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monografia com comparativo entre instrumentaçao mecanica e instrumentaçao manual

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MONOGRAFIA DE INVESTIGAÇÃO 
MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA DENTÁRIA 
 
 
 
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS DE ENDODONTIA 
MECANIZADA E INSTRUMENTAÇÃO MANUAL, NA 
PREPARAÇÃO DOS CANAIS RADICULARES, REALIZADO POR 
ESTUDANTES DA PRÉ-GRADUAÇÃO 
 
 
Sara Cláudia Teles Rodrigues 
 
Porto, 2020
 
 
I 
 
 
 
 
 
 
MONOGRAFIA DE INVESTIGAÇÃO 
MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA DENTÁRIA 
 
Área científica: Endodontia 
 
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS DE ENDODONTIA 
MECANIZADA E INSTRUMENTAÇÃO MANUAL, NA 
PREPARAÇÃO DOS CANAIS RADICULARES, REALIZADO POR 
ESTUDANTES DA PRÉ-GRADUAÇÃO 
 
Autor(a): Sara Cláudia Teles Rodrigues 
Aluna do Mestrado Integrado em Medicina Dentária da Faculdade de Medicina 
Dentária da Universidade do Porto 
Nº Estudante: 201601943 
E-mail: up201602943@fmd.up.pt 
 
A Orientadora: Professora Doutora Irene Graça Azevedo Pina Vaz 
Professora Associada com Agregação da Faculdade de Medicina Dentária da 
Universidade do Porto 
E-mail: igvaz@fmd.up.pt 
Porto, 2020 
 
 
 
II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Alguns homens veem as coisas como são e dizem por quê? Eu 
sonho com as coisas que nunca foram e digo por que não?” 
— George Bernard Shaw 
 
 
 
 
 
III 
 
 
 
 
Agradecimentos 
À minha orientadora, Professora Doutora Irene Graça Pina Vaz, agradeço todo o 
apoio e dedicação dispensada não só neste projeto, mas em todo o meu percurso 
académico. Levo comigo todos os ensinamentos e gosto especial pela Endodontia. Muito 
obrigada por toda a orientação, motivação e paciência, por me ouvir sempre e me dar 
força para continuar. 
À Professora Inês Ribeiro Valente Ferreira, obrigada por aceitar fazer parte desta 
aventura, pela disponibilidade, colaboração essencial neste projeto e por todos os 
conselhos. 
Á Coltène e à Dentsply pela disponibilidade e fornecimento do material essencial 
à realização deste protejo. 
Aos meus pais, Irene e Fernando, pela grande inspiração que são. Por todos os 
sacrifícios, não só ao longo destes seis anos mas ao longo de toda a minha vida, por me 
apoiarem incondicionalmente quando tomei a decisão de mudar de curso e todas as 
minhas restantes decisões, a eles a quem devo tudo, obrigada por estarem sempre 
presentes nos momentos difíceis e por acreditarem sempre em mim. Esta vitória também 
é vossa. 
Ao Paulo Maduro, obrigada por toda a preocupação, carinho, amor e sobretudo 
paciência, muita paciência. Obrigada por sempre me apoiares, e por nunca me deixares 
desistir. Contigo tudo sempre pareceu mais fácil. Obrigada por fazeres de mim uma 
pessoa melhor! 
Às minhas amigas, Cíntia Vilar, Marta Ramos e Catarina Teixeira os meus 
sinceros e especiais agradecimentos por terem entrado em pleno nesta investigação. Sem 
vocês isto não seria possível! 
À minha binómia e amiga, Cíntia Vilar, obrigada pela amizade e assistência nestes 
últimos anos. Pela paciência, brincadeiras e por todos os momentos vividos na box 64/51, 
serão inesquecíveis. A box 51 será sempre a reunião do condomínio. 
À minha binómia “emprestada”, de Clínica Outono e Primavera, e amiga, Marta 
Ramos obrigada pela amizade, companheirismo e por todas as aventuras ao longo destes 
anos. Aprendemos e crescemos juntas! 
À minha amiga Lara Cruz, obrigada pela amizade e por todos os momentos 
partilhados ao longo desta etapa. 
 
IV 
 
 
 
 
E por fim e não menos importante , à pessoa que mais me surpreendeu neste meu 
percurso e a qual se tornou uma amiga de todas as horas, o meu sincero obrigada à Inês 
Inocêncio. Obrigada por seres uma inspiração, por todos os conselhos e ajuda. Os 
momentos passados na box 42 serão eternos. Vou para sempre guardá-los na memória e 
no coração 
A todos o meu grande e sincero obrigada! Nem sempre foi fácil, mas com vocês 
foi melhor!
 
 
V 
 
Índice 
ÍNDICE DE FIGURAS ......................................................................................................................... VI 
ÍNDICE DE TABELAS ......................................................................................................................... VI 
ÍNDICE DE ABREVIATURAS ............................................................................................................... VI 
RESUMO ........................................................................................................................................ VII 
ABSTRACT ....................................................................................................................................... IX 
MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................................................. 11 
Seleção de Dentes .............................................................................................................................. 11 
Preparação da amostra ..................................................................................................................... 12 
Acesso ................................................................................................................................................ 12 
Instrumentação dos canais radiculares ............................................................................................. 13 
Irrigação final .................................................................................................................................... 14 
Obturação dos canais radiculares ..................................................................................................... 15 
Contabilização do tempo ................................................................................................................... 15 
Tempo de instrumentação ................................................................................................................ 15 
ANÁLISE ESTATÍSTICA ..................................................................................................................... 16 
RESULTADOS .................................................................................................................................. 17 
1. Tempo de instrumentação............................................................................................................. 17 
2. Densidade ...................................................................................................................................... 18 
3. Comprimento ................................................................................................................................. 18 
4. Qualidade do Tratamento endodôntico ........................................................................................ 18 
ERROS NO PROCEDIMENTO ............................................................................................................ 19 
DISCUSSÃO .................................................................................................................................... 19 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................. 26 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................... 27 
ANEXOS ......................................................................................................................................... 31 
Anexo 1: Declaração de autoria do trabalho apresentado ............................................................... 31 
Anexo 2:Parecer do Orientador para entrega definitiva do trabalho apresentado.......................... 32 
Anexo 3: Parecer da Comissão de Ética da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do 
Porto .................................................................................................................................................. 32 
Anexo 4: Parecerda Comissão Científica da FMDUP ........................................................................ 34 
 
