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Barroco Português

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BARROCO PORTUGUÊS 
 O Barroco em Portugal iniciou-se 1580, devido à morte do escritor português Luís de 
Camões, mas teve seu fim em 1756, com a fundação da Arcádia Lusitânia. Esse período 
literário também era conhecido como Seiscentismo, em razão a época que veio a ser iniciado e 
compreendeu diversas manifestações artísticas como literatura, pintura e arquitetura. O 
barroco português sofreu uma forte influencia do humanismo renascentista, sendo então 
classificado com uma época de transição com conflito entre o Antropocentrismo e 
Teocentrismo. 
 O Barroco Português surge durante o período da colonização do Brasil, onde também 
sofria diversos conflitos com a Holanda, que tentava dominar o território que estava nas mãos 
portuguesas. Com o surgimento da União Ibérica, ocorreram diversos conflitos com a 
Monarquia Espanhola e houve a Guerra da Restauração, enfraquecendo muito o país, 
resultando em uma grande crise econômica, política e social. Portugal ficou sobre o domínio 
espanhol durante 60 anos, até que em 1640 conseguiu alcançar sua independência. 
Neste tempo a Europa com um todo sofria uma crise de ideais entre o Humanismo 
Renascentista e o Medievalismo religioso, com o barroco sendo a transição, foi marcado 
exatamente por como um tempo de instabilidade e incertezas, onde diversas descobertas 
científicas incitaram muitas dúvidas, sobretudo no campo religioso. 
 
Reforma e Contrarreforma 
 O período Barroco foi justamente marcado pela ocorrência da Reforma e da 
Contrarreforma, que causou grande rebuliço na Europa do século XIV. Diversas insatisfações 
começaram a surgir contra a Igreja Católica Apostólica Romana, a respeito dos abusos que ela 
cometia que eram postas cada vez mais em evidencia devida as transformações que ocorria no 
mundo simultaneamente. Tais problemas eram a excessiva acumulação de bens pela igreja, 
mas que acusava a burguesia do pecado de usura, afirmando que enriquecer era um pecado, 
quando ela mesma possuía terras e, principalmente, enriquecia cobrando indulgências. 
Também havia a insatisfações dos reis em relação à interferência dos papas nas questões 
políticas condizente com a realeza. 
 O primeiro a realmente se opor de forma elaborada contra a Igreja foi o sacerdote 
alemão Martin Lutero, que apresentou 95 teses na porta da Igreja de Wittenberg 
questionando as posturas tomadas pela Igreja. Nessas teses Lutero condenava principalmente 
a venda de indulgências e o culto às imagens, que seriam os santos, já que a bíblia abomina a 
idolatria. Também entre as teses havia uma modelo de fundamentando de uma nova forma de 
cristianismo, baseada na fé e no conhecimento dos textos bíblicos e devido a isto Lutero foi 
excomungado pelo papa. Esse movimento de contestação, deu-se o nome de Reforma 
Protestante ou Luterana. 
 Em resposta a cúpula da Igreja Católica iniciou um movimento intitulado 
Contrarreforma, em que estabelecia mudanças internas a fim de barrar o descontentamento 
com o catolicismo. Eles deram início a um processo se perseguição aos reformistas e criaram a 
Ordem dos Jesuítas ou Companhia de Jesus, onde os jesuítas consideravam-se soldados da 
igreja e possuíam uma estrutura militar, que tinha por função combater o avanço protestante 
com as armas do espírito, através da catequização e da conversão ao catolicismo. Seu principal 
foca na época estava nas novas terras, com a catequização dos indígenas, visando converter os 
não cristãos. 
 A medida da Contrarreforma que mais destacou-se foi a restauração da inquisição 
com o Tribunal do Santo Ofício. Entretanto a Igreja em si, já não exercia grande poder devido 
ao o florescimento dos ideais humanistas difundidos pelo renascimento, mas os tribunais 
eclesiásticos voltaram a perseguir hereges e infiéis, como forma de punição àqueles que se 
desviassem do catolicismo, onde criaram listas de livros proibidos e julgaram os que 
discordavam da Igreja Católica. 
 
