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HOLOCAUSTO E AS MEMÓRIAS DE SUAS VÍTIMAS

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UNIVERSIDADE DE UBERABA 
 
 
 
 
 
 
 
HOLOCAUSTO: 
As memórias de suas vítimas 
 
 
 
 
 
 
 
ELISA NOELMA DE SOUZA ROCHA MEDINA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEÓFILO OTONI 
2020
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ELISA NOELMA DE SOUZA ROCHA MEDINA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HOLOCAUSTO: 
As memórias de suas vítimas 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado à Universidade Uberaba - 
UNIUBE, como requisito parcial para 
a obtenção do título de Licenciatura 
em História. 
 
Orientador: Prof. Aluzio Ferreira Elias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEÓFILO OTONI 
2020
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ELISA NOELMA DE SOUZA ROCHA MEDINA 
 
 
 
 
HOLOCAUSTO: 
As memórias de suas vítimas 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Universidade Uberaba - UNIUBE, como requisito 
parcial para a obtenção do título de Licenciatura em 
História. 
 
Orientador: Prof. Aluzio Ferreira Elias 
 
Aprovado em ___/____/____ 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
____________________________________________________ 
Professor Examinador 
 
______________________________________________________ 
Professor Examinador 
 
______________________________________________________ 
Professor Examinador 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ele fortalece o cansado e dá grande vigor ao que está sem forças. 
Até os jovens se cansam e ficam exaustos, e os moços tropeçam e 
caem; mas aqueles que esperam no Senhor renovam as suas 
forças. Voam alto como águias; correm e não ficam exaustos, 
andam e não se cansam. 
Isaías 40:29-31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AGRADECIMENTOS 
 
Quero agradecer primeiro a Deus, por ter sido a minha força, por permitir que esse sonho se 
realize, por ter abençoado cada passo escolhido e ter me concedido saúde. Agradeço ao meu esposo, 
Felipe, pelo esforço continuo para que tudo fosse possível e principalmente pela confiança depositada 
em mim. A ele que é reponsável pela minha felicidade e que teve um papel enorme no meu 
crescimento pessoal. A minha irmã Bárbara, a quem eu devo um agradecimento especial por todo 
companheirismo, dedicação e confiança. Agradeço por todos os finais de semana que passamos juntas 
em frente ao computador e por toda ajuda. Aos meus pais, Gilson e Vera e os meus irmãos Sara, 
Thiago e Nathan pelo amor que me fez mais forte e por cultivar em mim, valores que me 
transformaram na pessoa que sou. Aos meus pastores Gutemberg e Camila que me apresentam em 
oração e vibrarão comigo em cada conquista. 
Agradeço especialmente a um querido colega de turma, Lucas, pela amizade e pela 
oportunidade maravilhosa de poder compartilhar tantos momentos durante a faculdade. A professora e 
coordenadora Ana Cristina, por toda competência com que conduz sua profissão. Aos demais 
professores, em especial Aluízio e Aldioney que desempenharam com dedicação e presteza as aulas e 
as mentorias. Sou grata a Deus por cada um de vocês, que fizeram parte dessa etapa da minha vida. 
Eu acredito fielmente que vocês foram enviados por Ele para que os meus dias fosse mais facies. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DE SOUZA ROCHA MEDINA, Elisa Noelma. Holocausto: as memórias de suas vítimas. 
2020. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História) – 
Universidade Uberaba Uniube, Teófilo Otoni, 2020. 
 
 
 
RESUMO 
 
 
 
Devido à necessidade de conhecimento as lembranças do Holocausto tem se 
perdido. Essa pesquisa se justifica na apresentação de algumas dessas memórias 
para que essas sejam lembradas de forma digna. O presente trabalho tem como 
objetivo geral apresentar de que forma a analise das lembranças das vitimas do 
holocausto, auxilia na preservação de suas memorias, tendo como beneficio a 
valorização das mesmas. As historias dos sobreviventes do Holocausto são 
indispensáveis para nossa história mundial, são esses relatos que comprovam a 
maldade humana causada naqueles dias, são eles que nos da à chance de ser 
diferentes e de nunca mais permitir que uma coisa como essa venha se repetir. Ou 
que pessoas como Hitler tenha acesso ao poder. Promovem a oportunidade de 
fazermos diferente. Essas lembranças são indispensáveis para a sociedade atual, 
elas dão embasamento para uma mudança. A maldade está por ai em algumas 
pessoas espalhadas pelo mundo, porém esses fatos que foram documentos por 
essas vítimas nos oportunizam a enxegar quem são essas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Palavras-chave: Holocausto. Memórias. Sobreviventes. Lembranças. Oportunidade. 
 