 
 
 
VI 
 
 
 
 
 
Índice de Figuras 
Figura 1- Comparações múltiplas do tempo de instrumentação em cada técnica (WOG – WaveOne 
Gold). .......................................................................................................................................................... 17 
Figura 2- Qualidade do tratamento endodôntico tendo em conta o comprimento e densidade de 
obturação. (Tratamento endodôntico adequado = comprimento e densidade adequados). ...................... 19 
 
Índice de Tabelas 
Tabela I- Parâmetros de avaliação radiográfica. ...................................................................................... 16 
Tabela II- Distribuição da densidade de obturação pelas três técnicas (WOG – WaveOne Gold). ......... 18 
Tabela III- Distribuição do comprimento de obturação pelas três técnicas (WOG – WaveOne Gold). ... 18 
 
Índice de Abreviaturas 
TE- Tratamento Endodôntico 
WOG – WaveOne Gold 
NiTi– Níquel-Titânio 
CT – Comprimento de trabalho 
MIMD – Mestrado Integrado em Medicina Dentária 
PTU- Protaper Unviversal 
WO- WaveOne 
Rx – Raio X 
rpm - Rotações por minuto 
N.cm - Newton por centímetro 
mm - Milímetro 
V-L – Vestíbulo-lingual
 
VII 
Resumo 
Introdução: A introdução de sistemas de instrumentação rotatória de níquel-
titânio (NiTi) possibilitou uma abordagem mais rápida e com um menor número de erros 
de procedimento, tendo sido reconhecida como um dos fatores com influência favorável 
na taxa de sucesso do tratamento endodôntico em comparação à instrumentação manual. 
Objetivo: Comparação entre o tempo de instrumentação e a qualidade do TE de 
canais radiculares, executado por estudantes finalistas do MIMD, utilizando 3 técnicas de 
instrumentação. 
Metodologia: Quatro estudantes finalistas do MIMD, instrumentaram dentes humanos 
(n=60), monorradiculares, extraídos. A configuração de um único canal foi confirmada 
radiograficamente. Dentes com reabsorções, fraturas, ápex aberto ou canais não 
detetáveis no exame radiográfico foram excluídos. De seguida, foram divididos 
aleatoriamente (n=20) por cada técnica de instrumentação, movimento reciprocante - 
WaveOne Gold (Dentsply Maillefer®), rotação contínua – HyFlex EDM (Coltène®) e 
técnica manual de Roane - Força Balanceada. Cada operador utilizou cada um dos 
sistemas, em sessões individuais que incluíram 5 dentes, instrumentados de forma 
aleatória. O tempo de instrumentação foi registado e expresso em segundos. A obturação 
foi realizada com a técnica de cone único, no caso da instrumentação mecanizada e 
condensação lateral a frio na instrumentação manual, com cimento GuttaFlow Bioseal. A 
densidade de obturação foi avaliada por dois operadores distintos, através do método 
radiográfico. A análise estatística foi realizada através do teste One-Way ANOVA, 
considerando um nível de significância de 0.05. 
Resultados e Discussão: O tempo de instrumentação utilizando a técnica manual de 
Roane foi superior, com diferenças estatisticamente significativas (p<.05), 
comparativamente às técnicas mecanizadas. Alguns autores associam o movimento 
reciprocante a um tempo de instrumentação mais curto enquanto outros associam à 
experiência do operador. Não se verificaram diferenças significativas na qualidade da 
obturação entre os diferentes grupos (p> .05) . 
Conclusão: Dentro das limitações do presente estudo, a preparação dos canais 
com sistemas mecanizados de lima única foi associada a uma preparação mais rápida do 
que o sistema manual pela técnica balanceada, independentemente do movimento 
reciprocante ou de rotação contínuo, sem influência na qualidade da obturação tendo esta 
sido classificada como adequada em cerca de 50% dos casos. 
 
VIII 
Palavras-Chave: WaveOne Gold; Hyflex EDM; Endodontic training; Ni–Ti 
instruments; Reciprocation; Rotation; Roane’s technique. 
 
 
IX 
Abstract 
Introduction: The introduction of nickel-titanium (NiTi) rotary instrumentation 
systems enabled a faster approach and a lower number of procedural errors, having been 
recognized as one of the factors with a favorable influence on the success rate of 
endodontic treatment in comparison with manual instrumentation. 
Objective: Comparison between the instrumentation time of root canals and the 
quality of the TE, performed by MIMD finalist students, using 3 instrumentation 
techniques. 
Methodology: Four finalist students of MIMD, instrumented human teeth (n = 
60), monoradicular, extracted. The configuration of a single channel was confirmed 
radiographically. Teeth with resorption, fractures, open apex or channels not detectable 
on radiographic examination were excluded. Then, they were randomly divided (n = 20) 
by each instrumentation technique, reciprocating movement - WaveOne Gold (Dentsply 
Maillefer®), continuous rotation – HyFlex EDM (Coltène®) and Roane's manual - 
Balanced Force. Each operator used each system, in individual sessions that included 5 
teeth, randomly instrumented. Instrumentation time was recorded and expressed in 
seconds. The filling was performed with the technique of single cone, in the case of 
mechanized instrumentation and lateral condensation to cold in manual instrumentation 
and GuttaFlow Bioseal cement. The filling density was evaluated by two different 
operators, using the radiographic method. The statistical analysis was performed using 
the One-Way ANOVA test, considering a significance level of 0.05. 
Results and Discussion: The instrumentation time using Roane's manual 
technique was longer, with statistically significant differences (p <.05), compared to 
mechanized techniques. Some authors associate the reciprocating movement with a 
shorter instrumentation time while others associate it with the operator's experience. 
There was no statistically significant difference between the quality of the obturation in 
the different groups (p>.05). 
Conclusion: Within the limitations of the present study, rotary or reciprocation 
single file instrumentation allowed root canal preparation to be faster than manual 
preparation by balanced force. The quality of the treatment was not affected by the filling 
technique or system of instrumentation, which was adequate in around 50% of the teeth. 
Key-words: WaveOne Gold; Hyflex EDM; Endodontic training; Ni–Ti instruments; 
Reciprocation; Rotation; Roane’s technique 
 
