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1 UNIVERSIDADE DE UBERABA HOLOCAUSTO: As memórias de suas vítimas ELISA NOELMA DE SOUZA ROCHA MEDINA TEÓFILO OTONI 2020 2 ELISA NOELMA DE SOUZA ROCHA MEDINA HOLOCAUSTO: As memórias de suas vítimas Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Uberaba - UNIUBE, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciatura em História. Orientador: Prof. Aluzio Ferreira Elias TEÓFILO OTONI 2020 3 ELISA NOELMA DE SOUZA ROCHA MEDINA HOLOCAUSTO: As memórias de suas vítimas Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Uberaba - UNIUBE, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciatura em História. Orientador: Prof. Aluzio Ferreira Elias Aprovado em ___/____/____ BANCA EXAMINADORA ____________________________________________________ Professor Examinador ______________________________________________________ Professor Examinador ______________________________________________________ Professor Examinador 4 Ele fortalece o cansado e dá grande vigor ao que está sem forças. Até os jovens se cansam e ficam exaustos, e os moços tropeçam e caem; mas aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças. Voam alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam. Isaías 40:29-31 5 AGRADECIMENTOS Quero agradecer primeiro a Deus, por ter sido a minha força, por permitir que esse sonho se realize, por ter abençoado cada passo escolhido e ter me concedido saúde. Agradeço ao meu esposo, Felipe, pelo esforço continuo para que tudo fosse possível e principalmente pela confiança depositada em mim. A ele que é reponsável pela minha felicidade e que teve um papel enorme no meu crescimento pessoal. A minha irmã Bárbara, a quem eu devo um agradecimento especial por todo companheirismo, dedicação e confiança. Agradeço por todos os finais de semana que passamos juntas em frente ao computador e por toda ajuda. Aos meus pais, Gilson e Vera e os meus irmãos Sara, Thiago e Nathan pelo amor que me fez mais forte e por cultivar em mim, valores que me transformaram na pessoa que sou. Aos meus pastores Gutemberg e Camila que me apresentam em oração e vibrarão comigo em cada conquista. Agradeço especialmente a um querido colega de turma, Lucas, pela amizade e pela oportunidade maravilhosa de poder compartilhar tantos momentos durante a faculdade. A professora e coordenadora Ana Cristina, por toda competência com que conduz sua profissão. Aos demais professores, em especial Aluízio e Aldioney que desempenharam com dedicação e presteza as aulas e as mentorias. Sou grata a Deus por cada um de vocês, que fizeram parte dessa etapa da minha vida. Eu acredito fielmente que vocês foram enviados por Ele para que os meus dias fosse mais facies. 6 DE SOUZA ROCHA MEDINA, Elisa Noelma. Holocausto: as memórias de suas vítimas. 2020. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História) – Universidade Uberaba Uniube, Teófilo Otoni, 2020. RESUMO Devido à necessidade de conhecimento as lembranças do Holocausto tem se perdido. Essa pesquisa se justifica na apresentação de algumas dessas memórias para que essas sejam lembradas de forma digna. O presente trabalho tem como objetivo geral apresentar de que forma a analise das lembranças das vitimas do holocausto, auxilia na preservação de suas memorias, tendo como beneficio a valorização das mesmas. As historias dos sobreviventes do Holocausto são indispensáveis para nossa história mundial, são esses relatos que comprovam a maldade humana causada naqueles dias, são eles que nos da à chance de ser diferentes e de nunca mais permitir que uma coisa como essa venha se repetir. Ou que pessoas como Hitler tenha acesso ao poder. Promovem a oportunidade de fazermos diferente. Essas lembranças são indispensáveis para a sociedade atual, elas dão embasamento para uma mudança. A maldade está por ai em algumas pessoas espalhadas pelo mundo, porém esses fatos que foram documentos por essas vítimas nos oportunizam a enxegar quem são essas. Palavras-chave: Holocausto. Memórias. Sobreviventes. Lembranças. Oportunidade. 