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Malária e Toxoplasmose

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Parasitologia é a ciência que estuda o parasitismo, um tipo específico de relação entre os seres vivos.
Malária
A malária é uma infecção causada por quaisquer das quatro espécies de protozoários do gênero Plasmodium (Plasmodium falciparum, plasmodium vivax, plasmodium malarie e plasmodium ovale), transmitida pela fêmea do mosquito Anopheles (conhecido no Brasil como mosquito prego).
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA
Mais comuns: febre (que pode ser terçã, a cada 48 horas , ou quartã, a cada 72 horas), calafrios, tremores, suores intensos, cefaleia, e mialgia.
Outros sintomas: vômito, diarreia, dor abdominal, falta de apetite, tontura e sensação de cansaço.
DIAGNÓSTICO CLÍNICO E LABORATORIAL
Após suspeitas observando os sinais e sintomas (manifestação clínica), pode-se confirmar através de: encontro de estágios intraeritrocitários do parasito em amostras de sangue periférico por meio dos esfregaços sanguíneos examinados ao microscópio óptico; testes rápidos imunocromatográficos (que detectam enzimas ou antígenos do Plasmodium); PCR ou LAMP.
PATOGENIA
Ao se alimentar de sangue, a fêmea do mosquito Anopheles infectada pelos plasmódios inocula (através da saliva) os esporozoítos no hospedeiro humano. Os esporozoítos infectam as células do fígado, onde se amadurecem para esquizontes. Os esquizontes se rompem liberando os merozoítos, que infectam as hemácias no sangue. O parasita se multiplica assexuadamente se diferenciando em esquizonte (forma do plasmódio em divisão celular que origina novos merozoítos). Os novos merozoítos rompem a parede do eritrócito, destruindo-o, e liberando citocinas que podem levar a um quadro de toxicidade. Os sintomas aparecem devido a essa ruptura maciça das hemácias e a resposta inflamatória sistêmica.
CICLO DE VIDA
Ao se alimentar de sangue, a fêmea do mosquito Anopheles infectada pelos plasmódios inocula dos esporozoítos (por meio da saliva) no hospedeiro humano. Pelo sangue, os esporozoítos migram para o fígado e infectam os hepatócitos, se alojando e se reproduzindo assexuadamente, dando origem aos merozoítos. Os merozoítos rompem a membrana dos hepatócitos, caindo na circulação sanguínea, onde invadem os eritrócitos. No interior das hemácias eles passam por alguns estágios de desenvolvimento (diferenciação do merozoíto em trofozoíto jovem, trofozoíto maduro) até o esquizonte, que com as inúmeras divisões celulares, geram novos merozoítos, que rompem a parede da hemácia, caindo na corrente sanguínea. Em alguns glóbulos vermelhos, o tropozoíto deu origem a gametócito (responsável pela reprodução sexuada do parasito). O mosquito anófeles, ao picar uma pessoa contaminada, suga esses gametócitos até seu intestino, onde esses rompem suas hemácias e transformam-se em macrogametócito e microgametócito, que se fecundam e originam o oocineto. O oocineto perfura o intestino do mosquito, formando o oocisto, que é o local onde o parasita se desenvolve na forma de esporozoíto. Esses, rompem o oocisto e se deslocam para as glândulas salivares do mosquito. O mosquito ao se alimentar de sangue humano inocula os esporozoítos, reiniciando o ciclo.
TRANSMISSÃO
A transmissão ocorre pela picada do mosquito do gênero Anopheles infectados com o protozoário Plasmodium. A doença pode ser transmitida, também, por meio de contaminação direta com o sangue de uma pessoa infectada.
PREVENÇÃO
Controle vetorial: Uso de mosquiteiros em áreas com casos da malária; utilização de repelentes; telas protetoras nas janelas. Quimioprofilaxia (medicamentos antimaláricos para viajantes que vão para os lugares de risco de infecção da doença).
EPIDEMIOLOGIA MUNDIAL E NACIONAL
A malária é uma das principais doenças parasitárias da atualidade, com 130 a 400 milhões de casos anuais. Desses, mais de 85% ocorrem nas áreas de savana e floresta equatorial da África Subsaariana. No Brasil, em 2017, através de uma atualização epidemiológica da Organização Pan-Americana da Saúde, houve o registro de 174.522 casos, e mostra que a unidade federativa mais afetada é o Amazonas. A letalidade da doença pode atingir 20% dos casos.
