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TCC- WALDIR LUIZ RIBEIRO DE SOUZA JUNIOR - 8 CCN (1)

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ – CEAP
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
WALDIR LUIZ RIBEIRO DE SOUZA JUNIOR
AS DIFICULDADES ENCONTRADAS PELAS PEQUENAS INDÚSTRIAS DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO MUNICÍPIO DE SANTANA-AP PARA APURAR SEUS CUSTOS
MACAPÁ–AP
2013
WALDIR LUIZ RIBEIRO DE SOUZA JUNIOR
AS DIFICULDADES ENCONTRADAS PELAS PEQUENAS INDÚSTRIAS DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO MUNICÍPIO DE SANTANA-AP PARA APURAR SEUS CUSTOS
Trabalho de Curso apresentado ao Curso de Ciências Contábeis do Centro de Ensino Superior do Amapá – CEAP como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis.
Prof. Salomão Soares, titulação - Orientador
MACAPÁ–AP
2013
AS DIFICULDADES ENCONTRADAS PELAS PEQUENAS INDÚSTRIAS DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO MUNICÍPIO DE SANTANA-AP PARA APURAR SEUS CUSTOS
Por
WALDIR LUIZ RIBEIRO DE SOUZA JUNIOR
Trabalho de Curso aprovado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis pela Banca Examinadora formada por:
______________________________________________________
Presidente Professor Orientador
______________________________________________________
Membro Professor Avaliador
______________________________________________________
Membro Professor Avaliador 
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pela força para continuar na labuta. 
Aos meus pais Waldir Luiz Ribeiro de Souza e Sandra Maria Araújo de Souza pela contribuição financeira, emocional, estabilidade para continuar neste curso. 
Agradeço também aos demais familiares que deram apoio moral ao desenvolvimento deste trabalho.
Aos professores que foram importantes para o desenvolvimento do meu conhecimento no decorrer dos quatro anos e aos colegas de classe.
À Tiza Colares que além de ser coordenadora do Curso de Ciências Contábeis, foi também à orientadora do trabalho desenvolvido.
Em especial ao professor Salomão Dantas Soares onde contribuiu de forma significativa para a construção da pesquisa, sendo o orientador específico do assunto abordado. 
Aos profissionais, Rafael Paulino Esteves, Maria Cecília Faro e Paulo Antunes que compreenderam o motivo das ausências no trabalho.
À empresa PREMAM, em especial a gerência desta empresa que ajudaram com informações importantíssimas para que a pesquisa alcançasse o êxito. 
 E por fim a minha namorada Vanessa Ribeiro, que me ajudou em todas as etapas desta pesquisa.
RESUMO
O trabalho tem como propósito analisar as dificuldades na apuração dos custos encontrados pelas empresas de pequeno porte do segmento industrial do ramo de construção civil, onde serão descritos os aspectos conceituais das mesmas no ramo da construção civil, além de apresentar os fundamentos da contabilidade de custos, essas empresas analisadas estão inseridas no município de Santana-AP. As empresas de pequeno porte são empreendimentos de pequenas proporções no mercado, mas as maiorias das empresas no Brasil se enquadram como Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, elas não estão obrigadas a prestarem conta e nem elaborarem as demonstrações contábeis. As indústrias da construção civil trabalham com a transformação de um bem ou serviço, através de seus maquinários, possibilitando a criação de um terceiro produto. As dificuldades enfrentadas por elas podem ser classificados como a falta de divisão organizacional, de um sistema para controle das operações, a carência na delegação de funções além da confusão do patrimônio da pessoa física com o da jurídica. A contabilidade de custos surgiu na revolução industrial com o advento das grandes indústrias daquela época, hoje a contabilidade de custo auxilia na tomada de decisão, na formação dos estoques, onde as informações geradas irão fornecer dados para estabelecer padrões, orçamentos e entre outros fatores. A nomenclatura na contabilidade de custos são os seguintes termos, Gastos, Custos, Despesas, Perda, Investimento e Desembolso. Na formação do custo do produto o valor que irá agregar ao mesmo serão o gasto com materiais diretos, mão-de-obra direta e os custos indiretos, os métodos de rateio utilizados são o custeio por absorção e o custeio variável. O custeio por absorção é único aceito pela legislação do imposto de renda, e nele estão inseridas várias formas de rateio do custo indireto, as principais são o custeio baseado em atividades (ABC) e a departamentalização. Quanto ao preço, ele será o fator preponderante para a sobrevivência, o crescimento e desenvolvimento das empresas, pois hoje o preço é definido pelo mercado, exigindo o gestor o conhecimento dos custos para que tenha um preço competitivo e obtenha lucratividade desejada, caso a empresa não tenha um sistema organizado de coleta dos custos, fica ameaçada a desenvolver uma estratégia de preço que não alcançará os resultados desejados ou acarretará um resultado negativo. A concorrência poderá ser um aliado ou vilão da empresa, pois irá depender de como ela irá reconhecer esse concorrente, será feita a análise do mesmo? Ou a empresa se tornará passiva mediante seus concorrentes. A metodologia utilizada na pesquisa quanto aos objetivos foi à exploratória, já quanto à abordagem do problema é qualitativa e quanto aos procedimentos é apresentada como um estudo de caso. Foi analisado o faturamento da empresa e ela irá se enquadrar no regime de apuração do SIMPLES NACIONAL e que a mesma efetua investimento para seus funcionários e que a falta de um engenheiro de produção é uma das principais dificuldades para realizar a apuração dos custos. E por fim a empresa está bem instalada no mercado, ressaltando a parte organizacional da empresa que deverá obter uma mudança.
Palavras-chave: Contabilidade de Custos. Indústrias. Construção Civil
ABSTRACT
The paper aims to analyze the difficulties in calculating the costs faced by small industrial segment of the construction industry, where the conceptual aspects of which will be described in the civil construction companies, in addition to presenting the fundamentals of cost accounting these companies analyzed are located in Santana - AP. The small businesses are fortunate ventures on the market, but the majority of companies in Brazil fall as Micro and Small Businesses, they are no obliged to provide or prepare their own financial statements. The construction industries work with the transformation of a good or service through their machines, enabling the creation of a third product. The difficulties faced by them can be classified as lack of organizational division, a system for control of operations, the lack of delegated functions beyond the confusion of the assets of an individual with legal. Cost accounting emerged in the industrial revolution with the advent of the big industries of that time, today the cost accounting helps in decision making, training of stocks where the information generated will provide data to establish standards, budgets, and other factors. The nomenclatures in cost accounting are the following terms, fees, costs, expenses, loss, Investment and Disbursement. In the formation of the product cost that will add value to the same will be spending on direct materials, labor, direct labor and overhead costs, methods of assessment used are absorption costing and variable costing. The absorption costing is only accepted by the law of income tax, and there are several ways inserted apportionment of indirect costs, are major activity-based costing (ABC) and departmentalization. As for the price, it will be the predominant factor for the survival, growth and development of enterprises, because today the price is set by the market, requiring the manager's knowledge of the costs for which it has a competitive price and get desired profitability if the company does not have an organized collection system costs, is threatened to develop a pricing strategy that will not achieve the desired result or would result in a negative result. Competition can be an ally or villain
of the company, as it will depend on how she will recognize this competitor, the same analysis will be done? Or the company will become passive by its competitors. The methodology used in this research as the goals was exploratory, as already tackling the problem is and how qualitative procedures are presented as a case study. The company's revenues was analyzed and it will fit in the scheme of calculating the NATIONAL SIMPLE and that it makes investment for its employees and that the lack of a manufacturing engineer is a major difficulty to perform the calculation of costs . And finally, the company is well established in the market, highlighting the organizational part of the company must obtain a change.
Keywords : Cost Accounting. Industries. Building 
LISTA DE TABELAS
	Tabela 1: Quantidade de Empresas por Porte ........................................................................18
LISTA DE QUADROS
	Quadro 1: Classificação da Receita Operacional Bruta Anual .........................................
	18
	Quadro 2: Processo de Gasto em uma Indústria ...............................................................
	26
	Quadro 3: Custos e os Componentes para a Formação do Preço ......................................
	42
	Quadro 4: Nível de Escolaridade dos Funcionários..........................................................
	49
	
LISTA DE GRÁFICOS
	Gráfico 1: Quantidade de Funcionários ..........................................................................
	48
	Gráfico 2: Percentual de Funcionários por Faixa Etária .................................................
	48
	Gráfico 3: Faturamento Anual da Indústria de Construção Civil ...................................
