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03/05/2018
1
Instituto Superior Politécnico Lusíada de Benguela
Metodologia da Investigação Científica
2018 Ricardo Nunes
Metodologia da Investigação Científica
1. É uma ciência?
2. O que é?
3. Para que serve?
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 2
03/05/2018
2
“Cebola da Investigação”
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 3
Investigação Científica
Duas questões a ter em mente:
1. «Qual é o meu problema?»
2. «O que devo fazer?»
Com estas duas simples questões, temos a síntese
do que constitui o processo da investigação em qualquer
área científica.
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 4
03/05/2018
3
O Homem está sempre à procura de alguma coisa,
em algum lugar, com alguma intenção e de alguma
maneira, portanto, surgem imediatamente outras
perguntas:
1. Procurar o quê?
2. Com que objectivos?
3. Como procurar?
4. Procurar para quê?
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 5
A Gestão, Economia, Contabilidade e Direito não fazem
parte das ciências exactas, como a matemática, química,
astronomia, física, etc. E sendo uma ciência social, pode ser
analisada por um variado número de posições ontológicas,
epistemológicas e metodológicas.
Não podemos afirmar que haja UMA teoria da gestão,
economia, contabilidade e Direito.
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 6
03/05/2018
4
Dissertação
A formatação do texto deve respeitar as normas internacionais:
1. Folhas A4, impressas somente na frente do papel;
2. Alinhamento do texto justificado;
3. Espaçamento entre linhas:
• 1.5 no corpo de texto;
• 1,5 entre o cabeçalho e o corpo do texto;
• 1,5 entre a numeração de página e o corpo do texto;
• Duplo (24 pontos) entre parágrafos..
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 7
Tipo e tamanho de letra:
1. Todo o texto do trabalho, Times New Roman;
2. Corpo do texto, tamanho 12;
3. CAPÍTULOS, tamanho 16, em maiúsculas, negrito
e centrado;
4. Subcapítulos ou Secções, tamanho 14, negrito e
centrado ou alinhado à esquerda.
5. Tabulação em cada parágrafo.
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03/05/2018
5
Numeração das páginas:
1. Fonte 12;
2. Centrada na parte inferior da folha;
3. Distância de 1,5 do corpo do texto.
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Cabeçalho:
1. Título do trabalho em maiúsculas;
2. Fonte 10;
3. Alinhado à direita na margem superior;
Notas de rodapé;
1. Fonte 10.
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03/05/2018
6
Margens:
1. Superior – 2,5 cm,
2. Inferior – 2,5 cm,
3. Direita – 2,5 cm,
4. Esquerda – 3,5 cm
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Estrutura da Dissertação
Elementos pré-textuais:
1. Capa;
2. Folha de rosto;
3. Agradecimentos (opcional);
4. Resumo (Abstract) e palavras chave;
5. Lista de ilustrações, tabelas, símbolos, siglas e
abreviaturas;
6. Índice (ou a jusante dos elementos textuais).
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 12
03/05/2018
7
Elementos textuais:
1. Introdução;
2. Revisão da literatura/Enquadramento teórico;
3. Problemática;
4. Metodologia;
5. Apresentação dos resultados;
6. Discussão dos resultados;
7. Conclusão.
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Elementos pós-textuais:
• Bibliografia;
• Índice (ou a montante dos elementos textuais);
• Anexos.
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03/05/2018
8
Problemas de investigação definidos de forma muito geral:
1. O propósito desta investigação é o de estudar o insucesso
escolar.
2. Esta investigação analisará a integração de alunos deficientes.
3. O objectivo deste estudo é investigar os processos cognitivos
dos estudantes.
4. Este estudo investiga as relações entre criatividade e
inteligência.
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Problemas de investigação definidos de forma específica:
1. O propósito deste estudo é investigar se o aproveitamento em
Matemática de alunos do ensino secundário das escolas do
município de Benguela, difere em função da eficácia dos seus
professores, medida através da Escala de Eficiência Docente X.
2. Há diferenças significativas entre alunos do 9.º ano de biologia
que aprendem a unidade didáctica “vulcões” pelo método
tradicional e com base num protótipo intermédia?
3. Este estudo pretende caracterizar os professores estagiários de
Português do 2.º Ciclo da Província de Benguela.
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03/05/2018
9
Hipóteses
Uma hipótese é uma previsão de resposta para o
problema da investigação, Coutinho (2013).
Ao ser uma previsão de explicação de um fenómeno
que está expresso no problema a investigar, resulta que
o papel da hipótese numa investigação dependerá da
perspectiva ou paradigma.
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As hipóteses devem ser: testáveis, justificáveis,
relevantes, claras, quantificáveis e com capacidade
explicativa.
Na formulação de hipóteses, as variáveis devem ser
passivas de avaliação sem conter juízos de valor.
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03/05/2018
10
Formulem uma hipótese de investigação:
Um professor de terapêutica acredita que os alunos
integrados classificados como com “dificuldades de
aprendizagem” têm mais problemas de comportamento que os
alunos que apresentam outras necessidades educativas
especiais.
Para averiguar se isto é assim, solicita aos professores dos
vários centros educativos que respondam a um questionário
acerca do comportamento dessas crianças.
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Metodologia:
• Destina-se a dar informação sobre os
procedimentos gerais usados na pesquisa
empírica, os instrumentos utilizados e relatar a
maneira como os dados foram recolhidos. Inclui
normalmente os seguintes elementos;
• Alusão ao enfoque de investigação (quantitativa VS
qualitativa) e apresentação do plano metodológico;
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11
•Descrição da população alvo, da população acessível, da
amostra dos participantes utilizada e do processo de definição
de amostras;
•Justificação dos instrumentos escolhidos;
•Descrição dos instrumentos usados (testes, questionários,
entrevistas);
•Considerações sobre a fiabilidade e validade dos instrumentos;
•Descrição dos procedimentos adoptados no estudo.
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Apresentação e discussão de resultados:
• Destina-se a informar o leitor sobre as respostas que os
dados obtidos fornecem em relação às questões empíricas
formuladas no início do trabalho. Normalmente inclui os
seguintes elementos:
• Descrição dos resultados obtidos, por referência às hipóteses
e previsões iniciais, com ilustração através de figuras,
quadros, gráficos, considerados convenientes;
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12
• Descrição dos métodos utilizados para o tratamento
de dados;
• Indicação dos testes estatísticos aplicados;
• Informação sobre a confirmação ou não das previsões
iniciais.
• Normalmente, os resultados, são apresentados
tendo em conta a ordem das questões empíricas do
trabalho.
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Texto:
• (A quem nos dirigimos?) A todos os interessados,
por isso, deve-se dominar e ter claro o assunto
sobre o qual se escreve e fazer uma explicação dos
conceitos fundamentais utilizados no texto.
• Usar uma linguagem sóbria, simples e correcta.
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13
• Deve ter em consideração:
1. Tornar a escritaobjectiva;
2. Diferença entre voz passiva e voz activa;
3. Ler artigos académicos sobre o tema a escrever;
4. Atenção nas citações, notas de rodapé e referências
bibliográficas;
5. Elimine o máximo de erros de gramática.
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Bibliografia:
• A última parte do trabalho é a colecção de referências
bibliográficas efectivamente consultadas para a elaboração do
trabalho.
• Figuram no final do texto por ordem alfabética do apelido do
primeiro autor.
• Coutinho, Clara Pereira. (2016) Metodologia de Investigação em
Ciências Sociais e Humanas: Teoria e Prática, Almedina:
Coimbra, 2ªEdição.
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14
Referências Bibliográficas:
• Esta secção consta de uma lista de fontes citadas no
artigo de investigação. O estilo para apresentação de
referências bibliográficas varia em função das diferentes
áreas e domínios das ciências. Embora, o mais
recomendado, seja usar as normas da APA (American
Psychological Association).
• Não se deve confundir referências bibliográficas com
bibliografia.
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Processo de investigação
«O processo de investigação empírica, não é só um
processo de aplicação de conhecimentos, mas também
um processo de planificação e calendarização» Hill
(2012).
