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1 RESUMOS DE ANATOMIA I Rafael Barão Monitor de Anatomia I e II 3ª Edição - Ano lectivo 2018/2019 2 Nota Introdutória O Adolfo, depois de várias décadas a assistir às aulas teóricas de Anatomia, está pronto para ensinar os incautos caloiros. Ávido escritor e inabalável pedagogo, vê-se, no entanto, fisicamente incapaz de escrever por sua própria mão. Como tal, serviu-se de um solícito quinto-anista para criar estes resumos, que nascem da necessidade de preencher um vazio no canon anatómico da FMUC: um material de estudo, adequadamente conciso e sistematizado (sebentiforme), que garanta o sucesso anatómico sem colocar em causa a integridade das pestanas e da psyche do estimado colega. Estes resumos não pretendem ser um manual de estudo. Pretendem sim, ser um humilde resumo dos pontos-chave da anatomia – contando com informação compilada a partir dos principais textos anatómicos disponíveis – sem, no entanto, dispensar a consulta dos manuais recomendados pela Regência para uma explicação mais completa. Naturalmente que, tendo em conta que um estudante de Medicina na UC não tem – nem deve ter! – tempo para ler (todos) os manuais recomendados pelas regências, estes resumos podem ser uma mais-valia para os mais atarefados, tunantes ou ociosos. A expectativa d’O Adolfo e do seu servo dactilógrafo é que estes resumos ajudem a guiar, sistematizar, e aprofundar o estudo da Anatomia Normal (e, ocasionalmente, da Patológica), necessitando sempre do uso de um Atlas em paralelo, uma vez que a transposição de demasiadas imagens para estes resumos encareceriam os mesmos e emagreceriam a carteira do estimado colega. As imagens que, apesar do suprarreferido, foram integradas nestes resumos são as que, sendo oriundas de outros Atlas, podem adicionar informação à já disponível, com o cuidado de não serem redundantes relativamente às presentes no Atlas obrigatório, o Netter. Para terminar, é fundamental avisar que, em momento algum, estes resumos deverão servir como fonte de contradição ou disputa – por mais fidedignas que sejam as fontes bibliográficas em que se baseiam (mesmo estas divergem umas das outras) – face ao que é dito em sede de aula pelos Docentes da cadeira. Estes últimos são e serão, sempre, soberanos. Afinal de contas, O Adolfo não mais é que um ossudo espectador pré-graduado. Um enorme cumprimento a todos os entusiastas pela Anatomia, Do vosso colega, Rafael Correia Barão 3 Bibliografia usada e recomendada Atlas de imagens: • Netter, Frank H., Atlas of Human Anatomy, 6ªEd., Elsevier 2014; o O atlas mais completo e student-friendly: indispensável o Todas as remissões para páginas do Netter referem-se à sua 6ª edição, a mais actualizada • Paulsen, F. & Waschke, J., Sobotta Atlas of Human Anatomy, 15ª Ed., Vol. 1-3, Urban & Fischer 2011; o Vantagem em relação ao Netter: tem imagens mais realistas, artisticamente mais apelativas, caixas de texto explicativas, notas clínicas e imagens de variações anatómicas o Desvantagem: tem as legendas em latim e não costuma ser usado nos testes práticos • Feneis, H. & Dauber, W., Pocket Atlas of Human Anatomy, 4ª Ed., Thieme 2000 o O livro ideal para esclarecer dúvidas sobre a nomenclatura anatómica actual o Particularmente importante na Osteologia, Artrologia, Miologia e Angiologia o Apresenta apenas imagens, muito detalhadas, a preto e branco, com legendas explicativas Livros de texto: o Gray e o Rouvière foram os livros-base destes resumos • Standring, S., Gray’s Anatomy, 40ªEd., Churchill Livingstone 2014; o A estrutura do livro dificulta o estudo mas a informação tem base em estudos científicos recentes, tem notas clínicas importantes, e reflecte o conhecimento anatómico mais actual e moderno • Rouvière, H. & Delmas, A., Anatomia Humana, Tomo 1-4, Masson 2005; o Uma das bíblias da Anatomia Clássica, tem uma estrutura muito bem sistematizada o A versão espanhola do Rouvière é perfeitamente compreensível • Testut, L. & Latarjet, A., Tratado de Anatomia Humana, Tomo 1-4, Salvat 1984; o Talvez o tratado mais completo do mundo, do agrado do Professor Antunes e, por isso, especialmente importante para tirar dúvidas sobre Anatomia do Coração o É demasiado extenso e descritivo, e usa a nomenclatura clássica da escola francesa, desactualizada • Esperança Pina, J.A., Anatomia Humana da Locomoção, 4ª Ed., Lidel 2010; • Esperança Pina, J.A., Anatomia Humana do Coração e Vasos, 2ª Ed., Lidel 2007; • Esperança Pina, J.A., Anatomia Humana dos Órgãos, 2ª Ed., Lidel 2010; o Os livros do Professor Esperança Pina têm uma organização e descrição semelhantes ao Rouvière, com a vantagem de ser em português o A desvantagem mais evidente é a de o português usado não ser o mais simples e inteligível, e também a de a nomenclatura estar, frequentemente, em desacordo com a mais actual Multimédia • Vídeos do Acland’s DVD of Human Anatomy (disponíveis no youtube e outros locais) • http://www.anatomyzone.com Outras fontes de imagens e sabedoria: • Drake, R.L. et al., Gray’s Anatomy for Students, 3ªEd., Churchill Livingstone 2015 • Brunicardi F. C., et al., Schwartz’s Principles of Surgery, 10ªEd., McGraw-Hill Education, 2015 • Townsend, C.M. et al., Sabiston Textbook of Surgery, 20ªEd., Elsevier 2017 • Floch, M.H. et al., Netter’s Gastroenterology, 2ªEd., Elsevier Saunders 2009 • Burnand, K.G. et al., Browse’s Introduction to Symptoms & Signs of Surgical Disease, 5ªEd., CRC Press 2015 http://www.anatomyzone.com/ 4 Olá, esta página é para ti, que não tiveste paciência para ler a nota introdutória. ESTES APONTAMENTOS DEVEM SER ESTUDADOS COM O NETTER ABERTO Cada tópico tem à frente a referência da(s) página(s) relevantes do Netter que deves perscrutar para compreender a anatomia, não só decorar. 5 Índice • Descrição anatómica……………………………………………………………………………………………………….pg. 6 • Anatomia topográfica………………………………….………………………………………………………………….pg. 9 • Osteologia…………………………………………………………….………………………………………………………..pg. 11 o Coluna vertebral………………………………………………………….………………………………………pg. 11 o Tórax…………………………………………………………………………………………………………………..pg. 16 o Pélvis…………………………………………………………………………………………………………………..pg. 20 o Hióide……………………………………………………………………….…………………………………………pg. 22 • Artrologia……………………………………………………………………………………………………………………….pg. 23 o Coluna vertebral…………………………………………………………….……………………………………pg. 24 o Pélvis…………………………………………………………….…………………………………………………….pg. 30 o Tórax…………………………………………………………………………………………………………………..pg. 34 • Miologia…………………………………………………………………………………………………………………..…….pg. 37 o Pescoço……………………………………………………………………………………………………………….pg. 37 o Dorso…………………………………………………………………………………………………….…………….pg. 45 o Tórax…………………………………………………………….…………………………………………………….pg. 49 o Abdómen…………………………………………………………………………………………………………….pg. 55 • Artérias, Veias e Linfáticos………………………………………………………………………………………………pg. 65 o Artérias……………………………………………………………………………………………………………….pg. 65 o Veias…………………………………………………………….……………………………………………………..pg. 78 o Linfáticos……………………………………………………………………………………………………………..pg. 83 • Nervos…………………………………………………………….………………………………………………………………pg. 90 o Medula espinhal………………………………………………………………………………………………….pg. 91 o Sistema nervoso somático……………………………………………………………………………….….pg. 95 o Sistema nervoso autónomo………………………………………………………………………..……….pg. 98 • Mama………………………………….………………………………………………………………………………………….pg. 107 • Tiróide…………………………………………………………………………………………………………………………….pg. 110 • Mediastino………………………………….………………………………………………………………………………….pg. 112 • Timo………………………………….……………………………………………………………………………………………pg. 114 • Coração e Pericárdio……………………………………………………………………………………………………….pg. 115 • Sistema respiratório………………………………….……………………………………………………………………pg. 133 o Laringe………………………………….…………………………………………………………………………….pg. 133 o Árvore tráqueo-brônquica…………………………………………………………………………………..pg.138 o Pulmões………………………………….…………………………………………………………………………..pg. 140 • Sistema digestivo………………………………….………………………………………………………………………..pg. 147 o Esófago………………………………….…………………………………………………………………………….pg. 147 o Estômago………………………………….………………………………….……………………………………..pg. 151 o Intestino delgado…………………….………………………………….……………………………………….pg. 156 o Intestino grosso………………………………….………………….………………………………….………..pg. 162 • Órgãos anexos ao tubo digestivo………………………………….………………………………………………….pg. 180 o Fígado………………………………….………………….………………………………….……………………….pg. 180 o Vias biliares………………………………….………………………….………………….………………………pg. 189 o Pâncreas………………………………….………………………….………………….…………………………..pg. 193 • Baço………………………………….………………………….………………….…………………………………………….pg. 198 • Glândulas suprarrenais………………………………….………………………….………………….………………..pg. 201 • Peritoneu…………………………………………………………….………………….