10 
Introdução 
A introdução de níquel-titânio (NiTi) e de sistemas mecanizados, padronizaram a 
preparação de canais radiculares por operadores experientes e inexperientes, atribuindo-
lhes uma maior previsibilidade, uma abordagem mais rápida e mais segura e diminuição 
de erros de procedimento (1) (2), tendo sido reconhecida como um dos fatores com 
influência favorável na taxa de sucesso do tratamento endodôntico (TE) (3-5). Este facto 
deve-se, fundamentalmente, à superelasticidade da liga de NiTi e à menor dependência 
das aptidões do operador, tornando-a potencialmente inteligível, também aos iniciantes, 
nomeadamente aos estudantes ou recém-graduados. (6) 
Os sistemas de instrumentação mecanizada são delineados para funcionar em 
movimento rotativo contínuo ou reciprocante. Entre os benefícios aparentes deste último 
podemos incluir, devido à maior resistência à fadiga cíclica, a capacidade de preparar 
canais com um único instrumento e um menor risco de fratura. (7) 
A literatura reporta a preferência dos estudantes pelos sistemas reciprocantes, 
salientando a menor sensação de “screw-in” experimentada, comparativamente aos 
sistemas de rotação contínua, devido à alteração periódica na direção da rotação. 
Contudo, a sensação de “maior segurança” foi associada aos sistemas de rotação contínua, 
provavelmente pelo facto de os sistemas rotativos, de multi-instrumentos,darem a 
sensação subjetiva de maior controlo do operador sobre o procedimento e ainda pela 
maior flexibilidade da lima, no caso, PTU (Dentsply Maillefer, Ballaigues, Switzerland) 
sobre a WO (Dentsply Maillefer, Ballaigues, Switzerland). (8) 
Nos últimos anos, foram utilizados tratamentos térmicos para otimizar a 
microestrutura das limas (9) (10), como o caso do sistema HyFlex EDM (Coltène 
Whaledent , Allstätten, Switzerland). Este é um novo sistema de limas NiTi que emprega 
a liga CM através da tecnologia EDM (Electricharge Machining). A tecnologia EDM 
baseia-se na vaporização e fusão de pequenas partículas no material através de descargas 
elétricas (11). A lima HyFlex EDM é o primeiro instrumento endodôntico representativo 
desta metodologia. (12) 
A técnica da força balanceada, descrita por Roane e cols. utiliza limas manuais de 
aço com maior flexibilidade e sem ponta ativa, sendo o corte realizado através de uma 
rotação no sentido anti-horário e pressão apical ajustada para corresponder à força 
resultante do tamanho da lima, ou seja, muito leve para instrumentos pequenos e mais 
intensa para instrumentos de maior calibre. (13) Foi proposta para prevenir degraus e 
outros erros de procedimento sendo considerada precursora do sistema mecanizado 
 
11 
reciprocante. Sistemas de multi-instrumentos ou de lima única, ou o tipo de movimento 
ainda não se mostraram cruciais para a qualidade da preparação in vitro (14) (15) ou para 
melhorar o outcome reportado em estudos clínicos. (16) (17). 
 A qualidade técnica do TE é geralmente determinada, radiograficamente, pelo 
comprimento da obturação e pela qualidade do selamento lateral, sendo estes fatores 
considerados relevantes na persistência da doença pós-TE. (18) (19) A obturação pela 
técnica de condensação lateral é ainda o método mais amplamente ensinado nas 
instituições de ensino e indicada para canais preparados pela técnica de instrumentação 
manual, enquanto as recentes técnicas de instrumentação mecanizada indicam a técnica 
de cone único, apresentando cones padronizados, correspondendo aos instrumentos de 
finalização da preparação dos canais. (20) 
Nem todas as Faculdades de Medicina Dentária introduziram os sistemas 
mecanizados no seu currículo pré-clínico ou clínico. (14) São de particular interesse, 
observações sobre operadores inexperientes, nomeadamente estudantes de Medicina 
Dentária, pois estes não são influídos pela experiência clínica prévia e pelo marketing, 
embora já tenham adquirido um certo nível de competências com os instrumentos 
manuais. (8, 20) 
Esta investigação propõe-se realizar um estudo comparativo entre a qualidade do 
tratamento endodôntico e o tempo de instrumentação de dentes monorradiculares, 
humanos, extraídos, realizado por estudantes finalistas do MIMD, com diferentes 
sistemas de instrumentação: mecanizada de rotação contínua (Hyflex EDM – Coltène), 
mecanizada de movimento reciprocante (Wave One Gold - Dentsply) e manual pela 
técnica de Roane (limas K flexofile - Dentsply). 
 
Materiais e Métodos 
Seleção de Dentes 
Foram selecionados um total de 60 dentes humanos monorradiculares, extraídos 
na FMDUP, com o ápex completamente formado. Os dentes, extraídos por motivos não 
relacionados com os do presente estudo, não são passíveis de serem relacionados com os 
dadores. Este estudo foi aprovado pela comissão de Ética da Faculdade de Medicina 
Dentária da Universidade do Porto (FMDUP). 
Após a remoção dos restos de tecidos moles e detritos aderidos aos mesmos, os 
dentes foram armazenados em tubos de eppendorf de 10 ml e mantidos hidratados com 
clorexidina a 0,2% até ao seu uso. 
 
12 
Os dentes foram selecionados consoante a análise radiográfica com incidências 
vestíbulo-lingual e mésio-distal (GX 1.000, Gendex Corporation, Milwaukee, WI, 70 kV, 
10 mA). Dentes previamente tratados, sem canal radicular visível radiograficamente ou 
com dois canais foram excluídos e substituídos por outros do mesmo tipo. 
 