 
7 
 
Sumário 
 INTRODUÇÃO....................................................................................................8 
 HOLOCAUSTO......................................................................................................9 
 DEPOIS DE ASCHWITZ......................................................................................9 
 OS FORNOS DE HITLER....................................................................................10 
 DIÁRIO DE ANNE FRANK..................................................................................11 
 O FOTOGRÁFO DE MAUTHAUSEN..................................................................12 
 A SUPERIORIDADE RACIAL.....................................................................13 
 EXEMPLO DE APOIO AO TEXTO.......................................................................14 
CONCLUSÃO..............................................................................................................17 
REFERÊNCIAS.........................................................................................................18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A importância do Holocausto vem sendo esquecida com o passar do tempo. O julgamento dos 
responsáveis pode ter de certa forma manifestado um sentimento de dever cumprido para com a 
humanidade, porém a maior forma de justiça para com as vidas perdidas no genocídio em sua maioria 
de judeus é mostrar ao mundo as memórias dos seus sobreviventes. O Holocausto e seus motivos cada 
dia tem caído no esquecimento, e como tal, limitados a um espaço de tempo, levando a entender que 
não guarda relação com as sociedades atuais. Seu estudo ficou restrito aos livros acadêmicos ou as 
áreas especializadas de pesquisa, o que não incentiva o público em geral a fazer uma análise mais 
profunda do tema, trazendo a ideia de que o Holocausto foi uma fatalidade ocorrida no século passado 
a uma população dominada pela desvairada ideologia nazista. 
A análise do Holocausto nos revela o outro lado da nossa sociedade. Ele trouxe à luz aspectos 
da sociedade que ainda não tínhamos conhecimento. Veio escancarar que o processo civilizador não 
foi capaz de impedir tamanha atrocidade. A contemporaneidade e as ferramentas oferecidas por ela 
não seriam capazes de evitar o Holocausto, ao contrario ela proporcionou alguns dos conhecimentos 
usados para que esse genocídio se efetivasse com tanta crueldade. 
As histórias dos sobreviventes do Holocausto são indispensáveis para a história mundial, são 
esses relatos que comprovam a maldade humana causada naqueles dias, dessa maneira, a pesquisa visa 
expor a importância de um estudo mais profunda do tema, como forma de prevenir a repetição de 
episódios que desrespeitam os direitos humanos em um Estado democrático, uma vez que as garantias 
de todos os cidadãos são artigos rígidos que devem ter validade independentemente da ideologia 
política que governa um Estado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
2. HOLOCAUSTO 
 
