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1PROMILITARES.COM.BR CRISE DA REPÚBLICA VELHA E REVOLUÇÃO DE 1930 OS MOVIMENTOS MESSIÂNICOS A palavra messianismo é derivada de messias, que signi� ca “o enviado de Deus”, “o salvador”. Tal palavra liga-se a ideia de que um salvador irá surgir e salvar a população, indicando-lhe o caminho da salvação. Esse termo serviu para designar a crença de um grupo de pessoas em um líder politico-religioso considerado capaz de conduzir determinada coletividade a uma nova era de justiça e felicidade. Essa crença costuma se basear numa esperança para melhorar a condição de vida de pessoas que vivem num regime de sofrimento, pela miséria e pela injustiça social. Na história do Brasil, o termo messianismo costuma ser usado para denominar os movimentos sociais nós quais milhares de sertanejos de áreas rurais pobres fundaram comunidades comandadas por um líder religioso. Atribuía-se a esse líder dons de como fazer milagres, realizar curas e profetizar acontecimentos. Na primeira república, os dois principais movimentos de caráter messiânico foram Canudos e Contestado, caracterizados pela religiosidade e pelo sentimento de revolta dos sertanejos. A VIDA EM CANUDOS No Nordeste brasileiro no � nal do século XIX, parte da população nordestina vivia de maneira miserável. O sofrimento da população tinha vários motivos do período, como: • o declínio da produção açucareira, causando prejuízo aos produtores da região, que demitiram diversos trabalhadores das fazendas; • as constantes secas no Nordeste, causando a fone e a miséria entre a população local; • a prepotência dos coronéis-fazendeiros, que tratavam a população camponesa de qualquer forma; • o advento da República, que não trouxe benefício a população local. Foi nesse contexto de miséria e desolação da população nordestina, que durante o governo do presidente Prudente de Morais, que Antônio Vicente Mendes Maciel (1828-1897), apelidado de Antônio Conselheiro, desenvolveu sua pregações no sertão, atraindo diversas populações. Após a proclamação da República, se instalou no sertão baiano uma comunidade que acabava rivalizando com o poder dos latifundiários regionais. Os seguidores de Antônio Conselheiro se instalaram em 1893 numa velha fazenda abandonada no sertão baiano, situado às margens do rio Vaza-Barris na localidade que � cou conhecida como Arraial de Canudos. Na região foi formada uma comunidade de diversas populações: sertanejos sem-terra, vaqueiros, ex-escravos, pequenos proprietários pobres, homens e mulheres perseguidos pelos coronéis ou pela polícia. O modo de vida de Canudos apresentava características que desa� avam o poder dos coronéis, porque: • Havia uma prática do sistema comunitário, o “comunitarismo”, em que a produção agrícola era repartida, e o excedente era vendido ou trocado com os povoados vizinhos; • Não havia cobrança de tributos no Arraial; • Eram proibidas a prostituição e a venda de bebidas alcoólicas. Os camponeses, sob a liderança de Antônio Conselheiro, tinham o interesse em construir uma cidade Santa, a qual chamariam de Belo Monte. O núcleo de Canudos tornou-se relativamente próspero, dedicando-se inclusive com o comércio com cidades vizinhas. Essa articulação do arraial com outras cidades acabou inquietando os grandes proprietários de terras, que viam suas fazendas perderem mão-de-obra para o Arraial de Canudos. Outro ponto importante era o fato que Antônio Conselheiro, declarava-se, por exemplo, contra o casamento civil, e por isso foi identi� cado por seus adversários como monarquista e religioso fanático. Um de seus lemas principais era: “A terra não tem dono, a terra é de todos”, o que causava uma revolta entre os grandes proprietários de terra. Antônio Conselheiro encontra a República e a repreende. Legenda da Charge: até tomando ares de dizer á Republica: — Alto lá! d’aqui não passarás... Charge de 1896 de Angelo Agostini. Por conta dessas características, as denúncias o� ciais começaram a surgir, realizadas principalmente pelos fazendeiros da região, que argumentavam a ameaça que representava Antônio Conselheiro