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Cláusulas pétreas

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Cláusulas pétreas x Emendas Constitucionais
Apenas o poder constituinte originário pode criar cláusulas pétreas ou é possível que elas sejam criadas por meio de emenda à Constituição?
___________________
Introdução
O presente artigo tem a finalidade de fazer uma breve análise sobre a possibilidade das cláusulas pétreas serem aperfeiçoadas por meio de emenda constitucional.
Em 1998, foi promulgada a constituição federal da República, no qual estabeleceu o termo “cláusulas pétreas’’. A palavra “pétrea’’ é um adjetivo para aquilo que é como pedra, algo imutável, dessa forma, podemos entender que essas cláusulas não podem ser modificadas, assim, são impostos limites ao poder constituinte reformador do Estado. Nesse sentido, já expôs o ex Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto:
A eficácia das regras jurídicas produzidas pelo poder constituinte (redundantemente chamado de "originário") não está sujeita a nenhuma limitação normativa, seja de ordem material, seja formal, porque provém do exercício de um poder de fato ou supra positivo. Já as normas produzidas pelo poder reformador, essas têm sua validez e eficácia condicionadas à legitimação que recebam da ordem constitucional. Daí a necessária obediência das emendas constitucionais às chamadas cláusulas pétreas. (ADI 2.356 MC e ADI 2.362 MC, rel. p/ o ac. min. Ayres Britto, j. 25-11-2010, P, DJE de 19-5-2011).
Destarte, esses dispositivos constitucionais só podem ser alterados desde que seja de forma sensata, sem que seja abolido os assuntos contidos em suas linhas, por meio de emenda constitucional de acordo com os exatos termos do artigo 60, § 4 CF. Vejamos:
Art. 60, § 4º, CF 
    § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
        I -  a forma federativa de Estado;
        II -  o voto direto, secreto, universal e periódico;
        III -  a separação dos Poderes;
        IV -  os direitos e garantias individuais.
Contudo, a existência de cláusulas pétreas e a sua possível deliberação por emenda constitucional é motivo de controvérsias. Se esses dispositivos foram criados para manter a necessária instabilidade da Constituição através de sua rigidez, não seria divergente a atribuição de decisões de aperfeiçoamento em tais cláusulas através de emendas? Bom, a resposta para essa pergunta está na dinâmica social. A sociedade e o Estado andam em harmonia, ou seja, se a sociedade evoluir, necessariamente o Estado também evolui, diante disso, temos os poderes constituintes originários e os poderes constituintes derivados.
 O poder constituinte e o poder reformador da Constituição
O poder constituinte é o poder de modificar a Constituição Federal, desse modo, se tratando de uma República, podemos afirmar que o poder constituinte é nada mais, nada menos que a vontade soberana do povo em relação à assuntos políticos e sociais. Este se subdivide em originário e derivado:
. Originário: É inaugural e autônomo, ocorre com o rompimento completo de uma constituição para que se dê início à instalação de uma nova. 
. Derivado: Decorre do originário, e tem como função a reforma da constituição 
Todavia, não há de falar que poder Constituinte é sinônimo de poder de reforma, uma vez que cada um atribui uma função, qual seja criar uma constituição ou reformá-la e trazer melhorias, melhorias às quais se concretizam através das emendas constitucionais 
 Aprovação das propostas de emendas constitucionais (PEC)
O artigo 60 da Constituição Federal da República, em seus incisos e parágrafos, regulam com requisitos necessários a aprovação de uma emenda. Vejamos:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
        I -  de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
        II -  do Presidente da República;
        III -  de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
    § 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
    § 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
    § 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
  § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
        I -  a forma federativa de Estado;
        II -  o voto direto, secreto, universal e periódico;
        III -  a separação dos Poderes;
        IV -  os direitos e garantias individuais.
    § 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
Considera-se de grande importância a atenção dos leitores na hora da aprovação de uma emenda, pois como dispõe o parágrafo 5º do artigo supracitado, a matéria de uma proposta de emenda rejeitada não pode ser objeto de nova proposta, salvo em sessão legislativa subsequente.
Conclusão
As cláusulas pétreas são formas de assegurar a plenitude da Constituição da República, evitando que por qualquer alteração ela entre em declínio, de modo que permanecem seguros os direitos fundamentais. Nada obstante, a constituição tem a necessidade de alcançar os passos da sociedade, permitindo assim, algumas mudanças essenciais para a que haja harmonia entre ambos.
___________________________________________	
Jade Stéfany Moreira Dias é graduanda em Direito (3º período) pela Faculdade Única de Contagem, Minas Gerais. 
___________________________________________
Fontes
ADI 2.356 MC e ADI 2.362 MC, rel. p/ o ac. min. Ayres Britto, j. 25-11-2010, P, DJE de 19-5-2011. Disponível em: http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/artigobd.asp?item=%20783 Acesso em 10/05/2020.
PEDRA, Adriano Sant’Ana. Reflexões sobre a teoria das cláusulas pétreas. 3. As cláusulas pétreas na Constituição brasileira de 1988. Pág 137. Brasília a. 43 n. 172 out./dez. 2006. 
Senado Federal. Atividade Legislativa, Subseção II-Da Emenda à Constituição. Disponível em:
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_atual/art_60_.asp Acesso em 10/05/2020. 
CINTRA, Wendel Antunes. ADM150, Estado e Sociedades, Disponível em: https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/24408/1/eBook_Estado_e_Sociedade-Tecnologia_em_Seguranca_Publica_UFBA.pdf Acesso em 10/05/2020.

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