	50
LISTA DE SIGLAS
	ABC
	Activity-Based Costing (Custeio Baseado em Atividades)
	ALCMS
	Área de Livre e Comércio de Macapá e Santana
	AP
	Amapá
	BNDES
	Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
	CFC
	Conselho Federal de Contabilidade
	CIF
	Custos Indiretos de Fabricação
	CNAE
	Classificação Nacional de Atividades Econômicas
	CONCLA
	Conselho Nacional de Classificação
	CPC
	Comitê de Pronunciamentos Contábeis
	DIF
	Despesas Indiretas de Fabricação
	EP
	Engenharia de Produção
	EPP’s
	Empresas de Pequeno Porte
	GGF
	Gastos Gerais de Fabricação
	GGM
	Gasto Gerais de Manufaturas
	IBGE
	Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
	MOD
	Mão-de-Obra Direta
	NBC ITG
	Normas Brasileiras de Contabilidade Interpretação Técnica Geral
	PEPS
	Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair
	PIB
	Produto Interno Bruto
	SIG
	Sistema de Informação Gerencial
	SIMPLES NACIONAL
	Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte
	UEPS
	Último Entrar e Primeiro Sair
SUMÁRIO
	1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................
	13
	1.1 PROBLEMA DA PESQUISA ......................................................................................
	14
	1.2 PRESSUPOSTOS .........................................................................................................
	14
	1.3 OBJETIVOS .................................................................................................................
	14
	1.3.1 Geral .........................................................................................................................
	14
	1.3.2 Específicos ................................................................................................................
	15
	1.4 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA ..............................................................................
	15
	1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................
	16
	2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................
	18
	2.1 AS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL...................................................................................................................................
	18
	2.1.1 Atividade de Construção Civil ................................................................................
	23
	2.1.2 Indústria para a Construção Civil .........................................................................
	24
	2.2 CONTABILIDADE DE CUSTOS NAS INDÚSTRIAS .............................................
	25
	2.2.1 Gastos ........................................................................................................................
	27
	2.2.2 Desembolso ...............................................................................................................
	28
	2.2.3 Investimento .............................................................................................................
	28
	2.2.4 Custo .........................................................................................................................
	29
	2.2.4.1 Custo Variável ........................................................................................................
	29
	2.2.4.2 Custo Fixo ...............................................................................................................
	29
	2.2.4.3 Custo Direto ............................................................................................................
	30
	2.2.4.4 Custo Indireto .........................................................................................................
	30
	2.2.4.5 Custo do estoque .....................................................................................................
	30
	2.2.4.5.1 Custo de Aquisição ..............................................................................................
	31
	2.2.4.5.2 Custo de Transformação .....................................................................................
	31
	2.2.4.5.3 Outros Custos ......................................................................................................
	32
	2.2.5 Despesa .....................................................................................................................
	32
	2.2.6 Perda .........................................................................................................................
	33
	2.3 GESTÃO DE CUSTOS NAS PEQUENAS INDÚSTRIAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL ..................................................................................................................................
	33
	2.3.1 Estoques de Matéria-Prima .................................................................................... 
	34
	2.3.1.1 Critérios de Valoração do estoque ..........................................................................
	35
	2.3.2 Mão de Obra Direta ................................................................................................
	36
	2.3.3 Custos Indiretos .......................................................................................................
	36
	2.3.4 Métodos de Custeio .................................................................................................
	37
	2.3.4.1 Custeio por Absorção .............................................................................................
	37
	2.3.4.1.1 Custeio Baseado em Atividades (Activity-BasedCosting – ABC) .....................
	38
	2.3.4.1.2 Departamentalização ..........................................................................................
	39
	2.3.4.2 Custeio Variável .....................................................................................................
	39
	2.3.5 Formação de Preços ................................................................................................
	40
	2.3.6 Concorrência ............................................................................................................
43
	3 METODOLOGIA DA PESQUISA ..............................................................................
	45
	4 INTERPRETAÇÃO DE DADOS ................................................................................
	47
	5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................
	54
	REFERÊNCIAS ...............................................................................................................
	56
	APÊNDICE 
	
	ANEXOS 
	
1 INTRODUÇÃO
A contabilidade de custo tem uma maior ênfase no período da revolução industrial, que trouxe a necessidade para as indústrias gerenciarem seus gastos, em função da substituição do processo artesanal de produção dos bens para a utilização de máquinas que produziam mais produtos em menos tempo. Mediante essa evolução no contexto operacional as empresas enfrentaram dificuldades para o gerenciamento dos custos e iniciaram o processo de investimento e valorização desta esfera da contabilidade.
Por meio desta valorização da contabilidade de custos, percebe-se que está tem uma profunda relação com o custo de um produto e o preço do mesmo, sendo assim para a comercialização do produto torne-se lucrativo para a empresa este deve cobrir os custos gerados para sua fabricação.
Para a empresa poder reduzir os custos tornando-a mais eficiente é necessário ter o controle de todo o recurso aplicado, isso ocorre em grandes empresas que possuem estrutura suficiente para realizar esta gestão. Por conseguinte, as pequenas empresas necessitam de um esforço maior, muito em função da falta de estrutura e não da complexidade da indústria. 
De acordo com o disposto no trabalho, as Micros e Pequenas Empresas no Brasil representam a maioria das empresas existentes no país o restante está dividido entre médias e grandes empresas. Com isso contribuem para o Produto Interno Bruto (PIB), além de gerarem emprego para a população brasileira.
As características das pequenas empresas são como a carência de recursos financeiros; ausência no planejamento; sistema de informação simples; as decisões são tomadas em cima de dados não reais; confusão entre o patrimônio da empresa e dos sócios; entre outras. Então apesar dessas empresas estarem inseridas em uma quantidade representativa no Brasil, há uma necessidade de uma base teórica mais rica em informações qualitativas para desempenharem suas atividades.
A contribuição da região Norte para o PIB brasileiro é relativamente inexpressivo e consequentemente o Amapá não tem um impacto relevante na participação do mesmo, já quanto à participação das indústrias no estado, o valor adicionado bruto a preços básicos, a atividade da construção civil está em grande expansão durante os últimos e tende valorizar sua seu ingresso no produto interno bruto. 
As indústrias trabalham com a mutação de bens ou serviço para produzir novos bens ou serviços. 
Para tanto as que são voltadas para a construção civil, trabalham com a construção de edificações e imobiliárias sendo construções próprias ou de condomínios, além de loteamentos e incorporação de imóveis, há também indústrias que trabalham com a construção de materiais pré-moldados para a construção de ginásios, galpões, casas, além da construção de postes entre outros artefatos de concreto. Com isso surge a necessidade de atestar os empecilhos que as pequenas indústrias se deparam no decorre de suas atividades. 
1.1 PROBLEMA DA PESQUISA
Quais as dificuldades em apurar custos encontrados pelas empresas de pequeno porte do segmento industrial do ramo da construção civil? 
1.2 PRESSUPOSTOS
As indústrias de pequeno porte do ramo de construção civil têm dificuldades para apurar seus custos pela falta de um setor específico que faça a análise desses custos. 
Falta de recursos para implantar um departamento de contabilidade e quando a empresa tem, não é feita a devida apuração do total gasto. Onde é feita a contratação de empresas contábeis para fazer somente à parte fiscal e pessoal, sem gerar relatórios gerenciais, dificultando a gestão das empresas levando-a adotar um preço distorcido para seus produtos e impedindo o seu crescimento sadio.
1.3 OBJETIVOS
Os presentes objetivos irão ser contemplados em um objetivo geral, que por meio deste serão divididos em três objetivos específicos. 
1.3.1 Geral
Analisar as dificuldades na apuração dos custos encontrados pelas empresas de pequeno porte do segmento industrial do ramo de construção civil.
1.3.2 Específicos
a) Descrever os aspectos conceituais das empresas de pequeno porte do segmento da construção civil;
b) Apresentar os fundamentos da Contabilidade de custos, com o foco nas indústrias de construção civil;
c) Demonstrar as dificuldades que as indústrias da construção civil de pequeno porte, instaladas no município de Santana-AP sofrem para apurar seus custos de produção;
1.4 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA
O estudo justifica-se em função da maioria das empresas de pequeno porte não possuir um controle minucioso de seus custos, o que prejudica no momento de definir os preços de seus produtos, o que eleva o preço tornando-o exorbitante, ou por não cobrir os custos pertinentes à produção.
Ao controlar os custos as empresas poderão mensurar o preço dos produtos, avaliar onde seus recursos estão sendo aplicados, tendo maior controle do estoque de matéria prima, os estoques mínimos e máximos, diminuindo as perdas, controlando as sucatas e consequentemente gerando informações para a tomada de decisões dos gestores da empresa.
As informações de controle de estoque e gerenciamento dos custos são úteis para que as empresas de pequeno porte façam novos investimentos e aumentem suas instalações, partindo de pequenas empresas para se tornarem empresa de médio e posteriormente empresas de grande porte.
O benefício que o trabalho insere na sociedade, é que as empresas necessitam de informações valiosas para suas tomadas de decisões, e com isso ter um controle de tudo o que é gerado na empresa é o primeiro passo para o sucesso, servindo de alerta que o gasto para ter essa organização não será relevante diante do benefício que retornará para a empresa. Além disso, o efeito não ocorrerá apenas nas indústrias da construção civil, mas também para as de diversos ramos que atuam no cenário local.