……………………………………..pg. 202 6 Descrição anatómica e o papel da linguagem Importância? Isto é para estudar? • Se não souberes falar “anatomês” não conseguirás aprender anatomia • Se não entenderes os princípios e termos da descrição anatómica não valerá a pena estudares os restantes capítulos Posição anatómica: o referencial universal da descrição anatómica • Corpo humano em ortostatismo, com o pescoço em posição neutra, a olhar em frente • Membros superiores em extensão ao longo do corpo, em supinação (palmas das mãos para a frente) e dedos em extensão • Membros inferiores em extensão, alinhados com o corpo, calcanhares unidos e eixo maior dos pés a formar um ângulo aberto para diante Planos fundamentais: são os eixos X, Y e Z • Sagital ou mediano: vertical, passa na sutura sagital do crânio, e permite dividir o corpo em metades lateral e medial e usar os seguintes termos relativos para descrever estruturas: o Lateral/externo e medial/interno afasta-se do plano ou aproxima-se do plano, respectivamente o As articulações fazem abdução/adução se afastarem/aproximarem a porção móvel do plano o Homolateral ou ipsilateral dizem respeito ao mesmo lado da descrição o Contralateral diz respeito ao lado contrário da descrição • Coronal ou frontal: vertical, é paralelo à sutura coronal do crânio, permite dividir o corpo em metades anterior e posterior e usar os seguintes termos relativos para descrever estruturas: o Anterior/ventral e posterior/dorsal à frente e atrás do plano, respectivamente o Os movimentos de flexão e extensão fazem-se em relação a este plano mas são classificados diferentemente consoante a porção móvel (ver coxa vs. perna) • Axial ou transverso: horizontal, permite dividir o corpo em metades superior e inferior e usar os seguintes termos relativos para descrever estruturas: o Superior/proximal/cefálico/rostral: aproximado da cabeça o Inferior/distal/caudal: afastado da cabeça Outros termos que terás de dominar • Proximal e distal também são termos usados em relação à linha média e ao centro do corpo (equivalente a central vs. periférico), ou em relação ao início e terminação de uma estrutura longa (víscera ou membro) • Exterior e interior são termos usados em relação a cavidades, não sendo equivalentes a externo e interno • Superficial e profundo são termos usados em relação à distância a partir da superfície do corpo • Parietal e visceral são usados consoante a relação se faça com a parede de uma cavidade ou com a superfície de um órgão • Apical diz respeito à extremidade de uma estrutura, enquanto basal diz respeito à sua base • Ulnar diz respeito ao lado medial do antebraço, enquanto radial diz respeito ao lado lateral • Tibial diz respeito ao lado medial da perna, enquanto fibular diz respeito ao lado lateral • Palmar diz respeito à palma da mão, enquanto dorsal diz respeito ao seu dorso • Plantar diz respeito à planta do pé, enquanto dorsal diz respeito ao seu dorso 7 in Gray 8 in So b o tta 9 Anatomia topográfica Pescoço: a topografia cervical está suficientemente descrita no capítulo de Miologia (ver Triângulos do pescoço) Tórax (NETTER pp. 152 e 178) • Região esternal: entre a incisura jugular e o p. xifóide, limitada lateralmente pelas Art. esternoclavicular e esterno-condrais e relacionando-se profundamente com a pleura parietal e M. transverso do tórax • Região dorsal: entre os p. espinhosos de C7 e T12, limitada lateralmente pelos ângulos posteriores da costelas e relacionando-se profundamente com os M. das goteiras vertebrais e coluna vertebral • Região costal: entre o bordo externo da 1ª costela e o rebordo costal (linha que pate do p. xifóide, acompanha o bordo inferior das c. costais e costelas até à ext. anterior da 12ª costela e se continua pelo seu bordo inferior), limitada anteriormente pelas Art. esterno-condrais e posteriormente pelos ângulos das costelas, relacionando-se profundamente com a pleura parietal e o diafragma • Região mamária: verticalmente entre as 3ª e 7ª costelas e, transversalmente entre o bordo lateral do esterno e a linha médio-axilar, relacionando-se profundamente com a fáscia do M. grande peitoral Abdómen (NETTER pp. 242-244) • Parede ântero-lateral: dividida em 9 quadrantes por um par de linhas verticais e um par de horizontais: o Linhas médio-clavicular: corresponde sensivelmente ao bordo lateral dos M. rectos abdominais ▪ Esta linha termina no 1/3 médio do lig. inguinal, uma vez que os bordos laterais dos rectos abdominais convergem para a linha média, afastando-se da linha médio-clavicular o Linha subcostal: linha horizontal que une as ext. anteriores do 10º par de costelas o Linha inter-tubercular: que une os tubérculos das cristas ilíacas (um pouco acima da linha que une as duas espinhas ilíacas ântero-superiores) ▪ A porção central divide-se em regiões epigástrica, peri-umbilical e hipogástrica ▪ A porção lateral divide-se em hipocôndrio, flanco e região inguinal • O limite posterior do flanco é o bordo lateral do erector da espinha o Profundamente relaciona-se com o peritoneu parietal • Parede posterior ou região lombar: entre o p. espinhoso de T12 e a base do sacro e uma linha que parte desta até à espinha ilíaca póstero-superior, limitada lateralmente pelo bordo lateral do erector da espinha, relacionando-se profundamente com a aponevrose do erector da espinha e a coluna vertebral lombar Pélvis (NETTER pp. 330-332) • Região púbica: entre o bordo superior dos púbis e o arco infra-púbico (raiz dos genitais externos), limitada lateralmente pelas linhas que partem dos bordo laterais dos rectos abdominais e que passam nos tubérculos púbicos, relacionando-se profundamente com o espaço pré-vesical ou retro-púbico • Região sacro-coccígea: entre a base do sacro e o ápex coccígeo, limitada lateralmente pelos bordos laterais do sacro e cóccix, relacionando-se profundamente com o espaço retro-rectal 10 in So b o tta 11 Osteologia Considerações gerais: um osso é descrito consoante o seu tipo, sua direcção, as suas saliências e cavidades • Tipo: o Um osso longo tem uma dimensão claramente maior que as outras duas (ex: fémur ou clavícula) ▪ As epífises são as extremidades, a diáfise é o corpo e as metáfises estão entre as duas o Um osso curto tem dimensões semelhantes (ex: cubóide ou calcâneo) o Um osso chato tem duas dimensões claramente maiores que a que resta (ex: escápula ou o esterno) o Um osso arqueado descreve uma curva acentuada (ex: a mandíbula ou o hióide) o Um osso pneumático tem cavidades com ar (ex: o frontal ou o temporal) • Direcção: é descrita isoladamente e em relação à posição anatómica o Absoluta: rectilíneo, curvo, S, em gancho, etc. o Relativa: vertical, horizontal ou oblíquo em relação ao restante esqueleto • Saliências ou eminências: podem ser articulares ou não-articulares, e dentro destas últimas temos o Processos são longos e proeminentes o Tuberosidades são irregulares e pouco proeminentes o Bossas sãoelevações largas • Cavidades: podem ser articulares ou não-articulares, e estas últimas pode ser de o Inserção de músculos o Recepção de tendões (os sulcos) ou órgãos (as fossas) o Amplificação (amplificam som e aquecem o ar): seios peri-nasais e as células mastoideias Coluna Vertebral (7 vértebras cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sagradas e 4 coccígeas = 33V) • Os números podem variar, sendo que as vértebras coccígeas são as mais variáveis • Funções da coluna vertebral o Sustentação do corpo e amortecimento de cargas (é o pilar) o Função dinâmica, ou seja, a coluna permite movimentos o Formação de células sanguíneas (hematopoiese) o Protecção da medula espinhal • Apresenta 4 curvaturas sagitais, sucessivamente convexas e côncavas: o Lordose cervical é côncava posteriormente o Cifose dorsal é côncava anteriormente o Lordose lombar é côncava posteriormente o Cifose sagrada é côncava anteriormente Características comuns: descreve-se um corpo, um foramen (buraco) e um arco • Corpo vertebral (anterior em relação ao canal vertebral): o 2 faces intervertebrais, superior e inferior, côncavas, para as vértebras adjacentes o Os anéis salientes que circunscrevem as faces intervertebrais são as epífises anulares • Foramen ou buraco vertebral: a aposição sucessiva destes foramina forma o canal vertebral o Contem a medula espinhal, as meninges e os vasos medulares • Arco vertebral (posterior em relação ao canal vertebral): o Pedículos (2): um esquerdo e um direito, são colunas ósseas que ligam o arco vertebral ao corpo o Incisuras vertebrais (4): uma superior e uma inferior por cada pedículo ▪ São estreitamentos dos pedículos, sendo a inferior mais funda/desenvolvida ▪ Formam os foramina intervertebrais quando encaixadas com as vértebras adjacentes o Processos transversos (2): um esquerdo e um direito, dão inserção a músculos e ligamentos o Processos articulares (zigapófises): 2 superiores e 2 inferiores, articulam com vértebras adjacentes ▪ Partem das raízes dos processos transversos o Lâminas: duas por vértebra, correspondem à porção óssea entre os P. transversos e os P. espinhosos o Processo espinhoso: saliência ímpar e mediana que dá inserção a músculos e ligamentos Ântero- posterior NETTER p. 153 12 Vertebras cervicais (7): (NETTER pp. 19-21) • Corpo: pequeno, mais largo transversalmente do que no sentido ântero-posterior o Apresenta, na face superior, duas cristas laterais, ântero-posteriores, os processos unciformes o Apresenta, na face inferior, incisuras correspondentes aos P. unciformes da vértebra subjacente o Os processos unciformes ou uncus limitam o movimento de rotação do pescoço • Foramen vertebral tem uma forma triangular de base anterior • Pedículo: rudimentar (só aparente em C6 e C7) • Processos transversos: inserem-se no arco vertebral por duas raízes, apresentam um sulco e dois tubérculos o Foramen transversário, entre as duas raízes, dá passagem aos vasos vertebrais de C1 a C6 o 2 tubérculos, um anterior e um posterior, auxiliam na inserção de músculos e ligamentos ▪ O tubérculo anterior do processo transverso de C6 é o tubérculo carotídeo de Chassaignac • A A. carótida comum pode ser comprimida digitalmente contra este tubérculo o O sulco do nervo espinhal está presente na face superior do processo transverso • Processos articulares: o Superiores: faceta articular orientada póstero-superiormente (olha para trás e para cima) A P o Inferiores: faceta articular orientada ântero-inferiormente (olha para a frente e para baixo) • Lâminas: rectangulares (dimensão horizontal > vertical) • Processo espinhoso: bifurcado, apresentando 2 tubérculos terminais o Mais volumoso em C7, não bifurcado, facilmente palpável na linha média posterior do pescoço Atlas, C1, particularidades: • Não apresenta