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AULA 05 – Controle e Crescimento bacteriano Prof. Dra. Camila R. Adão Malafaia camilar.adao@gmail.com / camila.malafaia@estacio.br FUNDAMENTOS DE MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA - SDE3898 mailto:camilar.adao@gmail.com O QUE É CRESCIMENTO BACTERIANO? O crescimento é o aumento do protoplasma celular pela síntese de ácidos nucléicos, proteínas, polissacarídeos, lipídeos, absorção de água e eletrólitos. Termina na divisão celular – Cissiparidade ou bipartição. Fonte: Tortora, Funke & Case. Microbiologia. 2012. Tempo de geração O tempo necessário para uma célula se dividir (e a sua população dobrar) é chamado de tempo de geração. Ele varia consideravelmente entre os organismos e com as condições ambientais, como a temperatura. Para o cálculo do tempo de geração das bactérias, consideraremos somente a reprodução por fissão binária, que é o método mais comum. A maioria das bactérias tem um tempo de geração de 1 a 3 horas; outras requerem mais de 24 horas por geração. Se a divisão ocorre a cada 20 minutos, como é o caso da E. coli em condições favoráveis, após 20 gerações, uma única célula inicial poderá ter gerado mais de um milhão de células. Esse aumento ocorrerá em cerca de 7 horas. Representação logarítmica das populações bacterianas As escalas logarítmicas, em geral, são utilizadas para representar graficamente o crescimento bacteriano. Em cinco gerações (25), teríamos 32 células; em dez gerações (210), teríamos 1.024 células, e assim por diante A curva utilizando os valores aritméticos (linha cheia) não mostra claramente as mudanças de população nos passos iniciais da curva de crescimento com essa escala. Na verdade, as dez primeiras gerações nem sequer parecem deixar a linha de base, ao passo que a curva logarítmica para a décima geração (3,01) encontra-se na metade do gráfico. CURVA DE CRESCIMENTO BACTERIANO Embora as bactérias desenvolvam-se bem em meios de cultura sólidos , os estudos de crescimento são feitos essencialmente em meios líquidos e as considerações que seguem são válidas para essas condições. Quando uma determinada bactéria é semeada num meio líquido de composição apropriada e incubada em temperatura adequada, o seu crescimento segue uma curva definida e característica. Fonte: Tortora, Funke & Case. Microbiologia. 2012. Fases de Crescimento Quando algumas bactérias são inoculadas em um meio líquido de crescimento e a população é contada em intervalos regulares, é possível representar graficamente a curva de crescimento bacteriano, que mostra o crescimento das células em função do tempo. Há quatro fases básicas de crescimento: a fase lag, a fase log, a fase estacionária e a fase de morte celular. Fase lag (1): Esta fase de crescimento ocorre quando as células são transferidas de um meio para outro ou de um ambiente para outro. Esta é a fase de ajuste e representa o período necessário para adaptação das células ao novo ambiente. As células nesta fase aumentam no volume total em quase duas ou quatro vezes, mas não se dividem pois as bactérias estão sintetizando DNA, novas proteínas e enzimas, que são um pré-requisito para divisão. Fonte: Tortora, Funke & Case. Microbiologia. 2012. Fases de Crescimento Fase exponencial ou log (2): Fonte: Tortora, Funke & Case. Microbiologia. 2012. Fases de Crescimento • As células começam a se dividir e entram em um período de crescimento, ou aumento logarítmico, chamado de fase log, ou fase de crescimento exponencial. • A reprodução celular é mais ativa durante esse período, e o tempo de geração (intervalo durante o qual a população dobra) atinge um mínimo constante. • A fase log é o momento de maior atividade metabólica, sendo o preferido para fins industriais, pois o produto precisa ser produzido de maneira eficiente. Fase Estacionária Fonte: Tortora, Funke & Case. Microbiologia. 2012. Fases de Crescimento • Eventualmente, a velocidade de reprodução diminui, o número de mortes microbianas é equivalente ao número de células novas, e a população se estabiliza. Esse período de equilíbrio é chamado de fase estacionária. • A causa da interrupção do crescimento exponencial não é sempre clara. O esgotamento dos nutrientes, o acúmulo de resíduos e mudanças no pH danosas à célula podem ser os motivos. Fase de Morte Fonte: Tortora, Funke & Case. Microbiologia. 