como um inimigo da Igreja e da República. Tais denúncias escondiam o verdadeiro propósito dos latifundiários da região: impedir os pobres de viver com autonomia, já que o Arraial de Canudos atraía as populações camponesas do Nordeste, enfraquecendo a mão de obra dos latifundiários da região. O povoado de Canudos reuniu cerca de 20 a 30 mil habitantes, se tornando um dos locais mais populosos do interior da Bahia. Tal situação incomodou os latifundiários locais, que pressionaram as autoridades do governo federal, exigindo uma ação incisiva do governo. Por isso, diversas ações foram realizadas para destruírem o Arraial. 2 CRISE DA REPÚBLICA VELHA E REVOLUÇÃO DE 1930 PROMILITARES.COM.BR A primeira campanha contra Canudos foi em 1896, com a atuação de tropas dos coronéis locais e da polícia militar baiana, tal ataque acabou não derrotando os camponeses, e assim forneceu armas para o os homens do Arraial. Após a derrota das tropas do governo estadual, o governo federal decidiu entrar na luta, enviando forças federais para a região. Depois de mais duas campanhas desastrosas do exército brasileiro, a derrota da 3ª expedição governista foi divulgada nacionalmente pela imprensa, o que transformou a cidade de Canudos no inimigo número um da República. Por isso, o governo organizou a quarta expedição, em abril de 1897, sob o comando do general Artur de Andrada Guimarães, formada por 8 mil soldados equipados. Acima, quatrocentas pessoas de Canudos que foram feitas prisioneiras. Fotos: Flávio de Barros/Álbum Canônico Virtual de Canudos/ Instituto Moreira Salles, Rio de Janeiro, RJ. O arraial de Canudos resistiu até o dia 5 de outubro de 1897, quando foi arrasada e seus habitantes dizimados pelas tropas do governo. Mais de 5 mil casas foram incendiadas pelo exército. A população sertaneja morreu defendendo sua comunidade, em uma das mais trágicas lutas da história da República. O corpo de Antônio Conselheiro foi encontrado na manhã seguinte após a derrota da cidade, mesmo morto foi decapitado pelas forças legalistas. O destino de Canudos e de seus moradores foi relatado por Euclides da Cunha no livro Os Sertões. O CONTESTADO (1912-1916) Outro movimento importante da época foi um movimento messiânico ocorrido na fronteira entre Paraná e Santa Catarina, em uma região contestada (disputada) pelos dois estados, por isso o movimento � cou conhecido como Contestado. ANTECEDENTES Era grande o número de sertanejos estabelecidos nessa região, vivendo semi-isolados, da extração de erva-mate, madeira e da criação de gado desde o século XVIII. Com o início da construção de uma ferrovia que ligaria São Paulo ao Rio Grande do Sul, no ano de 1890, muitos deles foram desalojados dessas terras, perdendo também seu meio de vida. Alguns conseguiram trabalho, sob duras condições, com os fazendeiros locais, e a partir de 1908 sob o governo do presidente Afonso Pena (1906-1910), em duas empresas estadunidenses que ali passaram a atuar: • Brazil Railway: contratada pelo governo para terminar a construção da ferrovia que ligaria São Paulo ao rio Grande do Sul, recebeu uma faixa de 15 quilômetros de terra de cada lado de ferrovia e vendê-los a imigrantes europeus. • Southern Brazil Lumber and Colonization: que herdou o direito de explorar e vender a madeira na faixa de terreno desapropriada ao longo dessa ferrovia, desapropriando as terras de inúmeros ribeirinhos e camponeses da região. Quando a Brazil Railway começou a contratar trabalhadores em outros estados e pagando salários muito baixos, os problemas sociais começaram a surgir. Quando a ferrovia � cou pronta em 1910, a empresa mandou embora todos os seus funcionários - mais ou menos 8 mil homens. Sem casa e nem dinheiro, começaram a perambular pela região, saqueando, invadindo propriedades e até se oferecendo como jagunços aos coronéis, o que elevou as tensõessociais e políticas crescerem na região. A FUNDAÇÃO DE POVOADOS Sem terra e famintos, os sertanejos do Contestado começaram a se organizar sob a liderança de um “monge” chamado João Maria. Após sua morte, seu lugar foi ocupado por outro “monge”, Miguel