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Dra Paula Garcia Alergologista e imunologista pediátrica Alergia à Proteína do Leite de vaca X Intolerância à lactose ■ Casos Clínicos ■ APLV x Intolerância a Lactose - Definição - Quadro clínico - Diagnóstico - Tratamento ■ Resolução dos casos clínicos Caso Clínico 1 Lactente 6 meses, masculino, nascido a termo. Mamou exclusivo em seio materno até 6 meses de idade. Fez uso de Fórmula de leite de vaca e 30 minutos após iniciou quadro de urticária em tronco e membros, angioedema de lábios e tosse com dispneia. Havia tomado fórmula de leite na maternidade devido a dificuldade de amamentação nos primeiros dias de vida. Antecedentes familiares: pai tem asma, irmão de 4 anos com asma e rinite alérgica. Caso Clínico 2 Lactente 1 mês de vida, masculino, nascido a termo. Mãe amamentou por 1 semana e após introduziu fórmula láctea. Com 21 dias iniciou sangramento vivo nas fezes, que se mantém. Evacua fezes amolecidas, 2 vezes ao dia, sem esforço evacuatório, sem sinais de fissura anal. Mantém bom ganho ponderoestatural, sem outros sintomas. Sem antecedentes familiares de alergia. Caso Clínico 3 Criança 9 anos, feminino, sem comorbidades. Ao ingerir Leite de vaca evolui cerca de 2 horas após com distensão abdominal e diarreia, sem muco ou sangue. Nega vômitos ou outras queixas. Quando come bolo ou biscoitos com leite geralmente não tem os sintomas. Sem antecedentes familiares de alergia. Alergia Alimentar ■ Resposta do nosso sistema imune contra alimentos. ■ Definida como uma perda da tolerância imunológica. ■ Alergia à proteína do leite de vaca (APLV): reação contra as proteínas do LV: caseína, alfalactoalbumina e betalactoglobulina. Linfócitos B – resposta imune humoral Reconhecem antígenos e produzem anticorpos, chamados Imunoglobulinas As imunoglobulinas são divididas em classes: IgM, IgG, IgA e IgE. Linfócitos T – resposta imune celular Reconhecem antígenos e se diferenciam em células T auxiliares (que amplificam a resposta) e céls T citotóxicas Sistema Imune: resposta inata e adaptativa Adaptativa Essencial para defesa do hospedeiro contra infecções, porém as vezes é direcionada contra antígenos não infecciosos (comida, medicamentos, pólens, ácaros e até mesmo células do próprio organismo) Resposta Mediadores Doenças associadas I Imediata IgE Doenças atópicas: Asma, Rinite alérgica, Anafilaxia, Alergia alimentar II Mediada por anticorpos (Ac contra uma célula) IgG e IgM Anemia hemolítica autoimune, Doença Hemolítica do RN III Mediada por imunocomplexos (complexo Antígeno- Anticorpo) IgG e IgM, complemento Lupus Eritematoso Sistêmico (nefrite, vasculite lúpica) IV Tardia Células T Dermatite de contato, Tuberculose, rejeição de transplante Nosso sistema imune reage contra as substâncias de formas diferentes: Reações de hipersensibilidade – classificação de Gell e Coombs ü Aumento da prevalência e gravidade ü Prolongamento do tempo de alergia ü Maior tendência a permanecer alérgico Classificação Produção de anticorpos, da classe IgE, contra a proteína do leite. A IgE se liga a diferentes células, como mastócitos, basófilos, eosinófilos, levando a liberação de mediadores como histamina, prostaglandinas e leucotrienos. Mecanismo desconhecido, provável reação de hipersensibilidade tipo IV IgE mediado Não IgE mediado Mecanismos mediados por IgE associados a participação de linfócitos T e citocinas pró inflamatórias. Misto Fatores de risco Genética: ■ Tipo de parto: parto cesárea parece ser fator de risco – sem contato do bebê com canal vaginal e microbiota materna. ■ Outros fatores: filho único, uso de antibióticos, ausência de contato com animais domésticos (controverso) História familiar de Atopia (predisposição a se sensibilizar a alérgenos ambientais). Criança tem 40-60% de chance de desenvolver alergia se pais atópicos Fatores de risco Dieta Leite materno é fator PROTETOR. Amamentação exclusiva até 6 meses e complementar até 2 anos. Uso de fórmula láctea ainda na maternidade pode levar a disbiose e ser fator