Quanto à abordagem teórica, a intenção é verificar quais dos métodos de custeio são utilizados, com o foco para a gestão da empresa em geral. Mostrando que a contabilidade de custo é uma ferramenta para a tomada decisão dos diretores, gerentes, engenheiros, e para os contadores, os que apuram esse conjunto de informações. Além de contribuir de forma, a levar para as indústrias métodos de gestão, uma vez que pesquisas aplicadas a este setor de construção civil, para as empresas que trabalham com artefatos de concreto, não são comumente aplicados na região.
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO
O referido trabalho possui a estrutura composta por cinco capítulos, estes sendo respectivamente chamados de Introdução, por conseguinte, o Referencial Teórico, seguindo de Metodologia, Interpretação de Dados e por fim, Considerações Finais que nortearão a abordagem de uma maneira geral o tema proferido. 
Para tanto, o primeiro capitulo apresenta o trabalho de maneira ampla envolvendo os conceitos da importância da Contabilidade de Custos para as Indústrias. Adiante, expõe-se a problemática da pesquisa, os pressupostos em que se baseiam o estudo, objetivos geral e específicos, justificativa do trabalho, onde se destaca a relevância da Contabilidade de Custos para a classe contábil, alocando definições teóricas que podem inserir-se a prática e evidenciando à sociedade, e concluindo-se com a estrutura em que o presente trabalho pressupõe.
O segundo capítulo corresponde ao referencial teórico deste estudo que, subdivide-se em tópicos e subtópicos conferindo a eles a presença das Empresas de Pequeno Porte na Indústria e na Construção Civil expondo as características gerais deste tipo de empresa. A atividade em que se enquadra
a Construção Civil, a Indústria inserida neste ramo.
A partir de então, outra vertente desta pesquisa nos remete a Contabilidade de Custos aplicada às Indústrias e a necessidade de se obter um setor especifico para esta. Os conceitos de Gastos, Desembolso, Investimento, Custo e variantes, Despesa, Perda, norteiam a Contabilidade de Custos.
Apresenta-se como ultimo tópico deste estudo a Gestão de Custos nas Pequenas Indústrias de Construção Civil tendo como propósito gerenciar os custos incorridos em determinado período. Estoques de Matéria-Prima para a formação dos produtos, Critérios de Valoração do estoque. Mão de Obra Direta que será aplicada à produção dos bens e serviços, os Custos Indiretos, Métodos de Custeio este se dividindo em Custeio por Absorção, baseado em Atividades e Custeio Variável. A partir disto, a pesquisa se remete a elencar a Formação de Preços de seus produtos ou serviços levando em consideração alguns conceitos que irão auxiliar na definição deste, e ao finalizar a pesquisa esta relata a cerca da Concorrência para melhor obter uma visão de mercado. 
No entanto, o terceiro capítulo ressalta a Metodologia em que foi utilizada na pesquisa a delimitando quanto a abordagem do problema, aos procedimentos e as limitações em que encontrou para adquirir dados no intuito de enriquecer a pesquisa.
Todavia, o quarto capítulo representa a Interpretação de Dados onde houve a realização de um estudo de caso tendo como base uma indústria que produz artefatos que se associam a construção civil, estudo realizado com a finalidade de verificar a dificuldade que a indústria possui em apurar seus custos. 
A fim de finalizar a dada pesquisa, no quinto capitulo expõe-se as considerações finais atestando se os objetivos e hipóteses foram alcançados e ratificados por meio da pesquisa em geral, enfatizando-se a problemática de que as indústrias apresentam dificuldades em apurar e gerir seus custos para assim, contribuir no desenvolvimento da empresa.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 AS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL
As microempresas e empresas de pequeno porte são empreendimentos de pequenas proporções no mercado, pois tem um capital limitado, receita limitada e a maioria das empresas se enquadram no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – o SIMPLES NACIONAL. 
O BNDES evidencia a receita por porte de empresa da seguinte forma:
	Classificação
	Receita operacional bruta anual
	Microempresa
	Menor ou igual a R$ 2,4 milhões
	Pequena empresa
	Maior que R$ 2,4 milhões e menor ou igual a R$ 16 milhões
	Média empresa
	Maior que R$ 16 milhões e menor ou igual a R$ 90 milhões
	Média-grande empresa
	Maior que R$ 90 milhões e menor ou igual a R$ 300 milhões
	Grande empresa
	Maior que R$ 300 milhões
Quadro 1 – Classificação da Receita Operacional Bruta Anual.
Fonte: BNDES, 2010.
O BNDES (2010) complementa que a receita operacional bruta anual é entendida como o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria; preço dos serviços prestados; e o resultado nas operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e dos descontos incondicionais concedidos.
Apesar de suas expressões não serem tão alarmantes como as empresas de grande porte, a maioria das empresas existentes no Brasil são as que se enquadram como Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (EPP’S).
Como demonstra a tabela abaixo:
Tabela 1: Quantidade de Empresas por Porte.
	Porte da empresa
	Empresas
	
	Absoluto
	Relativo (%)
	Total
	4 599 880
	100,0
	Micro
	4 080 168
	88,5
	Pequenas
	446 884
	9,9
	Médias
	60 111
	1,3
	Grandes
	12 717
	0,3
Fonte: adaptado de IBGE, Cadastro Central de Empresas 2010.
A Lei 10.406 de 2002, que trata do código civil destaca a figura do empresário em seu Art.966 que, “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.” No parágrafo único deste mesmo artigo evidencia que, “Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa”.
Após a determinação do empresário pelo Código Civil, a Lei Complementar 123 de 2006 define o que são Microempresas e Empresa de Pequeno Porte. O Art. 3º da Lei retrata que: 
Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se Microempresas ou Empresas de Pequeno Porte a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o Art. 966 da Lei Nº 10.406, de 10 de Janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que:
I- No caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e
II- No caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais).
Para tanto Iudícibus et al. (2010, p. 25), caracteriza as pequenas empresas como:
[...] empresas que não têm obrigação pública de prestação de contas e elaboram demonstrações contábeis, além de para fins internos de gestão, para usuários externos, mas para finalidade gerais, como é o caso de sócios que não estão envolvidos na administração do negócio, credores existentes e potenciais, e agência de avaliação de crédito [...].
As Empresas de Pequeno Porte, não necessitam realizar a publicação de suas demonstrações, porém são realizadas para fins de controle, de gerenciamento, servindo de base para a tomada de decisões, elas também apresentam as demonstrações para as instituições financeiras em busca de empréstimos, financiamento, entre outros créditos que estas oferecem, para atestar o grau de solvência que a empresa possui.
Com isso o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) regulamenta as Normas Brasileiras de Contabilidade, NBC ITG 1000 Seção 2, item 2.2 que retrata:
O objetivo das demonstrações contábeis de pequenas empresas é oferecer informações sobre sua posição financeira (balanço patrimonial), o desempenho (resultado e resultado abrangente) e fluxos de caixa da entidade, que é útil para a tomada de decisão por vasta gama de usuários que não está em posição de exigir relatórios feitos sob medida para atender suas necessidades particulares de informação.
As empresas podem apresentar suas demonstrações financeiras aos fornecedores, onde estes irão testar o grau de endividamento da empresa e analisar se a mesma terá condições de honrar com seus compromissos. Já os órgãos fiscalizadores irão avaliar se a empresa recolhe seus impostos de forma correta, e os sócios irão analisar a evolução da empresa, se ela está lucrando ou o obtendo prejuízos, e também, analisar o retorno do capital investido por eles. 
Dessa forma Leone (1999) faz uma comparação das características das empresas que se enquadram como micro e pequena empresa:
Especificidades Organizacionais:
· Pobreza de recursos;
· Gestão centralizadora;
· Situação extra organizacional incontrolável;
· Fraca maturidade organizacional;
· Fraqueza das partes no mercado;
· Estrutura simples e leve;
· Ausência de planejamento;
· Fraca especialização;
· Estratégia intuitiva;
· Sistema de informações simples.
A partir das características apresentada por Leone (1999), observa-se que os recursos das empresas são limitados, devido o porte das empresas; a gestão fica limitada a poucas pessoas, os donos das organizações, e devido a isso a empresa não consegue se adequar aos ambientes externos, que neste caso seria a relação com seus fornecedores, com os bancos, com o governo, com seus clientes, havendo falta de maturidade para lidar com situações adversas, como fiscalização recebida pelos órgãos responsáveis,
com o endividamento perante seus fornecedores e as instituições financeiras. 
O conhecimento dos empreendedores, em geral, é direcionado para a atividade operacional, muito em função de já experiência sobre a atividade da empresa, já o setor organizacional e de gestão da empresa em geral fica mais delimitada, mas como a estrutura não é tão extensa facilita ao dono visualizar a empresa como um todo.