Lucena, conhecido como José Maria. Ele conseguiu reunir mais de 20 mil sertanejos e fundou com eles alguns povoados que compunham a chamada Monarquia Celeste. Como em Canudos, a “monarquia” do Contestado tinha um governo próprio e normas igualitárias, não obedecendo às ordens da República. Os sertanejos do Contestado passaram a ser perseguidos por pessoas a mando dos coronéis, fazendeiros e dirigentes das empresas estrangeiras estabelecidas na região, com o apoio de tropas do governo. O objetivo era destruir a organização comunitária e expulsar os sertanejos das terras que ocupavam. Em novembro de 1912, José Maria foi morto em combate e “santi� cado” pelos moradores da região. Inconformados, os sertanejos diziam que José Maria iria ressuscitar e voltaria liderando um exército encantado, junto com São Sebastião, para fazer valer a “lei da coroa do céu”. Por isso, alimentou a ideia do Sebastianismo na região. Seus seguidores criaram novos núcleos da Monarquia Celeste, que depois foram combatidos e destruídos pelas forças do Exército Brasileiro. O governo federal, presidido por Hermes da Fonseca, decidiu então enviar para a região 6 mil soldados, canhões, metralhadoras e até mesmo aviação militar. Os redutos dos “irmãos do Contestado” foram atrasados e incendiados, os que se entregavam eram executados e queimados no mato. Em 1916, os últimos núcleos foram arrasados por tropas do governo. O BANDISTISMO SOCIAL NO BRASIL No nordeste brasileiro, o banditismo social assumiu uma forma conhecida como cangaço. As primeiras manifestações deste tipo de atuação são datadas de 1870 e perduraram até 1940. O Banditismo social não é exclusivamente brasileiro, aconteceu em outras regiões do mundo com características semelhantes como na Sicília (Itália), na Ucrânia e na América espanhola. O banditismo era visto como uma reação ao tradicionalismo rural e ao capitalismo. O bandido social se tornava um “fora-da-lei” pelas adversidades e perseguições que sofria. Por isso era admirado pela comunidade que, não raro, engrandecia seus feitos de coragem e valentia. Apesar disso, o bandido social não se posicionava necessariamente contra os dominantes, os grandes proprietários, como faz o revolucionário, nem tinha projetos de transformação social. No sertão, os con� itos eram constantes devido à imprecisão dos limites geográ� cos entre as fazendas e às rivalidades políticas, que eram transformadas em guerras entre poderosas famílias. Cada uma delas se cercava de jagunços (capangas do senhor) e de cabras (trabalhadores que ajudavam na defesa), formando verdadeiros exércitos particulares. Nos últimos anos do Império, com o agravamento da miséria e da violência devido a grande seca (1877-1879), os coronéis começaram a não ter recursos para fazer o pagamento dos seus jagunços e cabras, causando a evasão destes homens, que davam início a sua trajetória pelo sertão nordestino, dessa forma surgiram os primeiros bandos armados independentes do controle dos grandes fazendeiros. Essa é a origem do cangaço. 3 CRISE DA REPÚBLICA VELHA E REVOLUÇÃO DE 1930 PROMILITARES.COM.BR LAMPIÃO, O REI DO CANGAÇO Foi entre 1920 e 1938 que o cangaceiro mais famoso aterrorizou o Nordeste, seu nome era Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, que o cangaço ganhou a forma atualmente conhecida. Nos estados mais pobres, os coronéis não eram su� cientemente ricos e poderosos para impedir a formação de bandos armados independentes. Foi nesse ambiente que nasceu e prosperou o bando de Lampião. Somente no Estado Novo, que uma força no Nordeste foi organizada para caçar Lampião, que em 1938 achou sendo morto, e nenhum outro bando ocupou se lugar com a mesma fama, dando � m ao cangaço independente. A REFORMA DO PREFEITO PEREIRA PASSOS Em 1902, o representante do PRP Rodrigues Alves é eleito, e tinha como principal objetivo o saneamento e modernização do porto da capital federal. Na cabeça do presidente recém-eleito, a capital federal precisava estar à altura das capitais europeias, e por isso a cidade precisava passar por um processo de modernização. Naquela época, o Rio de Janeiro possuía cerca de