2012. Fases de Crescimento • O número de mortes eventualmente excede o número de novas células, e a população entra em uma fase de morte, ou fase de declínio logarítmico. • Essa fase continua até que a população tenha diminuído para uma pequena fração do número de células da fase anterior ou até que a população morra totalmente. Medida direta do crescimento microbiano O crescimento de populações microbianas pode ser medido de diversas maneiras. Alguns métodos medem o número de células, outros medem a massa total da população, a qual é frequentemente proporcional ao número de células. A quantificação de uma população normalmente é registrada como o número de células por mililitro de líquido ou grama de material sólido. Medida direta do crescimento microbiano O procedimentoé feito indiretamente em uma série de diluições. Por exemplo, se adicionarmos 1 mL de leite em 99 mL de água, cada mililitro dessa diluição terá um centésimo das bactérias que um mililitro da amostra original tinha. Realizando uma série de diluições, podemos rapidamente estimar o número de bactérias da amostra original. Para contar as populações microbianas em alimentos sólidos (como um hambúrguer), uma parte do alimento será misturada com nove partes de água em um misturador de alimentos, formando um homogenado. Amostras da diluição inicial de 10 vezes podem ser transferidas com uma pipeta para diluições posteriores ou contagem de células. Medida direta do crescimento microbiano Medida direta do crescimento microbiano Método Contagem em Placas: O método mais frequentemente utilizado para a mensuração de populações bacterianas é a contagem em placas. Uma grande vantagem desse método é que ele mede o número de células viáveis. Uma desvantagem é que são necessárias 24 horas ou mais para que colônias visíveis sejam formadas. Isso pode ser um problema sério para certas aplicações, como o controle de qualidade do leite, quando não é possível manter um lote do produto durante esse tempo. Para refletir essa realidade, as contagens em placas são frequentemente reportadas como unidades formadoras de colônias (UFC) Medida direta do crescimento microbiano Uma recomendação da Food and Drug Administration é a contagem de placas com somente 25 a 250 colônias, porém muitos microbiologistas preferem placas com 30 a 300 colônias. Para assegurar que algumas contagens de colônias estejam nessa faixa, o inóculo inicial é diluído várias vezes, em um processo chamado de diluição seriada Medida direta do crescimento microbiano Método : Filtração Quando a quantidade de bactérias é muito pequena, como em lagos ou correntes de água relativamente puras, as bactérias podem ser contadas pelo método de filtração. Nessa técnica, pelo menos 100 mL de água são passados por um filtro de membrana fino, cujos poros são muito pequenos para permitirem a passagem de bactérias. Dessa forma, as bactérias são filtradas e ficam retidas na superfície do filtro. Esse filtro é, então, transferido para uma placa de Petri contendo meio nutriente, onde as colônias das bactérias presentes na superfície do filtro se desenvolvem. Esse método é aplicado frequentemente para a detecção e a enumeração de bactérias coliformes, que são indicadoras de contaminação fecal em alimento ou água. Medida direta do crescimento microbiano Método: Filtração Medida direta do crescimento microbiano Método :Contagem microscópica direta No método conhecido como contagem microscópica direta, um determinado volumede uma suspensão bacteriana é colocado dentro de uma área definida em uma lâmina microscópica. Por considerações de tempo, esse método frequentemente é utilizado para contar o número de bactérias no leite. Uma amostra de 0,01 mL é espalhada em uma superfície de um centímetro quadrado da lâmina, um corante é adicionado para visualizar a bactéria, e a amostra é observada com lentes objetivas de imersão. Uma lâmina especialmente projetada, chamada de contador de células de Petroff- Hausser, é utilizada nas contagens microscópicas diretas Medida direta do crescimento microbiano Método :Contagem microscópica direta As bactérias móveis são difíceis de serem contadas por esse método e, como acontece com outros métodos microscópicos, as células mortas acabam sendo contadas como vivas. Outra