7 Sumário INTRODUÇÃO....................................................................................................8 HOLOCAUSTO......................................................................................................9 DEPOIS DE ASCHWITZ......................................................................................9 OS FORNOS DE HITLER....................................................................................10 DIÁRIO DE ANNE FRANK..................................................................................11 O FOTOGRÁFO DE MAUTHAUSEN..................................................................12 A SUPERIORIDADE RACIAL.....................................................................13 EXEMPLO DE APOIO AO TEXTO.......................................................................14 CONCLUSÃO..............................................................................................................17 REFERÊNCIAS.........................................................................................................18 8 1. INTRODUÇÃO A importância do Holocausto vem sendo esquecida com o passar do tempo. O julgamento dos responsáveis pode ter de certa forma manifestado um sentimento de dever cumprido para com a humanidade, porém a maior forma de justiça para com as vidas perdidas no genocídio em sua maioria de judeus é mostrar ao mundo as memórias dos seus sobreviventes. O Holocausto e seus motivos cada dia tem caído no esquecimento, e como tal, limitados a um espaço de tempo, levando a entender que não guarda relação com as sociedades atuais. Seu estudo ficou restrito aos livros acadêmicos ou as áreas especializadas de pesquisa, o que não incentiva o público em geral a fazer uma análise mais profunda do tema, trazendo a ideia de que o Holocausto foi uma fatalidade ocorrida no século passado a uma população dominada pela desvairada ideologia nazista. A análise do Holocausto nos revela o outro lado da nossa sociedade. Ele trouxe à luz aspectos da sociedade que ainda não tínhamos conhecimento. Veio escancarar que o processo civilizador não foi capaz de impedir tamanha atrocidade. A contemporaneidade e as ferramentas oferecidas por ela não seriam capazes de evitar o Holocausto, ao contrario ela proporcionou alguns dos conhecimentos usados para que esse genocídio se efetivasse com tanta crueldade. As histórias dos sobreviventes do Holocausto são indispensáveis para a história mundial, são esses relatos que comprovam a maldade humana causada naqueles dias, dessa maneira, a pesquisa visa expor a importância de um estudo mais profunda do tema, como forma de prevenir a repetição de episódios que desrespeitam os direitos humanos em um Estado democrático, uma vez que as garantias de todos os cidadãos são artigos rígidos que devem ter validade independentemente da ideologia política que governa um Estado. 9 2. HOLOCAUSTO A importância do Holocausto1 se limita em sua maioria nos livros de história, sendo marcado como um dos acontecimentos mais violentos do século XX, esse episódio mundial precisa de maior reconhecimento devido a sua grande importância para odesenvolvimento social da história humana. Os objetivos do líder do partido nazista, Hitler, foram alcançados ao longo de anos de preparação e treinamento. As torturas físicas e psicológicas foram sendo realizadas com o passar dos anos, e são inimagináveis tudo o que se efetivou nos campos nazistas. A tomada do poder político trouxe o terror ideológico, defendendo a ideia de que existiam gentes biologicamente superiores, discriminando aqueles que não faziam parte do modelo ideal nazista a Raça Ariana2. A ideologia pela “raça pura” levou à Solução Final3 que foi o principal caminho que moveu todo o terror criado no holocausto. A busca pela homogeneização da raça ariana fez com que Hitler ordenasse a caça de outras raças. Naquele tempo os judeus viviam ali sendo o maior número. Ele os via como impuros, como lixos que poluíam o ambiente, e acreditava que a Europa só seria pura novamente após o extermínio desses (judeus, ciganos, negros, deficientes, gays e etc.). Tudo que a ideia da superioridade4 entre raças desempenhou marcou o século XX. O antissemitismo5 alemão iniciou da suposição de que os judeus eram responsáveis por todos os males da sociedade alemã. Um desses males seria a culpa pela derrota alemã na Primeira Guerra Mundial segundo a “teoria da punhalada nas costas”. O general Von Hindenburg ao tentar se absolver, de qualquer culpabilidade pela derrota da Alemanha na Primeira Guerra, cria a "lenda da punhalada pelas costas" (em alemão, Dolchstosslegende). Como toda a ideia de superioridade de raças a lenda só foi mais uma justificativa para a suposta “purificação” idealizada pelos nazistas. Levando a crer que todo mal estabelecido no território alemão, era por causa da perca da “pureza de raça”, que com a chegada dos judeus de certa forma se perdeu. No entanto a solução final seria o extermínio, pois a ideia passada era que eles estavam sendo punidos por perderem o seu “equilíbrio racial”. 