corpo vertebral, sendo este substituído pelo dente do Áxis • Apresenta arco anterior: o Na face anterior apresenta o tubérculo anterior o Na face posterior apresenta uma faceta articular para o dente do áxis • Não apresenta processos articulares, sendo substituídos pelas massas laterias: o Face articular superior, elíptica ou em forma de palmilha, articula com cada côndilo occipital ▪ Tem orientação súpero-medial e está frequentemente estreitada na porção média o Face articular inferior, oval, articula com os p. articulares superiores do Áxis ▪ Tem orientação ínfero-medial o Tubérculo medial para a inserção do ligamento transverso do Atlas (ver Artrologia) • Processos transversos têm duas raízes que partem das massas laterais, mas são monotuberculados • Sulco da A. vertebral está presente na união de cada massa lateral ao arco posterior o Dá passagem, também, ao primeiro nervo espinhal (C1) • O arco posterior não apresenta processo espinhoso, sendo este substituído pelo tubérculo posterior • O foramen vertebral está separado num terço anterior e dois terços posteriores pelo ligamento transverso o 1/3 anterior é ocupado pelo dente do áxis (ver Artrologia, Netter p. 23) o 2/3 posteriores estão ocupados pela espinhal medula, meninges e vasos Áxis, C2, particularidades: • Tem um corpo com uma crista mediana anterior e, superiormente, parte o dente do áxis (ou p. odontóide): o O dente (15mm de comp.) apresenta uma base larga, colo estreito, corpo cónico e ápex rugoso ▪ O corpo do dente apresenta uma faceta articular anterior para o arco anterior do Atlas e uma posterior para ligamento transverso • As faces articulares superiores estão situadas lateralmente ao dente, e inclinadas lateralmente o Como estas não são proeminentes não podem ser considerados processos articulares • Os processos articulares inferiores (pequenos e curtos) estão num plano anterior às facetas superiores, partindo da junção entre o pedículo e a lâmina • Os processos transversos têm a raiz anterior no corpo e a posterior no pedículo o Projectam-se ínfero-lateralmente, com o foramen transversário a olhar súpero-lateralmente • O processo espinhoso é volumoso e bífido 13 C7 é uma vértebra com características de transição entre a coluna cervical e torácica, tendo particularidades: • O corpo pode apresentar, lateralmente, uma semi-faceta articular para a 1ª costela • Os processos transversos são maiores e monotuberculados • O foramen transversário é pequeno, sendo atravessado pela V. vertebral e não pela A. vertebral • O processo espinhoso não é bífido e é muito saliente, dando o nome de vertebra prominens a C7 Vértebras torácicas (12): (NETTER p. 154) • Corpo: tamanho intermédio entre vértebras cervicais e lombares o T1 apresenta processos unciformes como as vértebras cervicais, que articulam com C7 o Apresenta, nas faces laterais, perto da raíz do pedículo, facetas ou semi-facetas, estas últimas talhadas em bisel, que articulam com as cabeças das costelas: ▪ T1 tem 2 facetas superiores completas e 2 semi-facetas inferiores ▪ T2-T9 têm 2 semi-facetas superiores e 2 semi-facetas inferiores ▪ T10 tem 2 semi-facetas superiores ▪ T11 e 12 têm 2 facetas superiores completas • Foramen vertebral de forma circular • Pedículos: inserem-se na metade superior das porções laterais do corpo • Processos transversos: apresentam, no vértice, uma faceta articular anterior para tuberosidade da costela o T11 e 12 não apresentam faceta articular (11ª e 12ª costela não têm tuberosidade) • Processos articulares: o Superiores: faceta articular orientada póstero-superiormente com rotação medial A P o Inferiores: faceta articular orientada ântero-inferiormente com rotação lateral • Lâminas: quadriláteras (dimensões horizontal e vertical semelhantes) • Processo espinhoso: volumoso com forte inclinação póstero-inferior (para baixo e para trás) Vértebras lombares (5): (NETTER p. 155) • Corpo: volumoso e reniforme (concavidade posterior, forma de rim) o Corpo de L5 é mais alto posteriormenteque anteriormente, sendo a face superior marcadamente oblíqua ântero-inferiormente, contribuindo para o ângulo lombo-sagrado • Foramen vertebral: triangular de base anterior (semelhante ao cervical) o O foramen de L1, no adulto, contém o cone medular, término da espinhal medula • Pedículos: curtos e grossos, inserem-se na 1/2 superior do ângulo entre as faces superior e lateral do corpo • Processos transversos (processos costiformes): compridos e estreitos, representam “costelas lombares” o Apresentam processo acessório na face posterior junto à raiz de implantação, que pode ser encarado como homólogo aos p. transversos das vértebras torácicas • Processos articulares superiores: o Face medial com faceta articular orientada póstero-medialmente (“olham” para a linha média) o Face lateral com processo mamilar • Processos articulares inferiores: têm faceta articular orientada ântero-lateralmente (planas em L5) • Lâminas: rectangulares (dimensão vertical > horizontal) • Processo espinhoso: lâmina rectangular, espessa e praticamente horizontal 14 Sacro (NETTER p. 157): “fusão” de 5 vértebras, por ossificação dos discos intervertebrais • Forma de pirâmide de base superior e ápex inferior • Face anterior, côncava longitudinal e transversalmente, formada por: o Corpos vertebrais, separados por 4 linhas transversais, correspondentes aos discos ossificados o 8 foramina sagrados anteriores, correspondentes aos foramina intervertebrais ▪ Situados nos extremos de cada linha transversal correspondente aos discos ossificados ▪ Atravessados pelos ramos ventrais dos nervos espinhais o 2 sulcos transversos (de superior a inferior), são a concavidade da parte lateral do sacro • Face posterior, convexa e irregular, formada por: o Crista sagrada mediana, corresponde aos processos espinhosos, termina no hiato sagrado ▪ Apresenta 3 ou 4 tubérculos espinhosos, intercalados por depressões o Sulco sagrado, formado pela união das lâminas o 2 cristas sagradas intermédias, correspondem aos processos articulares fundidos ▪ Termina continuando-se com os cornos do sacro, que limitam lateralmente o hiato sagrado o 8 foramina sagrados posteriores, correspondem aos foramina intervertebrais o 2 cristas sagradas laterais, correspondem aos processos transversos fundidos ▪ Cada processo transverso sagrado bifurca-se em porções semi-transversas ascendente e descendente, sendo que o encontro de consecutivas formam os tubérculos conjugados • Faces laterais formadas por: o Face auricular: superfície articular com forma de pavilhão auricular, para o osso coxal o Tuberosidade sagrada ou fossas crivosas, situada entre a face auricular e a crista sagrada lateral, é rugosa para inserção de ligamentos sacroilíacos interósseos o Segmento inferior: não articular, formando um bordo grosso e rugoso que dá inserção aos ligamentos sacrotuberoso e sacroespinhoso • Base formada por: o Face superior do corpo de S1, reniforme e saliente anteriormente, formando o promontório o Foramen superior do canal sagrado (foramen vertebral de S1), de forma triangular o Asas do sacro, superfícies lisas e triangulares de base lateral ▪ Correspondem aos processos transversos e elementos costais de S1 ▪ Separadas da face anterior do sacro pela linea terminalis, um limite da pélvis menor ▪ A sua porção posterior e saliente superiormente é o processo transverso do Sacro o Processos articulares do sacro (correspondem aos p. articulares superiores de S1) ▪ Superfície articular orientada póstero-medialmente Medial a lateral Medial a lateral Segmento superior A Base do Sacro in Sobotta 15 • Ápex formado por: o Hiato sagrado, abertura inferior do canal sagrado, está ao nível de S3-S4 ▪ Delimitado lateralmente pelos cornos e superiormente pela crista sagrada média o Faceta articular oval para a base do cóccix o 2 cornos sagrados, formados pela continuação inferior das cristas sagradas intermédias • Canal sagrado é um prisma triangular de base superior que se torna aplanado inferiormente o Abertura superior é o foramen vertebral de S1, e a inferior é o hiato sagrado o Contínuo com os canais intervertebrais, que se bifurcam e abrem nos foramina sagrados anteriores e posteriores, conduzindo os ramos ventrais e dorsais, respectivamente, dos N. espinhais sagrados Cóccix: osso composto por 3 a 5, normalmente 4, vértebras fundidas • É triangular de base superior, face anterior côncava, face posterior convexa e ápex inferior • Base formada por: o Face articular para o ápex do sacro o 2 cornos coccígeos superiores (verticais, correspondentes a processos articulares superiores) o 2 cornos coccígeos laterais ou asas (horizontais, correspondentes a processos transversos) • Faces anterior e posterior apresentam sulcos transversais correspondentes à ossificação dos discos • Margens laterais: inserção de ligamentos sacro-espinhoso e sacro-tuberoso • Ápex termina como tubérculo, normalmente desviado da linha sagital Nota clínica: A doença de Scheuermann, uma doença multifactorial, é causa frequente de hipercifose dolorosa (“corcunda”), mais comum em adolescentes do sexo masculino, na qual há uma ossificação anormal das vértebras torácicas e lombares superiores, cujo corpo adquire a forma de cunha. A doença de Baastrup, mais comum nos idosos, é uma causa comum de dor lombar, que se caracteriza por excessivo contacto entre os processos espinhosos adjacentes, que ao fazerem “fricção” uns nos outros, resultam em alterações de esclerose e hipertrofia óssea e inflamação local. A dor resultante agrava em extensão (processos espinhosos aproximam-se) e melhora em flexão (processos espinhosos afastam-se). A osteoporose é uma doença (novamente, multifactorial) qualitativa