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produto, pois há uma medição de quanto cada operário trabalhou em cada unidade e quanto custa cada operário para a instituição. A mão de obra indireta (MOI) não pode ser alocada aos produtos por meio de uma verificação direta e objetiva. São exemplos os chefes de operários e supervisores, que se dedicam a todas as linhas de produção dos diversos produtos. 2.2 PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA OU DA CONFRONTAÇÃO ENTRE DESPESA E RECEITA Segundo este princípio, após a realização da receita, todos os esforços (despesas) para a sua obtenção devem ser deduzidos. TÓPICO 3 | CONCEITOS INICIAIS 39 Existem dois grupos de despesas: • Incorridas (consumidas) para a obtenção das receitas reconhecidas no período; • Realizadas para a obtenção de receitas que não necessariamente foram reconhecidas no período. Apenas os gastos ocorridos na produção fazem parte do estoque dos produtos (que só se tornam despesas quando vendidos, e são lançados na conta Custo dos Produtos Vendidos – CPV), enquanto gastos relacionados à administração, às vendas e ao financiamento são despesas. FONTE: Adaptado de: <http://teca.cecierj.edu.br/popUpVisualizar.php?id=47748&urlArquivo=../ arquivo/documento/47748.pdf>. Acesso em: 23 set. 2015. 2.3 PRINCÍPIO DO CUSTO HISTÓRICO COMO BASE DE VALOR Este princípio diz que os ativos devem ser contabilizados pelo seu valor original de entrada, mais o que foi gasto para que o bem entrasse de fato em funcionamento (frete, instalação etc.). Isto é chamado de custo histórico. Logo, os estoques são avaliados por esse custo, sem correção devido à inflação, ou seja, o balanço não representa o valor corrente do patrimônio, mas sim o quanto custaram, na data da transação. Os ativos são registrados contabilmente por seu valor original de entrada (TOSTES; VIEIRA, 2008). 2.4 CONSISTÊNCIA OU UNIFORMIDADE A alternativa para o registro contábil de um fato deve ser adotada de forma consistente. Isso quer dizer que a instituição não deve mudar seus critérios sempre. Porém, quando houver realmente necessidade de mudanças, ela deve comunicar o fato em notas explicativas às demonstrações contábeis e evidenciar seu reflexo no resultado (diferença quando é comparado ao valor que seria obtido caso houvesse consistência), ou seja, uma vez adotado determinado processo, dentre os vários possíveis, ele não deverá ser mudado com frequência, para não comprometer a comparabilidade dos relatórios contábeis (TOSTES; VIEIRA, 2008). Quando existem diversas alternativas para o registro contábil de um mesmo evento, todas válidas dentro dos princípios geralmente aceitos, deve a empresa adotar uma delas de forma consistente (PORTAL EDUCAÇÃO, 2013). Ex.: uma vez PEPS, não mudar para UEPS. 40 UNIDADE 1 | CONCEITOS INICIAIS 2.5 CONSERVADORISMO OU PRUDÊNCIA Toda vez que existir dúvida sobre como deve ser tratado um fato, deve-se optar pela forma mais conservadora. Se um gasto pode ser contabilizado como ativo ou despesa, opta-se pela despesa (é uma solução mais conservadora porque a despesa reduz o lucro). Ou, se um valor pode ser passivo (dívidas) ou patrimônio líquido, opta-se pelas dívidas (TOSTES; VIEIRA, 2008, p. 22). O conservadorismo obriga a adoção de um espírito de precaução por parte do Contador. Ex.: se o valor de mercado do inventário final de mercadorias for inferior ao valor de custo, deverá ser escolhido o valor de mercado, por ser o mais baixo. FONTE: Disponível em: <http://www3.fsa.br/localuser/heider/Adm/GC/PrincipiosContabeis_ Custos.pdf>. Acesso em: 24 set. 2015. 