Preparação da amostra 
Cada grupo de dentes foi distribuído em três sub-grupos de tratamento, divididos 
aleatoriamente (n=20) por cada sistema de instrumentação. Quatro estudantes finalistas 
de MIMD realizaram os tratamentos. Cada operador utilizou cada um dos sistemas, em 
sessões individuais, que incluíram 5 dentes, para minimizar a fadiga do operador. A 
distribuição dos dentes pelos operadores bem como a ordem de utilização de cada sistema 
foi aleatória. Posteriormente, foi realizada a obturação dos canais radiculares pela técnica 
de cone único, no caso dos dentes preparados pelos sistemas de instrumentação 
mecanizada, e condensação lateral a frio, no caso dos dentes preparados pela 
instrumentação manual. Para todos foi utilizado cimento biocerâmico (GuttaFlow 
Bioseal- Còltene, Whaledent , Allstätten, Switzerland). 
Antes da realização do estudo, os operadores participaram numa sessão de 
formação teórica sob a forma de visualização de vídeos, estudo dos protocolos de cada 
sistema segundo as instruções do fabricante e o treino num dente humano monorradicular 
extraído, referente a cada sistema de instrumentação. 
Foi contabilizado o tempo de instrumentação com o auxílio de um operador 
assistente e avaliada a qualidade da obturação por 2 observadores independentes, através 
da análise do selamento lateral (densidade) e o comprimento da obturação da radiografia 
pós-operatória. Todos os erros de procedimento decorrentes no estudo foram registados. 
Os dados recolhidos foram tratados estatisticamente. 
 
Acesso 
Inicialmente, a cavidade de acesso endodôntico foi preparada, seguindo a ordem 
pré-estabelecida pela atribuição aleatória dos grupos. Foram realizadas as cavidades de 
acesso em 5 dentes por sessão, confirmada a permeabilidade e realizados os desgastes 
compensatórios. 
A permeabilidade apical foi verificada. O comprimento do canal radicular foi 
estabelecido pela visibilidade da ponta de uma lima 10K no ápex e o seu stop ajustado, 
 
13 
sendo verificado o seu comprimento com o auxílio de uma régua endodôntica. O 
comprimento de trabalho definido como 1 mm mais curto. 
 
Instrumentação dos canais radiculares 
• Grupo 1- Instrumentação reciprocante (WOG) - os canais foram, de novo 
permeabilizados, com uma lima manual 10K (Dentsply Maillefer) (CT+1mm), 
seguida por uma lima 15K (CT) (Dentsply Maillefer). 
Adicionalmente, foi criado uma glidepath utilizando a Proglider (Dentsply 
Maillefer, Ballaigues, Switzerland) com motor WaveOne (Dentsply Maillefer, 
Ballaigues, Switzerland), no modo “PATH ALL”, respeitando o comprimento de trabalho 
pré-definido. Neste grupo os canais foram instrumentados utilizando a lima WaveOne 
Gold Primary (025/07) (Dentsply Maillefer, Ballaigues, Switzerland). Os instrumentos 
foram operados no motor WaveOne (Dentsply Maillefer, Ballaigues, Switzerland) no 
modo “WAVEONE ALL”, seguindo as instruções do fabricante. A instrumentação foi 
realizada por ciclos, representados com o avanço de 2-3mm no canal assim que a lima 
avançava na direção apical sem oferecer resistência. De seguida, procedeu-se à limpeza 
da lima com uma gaze húmida, irrigando-se o canal com 1 ml hipoclorito de sódio a 1%, 
recapitulando-se com uma lima manual 10K (CT+1 mm) e procedendo-se a uma nova 
irrigação com 1ml de hipoclorito de sódio. Este procedimento foi repetido até o 
comprimento de trabalho ser atingido com rotação livre da lima no canal. No final deste 
procedimento o calibre apical foi verificado (gauging) avaliando-se o ajuste de uma lima 
k25 no CT previamente definido. 
 
• Grupo 2- Instrumentação com movimento de rotação contínuo (Hyflex 
EDM) - os canais foram, de novo, permeabilizados com uma lima manual 10K 
(Dentsply Maillefer) (CT+1mm), seguida por uma lima 15K (CT) (Dentsply 
Maillefer). 
Adicionalmente, foi criado uma glidepath utilizando a lima “GlidePath File” 
(Coltène Whaledent , Allstätten, Switzerland)(10/.05) com motor WaveOne 
(Dentsply Maillefer, Ballaigues, Switzerland), a uma rotação a 300 rpm e torque de 
até 1.8 Ncm, de acordo com as instruções do fabricante, respeitando o comprimento 
de trabalho previamente estabelecido. Neste grupo os canais foram instrumentados 
utilizando a lima Hyflex OneFile (025/~) (Coltène Whaledent , Allstätten, 
Switzerland). O instrumento foi operado no motor WaveOne (Dentsply Maillefer, 
 
14 
Ballaigues, Switzerland) com rotação a 500 rpm e torque de 2.5 Ncm, seguindo as 
instruções do fabricante. A instrumentação foi realizada de acordo com o protocolo 
sugerido pelo fabricante. Quando não foi possível avançar mais com a lima, foi 
realizado um recuo de 1 mm até que esta ficasse livre das paredes, depois disso foi 
possível avançar lentamente com toques ligeiros e sem exercer pressão. A limpeza 
das espiras da lima com uma gaze húmida e a irrigação do canal com 3 ml hipoclorito 
de sódio a 1%, foi realizada sempre entre cada uso. Este procedimento foi repetido 
até o comprimento de trabalho ser atingido com rotação livre da lima no canal. No 
final deste procedimento o calibre apical foi verificado (gauging) avaliando-se o 
ajuste de uma lima k25 no CT previamente definido. 
 
• Grupo 3- Instrumentação manual - foi utilizada a técnica de força 
balanceada (Roane). (20) A primeira lima foi selecionada como sendo a lima que 
encontrou resistência apical (em todo o CT) dentro do canal radicular, 
considerando o diâmetro apical de cada canal. O tamanho da lima final foi 
definido como sendo dois tamanhos ISO maiores que a primeira lima utilizada. 
Os canais foram permeabilizados, de novo, com uma lima manual 10K (Dentsply 
Maillefer) (CT+1mm), seguida por uma lima 15K (CT) (Dentsply Maillefer). A 
técnica incidiu na inserção de lima no canal até sentir uma leve resistência apical 
e, em seguida, produziu-se o movimento rotatório de 60° no sentido horário para 
prender as espiras da lima na dentina. Foi depois realizada uma leve pressão apical 
dos dedos para manter a lima exatamente na mesma profundidade do canal, e 
posteriormente a lima foi movida 360° no sentido anti-horário. A quantidade de 
pressão apical necessária para girar a lima no sentido anti-horário foi apenas a 
“suficiente para impedir que ela saísse do canal”. Observou-se a coincidência do 
stop de borracha em relação ao dente para ajudar a manter a lima estável sem 
movimento de entrada ou saída. 
O ciclo de movimento balanceado da força foi realizado três vezes antes 
da remoção da lima para limpeza em gaze embebida em hipoclorito de sódio. 
 
