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AÇÃO DE DIVORCIO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...... VARA ÚNICA DA FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE TEÓFILO OTONI-MG.
 
 
 
VILMARA FRANCISCO REIS DA COSTA, brasileira, casada, manicure, inscrita no CPF sob o n° 11.537.816-38, RG-MG-17.227.547 SSP/MG, residente e domiciliada na Rua Nilza Cândida, Bairro Frei Dimas, nº 166, Teófilo Otoni,MG, CEP 39804-227 por seu procurador devidamente inscrito na OAB/MG sob XX.XXX, com escritório na Rua, Bairro, Cidade/Estado, onde poderá receber intimações de praxe vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência propor a presente:
 
 AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO C/C ALIMENTOS,
 
Em face de WEDRECY DIAS DA ROCHA, brasileiro, casado, trabalhador de serviços gerais, residente e domiciliado Rua Camilo Pontes, nº 231, Bairro Cidade Alta, Teófilo Otoni/MG, CEP 39800.100, B consubstanciada no § 6º do art. 226 da CRFB/88, Emenda Constitucional n. 66/10, Lei n. 6.515/77 e art. 693 e seguintes da Lei 13.105/2015 (NCPC), pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
 
 
1. DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA 
A Promovente declara que não está em condições de pagar as custas do processo sem prejuízos do sustento próprio e da sua família, posto isso requer o benefício da justiça gratuita de acordo com a lei 1.060/1950.
2. DOS FATOS
 
A Promovente e o Promovido são casados, pelo regime de comunhão parcial de bens do art. 1.658 do Código Civil/2002, desde o dia 07/05/1994, consoante denota-se da certidão de casamento anexa.
Desta união, nasceram Sophia Isabel dos Reis Rocha, em 22/03/2014, hoje com 06 anos e Ariel Arthur dos Reis Rocha, em 02/02/2010, hoje com 10 anos, conforme certidões de nascimento anexas.
O casal conviveu casados por X anos, no entanto, a relação se deteriorou, estando separados de fato a X anos, quando da decisão de separação o Promovido não aceitou a decisão da Promovente e ameaçou matá-la, bem como seus familiares (boletim de ocorrência anexo) nessa toada não mais possui a Promovente o ânimo de dar continuidade ao enlace, ante o término da afetividade recíproca e ameaças.
 Atualmente o Promovido paga mensalmente o valor de R$ 270,00 (duzentos e setenta reais) a título de alimentos aos filhos, o qual é pago todo dia 06 à Promovente e a mesma assina promissória como comprovação de recebimento. 
3. DO DIREITO
O § 6º do art. 226 da Constituição Federal, antes da modificação trazida pela Emenda Constitucional nº 66/2010, estabelecia que o “casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após prévia separação judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei, ou comprovada separação de fato por mais de dois anos”, ao passo que, após a referida alteração, passou simplesmente a prever que o “casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio”.
 	Assim, diante da leitura do artigo supramencionado, conclui-se que é permitida a extinção do vínculo matrimonial pelo divórcio sem a necessidade de prévia separação judicial por mais de 1 ano ou de comprovação da separação de fato por mais de 2 anos, como era exigido anteriormente. 
Tendo em vista que as partes encontram-se separados de fato e a impossibilidade de reconciliação, pleiteiam a decretação do divórcio de maneira consensual, nos termos das cláusulas acima descritas.
 