de risco, além de sensibilizar o bebê. Adiar a introdução alimentar de alimentos alergênicos (tipo leite de vaca, ovo) não é recomendada e a exclusão desses alimentos por tempo prolongado pode ser fator de risco. Evitar alimentos industrializados. Trato respiratório Trato gastrointestinal Pele e mucosas Cardiológico Neurológico Anafilaxia Quadro clínico IgE mediada Início: minutos a horas após ingestão de Leite de Vaca e derivados ■ Pele: urticária e angioedema ■ TGI: náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia ■ Respiratório: prurido em orofaringe, edema de laringe e glote, estridor, tosse, taquidispneia, sibilos, disfonia. ■ Cardiovascular: taquicardia, arritmia, dor torácica, hipotensão, síncope e choque ■ SNC: cefaleia, confusão mental, sonolência, convulsões, perda de consciência e coma ■ Anafilaxia: quando dois ou mais sistemas diferentes são envolvidos. ■ Sintomas predominantemente do TGI ■ Geralmente se apresentam de 3 formas clínicas: Não IgE mediada Início: horas a dias após ingestão de Leite de Vaca e derivados Proctocolite alérgica Enteropatia induzida por proteína alimentar FPIES (síndrome da enterocolite induzida por proteína alimentar) ■ Proctocolite alérgica: presença de sangue nas fezes, porém sem outros sintomas associados, com bom ganho ponderoestatural. Pode ocorrer durante aleitamento materno (as proteínas do leite de vaca passam através do leite materno para o bebê) ou por uso de fórmulas infantis. ■ Enteropatia Induzida por proteína alimentar: caracterizada por diarreia, não sanguinolenta, as vezes acompanhada por vômitos, 50% tem dificuldade de ganho ponderoestatural, má absorção. ■ FPIES (síndrome da enterocolite induzida por proteína alimentar): náuseas, vômitos intratáveis, hipotonia, palidez, diarreia com ou sem muco e/ou sangue, iniciadas 1 a 3 horas após ingestão do LV. É a forma mais grave, pode haver desidratação, acidose metabólica e até choque hipovolêmico. Geralmente ocorre com uso da fórmula láctea. E outras manifestações? ■ Refluxo: refluxo grave, com comprometimento do ganho ponderoestatural, irritabilidade. Geralmente associado a outros sintomas, como diarreia. ■ Cólicas: só devem ser consideradas como sintoma de APLV se associadas a outros sintomas como vômitos, diarreia, inapetência. ■ Constipação intestinal: controverso porém pode ser manifestação isolada de APLV. Geralmente considera-se quando a constipação é refratária ao tratamento convencional. ■ Dermatite atópica ■ Doenças eosinofílicas intestinais: Esofagite eosinofílica Gastroenteropatia eosinofílica Mistos Início: horas a dias após ingestão de Leite de Vaca e derivados Difícil correlação entre o consumo do leite de vaca e as manifestações Diagnóstico ■ Anamnese cuidadosa − Idade de introdução do leite de vaca − Época do aparecimento dos sintomas, duração dos mesmos − Se houve reexposição ao leite e replicação do sintoma − Quantidade de leite ingerido − Antecedentes pessoais ou familiares de atopia. − Definir pela anamnese provável mecanismo associado. Diagnóstico ■ Laboratorial - Hemograma: ver presença de anemia, eosinofilia. - Dosagem de IgE total - Dosagem de IgE específica para leite de vaca : caseína (indicador de persistência da alergia), alfalactoalbumina, betalactoglobulina. Pode ser através do prick teste ou dosagem sérica Diagnóstico ■ Teste de provocação oral (TPO): Padrão ouro. Consiste em oferecer o alimento suspeito (leite de vaca, ovo etc) ao paciente, em doses fracionadas, e observar os sintomas. Pode ser feito em ambiente hospitalar (quando há risco de anafilaxia) ou em domicílio. Utilizado para: - Diagnóstico: avaliar se os sintomas referidos pelo paciente se repetem quando o alimento é oferecido após dieta de exclusão (geralmente 4 semanas); - Avaliar tolerância: avaliar se não apresenta mais os sintomas de alergia Diagnóstico § Outros: - Sangue oculto nas fezes: NÃO realizar.Não faz diagnóstico de proctocolite alérgica e pode confundir. - Endoscopia / colonoscopia: no caso das alergias não IgE mediadas, quando não há