Irrigação final 
Em todos os grupos, quando a preparação do canal foi concluída, efetuou-se a 
irrigação final com 3ml de hipoclorito de sódio a 1% conjuntamente com a remoção da 
smear layer com EDTA 17%, o qual permaneceu no canal radicular por um minuto, e 
 
15 
finalizou-se com uma nova irrigação de 3 ml de hipoclorito de sódio. Por fim utilizaram-
se cones de papel calibrados com a última lima utilizada para secar os canais. 
Os erros de procedimento ou a fratura de instrumentos foram, adicionalmente, 
registados para cada técnica de instrumentação. 
 
Obturação dos canais radiculares 
Para a obturação pela técnica de cone único utilizaram-se cones calibrados de 
guta-percha correspondentes ao sistema de instrumentação aplicado em cada grupo, 
WOG e Hyflex EDM. No grupo 3, correspondente à instrumentação manual realizou-se 
a técnica de condensação lateral a frio, utilizando como cone principal o correspondente 
à última lima utilizada com todo o CT. 
Utilizou-se o cimento endodôntico biocerâmico GuttaFlow Bioseal (Còltene). A 
mistura e a aplicação do cimento foram realizadas segundo as recomendações do 
fabricante. Utilizou-se um brunidor aquecido para o corte e remoção do excesso em 
coronal e um condensador vertical (Dentsply Maillefer) para compactar a guta-percha no 
interior do canal radicular. Posteriormente, todos os excessos de material obturador 
presentes na câmara, foram removidos com algodão embebido em álcool etílico 96%. 
No final foram realizadas radiografias, com incidência vestibular-lingual e mésio-
distal, em todos os dentes para avaliação da obturação. Para isso, utilizou-se um aparelho 
de radiografias digital (Trophy CCX) com um tempo de exposição (0,08s) e distância 
fonte-película constante e igual para todos os dentes. 
 
Contabilização do tempo 
Tempo de instrumentação 
Foi incluído na contagem do tempo de cada grupo 1-3, desde a nova 
permeabilização com a lima 10k, passando pelo tempo efetivo/ativo de instrumentação, 
ou seja, o momento em que o instrumento de cada sistema foi trabalhando dentro do canal 
radicular até chegar ao CT, o tempo despendido na irrigação e na troca e limpeza de 
instrumentos bem como na recapitulação com a lima manual 10k e a irrigação final. 
O tempo foi registado com um cronómetro digital, expresso em segundos 
(aproximado até às décimas de segundo), sempre com o auxílio de um operador 
assistente. 
 
 
 
16 
Avaliação da qualidade da obturação 
A qualidade da obturação foi avaliada de acordo com a densidade, sendo assim 
classificada como adequada (na ausência de vacúolos) e inadequada (na presença de 
vacúolos) e pelo comprimento. O comprimento da obturação foi classificado como curto, 
adequado ou longo, segundo os critérios presentes na Tabela I. 
De todas as radiografias realizadas, foram apenas classificadas as realizadas na 
incidência vestíbulo-lingual, em ordem aleatória, por 2 observadores, não sendo passível 
os observadores associarem as radiografias do estudo experimental com o operador e/ou 
o sistema utilizado. Antes de pontuar as radiografias do estudo, os dois observadores 
(médicos dentistas experientes e docentes de Endodontia da FMDUP) foram calibrados 
através da classificação de 20 radiografias de dentes obturados, não incluídos no estudo. 
 
Tabela I- Parâmetros de avaliação radiográfica. 
Parâmetros de Qualidade Categorias e limites 
Comprimento da Obturação Curto >2mm aquém do ápice 
radiográfico 
 Adequado 0-2mm aquém do ápice 
radiográfico 
 Longo Presença de material além do 
ápice radiográfico 
Densidade da Obturação Adequada Ausência de vacúolos 
 Inadequada Presença de vacúolos 
 
 
Análise estatística 
A análise estatística dos dados foi realizada utilizando o IBM® SPSS® Statistics (Versão 
25 do SPSS®). 
A análise consistiu em: 
• estudo descritivo dos dados – variáveis qualitativas e quantitativas (gráficos de perfil 
e tabelas de estatísticas sumárias). 
• avaliação da distribuição dos dados – o teste de Shapiro–Wilk foi utilizado para testar 
o ajuste da normalidade dos dados. Este teste mostrou uma distribuição normal das 
variáveis. 
 
17 
• estudo comparativo – as diferenças no tempo de instrumentação entre as três técnicas 
de instrumentação (WOG vs. HyFlex vs Roane) foram avaliadas pela One-Way 
ANOVA. 
• a qualidade do tratamento endodôntico (comprimento de obturação e densidade) 
foram avaliadas pele teste do Qui-quadrado. 
A regra de decisão utilizada consistiu em detetar evidência estatística significativa para 
valores de probabilidade inferior a 0,05. 
 
Resultados 
1. Tempo de instrumentação 
 Houve diferenças entre os tempos de instrumentação, refletidas na 
comparação entre as técnicas rotativas mecanizadas e a técnica manual. Não se registaram 
diferenças estatisticamente significativas relativamente ao tempo de instrumentação, 
entre as técnicas mecanizadas, WOG e HyFlex (p>.05). O tempo de instrumentação 
utilizando a técnica de Roane foi superior ao tempo de instrumentação pelas técnicas 
WOG e HyFlex, com diferenças estatisticamente significativas (p<.05). 
 
Figura 1- Comparações múltiplas do tempo de instrumentação em cada técnica (WOG – WaveOne Gold). 
 
