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Caso de transtorno de humor Paulo, 48 anos homem solteiro, corretor imobiliário e filho único. Sua mãe teve uma doença mental aos 46 anos de idade, sendo provavelmente depressão da meia idade. Ele foi educado em escola particular e conquistou grau universitário em administração de empresas. Durante seu primeiro ano na universidade tentou obter uma bolsa de estudo e não conseguiu, tornando- se apático, insone e nervoso por um período de 2 meses. Poucos anos após terminar a faculdade entrou em uma competição de vendas de automóveis e ganhou o primeiro prêmio uma viagem ao Havaí. Durante sua viagem tornou-se hiperativo e insistia em realizar cada refeição na mesa do capitão, onde contou histórias obscenas e causou embaraço as mulheres. Meteu-se em várias brigas com os garçons e camareiros e queixou-se ao comissário de bordo várias vezes a menor provocação. Ao desembarcar recusou-se a voltar a sua terra natal. Exigiu as acomodações mais luxuosas no hotel e porque não estavam disponíveis começou uma violenta discussão com o gerente, o que resultou em uma hospitalização por causa de seu comportamento. Permaneceu internado por três meses e voltou a casa dos pais. O ataque atual começou cerca de seis semanas antes de buscar auxílio. Naquela época, vendia propriedades em um novo loteamento. Tornou- se extremamente ativo, levantando-se cedo e abordando os clientes em potencial nos terminais de ônibus, saguões e corredores de hotel. Falava de modo tão convincente que fez um bom número de vendas na primeira semana. Continuou a fazer muitos depósitos, alardeando suas habilidades de vendedor, discutindo ruidosamente com seus colegas e finalmente sendo detido porque deixou de pagar sua passagem em um ônibus da cidade. Entrou então com uma queixa de danos contra a companhia, reclamando R$100.000,00. O advogado contratado percebeu o absurdo de suas reivindicações e convenceu a procurar ajuda. Imediatamente após comparecer ao centro de saúde mental ele exigiu a presença do médico responsável e solicitou permissão para utilizar o telefone. Mostrava-se razoavelmente coerente, mas sua fala era circunstancial. Quando indagado sobre algo banal, sua resposta foi uma explicação longa, digressiva e confusa. Após ser lembrado repetidas vezes para responder à pergunta, finalmente o fez, para retornar a outra longa digressão. Embora acreditasse estar sendo abusado, não exibiu quaisquer outras ideias delirantes e em nenhum mostrou-se confuso ou com alucinações. Seu intelecto era aguçado e sua memória, particularmente para coisas triviais, impressionante, mas não tinha qualquer discernimento quanto ao seu estado exaltado e irritabilidade anormal, sendo seu julgamento também fraco. Fazia exigências fora da realidade ao pessoal da clínica e, se eram frustradas, tornava-se abusivo, sarcástico e irritadiço. Neste período, descobriu-se que quando um provável comprador se recusava a fazer o pagamento inicial de um terreno comprado, ele tirava o dinheiro de sua própria conta e forjava uma assinatura no contrato. Isso explicava suas vendas incríveis. Passava muito tempo, enquanto estava na unidade de tratamento, escrevendo cartas para o prefeito, vários advogados e cidadãos influentes. Escrevia em pedaços de papel que encontrava, a lápis. Sua caligrafia era desleixada em garranchos; sublinhava muitas palavras e colocava outras em maiúscula. Todos os dias encontrava-se com os médicos na porta da unidade e começava a provocá-los. Gostava particularmente de discutir com os médicos, exigindo evidencias que provassem sua insanidade e consistentemente todas as acusações de mau comportamento. Em voz alta, prometia fazer com que o diretor da clínica fosse substituído e os médicos denunciados como charlatões. Era sugestivamente malicioso em todas as suas conversas com as profissionais do sexo feminino, exceto com uma jovem funcionária a quem propôs casamento. Ao longo das quatro semanas, foi foco constante de comoção, um crítico crônico de tudo e de todos, coletando e guardando para si papéis, escova, revistas e todas a espécie de quinquilharia e entrando em brigas com os outros, ocasionalmente era muito agradável e alegre, particularmente se lhe fosse permitido falar durante todo o tempo sem interrupção. Nessas ocasiões gostava de recitar paródias e poemas famosos rápida e inteligentemente. Alguns desses poemas ele não havia mais declamado desde seus tempos de escola secundaria. Estava medicado com: Olanzapina 10 mg um comprimido cedo Clorpromazina 100mg um comprimido à noite Clonazepam 2mg um comprimido de 12/12hs Ácido Valpróico 500mg um comprimido 12/12h Carbonato de lítio 300mg um comprimido de 8/8h Indique os sintomas e relacione com a sintomatologia do transtorno de humor Faça também um plano de cuidados num centro de atenção psicossocial.
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