A importância do Holocausto1 se limita em sua maioria nos livros de história, sendo marcado 
como um dos acontecimentos mais violentos do século XX, esse episódio mundial precisa de maior 
reconhecimento devido a sua grande importância para odesenvolvimento social da história humana. 
Os objetivos do líder do partido nazista, Hitler, foram alcançados ao longo de anos de preparação e 
treinamento. As torturas físicas e psicológicas foram sendo realizadas com o passar dos anos, e são 
inimagináveis tudo o que se efetivou nos campos nazistas. 
A tomada do poder político trouxe o terror ideológico, defendendo a ideia de que existiam 
gentes biologicamente superiores, discriminando aqueles que não faziam parte do modelo ideal nazista 
a Raça Ariana2. A ideologia pela “raça pura” levou à Solução Final3 que foi o principal caminho que 
moveu todo o terror criado no holocausto. A busca pela homogeneização da raça ariana fez com que 
Hitler ordenasse a caça de outras raças. Naquele tempo os judeus viviam ali sendo o maior número. 
Ele os via como impuros, como lixos que poluíam o ambiente, e acreditava que a Europa só seria pura 
novamente após o extermínio desses (judeus, ciganos, negros, deficientes, gays e etc.). Tudo que a 
ideia da superioridade4 entre raças desempenhou marcou o século XX. 
O antissemitismo5 alemão iniciou da suposição de que os judeus eram responsáveis por todos 
os males da sociedade alemã. Um desses males seria a culpa pela derrota alemã na Primeira Guerra 
Mundial segundo a “teoria da punhalada nas costas”. O general Von Hindenburg ao tentar se 
absolver, de qualquer culpabilidade pela derrota da Alemanha na Primeira Guerra, cria a "lenda da 
punhalada pelas costas" (em alemão, Dolchstosslegende). Como toda a ideia de superioridade de raças 
a lenda só foi mais uma justificativa para a suposta “purificação” idealizada pelos nazistas. 
Levando a crer que todo mal estabelecido no território alemão, era por causa da perca da 
“pureza de raça”, que com a chegada dos judeus de certa forma se perdeu. No entanto a solução final 
seria o extermínio, pois a ideia passada era que eles estavam sendo punidos por perderem o seu 
“equilíbrio racial”. 
3. DEPOIS DE ASCHWITZ 
 As crueldades praticadas detrás dos muros dos campos de concentração ainda afrontam o 
mundo tempos depois. Ainda bem, que existiram sobreviventes que tiveram força, coragem e 
solicitude em expor toda a barbárie praticada pelos alemães. 
Foi à situação de Eva Scholls, no livro Depois de Auschwitz. Eva tinha uma vida estável ao 
lado dos pais e do irmão. Prém, após Hitler assumir o poder na Alemanha, a política antissemita ganha 
 
1 Genocídio cometido pelos nazistas em sua maioria contra o povo judaico durante a Segunda Guerra Mundial 
1939-1945. 
2 “A raça ariana seria supostamente a linhagem ‘mais pura’ dos seres humanos”. 
3 Entende-se por Solução Final os planos nazistas de extermínio dos judeus nos campos de concentração. 
4 Qualidade do que é superior; preeminência, autoridade, excelência acima dos outros. 
5 Antissemitismo é o ódio e preconceito contra o povo judeu e sua cultura, ou seja, uma forma de xenofobismo. 
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força gerando grandes tranformações na vida das famílias judaicas, inclusive na de Eva. 
Em seu livro ela vai falar da dura rotina vivida sob domínio nazista, ressalta como foi à dura 
reabilitação da sua vida pós-libertação e os traumas gerados por aquele horripilante período de 
confinamento. No capitulo 10 Eva vai descrever a sua chegada em auschwitz- birkenau. 
O trem nos levou lentamente, atravessando o continente europeu durante três dias e três noites. 
Estávamos na escuridão presos como animais, com um balde fedido para ser usado como banheiro e outro 
com água. (SCHLOSS, 2017) 
Eva nos conta uma história de força e superação, não somente durante a Guerra, mas após. 
Como é difícil recomeçar! As lembranças de Eva através do livro nos mostra que a maldade humana 
pode superar as nossas expectativas. Porém, em meio a tanto sofrimento e dor, o pai de Eva derrama 
sobre eles um balsamo, com palavras de esperança, e sem saber do que estava por vir (porque 
nenhuma pessoa é capaz de mesurar tais crueldades) ele aponta um futuro. 
Meu pai nos levou até o sofá, juntou-se a nós e nos abraçou. Ele nos disse que estávamos unidos 
como os elos de uma corrente, e que daríamos continuidade à nossa família por meio de nossos filhos. 
_ Mas e se não tivermos nenhum filho? Heinz questionou. 
_ Crianças, prometo uma coisa: tudo o que vocês fazem neste mundo deixa uma marca. Nada se 
perde. Tudo o que vocês fazem de bom vai prevalecer na vida das pessoas com quem vocês tiverem contato. 
Essas atitudes farão diferença para alguém, em algum lugar, em algum momento, e as suas realizações serão 
lavadas adiante. 
(SCHLOSS, 2013, pp. 11,12) 
Eva como todos os sobreviventes desse terrível episódio teve um longo percurso para adequa-
se ao novo contexto. Aprender a conviver com os traumas causados pelas vivencias no campo de 
concentração, as lembranças dos companheiros de cativeiros que por vezes são cruéis e a angustia em 
saber que não poderia ter feito nada para mudar aquela situação. A dor que é revivida diariamente, os 
questionamentos e principalmente a culpa em achar que poderiam ter mudado de alguma forma o 
modo como seus amigos perderam a vida. 
 