 Características do Barroco Português 
 O barroco como já mencionado foi extremante marcado como um período de 
contradições, sendo esta a sua principal característica. Em consequência ao seu contexto 
histórico a suas produções e manifestações geraram uma arte violenta, dinâmica que 
representa os conflitos internos entre a fé e a razão, com uma trágica visão da vida. 
 No barroco havia o traço forte do dualismo e da complexidade com uma temática 
religiosa e profana, como já dito a fé x razão, mas também corpo x alma, Deus x Diabo e o 
principal o teocentrismo x antropocentrismo. Havia a fugacidade, onde em concepção a vida e 
tudo que perpassa por ela é instável. Outra característica é o feísmo, com uma grande atração 
pelo trágico, em rompimento ao equilíbrio clássico, tendo nas obras uma retratação de cenas 
cruéis e dolorosas. Por fim há pessimismo, onde a noção de instabilidade da vida domina e 
conduz frequentemente à ideia de morte, com o homem barroco cheio de incertezas e 
desencantado com a vida. 
 A linguagem do barroco é provocadora e rebelde. Ela retrata a inquietação, a 
inconformidade do homem e o seu conflito do corpo e da alma, da razão e da fé. Dentre os 
recursos mais utilizados pelos autores do Barroco, se destacam as seguintes figuras de 
linguagem: 
 A Antítese, que foi muito utilizada por meio da utilização de conceitos opostos. 
“de vossa alta clemência me despido; 
Se basta a vos irar tanto um pecado” 
(Gregório de Matos) 
O Paradoxo foi muito utilizado na formulação de expressões contraditórias ou 
absurdas. 
 “Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado” 
(Gregório de Matos) 
 
O Anacoluto utilizado ruptura na ordem lógica da frase 
“As Délficas irmãs chamar não quero” 
(Bento Teixeira) 
 
A Metáfora na utilização de palavras ou expressões análogas. 
“Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada” 
(Gregório de Matos) 
 
A Hipérbole na utilização de expressões exageradas 
“Romperam-se enfim as cataratas do céu” 
(Padre Antônio Vieira) 
 
 
 Cultismo x Conceptismo 
 Esses dois estilos literários, também conhecidos como Gongorismo e Quevedismo, 
foram extremamente explorados durante o período Barroco. Enquanto o primeiro valoriza a 
forma textual, o segundo valoriza o conteúdo. 
 O cultismo baseava-se nos poemas do espanhol Luís de Góngora, recebendo assim sua 
segunda intitulação, Gongorismo, ondem eram voltados para o jogo de palavras, ideias e 
conceitos. Esse estilo utiliza a descrição, termos cultos, linguagem rebuscada e ornamental 
para expressar as ideias. Os textos eram rebuscados e ornamentados e possuíam linguagem 
culta, valorizando os detalhes e a forma textual cheio de figuras de linguagem como o 
paradoxo, antítese, metáforas, anáforas. Frequentemente os poetas utilizavam hipérbatos, 
trocadilhos e dubiedades. 
Exemplo: 
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, 
Depois da Luz se segue a noite escura, 
Em tristes sombras morre a formosura, 
Em contínuas tristezas a alegria. 
 
Porém, se acaba o Sol, por que nascia? 
Se é tão formosa a Luz, por que não dura? 
Como a beleza assim se transfigura? 
Como o gosto da pena assim se fia? 
 
Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza, 
Na formosura não se dê constância, 
E na alegria sinta-se a tristeza. 
 
Começa o mundo enfim pela ignorância, 
E tem qualquer dos bens por natureza 
A firmeza somente na inconstância. 
 
(Gregório de Matos) 
 