desvantagem é a necessidade de uma concentração de células bastante elevada para permitir uma contagem satisfatória – em torno de 10 milhões de bactérias por mililitro. A maior vantagem das contagens microscópicas é que um tempo de incubação não é requerido, e elas geralmente são reservadas para situações nas quais o tempo é essencial. Esse é o caso dos contadores de células eletrônicos, também conhecidos como contadores Coulter, que contam automaticamente o número de células em um volume líquido determinado. Esses instrumentos são utilizados em alguns laboratórios de pesquisa e em hospitais. Determinação do número de bactérias por métodos indiretos Não é sempre necessário contar as células microbianas para estimar seu número. Na pesquisa e na indústria, o número e a atividade dos microrganismos também são determinados por alguns dos métodos indiretos seguintes. Método: Turbidimetria Para alguns tipos de experimentos, estimar a turbidez é uma maneira prática de monitorar o crescimento bacteriano. À medida que as bactérias se multiplicam em um meio líquido, o meio se torna turvo ou opaco com as células. Determinação do número de bactérias por métodos indiretos Método: Turbidimetria O instrumento utilizado para medir a turdidez é um espectrofotômetro (ou colorímetro). No espectrofotômetro, um feixe de luz é transmitido através de uma suspensão bacteriana até um detector fotossensível Com o aumento do número de bactérias, menos luz atingirá o detector. Essa alteração da luz será registrada na escala do instrumento como a porcentagem de transmissão (%T). Também será registrada na escala do instrumento uma expressão logarítmica, chamada de absorbância Determinação do número de bactérias por turbidimetria A quantidade de luz que chega ao detector fotossensível no espectrofotômetro é inversamente proporcional ao número de bactérias sob condições padronizadas. Quanto menos luz é transmitida, mais bactérias estão presentes na amostra. A turbidez da amostra pode ser expressa na forma de 20% de transmissão ou de 0,7 de absorbância. As leituras de absorbância têm base logarítmica e, às vezes, são úteis para a realização de um gráfico. Determinação do número de bactérias por métodos indiretos Método: Atividade metabólica Outra maneira indireta de estimar o número de bactérias é medir a atividade metabólica de uma população. Esse método assume que a quantidade de um produto metabólico determinado, como um ácido ou CO2, é diretamente proporcional ao número de bactérias presentes. Um exemplo de uma aplicação prática de um teste metabólico é o ensaio microbiológico, no qual a produção de ácido é utilizada para se determinar as quantidades de vitaminas. Aulas Práticas https://www.youtube.com/watch?v=qIoPo4wSnWk&t=114s https://www.youtube.com/watch?v=xJannNQPors https://www.youtube.com/watch?v=Yf_SE8ijWxU https://www.youtube.com/watch?v=qIoPo4wSnWk&t=114s https://www.youtube.com/watch?v=xJannNQPors https://www.youtube.com/watch?v=Yf_SE8ijWxU Controle de Crescimento microbiano Uma palavra utilizada com frequencia e, muitas vezes, incorretamente, em discussões sobre o controle do crescimento microbiano e esterilização. A esterilização é a remoção ou destruição de todos os microrganismos vivos. O aquecimento é o método mais comum usado para destruir microrganismos, incluindo as formas mais resistentes, como os endosporos. Um agente capaz de esterilizar é chamado de esterilizante. MÉTODOS DE CONTROLE DE CRESCIMENTO MICROBIANO O controle dos microrganismos é um assunto abrangente e de inúmeras aplicações práticas envolvendo toda a microbiologia e não só aquela aplicada à medicina. A Esterilização é o processo que promove COMPLETA eliminação ou destruição de todas as formas de micro-organismos presentes em um determinado local: vírus, bactérias, fungos, protozoários, esporos, para um aceitável nível de segurança. O processo de esterilização pode ser físico, químico, físico- químico. Fonte: Tortora, Funke & Case. Microbiologia. 