aproximadamente 1 milhão e 200 mil habitantes. Para abrigar tantas pessoas na região central, os casarões fora divididos em pequenos cômodos e alugados, que acabavam formando moradias coletivas, que foram chamadas de cortiços ou cabeças de porco, disseminando doenças e vícios como alcoolismo, criminalidade e a mendicância. Outro problema era o atraso da região portuária, que com pouca profundidade impedia que navios mercantes de grande porte atracassem no porto do Rio de Janeiro, di� cultando assim as operações de carga e descarga e a entrada de mão de obra imigrante. Além disso, as estreitas ruas, herança do período colonial brasileiro, atrapalhava o armazenamento de produtos e mercadorias, contribuindo para a morosidade dos serviços. Para realizar tal reforma do Distrito Federal, Rodrigues Alves escolheu o engenheiro Pereira Passos, que foi indicado para a prefeitura da cidade do Rio de Janeiro e o médico sanitarista Oswaldo Cruz, que � caria responsável pela higienização da cidade, combatendo as doenças como a cólera, a varíola, a peste bubônica e a febre amarela. Ambos receberam carta branca do Presidente para modernizar a cidade do Rio de Janeiro. Com um empréstimo de 4 milhões de libras para modernizar a cidade o prefeito Pereira Passos deu início ao processo de reforma da cidade do Rio de Janeiro. Dentre as principais medidas que seriam realizadas para a modernização da cidade, destacam-se: • A demolição de centenas de habitações coletivas na região central da cidade, desalojando inúmeras populações que eram vistas como indesejáveis para a periferia, tais ações foram realizadas por homens da prefeitura, que aos gritos de “bota abaixo”, demoliram em menos de um ano, cerca de 600 habitações coletivas e 700 casas do centro da cidade, deixando sem teto pelo menos 14 mil pessoas. Os moradores destas moradias foram expulsos para zonas periféricas da cidade, ou para áreas impróprias para a construção como os morros e os mangues. • A construção da Avenida Central, atual Avenida Rio Branco, ocupando o lugar que antes era tomado pelas moradias vistas como indesejáveis na cidade; • A modernização da zona portuária para ampliar a capacidade do porto para a entrada de navios estrangeiros; • A redução das epidemias na cidade do Rio de Janeiro que afastavam a vinda de imigrantes e mão de obra para a cidade do Rio de Janeiro. A REVOLTA DA VACINA O saneamento da cidade do Rio de Janeiro foi conduzido de maneira autoritária por Oswaldo Cruz e os seus subordinados. No primeiro momento, o combate a peste bubônica se concentrou na eliminação dos ratos, os transmissores da doença. Um dos métodos concentrou-se na atuação dos agentes de saúde que percorriam a cidade para “comprar” os ratos apanhados pela população. No caso da febre amarela, está doença foi combatida por uma campanha “mata-mosquitos”, com a eliminação dos focos e com a limpeza das casas. Todas essas ações foram conduzidas por Oswaldo Cruz de maneira autoritária, sem haver uma preocupação de esclarecer a população sobre a importância das medidas que estavam sendo instaurada. Isso acabava gerando questionamentos feitos pela população, que duvidavam da e� cácia da vacina, e alguns acreditavam que a doença era contraída pela vacina. Para combater essa opinião pública que duvidava da política de vacinação, Oswaldo Cruz incentivava uma atuação autoritária dos agentes de saúde, que invadiam as casas e realizavam uma vacinação forçada da população mais carente. Para dar suporte a política de Oswaldo Cruz, o Congresso aprovou no dia 31 de outubrode 1904, a Lei de Vacina Obrigatória, que autorizava legalmente a vacinação obrigatória de todo brasileiro a partir de 6 meses de idade, reforçando uma autoridade abusiva dos agentes de saúde. Aqueles que não aceitavam a vacinação obrigatória eram pesadamente multados. Acervo Iconographia/Reminiscências Charge de 1905, extraída da revista O Malho, mostra Oswaldo Cruz sendo enforcado devido a reação da população com a vacinação obrigatória. Entretanto, nem todos os políticos defendiam a política de vacinação obrigatória. Havia aqueles que defendiam que