 
18 
2. Densidade 
A percentagem mais baixa na classificação da densidade, foi observada na 
condensação lateral e técnicade Roane (75% adequada) e a percentagem mais elevada 
foi verificada com a técnica de cone único e o Sistema Hyflex EDM (95% adequada), 
conforme o descrito na Tabela II. 
Contudo, não existiu diferença estatisticamente significativa entre a densidade e 
os diferentes sistemas (p>.05) 
 
 
Tabela II- Distribuição da densidade de obturação pelas três técnicas (WOG – WaveOne Gold). 
 Densidade 
 Adequada Inadequada 
WOG 18 (90%) 2 (10%) 
HyFlex 
EDM 
 19(95%) 1 (5%) 
Roane 15 (75%) 5 (25%) 
 
 
3. Comprimento 
Não existiu diferença significativa entre o comprimento e as diferentes técnicas 
de obturação (p>.05) 
 
 
Tabela III- Distribuição do comprimento de obturação pelas três técnicas (WOG – WaveOne Gold). 
 Curto Correto Longo 
WOG 0 (0%) 15 (75%) 5 (25%) 
HyFlex 3 (15%) 8 (40%) 9 (45%) 
Roane 2 (10%) 13 (65%) 5 (25%) 
 
 
4. Qualidade do Tratamento endodôntico 
 Considerando um tratamento de qualidade apenas quando o comprimento 
e densidade se apresentam adequados, não se verificaram diferenças significativas na 
qualidade da obturação entre os diferentes grupos (p> .05) . 
 
19 
 
 
Figura 2- Qualidade do tratamento endodôntico tendo em conta o comprimento e densidade de obturação. 
(Tratamento endodôntico adequado = comprimento e densidade adequados). 
 
Erros no procedimento 
No decorrer da investigação foram assinalados a fratura de ápex de alguns dentes, 
potencialmente por apresentarem algum grau de desidratação anterior ao estudo. 
Conferiu-se presença de cavidades de acesso inadequadas (algumas com desgastes 
compensatórios de dentina excessivo outras com desgaste insuficiente). 
Detetou-se a ausência de correspondência do calibre apical (gauging) do canal 
radicular com o calibre da última lima utilizada, em determinadas preparações dos três 
sistemas de instrumentação utilizados, tendo ainda se verificado uma fratura de uma lima 
10k aquando da permeabilização de um canal. 
 
Discussão 
O tempo de instrumentação com os sistemas mecanizados (WOG e Hyflex EDM) 
foi significativamente inferior ao da técnica manual (Roane). Apesar disso, a qualidade 
do tratamento nos vários grupos, não foi influenciada seja ao nível da densidade ou 
comprimento da obturação, tendo sido considerada adequada em cerca de 50% dos casos. 
65%
35%
50%
35%
65%
50%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
WOG
HyFlex
Roane
Adequado Inadequado
 
20 
Estes resultados corroboram os de outros estudos, que apontam um menor tempo 
de trabalho com instrumentação mecanizada comparativamente à instrumentação manual, 
independentemente do sistema de instrumentação mecanizado utilizado. (20, 21) 
Comparativamente ao movimento rotatório, a experiência prévia dos estudantes 
na instrumentação manual não evidencia vantagens. Sontag e cols. (21) num estudo em 
canais curvos simulados, concluem que apesar de se tratar do 1º contacto com a 
instrumentação rotatória, os estudantes apresentaram um número significativamente 
maior de preparações adequadas com instrumentação rotativa do que manual, escoltado 
de um menor tempo de trabalho, menos erros de procedimento e menor número de 
instrumentos fraturados. Além disso 83% dos estudantes afirmam que se sentem mais 
seguros com a instrumentação rotatória e 50% pensa que ambas devem ter igual relevo 
no ensino pré-graduado. 
Outros estudos, em canais simulados em blocos de resina acrílica, instrumentados 
com limas ProFile (Dentsply Tulsa Dental Specialities, Tulsa, OK) reportaram que o 
tempo necessário para a preparação do canal era inversamente proporcional à experiência 
do operador (22), contudo recorreram ao uso de canais curvos e por isso mais difíceis de 
instrumentar, onde a experiência influenciou os resultados. 
Podemos assim considerar que, a preparação do sistema de canais radiculares 
requer competências que devem ser consideradas previamente, especialmente em 
anatomias mais complexas. Apesar dos avanços no design dos instrumentos, a 
experiência e as competências táteis do operador permanecem como um fator importante. 
(23) 
Comparando a experiência dos operadores, alguns estudos apontam que o tempo 
dos procedimentos diminui ao fim de um pequeno número de preparações, (20, 24, 25) 
realçando a necessidade de conhecer a curva de aprendizagem de modo a melhorar a 
performance clínica dos estudantes.(26) Outros autores, pelo contrário, concluem que o 
tempo de preparação é inversamente proporcional à experiência dos operadores.(27) 
Neste estudo, apenas no grupo dos estudantes (operadores inexperientes), o tempo de 
instrumentação foi significativamente reduzido quando foi criada uma glidepath, 
preparando os canais previamente com um instrumento pathfile. De notar que nesta 
investigação foram utilizados canais mésio-vestibulares de molares inferiores, 
selecionadas de acordo com os ângulos de curvatura, ˃ 25 ⁰ - 45⁰. Diferentes tipos de 
dentes e planeamentos experimentais devem ser considerados na análise dos resultados. 
 