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15
Exemplo:
• Imagine que quer ir passar uns dias a Luanda;
• A viagem tem um objectivo (trabalho ou férias);
• É preciso fazer escolhas (ir de carro, autocarro, avião, etc.);
• É preciso planear a viagem (dia e hora da partida);
• É preciso pensar adiante (roupas adequadas, onde ficar, etc.).
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Ou seja, a investigação compreende os seguintes
aspectos:
1. Objectivo;
2. Escolhas;
3. Planeamento;
4. Pensar adiante.
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16
É conveniente fazer anotações e pequenos resumos de
cada um dos trabalhos empíricos seleccionados:
1. A situação em que o trabalho foi feito;
2. A natureza dos casos;
3. A amostra dos casos;
4. As hipóteses do trabalho;
5. Os métodos utilizados para obter os dados;
6. Os métodos utilizados na análise de dados.
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Fontes possíveis: Teses / Relatórios / Livros / Revistas
científicas da especialidade / Resumos de Conferências /
Relatórios de organizações públicas / Publicações
Governamentais / Jornais / Catálogos / Bibliografias /
Dicionários / etc.
Locais de Pesquisa: Bibliotecas / Organismos Públicos /
Internet (motores de busca, sites de organizações, revistas
electrónicas, etc.)
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Proponham um tema sobre o qual
gostariam de investigar.
Deve:
1. Ser investigável;
2. Ter importância teórico prática;
3. Ser apropriado ao vosso nível de conhecimentos
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Hipóteses
A hipótese operacional é muito mais específica que a
hipótese geral.
Exemplo:
A Directora de Recursos Humanos de uma empresa,
apercebe-se que muitos operários de uma secção andam
insatisfeitos e decidiu falar com o Consultor dos R.H. sobre essa
insatisfação e este procedeu a uma investigação empírica.
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18
Hipótese Geral:
• A variedade no trabalho está relacionada com a satisfação
global do emprego.
Hipótese Operacional:
• Os operários que têm variedade no trabalho têm um valor
médio de satisfação global superior ao dos operários que
não têm variedade.
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03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 36Fonte: Hill (2012)
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O que se espera do Orientador 
• Que oriente o trabalho de investigação;
• Que leia bem e atempadamente o trabalho;
• Que esteja disponível quando necessário;
• Que apoie/ estimule o aluno nas várias fases;
• Que seja um crítico construtivo;
• Que tenha um bom conhecimento da área de investigação;
• Que crie condições para um ambiente favorável ao debate e troca de ideias.
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O que se espera do Investigador
• Que seja independente e perseverante;
• Que seja honesto ao transmitir os progressos da investigação;
• Que seja capaz de escrever um trabalho que não seja só um primeiro
rascunho;
• Que fomente reuniões regulares com o orientador;
• Que esteja estimulado com o trabalho;
• Que tenha plena consciência dos aspectos éticos da investigação.
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O trabalho académico é resultado da produção e
transmissão do conhecimento sobre determinada área e
é executado no âmbito das instituições de ensino.
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O trabalho científico apresenta resultados de uma
pesquisa realizada de acordo com o método científico
aceite por uma comunidade de pesquisadores. Ou seja,
considera-se científico o artigo que foi submetido a
exame por outros cientistas, que verificam as
informações, os métodos e a precisão lógico-
metodológica das conclusões ou resultados obtidos.
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21
Para Fonseca (2002), o conhecimento científico é
produzido pela investigação científica, através dos
métodos.
Conhecimento científico é o conhecimento
racional, sistemático, exacto e verificável da realidade. A
sua consistência está nos procedimentos de verificação
adoptados segundo os princípios da metodologia
científica.
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O conhecimento empírico «É o conhecimento que
adquirimos no cotidiano, devido ás nossas experiências.
É construído por meio de tentativas e erros num
conjunto de ideias. É caracterizado pelo senso comum,
pela forma espontânea e directa de entendermos»
(Tartuce, 2006).
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22
O método é o conjunto sistemático de regras e
procedimentos que, se respeitados na pesquisa
científica, conduzem a resultados consistentes.
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Metodologia é o estudo do método, ou seja, são as
regras e procedimentos estabelecidos para realizar uma
pesquisa científica, a qual compreende um conjunto de
conhecimentos precisos e metodicamente ordenados em
relação a determinado domínio do saber. Pode
significar o mesmo que Método.
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23
“Cebola da Investigação”
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Apenas se inicia uma pesquisa se existir uma
pergunta, uma dúvida para a qual se quer obter uma
resposta.
Para se fazer uma pesquisa científica, não basta o
desejo do investigador em realizá-la, é fundamental ter
conhecimento do assunto a ser pesquisado, os recursos
humanos, materiais e financeiros.
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24
Em outras palavras, metodologia são métodos e técnicas
que surgem na literatura, para designar os diversos meios que
ajudam/orientam o investigador na sua procura do
conhecimento.
A actividade preponderante da metodologia é a pesquisa.
Para Bisquerra (1989), os métodos de investigação
“constituem o caminho para chegar ao conhecimento
científico”.
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 47
• Técnicas (utilizadas por determinado ramo do saber ou ciência);
• Método (conjunto de técnicas suficientemente gerais para serem
comuns a um número significativode ciências);
• Metodologia (analisa e descreve os métodos, distancia-se da prática
para poder tecer considerações teóricas na produção do conhecimento
científico);
• Paradigma (sistema de princípios, crenças e valores que orientam a
metodologia e fundamentam as suas concepções numa dada
epistemologia).
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25
Formulação do tema e questões de investigação
Formular e clarificar o tema do projecto de investigação
é o ponto de partida. Por vezes, esta clarificação consome
muito tempo e leva a becos sem saída. Para um projecto bem
sucedido, é necessário dedicar algum tempo a esta tarefa e
ponderar bem as suas implicações.
Na fase inicial, as ideias gerais vão ganhando corpo e é
importante que se comecem a traduzir em potenciais questões
de investigação.
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Atributos de um bom tema de investigação:
1. É viável?
2. O tema é algo que fascina o investigador?
3. É possível obter, durante o tempo disponível para o
trabalho, as competências necessárias?
4. O tema é passível de ser tratado no tempo disponível? Será
demasiado abrangente?
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26
9. O tema de investigação adequa-se aos objectivos do curso?
10. O tema de investigação tem alguma relação com a teoria?
11. O investigador é capaz de definir claramente as questões
de investigação e os seus objectivos?
12. O tema trará novas ideias e conhecimentos recentes para a
área?
13. O tema adequa-se aos objectivos profissionais do
investigador?
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Técnicas para produzir e aperfeiçoar as ideias do projecto de
investigação:
1. Brainstorming com mais de uma pessoa;
2. Análise de lacunas ou áreas pouco desenvolvidas;
3. Projectos existentes;
4. Forçar a ligação entre várias palavras de interesse e usar
motores de busca para encontrar ideias.
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27
O tema deve ser adequado em escala, ou seja, tem
de ser realista. É comum os alunos pretenderem
desenvolver temas demasiado ambiciosos.
Por esse motivo, a investigação deve ser adequada e
recordar que podem ocorrer constrangimentos práticos:
• Tempo;
• Acesso à literatura e aos dados;
• Conhecimento prévio do tema.
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Instituto Superior Politécnico Lusíada de Benguela
Metodologia da Investigação Científica
2018 Ricardo Nunes
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Fonte: https://data.worldbank.org/country/angola?locale=pt
O investigador deve escolher um tema que tenha
particular interesse. Se o tema não for interessante para
o investigador é normal haver frustrações e vontade de
desistir. Quanto mais conhecimento do tema o
investigador tiver, menos dificuldades encontrará.
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29
Passo 1.
Objectivo: Encontrar uma área de interesse.
Método: Ler transversalmente alguns livros sobre os
tópicos que lhe interessem.
Passo 2.
Objectivo: Encontrar um tema dentro da área de interesse.
Método: Ler artigos científicos sobre o tema.
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Proposta de Investigação
1. Introdução;
2. Definir os objectivos do estudo;
3. Explicar as questões da investigação;
4. Operacionalizar contextos e seleccionar população;
5. Escolher os métodos de recolha de dados;
6. Implementar o estudo;
7. Analisar os dados;
8. Interpretar e discutir resultados.
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Variáveis
As variáveis são características pelas quais os
indivíduos de um universo ou de uma população se
distinguem entre si, tais como sexo, idade, peso,
estatura, formação, classe social entre outras.