cada pessoa devia ter o direito de escolher se queria ser vacinada ou não. Um destes políticos era o Senador Lauro Sodré, que com ambições políticas para galgar poder na República, decidiu criar e liderar a Liga contra a Vacina Obrigatória, no dia 5 de novembro de 1904. Na realização de um comício contra a vacinação obrigatória, organizada no dia 11 de novembro de 1904, o Senador Lauro Sodré acabou não comparecendo e o movimento popular tomou corpo na manifestação, com os discursos explosivos dos líderes populares que incitaram a população contra as autoridades do governo. O choque entre manifestantes e policiais acabou desembocando num motim que se espalhou por toda a cidade do Rio de Janeiro, esse foi o início da Revolta da Vacina. Por quase uma semana a cidade do Rio de Janeiro virou uma praça de guerra, com a depredação de bondes, estabelecimentos comerciais e órgãos públicos, e até mesmo uma manifestação com três mil pessoas em frente ao Palácio do Catete, sede da presidência na época, gritando palavras de ordem contra o governo, a polícia e a obrigatoriedade da vacina. 4 CRISE DA REPÚBLICA VELHA E REVOLUÇÃO DE 1930 PROMILITARES.COM.BR O governo teve que recuar e no dia 16 de novembro de 1904 acabou revogando a política de vacinação obrigatória, enfraquecendo a atuação do sanitarista Oswaldo Cruz. Com isso, a revolta se enfraqueceu, o que permitiu uma atuação mais incisiva do governo, que conseguiu derrotar o movimento e prender seus principais líderes. Os prisioneiros da revolta da vacina foram jogados num porão de um navio, e enviados para trabalhos forçados na selva amazônica e no território recém-anexado do Acre. A REVOLTA DA CHIBATA (1910) Após a Proclamação da República, houve um projeto de modernização da Marinha brasileira, adquirindo vários navios encouraçados com a Inglaterra, entretanto ainda mantinha um Código Disciplinar extremamente arcaico, mantendo práticas escravocratas como o uso de chibatadas para as faltas graves dos marinheiros. Complicava ainda mais a realidade dos marinheiros, o fato de muitos integrantes da Marinha que faziam parte do corpo de praças serem de origem humilde, enquanto que os o� ciais eram de famílias ricas e poderosas, que tinham uma herança escravocrata na construção de seus bens. Tal disparidade nos quadros da Marinha criava um cenário de continuidade das práticas escravocratas nos quadros da Marinha brasileira. Em 16 de novembro de 1910, durante uma viagem com destino ao Rio de Janeiro, o marinheiro negro Marcelino Rodrigues Menezes, marujo do encouraçado Minas Gerais, foi condenado a 250 chibatadas, embora o regulamento precisar no máximo 25 chibatadas. Quando o navio encouraçado chegou a baía de Guanabara no dia 22 de novembro de 1910, os marinheiros do navio Minas Gerais se amotinaram, dano início ao movimento que � cou conhecido como Revolta da Chibata. Os marinheiros João Cândido, Francisco Dias e o cabo Gregório, dominaram os o� ciais do encouraçado Minas Gerais e também conseguiram dominar os navios encouraçados São Paulo, Deodoro e Bahia. Com bandeiras vermelhas hasteadas, os marinheiros liderados por João Cândido apontaram os canhões para a cidade do Rio de Janeiro, e ameaçaram bombardear a cidade caso suas exigências nãos fossem atendidas. Acervo Iconographia/Reminiscências Na foto de 1910, os marinheiros rebelados da Revolta da Chibata, João Cândido é o 4º marinheiro da esquerda para a direita na imagem. Os revoltosos queriam mudanças signi� cativas no código de disciplina da Marinha, dando � m aos maus tratos, a má alimentação e obter uma melhoria dos soldos (salários) miseráveis que recebiam. No governo, o presidente Marechal Hermes tinha acabado de ser empossado, e sob a liderança de Rui Barbosa, foi proposto um projeto de lei que dava � m aos castigos físicos na Marinha e anistia a os marinheiros envolvidos na Revolta. Com isso, os marinheiros entregaram suas armas e deram � m a revolta, devolvendo o controle dos navios aos o� ciais. Porém, dois dias depois da rendição dos marinheiros, o governo anulou a anistia dos revoltosos, dando início a uma severa perseguição dos líderes