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CESARE BRANDI (1)

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CESARE BRANDI 
Teoria do Restauro
Universidade do Oeste de Santa Catarina Campus Videira
Curso de Arquitetura e Urbanismo - 9 ͣ fase 
Orientadora: Tulainy Parisotto 
Disciplina : Patrimônio
Acadêmicos:
Anderson Lazari 
Emily Luvizon 	 
Helena Pazin			 
Lucca Dias			 
Taimara Antunes dos Santos
			
O presente trabalho refere-se ao estudo de Teoria do Restauro, realizado na disciplina de Patrimônio Histórico, dentre tantos teóricos e seus posicionamentos, trazemos a abordagem e visão sobre a Teoria de Césare Brandi, um dos teóricos mais atuais.
FICHA TÉCNICA
APRESENTAÇÃO
VIDA E OBRA
Nascido em Siena, Itália;
Formou-se em Direito (1927) e História da Arte(1928);
Trabalhou como funcionário público, administrador, professor e escritor de livros de viagem;
Dedicou-se à História da Arte, à poesia, à pintura, à Estética e à Restauração;
1930 iniciou seus trabalhos como supervisor de monumentos e galerias e na Administração das Antiguidades de Belas Artes em sua cidade natal.
1934 Brandi atuou na Universidade de Roma, assim como em outras instituições como escritor, crítico e palestrante, sempre envolvido com a arte, história e restauração, assunto que o fascinava desde a infância.
1938 ficou a cargo de organizar o Instituto Central de Restauro (ICR), em Roma. 
Em 1939 ele passou a ser o diretor do ICR, permanecendo até o ano de 1960.
O ICR, hoje Centro Internacional de Estudos de Conservação e Restauro de Bens Culturais (ISCR), foi criado em um contexto histórico onde se fazia necessária novas soluções práticas para resolver a ampla destruição do patrimônio histórico europeu, produzida pela segunda guerra mundial. A fim de recuperar a identidade da população, destruída no pós-guerra. 
Na Itália uma importante corrente, abriu caminho para uma nova teoria cuja busca era simplificar a recuperação do cenário, em menor tempo e recursos . 
Em pouco tempo o instituto se tornou referência obrigatória em técnicas de restauração, proteção, salvaguarda e restauro em toda a Itália.
ICR/ ISCR
A partir do ano de 1948, iniciou seus trabalhos junto à Unesco como especialista. 
Nessa época ele também começou a produzir inúmeras obras relacionadas a sua área de conhecimento e à sua vasta experiência prática e reflexiva acumulada no ICR.
Após deixar a direção do ICR, passou a se dedicar às “reflexões sobre a arte, a literatura das obras e monumentos de arte”. 
Foi neste contexto que Brandi desenvolveu as linhas gerais de sua principal contribuição para a área, denominada de teoria do restauro crítico.
INICIALIZAÇÃO À TEORIA DA RESTAURAÇÃO
Publicação de seu livro Teoria da Restauração ocorreu em 1963, sintetizando suas experiências práticas e teóricas sobre o restauro, desenvolvidas desde a década de 1940 no ICR. 
Posteriormente esta obra veio a ter grande influência sobre a elaboração da Carta de Restauro Italiana de 1972 .
O seu pensamento e pesquisa contribuíram para a formulação das atuais filosofias relacionadas a restauração .
TEORIA DA RESTAURAÇÃO
Para ele a restauração é “o momento metodológico do reconhecimento da obra de arte, na sua consistência física e na sua dúplice polaridade estética e histórica, com vistas à sua transmissão ao futuro.”
O reconhecimento da obra de arte deve ser fundamentado em análises sobre a totalidade da obra em seus aspectos físicos, da imagem figurada, da transformação ao longo do tempo, através de instrumentos de reflexão oferecidos pela historiografia da arte, a estética, a filosofia e a fenomenologia, buscando reconhecer a sua unidade potencial.