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 59
Hipótese 1:
Há diferenças significativas entre alunos do 9.º ano
de biologia que aprendem a unidade didáctica “vulcões”
pelo método tradicional e com base num protótipo
intermédia.
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Variável é um “atributo que reflecte ou expressa
um conceito ou constructo e pode assumir diferentes
valores” (Almeida & Freire, 1997, p.56).
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Por exemplo, o conceito de “sexo”
operacionalizou-se numa variável com dois atributos:
masculino e feminino.
O conceito de “classe social” é mais complexo, é
uma variável com múltiplos atributos, como:
rendimentos familiar, nível educacional, profissão,
estatuto familiar, entre outros.
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Tipos de variáveis:
Variável independente (VI), pode ser manipulada
pelo investigador para conhecer o seu impacto numa
outra variável. É aquela em que os grupos em estudo
diferem e cujo efeito o investigador vai determinar.
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Segundo Sousa (2005), as variáveis independentes
serão aquelas que são independentes dos procedimentos
da investigação, que não dependem da investigação,
construindo no entanto factores determinantes que vão
influenciar, recorrendo o investigador à sua
manipulação para observar os efeitos produzidos nas
variáveis dependentes.
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33
Variável dependente (VD): altera-se quando o
investigador manipula (aplica, modifica ou suprime) a
VI.
Segundo Sousa (2005), consideram-se como
variáveis dependentes, aquelas que dependem dos
procedimentos da investigação, conotando-se
directamente com as respostas que se procuram. São
dados que se obtêm e que variam à medida que o
investigador modifica as condições de investigação.
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É importante definir quais são as variáveis em
estudo.
A primeira definição é conceptual, por exemplo,
queremos saber quantos toxicodependentes existem
numa população.
Em seguida, a definição operacional, por exemplo,
escalas de medição.
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“Cebola da Investigação”
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Filosofia da Investigação
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• Paradigma Positivista
Os investigadores que seguem uma orientação dos “recursos”,
abordam uma perspectiva positivista, inspirada numa ontologia realista,
envolve considerações acerca da visão que os investigadores têm de
como o mundo opera e da forma como explicam os seus pontos de vista
(Abordagem quantitativa).
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• Paradigma Positivista
• Ontologia: Única, objectiva e estática.
• Lógica: Hipotética-dedutiva.
• Finalidade: Descrever, analisar, explicar, prever, verificar e
construir teorias.
• Relação sujeito / objecto: Independente, neutra, distanciada.
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36
• O paradigma clássico do positivismo (ou racionalista) assume a
existência de uma só realidade, objectiva, averiguável através dos
cinco sentidos, sujeita a leis universais da ciência e manipulável
mediante processos lógicos.
O positivismo tem várias denominações; Empírico-analítico;
Objectivista; Realista; Quantitativo e Racionalista.
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Durkheim considera que:
• Existe uma realidade social exterior ao indivíduo;
• Esta realidade social é susceptível de ser conhecida
objectivamente;
• A realidade pode ser estudada com os mesmos métodos das
ciências naturais;
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Quanto ao modo de proceder do positivismo, ele é
fundamentalmente dedutivo, i.e., passa pelo processo da
observação empírica, experimentação e identificação de
regularidades em segmentos da realidade estudada, e chega a
generalizações ou ‘leis universais’.
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• Paradigma Interpretativo
O investigador que segue uma orientação dos
“sentimentos”, adopta uma postura interpretativista
(Abordagem qualitativa).
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• Paradigma Interpretativo
• Posição: relativista.
• Ontologia é: múltipla, dinâmica e subjectiva.
• Lógica: indutiva, descritiva interpretativa.
• Finalidade: compreender, interpretar, descobrir significados e
hipóteses de trabalho.
• Relação sujeito / objecto: dependentes, inter-relacionados,
implicação do investigador.
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O paradigma emergente do interpretativismo
assume a existência de realidades múltiplas, com
diferenças entre si, que não podem ser resolvidas
através de processos racionais ou, por exemplo, através
do aumento de tamanhos amostrais.
A interpretação científica é afectada por aspectos
Sociais e Psicológicos.
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Nas ‘ciências do espírito’ não se verifica a separação
entre observador e realidade observada; assim, o conhecimento
só se produz através de um processo muito específico: o da
compreensão.
Esta nova perspectiva entra verdadeiramente no campo
das ciências sociais pela mão de Max Weber, a quem se deve
uma elaboração metodológica e de investigação empírica,
assumindo um papel semelhante ao desempenhado por
Durkheim em relação ao positivismo.
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Weber pretende salvaguardar a objectividade da ciência social
quanto à sua “neutralidade valorativa”, i.e., insistindo na necessidade
das ciências sociais estarem livres de juízos de valor e da possibilidade
de chegar a enunciados com certo carácter de generalidade. As ciências
sociais “orientam-se para o indivíduo”.
Neste contexto, Weber defende a utilização da ‘tipologia ideal’ no
sentido em que se utilizam modelos teóricos racionais, claros, coerentes,
que auxiliam o investigador a interpretar a realidade, a qual é sempre
muito complexa, contraditória e desordenada.
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A concordância sobre os factos é facilitada ou dificultada
pela língua que falamos, pela cultura em que vivemos, pelos
valores que partilhamos, pelos pontos de vista a que estivemos
expostos, pela raça, classe social ou género, por determinadas
correntes ideológicas, disciplinas académicas, etc.
Nas ciências sociais, o investigador facilmente se torna
parte da realidade que está a investigar, uma vez que as
conclusões da sua investigação podem potencialmente alterar o
comportamento das pessoas/organizações que está a estudar.
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Exemplo: Um investigador que esteja preocupado com
factos, como por exemplo a quantidade de recursos necessários
num determinado processo fabril, provavelmente terá uma
visão diferente sobre a forma como a sua investigação vai ser
conduzida relativamente àquele investigador que está
preocupado em analisar os sentimentos e comportamentos dos
trabalhadores daquela mesma unidade fabril, face aos seus
gestores.
Não só as duas abordagens vão diferir em estratégias e
métodos, como também irão diferir claramente em termos do
que consideram importante e ou útil para a investigação deles.
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• Paradigma Socio-crítico
Guiado por ideologias no processo de produção de
conhecimento científico e com um cariz muito mais
interventivo, prático e participativo.
Não emprega uma metodologia rígida mas antes
prática, pretende compreender a acção humana no
processo da comunicação.
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• Paradigma Socio-crítico
• Ontologia é: múltipla, dinâmica e histórica.
• Lógica: indutiva.
• Finalidade: libertar, emancipar, melhorar, criticar, identificar
mudanças.
• Relação sujeito / objecto: Inter-relação por compromisso.
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Para Habermas (1974), os diferentes paradigmas da
investigação estão sempre ligados e dependentes de
determinados interesses sociais. A grande novidade desta
abordagem é a introdução explicita da ideologia no processo
de produção do conhecimentos científico.
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• Construcionismo
Guba e Lincoln (1994) defendem esta corrente e os seguintes
aspectos:
No que respeita à componente ontológica, como um “relativismo”
derivado de realidades construídas em contextos concretos.
Quanto à componente epistemológica, acreditam que a
investigação é mediada por valores de um sujeito investigador e um
objecto investigado, que comunicam entre si.
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Para esta corrente, a crítica e a transformação das estruturas
sociais, políticas, culturais, etc., consiste numa meta centrada na
reconstrução dos pontos de vista implicados no estudo, procurando-
se uma interpretação consensual suficientemente documentada.
A produção e acumulação de conhecimento resultam de
interpretações consensuais (construções) surgidas de um “processo
hermenêutico/dialéctico”, mas sujeitas a revisões à posteriori.
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Os critérios avaliativos da qualidade da investigação, em vez de
validade falam de confiabilidade, e em substituição dos critérios
convencionais de validade interna e externa, sugerem credibilidade e
transferibilidade.
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• Pragmatismo
O pragmatismo defende que o aspecto mais importante da
filosofia da investigação é a questão de investigação e só depois se
pondera qual das abordagens (positivismo, interpretativismo,
outra) pode ajudar a responder a essa questão, em melhores
condições.