2.6 MATERIALIDADE OU RELEVÂNCIA Este princípio indica que, para valores monetários considerados imateriais (pequenos) se comparados a um valor total, não é necessário ter um procedimento contábil rigoroso. Sendo assim, alguns itens que deveriam ser registrados como ativos e só se transformarem em custos e despesas à medida que são consumidos são tratados como custos e despesas no período em que são adquiridos para facilitar a contabilidade (por exemplo: materiais de limpeza). Porém, a soma de diversos itens irrelevantes pode se tornar significativa, e a partir daí merece tratamento contábil rigoroso (TOSTES; VIEIRA, 2008, p. 24). Ex.: quando requisitados, os materiais auxiliares provocam uma diminuição do ativo da empresa, diminuição esta que poderia, teoricamente, ser lançada nos registros contábeis à medida de sua ocorrência. Entretanto, isto não é feito, pela irrelevância da operação, a despesa só é apurada no fim do período. FONTE: Disponível em: <http://www3.fsa.br/localuser/heider/Adm/GC/PrincipiosContabeis_ Custos.pdf>. Acesso em: 24 set. 2015 TÓPICO 3 | CONCEITOS INICIAIS 41 3 CONCEITOS BÁSICOS EM CUSTOS Podemos conceituar custos como o gasto econômico que representa a prestação de um serviço ou a fabricação de um produto. É necessário realizar uma análise do custo de produção para dar-se início ao processo para descobrir o custo do produto. Ao calcular o custo do produto, devemos ter ciência do preço da matéria-prima empregada, o valor da mão de obra direta e indireta, e, outrossim os custos com depreciação de máquinas e edificações. Muitos empreendedores estabelecem o preço de venda de seus produtos através da concorrência, sem antes verificar se o preço praticado chega ao ponto de equilíbrio necessário para manter a saúde financeira da empresa. Logo, o custo corresponde ao valor financeiro para que a empresa consiga cumprir com suas obrigações financeiras (compra de matéria-prima, pagamentos de salários etc.). É comum durante o processo de classificação surgir a dúvida: isso é um custo ou uma despesa? De acordo com a NPC 2 do IBRACON: Custo é a soma dos gastos incorridos e necessários para a aquisição, conversão e outros procedimentos necessários para trazer os estoques à sua condição e localização atuais, e compreende todos os gastos incorridos na sua aquisição ou produção, de modo a colocá-los em condições de serem vendidos, transformados, utilizados na elaboração de produtos ou na prestação de serviços que façam parte do objeto social da entidade, ou realizados de qualquer outra forma. Logo, custo está relacionado diretamente com a atividade fim da empresa e se descartarmos tal atividade a empresa não tem como funcionar. Zanluca (2012) afirma que despesa é o “Valor gasto com bens e serviços relativos à manutenção da atividade da empresa, bem como aos esforços para a obtenção de receitas através da venda dos produtos. Exemplos: materiais de escritório, salários da administração”. IMPORTANT E Portando, custos seria aquilo que ao eliminarmos, a atividade-fim da empresa não tem como se manter. Já se eliminarmos os investimentos em publicidade, por exemplo, podemos ter uma diminuição do volume de vendas, porém, a empresa continua em operação, isso chamamos de despesa. 42 UNIDADE 1 | CONCEITOS INICIAIS Os custos e despesas podem ser classificados principalmente como: • Custos fixos e variáveis • Custos diretos e indiretos Os custos fixos são aqueles que independem do volume produzido pela empresa, se a empresa produz ou não, os custos fixos são os mesmos. Exemplo: aluguéis, salários. Já os custos variáveis são aqueles que sofrem alteração segundo o volume produzido ou vendido. Exemplos: matéria-prima; horas das máquinas em operação. Custos diretos podem ser classificados como aqueles que pertencem ao produto e é possível mensurar. Seja através do material direto onde algumas empresas utilizam os centros de custos, embalagens, matéria-prima. Nos custos diretos também incidem a mão de obra direta, ou seja, o salário pago ao colaborador que trabalha diretamente na produção. Custos indiretos são aqueles que não podem ser identificados como um item específico de custo ou como um produto, ou seja, não conseguimos mensurar diretamente