do movimento de revolta. Muitos marinheiros foram presos e enviados para a Amazônia, assim como ocorrido com os revoltosos contrários a vacina obrigatória em 1906. João Cândido e seus companheiros foram presos e levados para a ilha das Cobras, onde muitos morreram. João Cândido conseguiu sobreviver a todas as atrocidades, sendo en� m absolvido em julgamentos realizado em 1912. Ficou conhecido como o “Almirante Negro”, por ter liderado o movimento de revolta que acabou com os castigos físicos na Marinha. A ORIGEM DO MOVIMENTO TENENTISTA Em 1922, nas eleições para sucessão presidencial, Minas e São Paulo já haviam decidido pelo nome do mineiro Artur Bernardes para a Presidência, e também já haviam acertado a candidatura do próximo presidente, a � gura de Washington Luís, representante do PRM como sucessor de Bernardes. Contra esse arranjo político, os estados do Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro, nesta ordem, se uniram e formaram assim a Reação Republicana, apresentando o � uminense Nilo Peçanha para concorrer com Bernardes. O Exército inclinou-se contra a oligarquia dominante do café- com-leite. As disputas acirradas criaram um clima de grande tensão, agravada pela publicação, no jornal Correio da Manhã, no dia 09 de Outubro de 1921, de uma carta ofensiva aos militares, falsamente atribuída a Artur Bernardes. Na carta, Bernardes teria chamado o marechal Hermes da Fonseca, de um “sargentão sem compostura” e também chamava os integrantes do exército de pessoas “venais”, o que levou a pressão dos militares para que Artur Bernardes renunciasse a sua candidatura. Apurada as urnas, o vencedor em 1º de março de 1922 foi Artur Bernardes. Enquanto o novo presidente aguardava o dia de sua posse, duas ocasiões geraram tensões entre os aliados de Bernardes e os militares. No mês de maio, o primeiro incidente foi a luta armada entre os seguidores de Nilo Peçanha e Artur Bernardes. O presidente do Clube Militar, o marechal Hermes da Fonseca, decidiu apoiar os partidários de Nilo Peçanha. Em resposta, o governo ordenou o fechamento do Clube Militar e decretou a prisão de Marechal Hermes. No dia 5 de julho de 1922, três dias depois de decretada a prisão de Hermes, cerca de 302 jovens rebelaram-se no forte Copacabana, recebendo o apoio das guarnições do Distrito Federal, do Rio de Janeiro e de Mato Grosso, e com o objetivo de impedir a posse de Artur Bernardes. Uma força de 3000 homens do exército legalista foi enviada, para reprimir o movimento de revolta. Cercados, muitos dissidentes decidiram desistir da revolta, se rendendo as forças legalistas. Acervo Iconographia/Reminiscências Na foto, a marcha heroica e ao mesmo tempo suicida dos “18 do Forte”. Foto de julho de 1922. Embora a rebelião tenha fracassado, cerca de 17 jovens militares resolveram abandonar o forte e marchar pela praia de Copacabana para enfrentar as forças legalistas, numa atitude suicida. Ao longo do seu trajeto, os revolucionários receberam o apoio de Otávio Correia, um civil que defendia também a proposta dos tenentes em acabar com o domínio das oligarquias do café-com-leite. Na trajetória pelas ruas de Copacabana, os 18 homens enfrentaram as forças legalistas, 5 CRISE DA REPÚBLICA VELHA E REVOLUÇÃO DE1930 PROMILITARES.COM.BR da qual sobreviveram apenas os tenentes Eduardo Gomes e Siqueira Campos. Esse episódio � cou conhecido como “os 18 do Forte”, e sua trajetória heroica deu origem ao movimento chamado de tenentismo. O PROGRAMA DE AÇÃO DOS TENENTES Além da saída de Artur Bernardes, os tenentes reivindicavam o voto secreto, a realização de eleições honestas, punições severas para os políticos corruptos e liberdade para os o� ciais presos do movimento de 1922. Dessa forma, acreditavam que esse programa teria o apoio da população do interior do Brasil. Os tenentes eram conservadores, não propunham mudanças signi� cativas para a estrutura social brasileira. Defendiam um reformismo social ingênuo, misturado com nacionalismo e centralização política. Apesar de seu caráter conservador, sua maior herança foi juntamente da esquerda brasileira. Com a vitória da