3. DEPOIS DE ASCHWITZ As crueldades praticadas detrás dos muros dos campos de concentração ainda afrontam o mundo tempos depois. Ainda bem, que existiram sobreviventes que tiveram força, coragem e solicitude em expor toda a barbárie praticada pelos alemães. Foi à situação de Eva Scholls, no livro Depois de Auschwitz. Eva tinha uma vida estável ao lado dos pais e do irmão. Prém, após Hitler assumir o poder na Alemanha, a política antissemita ganha 1 Genocídio cometido pelos nazistas em sua maioria contra o povo judaico durante a Segunda Guerra Mundial 1939-1945. 2 “A raça ariana seria supostamente a linhagem ‘mais pura’ dos seres humanos”. 3 Entende-se por Solução Final os planos nazistas de extermínio dos judeus nos campos de concentração. 4 Qualidade do que é superior; preeminência, autoridade, excelência acima dos outros. 5 Antissemitismo é o ódio e preconceito contra o povo judeu e sua cultura, ou seja, uma forma de xenofobismo. 10 força gerando grandes tranformações na vida das famílias judaicas, inclusive na de Eva. Em seu livro ela vai falar da dura rotina vivida sob domínio nazista, ressalta como foi à dura reabilitação da sua vida pós-libertação e os traumas gerados por aquele horripilante período de confinamento. No capitulo 10 Eva vai descrever a sua chegada em auschwitz- birkenau. O trem nos levou lentamente, atravessando o continente europeu durante três dias e três noites. Estávamos na escuridão presos como animais, com um balde fedido para ser usado como banheiro e outro com água. (SCHLOSS, 2017) Eva nos conta uma história de força e superação, não somente durante a Guerra, mas após. Como é difícil recomeçar! As lembranças de Eva através do livro nos mostra que a maldade humana pode superar as nossas expectativas. Porém, em meio a tanto sofrimento e dor, o pai de Eva derrama sobre eles um balsamo, com palavras de esperança, e sem saber do que estava por vir (porque nenhuma pessoa é capaz de mesurar tais crueldades) ele aponta um futuro. Meu pai nos levou até o sofá, juntou-se a nós e nos abraçou. Ele nos disse que estávamos unidos como os elos de uma corrente, e que daríamos continuidade à nossa família por meio de nossos filhos. _ Mas e se não tivermos nenhum filho? Heinz questionou. _ Crianças, prometo uma coisa: tudo o que vocês fazem neste mundo deixa uma marca. Nada se perde. Tudo o que vocês fazem de bom vai prevalecer na vida das pessoas com quem vocês tiverem contato. Essas atitudes farão diferença para alguém, em algum lugar, em algum momento, e as suas realizações serão lavadas adiante. (SCHLOSS, 2013, pp. 11,12) Eva como todos os sobreviventes desse terrível episódio teve um longo percurso para adequa- se ao novo contexto. Aprender a conviver com os traumas causados pelas vivencias no campo de concentração, as lembranças dos companheiros de cativeiros que por vezes são cruéis e a angustia em saber que não poderia ter feito nada para mudar aquela situação. A dor que é revivida diariamente, os questionamentos e principalmente a culpa em achar que poderiam ter mudado de alguma forma o modo como seus amigos perderam a vida. 4. OS FORNOS DE HITLER Os Fornos de Hitler escrito por Olga Lengyel. Uma judia que vivia com o marido, os filhos e seus pais. Nessa época os campos de concentração já estavam na pratica da solução final, e ali morreram cerca de 1,1 milhão de pessoas morreram a maioria judias, em câmaras de gás. Entre as vítimas estava Olga Lengyel uma sobrevivente. Arbeit machr frei6 era a frase escrita na entrada do campo de concentração nazista. A frase o trabalho liberta se encaixa muito bem na história de Olga. Pois ela acreditava que seu marido havia sido convocado para trabalhar. Ao ouvirem relatos sobre as crueldades cometidas pelos nazistas, Eva e sua família não acreditavam. Na verdade quem de nós acreditaria? Que toda essa maldade um dia poderia se tornar um pesadelo real? O seu