamento transverso 
 
Articulação Atlanto-axial mediana (Atlanto-odontoideia) 
Classificação: trocartrose dupla (ou cilíndrica) 
Superfícies articulares: o dente está contido num anel osteofibroso (lig. transverso + arco anterior do Atlas) 
• Faceta articular posterior do arco anterior do Atlas 
• Faceta articular anterior do dente do Áxis 
• Faceta articular posterior do dente do Áxis 
• Face anterior do ligamento transverso do Atlas 
 
Meios de união: 
• Cápsula articular: uma cápsula por cada trocartrose, inserem-se em redor das cartilagens articulares 
• Ligamento cruciforme do Atlas: composto pelo lig. transverso do Atlas e por 2 feixes longitudinais 
o Ligamento transverso do Atlas: lâmina fibrosa grossa e densa, com disposição horizontal 
▪ Insere-se no tubérculo da face medial de cada massa lateral do Atlas 
▪ É côncava anteriormente e a sua face anterior está revestida por cartilagem 
▪ Funciona simultaneamente como superfície articular e meio de união 
▪ Divide o foramen vertebral do Atlas num 1/3 anterior ocupado pelo dente e em 2/3 posteriores 
ocupados pela medula espinhal, meninges e vasos 
o Feixe longitudinal superior/ascendente ou occipito-transverso 
▪ Parte do lig. transverso e insere-se superiormente na porção basilar do occipital 
▪ Situa-se num plano entre a membrana tectória e o ligamento apical do dente 
o Feixe longitudinal inferior/descendente ou transverso-axial 
▪ Parte do lig. transverso e insere-se inferiormente na face posterior do corpo do Áxis 
 
Membrana sinovial: reveste interiormente cada cápsula articular, embora possam comunicar uma com a outra e a 
sinovial da trocartrose posterior pode comunicar com a sinovial das Art. atlanto-axial laterais e atlanto-occipital 
 
Trocartrose anterior 
Trocartrose posterior 
27 
 
 
 
in Gray 
Ligamento de Arnold 
28 
 
Articulação Atlanto-occipital 
Classificação: bicondilartrose 
Superfícies articulares: os côndilos occipitais e as faces articulares superiores das massas laterais do Atlas 
• Os côndilos occipitais são convexos, elípticos e orientam-se ínfero-lateralmente 
• As faces articulares superiores do Atlas são côncavas, elípticas e orientam-se súpero-lateralmente 
• Ambas as superfícies articulares podem apresentar um estreitamento médio ou mesmo serem septadas 
 