Revolução Russa, em 1917, os movimentos comunistas começaram a trabalhar com organizações hierarquizadas e disciplinadas, num sentido muito próximo aos anseios tenentistas, cuja expressão máxima foi a adesão de Luís Carlos Prestes ao Partido Comunista e sua transformação no mais célebre líder comunista brasileiro. A SEMANA DE ARTE MODERNA DE 1922 O espírito de contestação na sociedade brasileira também atingiu os setores culturais do Brasil. Foi nesse período que surgiu no Brasil, o movimento modernista, que desejava a remodelação da arte brasileira. No mês de fevereiro, o Teatro Municipal de São Paulo foi palco da Semana de Arte Moderna. Um grupo de jovens artistas divulgava uma nova tendência cultural e artística para a sociedade brasileira. O movimento modernista tinha duas vertentes. Havia um grupo que queria romper com todas as representações e submissões a cultura europeia e as desgastadas bases artísticas então em moda, como a poesia parnasiana. Com o interesse de dar liberdade a circulação cultural, esta vertente queria uma cultura com livre circulação artística e cultural. A outra vertente estava numa discussão em produzir uma cultura baseada no Futurismo - com uma exaltação da técnica, do movimento e da velocidade - e o Primitivismo, com uma busca por expressão cultural mais “pura”, sem in� uências da civilização europeia e com algo mais autêntico. Essa busca primitiva passava por investigações sobre o inconsciente, se aproximando do Surrealismo. Grupo de Modernistas em São Paulo. Na foto, de 1922, Tarsila do Amaral é a 3ª e Oswald de Andrade aparece no centro, ao fundo. Os principais nomes do movimento modernista brasileiro foram Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Heitor Villa-Lobos. Entretanto, esse movimento dos jovens artistas tinha uma contradição, buscava uma visão autêntica, mas tinha como base a produção cultural europeia, que dava base ao movimento modernista brasileiro. Para enfrentar esse dilema, Oswald de Andrade lançou em 1924 o Manifesto da Poesia do Pau-Brasil, dando início ao movimento antropo- fágico, que fazia parte de aceitar a cultura estrangeira, desde que ela fosse “devorada” e “digerida” internamente, sendo assim reelaborada a ponto de poder transformar-se em produto nacional autêntico. Com isso, o Modernismo deu origem a outro ramo radicalmente nacionalista: o verde-amarelismo, que tendia francamente para a direita com traços de xenofobia, tendo como um dos seus principais expoentes o futuro líder integralista Plínio Salgado. A COLUNA PRESTES Durante o governo de Artur Bernardes, desde o início, o presidente conheceu a instabilidade política. Dois anos depois do 18 do forte, houve o “segundo 5 de julho”, homenageando os esforços tenentes do Rio de janeiro com uma nova revolução em São Paulo no ano de 1924, e em Outubro, no Rio Grande do Sul as forças tenentes se organizaram e eclodiram novos levantes militares, sendo vista como uma continuação dos “18 do Forte”. Os tenentes gaúchos se dirigiram para o Norte (Santa Catarina e Paraná), enquanto que em São Paulo a revolta dos tenentes paulistas foi liderada pelo general Isidoro Dias Lopes, que devido à pressão das tropas legalistas, os revoltosos foram para o sul se aliando ao movimento dos tenentes sulistas. Os líderes do movimento tenente aos poucos foram ganhando conhecimento nacional: Juarez Távora, Miguel Costa, Siqueira Campos, Cordeiro de Farias e Luís Carlos Prestes. Com a união dos dois grupos rebeldes, em 1925, formou-se a Coluna Miguel-Costa-Prestes, que � cou famosa como a Coluna Prestes Durante 25 meses, a Coluna percorreu cerca de 25.000 quilômetros, atuando numa guerra de movimentação e obtendo várias vitórias contras as forças legalistas, mas não teve sucesso em sua tentativa de sublevar as populações do interior contra Bernardes e a oligarquia dominante. O domínio das oligarquias locais pelo Brasil exercia sua in� uência sobre as populações regionais, que não viam a Coluna Prestes como uma mudança na realidade social. Com o � m do mandato de Artur Bernardes em 1926, o sentido da existência da Coluna se perdeu, por isso o