Pelo fato das empresas serem familiares, ou seja, um membro da família começou o negócio e os demais componentes da mesma atuam na instituição, ocorre que dificilmente há uma delegação de função a funcionários que não tenham grau de parentesco com os proprietários dos empreendimentos. 
No consiste a tomada de decisão de maneira informal, Motta (1988, p. 78) afirma que a decisão intuitiva é, “[...] aquela que não se baseia ou mesmo contradiz a lógica dos fatos explicitamente conhecidos e sistematizados. A intuição é vista como um impulso para ação em que não fez uso do raciocínio lógico”.
Com isso as empresas partem de uma informalidade e dificilmente são feitos planejamentos demonstrando que trajetória ela pretende percorrer e onde ela irá chegar. As estratégias adotadas pelos empresários são muitas das vezes intuitivas, ou seja, formam estratégias sem uma base fundamentada para seus empreendimentos e o sistema que estão inclusos nos estabelecimentos não suportam a capacidade para realizar o processamento de todos os dados gerados ou não existem. Pois usam simples planilhas para controlar as operações.
Para Leone (1999), as Especificidades Decisionais apresentam-se em: 
· Tomada de decisão intuitiva;
· Horizonte temporal de curto prazo;
· Inexistência de dados quantitativos;
· Alto grau de autonomia decisória;
· Racionalidade econômica, política e familiar.
As decisões são tomadas de acordo com a necessidade dos donos e não a do mercado, com a carência de um sistema de boa qualidade, acaba limitando a empresa à coleta de dados eficientes para auxiliar a gestão da mesma que fica concentrada nas mãos de poucas pessoas, sendo uma forma de controle centralizada e não descentralizada como ocorre em empresas de maiores proporções, e a influência familiar é muito forte. 
Em relação a o controle descentralizado Frezatti (2009, p. 106) afirma que:
À medida que as organizações crescem, tendem a aumentar a diversidade de produtos e serviços oferecidos, a área geográfica de atuação e, consequentemente, a complexidade de sua gestão. Enquanto as pequenas organizações podem ser gerenciadas como uma unidade singular, a maioria das médias e grandes empresas é dividida em várias unidades operacionais e divisões.
Com isso pode se observar que as pequenas empresas são controladas por poucas pessoas em função de sua complexidade não ser tão extensa como as médias e grandes empresas.
E, por conseguinte, Leone (1999) nomeia as Especificidades Individuais:
· Onipotência do proprietário/dirigente;
· Identidade entre pessoa física e jurídica;
· Dependência perante certos funcionários;
· Influência pessoal do proprietário / dirigente;
· Simbiose entre patrimônio social e pessoal;
· Propriedade dos capitais;
· Propensão a riscos calculados.
Como as empresas de pequeno porte são muitas vezes familiares, acaba dificultando a relação entre patrão e funcionário, devido haver um vínculo familiar, o tratamento tende a ser diferenciado devido a essa relação o que dificulta o proprietário a fazer uma crítica mais ríspida, podendo ser mal interpretado pelo funcionário. 
Mas o conselho de administração, é segundo Frezatti (2009, p. 211):
Um dos principais instrumentos para a boa governança corporativa. Sua principal função é monitorar o desempenho corporativo, contribuindo para aumentar o valor da companhia no longo prazo. Além disse, deve proteger os interesses dos acionistas e dos stakeholders do negócio (funcionários, comunidade, fornecedores, clientes, governo e comunidade).
Com isso pode-se observa que o gestor deve proteger o patrimônio dos sócios e da empresa para que ela seja valorizada em longo prazo com, além de manter um bom relacionamento com o ambiente interno e externo, como funcionários e os fornecedores.
Uma das dificuldades também é achar que o dinheiro que sua empresa possui, é seu, o que contradiz os Princípios da Contabilidade, que mediante esta situação o que está sendo violado é o Princípio da Entidade, que na Resolução Nº 750/1993 (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/2010) do Conselho Federal de Contabilidade – CFC, em seu Capítulo II, Seção I, Art. 4°, informa que:
O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.
Logo nota-se que o proprietário não deverá interferir na empresa, no modo que extraia o patrimônio que pertence a ela, pois é obrigatório que seja feita a separação dos bens pertencentes a ele em detrimento do que a empresa detém. 
O IBGE (2003) atribui características as micros e pequenas empresas da seguinte maneira:
· Baixo volume de capital empregado;
· Altas taxas de natalidade e mortalidade;
· Presença significativa de proprietários, sócios e funcionários com laços familiares;
· Grande centralização do poder decisório;
· Não distinção da pessoa física do proprietário com a pessoa jurídica, inclusive em balanços contábeis;
· Registros contábeis pouco adequados;
· Contratação direta de mão-de-obra;
· Baixo nível de terceirização;
· Baixo emprego de tecnologias sofisticadas;
· Baixo investimento em inovação tecnológica;
· Dificuldade de acesso a financiamento de capital de giro;
· Dificuldade de definição dos custos fixos;
· Alto índice de sonegação fiscal;
· Contratação direta de mão-de-obra;
· Utilização intensa de mão-de-obra não qualificada ou sem qualificação.
Após essas características, percebe-se que as pequenas empresas necessitam de pessoas qualificadas para desenvolver as atividades as elas atribuídas, pois o caminho do fracasso é eminente em função do que foi exposto. Que Fiuza (2010) é necessário que a empresa realize investimentos em seus funcionários para que as metas sejam alcançadas. Com isso a empresa pode captar pessoas qualificadas no mercado ou investir em seus funcionários para que eles possam chegar a um nível ideal para cumprir as metas organizacionais.
2.1.1 Atividade de Construção Civil
Atividade de construção civil é mencionada por Costa (2005, p.19), sendo como:
A atividade de construção civil, de uma maneira mais ampla, é o setor que abrange desde a construção de obras governamentais (públicas) até a construção de edificações e imobiliárias, compreendendo o desmembramento de terrenos, loteamentos, incorporação de imóveis, construção própria ou em condomínio, locação de imóveis próprios ou de terceiros e administração de centros comerciais.
No Amapá essa atividade está em grande expansão, com a construção de prédios, residenciais, conjuntos habitacionais, dentro dessa atividade há empresas que trabalham com a produção de artefatos de concreto, que seria a confecção de postes, de pré-moldados para lajes, para estruturas de galpões, de ginásios, de fábricas além de outros produtos que auxiliam na construção civil. Esse tipo de estrutura está sendo muito utilizado em função de haver uma diminuição no custo e no prazo da construção desses estabelecimentos.
Bonizio (2001, p.3) estabelece três formas para a atuação das empresas no ramo de construção civil.
I. A prestação de serviços, em que a empresa de construção recebe uma remuneração fixa ou variável pela execução da obra, ficando os riscos da atividade por conta do contratante;
II. A execução por empreitada, em que a empresa de construção assume os riscos dos
custos de construção e o contratante paga um preço predeterminado pela construção;
III. A incorporação imobiliária, em que a empresa de construção toma a iniciativa da construção e comercialização da(s) unidades(s) imobiliária(s).
Definidas as formas de atuação no mercado, um aspecto importante para as construtoras é em relação à receita e consequentemente seus custos, pois neste tipo de atividade muitas obras irão iniciar em um determinado ano-calendário e terminará anos depois de seu início.
Então, Sprouse e Moonitz (1962) apud Rezende (2009) relatam que a receita de uma empresa durante um período de tempo representa uma mensuração do valor de troca dos produtos (bens ou serviços) durante aquele período. Isso representa que para a obtenção de uma receita haverá uma despesa em função do esforço que a empresa terá para obtê-la. 
2.1.2	Indústria para a Construção Civil
Sousa (2005), descreve a indústria sendo desde uma empresa de pequeno porte, até a fábrica de grande porte em um parque industrial, trabalhando com a atividade de transformação de bem ou serviços, através de máquinas que possibilitam a criação de um terceiro produto.
Para o desenvolvimento de qualidade das atividades que são aplicadas na construção civil é necessário que haja um setor de engenharia da produção. Conforme Cunha (2004) apud. Borchardt et al. (2009) informa que, a engenharia de produção atua no projeto na implantação, na melhoria e na manutenção da cadeia produtiva. Com isso ela vai estar presente em todo o processo produtivo que a empresa obtiver. 
Indústria é uma empresa que independendo do porte tem como atividade principal a transformação de um bem ou serviço em um determinado produto, que para esse processo de mutação utiliza máquinas e equipamentos que irão auxiliar no processo produtivo, também necessitam de mão-de-obra e insumos, sendo esse último à matéria-prima sendo uma das partes mais importante para desenvolver determinado bem para o público.
Diversas indústrias são instaladas em locais que irão atender a necessidade de um público que está ao redor da fábrica, já outras são inseridas em lugares distantes, como zona rural ou afastadas das cidades, muito em função de que possa ocasionar algum dano a sociedade em decorrência do seu processo de produção ou acontecendo alguma anormalidade, possa vir a afetar as vidas das pessoas no entorno do parque industrial. 