marido, que era médico, foi oficialmente chamado para Alemanha. Ela acreditava que o 6 É uma frase em alemão que significa "o trabalho liberta". https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_alem%C3%A3 11 companheiro seria enviado para suprir a falta de médicos, e decidiu segui-lo com os filhos e os pais. Uma das primeiras palavras de Olga em seu livro é sobre sua imensa culpa, por ter pensado que só seria um trabalho. Por ter levado os seus pais e seus filhos para vivenciar todos aqueles horrores. Mea culpa, minha culpa, mea máxima culpa! Não sou capaz de me absorver da acusação de que fui, em parte, responsável pela morte de pais e dos meus dois filhinhos. O mundo compreende que eu não poderia ter adivinhado, mas, em meu coração, persiste o terrível sentimento de que eu poderia, de que eu deveria, tê- los salvado. (Lengeyl, 2018) A frieza e desumanidade nazista não tinham limites, e toda e qualquer desculpa servia para fazer mais e mais prisioneiros. Crianças, idosos, deficientes e todos os outros não eram vistos como seres humanos, mais sim como “pragas” que estavam matando a sua terra. Olga sobreviveu e no livro conta como foi e tem sido viver com a culpa da morte de seus filhos e dos seus pais. Enquanto Olga chora e lamenta pela grande perda da sua família, temos Magda e Joseph Goebbel. Essa família era membros do partido Nazista. Ao fim da Segunda Guerra, após o suicídio de Hitler. Magda e Joseph não fugiram, pois queriam manter a honra dos ideais em que acreditara. Sendo assim Magda matou seus seis filhos com. Ela dopou seus filhos e quebrou capsulas de cianureto na boca das crianças quando elas dormiam. Logo depois o casal Goebbels suicidou-se. As paixões nacionalistas, que se expandiam e o sentimento de superioridade, atingiram seu ápice, e o casal Goebbels, por exemplo, acreditava que não poderia viver em um mundo onde não houvesse a superioridade da raça ariana, proporcionando a Olga e tantas outraspessoas um sofrimento sub-humano levando a morte de milhões de pessoas e o sofrimento de tantas outras que teve que aprender a viver com a perda das pessoas que amava. Como ela expressa as memórias, que são por sua vez tão dolorosas não devem ser só lembradas, mas que elas possam nos guiar para um futuro melhor. Memórias não servem apenas para nos lembrarmos do que aconteceu. Elas guiam nossas ações no futuro. (Lengeyl, 2018) 5. DIÁRIO DE ANNE FRANK O diário escrito poderia ter todas as inquietudes7 e preocupações de uma jovem de 13 anos como: o primeiro amor, a rival da escola, que vestido usar em uma festa, a prova de matemática, como será o primeiro beijo entre outros questionamentos que faz nessa idade. E de certa forma Anne começou assim o seu diário, a este que havia ganhado de presente de aniversário. Fizemos minha festa de aniversário no domingo à tarde. Assistimos em casa um filme do Rin Tin Tin, que foi o maior sucesso. (O diário de Anne Frank, 2018) Contudo se ela não estivesse vivendo justamente em um dos contextos mais difíceis da história da humanidade, a Segunda Guerra Mundial, com certeza os registros desse diário continuariam sendo os questionamentos e vivencias de uma adolescente de 13 anos. 7 Ação de se preocupar com o que, normalmente, se encontra acima de seu entendimento; falta de satisfação intelectual. https://www.infoescola.com/historia/segunda-guerra-mundial/ 12 De repente, sua existência sofreu uma transformação radical. Vivendo com sua família e outros judeus, companheiros da mesma sina, com palavras singelas e de fácil entendimento, a garota conta a rotina do seu convívio e das pessoas que a cercam durante o período em que permaneceram refugiados. Parece que se passaram muitos anos desde domingo de manhã. Aconteceu tanta coisa que tenho a impressão que o mundo virou de cabeça para baixo. Contudo Kitty ainda estou viva, e isso é o principal, como papai diz (O diário de Anne Frank, 2018) Anne vivia com os pais e a irmã, e convivia com alguns amigos da família Senhor Van Daan, a esposa e o filho Peter. Ela registra a vivência sob a ameaça constante da morte e sua visão pessoal sobre deste terrível confronto. A inocência de Anne não permitia ela imaginar que aquele simples caderno, seria hoje um grande livro que mostraria ao mundo como foi difícil sobreviver nos tempos da Segunda Guerra Mundial. Que as suas memórias fariam