O conceptismo em oposição ao cultismo baseava-se na poesia do poeta espanhol 
Francisco de Quevedo, recebendo a segunda intitulação de Quevedismo, onde ele trabalhava 
com o jogo de ideias. Ele é caracterizado no argumento lógico e pretendia convencer o leitor 
sobre as ideias colocadas, a retórica aprimorada bem como a imposição de conceitos é 
notória, a qual se produz através da apresentação de diversas ideias. 
Em relação ao cultismo, que prezava pela descrição e o exagero, o conceptismo 
preferia a concisão. Dentro dele era utilizados dois traços de extrema importância: O 
silogismo,que era baseado na dedução, apresentando duas premissas que geram uma terceira 
proposição lógica. E sofisma que era baseado no argumento lógico, gerando uma ilusão de 
verdade (isso porque está associado a algo enganoso que parece real, uma vez que utiliza 
argumentos verdadeiros). 
Exemplo: 
“Quis Cristo que o preço da sepultura dos peregrinos fosse o esmalte das armas dos 
portugueses, para que entendêssemos que o brasão de nascer portugueses era a obrigação de 
morrer peregrinos: com as armas nos obrigou Cristo a peregrinar, e com a sepultura nos 
empenhou a morrer. Mas se nos deu o brasão que nos havia de levar da pátria, também nos 
deu a terra que nos havia de cobrir fora dela. Nascer pequeno e morrer grande é chegar a ser 
homem. Por isso nos deu Deus tão pouca terra para o nascimento e tantas para a sepultura. 
Para nascer, pouca terra; para morrer, toda a terra; para nascer, Portugal; para morrer, o 
mundo.'' 
(Pe. Antônio Vieira, Sermão de Santo Antônio) 
A linguagem do barroco é provocadora e rebelde. Ela retrata a inquietação, a 
inconformidade do homem e o seu conflito do corpo e da alma, da razão e da fé 
Os mestres do Barroco 
O Padre Antônio Vieira foi um filósofo, religioso, escritor e orador português. Nascido 
em dia 06 de janeiro de 1608 em Lisboa, Portugal, ele Influenciou a política da época e a 
perseguição da Inquisição, sendo um missionário no Brasil e defendeu os direitos dos povos 
indígenas. Sua literatura foi importante tanto para os Portugueses quanto no Brasil, possuindo 
uma vasta coleção de obras sendo poemas, cartas, sermões e romances. Antônio foi 
responsável pelo desenvolvimento da prosa barroca em Portugal e no Brasil, onde foi um dos 
mais destacados escritores de estilo literário conceptista, escrevendo cerca de 200 sermões, os 
tem grande destaque: Sermão da Sexagésima (1655), Sermão do Bom Ladrão (1655), Sermão 
de Santo António aos Peixes (1654) e Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal Contra 
as de Holanda (1640). 
O Sermão da Sexagésima foi umas das mais importantes obras do Barroco Português, 
se tratando de uma prosa sacra que tem o intuito de convencer as pessoas a se converterem à 
religião católica, que foi proferido na Capela Real de Lisboa, em 1655. O Sermão está dividido 
em 10 partes, com a preocupação com o “jogo de ideias”. 
Trechos do O Sermão da Sexagésima: 
Parte I 
"Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há outros que 
semeiam sem sair. Os que saem são os que vão pregar na Índia, à China, ao Japão; os que 
semeiam sem sair são os que se contentam pregar na Pátria". Ecce exiit qui seminat, seminare 
Pe. Antônio Vieira faz menção a palavra semear, em sentido da Palavra de Deus, mas 
não somente a ela, também há grande destaque "Ecce" (sair), com referência a perseverança 
do homem que enfrenta os obstáculos em semear em outras nações, fazendo também ligação 
com a catequização de outros países. 
"Mas pergunto: E se esse semeador evangélico, quando saiu, achasse o campo 
tomado; se se armassem contra ele os espinhos; se se levantassem contra ele as pedra, e se lhe 
fechassem os caminhos que havia de fazer? Todos estes contrários que digo e todas estas 
contradições que experimentou o semeador do nosso Evangelho." 
Nesse trecho ele tentar convencer que apesar de todos os interruptos e dificuldades, 
se referindo a "Capta in agro" (campo tomado) e derivados como problemas, em uma 
compreensão geral o pregador deve levar consigo a persistência, argumento que o Senhor 
Jesus passou pelos mesmos importunos. 
 
"Quando Cristo mandou pregar os Apóstolos pelo Mundo, disse-lhes desta maneira: 
Euntes in mundum universum, praedicate onmi creaturae: 'Ide , e pregai a toda criatura'. Como 
assim, Senhor? Os animais não são criaturas?! As árvores não são criaturas?! As pedras não 
são criaturas?! Pois hão os Apóstolos de pregar as pedras?! Hão-de pregar aos troncos?! Hão-
de pregar aos animais?! Sim, diz S. Gregório, depois de Santo Augustinho. Porque como os 
Apóstolos iam pregar a todas as nações do Mundo, muitas delas bárbaras e incultas, haviam 
de achar os homens degenerados em todas as espécies e criaturas: haviam de achar homens 
homens, haviam de achar homens brutos, haviam de achar homens troncos, haviam de achar 
homens pedras." 
Pode-se ligar a "nações bárbaras e incultas" a tribos e sociedade nativas que os 
colonizadores acham nas novas terras que "descobriram", então da muita referência aos 
indígenas. Ele descreve os tipos de homens segundo o ponto de vista português, ou seja, 
aqueles se fogem do padrão da sociedade europeia da época se encaixavam nas descrições de 
outros tipos de homens do quais não devem ser negado o evangelho. 
 
"A maior é a que se tem experimentado na seara onde eu fui, e para onde eu venho. 
Tudo o que aqui padeceu o trigo, padeceram lá os semeadores. [...] Tudo isso padeceram os 
semeadores evangélicos da Missão do Maranhão de doze anos a esta parte." 
Pe. Antônio Vieira se inclui em seu sermão como um relato da sua vinda ao Brasil, na 
época onde encontrou os indígenas no Maranhão. Porém essa vinda, fazendo alusão aos suas 
frases anteriores em que fala sobre o sofrimento do semear a palavra de Deus, dia que 
também sofreu os pregadores que para lá foram. Semeadores que padecerão afogados, com 
fome, doença e na antropologia. Entretanto não se queixa ao mencionar tais acontecimentos e 
sim diz: "Para os semeadores, isto são glórias", com a interpretação a grande conquista de 
terem padecido pela palavra de Deus. 
 