2012. Controle de Crescimento microbiano O controle direcionado a destruição de microrganismos nocivos e chamado de desinfecção. Esse termo normalmente se refere a destruição de patógenos na forma vegetativa (não formadoresde endosporos), o que não é o mesmo que esterilidadecompleta. Processos de desinfecção podem ser realizados com o uso de substâncias químicas, radiação ultravioleta, água fervente ou vapor. Na pratica, o termo é mais comumente aplicado ao uso de uma substancia química (desinfetante) para tratar uma superficie inerte ou substância. Quando esse tratamento é direcionado aos tecidos vivos, é chamado de antissepsia, e as substâncias quimicas são, entao, chamadas de antissépticos. Assim, na pratica, uma mesma substancia quimica pode ser denominada desinfetante para certo uso e antisseptico para outro. Terminologia relacionada ao controle do crescimento microbiano MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE O método mais empregado para matar microrganismos é o CALO R por ser eficaz, barato e prático. Os microrganismos são considerados mortos quando perdem a capacidade de multiplicar. Fonte: Tortora, Funke & Case. Microbiologia. 2012. As pessoas pensam que os alimentos enlatados a venda em supermercados são completamente estereis. Na verdade, o tratamento com calor requerido para assegurar a esterilidade absoluta degradaria o alimento desnecessariamente. Em vez disso, o alimento é submetido apenas a uma quantidade de calor suficiente para destruir os endosporos de Clostridium botulinum, o qual pode produzir uma toxina letal. Esse tratamento limitado de calor é chamado de esterilização comercial. Clostridium botulinum é uma bactéria patogênica ,que pode gerar uma toxi-infecção alimentar. É uma bactéria em forma de cotonete, flagelada que lhe confere agilidade. A toxina produzida em sua esporulação bloqueia a comunicação entre os nervos, deixando a pele mais dura e resistente, por isso é utilizada no "BOTOX" Calor úmido: A esterilização empregando calor úmido requer temperaturas acima da de fervura da água (120º). Estas são conseguidas nas autoclaves, e este é o método preferencial de esterilização desde que o material ou substância a ser esterilizado não sofra mudanças pelo calor ou umidade. A esterilização é mais facilmente alcançada quando os organismos estão em contato direto com o vapor, nestas condições o calor úmido matará todos os organismos. Fonte: Tortora, Funke & Case. Microbiologia. 2012. MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE A esterilização com autoclave é mais eficaz quando os organismos estão em contato direto com o vapor ou estão contidos um pequeno volume de solução aquosa (constituida primariamente por água). Sob essas condições, o vapor a uma pressão em torno de 15 psi (121°C) destruira todos os organismos (com exceção dos prions, e seus endosporos em cerca de 15 minutos. Calor seco: A forma mais simples de esterilização empregando o calor seco é a flambagem. A incineração também é uma forma de esterilizar, empregando o calor seco. Outra forma de esterilizaçãoempregando o calor seco é feita em fornos, e este binômio tempo e temperatura deve ser observado atentamente. A maior parte da vidraria empregada em laboratório é esterilizada deste modo. Fonte: Tortora, Funke & Case. Microbiologia. 2012. MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE Pasteurização: Consiste em aquecer o produto a uma dada temperatura, num dado tempo e a seguir, resfria-lo bruscamente. A pasteurização reduz o numero de microrganismos presentes, porém não assegura uma esterilização. Fonte: Tortora, Funke & Case. Microbiologia. 2012. MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE Outros produtos alem do leite, como o sorvete, o iogurte e a cerveja, possuem seus proprios tempos e temperaturas de pasteurizacao, que, com frequencia, diferem consideravelmente. MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE Baixas Temperaturas: O efeito das baixas temperaturas sobre os microrganismos depende do microbio especifico e da intensidade da aplicacao. Por exemplo, nas temperaturas dos refrigeradores comuns (0 a 7°C), a taxa metabolica da maioria dos microrganismos e tao reduzida que eles nao podem se reproduzir ou sintetizar toxinas. A refrigeração comum tem efeito bacteriostatico Radiações: As radiações têm seus efeitos dependentes do comprimento de onda, da intensidade, da duração e da distância da fonte. Há pelo menos dois tipos de radiações empregadas no controle dos microrganismos: ionizantes e não ionizantes. Fonte: Tortora, Funke & Case. Microbiologia. 