21 
Na presente investigação, os estudantes, finalistas do MIMD, tinham sido 
introduzidos anteriormente ao sistema WOG, durante um curto período de treino, 
essencialmente pré-clínico. Este aspeto não teve efeito observável, uma vez que os 
resultados entre os 2 sistemas mecanizados analisados não diferiram significativamente 
entre si. O mesmo foi referido por outros investigadores, ao usarem como comparação 
um sistema rotativo (Profile- Dentsply Tulsa Dental Specialities, Tulsa, OK) já conhecido 
dos estudantes. Neste caso, não só os estudantes preferiram os sistemas mais modernos, 
nomeadamente Hyflex (Coltène Whaledent , Allstätten, Switzerland) e BioRace (FKG 
Dentaire SA, Switzerland), comparativamente ao de 1ª geração (Profile- Dentsply Tulsa 
Dental Specialities, Tulsa, OK), como apresentaram maior rapidez e melhor resultado nos 
procedimentos com os novos sistemas, apesar da sua inexperiência. (14) Outros estudos 
referem diferenças entre operadores experientes e inexperientes, apresentando os últimos 
com tempos de preparação mais longos bem como uma maior incidência de erros de 
procedimento. (24, 28) Deve ser realçado que apesar de ser referido pelos autores que se 
trata de um sistema de instrumentação aparentemente simples, de lima única (Sistema 
Reciproc -VDW GmbH, Munich, Germany), compara estudantes sem qualquer contacto 
prévio com o tratamento endodôntico e dentistas pós-graduados em Endodontia, 
utilizando canais com curvatura dupla, ou seja de dificuldade acrescida, como 
anteriormente referido. Estes aspetos certamente contribuíram para a diferença nos 
resultados obtidos. 
Relativamente aos sistemas de instrumentação utilizados no presente estudo, os 
dois sistemas mecanizados, WOG e Hyflex EDM, com movimento reciprocante e rotação 
contínuo, respetivamente, são denominados sistemas de lima única, com um tamanho 
apical final de preparação idêntico (25). No entanto, diferem consideravelmente na 
composição das ligas de NiTi e composição de fases. (29) O sistema manual utilizado 
caracteriza-se por uma sequência de limas de ponta inativa exercendo o seu maior corte 
no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio com leve pressão apical, através do qual 
a preparação ficará mais centrada, com menos erros de procedimento e deste modo 
proporcionando uma maior previsibilidade na obturação através da técnica balanceada ou 
de Roane. (30) 
Vários estudos destacaram os benefícios de limas NiTi em comparação com as 
limas manuais de aço inoxidável. Essas vantagens incluem manutenção aprimorada da 
forma anatómica e curvatura originais do canal radicular, diminuição de erros de 
procedimento e tempo de tratamento reduzido. (21, 31) Os nossos resultados estão em 
 
22 
linha com estudos prévios que compararam a instrumentação manual em aço inoxidável 
com instrumentação rotatória NiTi (21, 31, 32). Tal como outros autores (20) apesar de 
não termos usado as tradicionaislimas de aço, manteve-se uma diferença significativa no 
tempo de instrumentação entre os sistemas mecanizados e a instrumentação manual. 
Contudo, não se verificaram diferenças estatisticamente significativas entre os grupos de 
instrumentação mecanizada, o que não está em concordância com outros autores (8, 20), 
apresentando um maior tempo de preparação associado a sistemas de rotação contínua 
comparativamente aos sistema de lima única (reciprocante). O movimento reciprocante é 
geralmente associado a um menor tempo de preparação em estudos de comparação com 
sistemas de rotação contínua de sequências de multi-instrumentos. Contudo, na presente 
investigação, o sistema rotativo apresenta um sistema de lima único em tudo semelhante 
ao do reciprocante, não tendo implicado tempo adicional de preparação ou maior número 
de passagens da lima até ser atingido o comprimento de trabalho.(25) Acresce que os 
dentes utilizados foram monorradiculares, com canais geralmente retos. 
No presente estudo apenas uma lima 10k manual (de aço inoxidável) foi fraturada 
por um operador durante a permeabilização de um canal, não se tendo verificado a fatura 
de nenhuma lima de NiTi ou manual durante a instrumentação dos canais. Outros autores 
(21) reportaram uma baixa incidência de fraturas de instrumentos, embora sem diferenças 
significativas observadas nas limas rotatórias e nas limas manuais, ambas de NiTi. 
Contudo, uma diferença pode ser observada em relação às limas manuais de aço 
inoxidável, que fraturavam mais frequentemente do que as limas rotatórias. (33) Já no 
estudo de Munoz et all (28), descobriram que o número de instrumentos fraturados era o 
dobro no grupo de estudantes e que isso pode estar relacionado à experiência do operador. 
Outros estudos referem que as fraturas de limas manuais em tratamentos realizados por 
estudantes, embora numa reduzida percentagem, são influenciadas pelo tipo de 
procedimento, ocorrendo essencialmente em casos de retratamentos. (34) 
Na presente investigação, as técnicas mecanizadas permitiram um menor tempo 
de trabalho, não afetando a qualidade técnica do tratamento. Jungnickel e cols, (20) 
utilizando dentes monorradiculares extraídos preparados por estudantes, verificaram que 
os dentes instrumentados pela técnica de Roane e obturados pela técnica de condensação 
lateral apresentaram taxas de selamento lateral significativamente inferiores comparados 
com os preparados por instrumentação mecanizada e obturação por cone único. 
Relativamente ao comprimento, a proporção de cones adequados não foi afetado pelas 
várias técnicas de preparação/obturação. Outros estudos (35) comparando a preparação 
 
23 
manual e rotativa (Protaper Universal- Dentsply Maillefer) concluíram que a qualidade 
técnica do tratamentos realizados com instrumentação rotativa e obturados pela técnica 
de condensação lateral, era superior à de instrumentação manual. Contudo, os dentes 
utilizados incluíram pré-molares e molares. Os autores reportam que a instrumentação 
rotativa melhorou significativamente o sucesso do tratamento, particularmente em 
molares e com mais ênfase à medida que o número de canais aumentava. Embora sem 
completar a obturação, Sontag e cols. (21) reportam que, no conjunto dos canais 
preparados, a manutenção do comprimento adequado ocorreu com maior frequência no 
grupo de instrumentação rotatória do que no de instrumentação manual. Contudo, a 
curvatura do canal pode ter contribuído para a perda de comprimento, em alguns dos 
casos, contrariamente ao estudo ex-vivo, aqui apresentado onde os canais eram 
maioritariamente retos. 
 Na presente investigação foram considerados critérios estritos (densidade e 
comprimento da obturação) (36) sendo avaliados os Rx periapicais por 2 observadores 
independentes, previamente calibrados, para melhor padronizar os critérios de avaliação 
da obturação. Apesar disso, o estudo apresenta limitações nesta avaliação, em parte 
devido a um deficit quase generalizado na realização da cavidade de acesso, 
condicionando a introdução de cones acessórios na técnica de condensação lateral e 
também, um adequado preenchimento com cimento na técnica de cone único. De modo 
a colmatar esta falha, ao contrário de outros investigadores (20) analisaram-se apenas os 
Rx na incidência V-L, a qual também se assemelha mais à visão que podemos ter na 
clínica, com os tratamentos em pacientes. Embora a percentagem de tratamentos de 
qualidade adequada esteja de acordo outros estudos (20, 37, 38) é realçada a necessidade 
de melhorar a formação dos estudantes, nomeadamente no que diz respeito ao ensino 
baseado em competências, insistindo-se num treino pré-clínico e clínico suficiente e, 
eventualmente diferente em número de casos para cada estudante, de modo a serem 
atingidos os objetivos de aprendizagens definidos pelas atuais guidelines dos curricula 
para o ensino da Endodontologia. (39) A prevalência de periodontite apical nas 
populações está particularmente associada a tratamentos endodônticos standards de baixa 
qualidade (40) sendo imperativo melhorar e uniformizar a formação pré-graduada, 
incentivando uma formação pós-graduada ao longo do exercício profissional. Num estudo 
de Gound e cols(41), embora apresentando 80% de TE realizado por estudantes com 
qualidade adequada, é salientada a existência de uma variabilidade no resultado obtido, 
independentemente da experiência dos estudantes. É ainda realçada que a avaliação do 
 