4. DOS BENS
Não há bens a serem partilhados, uma vez que durante a constância do casamento não foi adquirido nenhum bem pelo casal, a fim de ser discutido na presente ação de divórcio.
5. DA GUARDA
Tendo em vista que na guarda o interesse da menor é priorizado – interpretação do artigo 6º do ECA – e em consonância com o artigo 28, § 3º, do mesmo diploma legal, viceja o melhor juízo no sentido da menor permanecer residindo com sua genitora. Nesta seara, a guarda compartilhada descrita no artigo 1.583, § 1º, parte final, do Código Civil, é, a princípio, a que melhor atende os interesses da menor no caso em comento.
Saliente-se que durante a semana a criança permanecerá com a mãe da requerente no período matutino, e na parte da tarde poderá desfrutar do conforto, lazer e educação em uma creche a qual já frequenta.
Outrossim, desde a separação de fato a Promovente manteve a guarda fática dos menores, razão pela qual a manutenção desta com sua genitora é a medida que melhor atenderá os interesses da criança, haja vista que ela ficará na mesma residência e permanecerá convivendo diariamente com sua mãe, num ambiente em que já está acostumada.
Por fim, de salutar importância delinear o direito de visita do Promovido. E aqui, embora não seja errado dizer que o pai visitará os filhos por ser um direito dele, há de se ressaltar que muito maior que o direito de visita é o direito das crianças em conviver harmoniosamente com seu pai.
Assim, com o escopo de atender o interesse da menor, deverão permanecer durante a semana com a Promovente, ficando reservado ao Promovido o direito de ficar com os filhos em finais de semana alternados, bem como em quaisquer outros dias do ano, desde que previamente acordado com a Promovente.
Deste modo, com fulcro no artigo 1.584, I, do Código Civil, requer a Promovente que os filhos do ex-casal fique sob sua guarda, na modalidade compartilhada, podendo ao Promovido manter convívio com os menores.
6. DOS ALIMENTOS 
A obrigação alimentar do Promovido decorre do fato dele ser pai dos menores (anexo) que atualmente encontra-se sob a guarda fática da Promovida.
Com efeito, o dever alimentar dos pais para com os filhos está expressamente previsto no artigo 229 Carta Magna, bem como nos artigos 1.694 e 1.696 do Código Civil.
Neste diapasão, uma vez reconhecida a obrigação alimentar, faz-se necessário determinar o quantum a ser pago. E aqui nos deparamos com o famoso binômio necessidade do alimentado e possibilidade do alimentando.
Pois bem. Conforme qualificação apresentada no preâmbulo, o Promovido não possui uma profissão específica, e recebe, em média, uma remuneração pouco maior que o salário mínimo vigente. De outro lado temos os alimentandos, que atualmente constam respectivamente com 06 e 10 anos de idade, demandando gastos com alimentação, vestuário, educação, saúde e lazer.
Confrontando este binômio e não havendo dúvida quanto à obrigação alimentar do Promovido, aparenta ser plenamente razoável a fixação de pensão alimentícia em favor dos menores no valor de R$ XXXXXXXXXX, obrigando aquele a depositar o valor até o dia 06 de cada mês na conta corrente da Promovente, a saber: XXXXXXXXXX..
7. DA TUTELA DE URGÊNCIA
Para evitar qualquer discussão sobre a possibilidade ou não de concessão de alimentos provisórios no rito ordinário, far-se-á o pedido de antecipação dos efeitos da tutela (art. 300, caput, CPC) para fins de sustento dos filhos do ex-consortes, em analogia ao que dispõe o artigo 20 da Lei 6.515/77.
Neste contexto temos que o artigo 300, caput, CPC, permite ao magistrado antecipar os efeitos da tutela “quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo”.
O requisito exigido pela primeira parte do artigo 300 do códex processual, que costumeiramente é denominado fumus boni iuris, pode ser cristalinamente vislumbrado nas certidões de nascimento em anexo.
De outro lado, o artigo 300, in fine, do CPC, estabelece que além da verossimilhança é preciso que exista aquilo que a práxis forense denomina como periculum in mora, que no caso em testilha independe de prova (art. 375, CPC), uma vez que é inequívoco que os filhos menores e absolutamente incapazes necessitam do amparo de ambos os pais para sobreviver.
Por fim, não há qualquer risco de irreversibilidade, uma vez que a obrigação alimentar do Promovido é inequívoca, e prover o sustento dos filhos cabem primordialmente aos pais.
Portanto, uma vez demonstrados os requisitos necessários, deve ser concedido a antecipação dos efeitos da tutela para o fim de condenar o requerido a pagar pensão alimentícia em favor dos menores.
8. DO PEDIDO
Ante todo o exposto requer a Vossa Excelência:
a) A concessão da tutela antecipada, inaudita altera parte, para o fim de condenar o requerido a pagar pensãoalimentícia à sua filha, no valor de R$ XXXXXXX, até o dia 06 (seis) de cada mês, mediante depósito na conta corrente da requerente descrita;
b) A citação do Promovido para, caso queira, apresentar resposta dentro do prazo legal;
c) A intimação do representante do Ministério Público do Estado de São Paulo, nos termos do artigo 178, II, do Código de Processo Civil;
d) Ao final, seja a presente ação julgada totalmente procedente, para:
d.1) declarar a extinção do vínculo conjugal entre Promovente e Promovido, mediante divórcio, determinando-se a expedição do competente ofício para averbação junto ao Cartório de Registro Civil onde fora firmado o matrimônio;
d.2) regulamentar a guarda dos menores XXXXXXXXXXXXXXXX e XXXXXXXXXXX permanecendo estes morando com a Promovente, e estabelecendo-se a guarda compartilhada, 
d.3) confirmando a tutela antecipada, condenar o requerido na prestação de alimentos definitivos aos filhos na quantia de R$ XXXXXXXXXX mensais, a serem depositados sempre até o dia 06 (seis ) de cada mês na conta corrente mencionada, 
e) A concessão à Promovente dos benefícios da assistência judiciária gratuita, nos termos da Lei 1.060/50, por ser pessoa pobre, não podendo arcar com a custas do processo sem prejuízo do sustento seu e de sua família, conforme declaração em anexo;
f) A condenação do Promovido nas custas processuais e honorários advocatícios.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial a prova documental, testemunhal e depoimento pessoal do Promovido.
Dá-se à causa o valor de R$ XXXXXXXXX, nos termos do artigo 292, III e VI, do Código de Processo Civil.
Termos em que,
Pede deferimento.
Cidade, dia, mês ano
ADVOGADO
OAB

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