 Parte II 
 Semen est verbum Dei. 
 “O trigo que semeou o pregador evangélico, diz Cristo que é a palavra de Deus. Os 
espinhos, as pedras, o caminho e a terra boa em que o trigo caiu, são os diversos corações dos 
homens. Os espinhos são os corações embaraçados com cuidados, com riquezas, com delícias; 
e nestes afoga-se a palavra de Deus. As pedras são os corações duros e obstinados; e nestes 
seca-se a palavra de Deus, e se nasce, não cria raízes. Os caminhos são os corações inquietos e 
perturbados com a passagem e tropel das coisas do Mundo, umas que vão, outras que vêm, 
outras que atravessam, e todas passam; e nestes é pisada a palavra de Deus, porque a 
desatendem ou a desprezam. Finalmente, a terra boa são os corações bons ou os homens de 
bom coração; e nestes prende e frutifica a palavra divina, com tanta fecundidade e 
abundância, que se colhe cento por um: Et fructum fecit centuplum.” 
“Se a palavra de Deus é tão eficaz e tão poderosa, como vemos tão pouco o fruto da 
palavra de Deus? Diz cristo que a palavra de Deus frutifica cento por um, e já eu me contentara 
com que frutificasse um por cento.” 
Vieira apresenta um problema fazendo uma lamentação, a qual já responde em 
seguida fazendo jus ao que tem dentro da Palavra de Deus. Em seu sentido aberto a eficácia 
não está somente nas palavras proferidas, mas também tem parte dentro dos corações dos 
homens. 
Parte III 
“Fazer pouco fruto a palavra de Deus no Mundo, pode proceder de um de três 
princípios: ou da parte do pregador, ou da parte do ouvinte, ou da parte de Deus. Para uma 
alma se converter por meio de um sermão, há-de haver três concursos: há-de concorrer o 
pregador com a doutrina, persuadindo; há-de concorrer o ouvinte com o entendimento, 
percebendo; há-de concorrer Deus com a graça, alumiando.“ 
Ao decorrer de todo este capitulo, o padre aborda quem seria o culpado da conversão 
de uma alma, apresentando os meios para que ela ocorra: o pregador, o ouvinte e Deus por si 
mesmo. Durante o capitulo percebe-se os traços da retorica, em diversas vezes que o Padre 
volta a mesma questões com palavras diferentes trazendo argumentos e as enfatizando a 
quase todo momento. Deve-se se mencionar também a analogia feita por ele para melhor 
entendimento, na qual compreendemos que as três partes mencionadas depende uma da 
outra. 
“Para um homem ver a si mesmo, são necessáriostrês coisas: olhos, espelho e luz. Se 
tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos, se tem espelhos e olhos, e é de noite, 
não se pode ver por falta de luz”. 
“[...] Que coisa é a conversão de uma alma, senão entrar um homem dentro de si e 
ver-se a si mesmo.” 
 
Parte VII 
“Será porventura a falta de ciência que há em muitos pregadores? Muitos pregadores 
há que vivem do que não colheram e semeiam o que não trabalharam... O pregador há-de 
pregar o seu, e não o alheio. Por isso diz Cristo que semeou o lavrador do Evangelho o trigo 
seu: Semen suum. Semeou o seu, e não o alheio, porque o alheio e, o furtado não é bom para 
semear, ainda que o furto seja de ciência.” 
“...o alheio é bom para comer, não é bom para semear: é bom para comer, porque 
dizem que é saboroso; não é bom para semear, porque não nasce” 
Nesses trechos Vieira faz alusão à ciência e ao conteúdo que um pregador transmite. 
Ele tenta transmitir que o pregador deveria ir atrás do conhecimento da originalidade, e não 
imitar a outros pregadores. Pois a pregação imitada não se passa de uma farsa da qual não 
tem conhecimento. A palavra de Deus é pão que alimenta a alma dos féis para serem 
convertidos, não se deve imita-la ou tentar semeá-la pois não nasce. 
 
O Sermão de Santo Antônio aos Peixes foi pregado em 13 de Junho de 1654 em São 
Luís do Maranhão, em 1654, três dias antes de embarcar escondido para Portugal no auge da 
luta dos jesuítas contra a escravização dos índios pelos colonizadores, procurando o remédio 
da salvação dos Índios. O sermão revela toda a ironia, riqueza nas sugestões alegóricas e 
agudo senso de observação sobre os vícios e vaidades do homem, comparando-o, por meio de 
alegorias, aos peixes. 
Critica a prepotência dos grandes, que, como peixes, vivem do sacrifício de muitos 
pequenos, os quais “engolem” e “devoram”. O alvo são os colonos do Maranhão, que no Brasil 
são grandes, mas em Portugal “acham outros maiores que os comam, também a eles”. 
 