24 
TE, realizada na clínica, através de Rx periapicais, sobrestima a qualidade da obturação 
dos canais radiculares. 
As guidelines das sociedades científicas e profissionais aconselham o 
desenvolvimento de programas curriculares em Endodontia introduzindo a recente 
tecnologia e materiais associados com um melhor prognóstico da terapêutica 
endodôntica. (42) A recomendação do uso de cimentos de silicato de cálcio nos vários 
procedimentos endodônticos, desde a terapia pulpar vital aos casos de apexificação, 
reparo de perfurações ou cimentos endodônticos nas técnicas de obturações com cones 
de guta-percha é um desses exemplos. Nesse sentido a presente investigação pretendeu 
dar a conhecer aos estudantes um cimento recentemente introduzido no mercado, 
indicado para a obturação dos canais radiculares, com particular destaque para a técnica 
do cone único. 
Todas as preparações e obturações foram realizadas por estudantes finalistas do 
MIMD, sem experiência prévia no sistema de instrumentação mecanizada nem de 
obturação com cone único ou manuseamento de cimentos biocerâmicos. 
O presente estudo utilizou dentes humanos, que são as amostras clinicamente mais 
relevantes no que diz respeito à avaliação da qualidade da instrumentação. No entanto, 
existem limitações quanto à padronização, utilizando estas amostras, tendo em conta a 
variação da anatomia do canal, diâmetro e dureza da dentina (43), o que poderia ser 
ultrapassado com o uso de canais simulados em blocos de resina acrílica, que têm vindo 
a demonstrar que representam um modelo experimental válido (44) uma vez que 
permitem avaliar o resultado da preparação do canal e do desempenho do instrumento 
sob uma condição padronizada. Contudo podemos apontar como desvantagem dos 
últimos a geração de calor durante a preparação do canal, podendo amolecer o material e 
levar à ligação das lâminas de corte. Pelo que, devemos considerar que o modelo 
experimental de canais simulados em blocos de acrílico também apresenta limitações ao 
extrapolar os seus resultados para os tratamentos em dentes naturais. (45) 
Um outro aspeto positivo decorrente do trabalho realizado por 4 operadores, 
estudantes, resultou na preparação de 20 dentes por operador, ou seja, o número mínimo 
indicado nas 1ªs orientações da Sociedade Europeia de Endodontia para o ensino pré-
graduado em Endodontia. (46) Apesar de ser atualmente referido que as competências 
adquiridas devem sobrepor-seao número de trabalhos exigidos para a graduação, 
constituiu certamente uma oportunidade de treino pré-clínico adicional. No entanto, as 
 
25 
conclusões apresentadas não podem ser extrapoladas diretamente para todos os potenciais 
operadores das técnicas avaliadas sob esta investigação. 
Assim, estudos futuros beneficiariam da incorporação de mais indivíduos e 
deveriam identificar o impacto da experiência no resultado do tratamento endodôntico e 
no delinear de uma curva de aprendizagem, ou se na verdade será impossível delinear 
essa curva dada a variação das capacidades individuais de cada estudante/profissional. O 
desempenho dos sistemas de tratamento endodôntico contemporâneos e seu impacto no 
resultado clínico devem ser mais investigados. 
 
 
 
26 
Considerações finais 
Nas condições do presente estudo, a preparação dos canais com sistemas 
mecanizados de lima única foi associada a um procedimento mais rápido do que o sistema 
manual pela técnica balanceada, independentemente do movimento reciprocante ou de 
rotação contínuo. 
A qualidade da obturação foi independente do sistema de instrumentação manual 
ou mecanizado, ou técnica de cone único/condensação lateral avaliados. 
A qualidade dos tratamentos endodônticos, realizados pelos estudantes, foram 
avaliadas com critérios estritos e classificadas como adequadas em cerca de 50% dos 
casos. 
 
 
 
 
 
27 
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31 
Anexos 
Anexo 1: Declaração de autoria do trabalho apresentado 
 
 
32 
Anexo 2:Parecer do Orientador para entrega definitiva do trabalho apresentado 
 
33 
Anexo 3: Parecer da Comissão de Ética da Faculdade de Medicina Dentária da 
Universidade do Porto 
 
 
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Anexo 4: Parecer da Comissão Científica da FMDUP 
 
	Índice de Figuras
	Índice de Tabelas
	Índice de Abreviaturas
	Resumo
	Abstract
	Materiais e Métodos
	Seleção de Dentes
	Preparação da amostra
	Acesso
	Instrumentação dos canais radiculares
	Irrigação final
	Obturação dos canais radiculares
	Contabilização do tempo
	Tempo de instrumentação
	Análise estatística
	Resultados
	1. Tempo de instrumentação
	2. Densidade
	3. Comprimento
	4. Qualidade do Tratamento endodôntico
	Erros no procedimento
	Discussão
	Considerações finais
	Referências Bibliográficas
	Anexos
	Anexo 1: Declaração de autoria do trabalho apresentado
	Anexo 2:Parecer do Orientador para entrega definitiva do trabalho apresentado
	Anexo 3: Parecer da Comissão de Ética da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto
	Anexo 4: Parecer da Comissão Científica da FMDUP

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