Meios de união: 
• Cápsula articular: insere-se em redor das cartilagens articulares, é laxa ântero-medialmente, sendo reforçada 
póstero-lateralmente pelos ligamentos atlanto-occipitais laterais 
• Ligamento ou membrana atlanto-occipital anterior (MAOA): duas lâminas paralelas e verticais 
o Inserções: bordo anterior do foramen magno e no bordo superior do arco anterior do Atlas 
o A lâmina profunda é posterior, delgada, e funde-se lateralmente com as cápsulas articulares 
o A lâmina superficial é anterior, espessa, e apresenta reforços: 
▪ Anterior: por um feixe grosso que se estende ao tubérculo anterior do Atlas 
• O Gray identifica-o como o lig. longitudinal anterior 
• O Rouvière diz que é um feixe ligeiramente posterior a este 
▪ Laterais: pelos ligg. atlanto-occipitais ântero-laterais, que se inserem na porção basilar do 
occipital e no tubérculo anterior do processo transverso do Atlas 
• Ligamento ou membrana atlanto-occipital posterior (MAOP): lâmina fibrosa delgada 
o Inserções: bordo posterior do foramen magno ao bordo superior do arco posterior do Atlas 
o Une-se, lateralmente, às cápsulas articulares 
o Limita um orifício que dá passagem à A. vertebral (entra) e ao 1º nervo espinhal (C1) 
▪ O rebordo que limita este orifício pode, por vezes, ossificar 
• Ligg. atlanto-occipitais laterais (LAOL): inserem-se na porção basilar do occipital e reforçam as cápsulas 
articulares póstero-lateralmente 
• Grande ligamento circular atlanto-occipital: conjunto formado pelas membranas atlanto-occipitais anterior 
(MAOA) e posterior (MAOP) unidas, lateralmente, pelos ligg. Atlanto-occipitais laterais (LAOL) 
• Lig. longitudinal anterior: previamente descrito 
• Membrana tectória: banda larga, densa e resistente, constituída por lâminas superficial e profunda 
o Corresponde à projecção superior do lig. longitudinal posterior, inserindo-se na face posterior do corpo 
do Áxis até à face superior da porção basilar do occipital (o clivus) 
o A lâmina superficial (posterior) expande-se superiormente insere-se no clivus, acima do foramen 
magnum, e funde-se com a dura mater 
o A lâmina profunda (anterior) divide-se em feixes médio e laterais: 
▪ Feixe médio é vertical e insere-se internamente ao rebordo do foramen magnum 
▪ Feixes laterais são oblíquos súpero-lateralmente e inserem-se desde o rebordo do foramen 
magno até às cápsulas articulares atlanto-occipitais, fundindo-se com o lig. de Arnold 
o A separar a membrana tectória do lig. transverso está tecido areolar ou uma bursa sinovial 
• Ligamento apical do dente: está entre a membrana atlanto-occipital anterior e o lig. cruciforme 
o Insere-se no ápex do dente e na porção média do bordo anterior do foramen magno 
• Ligamentos alares: par de ligamentos grossos, resistentes e quase horizontais 
o Inserem-se lateralmente no ápex do dente e no bordo medial dos côndilos occipitais 
o A sua função principal é limitar a rotação atlanto-axial 
o Costuma emitir um feixe ântero-inferior que se insere na face medial das massas laterais do Atlas, 
anteriormente à inserção nestas do lig. transverso do Atlas 
o Em 10% dos casos emite o lig. occipital transverso que não se insere no dente (faz uma ponte) 
 
Membrana sinovial: reveste interiormente as cápsulas articulares e podem, por vezes, comunicar com a sinovial da 
trocartrose posterior da Art. atlanto-axial medial (atlanto-odontoideia) 
 
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LAOL 
MAOA 
MAOP 
Grande ligamento 
circular atlanto-occipital 
29 
 
O conjunto das articulações que unem a cabeça à coluna vertebral permite movimentos de flexão (15o) e extensão 
(30o), inclinação lateral (20o cada lado) e rotação esquerda e direita (20o cada lado) 
 
Os planos ligamentosos que unem a cabeça ao Atlas e ao Áxis são, de anterior a posterior, até ao canal vertebral: 
• Ligamento longitudinal anterior 
• Membrana atlanto-occipital anterior e o ligamento atlanto-axial anterior 
• Ligamento apical do dente e ligamento alares 
• Ligamento cruciforme do Atlas 
• Membrana tectória 
 
Articulações entre a lombar, sacro e cóccix (NETTER pp. 158 e 333-334) 
 
Articulação lombo-sagrada (ou sacro-vertebral) 
Classificação: a articulação sacro-vertebral propriamente dita é uma sínfise, e as laterais são artrodias 
 
Superfícies articulares: as faces intervertebrais de L5 e S1, o disco intervertebral e os p. articulares L5 e S1 
• Semelhante às restantes articulações intervertebrais, embora com algumas particularidades 
• A face intervertebral superior de S1 está inclinada 45 graus ântero-inferiormente (forma o promontório) 
• As sup. articulares dos p. articulares superiores de S1 estão orientadas (“olham”) mais posteriormente 
 
Meios de união: os lig. longitudinaisanterior e posterior, e as cápsulas articulares das zigapófises 
• Os ligamentos amarelos, a aponevrose tóraco-dorsal (substitui o lig. supra-espinhoso) e os ligg. inter-
transversários lombo-sagrados, não fazem parte da articulação mas reforçam-na à distância 
• O ligamento sacro-vertebral ou ligamento inter-transversário lombo-sagrado é muito desenvolvido, e insere-
se no ápex e bordo inferior do processo transverso de L5 e na porção ântero-lateral da asa do Sacro 
o É análogo ao ligamentos inter-transversários da restante coluna vertebral (este entre L5 e S1) 
o É considerado o feixe medial ou vertical do ligamento ílio-lombar, cujo feixe lateral se vai inserir na 
porção posterior da crista ilíaca e da fossa ilíaca (descrito na Art. sacro-ilíaca) 
 