Frezatti et al. (2009, p. 47) retrata que a organização:
Tem sido percebida como um sistema aberto dado que ela se encontra em constante interação com todos os seus ambientes. Ela necessita de relacionamento com o mercado, governo, clientes, comunidade, fornecedores, investidores (atuais e potenciais), credores e concorrentes para desenvolver suas atividades. A entidade também é entendida como um sistema dinâmico em decorrência da sua necessidade de adaptação e mudança, em face das interferências do ambiente externo e também das mudanças e ajustes internos.
Com isso as indústrias para a construção civil apresentada neste capítulo, são as que trabalham com artefatos de concreto, estão são produtos que irão auxiliar no processo de construção de galpões, ginásios, fábricas entre outros produtos pré-moldados. Além dessas estruturas pré-moldadas, as indústrias trabalham com a construção de postes de iluminação, com isso o mercado que elas estão inseridas podem atender tanto as empresas privadas, como as entidades públicas.
Apesar de terem bastante mercado para atuarem, as pequenas empresas necessitam de profissionais qualificados para as gerirem, para que possam tomar decisões cabíveis para as empresas. Os sócios necessitam separar o que pertence a eles do que é fruto da empresa, para não haver a confusão de patrimônios.
As indústrias precisam visualizar o mercado onde está inserida, quem de fato podem ser seus clientes, analisar e avaliar seus concorrentes, ainda há a necessidade de verificar quem são seus fornecedores, a qualidade de sua matéria-prima, a logística que o fornecedor trabalha e seu prazo de entrega, para que não falte insumo para sua produção. Então se percebe que a empresa não deve se preocupar apenas com os procedimentos internos, mas também do que está ocorrendo ao seu redor, as mudanças políticas, tecnológicas, legislativas, mercadológicas, entre outros fatores que podem influencia-la de maneira a impedir seu crescimento, chegando até a sua falência.
2.2 CONTABILIDADE DE CUSTOS NAS INDÚSTRIAS
A contabilidade de custos ganhou uma maior ênfase com a revolução industrial, que com o surgimento das grandes indústrias o processo de transformação dos produtos deixa de ser artesanal e passa a ser industrializado, e com isso, surge à necessidade de controle dos gastos que os produtos terão no processo de transformação, que através desse gerenciamento dos custos sobre os produtos a mensuração dos mesmos se torna mais didática, sendo uma ferramenta a mais para os gerentes que administram as empresas (MARTINS, 2010). 
Pode-se dizer que a contabilidade de custos nasceu juntamente com a revolução industrial, pois havia a necessidade de controlar os gastos que elas obtinham no processo produtivo, uma vez que muitos produtos já eram produzidos em escala e deixavam de ser artesanalmente confeccionados. 
Hoje para a contabilidade de custo ser de grande eficiência e eficácia é necessário que a empresa possua, além de um setor de contabilidade estruturado com um analista de custo, um engenheiro da produção, pois é ele que irá passar as informações sobre o processo produtivo para o contador fazer a análise de tudo o que foi gasto.
O contador é apenas um analista dos custos, pois quem controla, define onde serão aplicados mais ou menos insumos, a quantidade de mão de obra que será utilizada, é o engenheiro produção.
Segundo Martins (2010) a contabilidade de custos tem a função de auxílio ao estoque e ajuda na tomada de decisões, onde a missão do controle é fornecer dados para estabelecer padrões, orçamentos e outras formas de previsão e posteriormente acompanhar efetivamente o acontecido para a comparação com os valores já definidos anteriormente. Para a tomada de decisão, a contabilidade de custo passou por várias transformações depois do surgimento na revolução industrial, e desta forma, ela não serve apenas para o controle do estoque e lucros globais, mas sim para controles gerenciais.
Apesar da Contabilidade de Custo surgir nas indústrias, com o avanço dos sistemas de controle, o avanço da contabilidade e como ela se tornou uma ferramenta gerencial, os gerentes das empresas não industriais evidenciam a necessidade de vincular a contabilidade de custos à contabilidade financeira e a gerencial, e devido isso a informação para a tomada de decisões torna-se mais completa diminuindo a margem de erro, já que as informações estão em conjunto e dificilmente algum setor da empresa ficará afetado com as decisões que os gestores tomarão. (MARTINS, 2010).
Como a contabilidade é uma ciência social, os termos como gastos, custo, despesa, perda, investimento e desembolsos são muitos semelhantes, e diante disto se faz necessário discriminar a terminologia de alguns destes termos.
Quadro 2: Processo de Gasto em uma Indústria.
Fonte: Adaptado de BRUNI (2008).
Conforme o quadro de Bruni (2008), o gasto é um termo amplo, que posteriormente se torna em investimento, custo, despesa ou perda, onde através do consumo dos custos os produtos são gerados, que com a venda é evidenciado no resultado como custo do produto vendido; as despesas e perdas figuram direto no resultado, pois não irão compor o custo do produto. 
O que ocorre frequentemente nas indústrias é que nem tudo o que se produziu foi vendido, por isso existem diversos estoques que evidenciam em que fase do processo de produção o produto se encontra.
Os principais estoques são os seguintes:
· Estoque de Matéria-Prima;
· Estoque de Produtos em Elaboração; e
· Estoque de Produtos Acabados.
Esses são os mais relevantes que a empresa possui, pois o Estoque de Matéria-prima demonstra a quantidade de insumos que a empresa
detém para fabricar seu produto final; já o Estoque de Produtos em Elaboração evidencia quais produtos iniciaram o processo, porém não foram concluídos no mesmo período; o Estoque de Produtos Acabados irá exibir os produtos que iniciaram e terminaram sua produção no mesmo mês e além dos que começaram a ser desenvolvidos no mês anterior e terminaram somente no mês em que estão sendo apurados os custos. 
2.2.1 Gastos
Gasto é a, “compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso), sacrifício este representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente em dinheiro)”. (MARTINS, 2010 p. 24).
Como o conceito de gasto é amplo, e em função disso, todos os bens que a empresa adquirir pode ser considerado como gasto, partindo do processo de compra da matéria-prima e participando do processo de produção até a chegada ao consumidor, como gasto com aquisição de insumos, gasto com mão de obra direta, com frete, todos são gastos, mas no processo são caracterizados por nomenclatura diferentes para identificar em que nível o processo de produção se encontra, facilitando na tomada de decisão.
Já Wernke (2012) define gasto como sendo o consumo de recursos ou contração de uma obrigação (dívida) com terceiros (fornecedores, bancos etc.) para a obtenção de bens ou serviços que necessite para o desenvolvimento de sua atividade.
E Küster (2011, p. 31) conceitua gasto como, “Recursos utilizados na aquisição de bens e serviços para uso na produção dos bens e serviços da empresa (matéria prima; mão-de-obra; produção etc.)”.
Com isso, gasto é tudo o que a empresa contrai de recursos para empenhar na sua atividade principal, onde esses gastos são liquidados através de pagamento a vista ou a empresa contrai obrigações com seus fornecedores. 
2.2.2 	Desembolso
Com isso, Martins (2010) descreve desembolso como sendo um pagamento oriundo da aquisição de um bem ou serviço. 
Já Wernke (2012, p.27) conceitua da seguinte forma, ”O termo Desembolso qualifica a situação na qual a empresa efetivamente paga (desembolsa dinheiro) a aquisição de algum bem ou serviço”. 
Küster (2011, p. 31) classifica desembolso como, “Corresponde à efetiva saída de caixa dos recursos para pagamento de aquisições de bens, serviços ou despesas”.
Então desembolso é quando a empresa de fato efetua o pagamento do bem ou serviço adquirido, mediante saída de dinheiro em caixa ou equivalentes de caixa.
2.2.3 Investimento
Wernke (2012) descreve investimento sendo como, “[...] os gastos efetuados na aquisição de ativos (bens e direitos registráveis em conta do Ativo no Balanço Patrimonial) com a perspectiva de gerar benefícios econômicos em períodos futuros”.
Já Martins (2010) menciona investimento como um gasto ativado em função da vida útil ou de benefício atribuíveis a futuros períodos, ou seja, os sacrifícios havidos pela compra de bens ou serviços que são estocados nos ativos da empresa para baixa ou amortização quanto este bem ou serviço é vendido. 
E Küster (2011, p. 31) informa que investimento é, “Gasto na aquisição de bens permanentes, que visam ao crescimento da empresa ou aumento do seu patrimônio (máquinas; equipamentos; veículos etc.)”.
O conceito de investimento é mencionado pelos autores como os gastos que a empresa obteve para a aquisição de ativos permanentes, ou seja, bens que irão compor a estrutura da empresa e auxiliar na receita por vários exercícios.