melhora com o tratamento convencional. No caso das doenças eosinofílicas (ex Esofagite eosinofílica): biópsia é necessária para visualizar e quantificar os eosinófilos para realização de diagnóstico e seguimento para avaliar resposta terapêutica. Tratamento ■ Emergência: No caso de urticária e/ou angioedemas isolados: usa-se anti-histamínicos e/ou curso rápido de corticoide via oral. No caso de broncoespasmo isolado: uso de broncodilatadores. Anafilaxia: uso de Adrenalina 1:1000 na dose de 0,01 mg/kg na face antero-lateral da coxa IM. Tratamento ■ Ambulatorial Pilares: Excluir Não desnutrir Orientar (evitar escapes / plano de ação Avaliar tolerância Tratamento 1. Exclusão TOTAL da dieta de leite de vaca e derivados •Lactoalbumina •Lactoglobulina •Fosfato de lactoalbumina •Lactato •Lactoferrina •Lactulose •Lactulona •Lactose •Whey protein •Fermento lácteo •Leitelho •Nata •Nougat •Soro de leite •Soro de leite deslactosado / desmineralizado •Gordura de leite •Coalhada •Proteína láctea •Proteína de leite hidrolisada •Composto lácteo, mistura láctea •Caseína •Caseína hidrolisada •Caseinato de cálcio •Caseinato de potássio •Caseinato de amônia •Caseinato de magnésio •Caseinato de sódio (ou estabilizantes com caseinato de sódio) •Chantilly (pode conter caseinato) •Gordura de manteiga, óleo de manteiga, éster de manteiga Tratamento 2. Não desnutrir: acompanhamento com nutricionista ■ < 2 anos: substituir o leite por fórmulas com proteínas extensamente hidrolisadas. Caso não haja melhora clínica após 2 semanas, substituir por fórmulas de aminoácidos livres. Se a criança mama em seio materno e teve sintomas durante amamentação, retirar leite de vaca da dieta materna. Caso tenha tido sintomas apenas com ingestão de fórmula infantil ou leite de vaca integral, manter aleitamento materno sem alterações na dieta da mãe. ■ > 2 anos: fórmula de proteína de soja se necessário. Não devem ser utilizados fórmulas de outros mamíferos (cabra, ovelha). Aminoácidos Extensamente hidrolisada Soja Tratamento 3. Orientar: - Evitar escapes – orientar riscos - Nos casos de história prévia de anafilaxia ter um plano de ação: Uso de adrenalina autoinjetável (Epipen); sinais de alerta para procurar PS, receita de anti-histamínicos e corticoide se necessário. Tratamento 4. Avaliar tolerância ü Após dieta de exclusão, realizar TPO para avaliar tolerância. *Nos casos de APLV IgE mediada: Avaliar queda dos níveis de IgE. Possível realizar primeiro TPO com o leite cozido (BAKED – proteína altera sua conformação se tornando menos alergênica). Se TPO Baked negativo, após 6 meses tentar leite in natura. Tratamento 4. Avaliar tolerância ■ E a melhor idade para avaliar a tolerância? APLV não IgE mediada – geralmente melhoram até 2 a 3 anos de idade APLV IgE mediada tem tendência de tolerância mais tardia. Sempre avaliar se houve escapes na dieta, se houveram sintomas após os escapes e qual a forma e quantidade de leite ingerido no escape ■ Caso não haja cura? Dessenssibilização Intolerância a Lactose ■ Lactose: açúcar do leite de vaca. ■ Enzima lactase, localizada nas microvilosidades do intestino delgado, é responsável pela hidrólise da lactose em glicose e galactose, que são absorvidos através de transportadores. ■ Intolerância a lactose: redução ou ausência da enzima lactase. ■ Lactose não digerida exerce um efeito osmótico na luz intestinal do íleo terminal e cólon : água e eletrólitos -> aumento do peristaltismo levando a dor abdominal e diarreia. ■ Sofre ação das bactérias, levando a produção de lactato, ácidos graxos de cadeia curta e gases, com consequente eructação, flatulência e borborigmo. Epidemiologia ■ A intolerância a lactose está presente em 65% da população mundial apresentando uma prevalência diferenciada entre as populações ■ No Brasil: 57% em brancos e mulatos, 80% em negros e 100% em japoneses ■ Gene LCT: Herança recessiva levaria a intolerância. Clínica ■ As manifestações clínicas irão depender da idade do paciente, quantidade de lactose ingerida, trânsito intestinal e