Articulação sacro-coccígea 
Classificação: sínfise 
Superfícies articulares: as facetas articulares do ápex do Sacro e da base do Cóccix 
Meios de união: 
• Ligamento interósseo: análogo a um disco intervertebral, e que ossifica gradualmente 
• Ligamentos anteriores: da face anterior do Sacro à correspondente e contígua do Cóccix 
o Análogo ao ligamento longitudinal anterior 
• Ligamentos laterais: decompostos em dois feixes 
o Feixe medial, desde o corno sagrado até ao corno coccígeo superior 
o Feixe lateral, desde o bordo lateral do ápex sagrado até ao ápex do corno coccígeo lateral 
• Ligamento posterior: decompostos em dois feixes 
o Feixe superficial, do bordo posterior do hiato sagrado até à face dorsal de Co2 
o Feixe profundo, da face posterior do corpo vertebral de S5 até à face dorsal de Co1/2 
▪ Análogo ao ligamento longitudinal posterior 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pélvis (NETTER pp. 158 e 333-334) (sacro-ilíaca, sínfise púbica, ligamentos de reforço) 
Articulação Sacro-ilíaca 
Classificação: polémica! Muitos autores classificam-na como sínfise por ser pouco móvel e por as superfícies 
articulares serem parcialmente fibrocartilaginosas. No entanto, tem cavidade sinovial e as superfícies articulares são 
uma convexa e outra côncava, elípticas, podendo ser classificada como condilartrose (Rouvière). Há quem se fique 
por dizer que é intermédia entre anfiartrose (sínfise) e diartrose, chamando-lhe diartroanfiartrose (Testut). 
• Nas crianças as superfícies articulares são mais planas, aproximando-se de uma sínfise 
• Nos adultos são mais irregulares e forma-se uma cavidade sinovial, aproximando-se de uma condilartrose 
• Nos idosos torna-se muito fibrosa, podendo ossificar, aproximando-se de uma sincondrose/sinostose 
 
Superfícies articulares: as faces auriculares do Sacro e do Coxal (ílion) 
• Sagrada: depressão elíptica e arqueada, côncava ântero-posteriormente 
• Ilíaca: elevada de forma elíptica, convexa de forma a “encaixar” com a sup. articular do Sacro 
• Estão revestidas por cartilagem predominantemente hialina, embora a capa superficial possa ser fibrosa 
 
Meios de união: cápsula e ligg. anterior, interósseo e posterior são intrínsecos, o ílio-lombar é extrínseco 
• Cápsula articular: insere-se nas margens articulares e confunde-se com os ligamentos adiante descritos 
• Ligamento sacro-ilíaco anterior: reforça a cápsula ântero-inferiormente (“olha” para a frente e para baixo) 
o Inserção sagrada: de superior a inferior, desde a asa do sacro, linea terminalis, e ao longo da face 
anterior de S1 até S3, lateralmente aos foramina sagrados anteriores 
o Inserção ilíaca: de superior a inferior, porção póstero-medial da fossa ilíaca, linha arqueada (local onde 
a inserção é mais forte) e, imediatamente acima da grande incisura ciática, no bordo anterior da espinha 
ilíaca póstero-inferior 
• Ligamentos sacro-ilíacos interósseos: é o principal responsável pela aposição dos ossos intervenientes 
o Inserem-se nas tuberosidades sagrada e ilíaca, ambas posteriores às faces auriculares de cada osso 
o Estão cobertos, posteriormente, pelos ligamentos sacro-ilíacos posteriores 
o O Rouvière e Testut consideram que pertence ao plano profundo dos ligg. sacro-ilíacos posteriores 
• Ligamentos sacro-ilíacos posteriores: 
o Inserção sagrada: partem do processo transverso do Sacro (face posterior da asa do Sacro) e tubérculos 
da crista sagrada intermédia (correspondem aos p. articulares) e tubérculos da crista sagrada laterais 
(correspondem aos p. transversos) 
▪ As fibras para a crista intermédia são os ligamentos ílio-articulares (plano superficial) 
▪ As fibras para a crista lateral são os ligamentos ílio-transversários (plano médio) 
▪ O plano profundo, nesta descrição clássica, equivale aos ligg. sacro-ilíacos interósseos 
o Inserção ilíaca: na porção posterior do lábio interno da crista ilíaca, na tuberosidade ilíaca e EIPS 
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Nota clínica: A hérnia discal (seta na figura da direita) é uma patologia em que, por fragilidade crescente do anel fibroso, 
ocorrer ruptura do mesmo e forma-se um prolapso (habitualmente) ântero-lateral do núcleo pulposo, deformando o disco, 
podendo comprimir a raiz do nervo espinhal que passe posteriormente ao disco afectado. Acontece mais frequentemente 
entre os 20 e 55 anos de idade, e é mais comum nos discos L4-L5, L5-S1 (afectando o nervo ciático). 
 