2.2.4 Custo
“Custo é o gasto relativo à bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços, no entanto, custo é utilizado na fabricação de um produto ou execução de um serviço”. (MARTINS, 2010 p. 25).
Já Küster (2011, p. 31) estabelece custo como, “Recursos utilizados na aquisição de bens e serviços para uso na produção dos bens e serviços da empresa (matéria prima; terceirização; energia elétrica do setor produtivo etc.)”.
Custo é todo o gasto que a empresa obteve para aplica-lo na produção de outros bens ou serviços, esses custos são classificados de várias maneiras como:
· Custo Variável;
· Custo Fixo;
· Custo Direto; e
· Custo Indireto.
Além desses principais tipos de custos ainda existe os custos semivariáveis e os semifixos.
2.2.4.1 Custo Variável
Küster (2011, p. 31) retrata custos variáveis como:
Mudam de acordo com a maior ou menor produção da mercadoria. Todos os custos que não são fixos são considerados variáveis, como salários dos operários, pagamentos de matérias primas, custos de transportes e combustíveis etc. Quando a produção da empresa aumenta, os custos desses itens aumentam quase proporcionalmente, pois a empresa necessita de maior quantidade dos mesmos.
É o custo que está relacionado diretamente com o desenvolvimento de um determinado bem ou serviço, pois irá se alternar de acordo com o volume de produção e quanto maior o volume do mesmo maior será o custo variável total. Mas em relação ao custo variável unitário, independendo do volume de produção o valor desse custo permanecerá o mesmo.
2.2.4.2 Custo Fixo
Küster (2011, p. 31) estabelece Custo Fixo da seguinte forma, “São os que permanecem invariáveis mesmo que varie o nível de produção da empresa, enquanto esta se conserva nas condições de organização (aluguel; impostos; seguros etc.)”. 
O custo fixo é aquele que independentemente se a empresa produzir um ou 1000 produtos o seu valor total permanecerá o mesmo, pois não está relacionado diretamente com a confecção desses produtos. Porém o custo fixo unitário irá reduzir de acordo com a quantidade de bens que se transformarão.
2.2.4.3 Custo Direto
Custo Direto é classificado por Küster (2011, p. 33) da seguinte maneira:
Ao se analisar os custos e as despesas de uma atividade, alguns custos têm características especiais, pois os mesmos podem ser facilmente identificados com o produto em que foram utilizados. Basta para tanto determinar uma medida padrão, como: caixas, quilos, gramas etc. (matéria prima; embalagens; mão de obra; e depreciação de equipamentos).
É o custo que está relacionado diretamente com a produção, ou seja, está participando ativamente do processo de construção do produto.
2.2.4.4 Custo Indireto
Custo Indireto é classificado por Küster (2011, p. 34) sendo:
Caracterizados pelas despesas e custos, incorridos fora do setor de produção, porém necessários para a manutenção da mesma. Como podem se apresentar comuns a diversos centros de custos, torna-se necessária a aplicação de critérios de rateio para alocação ao produto acabado (energia; aluguel; administração etc.).
Este tipo de custo não tem uma relação direta com o bem em desenvolvimento, ele ocorre para dar suporte para o desenvolvimento do produto. 
2.2.4.5 Custos do estoque
O pronunciamento técnico 16 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) informa no item 10 que, “O valor de custo do estoque deve incluir todos os custos de aquisição e de transformação, bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização atuais”.
Então para a formação do estoque serão inclusos valores desde a compra do produto, passando pelo processo de transformação do mesmo, e outros custos que irão compor os estoques para que ele possa ser posto nas condições atuais.
Na reavaliação dos estoques NBC ITG 1000 na Seção 13, que refuta sobre o Estoque, em seu item 13.4 mensuração de estoque retratam que, “A entidade avalia estoques pelo menor valor entre o custo e o preço de venda estimado diminuído dos custos para completar a produção e despesas de venda”. 
Em seguida no item 13.5 da NBC ITG 1000, informa que a entidade deve incluir no custo dos estoques: os Custos de compra, Custo de transformação e Outros custos. Através disso irá demonstrar as condições atuais dos estoques.
2.2.4.5.1 Custo de Aquisição
Para isso os custos de aquisição (compra) envolverão o preço de compra, tributos não recuperáveis, o transporte, o manuseio, descontos comerciais, e outros custos que são deduzidos na determinação dos custos de compra. Como informa o item 13.6 da NBC ITG 1000.
A redação é aprofundada pelo pronunciamento
16 do CPC, no item 11 da seguinte forma:
O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao fisco), bem como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na determinação do custo de aquisição.
Com isso pode-se entender que o custo de aquisição não é apenas o valor que empresa paga pela mercadoria, mas sim os impostos não recuperáveis, o valor do frete e entre outros.
2.2.4.5.2 Custo de Transformação
Para os custos de transformação, informado no item 13.8 da NBC ITG 1000, devem ser incluídos os custos, diretamente relacionados às unidades de produção, como a mão-de-obra direta e os custos indiretos de fabricação, fixos e variáveis, que são alocados mediante uma predeterminação do rateio.
Em um termo mais amplo do pronunciamento 16 do CPC no item 12 demostra que:
Os custos de transformação de estoques incluem os custos diretamente relacionados com as unidades produzidas ou com as linhas de produção, como ser o caso da mão-de-obra direta. Também incluem a alocação sistemática de custos indiretos de produção, fixos e variáveis, que sejam incorridos para transformar os materiais em produtos acabados. Os custos indiretos de produção fixos são aqueles que permanecem relativamente constantes independentemente do volume de produção, tais como a depreciação e a manutenção de edifícios e instalações fabris, máquinas e equipamentos e os custos de administração da fábrica. Os custos indiretos de produção variáveis são aquele que variam diretamente, ou quase diretamente, com o volume de produção, tais como materiais indiretos e certos tipos de mão-de-obra indireta.
Os custos de transformação compreendem a soma da mão-de-obra direta com os custos indiretos, este último passa por um processo de rateio, que pode ser indireto quanto ao produto, porém direto quando se refere ao setor. Isso irá depender do objeto de rateio adotado pela empresa.
2.2.4.5.3 Outros Custos
Para fazer a alocação dos custos indiretos, o item 13.9 da NBC ITG 1000 demonstra que a empresa deve alocar os custos fixos com base na capacidade normal das instalações de produção. Já os custos variáveis são alocados mediante o uso real das instalações de produção.
No item 15 do pronunciamento 16 do CPC, relata que outros são:
Outros custos que não de aquisição nem de transformação devem ser incluídos nos custos dos estoques somente na medida em que sejam incorridos para colocar os estoques no seu local e na sua condição atuais. Por exemplo, pode ser apropriado incluir no custo dos estoques gastos gerais que não sejam de produção ou os custos de desenho de produtos para clientes específicos.
Esses custos somente irão compor os estoques, diante de situações em que irão condicionar o mesmo em uma situação atualizada.
Para a empresa manter uma apuração de seus gastos, é importante ela manter um departamento de contabilidade de custos para que todos os custos e despesas incorridos no período sejam apurados, pois esse ramo da ciência contábil é uma peça fundamental para a contabilidade gerencial, para a obtenção de informação relevante para a tomada de decisão, tornando a empresa mais competitiva no mercado, chegando até ser um diferencial diante de suas concorrentes. 
2.2.5 Despesa
A despesa é um bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receita. (MARTINS, 2010).
Wernke (2012, p. 28) comenta que a despesa seria, “[...] o valor despendido voluntariamente com bens ou serviços utilizados para obter receitas, seja de forma direta ou indireta.” E complementa, que esse gasto é em função das atividades operacionais da loja nas áreas administrativa, financeira e vendas.
Já Küster (2011, p. 31) evidencia a despesa como, “Recursos consumidos para a obtenção de receitas (comissões; controles; administração etc.)”.
O pronunciamento 16 do CPC informa no item 35 que:
Quando os estoques são vendidos, o custo escriturado desses itens deve ser reconhecido como despesa do período em que a respectiva receita é reconhecida. A quantia de qualquer redução dos estoques para o valor realizável líquido e todas as perdas de estoques devem ser reconhecidas como despesa do período em que a redução ou a perda ocorrerem. 
A despesa tem uma ligação ativa com a geração de receita da empresa, ou seja, serve para auxiliar a empresa para gerar caixa, através do consumo de bens ou serviços. Então conforme o CPC a despesa ocorre em função da geração de uma receita.
2.2.6 Perda
A perda é um bem ou serviço consumido de forma anormal ou involuntária. (MARTINS, 2010). 
O conceito de perda para Wernke (2008, p. 29) é definido como, “[...] abrange as ocorrências fortuitas, ocasionais, indesejadas ou involuntárias no ambiente das operações de uma empresa.”
Küster (2011, p. 31) retrata a perda como, “consumo anormais de bens e serviços que ocasionem prejuízos (perdas de material; obsolescência; deterioração etc.)”.