Além disso, se a questão não sugere qual das duas abordagens
se adequa melhor, isto confirma a visão pragmática de que as duas
são possíveis e conciliáveis.
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Abordagem da Investigação
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• Abordagem da investigação
Qualquer projecto de investigação envolve o uso de teoria(s),
que, embora possa não estar explícita no desenho da investigação, o
está, normalmente, na apresentação de resultados e conclusões.
No entanto, ter consciência da teoria no início da investigação,
implica ter consciência do desenho de investigação que pretendemos
seguir. Isto é, saber se a investigação vai ser dedutiva ou indutiva.
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• Numa investigação dedutiva, desenvolve-se uma (ou
mais) teoria(s), formulam-se hipóteses, e pretende-se
que a investigação permita testar essas hipóteses à luz
das considerações teóricas.
• Numa investigação indutiva, recolhem-se primeiro os
dados empíricos e só através da sua análise se constrói
uma teoria (e/ou se relaciona com outras).
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03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 91
René Descartes (1596-1650) apresenta o Método Dedutivo
a partir da matemática e das regras de evidência, análise,
síntese e enumeração.
Exemplo:
Todo mamífero tem um coração.Ora, todos os cães são mamíferos.
Logo, todos os cães têm um coração.
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Parte-se de princípios reconhecidos como verdadeiros e
indiscutíveis, possibilitando chegar a conclusões de maneira
puramente formal, em virtude de sua lógica.
É o processo de raciocínio através do qual é possível, a
partir de uma ou mais premissas aceites como verdadeiras, a
obtenção de uma conclusão necessária e evidente.
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03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 93
Dedução (testar a teoria), características desta abordagem:
• Procura explicar relações causais entre variáveis;
• Emprega preferencialmente dados quantitativos (embora possa usar
qualitativos);
• Utiliza procedimentos de controlo para permitir testar as hipóteses;
• Baseia-se numa investigação fortemente estruturada em termos
metodológicos;
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 94Fonte: Hill (2012)
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• Considera que o investigador deve ser independente da
realidade observada;
• Os conceitos necessitam ser operacionalizáveis em variáveis
por forma a permitir que sejam passíveis de serem medidos
(quantitativamente);
• Para permitir a generalização de regularidades no
comportamento humano social é necessário seleccionar
amostras com tamanho suficiente.
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A Indução é o raciocínio que parte de dados particulares
(factos, experiências) e, através de uma sequência de operações
cognitivas, chega a leis ou conceitos mais gerais, indo da
experiência à teoria.
Para Francis Bacon (1561-1626), o conhecimento científico é o
único caminho seguro para a verdade dos factos, por considerar
que o conhecimento é fundamentado exclusivamente na
experiência.
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Indução: construir a teoria
• Pretende acima de tudo perceber a forma como os actores sociais
(objecto de estudo) interpretam o seu mundo.
• É muito mais flexível na metodologia e estrutura da investigação,
dando espaço a várias explicações alternativas.
• Preocupa-se particularmente com o contexto em que os factos
acontecem, escolhendo por isso amostras pequenas, sem se preocupar
com representatividade.
• Utiliza mais metodologias qualitativas e diferentes técnicas de recolha
de dados.
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Abordagem dedutiva Abordagem indutiva
Parece haver uma relação causal entre
absentismo, idade do trabalhador e tempo de
trabalho.
Com base nesta aparente relação causal
estabelece-se como hipótese que o absentismo é
mais provável em trabalhadores mais novos que
trabalhem há menos tempo na loja.
Recolher dados do absentismo e enviar um
questionário para recolher mais informação.
Definir bem os conceitos a utilizar, nomeadamente
o que se quer dizer por absentismo, quais as idades
que se consideram como jovens e qual o tempo de
trabalho que se considera recente.
Escolher a amostra representativa para a análise
daquela loja e não generalizar as conclusões para
outras lojas.
Entrevistar um determinado número de
empregados e de supervisores da loja sobre
a sua experiência de trabalho na loja, para
perceber melhor a natureza do problema.
Sem necessidade de definir classes de
idade precisas e tempos de trabalho e tentar
perceber várias outras razões que possam
influenciar o absentismo naquela loja.
Prestar especial atenção a todo o
funcionamento da loja e a todo o contexto
que a rodeia e aos trabalhadores e
supervisores.
Analisar os dados recolhidos e tentar
formular uma teoria aplicável aquele
contexto.
Exemplo: Objecto de estudo: estudar as razões para o elevado absentismo numa loja a retalho.
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Teoria
Processo
Dedutivo
Novos
(previstos)
Já
conhecidos
Processo
Indutivo
Dados
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Comparação entre o processo indutivo e dedutivo:
Fonte: Hill (2012), adaptado por Ricardo Nunes (2017)
Estratégia da Investigação
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• Experiência
Estratégia de ouro para as ciências naturais e menos
utilizada nas ciências Sociais.
O objectivo de uma experiência é estudar relações de
causalidade. As mais simples procuram encontrar uma relação
causal entre 2 variáveis; as mais complexas tentam observar
graus de causalidade em mais do que 2 variáveis.
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Um plano experimental ‘autêntico’ ou ‘puro’ tem duas
características fundamentais:
1) Manipulação intencional da variável independente por parte do
investigador;
2) Controlo de explicações alternativas através da utilização de pelo
menos um grupo equivalente ao grupo experimental.
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Fases deste método:
1 - Definição de hipóteses teóricas;
2 - Selecção de uma amostra de indivíduos da população conhecida;
3 - Divisão aleatória da amostra em dois grupos diferentes: o grupo
experimental e o grupo de controlo;
4 - Introdução da intervenção planeada ou manipulação de uma ou
mais variáveis;
5 - Medição da alteração de um número limitado de variáveis
dependentes;
6 - Controlo de todas as outras variáveis.
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• Pesquisa
A pesquisa permite a recolha de dados quantitativos
que se poderão analisar através de estatísticas descritivas.
Paralelamente, os dados recolhidos através de uma
pesquisa podem ser usados para apontar eventuais razões que
sugiram determinadas relações entre variáveis e para construir
modelos que expliquem essas relações.
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Normalmente, tem-se um maior controlo sobre todo o processo e
através de técnicas como a amostragem torna-se possível generalizar os
resultados para todo um universo/população.
Os dados recolhidos por pesquisa não são tão vastos como os
recolhidos por outras estratégias, pois têm sempre uma delimitação
mais específica (por ex., as variáveis são mais restritas; os questionários
têm um número limitado de perguntas, etc.).
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• Estudo de caso
O estudo de caso é uma abordagem metodológica
especialmente adequada quando procuramos compreender,
explorar ou descrever acontecimentos e contextos complexos, nos
quais estão simultaneamente envolvidos diversos factores.
Este poder ser um grupo, um indivíduo, uma organização,
uma comunidade, uma nação, etc., mas também uma interacção,
um processo, um acontecimento.
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A investigação com base num caso de estudo não é
baseada em amostragem probabilística, pois o objectivo
principal é compreender um determinado “caso” pelas
suas características. Ao escolher o “caso” o investigador
estabelece um fio condutor lógico e racional que vai
conduzir todo o processo de recolha de dados.
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• Investigação – Acção
A investigação está preocupada em alterar procedimentos
concretos numa organização e acompanha a introdução desses novos
procedimentos.
O envolvimento dos participantes na investigação estabelece-se
numa relação democrática e colaborativa entre participantes e
investigadores, em que o envolvimento dos participantes por norma
demonstra uma preocupação genuína com a investigação e determina os
resultados da própria investigação.
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•Grounded theory
Processo de desenvolvimento e construção teórica, através de
métodos indutivose dedutivos, particularmente interessante para uma
investigação que pretenda prever e explicar comportamentos.
Nesta estratégia, a recolha de dados começa sem um
enquadramento teórico prévio. A teoria é construída através de dados
recolhidos por inúmeras observações; dados estes que podem levar à
formulação de previsões, que futuras observações podem ou não
confirmar.