31 
 
o Plano superficial ou ligamentos ílio-articulares: 3 feixes que partem dos 3 tubérculos da crista sagrada 
intermédia e se inserem na tuberosidade ilíaca e EIPS 
o Plano médio ou ligamentos ílio-transversários: 5 ligamentos (1 sagrado e 4 conjugados) que se podem 
agrupar em dois grupos ligamentares distintos 
▪ Ligamento sacro-ilíaco posterior curto: os três primeiros feixes partem do processo transverso 
do Sacro (face posterior da asa do Sacro)) e dos primeiros 2 tubérculos da crista sagrada 
lateral, ascendem obliquamente, e vão inserir-se na porção posterior da crista ilíaca, da 
tuberosidade ilíaca e da EIPS 
• Confunde-se com os ligg. sacro-ilíacos interósseos (plano profundo) 
• O primeiro feixe é o lig. ílio-transversário sagrado 
• Os segundo e terceiro são os lig. ílio-transversário conjugados primeiro e segundo 
o O nome conjugados deriva da formação dos tubérculos (ver Osteologia) 
▪ Ligamento sacro-ilíaco posterior longo: os quarto e quinto feixes partem dos terceiro e quarto 
tubérculos da crista sagrada lateral e vão-se inserir na porção posterior da crista ilíaca e na 
espinha ilíaca póstero-superior 
• São os lig. ílio-transversário conjugados, havendo um terceiro e um quarto 
• O último feixe, lateralmente, confunde-se com o ligamento sacro-tuberoso 
 
• Ligamento ílio-lombar: é um ligamento extrínseco à articulação que pode ser muscular na infância 
o Insere-se no processo transverso de L5 (ocasionalmente L4) e divide-se em feixes laterais e medial: 
▪ Feixe lateral superior ou ascendente: parte do ápex do processo transverso de L5 e vai inserir-se 
na porção posterior da crista ilíaca 
▪ Feixe lateral inferior ou descendente: parte do bordo inferior do processo transverso de L5 e vai 
inserir-se na porção posterior da fossa ilíaca até à linha arqueada do ílion 
▪ Feixe medial ou vertical: insere-se na porção ântero-lateral da asa do Sacro 
• Este feixe é denominado lig. sacro-vertebral ou ílio-transversário lombo-sagrado 
• É, também, um meio de união importante da Art. lombo-sagrada, aí descrito 
 
Membrana sinovial: reveste a face interior da cápsula articular, é irregular e forma pregas sinoviais 
 
Movimentos: muito limitados, permitindo um rotação até 2o, embora seja maior durante a gravidez 
 
Ligamentos de reforço da Art. sacro-ilíaca (não pertencem à articulação!) – ver imagens pag. 31 
 