Toxoplasmose
A toxoplasmose, popularmente conhecida como doença de gato, é causada pelo parasita protozoário Toxoplasma Gondii, adquirida por meio de contato via oral com os parasitas ou, pela placenta, de mãe infectada para filho.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Em pacientes imunocompetentes, geralmente, é uma doença assintomática. Entretanto, a toxoplasmose pode-se apresentar com mialgia, coriza, cefaleia, fadiga, dor de garganta, linfadenopatia (aumento dos linfonodos), hepatoesplenomegalia (aumento do tamanho do fígado e do baço). As infecções primárias podem, também, resultar em um comprometimento ocular. Já em pacientes imunocomprometidos, além das manifestações clínicas antes citadas, pode ocorrer também convulsões e déficits motores focais.
DIAGNÓSTICO CLÍNICO E LABORATORIAL
Através da observação dos sintomas, pode-se haver a comprovação: em gestantes, pela pesquisa de DNA de toxoplasma gondii no líquido amniótico com o uso da PCR; outros pacientes, exame de sorologia com teste de anticorpos por fluorência indireta (IFA) ou imunoensaio enzimático para IgG e IgM.
PATOGENIA
A infecção pelo toxoplasma gondii pode ser assintomática, ou até levar ao óbito. Na fase aguda, há o rompimento celular e liberação de novos taquizoítos no sangue e linfa, assim como desenvolvimento da imunidade e eliminação das formas extracelulares. Quando o hospedeiro cria imunidade, a multiplicação de taquizoítos cessa e formam-se cistos teciduais, que persistem, dormentes (bradizoítos), durante anos, substancialmente no cérebro, olhos e músculos.
CICLO DE VIDA
Os hospedeiros definitivos do toxoplasma gondii são os membros da família Felidae. Os oocistos são eliminados pelas fezes do felino. Um hospedeiro intermediário (como o ser humano e outros mamíferos, ou aves) pode fazer uso da ingestão de alimentos ou água contaminados com oocistos maduros, que contêm os esporozoítos, ou carne crua ou má cozida contendo bradizoítos ou, ainda, leite contendo taquizoítos. Dentro do hospedeiro, o oocisto se rompe no intestino, liberando os esporozoítos que invadem as hemácias (dentro dessas células, são denominados taquizoítos). Após inúmeras divisões celulares assexuadas pelo parasito, há o rompimento da célula hospedeira. Com o grande número de taquizoítos, há a invasão de tecidos, onde o ciclo assexuado pode levar à formação de bradizoítos intracelulares. A formação de bradizoítos ocorre com maior intensidade frente à resposta imunológica do hospedeiro e se alojam no interior de cistos teciduais. Quando o felídeo ingere os tecidos infectados do hospedeiro intermediário, os bradizoítos infectam seu intestino, levando a formação final de oocistos, que são eliminados nas fezes dos membros da família Felidae, reiniciando o ciclo.
TRANSMISSÃO
A transmissão pode ser através de: ingestão de oocistos presentes em alimentos contaminados, jardins, caixas de areia, latas de lixo, etc; indubitavelmente, ingestão dos cistos contendo os bradizoítos em carne mal cozida ou crua (especialmente de porco ou carneiro); ou, ainda, transmissão de taquizoítos da mãe para o feto durante a gravidez.
PREVENÇÃO
Evitar o consumo de carnes cruas ou malpassadas. Evitar o consumo de água não-filtrada e lavar cuidadosamente os vegetais consumidos crus. Limpar diariamente os ambientes domésticos contaminados com fezes de gatos, e lavar as mãos após concluído. Pré-natal realizado pelas gestantes e se, confirmada infecção, realizar o tratamento para não transmitir ao feto. Quimioprofilaxia (em casos de imunocomprometidos).
EPIDEMIOLOGIA MUNDIAL E NACIONAL
Estima-se que 1 a cada 3 pessoas no Brasil sejam contaminadas com toxoplasmose. E, 2 bilhões de pessoas infectadas com a doença em todo o mundo. Foi nacionalmente, nos últimos 50 anos, a porcentagem preocupante de 35,5% de todos os surtos notificados.
Referências:
FERREIRA, Marcelo Urbano. Parasitologia Contemporânea. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
PEARSON, Richard D. Malária. Manual MSD. Vírgínia - EUA, maiode 2019. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/protozo%C3%A1rios-extraintestinais/mal%C3%A1ria. Acesso em: 22/10/2020
http://www.saudedoviajante.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=120 Acesso em: 22/10/2020
PEARSON, Richard D. Toxoplasmose. Manual MSD. Virgínia – EUA, maio de 2019. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/protozo%C3%A1rios-extraintestinais/toxoplasmose. Acesso em: 23/10/2020

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