e não quantitativa do osso, em que o osso trabecular se torna mais poroso por excesso relativo de reabsorção óssea, perdendo resistência. É mais comum em mulheres após os 50 anos e homens após os 70. Os estrogénios (protectores) e a regulação do metabolismo fosfocálcico (pela vitamina D, pelo rim, pela hormona paratiróide) participam na fisiopatologia. As complicações desta doença incluem fracturas vertebrais, fracturas distais do rádio e do colo do fémur, sendo estas últimas dramáticas, uma vez que, em doentes idosos, acarretam uma taxa de mortalidade de cerca de 25% no primeiro ano após a fractura. D. Scheuermann D. Baastrup Fractura osteoporótica 16 Tórax (esterno, costelas, cartilagens e aberturas): (NETTER pp. 183-184) Esterno: osso ímpar, mediano e chato da parede anterior do Tórax, em forma de espada de gladiador • Tem um comprimento de 17cm no sexo masculino, menor no feminino, e é oblíquo ântero-inferiormente • Embriologicamente é composto por 6 segmentos (estérnebras) cuja ossificação e fusão se prolonga até depois da puberdade, restando três peças fundamentais, de superior a inferior, o manúbrio, corpo e o processo xifóide • Face anterior, ligeiramente convexa anteriormente, apresenta cristas transversais, das quais se destacam: o Crista manúbrio-esternal marca o ângulo manúbrio-esternal (de Louis), um marco anatómico importante para localizar extremidade anterior do 2º arco costal, com o qual está alinhado o Crista xifo-esternal, corresponde à união do corpo ao p. xifóide, alinha-se com o 7º arco costal o As restantes cristas transversais, menos definidas, alinhadas com os restantes arcos costais, correspondem à fusão completa dos vários segmentos ósseos (estérnebras) que originam o esterno • Face posterior, côncava e lisa, relaciona-se posteriormente com o M. transverso do tórax, fáscia endotorácica e pericárdio • Extremidade superior, correspondendo à base do manúbrio, apresenta o Incisura jugular ou fúrcula esternal, mediana o 2 incisuras claviculares, laterais, orientadassúpero-lateralmente, articulam com as clavículas • Extremidade inferior, corresponde ao p. xifóide, é frequentemente cartilaginoso, pode apresentar um foramen xifóide e o seu ápex pode ser bífido • Margens laterais apresentam 14 incisuras costais para as cartilagens dos primeiros 7 arcos costais Nota clínica: O esterno pode apresentar deformações esqueléticas do tipo pectus carinatum (procidente anteriormente, lembrando a quilha das aves) ou pectus excavatum (forma escavação podendo comprimir o coração). Cada uma pode ocorrer isoladamente ou estar associadas a mutações genéticas como na S. Marfan, S. Ehlers-Danlos e cromossomopatias. Nota clínica: A espinha bífida é uma malformação que ocorre em 10% dos indivíduos, em que um arco vertebral não encerra na linha média (normalmente em L5 ou S1) e, assim, o canal vertebral fica aberto posteriormente. A maioria dos casos são assintomáticos e pode-se observar um tufo de pelos sobre os processos espinhosos (a pele, os pêlos, o arco vertebral e o SNC são todos derivados ectodérmicos). Em alguns doentes forma-se uma evaginação das meninges que pode conter apenas líquido cérebro-espinhal, sendo um meningocelo, ou pode conter medula espinhal, formando um mielomeningocelo. Sintomas comuns são alterações da marcha e da continência urinária. 17 Costelas (12 pares, classificáveis por critérios morfológicos e articulares) Classificação morfológica: • Típicas (12 pares habituais) o Legítimas (com 2 articulações costovertebrais, representadas pela cabeça e tuberosidade) ▪ Espalmadas – 1ª e 2ª ▪ Enroscadas – 3ª à 10ª o Espúrias (1 articulação costovertebral, representada pela cabeça, tuberosidade ausente) – 11ª e 12ª • Atípicas (supranumerárias, i.e. cervicais ou lombares) o Nota clínica: A presença de uma costela cervical (supranumerária), que articula com C7 e se coloca entre a clavícula e a primeira costela, pode causar compressão dos vasos subclávios e/ou do plexo braquial obrigando a correcção cirúrgica. Está presente em 0,7-1% da população. Classificação quanto à aderência ao esterno: • Verdadeiras ou esternais (articulam-se com o esterno através de cartilagem costal própria) – 1ª à 7ª • Falsas ou asternais (não aderem ao esterno): o Aderentes (articulam-se com o arco costal suprajacente através da cartilagem costal) – 8ª à 10ª o Flutuantes (a cartilagem costal própria não adere a arcos costais, permanecendo livre) – 11ª e 12ª ▪ A 10ª costela pode ser flutuante, com uma incidência de 35-70%, dependendo da raça in G ra y 18 Curvaturas (3): • Segundo as faces: face interna côncava e face externa convexa, condicionando o ângulo da costela o A porção da costela posterior ao ângulo dirige-se ínfero-lateralmente o A porção da costela anterior ao ângulo dirige-se ântero-inferiormente e depois ântero-medialmente o 1ª e 2ª costelas, sendo espalmadas e tendo bordos anterior e posterior, não têm esta curvatura • Segundo o eixo: curvatura de torção de forma a que a face externa está orientada, na porção posterior, inferiormente (“olha” para baixo) e, na porção anterior, está orientada superiormente (“olha” para cima) • Segundo os bordos: condiciona obliquidade da costela, sendo que os bordos têm a forma de um S o O bordo superior é, posteriormente, côncavo, e anteriormente é ligeiramente convexo Orientação: as costelas estão inclinadas ântero-inferiormente, sendo que esta inclinação aumenta da 1ª à 12ª Conformação externa: • Corpo da costela: o Face lateral, onde se destaca o ângulo costal (situado 5-6cm anteriormente à tuberosidade), e face medial, sulcada inferiormente pelo sulco costal ▪ Excepção na 1ª e 2ª costelas, que têm faces superior e inferior o Bordo superior, rombo, e bordo inferior, delgado e formando o lábio lateral do sulco costal ▪ Excepção na 1ª e 2ª costelas, que têm bordo lateral e medial o Sulco costal, escavação da porção inferior da face medial, limitado inferiormente pelo bordo inferior ▪ Aloja, de superior para inferior, a veia, artéria e nervo intercostais (VAN) ▪ Excepção na 1ª, 2ª e 12ª costelas, que não têm sulco costal ▪ Nota clínica: Em procedimentos invasivos em que é feita uma punção através da grelha costal (ex. toracocentese, biópsia pulmonar, biópsia hepática, etc.), é necessário puncionar junto ao bordo superior de uma costela de forma a evitar lesar o rolo vásculo-nervoso intercostal que passa no sulco costal, junto ao bordo inferior da costela • Extremidade posterior: o Cabeça da costela, que forma um ângulo diedro, apresenta: ▪ 2 facetas articulares, superior e inferior, para as duas semi-facetas dos corpos vertebrais ▪ Crista mediana para articular com disco intervertebral • Excepção no caso da 1ª, 11ª e 12ª, que têm faceta completa, sem crista mediana o Colo da costela é a porção estreita entre a cabeça e a tuberosidade o Tuberosidade da costela que é, na verdade, um tubérculo ▪ A porção mais lateral é rugosa, dá inserção a ligamentos ▪ A porção mais medial apresenta faceta articular que articula com a faceta do p. transverso ▪ Excepção nas 11ª e 12ª costelas, que não têm tuberosidade • Extremidade anterior: faceta articular escavada que recebe a cartilagem costal o Todas as costelas têm, na sua extremidade anterior, uma cartilagem costal que prolonga a direcção da costela, sendo as cartilagens das 11ª e 12ª costelas livres (flutuantes) e afiladas 1ª Costela, particularidades: • Espalmada: tem faces superior e inferior, e bordos lateral e medial • Face superior apresenta: o Sulco anterior aloja a V. subclávia o Sulco posterior aloja a A. subclávia o Entre os dois sulcos existe o tubérculo (de Lisfranc) do músculo escaleno anterior o Superfície rugosa anterior dá inserção ao ligamento costo-clavicular e ao M. subclávio • Face inferior não tem sulco costal, embora se relacione com o rolo vásculo-nervoso costal correspondente • Cabeça da costela com face articular completa e sem crista mediana 19 2ª Costela, particularidades: • Espalmada (mais oblíqua que a 1ª): tem faces súpero-lateral e ínfero-medial, e bordos lateral e medial • Face súpero-lateral apresenta tuberosidade para o M. serratus anterior • Face ínfero-medial sem sulco costal, embora se relacione com o rolo vásculo-nervoso costal correspondente o O Gray descreve um sulco costal na sua porção posterior muito curto e oblíquo ínfero-lateralmente 11ª e 12ª Costelas, particularidades: • Cabeça da costela com faceta articular completa sem crista mediana • Não apresentam tuberosidade costal • Não apresenta curvatura segundo o eixo (de torção) • A 12ª costela não apresenta sulco costal Orifício superior da caixa torácica (imaginar um barril; esta é a tampa) • Limite anterior: incisura jugular do manúbrio, • Limite lateral: bordo medial da 1ª costela de cada lado • Limite posterior: corpo de T1 • Forma elíptica inclinada ântero-inferiormente (a incisura jugular está ao nível do disco entre T2 e T3) o Em média, o diâmetro ântero-posterior é de 6cm e o transversal de 10cm Orifício inferior da caixa torácica (imaginar um barril; este é o fundo) • Limite anterior: processo xifóide do esterno e o bordo inferior das últimas 6 cartilagens costais • Limite lateral: bordo inferior das costelas flutuantes • Limite posterior: corpo de T12 • Forma elíptica inclinada póstero-inferiormente (o p. xifóide está aproximadamente ao nível de T9) o Em média, o diâmetro ântero-posterior é de 12cm e o transversal de 26cm 1ª costela 2ª costela Sulcos para a Veia (1) e Artéria subclávia (2) 1 2 M. subclávio M. escaleno anterior M. escaleno médio 1º feixe do M. serratus anterior 2º feixe do M. serratus anterior M. escaleno posterior 20 Pélvis (osso coxal e aberturas): (NETTER