Ligamento sacro-tuberoso: coluna ligamentosa grossa e resistente, que se insere no ílion, sacro e ísquion 
• As inserções ilíaca e sagrada são proximais, descendo o ligamento ínfero-lateralmente para o ísquion 
• Inserção ilíaca: na EIPS, incisura inominada, EIPI e porção posterior da face glútea posterior 
o Contribui com fibras para o M. grande glúteo, que se inserena face glútea posterior 
• Inserção sagrada: bordo lateral dos segmentos inferiores (S4-S5) do Sacro e Cóccix 
o Funde-se, medialmente, com o ligamento sacro-ilíaco posterior longo, com o qual partilha inserções 
• Inserção isquiática: o ligamento termina inserindo-se no bordo medial da tuberosidade isquiática 
o Emite, um prolongamento, o processo falciforme, que se estende anteriormente, ao nível do bordo 
medial da tuberosidade isquiática e ramo isquio-púbico, contribuindo para as fibras do canal pudendo 
de Alcock e da fáscia do M. obturador interno, e que pode atingir o lig. arqueado do púbis 
• A longa porção do M. bicípite femoral rebe fibras superficiais da porção terminal do lig. sacro-tuberoso 
• E perfurado pelo nervo cutâneo perfurante e por ramos coccígeos da A. glútea inferior 
 
 
 
 
 
 
 
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32 
 
Ligamento sacro-espinhoso: lâmina triangular e delgada, anterior ao lig. sacro-tuberoso, com o qual se funde 
• Inserção medial: na porção inferior (S4-S5) do bordo lateral do Sacro e do Cóccix 
• Inserção lateral: as fibras convergem e inserem-se no vértice da espinha isquiática 
• Condiciona, ao cruzar anteriormente o ligamento sacro-tuberoso, dois orifícios ósteo-ligamentares: 
o Grande foramen ciático, em relação com a grande incisura ciática, dá passagem a: 
▪ M. piriforme, vasos e nervos glúteos superiores e inferiores, vasos pudendos internos, nervo 
pudendo, nervo cutâneo femoral posterior, o nervo ciático e outros nervos motores 
o Pequeno foramen ciático, em relação com a pequena incisura ciática, dá passagem a: 
▪ M. obturador interno, vasos pudendos internos, nervo pudendo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sínfise púbica 
Classificação: sínfise 
Superfícies articulares: superfícies sinfiseais (com 3cm de altura) de ambos os púbis 
 
Disco articular: existe um disco inter-púbico, que ocupa o espaço entre as sup. sinfiseais, mais largo anteriormente 
• Frequentemente existe uma cavidade (sem sinovial) na porção póstero-superior da sínfise 
 
Meios de união: dispõe-se em redor da articulação um conjunto de ligamentos – os ligamentos do púbis 
• Ligamento superior: insere-se nos tubérculos púbicos unindo as margens superiores das sup. articulares 
• Ligamento inferior/arqueado: é grosso e resistente, côncavo inferiormente 
o Une as margens inferiores das superfícies articulares, estendendo-se, lateralmente, aos ramos 
inferiores do púbis, podendo receber o processo falciforme, prolongamento do lig. sacro-tuberoso 
o Separado, inferiormente, do bordo anterior da membrana perineal por um pequeno espaço oval por 
onde passa a V. dorsal do pénis/clitóris 
• Ligamento anterior: anteriormente à sínfise púbica, forma a massa tendinosa pré-púbica com a contribuição 
tendinosa dos grandes adutores, gracillis, oblíquos externos abdominais e rectos abdominais 
• Ligamento posterior: simétrico ao anterior, posteriormente à sínfise púbica, pouco desenvolvido 
 
Movimentos: muito limitados, embora haja laxidão e separação considerável na gravidez de termo e parto 
Nota clínica: uma sacroileíte é uma inflamação da articulação sacroilíaca que, habitualmente, se manifesta por dor lombo-
sagrada, que pode ser referida à região nadegueira e coxa lateral, que se mantém em repouso (dor inflamatória). O grupo de 
patologias que mais frequentemente causa este fenómeno é o das doenças reumatológicas – globalmente mais frequentes em 
mulheres jovens – nomeadamente espondilite anquilosante, artrite psoriática (complicação articular da psoríase), doença 
inflamatória intestinal (inclui D. Crohn e colite ulcerosa) e artrite reactiva (síndrome de Reiter). 
 