SEU PENSAMENTO
A restauração deve visar o restabelecimento da unidade potencial da obra de arte, desde que seja possível alcançar isso sem cometer um falso artístico ou um falso histórico, e sem apagar cada traço da passagem da obra de arte no tempo. Necessária para resgatar a identidade artística original do objeto. Essa lógica é contrária as abordagens empiristas.
Sustenta que o ato do restauro exige que o objeto seja reconhecido pelo observador como obra de arte. 
A partir disso o restaurador precisa agir buscando resgatar a sua unidade potencial, sem que produza falsificações ou que elimine a patina característica das passagem do tempo na obra. Busca pela essência.
Esta perspectiva acerca da identidade da obra de arte foi denominada pelo autor de “Astanza”. 
Em circunstâncias onde haja “elementos destinados a substituir as partes faltantes” o pensamento brandiano defende que o mesmo deverá “integrar-se harmoniosamente ao conjunto”, no caso dos “acréscimos só poderão ser tolerados na medida em que se respeitem todas as partes do edifício, seu esquema tradicional, o equilíbrio de sua composição”. Brandi também recomenda o “respeito absoluto pela matéria original” e “pelas marcas da passagem do tempo nas varias fases da obra”, pois os considera como parte da essência primeira da mesma.
Brandi expõe uma tentativa de se evitar intervenções onde as contaminações oriundas do juízo de valor da equipe de restauro, alterem de maneira irreversível as características que lhes dão identidade.
Preservar a essência primeira do objeto ou, como denominou o autor, sua Astanza.
Portanto, um restaurador munido de sua subjetividade pode criar intervenções que modifiquem a essência primeira do objeto que podem ser passíveis de contestações futuras, já que a intervenção feita hoje, pode não ser a melhor solução ou compreensão no futuro.
Na visão brandiana, o restauro é um ato crítico no qual se expõe o valor de uma ideia, de uma apreciação, sendo decisivo na escolha do que deve ser preservado, o que no caso da arquitetura é a solução arquitetônica alicerçada na solução estética e histórica.
Assim, a intervenção só é qualificada quando há o seu completo entendimento e este encontra-se incidido sobre a matéria. O pensamento de Brandi defende que a composição para a intervenção deve se aplicar de maneira única, ou seja, cada caso é um caso a ser analisado. Conforme suas características particulares, deve-se perceber a essência do objeto e afastar a ação do empirismo.
Sob esta abordagem, um restaurador precisa se preocupar, principalmente, com aqueles elementos que apresentem influência sobre a construção da essência primeira do edifício ou obra de arte, que na perspectiva de Brandi representa sua identidade artística. 
Portanto, cabe ao restaurador garantir que qualquer inserção externa recupere e não altere tais componentes que tornam a obra de arte reconhecível.
Cabe ressaltar que deve-se levar em consideração o estado do monumento a ser restaurado. Neste sentido Brandi, ressalta que a obra não poderia se apresentar como ruína.
Brandi entende que a ruína constituirá a obra de arte com feições distintas “e quase irreconhecível em relação àquele de que se revestia antes”. Neste caso caberia somente a sua conservação e consolidação dos detritos remanescentes. 
Enquanto houver “vestígios de artisticidade em um produto da atividade humana, por mais que esteja mutilado, não se deve falar de ruína”.
Assim, a restauração tem que se fundamentar na análise da obra, nos seus aspectos físicos, nas suas particularidades formais e também no seu transcorrer na história, sendo que somente através do ato crítico se pode “contemporizar as instâncias estéticas e históricas e intervir respeitando seus elementos característicos”. 
A teoria brandiana, como aquela que se refere à importância de se levar em consideração os aspectos culturais dos países onde se encontram as obras de arte devendo, quando necessário aplicar a intervenção, que esta se faça de acordo com a sua cultura.
Isso porque, um restaurador munido de sua subjetividade pode criar intervenções que modifiquem a essência primeira do objeto que podem ser passíveis de contestações futuras, já que a intervenção feita hoje, pode não ser a melhor solução ou compreensão no futuro.