2012. MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE Métodos Físicos de Controle A radiação ionizante – raios gama, raios X ou feixes de eletrons de alta energia – tem um comprimento de onda mais curto que o da radiacao nao ionizante, menos de 1 nm. Os raios gama sãoemitidos por determinados elementos radioativos, como o cobalto, e os feixes de eletrons sao produzidos acelerando-se os eletrons até energias elevadas em maquinas especiais. Os raios X, os quais sao produzidos por maquinas de uma maneira similar a produção dos feixes de eletrons, são semelhantes aos raios gama. Métodos Físicos de Controle A radiação não ionizante tem um comprimento de onda maior que o da radiacao ionizante, normalmente acima de 1 nm. O melhor exemplo de radiacao nao ionizante e a luz ultravioleta (UV). A luz UV causa danos ao DNA das celulas expostas, produzindo ligacoes entre as bases pirimidicas adjacentes, normalmente timinas nas cadeias de DNA Micro-ondas: Os fornos de micro-ondas são cada vez mais utilizados em laboratórios e as radiações emitidas não afetam o microrganismo, mas geram calor. O calor gerado é responsável pela morte dos micro-organismos. Fonte: Tortora, Funke & Case. Microbiologia. 2012. MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE Filtração: A passagem de soluções ou gases através de filtros, retêm os microrganismos, então pode ser empregada na remoção de bactérias e fungos, entretanto, não retém a maioria dos vírus. Fonte: Tortora, Funke & Case. Microbiologia. 2012. MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE Pressão Osmótica: A alta concentração de sais ou açúcares cria um ambiente hipertônico que provoca a saída de água do interior da célula microbiana. Nessas condições os micro- organismos deixam de crescer e isto tem permitido a preservação de alimentos. Fonte: Tortora, Funke & Case. Microbiologia. 2012. MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE Dessecação: Na falta total de água, os micro-organismos não são capazes de crescer, multiplicar, embora possam permanecer viáveis por vários anos. Quando a água é novamente reposta, os micro- organismos readquirem a capacidade de crescimento. Esta peculiaridade tem sido muito explorada pelos microbiologistas para preservar micro-organismos e o método mais empregado é a liofilização. Fonte: Tortora, Funke & Case. Microbiologia. 2012. MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE Métodos químicos de controle microbiano Os agentes quimicos são utilizados para controlar o crescimento de microrganismos em tecidos vivos e objetos inanimados. Infelizmente, poucos agentes quimicos proporcionam a esterilidade; a maioria deles meramente reduz as populações microbianas em níveis seguros ou removem as formas vegetativas de patógenos em objetos. Métodos Qúimicos de Controle ALCOÓIS Destroem efetivamente as bacterias e os fungos, mas não os endosporos e os virus não envelopados. O álcool geralmente desnatura proteinas, mas tambem pode romper membranas e dissolver muitos lipideos, incluindo o componente lipidico dos virus envelopados. Os alcoois tem a vantagem de agir e, então, evaporar rapidamente, sem deixar residuo. Quando a pele é limpa (degerminada) antes de uma injecao, a atividade de controle microbiano provem do fato de simplesmente remover a poeira e os microrganismos juntamente com os oleos cutaneos. Métodos Qúimicos de Controle ALCOÓIS Dois dos alcoois mais comumente utilizados sao o etanol e o isopropanol. A concentracao otima de etanol recomendada e 70%, porem concentracoes entre 60 e 95% tambem parecem destruir microrganismos. O etanol puro e menos efetivo que solucoes aquosas (etanol misturado com agua), pois a desnaturação requer água. Fonte: Tortora, Funke & Case. Microbiologia. 