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• Método Comparativo
Considerando que o estudo das semelhanças e diferenças entre diversos
tipos de grupos, sociedades ou povos contribui para uma melhor
compreensão do comportamento humano, este método realiza comparações,
com a finalidade de verificar semelhanças e explicar divergências. O método
comparativo é usado tanto para comparações de grupos no presente como no
passado, entre sociedades de iguais ou de diferentes estágios de
desenvolvimento.
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• Etnografia
A etnografia é um processo essencialmente indutivo, com origem
no campo da antropologia. O seu objectivo é descrever e explicar o
mundo social que rodeia os sujeitos da investigação da forma como eles
a descreveriam e explicariam. Esta é uma investigação que envolve
muito tempo e que decorre durante um horizonte temporal
relativamente vasto, uma vez que se pretende conhecer este contexto
social em profundidade e detalhe.
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O processo de investigação é necessariamente
muito flexível pelo facto do investigador ter de rever
constantemente procedimentos ou passos de acordo
com o que vai observando. Por norma, não é uma
estratégia muito adoptada em gestão e direito, embora
se possa adequar quando os investigadores pretendem
obter um conhecimento profundo de um determinado
contexto e interpretar e conhecer determinadas
realidades na perspectiva de quem as vive.
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Horizonte Temporal
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Transversal – estuda um determinado fenómeno num período de
tempo particular, tentando envolver diversas dimensões presentes nesse
período de tempo.
Ou seja, é transversal se estudar um aspecto dos sujeitos num dado
momento.
Longitudinal – estudo um determinado fenómeno ao longo de um
intervalo de tempo.
Ou seja, é longitudinal se estudar os sujeitos em diferentes
momentos.
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Métodos Recolha de Dados
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Os instrumentos de pesquisa são o meio utilizado
pelo pesquisador para a recolha de dados, como o são,
por exemplo:
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•Análise Documental
Utiliza registos administrativos e documentos como a principal
fonte de informação. Embora o termo arquivístico tenha conotações
históricas, pode referir-se quer a documentos recentes, quer históricos.
Uma estratégia deste género permite formular questões de investigação
sobre acontecimentos passados ou alterações ao longo de um período de
tempo.
Questões de acesso e disponibilidade de dados são importantes
para que se possa considerar esta estratégia.
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• Observação
Segundo Lakatos & Marconi (1992), a observação directa intensiva
é um tipo de observação que "[...] utiliza os sentidos na obtenção de
determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir,
mas também em examinar os factos ou fenómenos que se desejam
estudar".
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• Questionários
De acordo com Tuckman (2000) um dos processos
mais directos para encontrar informação sobre determinado
fenómeno, consiste em formular questões às pessoas que, de
alguma forma, estão envolvidas ou relacionadas com o
fenómeno. Contudo, o processo de elaboração das referidas
questões não é óbvio e deve ser claramente sistematizado pelo
investigador.
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• Entrevistas
A entrevista é tida como uma técnica de investigação que
permite recolher informações, dados, utilizando a comunicação
verbal. A forma oral ou escrita, presencial ou não presencial,
aberta ou fechada, estruturada ou não estruturada, assumimos
como opções livres do investigador na criação e
desenvolvimento do guião de entrevista, instrumento para
recolher, através de questões, as informações que pretende em
relação ao estudo.
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Assim, o guião de entrevista, assume-se como uma forma de
organização e recolha de informação para um conjunto de questões em
regime oral e presencial, que desenvolve-se noutros aspectos ao nível da
estruturação (não estruturada, estruturada e semiestruturada).
Pelo referido, consideramos o guião de entrevista como um
instrumento da técnica de inquérito por entrevista situado sob o
paradigma de uma investigação de natureza qualitativa. Para Morgan
(1988) "uma entrevista consiste numa conversa intencional, geralmente
entre duas pessoas, embora possa envolver mais pessoas“.
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• Dados secundários
São dados originalmente utilizados para outras
finalidades que não a investigação em causa. Estes
podem ser documentos (pessoais ou oficiais), dados
físicos, de pesquisa em arquivo. Estes dados são
importantes, principalmente quando se tratam de dados
mais macrossociais, demográficos, sócio-económicos e
históricos.
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A utilização destes dados serve, muitas vezes, para economizar
tempo na investigação. Tem também a vantagem de ser forma discreta
de recolha de dados e de se poder observar dados que ocorreram ao
longo de períodos alargados de tempo. Pode ser bastante útil para
utilizar numa fase exploratória da investigação.
Estes dados, nomeadamente os documentos e os dados de
pesquisas em arquivo, podem ser datados e serem o único representante
de uma determinada perspectiva e não estarem disponíveis ou ser
necessária uma autorização ou pagamento para a sua utilização.
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• Amostragem
É o processo de selecção de sujeitos que participam num
estudo. Uma amostra bem definida tem de descrever com
exactidão:
O procedimento de amostragem que utilizou para
seleccionar a amostra;
As características da amostra seleccionada
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Para Charles (1998) os métodos de selecção de amostra
podem dividir-se em dois tipos: a amostragem probabilística e
não-probabilística.
• É probabilística se pudermos determinar o grau de
probabilidade de um sujeito da população pertencer ou não à
amostra.
• É não probabilística se não podermos especificar a
probabilidade de um sujeito pertencer a uma dada população.
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Métodos Tratamento de Dados
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• Métodos quantitativos
O método quantitativo consiste no conhecimento
sistemático, comprovável, comparável, mensurável e aplicável.
Procura o seu fundamento na teoria positivista do
conhecimento (e suas variantes), a qual procura descrever e
explicar os acontecimentos, processos e fenómenos do mundo
social (entendido como um sistema) por forma a que se possa
chegar à formulação de generalizações (que existam
objectivamente).
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A procura de tais generalizações ou explicaçõessistémicas deve
apoiar-se em evidências empíricas. São estas evidências que levam à
análise das relações empíricas, base de toda a explicação sistémica.
Como reflexo da confiança na evidência empírica, é dada particular
importância à fiabilidade e validade.
Do ponto de vista conceptual, a pesquisa centra-se na análise de
factos e fenómenos observáveis e na medição/avaliação de variáveis
comportamentais e/ou socio-afectivas passiveis de serem mediadas,
comparadas e/ou relacionadas no decurso do processo de investigação
empírica.
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O objectivo da metodologia quantitativa é desenvolver
generalizações que contribuam para aumentar o conhecimento e
permitam prever, explicar e controlar fenómenos.
Do ponto de vista metodológico, alicerça-se num modelo hipotético-
dedutivo, partindo o investigador do postulado de que os problemas
sociais têm soluções objectivas e que estas podem estabelecer-se mediante
a utilização de métodos científicos (Carr & Kemmis, 1988).
O interesse do investigador é assumir uma atitude científica,
distanciada e neutra, de forma a comprovar estatisticamente as hipóteses e
a contribuir para a relação causal do processo-produto.
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Características:
• Orientação para a quantificação e a causa dos fenómenos;
• Ausência de preocupação com a subjectividade;
• Utilização de métodos controlados;
• Objectividade procurada através de um distanciamento em
relação aos dados (perspectiva de oustider);
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• Orientação para a verificação;
• Natureza hipotético-dedutiva;
• Orientação para os resultados;
• Replicabilidade e possibilidade generalização;
• Assunção da realidade como estática.
(Serapioni, 2000).
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Vantagens
• Replicabilidade;
• Possibilidade de generalização;
• Recorre a procedimentos que facilitem a sua aceitação pelos
pares;
• Capaz de abranger maior número de casos.
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Desvantagens
• Não atende à perspectiva do sujeito;
• Não tem em conta a subjectividade do investigador.
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•Métodos qualitativos
Procuram reconstruir os conceitos e as acções da situação
estudada;
Pretendem descrever e compreender em detalhe os contextos,
através dos quais os sujeitos empreendem acções significativas e criam
um mundo seu;
Pretendem conhecer o significado, da experiência em estudo,
através da linguagem, dos discursos e de outras construções simbólicas;
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Ao nível Conceptual, o objecto de estudo na investigação
são as intenções e situações, ou seja, trata-se de investigar
ideias, descobrir significados nas acções individuais e intenções
sociais a partir da perspectiva dos intervenientes no processo.
A nível metodológico, baseia-se no método indutivo,
porque o investigador pretende desvendar a intenção, o
propósito da acção, estudando-a na sua própria posição
significativa, o seu significado tem um valor enquanto inserido
nesse contexto.