Trechos do “Sermão de Santo Antônio” 
 “Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra:e chama-
lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeitodo sal é impedir a 
corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta como está anossa, havendo tantos 
nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser acausa desta corrupção?” 
O sermão, logo em seu começo da indícios de uma estrutura parecida com o sermão 
da sexagésima, pois logo no inicio apresenta um questionamento, de quem seria a culpa da 
corrupção, dos pregadores ou dos ouvintes, do sal da terra. 
“Ou é porque o sal não salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou 
porque a terra se não deixa salgar e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a 
não querem receber. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores dizem uma cousa e fazem 
outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles 
fazem, que fazer o que dizem. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores se pregam a si e 
não a Cristo; ou porque aterra se não deixa salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo, 
servem a seus apetites. Não é tudo isto verdade?” 
Pe. Antônio Viera trás diversas teses e questionamento se referindo a terra como os 
ouvintes e o sal aos pregadores. Ele divide a culpa em suas suposições em ambos os lados, 
criticando a ações de ambas as partes. 
 
O D. Francisco Manuel de Melo, nasceu em 23 de novembro de 1608, Lisboa, Portugal. 
Vindo de uma família nobre, desde novo já frequentava a corte e cursou Humanidades no 
Colégio de Santo Antão dedicando-se a matemática, pois pensava em seguir a carreira das 
armas. Juntou-se a marinha, mas após sofrer um naufrágio se estabeleceu na corte de Madri. 
Em 1641 regressou a Portugal, aderindo à causa da independência e recebeu a comenda da 
Ordem dos Jesuítas, porém foi preso sobre a acusação de matar Francisco Cardoso e na prisão 
escreveu sua melhor obra, Carta de Guia de Casados. Entre suas outras obras também merece 
destaque As Segundas Três Musas e Apólogos Dialogais 
A obra Carta de Guia de Casados tem conteúdo moralista, foi escrita a pedido de um 
noivo, que acabou permanecendo anónimo. O texto trata de uma série de questões 
pertinentes ao tema implícito no título da obra, especialmente destinadas àqueles que se 
dispunha a enfrentar as vicissitudes do matrimonio. O autor dá conselhos diversificados, desde 
o governo económico da casa, o trato com as criadas, até o convívio entre cônjuges, os ciúmes, 
etc. Fundamentando-se na moral da época cristã, atribui à mulher função subalterna à do 
marido e um âmbito geográfico que terminaria nas quatro paredes da casa: a seu ver, a mulher 
deveria ser praticamente analfabeta e submissa para ser feliz. 
O escritor Antônio José da Silva, também conhecido como O judeu, nasceu no Brasil 
no Rio de Janeiro em 8 de maio de 1705, escreveu sátiras criticando a sociedade portuguesa da 
época. As suas comédias ficaram conhecidas como a obra do "Judeu" e foram encenadas 
frequentemente em Portugal nos anos da década de 1730. Oito de suas óperas, publicadas em 
1744, em dois volumes, na série que ostenta o título Theatro cômico português, coseguiram 
ser recuperadas. Sua obra "Guerras do Alecrim e da Manjerona" é uma comédia em duas 
partes que foi representada no Teatro do Bairro Alto de Lisboa, no carnaval de 1737. Enre 
outras obras merecem ser mencionadas a Vida do grande Dom Quixote de la Mancha e do 
gordo Sancho Pança e Os Encantos de Medeia. Seu final compreendeu quando foi preso pela 
Inquisição portuguesa junto com a mulher grávida, Leonor Maria, a mãe, tia, o irmão e foram 
queimados em fogueira. 
Francisco Rodrigues Lobo nasceu em Leiria em 1580 e faleceu em Lisboa em 1622. É 
um dos mais importantes discípulos de Camões. Tendo sido influenciado por Gôngora, é 
considerado o iniciador do Barroco na literatura portuguesa. Era de uma família de cristãos-
novos, formou-se em Direito na Universidade de Coimbra, não se conhecendo quaisquer 
cargos públicos que tenha exercido. Morreu afogado numa viagem de barco que fazia entre 
Santarém e Lisboa. A nível poético escreveu romances bucólicos, éclogas e sonetos. Em prosa 
escreveu a Corte na Aldeia (1619), que é uma coleção de diálogos didáticos sobre preceitos da 
vida na corte. Esta obra reflete a frustração da nobreza portuguesa pelo desaparecimento da 
corte nacional sob a dominação filipina. Entre suas obras merecem destaques O Pastor 
Peregrino (1608), Condestabre (1609), A Corte na Aldeia (1619). 
 