A perda ocorre em função de fatos anormais ou indesejáveis, onde a empresa não consegue visualizar como, onde e quando irá acontecer, isso poderá ocorrer por fatores internos ou externos a empresa. Podem-se considerar fatores internos algum fato ocorrido na produção como a perda de matéria-prima, já os fatores externos poderiam ser considerados alguma catástrofe ambiental que atingiu a empresa e a mesma perdeu sua fábrica. 
2.3 GESTÃO DE CUSTOS NAS PEQUENAS INDÚSTRIAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL.
As EPP’S estão em grande quantidade no mercado, apesar de serem pequenos empreendimentos, muitas dessas empresas se instalam no mercado de maneira informal e quando desejam crescer passam a serem pessoas jurídicas deixando a informalidade, mas o espírito de gestão ainda encontra-se muito precário, uma vez que os proprietários não conseguem separar o que é da empresa com o que pertence ao gestor.
Com isso Bacic (2011, p. 13) informa que: 
A gestão de custo relaciona-se diretamente com o mundo externo à empresa, com sua capacidade competitiva. As decisões tomadas internamente produzem impactos sobre sua capacidade atual e futura de concorrer da empresa, outras decisões afetam diretamente os espaços externos da empresa, tais como aquelas sobre as características dos produtos, as relações com fornecedores etc. 
Há duas vertentes quando a empresa passa do processo informal e começa a atuar como empresa pessoa jurídica, uma delas é que a empresa começa a arrecadar tributos, e que paga os impostos o que irá diminuir seu resultado, já que quando esta era informal não havia a necessidade de fazer o recolhimento dos tributos. 
Por outro lado, a empresa tem alguns benefícios como se atuar nos municípios de Macapá ou Santana terá o benefício da Área de Livre e Comércio de Macapá e Santana, a ALCMS, que dependendo do tipo de atividade que ela exerça poderá obter um benefício fiscal, como também participar de pregões, que as entidades públicas os realizam, além de obter benefícios econômicos, como realizar empréstimos em bancos, solicitar um financiamento para investir em seu negócio, ampliando e criando novos empreendimentos, relocalizando sua empresa, reformando-a, realizando a compra de novos equipamentos, tudo para beneficiar a empresa em um modo geral. 
2.3.1 Estoques de Matéria Prima
A matéria prima é um dos componentes para a formação dos produtos, pois é o principal insumo que a indústria o transformará para a fabricação dos bens que por ela são vendidos.
Hansen e Mowen (2003, p. 66) informam que matéria prima ou materiais diretos são:
Os materiais rastreáveis para o produto ou serviço em produção. O custo desses materiais pode ser diretamente debitado aos produtos porque a observação física pode ser usada para medir a quantidade consumida para cada produto. Materiais que se tornam parte de um produto tangível, ou materiais que são prestados para prestar um serviço, normalmente são classificados como materiais
diretos.
Então para a empresa é necessário que faça o controle do volume de matérias que ela possui para que não haja a carência do mesmo no momento da produção, além de verificar a quantidade que ingressa na empresa e que é enviada para a fabricação dos bens ou eliminada como perda, que neste caso é o controle do estoque mínimo e máximo. 
O estoque mínimo é aquele em que a empresa controla seus insumos para a produção chegando a uma determinada quantidade tem que ser feita à reposição do mesmo.
O estoque máximo é até quanto à empresa pode obter de determinado produto armazenado, muito em função da validade, da capacidade de armazenamento, ou em função da demanda da venda de determinado produto, por exemplo, uma indústria produz postes de iluminação, ela gasta cerca de 2 quilos de cimento por produto, em média ela venda 20 postes por mês, chegando ao máximo a 30, haverá a necessidade de 60 quilos para produzir toda essa quantidade de produtos, e dependendo do manuseio da matéria-prima, o mesmo pode não atingir o nível de qualidade suficiente para a produção, então a empresa não poderá comprar uma quantidade além de sua produção, o que acarretará em perda desse insumo.
 Os estoques especiais são aqueles que necessitam de cuidado a mais para seu armazenamento, muito em função de que poderá danificar o meu ambiente, como produtos que liberam alguma toxina se for manuseado de forma incorreta.
Já estoque estratégico é aquele em que a empresa pode não utilizar por vários meses ou até anos, mas quando ela necessitar o mercado não poderá atendê-la de forma eficaz, dando como exemplo alguma peça da fábrica, que caso dê algum defeito na mesma o processo para que esse componente chegue até na fábrica poderá afetar a produção, pois a fábrica irá ficar parada e empresa não terá como produzir seus produtos. 
2.3.1.1 Critérios de Valoração do estoque 
Para o controle dos estoques são utilizados os dois métodos mais utilizados para a valoração do estoque são o Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair (PEPS) e o critério do custo médio ponderado.
O pronunciamento 16 do CPC informa que:
O critério PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair) pressupõe que os itens de estoque que foram comprados ou produzidos primeiro sejam vendidos em primeiro lugar e, consequentemente, os itens que permanecerem em estoque no fim do período sejam os mais recentemente comprados ou produzidos. Pelo critério do custo médio ponderado, o custo de cada item é determinado a partir da média ponderada do custo de itens semelhantes no começo de um período e do custo dos mesmos itens comprados ou produzidos durante o período. A média pode ser determinada em base periódica ou à medida que cada lote seja recebido, dependendo das circunstâncias da entidade.
Para o controle de estoque PEPS a empresa tem que efetuar a venda do produto que ingressou primeiro em seu estoque e assim sucessivamente para os demais produtos. Já a média ponderada o custo dos produtos que estão alocados ao estoque vão sofre a média de valor de acordo com o ingressou saída dos mesmos.
Isso serve para evitar possíveis perdas que o estoque pode obter em função da falta de um controle eficiente de sua matéria-prima, podendo está perda diminuir o lucro que indústria terá com a venda de seus produtos. 
2.3.2 Mão de Obra Direta
Mão-de-Obra Direta é representada por Bruni e Famá (2007, p. 73) como:
A mão-de-obra direta ou simplesmente, MOD corresponde aos esforços produtivos das equipes relacionados à produção dos bens comercializados ou dos serviços prestados. Refere-se apenas ao pessoal que trabalha diretamente sobre o produto em elaboração, desde que seja possível a mensuração do tempo despendido e a identificação de quem executou o trabalho, sem necessidade de qualquer apropriação indireta ou rateio.
Mão-de-Obra Direta é representada pelos autores, como a mensuração do valor do pessoal que trabalha na produção dos bens ou serviços, mas somente as horas que o funcionário despende de sua função no produto, pois o restante das horas que o funcionário recebe, porém não está trabalhando na confecção do mesmo o valor dessas horas será classificado como despesa, onde é necessário que seja identificado quem efetuou o trabalho, esse tipo de custo não passa por nenhum critério de rateio.
Já Hansen e Mowen (2003, p. 66) trata a mão-de-obra direta como: 
Mão-de-obra direta é o trabalho que é rastreado aos produtos ou serviços que estão sendo produzidos. Assim como com os materiais diretos, a observação física pode ser usada para medir a quantidade de mão-de-obra consumida para produzir um produto ou serviço. Empregados que convertem matérias-primas em um produto ou que prestam um serviço para os clientes são classificados como mão-de-obra direta.
Como mostra Hansen e Mowen (2003) à mão-de-obra direta representa a quantidade do esforço humano que a empresa necessita para produzir seus bens, mas esse esforço tem que estar ligado diretamente ao produto.
A mão-de-obra direta pode-se torna uma dificuldade para a indústria, no momento em que ela não está qualificada, ou seja, a empresa necessita de funcionários capacitados para desenvolver as suas atividades, mas o mercado não pode oferecer essas pessoas que possam contribuir para a empresa desenvolver seu processo produto. Isso pode afetar diretamente o preço do mesmo, pois a empresa terá que arcar com a capacitação do colaborador até que ele chegue ao nível ideal que ela espera ou importa funcionários de outras regiões, estados ou países, para atender a necessidade.
2.3.3 Custos Indiretos
Hansen e Mowen (2003, p. 67) conceituam custos indiretos de fabricação como:
Todos os custos de produção, além de materiais diretos e mão-de-obra direta, são reunidos em uma categoria chamada custos indiretos de fabricação (CIF). Em uma empresa de manufatura, CIF são reconhecidos como despesas indiretas de fabricação (DIF), gastos gerais de fabricação (GGF) ou gasto gerais de manufaturas (GGM).
Custos indiretos representam os gastos que irão sofrer algum tipo de rateio para que seus valores cheguem aos produtos.
Bruni e Famá (2007, p. 81) informam que custos indiretos são, “os gastos identificados com a função de produção ou elaboração do serviço a ser comercializado e que, como o próprio nome já revela, não podem ser associados diretamente a um produto ou serviço específico”. 