com que as pessoas sentissem de certa forma o que ela estava sentindo quando escreveu cada palavra. Com palavras marcantes ela expõe seus sonhos, suas esperanças, seus conflitos diários, seus medos e acima de tudo a sua vontade de ver novamente o mundo sem aquele cenário de guerra. Depois de alguns anos exilados, oficiais da Gestapo8 descobrem o esconderijo, prendem e os conduzem para diversos campos de concentração. Infelizmente Anne morreu em um campo de concentração. Graças a iniciativa de documentar o seu dia a dia nós pudemos conhecer a história de Anne, no entanto quantas histórias iguais a dela se perderam pelo caminho, quantas não tiveram a mesma oportunidade de expor o que viveu nesse triste tempo. 6. FOTÓGRAFO DE MAUTHAUSEN Em 5 de maio de 1945 o exercito americano libertou o campo de concentração nazista de Mauthausen. Eles se depararam com um cenário desumano, onde o vocabulário falta palavras para explicar. As distinções entre os vivos e os mortos eram imperceptíveis, corpos sem vida aglomerados misturavam-se com os corpos esqueléticos dos sobreviventes. Entre esses estava Francisco Boix um fotógrafo espanhol, militante do Partido Comunista em Espanha e prisioneiro em Mauthausen. Durante a sua estadia no campo de concentração de Mauthausen, Boix com a ajuda de outros prisioneiros escondeu das forças SS9 e dos Kapos10 uma série 8 Foi a polícia secreta criada pelos nazistas com o objetivo de monitorar e perseguir indivíduos e grupos que pudessem representar alguma ameaça para o Estado. 9 Schutzstaffel (conhecido pela sigla SS) é um termo alemão que significa “esquadrilha de proteção”, em português. Foi um grupo fundado em 1925, com o objetivo de proteger Adolf Hitler e os dirigentes do Partido Nazista. 13 de fotografias do que acontecia diariamente no campo. Com ajuda de Boix e os outros prisioneiros a história conta não só com os relatos vividos pelos prisioneiros de guerra como também as imagens feitas por ele. Fazendo valer o ditado que diz: “Contra fatos não há argumentos”. A história de Francisco Boix ganhou uma versão em livro contada pelo historiador Benito Bermejo “O fotógrafo do horror”. O filme O Fotógrafo de Mauthausen dirigido pela Mar Targarona, está disponível na Netflix. 7. A SUPERIORIDADE RACIAL As histórias acima nos contam a dura e triste realidade vivida pela a humanidade durante a Segunda Guerra Mundial. Porém hoje vivemos alguns episódios que nos remente a superioridade racial instaurada por Hitler no século passado. Todo esse horror foi exposto para nós de maneira verdadeira e de fácil entendimento através de cada obra. No entanto essas obras estão limitas e não é de conhecimento de toda a sociedade. Em nosso país vivemos uma atualidade onde o preconceito racial está presente. No dia 19 de novembro de 2020 as vésperas da consciência negra ocorreram um episódio que parou o país. Um homem negro foi desumanamente assassinado em um supermercado em Porto Alegre. Diante está situação surge os questionamentos: Se ele não fosse negro, ele teria sido abordado dessa forma? É uma questão racial? A superioridade racial tem ganhado força? Uma youtuber fez um desabafo dizendo que seu marido foi abordado ao sair do supermercado para conferir as compras, até então não tem nada demais, o problema foi que somente ele foi abordado e mesmo é negro. Racismo estrutural 11 está presente nos países americanos e nos europeus, essa diferença favorece os brancos e desfavorecem negros e indígenas. O holocausto é o maior exemplo, da desumanidade pautada na legitimidade de uma raça. Todas essas memórias nos deixam relatos da insanidade humana em relação as suas crenças e ideias deturpadas. Um episódio que não poupou ninguém, e com uma maneira tão trágica, fria e calculista mudou a história mundial. Provando que a maldade humana não tem limites e que basta uma oportunidade para que todo esse mal seja despejado sobre outras pessoas, que por sua vez são diferentes; seja na cor da sua pela, na sua religião ou no modo de pensar. O racismo e a ideia de superioridade de uma raça tem que deixar de ser a estrutura da nossa sociedade. O holocausto, para muitos de seu tempo, parecia ser algo distante e insano, e nós percebemos no presente trabalho como as pessoas foram surpreendidas. Assim também é o racismo 10 "Kapo" vem do italiano "capo" (cabeça ou chefe). Era o funcionário mais baixo da hierarquia nazista: um judeu convidado ou compelido a chefiar os outros, nos guetos e nos campos de concentração. 