Cortes coronais (sacroilíacas vistas de frente) por ressonância magnética (1) e por TAC (2) em que se podem ver alterações 
inflamatórias sacroilíacas unilaterais (a comparação com a contralateral elucida a anormalidade). 
33 
 
Membrana obturadora 
Lâmina fibrosa que preenche o foramen obturador quase totalmente, deixando passar os vasos e nervo obturadores 
no canal obturador, uma pequena abertura superior, em relação com o sulco obturador 
• As linhas de inserção são, grosseiramente, o rebordo interno do foramen obturador 
• Inferiormente, esta inserção desce para a face medial do ramo ísquio-púbico 
• Superiormente, a inserção faz-se, também, nos tubérculos obturadores anterior e posterior que ladeiam o 
sulco obturador, e na porção mais proximal da crista obturadora 
• Reforçada, superiormente, pela fita sub-púbica (Testut) que parte do lig. transverso do acetábulo e se vai 
inserir no tubérculo púbico e face lateral do corpo púbico, e forma o limite inferior do canal obturador 
 
• As faces interna (pélvica) e externa da memb. obturadora dão inserção ao M. obturador interno e externo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Feixe lateral superior ou ascendente do ligamento ílio-lombar 
Feixe lateral inferior ou descendente do ligamento ílio-lombar 
Feixe medial ou vertical do ligamento ílio-lombar, também denominado ligamento sacro-vertebral 
(apenas visível numa imagem pouco didática da página 642 do tomo 1 do Testut, representado da mesma forma como assinalado a verde) 
 
 
Processo transverso de L4 
in Sobotta 
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Tórax (NETTER p. 184) 
(costo-vertebrais, costo-transversárias, costo-condrais, inter-condrais, esterno-condrais e intrínsecas do esterno) 
 
Articulações costo-vertebrais 
Classificação: artrodias 
Superfícies articulares: 
• Como cada par “faceta costal-semi-faceta vertebral” está separado por um lig. intra-articular, pode-se 
considerar que cada Art. costo-vertebral é composta por duas artrodias, uma superior e uma inferior 
• Como já descrito na Osteologia, a 1ª, 11ª e 12ª articulações costo-vertebrais apresentam particularidades 
Meios de união: 
• Cápsula articular: é delgada e insere-se em redor das margens articulares 
o Reforçada pelos lig. radiado da cabeça da costela e lig. costo-vertebral posterior 
• Lig. radiado da cabeça da costela: parte da face anterior da cabeça da costela, e irradia em leque para face 
lateral dos corpos vertebrais adjacentes e ao bordo anterior do disco intervertebral interposto 
• Lig. costo-vertebral posterior: parte da face posterior do colo da costela, cobre a face anterior de cada 
foramina inter-vertebral, inserindo-se na face póstero-lateral do corpo vertebral acima (imagem p.35) 
• Lig. intra-articular: parte da crista mediana e insere-se no disco intervertebral 
o Divide a cavidade articular em duas articulações planas secundárias (superior e inferior) 
o Muitas vezes é incompleto posteriormente, permitindo comunicação entre as cavidades articulares 
o Naturalmente, este ligamento está ausente na 1ª, 11ª e 12ª articulações costo-vertebrais 
 
Membrana sinovial: reveste interiormente a cápsula articular, estando septada em duas membranas individuais, 
pelo ligamento intra-articular, embora ambas possam comunicar no caso deste ligamento ser incompleto 
 
Articulações costo-transversárias (ausentes nos 11º e 12º arcos costais) 
Classificação: artrodias 
Superfícies articulares: 
• Costais: a faceta articular convexa da tuberosidade costal 
• Vertebrais: a faceta articular côncava da face anterior do ápex de cada processo transverso 
 
Meios de união: 
• Cápsula articular: insere-se em redor das margens articulares e está reforçada por dois espessamentos 
o Ligamento costo-transversário lateral: insere-se no ápex do processo transverso e na porção lateral 
da tuberosidade costal 
o Ligamento costo-transversário inferior: insere-se no bordo inferior do processo transverso e no bordo 
inferior da tuberosidade costal 
• Ligamento costo-transversário: é horizontal e encontra-se entre as Art. costo-vertebral e costo-transversária 
o Parte da face posterior do colo da costela à face anterior do corpo e raiz do processo transverso 
• Ligamento costo-transversário

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