pp. 330 e 473) Estecapítulo está escrito com a profundidade exigida pela Anatomia II. Na Anatomia I, o aluno deverá “apenas” saber os ossos constituintes, as suas porções e descrever sumariamente as faces e bordos do osso coxal. Osso Coxal (fusão do ílion, púbis e ísquion): Ílion (superiormente ao acetábulo) • Asa e Corpo Púbis (inferiormente ao acetábulo, anteriormente ao foramen obturador) • Corpo, ramo superior e ramo inferior (este último forma o ramo ísquio-púbico) Ísquion (inferiormente ao acetábulo, posteriormente ao foramen obturador) • Corpo e Ramo (forma ramo ísquio-púbico) Face externa do Osso Coxal • Acetábulo: recebe a cabeça do fémur o Limbo do acetábulo: é a circunferência do acetábulo ▪ Incisura ílio-púbica: anterior, inaparente no osso adulto ▪ Incisura ílio-isquiática: posterior, inaparente no osso adulto ▪ Incisura ísquio-púbica: patente no osso adulto, fechada pelo lig. transverso acetabular o Fossa do acetábulo: porção profunda, central, não articular, preenchida por tecido adiposo de suporte o Superfície lunata: crescente interrompida pela incisura do acetábulo (ou ísquio-púbica) ▪ Porção articular para a cabeça femoral • Sulco supra-acetabular: sulco que separa a margem acetabular do corpo do ílion • Superfície glútea: face externa da asa do ílion, começa na linha glútea inferior e recebe inserções musculares o Linhas glúteas inferior, anterior e posterior o Zona glútea anterior (entre linhas inferior e anterior): inserção do M. pequeno glúteo o Zona glútea média (entre linhas anterior e posterior): inserção do M. glúteo médio o Zona glútea posterior (atrás da linha posterior): inserção dos M. grande glúteo, piriforme e ligamento sacro-tuberoso • Foramen nutritivo do osso coxal: próximo da linha glútea anterior • Foramen obturador, circunscrito por: o Superiormente, pelo acetábulo, anteriormente pelo púbis, e posteriormente pelo ísquion o Margens anterior e posterior afastam-se de baixo para cima: torna-o mais espesso superiormente o Sulco obturador, ladeado pelos tubérculos obturadores anterior e posterior ▪ Dá passagem aos vasos e nervo obturadores ▪ Termina por baixo da crista obturadora, que liga o tubérculo púbico ao acetábulo o Preenchido, quase totalmente, pela membrana obturadora, formando o canal obturador Face interna do Osso Coxal • Fossa ilíaca: concavidade do ílion que dá inserção ao M. ilíaco; limitada inferiormente pela linha arqueada • Linha arqueada: saliência oblíqua desde a face auricular até à eminência ílio-púbica o Constitui um limite do orifício superior da pélvis, separando a pélvis maior (acima) da menor (abaixo) o Continua-se com a crista pectínea ao nível da eminência ílio-púbica • Face auricular: superfície articular para a Art. sacro-ilíaca • Tuberosidade ilíaca: inserção de ligg. sacro-ilíacos (posteriores e interósseos) e lig. ílio-lombar • Superfície plana e quadrilátera: maior parte do corpo do ísquion; corresponde, externamente, ao acetábulo o Dá inserção parcial ao M. obturador interno • Foramen obturador 21 Bordo superior do Osso Coxal (sentido póstero-anterior) • Espinha ilíaca póstero-superior (EIPS) • Crista ilíaca: o Lábios externo (M. Ob. externo), intermédio (M. Ob. interno) e interno (M. transverso abdominal) o Tubérculo da crista ilíaca: a 5cm da EIAS, perto da união da linha glútea anterior com a crista ilíaca • Espinha ilíaca ântero-superior (EIAS) Bordo anterior do Osso Coxal (sentido céfalo-caudal) • Espinha ilíaca ântero-superior (EIAS): inserção do M. sartorius e M. tensor da fáscia lata • Incisura fémuro-cutânea: dá passagem ao N. cutâneo femoral lateral • Espinha ilíaca ântero-inferior (EIAI): inserção do M. recto femoral (parte do M. quadricípite femoral) • Incisura do psoas-ilíaco: dá passagem ao músculo homónimo • Eminência ílio-púbica (= eminência ílio-pectínea): inserção do M. pequeno psoas e da fita ílio-pectínea • Crista pectínea: inserção do M. pectíneo e da respectiva fáscia e limite posterior da superfície pectínea o Confluência dos ligamentos pectíneo (Cooper), lacunar (Gimbernat), de Henle, a foice inguinal e fascia transversalis (ver Miologia do Abdómen) o Superfície pectínea, área triangular do ramo superior do púbis, limitada ant./ pela crista obturadora • Tubérculo púbico: inserção de diversas estruturas musculares e ligamentosas o M. recto abdominal, piramidal e aponevroses dos M. oblíquos ext. e int., transverso abdominal o Ligg. inguinal (Poupart), lacunar (Gimbernat), ílio-púbico (Thompson), de Henle • Crista púbica ou ângulo púbico: crista desde o tubérculo púbico à superfície sinfiseal • Superfície sinfiseal Bordo inferior do Osso Coxal (sentido ântero-posterior) • Ângulo infra-púbico: formado entre as margens inferiores das superfícies sinfiseais de ambos os púbis o Critério de dimorfismo sexual (50-80º no homem, 75º em média; 80-100º na mulher, 90º em média) • Ramo inferior do púbis e ramo do ísquion: é o ramo ísquio-púbico, que apresenta a tuberosidade isquiática Bordo posterior do Osso Coxal (sentido caudo-cefálico) • Tuberosidade isquiática: inserção de M. gémeos superior e inferior, quadrado femoral, adutor magno, M. bicípete femoral, semitendinoso, semimembranoso e lig. sacro-tuberoso • Pequena incisura ciática: passam os M. obturador interno, vasos pudendos internos e nervos do plexo sagrado • Espinha isquiática: lig. sacro-espinhoso e M. gémeo superior • Grande incisura ciática: passam os N. ciático, M. piriforme, vasos glúteos e vasos pudendos internos • Espinha ilíaca póstero-inferior (EIPI) • Incisura inominada (paradoxalmente) • Espinha ilíaca póstero-superior (EIPS) Ângulos: EIAS, EIPS, ângulo do púbis (margem superior da superfície sinfiseal), tuberosidade isquiática Orifício Superior da Pélvis (póstero-anterior): • Separa a pélvis maior (formada pelas fossas ilíacas e asas do sacro) da pélvis menor ou verdadeira • Limite posterior: o promontório e a linea terminalis (bordo anterior da asa) do sacro • Limite lateral: a linha arqueada da face interna do ílion e a crista pectínea do púbis • Limite anterior: lábio posterior da crista púbica e a margem superior da sínfise púbica • Forma elíptica inclinada ântero-inferiormente (faz ângulo de 35-50º com o plano horizontal) o Em média, o diâmetro ântero-posterior é de 11cm e o transversal de 13,5cm Orifício Inferior da Pélvis (póstero-anterior): • Limite posterior: o ápex do cóccix • Limite lateral: o lig. sacro-tuberoso, a tuberosidade isquiática e o ramo ísquio-púbico • Limite anterior: margem inferior da sínfise púbica o Em média, o diâmetro ântero-posterior é de 9-11cm e o transversal (ou bi-isquiático) de 11-12,5cm 22 Osso Hióide: (NETTER p. 15) • Osso ímpar e mediano do pescoço, com forma de ferradura aberta para trás • Situado no ângulo entre a face anterior do pescoço e o pavimento oral, anteriormente a C3/4 • Está isolado do restante esqueleto, estando fixo por músculos e ligamentos • Está constituído por um corpo, um par de grandes cornos e um par de pequenos cornos o Corpo: lâmina óssea rectangular, larga e espalmada ântero-posteriormente ▪ Face anterior é convexa, com uma crista mediana e uma saliência mediana • Dá inserção aos músculos supra-hioideus e alguns músculos extrínsecos da língua ▪ Face posterior é côncava e regularmente escavada, dando inserção ao M. tiro-hioideu ▪ Bordo superior é delgado e côncavo posteriormente ▪ Bordo inferior é grosso e dá inserção aos músculos infra-hioideus (exc. o M. esterno-tiroideu) o Grandes cornos são o prolongamento póstero-superior do corpo, terminando num tubérculo ▪ Superiormente, inserem-se os M. hio-glosso e constritor médio da faringe ▪ Inferiormente, insere-se o M. tiro-hioideu ▪ No tubérculo insere-seo ligamento tiro-hioideu lateral o Pequenos cornos são pequenas espículas ósseas ovoides e afiladas que se projectam superiormente da união dos grandes cornos com o corpo ▪ Dão inserção as M. constritor médio da faringe e músculos intrínsecos da língua ▪ O seu vértice dá inserção ao lig. estilo-hioideu, que parte do processo estilóide do temporal Vista medial Vista ântero-superior in Sobotta e Gray Vista lateral 23 Artrologia Descrição articular → saber descrever de forma organizada é o mais importante na oral! 1. Classificação 2. Superfícies articulares o Cartilagem articular (hialina, elástica ou fibrosa) o Debrum articular (anca e ombro) 3. Menisco (incompleto) ou Disco (completo) 4. Meios de união o Cápsula o Ligamentos 5. Membrana sinovial 6. Movimentos Classificação articular: • Sinartroses (assinoviais) o Fibrosas/sinfibroses (imóveis) ▪ Suturas (dentadas, escamosas, planas e esquindileses) ▪ Gonfoses (alvéolo-dentárias) ▪ Sindesmoses (tecido fibroso interposto, como lig. interósseo) o Cartilaginosas (movimento restrito) ▪ Sincondroses (tendem a ossificar por sinostose) ▪ Sínfise (com disco entre as cartilagens hialinas) • Diartroses (sinoviais, móveis) o Concordantes (sup. articulares congruentes) ▪ Atrodias/Planas ▪ Enartroses/Esféricas ▪ Trocartroses/Cilíndricas ▪ Trocleartroses (Roldana) ▪ Condilartroses/Elipsoideias ▪ Efipiartroses/Selares o Discordantes (sup. articulares não congruentes) ▪ Meniscartroses (discordância corrigida por menisco) ▪ Heteroartroses (discordância não corrigida) 24 Coluna Vertebral (NETTER pp. 159) (corpos vertebrais, processo articulares, atlanto-axiais, atlanto-occipital, sacro-vertebrais, sacro-coccígea) Articulações entre corpos vertebrais Classificação: sínfise Superfícies articulares: faces intervertebrais (e epífises anulares), separadas por um disco intervertebral Disco intervertebral: de cartilagem fibrosa, biconvexo, com anel fibroso periférico e núcleo pulposo central • De maiores dimensões na coluna lombar • Anel