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 135
Alguns autores insistem, por exemplo, em técnicas como
a observação participante e a entrevista em profundidade para
que se possa captar a realidade, tal qual os sujeitos em estudo a
vêm, a vivem e a constroem. Outros reservam mais para o
investigador a capacidade de interpretação.
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Características da investigação qualitativa:
Análise do comportamento humano do ponto de
vista do actor:
• Observação naturalista (não controlada);
• Subjectividade (perspectiva de insider);
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• Orientação para a descoberta e para o processo;
•o seu carácter exploratório, descritivo e indutivo;
•e a sua não generalizabilidade (capacidade de algo ser generalizável).
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03/05/2018
70
Vantagens:
• Acesso à complexidade;
• Contextualização;
• Riqueza de significados;
• Acesso ao mundo experimental dos participantes;
• Descrição;
• Interpretação;
• Subjectividade.
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 139
Desvantagens:
• Imprecisão dos dados;
• Difícil aceitação por alguns sectores da comunidade
científica;
• Limitações técnicas;
• Lida com pequenas amostras.
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03/05/2018
71
Instituto Superior Politécnico Lusíada de Benguela
Metodologia da Investigação Científica
2018 Ricardo Nunes
“Cebola da Investigação”
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03/05/2018
72
Ou seja, comparando os dois podemos concluir que:
1. Os métodos quantitativos procuram analisar os factos objectivos,
existentes e submetidos a leis e padrões gerais; os qualitativos
visam o estudo dos significados intersubjectivos, situados,
construídos e usados (repetidos).
2. Os métodos quantitativos preferem a estruturação e privilegiam a
linguagem matemática-estatística; os qualitativos elegem formas
flexíveis de captar a informação e recorrem a uma linguagem
conceptual e metafórica.
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 143
3. Os métodos quantitativos apreendem a realidade
submetendo-a a controlos que permitam um estudo
filtrado; os qualitativos estudam a vida social no seu
próprio quadro natural sem a distorcer ou controlar.
4. Os métodos quantitativos preferem a precisão matemática
e os modelos estatísticos de codificação numérica; os
qualitativos elegem a descrição densa e os conceitos
compreensivos da linguagem simbólica.
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03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 145
Metodologia Quantitativa
Teoria a testar
Problema e hipóteses
Conceitos e variáveis 
operacionalizados a partir da teoria
Recolha de dados que confirmem ou 
refutem a teoria
Metodologia Qualitativa
Recolha de dados
Levantamento de questões
Formar categorias de dados
Procura de padrões (teorias)
Construção da teoriaFonte: Adaptado de Coutinho 2016, por Ricardo Nunes 2017
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 146
Quantitativa
Dedução
Relações, causas, efeitos
Fundamentar teoria
Livre do contexto (generalização)
Qualitativa
Indução
Compreender os fenómenos
Criar teoria (grounded theory)
Situado num contexto
Fonte: Adaptado de Coutinho 2016, por Ricardo Nunes 2017
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03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 147
Paradigma quantitativo Paradigma qualitativo
Estabelece relações e explica as mudanças Compreende fenómenos sociais segundo asperspectivas dos participantes.
Os métodos e processos são específicos e
pré-determinados. As decisões das
estratégias de investigação são rígidas.
Os métodos e processos são flexíveis, o desenho
da investigação é emergente, podendo ser
modificadas as decisões ao longo da investigação.
O papel do investigador deve ser, tanto
quanto possível, de afastamento.
O investigador vive na imensidão da situação e no
fenómeno social.
As investigações visam, maioritariamente
permitir generalizações.
As acções são fortemente influenciadas pelos
contextos em que ocorrem, são generalizações
contextuais.
Analisam-se dados de forma dedutiva. Analisam-se dados de forma indutiva.
Recolhem-se dados para confirmar
hipóteses previamente construídas.
Não se recolhem dados ou provas para confirmar
hipóteses construídas previamente.
Ênfase nos resultados. Ênfase noprocesso de investigação.
As amostras são, na maioria, estratificadas. As amostras são pequenas, não representativas.
Os métodos e as técnicas mais utilizados
são: experimental e questionário.
Os métodos mais utilizados são a observação
participante, análise documental e entrevistas.
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Fonte: Fernando Canastra (2015)
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03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 149
Fases Caracterização Estratégias
1- Definição do problema
Identificar e descrever 
Estabelecer relações 
Apreciar pertinência 
Precisar o objectivo 
Teoria existente 
Observação directa 
Investigações anteriores 
Problemas anteriores 
2- Revisão bibliográfica 
Situar o problema 
Consulta a base de dados 
Precisar a metodologia 
Debates, especialistas 
Sínteses temáticas 
3- Formulação das hipóteses 
Definir a hipótese 
experimental, a hipótese nula 
e as hipóteses alternativas
Possíveis explicações a testar 
para os dados que se venham 
a obter
4- Definição das variáveis
Identificar as unidades a 
observar e a controlar
Definir os papéis das variáveis
Precisar a medida das 
variáveis
Especificar o que se quer 
controlar
Especificar as relações, as 
influências e o seu sentido
Indicar as escalas de medida 
a usar por variável
Fases da metodologia de investigação (ALMEIDA & FREIRE, 2000) 
Fonte: Catarina Canário 
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 150
Estudo de 
caso
Teoria 
fundamentada Etnografia Fenomenologia
Qual o 
propósito da 
investigação
Examinar em 
profundidade 
um único caso 
para 
compreender 
o fenómeno
Desenvolver 
teoria a partir dos 
dados 
sistematicamente 
recolhidos e 
analisados.
Compreender as 
relações entre 
comportamento 
e cultura.
Descrever a 
experiência sob 
o ponto de vista 
dos 
participantes
Qual é a 
natureza do 
processo de 
investigação
Compilação e 
acumulação 
de estudos de 
caso; Ênfase
no contexto 
natural.
Descoberta 
indutiva de 
evidências nos 
dados que 
sustentem a 
perspectiva 
teórica do 
investigador
Estuda os 
contextos;
Ênfase na 
ocorrência dos 
processos e 
mudanças 
naturais
Estudo dos 
indivíduos;
Ênfase nas 
experiências 
passadas.
Fonte: Adaptado de Coutinho 2016, por Ricardo Nunes 2017
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Estudo de caso Teoria fundamentada Etnografia Fenomenologia
Método de 
Recolha de 
dados
Estudo do campo 
interactivo;
Entrevistas formais 
e informais;
Uso de alguns 
procedimentos 
quantitativos
Observação
Análise documental
Entrevistas
Gravações vídeo e 
áudio
Observação 
participante
Entrevistas 
estruturadas
Colecção de 
documentos 
ou artefactos.
Entrevista não
estruturada, mas 
consciente;
Amostra 
internacional dos 
indivíduos
Métodos de 
análise de 
dados
Busca 
interpretativa dos 
temas;
Busca estruturada 
de padrões;
Reflexão de 
pontos de vista 
dos participantes
Processo interactivo 
de análise de dados / 
teórica em que dos 
dados nascem 
padrões que são 
testados numa nova 
recolha de dados.
Eventos 
orientados;
Codificação
estruturada;
Método 
comparativo 
constante.
Orientados pelo 
significado;
Busca de temas e 
padrões através 
dos participantes.
Aberto, 
experimental, 
indutivo.
Apresentação 
dos
resultados
Narrativas 
objectivas e 
reflexivas
Descrições analíticas
Narrativas descritivas
Descrição 
global
Afirmações
Frases
analíticas
Descrições 
temáticas.
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 151
Fonte: Adaptado de Coutinho 2016, por Ricardo Nunes 2017
Acesso à Informação
A investigação e o acesso à informação, irá centrar-se nos
seguintes pontos:
• Problemas associados com o acesso;
• Estratégias para obter acesso.
Por exemplo: uma investigação sobre o impacto que os cientista 
nucleares têm na sociedade angolana, ou, um assunto que esteja em 
segredo de justiça.
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03/05/2018
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1. Tipos de acesso e Problemas associados:
• A habilidade para obter dados primários e secundários, essenciais à
investigação, vai depender da capacidade de conseguir acesso às fontes
apropriadas;
• Estas fontes serão mais, ou menos, apropriadas de acordo com os
objectivos, questões e estrutura da investigação.