4. OS FORNOS DE HITLER 
Os Fornos de Hitler escrito por Olga Lengyel. Uma judia que vivia com o marido, os filhos e 
seus pais. Nessa época os campos de concentração já estavam na pratica da solução final, e ali 
morreram cerca de 1,1 milhão de pessoas morreram a maioria judias, em câmaras de gás. Entre as 
vítimas estava Olga Lengyel uma sobrevivente. Arbeit machr frei6 era a frase escrita na entrada do 
campo de concentração nazista. A frase o trabalho liberta se encaixa muito bem na história de Olga. 
Pois ela acreditava que seu marido havia sido convocado para trabalhar. Ao ouvirem relatos sobre as 
crueldades cometidas pelos nazistas, Eva e sua família não acreditavam. Na verdade quem de nós 
acreditaria? Que toda essa maldade um dia poderia se tornar um pesadelo real? 
 O seu marido, que era médico, foi oficialmente chamado para Alemanha. Ela acreditava que o 
 
6 É uma frase em alemão que significa "o trabalho liberta". 
https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_alem%C3%A3
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companheiro seria enviado para suprir a falta de médicos, e decidiu segui-lo com os filhos e os pais. 
Uma das primeiras palavras de Olga em seu livro é sobre sua imensa culpa, por ter pensado que só 
seria um trabalho. Por ter levado os seus pais e seus filhos para vivenciar todos aqueles horrores. 
Mea culpa, minha culpa, mea máxima culpa! Não sou capaz de me absorver da acusação de que fui, 
em parte, responsável pela morte de pais e dos meus dois filhinhos. O mundo compreende que eu não poderia 
ter adivinhado, mas, em meu coração, persiste o terrível sentimento de que eu poderia, de que eu deveria, tê-
los salvado. (Lengeyl, 2018) 
A frieza e desumanidade nazista não tinham limites, e toda e qualquer desculpa servia para 
fazer mais e mais prisioneiros. Crianças, idosos, deficientes e todos os outros não eram vistos como 
seres humanos, mais sim como “pragas” que estavam matando a sua terra. Olga sobreviveu e no livro 
conta como foi e tem sido viver com a culpa da morte de seus filhos e dos seus pais. Enquanto Olga 
chora e lamenta pela grande perda da sua família, temos Magda e Joseph Goebbel. Essa família era 
membros do partido Nazista. Ao fim da Segunda Guerra, após o suicídio de Hitler. Magda e Joseph 
não fugiram, pois queriam manter a honra dos ideais em que acreditara. Sendo assim Magda matou 
seus seis filhos com. Ela dopou seus filhos e quebrou capsulas de cianureto na boca das crianças 
quando elas dormiam. Logo depois o casal Goebbels suicidou-se. As paixões nacionalistas, que se 
expandiam e o sentimento de superioridade, atingiram seu ápice, e o casal Goebbels, por exemplo, 
acreditava que não poderia viver em um mundo onde não houvesse a superioridade da raça ariana, 
proporcionando a Olga e tantas outraspessoas um sofrimento sub-humano levando a morte de milhões 
de pessoas e o sofrimento de tantas outras que teve que aprender a viver com a perda das pessoas que 
amava. Como ela expressa as memórias, que são por sua vez tão dolorosas não devem ser só 
lembradas, mas que elas possam nos guiar para um futuro melhor. 
Memórias não servem apenas para nos lembrarmos do que aconteceu. Elas guiam nossas ações no 
futuro. (Lengeyl, 2018) 
5. DIÁRIO DE ANNE FRANK 
 