11 É o termo usado para explicar que há sociedades estruturadas com base na discriminação que valoriza algumas raças em detrimento das outras. 14 achamos que nunca poderá acontecer conosco ou com quem amamos, achamos que é uma realidade distante, porém não é. Ele está presente em nossa sociedade e se não tomarmos meditas mediante a tais atitudes podemos viver novamente um holocausto, não de judeus, mas de pessoas NEGRAS. 8. EXEMPLOS DE ELEMENTOS DE APOIO AO TEXTO BOIX. Fotografia tirada no dia da libertação de Mauthausen. Disponível em: https://elpais.com/elpais/2015/05/05/album/1430815929_701420.html#foto_gal_6 Acesso em: 23 de nov. 2020 BOIX. Centenas de prisioneiros nus aguardando desinfecçãogeral em Mauthausen. Disponível em: https://elpais.com/elpais/2015/05/05/album/1430815929_701420.html#foto_gal_6 Acesso em: 23 de nov. 2020 https://elpais.com/elpais/2015/05/05/album/1430815929_701420.html#foto_gal_6 https://elpais.com/elpais/2015/05/05/album/1430815929_701420.html#foto_gal_6 15 BOIX. Um grupo de prisioneiros espanhóis arrasta um caminhão de terra para o campo de concentração nazista de Mauthausen. Disponível em: https://elpais.com/elpais/2015/05/05/album/1430815929_701420.html#foto_gal_6 Acesso em: 23 de nov. 2020 https://elpais.com/elpais/2015/05/05/album/1430815929_701420.html#foto_gal_6 16 EL PAÍS. Francisco Boix. Disponível em: <https://elpais.com/elpais/2015/05/05/album/1430815929_701420.html#foto_gal_6> Acesso em: 23 de nov. 2020 17 9. CONCLUSÃO O Holocausto nos ensinou que “a coerência do governo é sempre uma arma dos governantes”. O estudo pretendeu validar as memórias das vítimas desse triste momento histórico e nos capacitar a ver a sociedade como algo a ser planejado, elucidando que temos um poderoso governo com ilimitados recursos e que sem uma dura vigilância, pode se corromper em prol seus interesses e crenças pessoais. Com isso, conclui-se que os fatores que permitiram a efetivação do extermínio foram comuns às sociedades modernas, e por seu caráter ordinário ainda podem estar presentes isoladamente nas sociedades atuais. A pesquisa buscou demonstrar que depois do Holocausto ficou impossível fingir que compreendemos plenamente nossa evolução, e mais, que não temos total controle de nossas instituições sociais e burocráticas. Ele nos revelou como é fácil a produção social da conduta desumana por pessoas comuns que quando colocadas em circunstâncias atípicas, agissem conforme as regras sociais impostas e não segundo seu dever moral individual. Na realidade alemã, a crueldade foi produzida socialmente pelo poder político. Explicar tal perspectiva não quer dizer que devemos desobedecer às autoridades constituídas. Sendo que seria impossível uma sociedade sem nenhuma estrutura de autoridade e sem hábitos de obediência. No entanto temos a responsabilidade, como cidadãos, de colocar no poder quem sabemos que fará o uso adequado dele. Do contrário, é a humanidade que sai perdendo. Porquanto, popularizar a conduta imoral seria desprezar uma das lições mais inestimáveis do Holocausto: “o mal não é todo- poderoso. Pode-se resistir a ele”. Ele nos revelou que houve pessoas que foram capazes de colocar o dever moral frente ao ideais nazistas. Embora tenham sido a minoria, elas existiram. Foram alguns deles: Eva Scholls, Anne Frank, Olga Lengyel e Francisco Boix, seres humanos audazes o suficiente para confiar apenas no seu próprio julgamento, ignorando as ordens desvairadas de um sistema corrompido. É exatamente essa atitude que as memórias expostas nesse trabalho cobra da humanidade. Memórias não servem apenas para nos lembrarmos do que aconteceu. Elas guiam nossas ações no futuro. (Lengeyl, 2018) 18 REFERÊNCIAS LENGYEL, O. (2018). OS FORNOS DE HITLER. 1st ed. SÃO PAULO: PLANETA DO BRASIL LTDA. FRANK, A. AND MARIANO, G. (2018). O DIÁRIO DE ANNE FRANK. SÃO PAULO: CIRANDA CULTURAL. SCHLOSS, E. (2013). DEPOIS DE AUSCHWITZ. SÃO PAULO: UNIVERSO DOS LIVROS EDITORA LTDA. <https://elpais.com/elpais/2015/05/05/album/1430815929_701420.html#foto_gal _8> <https://observador.pt/2015/05/06/libertacao-do-campo-mauthausen-70-anos-terror-nazi- imagens/> 19 RESUMO 2. HOLOCAUSTO
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