O acesso apresenta-se sobretudo como um processo em dois tempos: o
acesso físico (ao ambiente de estudo) e o acesso social ou cognitivo (aos
sujeitos da pesquisa).
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 153
Logo à partida podem encontrar-se dificuldades no acesso físico:
• As organizações/indivíduos podem não estar preparados para se
envolverem em actividades voluntárias adicionais devido a restrições
de tempo e de recursos financeiros. Muitas, particularmente as
públicas, recebem muitos pedidos de estudantes para aceder a dados
ou obter a sua cooperação em muitos projectos de investigação.
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03/05/2018
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• A organização pode encontrar-se num momento particularmente difícil por
questões externas ao trabalho de investigação e tem de recusar o acesso aos
dados.
• O pedido para acesso e cooperação pode não interessar à pessoa que o
recebe ou não chegar a quem deveria interessar mais. Ou simplesmente
porque a percepção da credibilidade da investigação e/ou do investigador
não foi a melhor.
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 155
2. Estratégias para obter acesso
Para vencer este tipo de dificuldades o investigador deve, por
vezes, servir-se do que Lee (1992) chama estratégias multifásicas e
progressivas e sobretudo, procurar criar resistência à rejeição, e persistir
“em tentar e tentar de novo para conseguir um encontro, uma
autorização”. (Moreira 2007, p. 139).
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79
Algumas estratégias para conseguir obter acesso aos dados podem ser
sintetizadas:
a) Dar tempo suficiente à fase de obtenção de dados;
b) Usar contactos conhecidos e/ou desenvolver novos;
c) Fornecer uma justificação clara do propósito e tipo de acesso que se pretende;
d) ultrapassar preocupações organizacionais;
e) sublinhar os possíveis ganhos e vantagens para a organização;
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 157
f) usar uma linguagem apropriada;
g) facilitar respostas;
h) promover um acesso gradual;
i) evidenciar a credibilidade da investigação e do investigador;
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Ética na Investigação
“Por problemas éticos devem entender-se os que surgem quando
temos de decidir entre um ou outro tipo de actuação, não em termos de
eficiência, mas em relação ao que é considerado moralmente certo ou
errado” (Barnes apude Moreira 2007, p. 145).
As questões éticas estão sempre presentes em todas as fases da
investigação.
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 159
Questões éticas gerais:
1. Respeito pelos direitos de autor, onde o plágio é terminantemente
proibido e punível por lei;
2. Privacidade dos participantes;
3. Participação de natureza voluntária e direito de a deixar a qualquer
momento;
4. Anonimato e confidencialidade dos dados e dos participantes;
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 160
03/05/2018
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5. Consideração pelas reacções nos participantes;
6. Consideração pelos efeitos, nos participantes, da forma como
recolhemos, tratamos e expomos os dados da nossa investigação;
7. Comportamento e objectividade do investigador.
8. ‘Netiqueta’ - a expressão usada para lidar com uma série de regras e
recomendações sobre como agir eticamente quando se usa a internet.
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 161
Plágio
Plágio é a apropriação indevida da obra intelectual de
outra pessoa, assumindo a autoria da mesma.
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica| Ricardo Nunes 162
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Formas de plágio
1. Pedir a alguém que faça o trabalho por si ou utilizar o trabalho
de outrem como se fosse seu.
2. Apresentar o mesmo trabalho em várias Unidades Curriculares.
3. Descarregar ou comprar um trabalho da internet.
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 163
Plágio integral
• Copiar palavra por palavra sem citar a fonte do texto.
Plágio parcial
• Cópia de palavras e frases de diversos autores, sem mencionar as
fontes onde foram retirados.
Plágio Conceitual
• Ocorre quando escreve a ideia do autor, por palavras próprias,
sem identificar a obra original.
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De forma a evitar o plágio deve citar ou
parafrasear as suas fontes.
Citar:
Uma citação utiliza as palavras/frases exactas do
documento consultado, devendo por isso mesmo
colocá-las entre aspas.
Citação é a transcrição ou a menção de obras ou
partes de obras ou outros documentos.
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 165
EXEMPLO
Segundo Bavelas e Barrett (1951), a comunicação é o
“processo básico das organizações, a partir do qual todas as
outras funções derivam” (cit. em Ferreira et al., 2001, p.358), ou
seja, “a comunicação está para uma organização como a
corrente sanguínea está para o organismo” (Quintino et al.,
2010, p.71).
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Parafrasear
Ao parafrasear utiliza-se a ideia do autor (fazendo-se referência
ao mesmo) mas expressando-a por palavras suas, não sendo por isso
necessárias as aspas e a referência à página.
EXEMPLO:
Segundo Bavelas e Barrett (cit. em Ferreira et al., 2001), a
comunicação é o processo básico de uma organização, e como tal, todas
as suas outras funções decorrem deste processo.
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 167
Conhecimento comum
Informações que são consideradas conhecimento
comum não necessitam ser citadas.
O conceito de conhecimento comum inclui
factos ou datas que são conhecidos por muitas pessoas e
cujo conteúdo pode ser encontrado em diversas fontes.
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 168
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Anonimato
O investigador garante o anonimato ao separar a
identidade dos indivíduos da informação que fornecem,
deixando de ser possível associar dados específicos a
respondentes específicos.
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 169
Confidencialidade
Mesmo quando em virtude das próprias condições de realização da
pesquisa, é impossível assegurar o anonimato dos observados, é possível
não tornar pública a informação obtida, i.e., garantir a sua
confidencialidade por exemplo, através da não identificação dos
participantes.
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 170
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Amostragem
Qualquer investigação empírica pressupõe uma 
recolha de dados.
Os dados são informações obtidas na forma de:
• Observações;
• Medidas;
• Valores de uma ou mais variáveis, etc.
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 171
A amostragem é o processo de selecção dos sujeitos que
participam num estudo.
Sujeito é o individuo de quem recolhemos dados.
População alvo é o conjunto de pessoas ou elementos a quem se
pretende generalizar os resultados e quem partilham uma característica
comum.
População acessível é a população que se encontra disponível para
a amostragem e sobre a qual o investigador pode tirar conclusões
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 172
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87
Amostra é o conjunto de sujeitos (pessoas e documentos) de quem
se recolherá os dados e deve ter a mesmas características das da
população de onde foi extraída.
Uma amostra é bem definida se o investigador descrever com
exactidão:
1. O procedimento de amostragem que utilizou para seleccionar a
amostra;
2. As características da amostra seleccionada.
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 173
«Uma amostra é um grupo de sujeitos ou objectos
seleccionados para representar a população inteira de
onde provieram» (Charles,1998,p,145).
• É um subconjunto da população que terá de a
representar, então, quanto menos representativa for a
amostra, maior o erro amostral.
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 174
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03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 175
A constituição de uma amostra representativa da
população é muitas vezes a preocupação central do
investigador social.
Há 3 momentos chave no processo de amostragem:
1. Identificação da população e amostra;
2. Selecção da amostra;
3. Dimensão da amostra.
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 176
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Para Charles (1998) os métodos de selecção de amostra
podem dividir-se em dois tipos:
Amostragem probabilística, se podermos determinar o
grau de probabilidade de um sujeito da população pertencer,
ou não, à amostra.
Amostragem não probabilística, ocorre quando não
podemos especificar a probabilidade de um sujeito pertencer a
uma dada população.
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 177
Bravo (1992), defende que o denominador comum
de todas as amostras não probabilísticas é o facto de se
basearem em critérios pragmáticos e teóricos em vez de
critérios probabilísticos.
À medida que o investigador descobre novos dados
para o estudo, novas comparações, vai seleccionando
novos elementos para adicionar à sua amostra.
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 178
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.
Fonte: Coutinho (2016) p.96
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 180
Uma amostra aleatória tem duas características:
• Quando se retira uma amostra de n casos diferentes a
partir de uma população com N casos, todas as
amostras possíveis de tamanho n devem ter a mesma
probabilidade de serem retiradas da população.
• Cada um dos N casos da população, tem a mesma
probabilidade de ser incluído na amostra retirada.