O diário escrito poderia ter todas as inquietudes7 e preocupações de uma jovem de 13 anos 
como: o primeiro amor, a rival da escola, que vestido usar em uma festa, a prova de matemática, como 
será o primeiro beijo entre outros questionamentos que faz nessa idade. E de certa forma Anne 
começou assim o seu diário, a este que havia ganhado de presente de aniversário. 
Fizemos minha festa de aniversário no domingo à tarde. Assistimos em casa um filme do Rin 
Tin Tin, que foi o maior sucesso. (O diário de Anne Frank, 2018) 
Contudo se ela não estivesse vivendo justamente em um dos contextos mais difíceis da história 
da humanidade, a Segunda Guerra Mundial, com certeza os registros desse diário continuariam sendo 
os questionamentos e vivencias de uma adolescente de 13 anos. 
 
7 Ação de se preocupar com o que, normalmente, se encontra acima de seu entendimento; falta de satisfação 
intelectual. 
https://www.infoescola.com/historia/segunda-guerra-mundial/
12 
 
De repente, sua existência sofreu uma transformação radical. Vivendo com sua família e outros 
judeus, companheiros da mesma sina, com palavras singelas e de fácil entendimento, a garota conta a 
rotina do seu convívio e das pessoas que a cercam durante o período em que permaneceram 
refugiados. 
Parece que se passaram muitos anos desde domingo de manhã. Aconteceu tanta coisa 
que tenho a impressão que o mundo virou de cabeça para baixo. Contudo Kitty ainda estou viva, e isso é o 
principal, como papai diz (O diário de Anne Frank, 2018) 
Anne vivia com os pais e a irmã, e convivia com alguns amigos da família Senhor Van Daan, a 
esposa e o filho Peter. Ela registra a vivência sob a ameaça constante da morte e sua visão pessoal 
sobre deste terrível confronto. 
A inocência de Anne não permitia ela imaginar que aquele simples caderno, seria hoje um 
grande livro que mostraria ao mundo como foi difícil sobreviver nos tempos da Segunda Guerra 
Mundial. Que as suas memórias fariam com que as pessoas sentissem de certa forma o que ela estava 
sentindo quando escreveu cada palavra. Com palavras marcantes ela expõe seus sonhos, suas 
esperanças, seus conflitos diários, seus medos e acima de tudo a sua vontade de ver novamente o 
mundo sem aquele cenário de guerra. Depois de alguns anos exilados, oficiais da Gestapo8 descobrem 
o esconderijo, prendem e os conduzem para diversos campos de concentração. Infelizmente Anne 
morreu em um campo de concentração. 
Graças a iniciativa de documentar o seu dia a dia nós pudemos conhecer a história de Anne, no 
entanto quantas histórias iguais a dela se perderam pelo caminho, quantas não tiveram a mesma 
oportunidade de expor o que viveu nesse triste tempo. 
6. FOTÓGRAFO DE MAUTHAUSEN 
 
Em 5 de maio de 1945 o exercito americano libertou o campo de concentração nazista de 
Mauthausen. Eles se depararam com um cenário desumano, onde o vocabulário falta palavras para 
explicar. As distinções entre os vivos e os mortos eram imperceptíveis, corpos sem vida aglomerados 
misturavam-se com os corpos esqueléticos dos sobreviventes. 
Entre esses estava Francisco Boix um fotógrafo espanhol, militante do Partido Comunista em 
Espanha e prisioneiro em Mauthausen. Durante a sua estadia no campo de concentração de 
Mauthausen, Boix com a ajuda de outros prisioneiros escondeu das forças SS9 e dos Kapos10 uma série 
 