2012. MÉTODOS QUÍMICOS DE CONTROLE Fenóis e derivados: O fenol é um desinfetante fraco, tendo interesse apenas histórico, pois foi o primeiro agente a ser utilizado como tal na prática médica e cirúrgica, os fenóis atuam sobre qualquer proteína, mesmo aquelas que não fazem parte da estrutura ou protoplasma do micro-organismo, significando que, em meio orgânico proteico, os fenóis perdem sua eficiência por redução da concentração atuante. Atualmente, o fenol raramente e usado como antisseptico ou desinfetante, pois irrita a pele e tem odor desagradavel. Com frequencia, e utilizado em pastilhas para a garganta devido ao seu efeito anestesico local, mas tem pouco efeito antimicrobiano nas baixas concentracoes usadas. Métodos Qúimicos de Controle Um cresol muito importante e o O-fenilfenol o ingrediente principal da maioria das formulações de Lysol. Os cresois são ótimos desinfetantes de superficie. Métodos Qúimicos de Controle ALDEÍDOS: Os aldeídos estão entre os antimicrobianos mais efetivos. Dois exemplos são o formaldeido e o glutaraldeido. Eles inativam proteinas, formando ligações cruzadas covalentes com diversos grupos funcionais organicos nas proteinas (ONH2 OOH, OCOOH e OSH). O glutaraldeído e um parente quimico do formaldeido, sendo um produto quimico menos irritante e mais efetivo que este ultimo. O glutaraldeido e usado para desinfetar instrumentos hospitalares, incluindo endoscopios e equipamentos de terapia respiratoria, porem eles precisam ser primeiramente limpos de forma cuidadosa. Quando usado em uma solucao a 2% (Cidex), e bactericida, tuberculocida e virucida em 10 minutos, e esporocida em 3 a 10 horas Métodos Qúimicos de Controle HALOGÊNIOS: Os halogênios, particularmente o iodo e o cloro, sao agentes antimicrobianos eficazes, tanto isoladamente quanto como constituintes de compostos organicos e inorganicos. O iodo (I2) e um dos antissepticos mais antigos e mais eficazes. Ele é eficaz contra todos os tipos de bacterias, muitos endosporos, varios fungos e alguns virus. O iodo prejudica a sintese de algumas proteinas causa alterações nas membranas celulares microbianas, aparentemente pela formação de complexos com aminoacidos e acidos graxos insaturados. O iodo esta disponivel como tintura – isto e, em solucao em alcool aquoso – e como iodoforo. Métodos Qúimicos de Controle A preparacao comercial mais comum e a Betadina, uma povidona- iodo. A povidona e um iodoforo com atividade de superficie que melhora a acao de umedecer e funciona como reservatorio de iodo livre. O iodo e usado principalmente na desinfeccao da pele e no tratamento de feridas. Métodos Qúimicos de Controle HALOGÊNIOS: O cloro (Cl2), na forma gasosaou em combinacao com outras substancias quimicas, e outro desinfetante amplamente utilizado. Sua acao germicida e causada pelo acido hipocloroso (HOCl), que se forma quando o cloro e adicionado a agua O hipoclorito e um forte agente oxidante, que impede o funcionamento de boa parte do sistema enzimatico celular. O acido hipocloroso e a forma mais eficaz de cloro, pois tem carga eletrica neutra e se difunde tao rapidamente quanto a agua pela parede celular. Devido a sua carga negativa, o ion hipoclorito (OCl) nao pode penetrar livremente na celula. Métodos Qúimicos de Controle A industria de processamento de alimentos usa amplamente as soluções de dioxido de cloro, como desinfetantes de superficie, pois nao deixam odores ou sabores residuais. Como desinfetante, o dioxido de cloro tem um amplo espectro de atividade contra bacterias e virus, sendo tambem efetivo, quando empregado em altas concentracoes, contra cistos e endosporos. Em baixas concentracoes, o dioxido de cloro pode ser utilizado como antisseptico. Fonte: Tortora, Funke & Case. Microbiologia. 2012. MÉTODOS QUÍMICOS DE CONTROLE Ácidos inorgânicos e orgânicos: Um dos ácidos inorgânicos mais populares é o acido bórico; porém, em vista dos numerosos casos de intoxicação, seu emprego é desaconselhado. Desde há muito tempo tem sido usados alguns ácidos orgânicos, como o ácido acético e o ácido láctico, não como antisséptico, mas sim na preservação de alimentos hospitalares. Métodos Qúimicos de Controle Peroxigênios e outras formas de oxigênio O peroxido de hidrogenio e um antisseptico encontrado em muitos armarios de medicamentos domesticos e em salas de suprimentos hospitalares. Ele nao e um bom antisseptico para feridas expostas, sendo rapidamente degradado em agua e oxigenio gasoso pela acao da enzima catalase, que esta presente nas celulas humanas. Contudo, o peroxido de hidrogenio desinfeta efetivamente objetos inanimados, e chega a apresentar efeito esporocida nessas aplicacoes em concentracoes elevadas. Métodos Qúimicos de Controle Agentes de superfície: Os agentes de superficie, ou surfactantes, podem reduzir a tensão superficial entre as moleculas de um liquido. Esses agentes incluem os saboes e os detergentes. Sabões e detergentes: O sabao tem pouco valor como antisseptico, porem tem uma funcao importante na remocao mecanica dos microrganismos pela esfregacao. A pele normalmente contem celulas mortas, po, suor seco, microrganismos e secrecoes oleosas das glandulas sebaceas. O sabao rompe o filme oleoso em goticulas pequenas, um processo denominado emulsificação, e agua e sabao, juntos, removem o oleo emulsificado e os residuos, fazendo-os flutuar para longe a medida que a pele e lavada. Nesse sentido, os saboes sao bons agentes degermantes. A lavagem das maos com agua e sabao consiste em um metodo de higienizacao efetivo. Utilize sabão e agua morna (se possivel) e esfregue as maos por 20 segundo Métodos Qúimicos de Controle Agentes de superfície: Sanitizantes ácido-aniônicos : Os sanitizantes ácido-aniônicos são muito importantes na limpeza de instalações de processamento de alimentos, sobretudo utensilios e equipamentos de fabricas de laticinios. Eles geralmente sao combinacoes de ácido fosforico com um agente de superficie. Sua capacidade de limpeza está relacionada a porção carregada negativamente (anion) da molácula, que reage com a membrana plasmatica. Eles atuam sobre um amplo espectro de microrganismos, incluindo as problematicas bacterias termoduricas, nao possuem odores, são atoxicos, não corrosivos e possuem acao rapida. Métodos Qúimicos de Controle Agentes de superfície: Compostos quaternários de amônio (quats, de quaternary ammonium compounds): Os agentes de superficie mais comumente utilizados sao os detergentes cationicos, principalmente os compostos quaternários de amônio (quats). Sua capacidade de limpeza esta relacionada a parte positivamente carregada – o cation – da molecula. O nome quat e derivado do fato de que eles sao modificacoes do ion amonio de valencia quatro, NH4 Os compostos quaternarios de amonio são bactericidas fortes contra as bacterias gram-positivas e um pouco menos ativos contra as gram-negativas. Os quats tambem são fungicidas, amebicidas e virucidas contra virus envelopados. Eles nao destroem os endosporos ou as micobacterias. Seu modo quimico de ação e desconhecido, contudo, eles provavelmente afetam a membrana plasmatica. Eles alteram a permeabilidade celular e causam a perda de constituintes citoplasmaticos essenciais, como o potassio. Métodos Qúimicos de Controle Dois quats populares sao o Zephiran, o nome comerci do cloreto de benzalcônio, e o Cepacol, o nome comercial do cloreto de cetilpiridínio. Eles são antimicrobiano fortes, incolores, inodoros, insipidos, estaveis, facilmente soluveis e atoxicos, exceto em altas concentrações. Se o seu frasco de enxaguatorio bucal se enche de espuma quando sacudido, o produto provavelmente contem um quat em sua composição Fonte: Tortora, Funke & Case. Microbiologia. 2012. MÉTODOS QUÍMICOS DE CONTROLE Metais pesados e derivados: O baixo índice terapêutico dos mercuriais e o perigo de intoxicação por absorção fizeram com que aos poucos deixassem de serem usados, curiosamente alguns derivados mercuriais tiveram grande aceitação, embora dotados de fraca atividade bactericida e bacteriostática in vivo, como o Merbromino. Fonte: Tortora, Funke & Case. Microbiologia. 2012. MÉTODOS QUÍMICOS DE CONTROLE Esterilizantes gasosos: Embora tenha atividade esterilizante lenta o óxido de etileno tem sido empregado com sucesso na esterilização de instrumentos cirúrgicos, fios de agulhas para suturas e plásticos. Métodos Qúimicos de Controle Conservantes químicos de alimentos: Os conservantes quimicos frequentemente sao adicionados aos alimentos para retardar sua deterioracao. O dióxido de enxofre (SO2) tem sido utilizado como desinfetante ha bastante tempo, sobretudo na fabricacao de vinho. Entre os aditivos mais comuns estão o benzoato de sodio, o acido sorbico e o propionato de calcio. Essas substancias quimicas sao acidos organicos simples ou sais de acidos organicos, que o corpo metaboliza prontamente e que, em geral, sao considerados seguros em alimentos O ácido sórbico, ou seu sal mais soluvel, o sorbato de potássio, e o benzoato de sódio impedem os bolores de crescerem em certos alimentos acidos, como o queijo e os refrigerantes. Esses alimentos, geralmente com um pH de 5,5 ou menos, são mais suscetiveis a deterioracao pelo bolor.
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