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Texto e Textualidade na Produção Escrita

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Língua Portuguesa - Maria Alice / Maisa Barbosa - UNIGRAN
31
Aula 04
TEXTO E TEXTUALIDADE
Prezados alunos,
Após termos estudado a importância da leitura em nossas 
vidas e percebido que por meio dela construímos nosso conhecimento, 
teremos, agora, como objeto de estudo, o texto. Ouvimos a todo momento 
professores e outras pessoas afirmarem que se faz necessário ler o texto, 
interpretar o texto, redigir o texto, falar o texto e nos perguntamos: mas... 
O que é texto?
De acordo com Koch (2001) pode-se conceituar texto como:
uma manifestação verbal, constituída de elementos lingüísticos intencionalmente 
selecionados e ordenados em seqüência, durante a atividade verbal, de modo a permitir 
aos parceiros, na interação, não apenas a depressão de conteúdos semânticos, em decor 
rência da ativação de processos e estratégias de ordem cognitiva, como também a 
interação (ou atuação) de acordo com práticas socioculturais (KOCH, 2001, p. 454).
Na verdade, caro aluno, você deve ter entendido que ao falar em texto, a referência 
faz-se a qualquer passagem, escrita ou falada que forme um todo significativo e sem extensão 
determinada. Fávero (1955, p. 7) afirma que se trata de “um conteúdo comunicativo contextual 
caracterizado pelos fatores de textualidade: coesão, coerência, intencionalidade, informatividade, 
aceitabilidade, situacionalidade e intertextualidade.”
http://www.cecae.usp.br
Língua Portuguesa - Maria Alice / Maisa Barbosa - UNIGRAN
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Para se trabalhar a produção de texto, ou seja, redigir textos, é necessário ter claro 
os conceitos de texto e textualidade, uma vez que o objetivo dessa prática é formar escritores 
competentes, que sejam capazes de produzir textos eficazes, coesos e coerentes. 
Mas, você sabe o que significa ser um escritor competente? 
O escritor competente, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1990): é o que 
consegue planejar o discurso e elaborar o seu texto, observando o seu objetivo, o seu leitor e a 
tipologia apropriada. 
Entre os fatores de textualidade apontados por Beaugrande e Dressler (apud Val, 1994, 
p. 5) bem como por Fávero (1995, p. 7) a intencionalidade e a aceitabilidade estão estreitamente 
ligadas, uma vez que a intencionalidade diz respeito ao emissor e a aceitabilidade, ao receptor. O 
primeiro fator refere-se à intenção do produtor, ao modo como produz o seu texto para alcançar 
o(s) seu(s) objetivo(s), fornecendo, se preciso for, pistas para que o receptor construa o sentido 
desejado. Val (1994, p. 10) esclarece que “a meta de uma situação comunicativa pode ser: 
informar, ou impressionar, ou alarmar, ou convencer, ou pedir, ou ofender, etc.” Já o segundo 
fator, efetivar-se-á se o receptor entender o texto como um todo coerente e significativo. Para isso 
é preciso, em muitas situações, que o interlocutor faça uso da “visão de mundo”1 que possui, 
estabelecendo entre ele e o produtor um princípio de cooperação.
intencionalidade
= Qual a sua intenção?
aceitabilidade
= compreensão
Koch & Travaglia (1995, p. 80) afirmam que a intencionalidade também está 
estreitamente relacionada à argumentatividade e que ao se acreditar que nenhum texto é neutro, 
que toda produção textual tem uma intenção alicerçada em valores, conclui-se que “existe sempre 
uma argumentatividade subjacente à linguagem”. Na verdade, os argumentos são marcas ou 
pistas que permeiam o texto com o objetivo de se levar o receptor a apreender do texto a leitura 
que o autor propôs-se a passar.
O terceiro fator de textualidade é denominado de situacionalidade e determina como 
deve ser produzido o texto. De acordo com a situação comunicativa um texto poderá ou não 
ter sentido, poderá ou não ser relevante, o que nos leva a perceber a importância do contexto 
de situação. O contexto deve servir como orientação para a produção e para a recepção, sendo 
fundamental que o produtor saiba quem é o receptor de seu texto e quais os seus conhecimentos.