8 Foi a polícia secreta criada pelos nazistas com o objetivo de monitorar e perseguir indivíduos e grupos que 
pudessem representar alguma ameaça para o Estado. 
9 Schutzstaffel (conhecido pela sigla SS) é um termo alemão que significa “esquadrilha de proteção”, em 
português. Foi um grupo fundado em 1925, com o objetivo de proteger Adolf Hitler e os dirigentes do Partido 
Nazista. 
13 
 
de fotografias do que acontecia diariamente no campo. 
Com ajuda de Boix e os outros prisioneiros a história conta não só com os relatos vividos pelos 
prisioneiros de guerra como também as imagens feitas por ele. Fazendo valer o ditado que diz: 
“Contra fatos não há argumentos”. 
A história de Francisco Boix ganhou uma versão em livro contada pelo historiador Benito 
Bermejo “O fotógrafo do horror”. O filme O Fotógrafo de Mauthausen dirigido pela Mar Targarona, 
está disponível na Netflix. 
7. A SUPERIORIDADE RACIAL 
As histórias acima nos contam a dura e triste realidade vivida pela a humanidade durante a 
Segunda Guerra Mundial. Porém hoje vivemos alguns episódios que nos remente a superioridade 
racial instaurada por Hitler no século passado. Todo esse horror foi exposto para nós de maneira 
verdadeira e de fácil entendimento através de cada obra. No entanto essas obras estão limitas e não é 
de conhecimento de toda a sociedade. Em nosso país vivemos uma atualidade onde o preconceito 
racial está presente. 
No dia 19 de novembro de 2020 as vésperas da consciência negra ocorreram um episódio que 
parou o país. Um homem negro foi desumanamente assassinado em um supermercado em Porto 
Alegre. Diante está situação surge os questionamentos: Se ele não fosse negro, ele teria sido abordado 
dessa forma? É uma questão racial? A superioridade racial tem ganhado força? Uma youtuber fez um 
desabafo dizendo que seu marido foi abordado ao sair do supermercado para conferir as compras, até 
então não tem nada demais, o problema foi que somente ele foi abordado e mesmo é negro. 
Racismo estrutural 11 está presente nos países americanos e nos europeus, essa diferença 
favorece os brancos e desfavorecem negros e indígenas. O holocausto é o maior exemplo, da 
desumanidade pautada na legitimidade de uma raça. Todas essas memórias nos deixam relatos da 
insanidade humana em relação as suas crenças e ideias deturpadas. Um episódio que não poupou 
ninguém, e com uma maneira tão trágica, fria e calculista mudou a história mundial. Provando que a 
maldade humana não tem limites e que basta uma oportunidade para que todo esse mal seja despejado 
sobre outras pessoas, que por sua vez são diferentes; seja na cor da sua pela, na sua religião ou no 
modo de pensar. O racismo e a ideia de superioridade de uma raça tem que deixar de ser a estrutura da 
nossa sociedade. O holocausto, para muitos de seu tempo, parecia ser algo distante e insano, e nós 
percebemos no presente trabalho como as pessoas foram surpreendidas. Assim também é o racismo 
 
10 "Kapo" vem do italiano "capo" (cabeça ou chefe). Era o funcionário mais baixo da hierarquia nazista: um 
judeu convidado ou compelido a chefiar os outros, nos guetos e nos campos de concentração. 
11 É o termo usado para explicar que há sociedades estruturadas com base na discriminação que valoriza 
algumas raças em detrimento das outras. 
14 
 
achamos que nunca poderá acontecer conosco ou com quem amamos, achamos que é uma realidade 
distante, porém não é. Ele está presente em nossa sociedade e se não tomarmos meditas mediante a 
tais atitudes podemos viver novamente um holocausto, não de judeus, mas de pessoas NEGRAS. 
8. EXEMPLOS DE ELEMENTOS DE APOIO AO TEXTO 
 
BOIX. Fotografia tirada no dia da libertação de Mauthausen. Disponível em: 
https://elpais.com/elpais/2015/05/05/album/1430815929_701420.html#foto_gal_6 Acesso em: 23 de nov. 2020 
 
BOIX. Centenas de prisioneiros nus aguardando desinfecçãogeral em Mauthausen. Disponível em: 
https://elpais.com/elpais/2015/05/05/album/1430815929_701420.html#foto_gal_6 Acesso em: 23 de nov. 2020 
https://elpais.com/elpais/2015/05/05/album/1430815929_701420.html#foto_gal_6
https://elpais.com/elpais/2015/05/05/album/1430815929_701420.html#foto_gal_6
15 
 