fibroso periférico: estrutura anular fibrosa (mais perifericamente) e fibrocartilaginosa (internamente) o As fibras das lamelas fibrosas concêntricas que o compõem adoptam várias direcções o A rotura do anel fibroso com herniação do núcleo pulposo é o mecanismo da hérnia discal • Núcleo pulposo central: estrutura gelatinosa que se vai tornando cada vez mais fibrosa com a idade Meios de união: cápsula articular Meios de união: ligamentos • Ligamento longitudinal anterior (anteriormente aos corpos vertebrais) o Parte da porção basilar do occipital e tubérculo anterior do Atlas, até face anterior do corpo de S2 o Adere, também, aos discos intervertebrais que cobre ao longo do trajecto o Estreito na coluna cervical e na lombar, sendo largo na coluna torácica • Ligamento longitudinal posterior (posteriormente aos corpos vertebrais, dentro do canal vertebral) o Parte da face posterior do corpo de C2 até ao cóccix (primeira vértebra coccígea) o Continua-se, superiormente, até ao clivus do osso occipital com a membrana tectória o Uniforme desde coluna cervical até à metade superior da coluna torácica e, abaixo desse nível, é estreito nos corpos e largo nos discos, inserindo-se nestes Coluna cervical, particularidades: • Os processos unciformes (ver Osteologia) da vértebra subjacente e a incisura correspondente na vértebra suprajacente são superfícies articulares das articulações unco-vertebrais (Trolard/Luschka), classificáveis como artrodias, e estão presentes de C2-C7/T1, estando reforçadas com cápsula articular e ligamentos in Gray 25 Articulações entre processos articulares (ou zigapófises) Classificação: artrodias (cervicais e torácicas) e condilartroses rudimentares (lombares) Superfícies articulares: facetas articulares dos p. articulares superiores e inferiores de vértebras consecutivas • As lombares podem ter estruturas intra-articulares meniscóides ou tecido adiposo sub-capsular Meios de união • Cápsula articular: de resistência crescente da coluna cervical até à lombar • Ligamentos: a cápsula é reforçada, na coluna torácica e lombar, por um ligamento posterior Membrana sinovial: reveste internamente a cápsula articular Uniões entre lâminas, processos espinhosos e processos transversos (não são articulações!) • Lâminas: os ligamentos amarelos (flavum) são pares que existem em cada espaço inter-laminar (C1-S1/2), inserindo-se no bordo inferior da lâmina de uma vértebra e no bordo superior da lâmina subjacente o A sua face anterior está separada das meninges por uma fina membrana, vasos e tecido adiposo o Os seus bordos mediais unem-se na linha média, e os laterais reforçam as cápsulas das zigapófises o De superior a inferior, a sua largura diminui mas a sua espessura e altura aumentam o Têm como função principal impedir separação excessiva das lâminas aquando da flexão do tronco o O seu nome deve-se ao facto de serem constituídos por tecido elástico amarelado • Processos espinhosos: o Ligamentos inter-espinhosos: lâminas rectangulares verticais que ocupam o espaço inter-espinhoso ▪ O seu bordo anterior une-se aos ligamentos amarelos ▪ O seu bordo posterior une-se ao ligamento supra-espinhoso ▪ Cervicais: pouco aparentes, substituídos pelo septo mediano do ligamento da nuca ▪ Torácicos: estreitos e alongados, pouco desenvolvidos ▪ Lombares: espessos e duplos emparelhados, separados por uma fenda virtual • As fibras profundas são verdadeiramente ligamentosas e oblíquas ântero-inferiormente • As fibras superficiais confundem-se com os tendões do M. longíssimo torácico o Ligamento supra-espinhoso: cordão fibroso que se insere no vértice dos p. espinhosos de C7 até L4 ▪ Acima de C7 continua-se com o ligamento da nuca ▪ Abaixo de L4 confunde-se com fibras do M. latissimus dorsal e aponevrose tóraco-dorsal ▪ Constituído por feixes: • Superficiais, que se inserem a cada 3-4 vértebras • Médios, que se inserem a cada 2-3 vértebras • Profundos, que se inserem em processos espinhosos adjacentes e fundem-se com os ligamentos inter-espinhosos em cada espaço • Processos transversos: os ligamentos inter-transversários unem p. transversos consecutivos de cada lado o Cervicais: não aparentes, estão substituídos pelos músculos inter-transversários o Torácicos: cordões fibrosos que unem os vértices de processos transversos consecutivos o Lombares: mais desenvolvidos, unem os processos acessórios de p. transversos consecutivos • O ligamento mamilo-acessório une os processos mamilares aos processos acessórios da mesma vértebra e dá passagem, inferiormente, ao ramo dorsal do nervo espinhal; este ligamento pode ossificar Movimentos: a coluna cervical é a mais móvel • C. cervical: flexão-extensão (100o), inclinação lateral (32-47o cada lado) e rotação (63-78o cada lado) • C. torácica: flexão (10o) e extensão (7-10o), inclinação lateral (6-13o cada lado) e rotação (10-25o cada lado) • C. lombar: flexão (58-72o) e extensão (30o), inclinação lateral (25-35o cada lado), rotação (25-40o cada lado) • Coluna completa: flexão (100o) e extensão (50o), inclinação lateral (40o cada lado), rotação (40o cada lado) 26 Articulações entre a cabeça, Atlas e Áxis (NETTER pp. 21-23) Articulação Atlanto-axial lateral (propriamente dita) Classificação: heteroartrose Superfícies articulares: as faces articulares inferiores do Atlas e as faces articulares superiores do Áxis • As superfícies articulares, no osso fresco, devido ao seu revestimento de cartilagem hialina, são ambas convexas, o que as torna discordantes/incongruentes, determinando a classificação de heteroartrose Meios de união: • Cápsula articular: é laxa, permitindo movimentos amplos, e está reforçada pelo: o Lig. Atlanto-axial acessório (de Arnold), medial à cápsula articular, parte desde as massas lateraisdo Atlas até à face posterior do corpo do Áxis (base do dente) • Lig. Atlanto-axial anterior: membrana fibrosa, grossa na linha média e delgada lateralmente o Inserção atlantoideia: na margem inferior do arco anterior do Atlas o Inserção axial: na face anterior do corpo do Áxis o Situa-se num plano posterior ao ligamento longitudinal anterior o Lateralmente funde-se e reforça as cápsulas articulares atlanto-axiais • Lig. Atlanto-axial posterior: membrana delgada e laxa o Inserção atlantoideia: na margem inferior do arco posterior do Atlas o Inserção axial: na margem superior das lâminas e base do processo espinhoso do Áxis o Lateralmente é atravessado pelo 2º nervo espinhal (C2) • Lig. longitudinal anterior: previamente descrito Membrana sinovial: reveste a cápsula articular e é laxa • Pode comunicar com a sinovial entre o dente e o ligamento transverso Articulação Atlanto-axial mediana (Atlanto-odontoideia) Classificação: trocartrose dupla (ou cilíndrica) Superfícies articulares: o dente está contido num anel osteofibroso (lig. transverso + arco anterior do Atlas) • Faceta articular posterior do arco anterior do Atlas • Faceta articular anterior do dente do Áxis • Faceta articular posterior do dente do Áxis • Face anterior do ligamento transverso do Atlas Meios de união: • Cápsula articular: uma cápsula por cada trocartrose, inserem-se em redor das cartilagens articulares • Ligamento cruciforme do Atlas: composto pelo lig. transverso do Atlas e por 2 feixes longitudinais o Ligamento transverso do Atlas: lâmina fibrosa grossa e densa, com disposição horizontal ▪ Insere-se no tubérculo da face medial de cada massa lateral do Atlas ▪ É côncava anteriormente e a sua face anterior está revestida por cartilagem ▪ Funciona simultaneamente como superfície articular e meio de união ▪ Divide o foramen vertebral do Atlas num 1/3 anterior ocupado pelo dente e em 2/3 posteriores ocupados pela medula espinhal, meninges e vasos o Feixe longitudinal superior/ascendente ou occipito-transverso ▪ Parte do lig. transverso e insere-se superiormente na porção basilar do occipital ▪ Situa-se num plano entre a membrana tectória e o ligamento apical do dente o Feixe longitudinal inferior/descendente ou transverso-axial ▪ Parte do lig. transverso e insere-se inferiormente na face posterior do corpo do Áxis Membrana sinovial: reveste interiormente cada cápsula articular, embora possam comunicar uma com a outra e a sinovial da trocartrose posterior pode comunicar com a sinovial das Art. atlanto-axial laterais e atlanto-occipital Trocartrose anterior Trocartrose posterior 27 in Gray Ligamento de Arnold 28 Articulação Atlanto-occipital Classificação: bicondilartrose Superfícies articulares: os côndilos occipitais e as faces articulares superiores das massas laterais do Atlas • Os côndilos occipitais são convexos, elípticos e orientam-se ínfero-lateralmente • As faces articulares superiores do Atlas são côncavas, elípticas e orientam-se súpero-lateralmente • Ambas as superfícies articulares podem apresentar um estreitamento médio ou mesmo serem septadas Meios de união: • Cápsula articular: insere-se em redor das cartilagens articulares, é laxa ântero-medialmente, sendo reforçada póstero-lateralmente pelos ligamentos atlanto-occipitais laterais • Ligamento ou membrana atlanto-occipital anterior (MAOA): duas lâminas paralelas e verticais o Inserções: bordo anterior do foramen magno e no bordo superior do arco anterior do Atlas o A lâmina profunda é posterior, delgada, e funde-se lateralmente com as cápsulas articulares o A lâmina superficial é anterior, espessa, e apresenta reforços: ▪ Anterior: por um feixe grosso que se estende ao tubérculo anterior do Atlas • O Gray identifica-o como o lig. longitudinal anterior • O Rouvière diz que é um feixe ligeiramente posterior a este ▪ Laterais: pelos ligg. atlanto-occipitais ântero-laterais, que se inserem na porção basilar do