O custo indireto irá englobar o custo do produto, mas não está ligado diretamente com o processo produtivo, sendo assim passarão por um processo de rateio para então comporem ao produto.
2.3.4 Métodos de Custeio
Custeio vem a ser o método que as empresas utilizam para realizarem a apropriação de seus custos aos produtos. (MARTINS, 2010). Sendo assim, os custeios que serão apresentados são: Custeio por Absorção e Custeio Variável.
Onde, o custeio por absorção é o único aceito pela legislação do Imposto de Renda e o Custeio Variável é mantido pela empresa para fins gerenciais.
O Custeio Baseado em Atividades (ABC) e a Departamentalização fazem parte do Custeio por Absorção, sendo formas para a realização do rateio dos custos indiretos, e serão apresentados junto com esse método abordado.
2.3.4.1 Custeio por Absorção
Custeio por absorção é apresentado por Martins (2010, p. 37) como: “[...] Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de produção são distribuídos para todos os produtos ou serviços feitos [...]”. O custeio por absorção é utilizado geralmente por empresas que utilizam apenas um produto, onde todos os custos são direcionados ao produto que esta fabrica. Já para as empresas que possuem mais de um produto é necessário fazer o rateio para que os custos indiretos sejam alocados aos produtos.
O Regulamento do Imposto de Renda de 1999, Decreto 3000/99 em seu Art. 290, informa que compreenderá o custo do produto:
Art. 290. O custo de produção dos bens ou serviços vendidos compreenderá, obrigatoriamente (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 13, § 1º ):
I - o custo de aquisição de matérias-primas
e quaisquer outros bens ou serviços aplicados ou consumidos na produção, observado o disposto no artigo anterior;
II - o custo do pessoal aplicado na produção, inclusive de supervisão direta, manutenção e guarda das instalações de produção;
III - os custos de locação, manutenção e reparo e os encargos de depreciação dos bens aplicados na produção;
IV - os encargos de amortização diretamente relacionados com a produção;
V - os encargos de exaustão dos recursos naturais utilizados na produção.
Parágrafo único. A aquisição de bens de consumo eventual, cujo valor não exceda a cinco por cento do custo total dos produtos vendidos no período de apuração anterior, poderá ser registrada diretamente como custo (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 13, § 2º).
Sendo assim pode-se observar que método de custeio informado é o Custeio por Absorção, em função de que todos os custos incorridos no período serão alocados aos produtos, como matéria-prima, mão-de-obra e os custos indiretos.
2.3.4.1.1 Custeio Baseado em Atividades (Activity-Based Costing – ABC)
Martins (2010, p, 87) relata que, “[...] é um método de custeio que procura reduzir sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos [...]”.
Já Bruni e Famá (2007, p. 140) retratam que: 
Nesse processo de evolução produtiva, a literatura sobre custos passou a dar ênfase aos mecanismos de formação de custos, empregando as atividades desenvolvidas pelas empresas, e não as tradicionais bases volumétricas de rateios empregadas para a distribuição de custos indiretos.
Com isso pode observar que o custeio baseado por atividades se diferencia dos demais em função de o método de rateio está relacionado a cada processo de produção que a empresa possui.
Frezatti et al. (2009, p. 90) afirma que no custeio ABC, “nem todos os custos de produção devem ser atribuídos aos produtos, só os rastreáveis por meio de direcionadores; logo, não devem ser alocados aos produtos os custos fixos estruturais, que geralmente, são indiretos não rastreáveis, tais como Imposto Predial [...]”.
Com isso observa-se que os direcionadores são as principais atividades desenvolvidas pela empresa, e que os custos que serão rateados serão somente o que é possível ser visualizado no produto, os custos que não compõe o produto diretamente não serão alocados ao produto neste momento.
2.3.4.1.2 Departamentalização
O departamento é definido por Martins (2010, p. 65) como, “a unidade mínima para a Contabilidade de Custos, representada por pessoas e máquinas (na maioria dos casos), em que se desenvolvem atividades homogêneas. Diz-se que unidade mínima administrativa porque sempre há um responsável para cada Departamento [...]”.
Esse método é comumente utilizado por grandes empresas, que possuem vários departamentos, como o setor de compras, controladoria, vendas, financeiro, operacional, informática, entre outros. Para cada departamento são atribuídos centro de custos, onde serão alocados todos os custos incorridos no período. 
Então Martins (2010) menciona que os centros de custos deveriam ter uma estrutura de custo homogênea; estar fixo em um local e oferecer condições para que sejam coletados os dados dos custos incorridos no período.
Leone (2008, p 191) afirma que, “a Departamentalização dos custos vai permitir o estabelecimento de taxas de absorção departamentais, conferindo maior confiabilidade ao trabalho de apropriação dos custos chamados indiretos”.
A departamentalização vai permitir ao gestor analisar o quanto cada setor da empresa está gastando, pois terá uma visão detalhada da empresa, visualizando cada departamento e sua importância para a empresa. 
Essa visualização dos gastos é dentro do orçamento antes definido, pois haverá departamentos que terá mais recursos que outros, o custo será maior, muito em função de serem os principais departamentos que as empresas possuem, como o setor de produção, que para uma indústria, está relacionado com a atividade principal da mesma, ao contrário de um setor social, que apesar de ser importante ela manter essa área, eles não faz parte do objeto principal da empresa.
2.3.4.2 Custeio Variável
Bruni e Famá (2007, p. 163) informam que, “[...] No método do custeio variável, apenas gastos variáveis são considerados no processo de formação dos custos dos produtos individuais. Custos ou despesas indiretas são lançados de forma global contra os resultados”.
O que irá compor os custos dos produtos neste método de custeio são apenas os custos e despesas variáveis, já os custos e despesas fixas irão ser lançados no resultado.
É como informa Martins (2010, p, 198) que, “[...] custeio variável, só são alocados aos produtos os custos variáveis, ficando os fixos separados e considerados como despesa do período, indo diretamente para o Resultado; para os estoques só vão, como consequência, custos variáveis”.
Só serão alocados ao produto os custos em que vão ter uma mutação de acordo com nível de produção desenvolvido pela empresa, além das despesas que variam de acordo com o volume de vendas, e somente estes dois gastos irão compor o estoque do produto desenvolvido.
Frezatti et al. (2009, p. 85) retratam que custeio variável considera como sendo “dos produtos todos os custos variáveis em relação ao seu volume de produção, e somente eles; nas demonstrações contábeis os custos fixos, inclusive os identificáveis com os produtos (custos fixos diretos), são debitados ao resultado do período como se fossem despesas”.
Através desse conceito, percebe-se que mesmo os custos fixos diretos, onde a empresa consegue visualizar no produto, será alocada como despesas, uma que só serão classificados como custos, aqueles que variarem de acordo com o volume de produção. 
2.3.5 Formação de Preços
Wernke (2012) trata da formação de preço à vista, onde no cenário atual do mercado, que uma das características é a grande concorrência e redução nas margens de lucros obtidos, então, as estratégias mercadológicas se destacam, uma vez que a precificação será o centro de tudo isso. O preço será um fator preponderante para a sobrevivência, o crescimento e desenvolvimento das empresas, não levando em consideração o tamanho da mesma ou o tipo de atividade, pois umas das principais exigências dos clientes no momento em que irão efetuar a compra será o preço.
Wernke (2012) retrata também dois tipos de gerenciamento dos preços. O primeiro é a formação de preços de venda, a empresa estipula um preço de venda orientativo, aplicando uma taxa de marcação sobre o custo unitário de compra da mercadoria. Esta modalidade de precificação é mais utilizada pelas empresas que impõe preços ao mercado consumidor, como as varejistas que cobram um preço desejado dos compradores pelo fato de não haver produtos que concorram com os que estão sendo vendidos. 
Há também as empresas que dominam o mercado e por atuarem de forma monopolizada praticam preços que lhes são convenientes, há também empresas que calculam um preço de venda mínimo no qual já está embutida a margem de lucro desejada, com o intuito de compará-lo com os preços correntes de mercado. 
Outro tipo de gerenciamento de preços é a análise dos preços de venda praticados, este tipo de gerenciamento ocorre devido à influência que o mercado tem sobre os preços, deixando de lado os fatores internos que são pertinentes à empresa.
O preço deixou de ser uma simples mensuração do dono da empresa, havendo diversos tipos de mensuração para precificar um produto, fazendo com que seja uma ferramenta a mais para a empresa se faz necessário o planejamento de preços.
Küster (2011) elenca que o custo é um elemento decisivo para a definição de uma estratégia de preço, pois a formação de preço de um produto ou serviço deve se utilizar como base os seus custos. 
Caso a empresa não tenha um sistema organizado de coleta de custo, fica ameaçada a desenvolver uma estratégia de preço que não alcançará os resultados desejados ou acarretará um resultado negativo. 
Hoje, o preço de venda é definido pelo mercado, exigindo do gestor o conhecimento dos

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