Língua Portuguesa - Maria Alice / Maisa Barbosa - UNIGRAN
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SITUACIONALIDADE: para qual situação???
http://www.bbc.co.uk
/portuguese
www.belezanegra.comwww.diof.ro.gov.br
A união desses três fatores (intencionalidade, aceitabilidade e situacionalidade) é 
responsável pelo tipo de texto utilizado em cada situação comunicativa. Nem sempre o que é 
ideal para uma poderá sê-lo para outra pessoa e, como afirma Val (1994, p. 14): “essa questão é 
da maior importância para quem trabalha com o ensino de redação, pois vem daí o fato de que 
a textualidade de cada tipo de discurso envolve elementos diferentes.” Conclui-se, então, que 
nem sempre o que é qualidade num tipo de texto, deverá sê-lo no outro.
Com referência à informatividade, vale lembrar que esse fator está relacionado ao 
interesse do leitor pelo texto e pelo montante de informações de que ele dispõe sobre o tema do 
texto. Se as informações do texto forem previsíveis, isto é, de acordo com as expectativas do leitor, 
esse texto será avaliado como de baixa informatividade. Por outro lado, o texto que contém um 
certo grau de informações previsíveis, mas também novas informações, será considerado como de 
maior informatividade e, finalmente, o texto quase imprevisível em suas informações será o mais 
rico em informatividade, apesar de exigir maior dedicação do receptor para sua decodificação.
http://acertodecontas.blog.br/wp-content/uploads/2008/02/jornais-pe.jpg
INFORMATIVIDADE: há informações suficientes???
Língua Portuguesa - Maria Alice / Maisa Barbosa - UNIGRAN
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A intertextualidade faz-se por intermédio do conhecimento advindo de outro(s) texto(s). 
Quando o produtor cria o novo texto, ele nem sempre o constrói a partir de idéias inéditas, mas 
como resultando daquilo que já foi apreendido em outros textos. Por outro lado, a recepção desse 
mesmo texto depende também, por parte do recebedor, do conhecimento proveniente de outros 
textos. Beaugrande e Dressler (apud Elias, 1994, p. 150) consideram 
esse processo como “uma mediação entre textos e a justificam 
quando no momento da situação comunicativa são introduzidas 
crenças e propósitos dos participantes”.
A mediação torna-se mais intensa à medida que se 
desenvolve e se faz uso dos variados tipos ou gêneros textuais. Ao 
serem usadas as referências ou citações de textos específicos, essa 
mediação é menor e quando há replicação, refutação, relato, resumo 
ou avaliação de outros, a mediação quase não existe.
Outros Fatores de Textualidade: Coesão e Coerência
Prezado aluno,
Você notou como é de extrema importância conhecer os fatores de textualidade para 
produzir textos? Observou que eles contribuem, inclusive, para o planejamento do texto?
Retomando, então, esses fatores, vale lembrar que é muito comum ouvirmos dizer que 
um texto é incoerente porque as idéias não estão bem articuladas e não resultam em um sentido, o 
que nos causa a impressão de que a coerência de um texto faz-se simplesmente pela combinação 
entre os elementos lingüísticos do texto. Isso não é verdadeiro, uma vez que ela também se faz 
por meio do conhecimento prévio que o leitor tem sobre o mundo, do contexto em que se insere, 
assim como do tipo de texto que se tem.
Intertextualidade
 Relação entre textos
http://ziraldo.com/livros/livros 
logo.jpg
http://www.energia.com.br/estrutura/sala_aula_1.jpg
Observe que o texto produzido pelo 
professor precisa ter coerência para 
o aluno. Caso contrário, não haverá 
compreensão do assunto abordado.
Coerência é o significado ou sentido global que se dá a um texto e é construída não 
só pelo produtor, mas também pelo interlocutor, que necessita possuir os conhecimento prévio 
para efetivar a interpretação. De acordo com Koch & Travaglia (1995: 21), deve ser entendida 
Língua Portuguesa - Maria Alice / Maisa Barbosa - UNIGRAN
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como “um princípio de interpretabilidade, ligada à inteligibilidade do texto numa situação de 
comunicação e à capacidade que o receptor tem para calcular o sentido deste texto.