occipital e no tubérculo anterior do processo transverso do Atlas • Ligamento ou membrana atlanto-occipital posterior (MAOP): lâmina fibrosa delgada o Inserções: bordo posterior do foramen magno ao bordo superior do arco posterior do Atlas o Une-se, lateralmente, às cápsulas articulares o Limita um orifício que dá passagem à A. vertebral (entra) e ao 1º nervo espinhal (C1) ▪ O rebordo que limita este orifício pode, por vezes, ossificar • Ligg. atlanto-occipitais laterais (LAOL): inserem-se na porção basilar do occipital e reforçam as cápsulas articulares póstero-lateralmente • Grande ligamento circular atlanto-occipital: conjunto formado pelas membranas atlanto-occipitais anterior (MAOA) e posterior (MAOP) unidas, lateralmente, pelos ligg. Atlanto-occipitais laterais (LAOL) • Lig. longitudinal anterior: previamente descrito • Membrana tectória: banda larga, densa e resistente, constituída por lâminas superficial e profunda o Corresponde à projecção superior do lig. longitudinal posterior, inserindo-se na face posterior do corpo do Áxis até à face superior da porção basilar do occipital (o clivus) o A lâmina superficial (posterior) expande-se superiormente insere-se no clivus, acima do foramen magnum, e funde-se com a dura mater o A lâmina profunda (anterior) divide-se em feixes médio e laterais: ▪ Feixe médio é vertical e insere-se internamente ao rebordo do foramen magnum ▪ Feixes laterais são oblíquos súpero-lateralmente e inserem-se desde o rebordo do foramen magno até às cápsulas articulares atlanto-occipitais, fundindo-se com o lig. de Arnold o A separar a membrana tectória do lig. transverso está tecido areolar ou uma bursa sinovial • Ligamento apical do dente: está entre a membrana atlanto-occipital anterior e o lig. cruciforme o Insere-se no ápex do dente e na porção média do bordo anterior do foramen magno • Ligamentos alares: par de ligamentos grossos, resistentes e quase horizontais o Inserem-se lateralmente no ápex do dente e no bordo medial dos côndilos occipitais o A sua função principal é limitar a rotação atlanto-axial o Costuma emitir um feixe ântero-inferior que se insere na face medial das massas laterais do Atlas, anteriormente à inserção nestas do lig. transverso do Atlas o Em 10% dos casos emite o lig. occipital transverso que não se insere no dente (faz uma ponte) Membrana sinovial: reveste interiormente as cápsulas articulares e podem, por vezes, comunicar com a sinovial da trocartrose posterior da Art. atlanto-axial medial (atlanto-odontoideia) R e fo rç o s O cc ip it o -A xi ai s (l ig am en to s à d is tâ n ci a) LAOL MAOA MAOP Grande ligamento circular atlanto-occipital 29 O conjunto das articulações que unem a cabeça à coluna vertebral permite movimentos de flexão (15o) e extensão (30o), inclinação lateral (20o cada lado) e rotação esquerda e direita (20o cada lado) Os planos ligamentosos que unem a cabeça ao Atlas e ao Áxis são, de anterior a posterior, até ao canal vertebral: • Ligamento longitudinal anterior • Membrana atlanto-occipital anterior e o ligamento atlanto-axial anterior • Ligamento apical do dente e ligamento alares • Ligamento cruciforme do Atlas • Membrana tectória Articulações entre a lombar, sacro e cóccix (NETTER pp. 158 e 333-334) Articulação lombo-sagrada (ou sacro-vertebral) Classificação: a articulação sacro-vertebral propriamente dita é uma sínfise, e as laterais são artrodias Superfícies articulares: as faces intervertebrais de L5 e S1, o disco intervertebral e os p. articulares L5 e S1 • Semelhante às restantes articulações intervertebrais, embora com algumas particularidades • A face intervertebral superior de S1 está inclinada 45 graus ântero-inferiormente (forma o promontório) • As sup. articulares dos p. articulares superiores de S1 estão orientadas (“olham”) mais posteriormente Meios de união: os lig. longitudinaisanterior e posterior, e as cápsulas articulares das zigapófises • Os ligamentos amarelos, a aponevrose tóraco-dorsal (substitui o lig. supra-espinhoso) e os ligg. inter- transversários lombo-sagrados, não fazem parte da articulação mas reforçam-na à distância • O ligamento sacro-vertebral ou ligamento inter-transversário lombo-sagrado é muito desenvolvido, e insere- se no ápex e bordo inferior do processo transverso de L5 e na porção ântero-lateral da asa do Sacro o É análogo ao ligamentos inter-transversários da restante coluna vertebral (este entre L5 e S1) o É considerado o feixe medial ou vertical do ligamento ílio-lombar, cujo feixe lateral se vai inserir na porção posterior da crista ilíaca e da fossa ilíaca (descrito na Art. sacro-ilíaca) Articulação sacro-coccígea Classificação: sínfise Superfícies articulares: as facetas articulares do ápex do Sacro e da base do Cóccix Meios de união: • Ligamento interósseo: análogo a um disco intervertebral, e que ossifica gradualmente • Ligamentos anteriores: da face anterior do Sacro à correspondente e contígua do Cóccix o Análogo ao ligamento longitudinal anterior • Ligamentos laterais: decompostos em dois feixes o Feixe medial, desde o corno sagrado até ao corno coccígeo superior o Feixe lateral, desde o bordo lateral do ápex sagrado até ao ápex do corno coccígeo lateral • Ligamento posterior: decompostos em dois feixes o Feixe superficial, do bordo posterior do hiato sagrado até à face dorsal de Co2 o Feixe profundo, da face posterior do corpo vertebral de S5 até à face dorsal de Co1/2 ▪ Análogo ao ligamento longitudinal posterior 30 Pélvis (NETTER pp. 158 e 333-334) (sacro-ilíaca, sínfise púbica, ligamentos de reforço) Articulação Sacro-ilíaca Classificação: polémica! Muitos autores classificam-na como sínfise por ser pouco móvel e por as superfícies articulares serem parcialmente fibrocartilaginosas. No entanto, tem cavidade sinovial e as superfícies articulares são uma convexa e outra côncava, elípticas, podendo ser classificada como condilartrose (Rouvière). Há quem se fique por dizer que é intermédia entre anfiartrose (sínfise) e diartrose, chamando-lhe diartroanfiartrose (Testut). • Nas crianças as superfícies articulares são mais planas, aproximando-se de uma sínfise • Nos adultos são mais irregulares e forma-se uma cavidade sinovial, aproximando-se de uma condilartrose • Nos idosos torna-se muito fibrosa, podendo ossificar, aproximando-se de uma sincondrose/sinostose Superfícies articulares: as faces auriculares do Sacro e do Coxal (ílion) • Sagrada: depressão elíptica e arqueada, côncava ântero-posteriormente • Ilíaca: elevada de forma elíptica, convexa de forma a “encaixar” com a sup. articular do Sacro • Estão revestidas por cartilagem predominantemente hialina, embora a capa superficial possa ser fibrosa Meios de união: cápsula e ligg. anterior, interósseo e posterior são intrínsecos, o ílio-lombar é extrínseco • Cápsula articular: insere-se nas margens articulares e confunde-se com os ligamentos adiante descritos • Ligamento sacro-ilíaco anterior: reforça a cápsula ântero-inferiormente (“olha” para a frente e para baixo) o Inserção sagrada: de superior a inferior, desde a asa do sacro, linea terminalis, e ao longo da face anterior de S1 até S3, lateralmente aos foramina sagrados anteriores o Inserção ilíaca: de superior a inferior, porção póstero-medial da fossa ilíaca, linha arqueada (local onde a inserção é mais forte) e, imediatamente acima da grande incisura ciática, no bordo anterior da espinha ilíaca póstero-inferior • Ligamentos sacro-ilíacos interósseos: é o principal responsável pela aposição dos ossos intervenientes o Inserem-se nas tuberosidades sagrada e ilíaca, ambas posteriores às faces auriculares de cada osso o Estão cobertos, posteriormente, pelos ligamentos sacro-ilíacos posteriores o O Rouvière e Testut consideram que pertence ao plano profundo dos ligg. sacro-ilíacos posteriores • Ligamentos sacro-ilíacos posteriores: o Inserção sagrada: partem do processo transverso do Sacro (face posterior da asa do Sacro) e tubérculos da crista sagrada intermédia (correspondem aos p. articulares) e tubérculos da crista sagrada laterais (correspondem aos p. transversos) ▪ As fibras para a crista intermédia são os ligamentos ílio-articulares (plano superficial) ▪ As fibras para a crista lateral são os ligamentos ílio-transversários (plano médio) ▪ O plano profundo, nesta descrição clássica, equivale aos ligg. sacro-ilíacos interósseos o Inserção ilíaca: na porção posterior do lábio interno da crista ilíaca, na tuberosidade ilíaca e EIPS D e sc ri çã o s u m ár ia Nota clínica: A hérnia discal (seta na figura da direita) é uma patologia em que, por fragilidade crescente do anel fibroso, ocorrer ruptura do mesmo e forma-se um prolapso (habitualmente) ântero-lateral do núcleo pulposo, deformando o disco, podendo comprimir a raiz do nervo espinhal que passe posteriormente ao disco afectado. Acontece mais frequentemente entre os 20 e 55 anos de idade, e é mais comum nos discos L4-L5, L5-S1 (afectando o nervo ciático). 