 
BOIX. Um grupo de prisioneiros espanhóis arrasta um caminhão de terra para o campo de concentração nazista de 
Mauthausen. Disponível em: 
https://elpais.com/elpais/2015/05/05/album/1430815929_701420.html#foto_gal_6 Acesso em: 23 de nov. 2020 
 
https://elpais.com/elpais/2015/05/05/album/1430815929_701420.html#foto_gal_6
16 
 
 
EL PAÍS. Francisco Boix. Disponível em: 
<https://elpais.com/elpais/2015/05/05/album/1430815929_701420.html#foto_gal_6> Acesso em: 23 de nov. 2020 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
9. CONCLUSÃO 
 
O Holocausto nos ensinou que “a coerência do governo é sempre uma arma dos governantes”. 
O estudo pretendeu validar as memórias das vítimas desse triste momento histórico e nos capacitar a 
ver a sociedade como algo a ser planejado, elucidando que temos um poderoso governo com 
ilimitados recursos e que sem uma dura vigilância, pode se corromper em prol seus interesses e 
crenças pessoais. Com isso, conclui-se que os fatores que permitiram a efetivação do extermínio foram 
comuns às sociedades modernas, e por seu caráter ordinário ainda podem estar presentes isoladamente 
nas sociedades atuais. 
A pesquisa buscou demonstrar que depois do Holocausto ficou impossível fingir que 
compreendemos plenamente nossa evolução, e mais, que não temos total controle de nossas 
instituições sociais e burocráticas. Ele nos revelou como é fácil a produção social da conduta 
desumana por pessoas comuns que quando colocadas em circunstâncias atípicas, agissem conforme as 
regras sociais impostas e não segundo seu dever moral individual. Na realidade alemã, a crueldade foi 
produzida socialmente pelo poder político. Explicar tal perspectiva não quer dizer que devemos 
desobedecer às autoridades constituídas. Sendo que seria impossível uma sociedade sem nenhuma 
estrutura de autoridade e sem hábitos de obediência. 
 No entanto temos a responsabilidade, como cidadãos, de colocar no poder quem sabemos que 
fará o uso adequado dele. Do contrário, é a humanidade que sai perdendo. Porquanto, popularizar a 
conduta imoral seria desprezar uma das lições mais inestimáveis do Holocausto: “o mal não é todo-
poderoso. Pode-se resistir a ele”. Ele nos revelou que houve pessoas que foram capazes de colocar o 
dever moral frente ao ideais nazistas. Embora tenham sido a minoria, elas existiram. 
Foram alguns deles: Eva Scholls, Anne Frank, Olga Lengyel e Francisco Boix, seres humanos 
audazes o suficiente para confiar apenas no seu próprio julgamento, ignorando as ordens desvairadas 
de um sistema corrompido. 
É exatamente essa atitude que as memórias expostas nesse trabalho cobra da 
humanidade. 
Memórias não servem apenas para nos lembrarmos do que aconteceu. Elas guiam nossas 
ações no futuro. (Lengeyl, 2018) 
 
 
 
 
 
18 
 
REFERÊNCIAS 
LENGYEL, O. (2018). OS FORNOS DE HITLER. 1st ed. SÃO PAULO: 
PLANETA DO BRASIL LTDA. 
FRANK, A. AND MARIANO, G. (2018). O DIÁRIO DE ANNE FRANK. SÃO 
PAULO: CIRANDA CULTURAL. 
SCHLOSS, E. (2013). DEPOIS DE AUSCHWITZ. SÃO PAULO: UNIVERSO 
DOS LIVROS EDITORA LTDA. 
<https://elpais.com/elpais/2015/05/05/album/1430815929_701420.html#foto_gal
_8> 
 
<https://observador.pt/2015/05/06/libertacao-do-campo-mauthausen-70-anos-terror-nazi-
imagens/> 
19 
 
 
	RESUMO
	2. HOLOCAUSTO

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