Sóror freira Mariana Alcoforado 
Sóror Mariana Alcoforado foi uma freira clarissa portuguesa, do Convento de Nossa 
Senhora da Conceição, em Beja. Sua fama está relacionada com as cartas de amor que veio a 
escrever a Noell Bouton de Chamilly, conde de Saint-Léger, marquês de Chamilly, oficial 
francês que lutou em solo português, contra os Espanhóis, na longa Guerra da Restauração. 
Conta-se que Mariana Alcoforado terá visto Chamilly, pela primeira vez, a partir do terraço ou 
de uma janela do convento de Beja de onde assistia às manobras do exército. Chamilly 
abandonou Portugal a pretexto da enfermidade de um irmão, prometendo à sua apaixonada 
freira que a mandaria buscar. Em sua espera, Mariana escreveu ao oficial francês as cinco 
cartas, que refletem a dramática evolução dos seus sentimentos: esperança, incerteza e, 
finalmente, a convicção do abandono. 
Trechos de As Cartas Portuguesas 
 “Eu era moça, era crédula, tinha-me encerrado desde criança neste convento, não 
vira senão gente desagradável, nunca ouvira as lisonjas que o senhor constantemente me dizia, 
parecia-me dever-lhe os atrativos e a beleza que me achava, e em que me fazia reparar. Eu 
ouvira dizer bem de si, toda gente me falava em seu abono. . . e o senhor tudo me fazia para 
me despertar o amor…” (CartaV). 
 
 “Verdade é que, amando-te, gozei deleitações extraordinárias, mas que me custam 
hoje penas mais extraordinárias ainda.” (Carta II). 
 
Padre Manuel Bernardes 
Nascido em 1644, em Lisboa, o escritor, orador e religioso português, Padre Manuel 
Bernardes estudou Filosofia e Direito Canónico em Coimbra, ordenou-se sacerdote, chegando 
a ser confessor do bispo de Viseu, D. João de Melo. Isolou-se aos trinta anos na Congregação 
do Oratório de S. Filipe de Néri, onde viveu durante 36 anos, dedicando-se às propostas e 
composições de suas obras, através das quais tentou exercer uma ação moralizadora, usando a 
crítica de costumes e apelando para a emoção ao invés do desenvolvimento intelectual da 
doutrina. Nas suas obras nota-se um espírito crédulo e pacífico, capaz de transmitir a 
espiritualidade da vida contemplativa em um estilo literário simples e elegante, em pleno 
período barroco. 
Dentre suas obras conhecidas, podemos destacar Luz e Calor (1696), Pão Partido em 
Pequeninos (1694), Exercícios Espirituais (1707), Os Últimos Fins do Homem (1726) e Sermões 
e Práticas (2 Volumes, 1711). Porém sua obra mais notória é a Nova Floresta, composta por 5 
volumes, sendo escrita de 1710 a 1728. Seu conteúdo está voltado a uma série de apólogos 
morais, cada um deles constituído de duas partes: na primeira, o escritor narra um "caso", 
uma história de fundo moral ou exemplar, e na segunda, comenta-a extraindo-lhe a 
mensagem edificante. 
Caminhando Sócrates, um atrevido se descomediu com ele, e lhe 
deu um coice. Estranhando alguns a paciência do filósofo, disse: 
- Pois eu que lhe hei de fazer depois de dado? 
 
Responderam: 
- Demandá-lo em juízo pela injúria. 
 
Replicou: 
- Se ele em dar coices confessa ser jumento, quereis que leve um jumento a juízo? 
 
 
ATIVIDADES PARADIDÁTICAS 
Diego Velásquez 
Diego Velásquez foi um pintor espanhol, um dos maiores nomes do Barroco europeu. 
Nascido em Sevilha, Espanha, no dia 6 de junho de 1599, iniciou um aprendizado no atelier de 
Francisco Pacheco em 1611 que se prolongou por seis anos. Em 1617 obteve a licença de 
pintor e no ano seguinte casou-se com Joana, filha de Francisco Pacheco. Após anos se tornou 
pintor da corte de Felipe IV da Espanha. As obras de Velásquez pendiam a temática religiosas, 
entre elas: “Jesus em casa de Marta e Maria” (1618), Imaculada Conceição (1619) e Adoração 
dos Magos (1619). Suas obras apresentavam um realismo incomum com belos efeitos de claro 
e escuro. 
Em 1621, Velázquez concluiu sua obra prima, O Agueiro de Sevilha, na qual o artista já 
se destacava pela exploração do contorno e dos contrastes ilusionistas de luz e sombra. Em 
1623 ele foi chamado a Madrid pelo conde de Olivares, um sevilhano bastante influente nos 
assuntos de Estado, para pintar um retrato do Rei Filipe IV, e após virou o pintor do rei. Em 
1643 Diego Velázquez foi nomeado Cavalheiro da Câmara do Rei da Espanha. E seguiu sua vida 
pintando diversos retratos famosos. Em 1660 veio a falecer Madrid, Espanha, no dia 6 de 
agosto. 
 