expressão do gene responsável pela lactase. ■ Iniciam-se entra 30 minutos a 2 horas após a ingestão do leite de vaca ou derivados. ■ Mais comuns: distensão abdominal, dor abdominal, cólicas, flatulência, diarreia, assaduras, náuseas, vômitos e as vezes constipação intestinal. Intolerância a lactose Primária Intolerância congênita a lactose Hipolactasia do tipo adulto Secundária Intolerância secundária a outras condições Causas primárias ■ Intolerância congênita à lactose: Doença genética muito rara no qual a criança nasce sem a lactase. O recém- nascido apresenta diarreia intensa logo após nascimento. Deve ser alimentado com fórmula sem lactose. ■ Hipolactasia do tipo adulto: Acontece redução dos níveis desta enzima após o período de lactância, à semelhança do ocorrido em todos os demais animais mamíferos. O padrão de persistência da lactase ou normolactasia seria mutação genética, ocorrida a partir do período em que o homem passa a utilizar o leite de outros animais mamíferos para o seu sustento (há cerca de 10.000 anos a.C.). Causas primárias ■ Hipolactasia não é sinônimo de intolerância à lactose! Pelo menos metade da população hipolactásica tolera um a dois copos de leite ao dia e derivados lácteos. § A idade mais comum dessa manifestação é em torno de 5 anos, mas pode ocorrer a partir de um ano de vida e até no idoso. § Sintomas: dor abdominal, eructação, flatulência e diarreia leve. Mais raramente ocorrem náuseas, vômitos e sinais sistêmicos. Comumente, há dificuldade em relacionar os sintomas com a ingestão de leite, já que os sintomas não surgem imediatamente após a ingesta do leite e por ser um alimento considerado inócuo até esta idade. Causas secundárias ■ Intolerância secundária à lactose: Adquirida e geralmente reversível após resolução da doença de base. Ocorre uma lesão na mucosa do intestino delgado que leva a deficiência temporária da lactase. Pode ser desencadeada por uma gastroenterite viral, giardíase, doença celíaca e até alergia a proteína do leite de vaca. Diagnóstico ■ Clínico: Sinais e sintomas após ingestão da lactose. ■ Laboratorial: − Teste do hidrogênio expirado − Teste de tolerância a lactose − Biópsia duodenal − Teste genético − Teste terapêutico − Outros Diagnóstico ■ Teste do hidrogênio expirado: Padrão ouro. Sensibilidade de 90-100%, especificidade de 70-100%. A lactose não absorvida é fermentada levando à produção de hidrogênio, que será absorvido, entrando na corrente sanguínea e sendo expirado pelos pulmões. Diagnóstico ■ Teste de tolerância a lactose: Sensibilidade de 94% e uma especificidade de 96%. Curva glicêmica após a ingestão da lactose. Indivíduo sem a doença tem elevação da glicemia a valores maiores que 20mg/dl em relação ao jejum, o que não é visto nos intolerantes. Diagnóstico ■ Biópsia duodenal: Teste invasivo. Sensibilidade de 95%, especificidade de 90%. O tecido da biópsia é incubado com lactose. Após 20 minutos o teste mostra se existe ou não presença de lactose através de coloração. Caso não haja reação, ou seja, não apresentar coloração, o teste confirma a intolerância a lactose assim como a intensidade da coloração informa o grau de produção da enzima lactase. Diagnóstico ■ Teste genético: nos casos de alactasia congênita. Gene LCT. ■ Teste terapêutico: retirar a lactose da dieta e observar por 2 a 3 semanas e provocar se houver regressão dos sintomas. ■ Outros: medida de pH e substâncias redutoras nas fezes (não muito utilizados) Tratamento ■ Na hipolactasia do adulto ainda há pequena presença da lactase, consequentemente, a maioria dos indivíduos tolera cerca de 12 a 15 gramas de lactose (cerca de 300 ml de leite), parcelado em duas tomadas. Existem produtos no mercado com reduçãode 80-90% da lactose (produtos SEM lactose). Cada paciente tem seu próprio limiar. ■ Intolerância secundária: retirar a lactose por cerca de 4 semanas, até recuperação da mucosa intestinal e tratamento da doença de base. Tratamento ■ Medicamentos: existem no mercado medicamentos com a enzima lactase, que devem ser utilizados