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03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 181
Uma amostra estratificada é útil quando a
População é grande e o investigador pretende uma
amostra representativa: (exemplo: hotéis)
1. Decidir quanto ao número e natureza dos estratos:
a. Dimensão – 1 a 50 trabalhadores;
51 a 100 trabalhadores;
mais de 100 trabalhadores
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 182
b. Local – Litoral de Angola;
Interior de Angola;
2. Encontrar uma lista de todos os hotéis existentes
em Angola, que inclua nome, local e dimensão.
3. Com base nessa lista, construir um quadro que
caracterize a População.
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03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 183
4. Decidir o tamanho da amostra. Se a População for
de 1000 hotéis, vamos escolher uma amostra de
33%, ou seja, 330 hotéis.
5. Seleccionar uma amostra aleatória constituída por
33% dos hotéis em cada um dos estratos da sua
população.
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 184
Dimensão
1 a 50 51 a 100 + de 100 TOTAL
Local
Litoral 300 200 100 600
Interior 300 70 30 400
TOTAL 600 270 130 1000
Caracterização da amostra = 33% da População
1 a 50 51 a 100 + de 100 TOTAL
LOCAL
Litoral 99 66 33 198
Interior 99 23 10 132
TOTAL 198 89 43 330
Caracterização da População
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Al
ea
tó
ria
s
Tipo de 
amostra Descrição Vantagens Desvantagens
Aleatória Grupo aleatório da população
Altamente 
representativa
Há que conhecer 
toda a população
Custos elevados
Estratificada
Aleatória dentro 
de grupos pré-
definidos, 
obedece à % de 
representaçãodos sujeitos
Assegura a 
representação 
de todos os 
grupos da 
população
Complexa
Deve contemplar 
todos os estratos 
da população
Clusters
Aleatória dentro 
dos sucessivos 
clusters
Possibilidade de 
escolha aleatória 
dentro dos 
clusters
Equivalência dos 
clusters num 
mesmo nível
Fonte: Adaptado de Coutinho 2016, por Ricardo Nunes 2017
N
ão
 a
le
at
ór
ia
s
Tipo de amostra Descrição Vantagens Desvantagens
Criterial
Escolha de sujeitos 
de acordo com 
critério
Amostra adaptada ao 
estudo Pouca representatividade
Conveniência Grupos inatos Estudo em contexto real
Pouca generalização de 
resultados
Quotas
Selecciona sujeitos 
por quota de 
representação na 
população
Assegura a selecção 
dos sujeitos com as 
características 
adequadas
Impossível provar a 
representatividade
Acidental
Pedindo voluntário, 
ou aproveitando um 
grupo que está 
disponível
Forma fácil de 
conseguir sujeitos 
suficientes para um 
estudo
Sem representatividade
Bola de neve
Identifica-se um 
membro e pede-se 
que identifique 
outro membro da 
população
Alcançar populações 
difíceis de identificar Pouca representatividade
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Fonte: Adaptado de Coutinho 2016, por Ricardo Nunes 2017
03/05/2018
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03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 187
.
Fonte: Coutinho (2016) p.99
Recolha de dados
Todo o plano de investigação, que seja, quantitativo,
qualitativo ou multimetodológico, implica uma recolha de
dados originais por parte do investigador.
A entrevista é feita por uma pessoa (que pode, ou não,
ser o investigador) e processa-se presencialmente ou por
telefone.
O questionário assemelha-se à entrevista, mas dispensa
a presença do entrevistador (Matalon, 1997).
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 188
03/05/2018
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03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 189
Plano de 
investigação
Foco da 
investigação
Tipo de 
dados
Fontes de 
dados
Recolha Ferramentas
Etnográfico Comportamentos sociais Descrições
Participantes 
contextos Descrições
Gravadores, 
câmaras, 
papel
Analítico / 
histórico
Factos e 
contextos 
(presente ou 
passado)
Descrições, 
análises
Contextos
Objectos
Registos
Documentos
Informadores
Análises
Inquéritos
Guião
Critérios
Estudo de 
caso
Pessoas, 
objectos, 
aconteci-
mentos
Descrições
Opiniões
Análises
Pontuações
Medições
Participantes
Processos
Contextos
Objectos
Registos
Documentos
Notações
Descrições
Análises
Inquérito
Testes
Medições
Guião 
entrevista
Critérios
Questionários
Testes
Escalas
Fonte: Adaptado de Coutinho 2016, por Ricardo Nunes 2017
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 190
Plano de 
investigação
Foco da 
investigação
Tipo de 
dados
Fontes de 
dados
Recolha Ferramentas
Acção InovaçãoMudança
Descrições
Opiniões
Análises
Participantes
Processos
Contextos
Objectos
Registos
Documentos
Descrições
Análises
Inquérito
Testes
Medições
Guião
Critérios
Entrevistas
Questionários
Testes
Escalas
Avaliação Emitir juízos,Opiniões
Opiniões
Análises
Pontuações
Medições
Participantes
Processos
Contextos
Objectos
Registos
Documentos
Análises
Testes
Medições
Questionários
Testes
Escalas
Correlacional RelaçõesPrevisões
Pontuações
Medições Participantes
Testes
Medições
Testes
Escalas
Fonte: Adaptado de Coutinho 2016, por Ricardo Nunes 2017
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03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 191
Plano de 
investigação
Foco da 
investigação
Tipo de 
dados
Fontes de 
dados
Recolha Ferramentas
Descritivo
Aconteci-
mentos e 
contextos 
actuais
Descrições
Opiniões
Análises
Pontuações
Medições
Participantes
Processos
Contextos
Objectos
Registos
Documentos
Informações
Notações
Descrições
Análises
Inquérito
Testes
Medições
Guião
Critérios
Entrevistas
Questionários
Testes
Escalas
Experimental Relações causais
Pontuações
Medições Participantes
Testes
Medições
Testes
Escalas
Fonte: Adaptado de Coutinho 2016, por Ricardo Nunes 2017
1. Acha que o seu salário é bom e justo?
2. Acha que existe mercado suficiente para este produto e
que as vendas serão boas?
3. O que o motiva a trabalhar?
(a) Salário alto e benefícios;
(b) Tarefas desempenhadas no dia-a-dia e trabalho em
equipa;
(c) Reconhecimento do seu chefe;
(d) Conquista dos objectivos.
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Questionários
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Objectivos gerais das perguntas:
1. Factos;
2. Opiniões;
3. Atitudes;
4. Preferências;
5. Valores;
6. Satisfações
7. Razões, Motivos, Esperanças, Crenças, etc.
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1. Acha que tem um bom ordenado?
2. Em que medida está satisfeito ou insatisfeito com o seu
ordenado?
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SIM NÃO
x
Muito 
insatisfeito Insatisfeito
Nem satisfeito 
nem 
insatisfeito
Satisfeito Muito satisfeito
x
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1. Em que medida está satisfeito ou insatisfeito com o seu
chefe de secção?
2. Como classifica o grau de satisfação com o seu chefe de
secção?
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Muito 
insatisfeito Insatisfeito
Nem satisfeito 
nem 
insatisfeito
Satisfeito Muito satisfeito
Muito pouco 
satisfeito
Pouco 
satisfeito
Medianamente 
satisfeito Satisfeito
Muito 
satisfeito
1. Em que medida está satisfeito com o seu professor?
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Pouco Raramente Às vezes Muito Sempre
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1. Gosta de trabalhar em grupo?
2. Gosta de trabalhar no seu grupo actual?
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SIM NÃO
x
SIM NÃO
x
1. É normal que a maioria dos empregados estejam
insatisfeitos com o chefe de secção. Concorda com eles?
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SIM NÃO
x
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100
1. Na sua empresa, o gestor de RH está a promover cursos de
formação?
2. A sua empresa tem Gestor de RH?
3. A sua empresa tem cursos de formação?
4. É o gestor de RH que promove a formação?
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SIM NÃO
SIM NÃO
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101
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102
03/05/2018 Metodologia de Investigação Científica | Ricardo Nunes 203
3 6H1 ,633
3 8H2 ,666
3 13
15
H3 ,501
10 13
15
H4 ,115
13 6
8
H5 ,440
Confirmada
Refutada

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