 Imaculada Conceição (1619) O Agueiro de Sevilha (1621) 
 
Felipe IV com Armadura (1628) 
 Antoon van Dyck 
 Antoon van Dyck, nascido em 22 de março de 1599, foi um retratista brabantino que 
se tornou o principal pintor da corte real de Carlos I da Inglaterra. Aos dez anos, Anton tornou-
se aprendiz do pintor de figuras Hendrik van Balen, e aos quinzes anos, depois de pintar 
quadros admiráveis, ele já era um artista altamente aperfeiçoado. Aos vinte e um anos, ele foi 
nomeado assistente-chefe de Rubens e recebeu a tarefa de pintar o teto da Igreja Jesuíta de 
Antuérpia junto a ele. Com o passar dos anos e boas criticas recebidas por onde passava, 
Antoon se estabeleceu como um retratista aristocrata. 
 
 ( Lady Elizabeth Thimbleby e Dorothy, (Retrato Equestre de Carlos I) 
 Viscondessa Andover) 
 
 
(Autorretrato, 1613-1614) 
Rembrandt 
Rembrandt Harmens van Rijn nascido em Leyden, Holanda, no dia 15 de julho de 1606, 
foi um pintor, gravador e desenhista holandês. Um dos mais importantes pintores do Barroco 
europeu, porém importância de sua pintura só foi reconhecida a partir do século XIX. 
Ingressou no atelier do pintor Jacob Isaaksz, que lhe ensinou a técnica, o preparo das tintas e o 
desenho. 
Em 1623 Rembrandt foi para Amsterdam, onde estudou com o pintor romanista Pieter 
Lastman. Já em 1627 voltou para Leyden e instalou seu próprio atelier, com seu amigo e 
também pintor Jan Lievens. Nessa época, ele recebia diversas encomendas particulares. Após a 
morte de seu pai, em 1631, ele volta a Amsterdam e se estabelece, um anos depois se 
tornando um pintor famoso e reconhecido. Com sua fama, ele retrata os ricos e bem sucedidos 
burgueses, devido a moda do período de enfeitar as paredes com o próprio retrato. Em 1632, 
pintou um dos seus quadros mais famosos: A Lição de Anatomia do Doutor Tulp 
No mesmo ano do auge de sua fama, Rembrandt casou-se com sua musa e fonte de 
inspiração, Saskia. Em 1639 compraou uma casa na Jodenbreestraat, Rua dos Judeus, no 
bairro judaico de Amsterdam e a transformou em centro de reunião social e em museu de 
objetos raros, móveis antigos e louças valiosas. Seu ateliê era um dos maiores da Europa, 
porém mesmo com essa grande conquista, se torna insignificante devido a morte de 3 filhos 
seus. Pouco tempo depois, em 1942, sua esposa veio a falecer. Rembrandt pintou vários 
autorretratos e os retratos dos rabinos de sua rua. Sentava-se diante do espelho e retratava-se 
procurando nos olhos e na boca o sinal dos tempos e as dificuldades da vida. Enquanto os 
clientes queriam retratos e não críticas, ou análises de suas almas, Rembrandt retratava o que 
ele via e sentia. 
Rembrandt Harmens van Rijn casa-se novamente em 1645, com sua amante com 
quem havia acabado de ter um filho. Devido ao grande escândalo da criança antes do 
casamento, a jovem foi excomungada pela Igreja Reformada Holandesa da qual fazia parte. 
Infelizmente a demanda de encomendas feitas a Rembrandt começaram a rarear e as 
dificuldades financeiras aumentaram. Em 1660, é procurado para transformar em pintura A 
Conspiração de Claudius Civilis, no entanto, quando a obra ficou pronta, o que se viu foi um 
grupo de bárbaros, um bando de assassinos e um rei caolho. Para os burgueses foi um choque. 
A obra foi devolvida para modificações, mas o artista se recusa e põe fogo no quadro, mas logo 
se arrepende e salva a cena central. 
Já em 1660 sua esposa morre e oito anos depois, quando termina de pintar o quadro 
pintado A Família de Tito, um mês depois seu filho Tito morre. Após tais acontecimentos, 
Rembrandt veio a falecer um anos depois. 
 