antes da ingestão do leite, caso seja preciso ingerir a lactose em situações especiais. ■ O cálcio deve ser suplementado caso esteja insuficiente na dieta, com monitorização e suplementação se necessário também de vitamina D. APLV Intolerância a lactose Mecanismo Reação do sistema imune contra proteínas do leite Incapacidade de digestão do açúcar do leite Idade Aparecimento precoce Geralmente mais tardio Sintomas IgE mediado: diversos sistemas, início rápido Não IgE mediado: início mais tardio, sintomas TGI Misto: Dermatite, esofagite Início mais tardio, sintomas no TGI, dose-dependente Diagnóstico Pesquisa de IgE específica TPO (padrão ouro) Teste hidrogênio expirado, curva glicêmica, teste terapêutico Tratamento Exclusão do Leite de vaca e derivados da dieta Uso de Leite sem lactose, enzima lactase Prognóstico Maioria cura até 5 anos Geralmente irreversível Caso Clínico 1 Lactente 6 meses, masculino, nascido a termo. Mamou exclusivo em seio materno até 6 meses de idade. Fez uso de Fórmula de leite de vaca e 30 minutos após iniciou quadro de urticária em tronco e membros, angioedema de lábios e tosse com dispneia. Havia tomado fórmula de leite na maternidade devido a dificuldade de amamentação nos primeiros dias de vida. Antecedentes familiares: pai tem asma, irmão de 4 anos com asma e rinite alérgica. Caso Clínico 1 Sintomas de início rápido: 30 min Urticária, angioedema, tosse e dispneia: anafilaxia! Idade: 6 meses História prévia de exposição: sensibilização Antecedente familiar de atopia Alergia à proteína do Leite de vaca IgE mediada Caso Clínico 2 Lactente 1 mês de vida, masculino, nascido a termo. Mãe amamentou por 1 semana e após introduziu fórmula láctea. Com 21 dias iniciou sangramento vivo nas fezes, que se mantém. Evacua fezes amolecidas, 2 vezes ao dia, sem esforço evacuatório, sem sinais de fissura anal. Mantém bom ganho ponderoestatural, sem outros sintomas. Sem antecedentes familiares de alergia. Caso Clínico 2 Sintomas de início tardio: dias após a introdução do LV Sangramento nas fezes, sem outros sintomas associados, com bom ganho ponderoestatural Idade: 1 mês Sem antecedente familiar de atopia Alergia à proteína do Leite de vaca Não IgE mediada Proctocolite alérgica Caso Clínico 3 Criança 9 anos, feminino, sem comorbidades. Ao ingerir Leite de vaca evolui cerca de 2 horas após com distensão abdominal e diarreia, sem muco ou sangue. Nega vômitos ou outras queixas. Quando come bolo ou biscoitos com leite geralmente não tem os sintomas. Sem antecedentes familiares de alergia. Caso Clínico 3 Sintomas: horas após a ingestão do LV Diarreia sem sangue, distensão abdominal Idade: 9 anos Sem antecedente familiar de atopia Tolera leite de vaca na forma assada sem sintomas Intolerância à Lactose Referências ■ Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2018 - Parte 1 - Etiopatogenia, clínica e diagnóstico. Documento conjunto elaborado pela Sociedade Brasileira de Pediatria e Associação Brasileira de Alergia e Imunologia ■ Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2018 - Parte 2 - Diagnóstico, tratamento e prevenção. Documento conjunto elaborado pela Sociedade Brasileira de Pediatria e Associação Brasileira de Alergia e Imunologia ■ Departamento de Gastroenterologia. Atualização de condutas em Pediatria: Recomendações – Intolerância a lactose. Nº61. Disponível em: https://www.spsp.org.br/site/asp/recomendacoes/Rec_61_Gastro.pdf ■ Barbosa et al. Intolerância a lactose: revisão sistemática. Para Res Med J. 2020;4:e33. Disponível em: DOI: 10.4322/prmj.2019.033 ■ MATTAR, Rejane; MAZO, Daniel Ferraz de Campos. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecular. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo , v. 56, n. 2, p. 230- 236, 2010. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104- 42302010000200025&lng=pt&nrm=iso> https://www.spsp.org.br/site/asp/recomendacoes/Rec_61_Gastro.pdf Contato ■ Dra Paula Garcia Email: paula_garcia307@hotmail.com Dúvidas?
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