31 o Plano superficial ou ligamentos ílio-articulares: 3 feixes que partem dos 3 tubérculos da crista sagrada intermédia e se inserem na tuberosidade ilíaca e EIPS o Plano médio ou ligamentos ílio-transversários: 5 ligamentos (1 sagrado e 4 conjugados) que se podem agrupar em dois grupos ligamentares distintos ▪ Ligamento sacro-ilíaco posterior curto: os três primeiros feixes partem do processo transverso do Sacro (face posterior da asa do Sacro)) e dos primeiros 2 tubérculos da crista sagrada lateral, ascendem obliquamente, e vão inserir-se na porção posterior da crista ilíaca, da tuberosidade ilíaca e da EIPS • Confunde-se com os ligg. sacro-ilíacos interósseos (plano profundo) • O primeiro feixe é o lig. ílio-transversário sagrado • Os segundo e terceiro são os lig. ílio-transversário conjugados primeiro e segundo o O nome conjugados deriva da formação dos tubérculos (ver Osteologia) ▪ Ligamento sacro-ilíaco posterior longo: os quarto e quinto feixes partem dos terceiro e quarto tubérculos da crista sagrada lateral e vão-se inserir na porção posterior da crista ilíaca e na espinha ilíaca póstero-superior • São os lig. ílio-transversário conjugados, havendo um terceiro e um quarto • O último feixe, lateralmente, confunde-se com o ligamento sacro-tuberoso • Ligamento ílio-lombar: é um ligamento extrínseco à articulação que pode ser muscular na infância o Insere-se no processo transverso de L5 (ocasionalmente L4) e divide-se em feixes laterais e medial: ▪ Feixe lateral superior ou ascendente: parte do ápex do processo transverso de L5 e vai inserir-se na porção posterior da crista ilíaca ▪ Feixe lateral inferior ou descendente: parte do bordo inferior do processo transverso de L5 e vai inserir-se na porção posterior da fossa ilíaca até à linha arqueada do ílion ▪ Feixe medial ou vertical: insere-se na porção ântero-lateral da asa do Sacro • Este feixe é denominado lig. sacro-vertebral ou ílio-transversário lombo-sagrado • É, também, um meio de união importante da Art. lombo-sagrada, aí descrito Membrana sinovial: reveste a face interior da cápsula articular, é irregular e forma pregas sinoviais Movimentos: muito limitados, permitindo um rotação até 2o, embora seja maior durante a gravidez Ligamentos de reforço da Art. sacro-ilíaca (não pertencem à articulação!) – ver imagens pag. 31 Ligamento sacro-tuberoso: coluna ligamentosa grossa e resistente, que se insere no ílion, sacro e ísquion • As inserções ilíaca e sagrada são proximais, descendo o ligamento ínfero-lateralmente para o ísquion • Inserção ilíaca: na EIPS, incisura inominada, EIPI e porção posterior da face glútea posterior o Contribui com fibras para o M. grande glúteo, que se inserena face glútea posterior • Inserção sagrada: bordo lateral dos segmentos inferiores (S4-S5) do Sacro e Cóccix o Funde-se, medialmente, com o ligamento sacro-ilíaco posterior longo, com o qual partilha inserções • Inserção isquiática: o ligamento termina inserindo-se no bordo medial da tuberosidade isquiática o Emite, um prolongamento, o processo falciforme, que se estende anteriormente, ao nível do bordo medial da tuberosidade isquiática e ramo isquio-púbico, contribuindo para as fibras do canal pudendo de Alcock e da fáscia do M. obturador interno, e que pode atingir o lig. arqueado do púbis • A longa porção do M. bicípite femoral rebe fibras superficiais da porção terminal do lig. sacro-tuberoso • E perfurado pelo nervo cutâneo perfurante e por ramos coccígeos da A. glútea inferior D e sc ri çã o c o m p le ta V er p ag . 3 1 32 Ligamento sacro-espinhoso: lâmina triangular e delgada, anterior ao lig. sacro-tuberoso, com o qual se funde • Inserção medial: na porção inferior (S4-S5) do bordo lateral do Sacro e do Cóccix • Inserção lateral: as fibras convergem e inserem-se no vértice da espinha isquiática • Condiciona, ao cruzar anteriormente o ligamento sacro-tuberoso, dois orifícios ósteo-ligamentares: o Grande foramen ciático, em relação com a grande incisura ciática, dá passagem a: ▪ M. piriforme, vasos e nervos glúteos superiores e inferiores, vasos pudendos internos, nervo pudendo, nervo cutâneo femoral posterior, o nervo ciático e outros nervos motores o Pequeno foramen ciático, em relação com a pequena incisura ciática, dá passagem a: ▪ M. obturador interno, vasos pudendos internos, nervo pudendo Sínfise púbica Classificação: sínfise Superfícies articulares: superfícies sinfiseais (com 3cm de altura) de ambos os púbis Disco articular: existe um disco inter-púbico, que ocupa o espaço entre as sup. sinfiseais, mais largo anteriormente • Frequentemente existe uma cavidade (sem sinovial) na porção póstero-superior da sínfise Meios de união: dispõe-se em redor da articulação um conjunto de ligamentos – os ligamentos do púbis • Ligamento superior: insere-se nos tubérculos púbicos unindo as margens superiores das sup. articulares • Ligamento inferior/arqueado: é grosso e resistente, côncavo inferiormente o Une as margens inferiores das superfícies articulares, estendendo-se, lateralmente, aos ramos inferiores do púbis, podendo receber o processo falciforme, prolongamento do lig. sacro-tuberoso o Separado, inferiormente, do bordo anterior da membrana perineal por um pequeno espaço oval por onde passa a V. dorsal do pénis/clitóris • Ligamento anterior: anteriormente à sínfise púbica, forma a massa tendinosa pré-púbica com a contribuição tendinosa dos grandes adutores, gracillis, oblíquos externos abdominais e rectos abdominais • Ligamento posterior: simétrico ao anterior, posteriormente à sínfise púbica, pouco desenvolvido Movimentos: muito limitados, embora haja laxidão e separação considerável na gravidez de termo e parto Nota clínica: uma sacroileíte é uma inflamação da articulação sacroilíaca que, habitualmente, se manifesta por dor lombo- sagrada, que pode ser referida à região nadegueira e coxa lateral, que se mantém em repouso (dor inflamatória). O grupo de patologias que mais frequentemente causa este fenómeno é o das doenças reumatológicas – globalmente mais frequentes em mulheres jovens – nomeadamente espondilite anquilosante, artrite psoriática (complicação articular da psoríase), doença inflamatória intestinal (inclui D. Crohn e colite ulcerosa) e artrite reactiva (síndrome de Reiter). Cortes coronais (sacroilíacas vistas de frente) por ressonância magnética (1) e por TAC (2) em que se podem ver alterações inflamatórias sacroilíacas unilaterais (a comparação com a contralateral elucida a anormalidade). 33 Membrana obturadora Lâmina fibrosa que preenche o foramen obturador quase totalmente, deixando passar os vasos e nervo obturadores no canal obturador, uma pequena abertura superior, em relação com o sulco obturador • As linhas de inserção são, grosseiramente, o rebordo interno do foramen obturador • Inferiormente, esta inserção desce para a face medial do ramo ísquio-púbico • Superiormente, a inserção faz-se, também, nos tubérculos obturadores anterior e posterior que ladeiam o sulco obturador, e na porção mais proximal da crista obturadora • Reforçada, superiormente, pela fita sub-púbica (Testut) que parte do lig. transverso do acetábulo e se vai inserir no tubérculo púbico e face lateral do corpo púbico, e forma o limite inferior do canal obturador • As faces interna (pélvica) e externa da memb. obturadora dão inserção ao M. obturador interno e externo Feixe lateral superior ou ascendente do ligamento ílio-lombar Feixe lateral inferior ou descendente do ligamento ílio-lombar Feixe medial ou vertical do ligamento ílio-lombar, também denominado ligamento sacro-vertebral (apenas visível numa imagem pouco didática da página 642 do tomo 1 do Testut, representado da mesma forma como assinalado a verde) Processo transverso de L4 in Sobotta 34 Tórax (NETTER p. 184) (costo-vertebrais, costo-transversárias, costo-condrais, inter-condrais, esterno-condrais e intrínsecas do esterno) Articulações costo-vertebrais Classificação: artrodias Superfícies articulares: • Como cada par “faceta costal-semi-faceta vertebral” está separado por um lig. intra-articular, pode-se considerar que cada Art. costo-vertebral é composta por duas artrodias, uma superior e uma inferior • Como já descrito na Osteologia, a 1ª, 11ª e 12ª articulações costo-vertebrais apresentam particularidades Meios de união: • Cápsula articular: é delgada e insere-se em redor das margens articulares o Reforçada pelos lig. radiado da cabeça da costela e lig. costo-vertebral posterior • Lig. radiado da cabeça da costela: parte da face anterior da cabeça da costela, e irradia em leque para face lateral dos corpos vertebrais adjacentes e ao bordo anterior do disco intervertebral interposto • Lig. costo-vertebral posterior: parte da face posterior do colo da costela, cobre a face anterior de cada foramina inter-vertebral, inserindo-se na face póstero-lateral do corpo vertebral acima (imagem p.35) • Lig. intra-articular: parte da crista mediana e insere-se no disco intervertebral o Divide a cavidade articular em duas articulações planas secundárias (superior e inferior) o Muitas vezes é incompleto posteriormente, permitindo comunicação entre as cavidades articulares o Naturalmente, este ligamento está ausente na 1ª, 11ª e 12ª articulações costo-vertebrais Membrana sinovial: reveste interiormente a cápsula articular, estando septada em duas membranas individuais, pelo ligamento intra-articular, embora ambas possam comunicar no caso deste ligamento ser incompleto Articulações costo-transversárias (ausentes nos 11º e 12º arcos costais) Classificação: artrodias Superfícies articulares: • Costais: a faceta articular convexa da tuberosidade costal • Vertebrais: a faceta articular côncava da face anterior do ápex de cada processo transverso Meios de união: • Cápsula articular: insere-se em redor das margens articulares e está reforçada por dois espessamentos o Ligamento costo-transversário lateral: insere-se no ápex do processo transverso e na porção lateral da tuberosidade costal o Ligamento costo-transversário inferior: insere-se no bordo inferior do processo transverso e no bordo inferior da tuberosidade costal • Ligamento costo-transversário: é horizontal e encontra-se entre as Art. costo-vertebral e costo-transversária o Parte da face posterior do colo da costela à face anterior do corpo e raiz do processo transverso • Ligamento costo-transversário
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