 
 
 
 
 
Família de Tito (1668) 
 
 
A Lição de Anatomia do Doutor Tulp (1632) 
 
Referência bibliográfica 
https://www.todamateria.com.br/barroco-em-portugal/ 
https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/artes/barroco-em-portugal 
https://www.maisbolsas.com.br/enem/artes/caracteristicas-do-barroco-em-portugal 
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/historia/reforma-contrareforma.htm 
https://www.portugues.com.br/literatura/barroco.html 
https://www.stoodi.com.br/blog/historia/reforma-e-contrarreforma/ 
https://www.todamateria.com.br/cultismo-e-conceptismo/ 
https://www.portaldaliteratura.com/autores.php?autor=127 
http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/lobo.htm 
https://www.todamateria.com.br/a-linguagem-do-barroco/ 
https://pt.wikipedia.org/wiki/As_Cartas_Portuguesas 
https://www.infopedia.pt/$padre-manuel-bernardes 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Bernardes 
https://www.ebiografia.com/diego_velazquez/ 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Antoon_van_Dyck 
https://www.ebiografia.com/rembrandt/ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nome: Rafaella Carrara Silvan°: 33 série: 1°C.a 
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Antoon_van_Dyck
https://www.ebiografia.com/rembrandt/
Matéria: LPL Prof.ª: Regina Maria Zuffo Data: 03/11/2020 
 
A visão de Lutero 
 O extraordinário filme dirigido por Eric Till, Luther, retrata a vida de Martin Lutero- 
interpretado por Joseph Fiennes – um monge agostiniano que teve a visão que divergia das 
atitudes e dogmas da Igreja Apostólica Romana, dando inicio a Reforma Protestante que 
mudou drasticamente não somente o cenário religioso, mas também refletindo na politica, 
economia e sociedade. 
 No começo de sua jornada em direção a mudar o rumo da Igreja, Lutero encontra-se 
no meio de uma tempestade e é salvo de um raio, fazendo assim um voto de ser devoto a 
Cristo, tornando um padre logo após ingressar no monastério. Um tempo depois, já com sua fé 
enfraquecida, ele diz querer procurar um Deus justo e Misericordioso alegando ter “pecados 
demais para um padre”. Martin é mandado para uma visita Roma, onde fica abismado se 
referindo ao local como um “circo, um esgoto vivo”, deparando-se com bordeis para clérigos e 
tantas outras imoralidades e pecados, mas sobre tudo se escandaliza com a venda de 
indulgências, onde os fiéis tinham de comprar pela sua salvação ou diminuição o seu tempo ou 
de parentes no purgatório. 
 Ao retornar ao monastério e proferir sua indignação, ele é mandado para Wittenber 
com o objetivo de cursar doutorado em teologia. Começou a lecionar na universidade e pregar 
na Igreja, porém seus sermões se diferenciavam, pois pregava aquele Deus do qual buscava, 
um ser misericordioso e de amor. Martin Lutero elaborou 95 teses, das quais pregou na porta 
da Igreja de Wittenber. Sua palavra se espalhou rapidamente devido ao conteúdo que Lutero 
dizia “serem as verdades cristãs”. Roma tomou como insulto e o chamou para se retratar na 
inquisição, entretanto o príncipe Frederico III interveio pedindo um julgamento justo. 
 No momento do seu julgamento em que se pergunta para ele revogar sua própria 
obra, sua resposta se tornou um divisor de águas, dizendo: “Ao menos que eu seja convencido 
pelas escrituras e pela razão simples, e não por Papas e conselhos que tantas e tantas vezes se 
contra disseram, minha consciência permanece cativa à palavra de Deus...”. Após sua 
declaração Lutero se veio a se isolar e esconder-se para se livrar da perseguição da Igreja. 
Durante seu isolamento dedicou-se a tradução da bíblia para o Alemão, com a intenção que o 
povo também pudesse entender. 
 Lutero adquiriu inúmeros seguidores que se revoltaram contra a Igreja, seguindo os 
preceitos ditados em suas teses, mas esses conflitos geraram inúmeras mortes, algo que 
Martin não apoiava de forma alguma. Seu rompimento final com a Igreja foi devido ao seu 
casamento com uma ex-freira chamada Catarina. Ao final da obra cinematográfica mostra a 
vitória de todo o movimento quando é anunciado que Lutero e seus seguidores poderiam ler 
sua profissão de fé. 
 O filme como um todo é realmente arrebatador, com atuações incríveis. Um ponto a 
ser mencionado é que o filme não aborda somente o acontecimento da Reforma Protestante, 
mesmo sendo um longa-metragem ótimo para o entendimento do assunto, e sim a vida de 
Lutero como um todo; suas aflições, problemas familiares e amizades. Apesar de dar ênfase 
nos momentos de extrema importância da história, o diretor soube colocar todas as 
informações de forma que coesa. A meu ver o filme superou todas as expectativas sendo uma 
historia cativante e informativa, a qual você sente as emoções junto com as cenas.

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