“ A coerência depende também do usuário, ao conseguirou não recuperar o sentido 
do texto com o qual estabelece uma interlocução. Tal possibilidade está relacionada a vários 
fatores, como o conhecimento que o usuário possui sobre o assunto, o conhecimento dos recursos 
lingüísticos empregados e o grau de integração entre o produtor e recebedor.
É importante ressaltar, ainda, que um mesmo texto poderá ter variados sentidos se a 
interlocução efetivar-se com diferentes receptores, o que fortalece a concepção de que a coerência 
é uma questão de interação.
A coesão como fator de textualidade 
Entre os fatores de textualidade a coesão é responsável pela conexão entre as partes e as 
idéias do texto. Embora haja autores que não distingam coesão e coerência, ou destaquem apenas 
uma delas ou, ainda, refiram-se apenas aos seus determinantes, sem mencioná-las, achou-se por 
bem, mais uma vez, enfatizar os estudos feitos por Fávero (1995, p. 11) e Koch & Travaglia 
(1998, p. 42) que explicam existirem textos coerentes e sem coesão1 e outros coesivos, mas sem 
coerência. São, portanto, fatores independentes, embora relacionados um ao outro.
O entrosamento entre os músicos resulta 
em um som harmônico
coesão
e coerência
A coesão de um texto determina-se pelos elementos responsáveis pela articulação 
erpretação de algum elemento no discurso é dependente de outro. Um pressupõe o outro, no 
sentido de que não pode ser efetivamente decodificado a não ser por recurso ao outro. 
Entende-se, assim, que a coesão existe quando um elemento do texto retoma outro 
elemento ou uma expressão já dita ou explicitada anteriormente; é uma relação semântica que 
se faz por intermédio do sistema léxico-gramatical. 
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Exemplos:
A coesão pode ocorrer por anáfora, catáfora, elipse, conector e expansão lexical.
A anáfora e a catáfora correspondem à retomada e à antecipação de termos.
•	 Exemplo	de	anáfora	(retomada	de	um	termo):	
João comprou um carro vermelho para o pai. Ele usou todas as suas economias.
•	 Exemplo	de	catáfora	(antecipação	de	um	termo):	
Ele era temido por todos. O professor era enérgico, pois desejava que todos aprendessem.
•	 Exemplo	de	elipse	(ocultamento):	
Os jovens foram à festa e os mais velhos, à missa. (o verbo ir está oculto).
•	 Exemplo	de	conectores	(responsáveis	pelas	relações):	
Comprei um livro a fim de que você leia, pois precisa melhorar sua capacidade de 
interpretar (relação de finalidade e relação de causa).
•	 Exemplo	de	expansão	lexical	(sinônimo,	hiperônimo):
O acidente ocorreu com um ônibus. O veículo corria muito na curva (ônibus é retomado 
por um vocábulo de sentido mais amplo).
Você	entendeu,	então,	pelos	exemplos,	que	a	coesão	faz-se	por	retomadas,	antecipações	
e	encadeamento	lógico?	Ela	contribui	para	a	ligação	entre	as	idéias,	não	é	mesmo?	Pois	bem,	
observe,	ao	produzir	seus	textos,	que	a	coesão	poderá	contribuir	para	a	clareza	das	idéias.
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___Referências Bibliográficas
BEAUGRANDE, R. -A. de e DRESSLER, W. V. Introduction to text linguistics. London/New 
York: Longman, 1981.
GHILARDI, M. I. A informatividade no discurso jornalístico. Letras. Campinas: PUCCAMP, 
v. 13 (1/2), dezembro de 1994, p. 5-13.
______. A charge jornalística e a leitura do não-verbal. Perspectiva. Erechim, RS: URI, 
ano 19, n. 67, setembro de 1995, p. 19-25.
KOCH, I. V. A coesão textual. SP: Contexto, 1989.
LAGE, N. Estrutura da notícia. 20 ed. SP: Ática, 1987.
RAPOSO, A. Chico Caruso. Revista de Comunicação, ano 10, n. 35, março de 1994, p. 3-6.
VAL, M. da G. C. Redação e textualidade. SP: Martins Fontes, 1991.

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