“A proteção do nosso património
cultural é, infelizmente, uma escolha que, pelo menos em termos explícitos e conscientes, é feita própria por grupos muito restritos, e muito pouco influentes no plano da economia nacional, para ter na imediata real possibilidade de prevalecer sobre escolhas a ela contraditórios ou mesmo apenas indiferentes. Tanto mais se a ter que decidir é uma classe política manifestamente ignorante ou descuidada dos recentes progressos doutrinais em matéria de teoria e prática das decisões públicas. Matéria já claramente sujeita ao princípio segundo o qual progresso e desenvolvimento não dependem apenas da dinâmica mecanicista das forças econômicas tradicionais, mas também, medida em última instância predominante, pela consideração do que beneficia ao homem”.
João Urbano, crítico de arte italiano e diretor do Instituto Central da restauração de 1973 a 1983.
Conceito de Restauração
 Devolver a eficiência.
 Contém dupla polaridade: a estética e histórica.
 As obras de arte para serem restauradas deveriam seguir a Instância Estética e Instância Histórica. 
 Pode ser elaborada em 3 situações diferentes:
- Duração do processo criativo original.
- O intervalo que se separa a criação da obra original e sua atualização.
- O tempo como instante de apresentação na consciência humana.
 Define a restauração como o momento metodológico do reconhecimento da obra de arte com vistas à sua transmissão para o futuro.
 Uma obra de arte, não importa o quanto antiga e clássica ela é realmente, acaba sendo recriada todas as vezes que é experimentada esteticamente.
 Qualquer que seja a intervenção a obra de arte, não é permitido repetir os elementos da imagem.
1º Restaura-se somente a matéria da obra de arte, o ato de sua formulação, o ato da criação.
2º A restauração sem cometer um falso artístico ou um falso histórico
A matéria da obra de arte deve ser considerada em duas características distintas: A estrutura e o aspecto. 
 O aspecto diz respeito ao teor artístico, irrepetível, 
 A estrutura é o suporte que permite à imagem manifestar-se. 
A Remoção de adições do ponto de vista histórico. 
 Quando feita a remoção, deve-se tomar o cuidado de deixar documentação física sem muito interferir no aspecto da obra.
Obra Anunciación
Originalmente pintada a óleo para a igreja local de Santa Maria de Annunziata, em 1474. A obra foi redescoberta em 1897 em Siracusa em péssimos estados de preservação, e apenas em 1902 foi documentada oficialmente como sendo obra de Antonello da Messina.
Princípios de Restauração:
Restaura-se apenas a matéria da obra de arte, onde manifesta a imagem que reproduz sua transmissão. A restauração deve se limitar a manter a consistência física o mais intacta possível a longo prazo. 
Deve-se manter o caráter único da obra, sem cometer falsificações históricas ou artísticas, deixando claro que a restauração não se limita em restabelecer a funcionalidade, mas a percepção de instância estética e histórica. 
Técnicas
Tinta Neutra: buscando neutralizar as lacunas.
Tratamento Arqueológico: procura afastar a lacuna a um plano especial.
Retroceder a lacuna: para levar a mesma a um nível inferior
Antes da restauração
Depois da restauração
Obra Duccio di Buoninsegna, Majestade 1311. 
 Encomendado para a Catedral de Siena e representa a Virgem Maria em forma de Majestade; 
 Técnica: Têmpera e Ouro sobre madeira;
 A melhor maneira de abordar a teoria de Brandi é provavelmente através da técnica pictórica e tratteggio (essa pintura deve ser construída sobre um fundo branco usando apenas os efeitos da mistura de cores, são preenchidas com linhas finas rigorosamente verticais e paralelas, geralmente pintadas em aquarela);
Referências
 http://www.cabinetmagazine.org/issues/40/burnett.php
 http://revistacontemporartes.com.br/2018/02/23/cesare-brandi-e-os-aspectos-universais-da-teoria-da-restauracao/
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/f2/Antonello_da_Messina_066.jpg/1200px-Antonello_da_Messina_066.jpg
http://www.siracusaturismo.net/public/schede/Annunciazione_dopo_restauro.jpg
http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/15066/material/TR_BRANDI.pdf

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