movimento entrou na Bolívia e se dissolveu no início do ano seguinte. Após o � m da Coluna, Luís Carlos Prestes se desencantou com o grupo tenente, e deu início em 1928 aos estudos marxistas na Bolívia, onde se aproximou do comunismo e se tornou uma das principais lideranças do comunismo no Brasil, anos mais tarde. A CRISE DA REPÚBLICA OLIGÁRQUICA E A REVOLUÇÃO DE 1930 Com um clima in� amado nas ruas pelos movimentos tenentistas e pelas agitações sociais, o governo de Washington Luís foi marcado por inúmeras pressões ao regime oligárquico. Para enfrentar tais movimentos sociais, o governo tomou uma postura mais repressiva, censurando os jornais e reprimindo o direito de reunião entre os grupos sociais. A aprovação da famosa Lei “Celerada” foi direcionada principalmente para as organizações tenentistas e os movimentos operários, que viram nesta ação de Washington Luís uma provocação, o que causou ainda mais instabilidade ao seu governo. Além disto, os problemas econômicos decorrentes da crise de 1929 levaram a uma queda drástica das vendas de café, o que acarretou uma crise para os vendedores de café brasileiros. Com a crise, houve uma retração do mercado, tendo como consequência a suspensão do � nanciamento externo para estocagem do café e a exigência da liquidação imediata dos débitos anteriores, caindo por terra toda a montagem da política de valorização do café. Isso acabou levando a uma cisão oligárquica, o presidente Washington Luís quebrou com o rodízio da política do “Café com Leite”, o que levou a indicação de outro paulista, Júlio Prestes, para assim garantir a continuidade das políticas de proteção do café e bene� ciar os produtores paulistas. Isso levou a uma quebra da aliança do Partido Republicano Paulista, o PRP, e o Partido Republicano Mineiro, o PRM, destruindo assim a base oligárquica da República Velha. 6 CRISE DA REPÚBLICA VELHA E REVOLUÇÃO DE 1930 PROMILITARES.COM.BR Na liderança do PRM, o governador de Minas Gerais Antônio Carlos, frustrado por não ser indicado para o cargo de próximo Presidente, lançou apoio para o gaúcho Getúlio Vargas e como vice o paraibano João Pessoa, formando com eles a Aliança Liberal. O grupo liderado por Antônio Carlos também recebeu apoio dos dissidentes do Partido Republicano Paulista, o Partido Democrático, criado em 1926 pelos paulistas que não concordavam com as fraudes eleitorais, por isso defendiam o voto secreto. Dentre o projeto de campanha dos aliancistas, destacam-se alguns pontos como: o voto secreto e a Justiça Eleitoral; o atendimento às reinvindicações dos operários e a anistia irrestrita, esperando atrair os tenentes para a causa aliancista. Além da proposta dos aliancistas, havia também o grupo dos operários que lutavam pela melhora de condições de vida e de trabalho, e dos comunistas do PCB, partido que estava na ilegalidade. Os grupos se uniram e formaram o Bloco Operário Camponês (BOC). Dentreas suas propostas constavam os seguintes pontos: crítica e combate ao poder das classes ricas sobre as classes pobres e trabalhadoras (plutocracia), imposto somente para os ricos, voto secreto e obrigatório, inclusive para as mulheres. Este grupo lançou o candidato operário Minervino de Oliveira, no Rio de Janeiro, foi a primeira vez na história que um candidato operário se candidatou a presidência. As eleições foram realizadas, e sob o domínio da oligarquia paulista, o resultado no dia 1º de Março de 1930 foi a vitória do candidato paulista Júlio Prestes, derrotando o candidato Getúlio Vargas. Os líderes da Aliança Liberal recusaram-se a aceitar o resultado, a� rmando que a vitória de Júlio Prestes não passava de uma fraude eleitoral. O clima de revolta foi aumentando em várias regiões do país, atingindo diversos grupos sociais: operários, militares, pro� ssionais liberais, etc. Atribui-se ao governador mineiro Antônio Carlos uma frase que simboliza a tensão existente na época: Façamos a revolução, antes que o povo a faça. A revolta ganhou maior intensidade quando João Pessoa, governador da Paraíba e candidato a vice-presidente pela Aliança Liberal, foi assassinado por motivos pessoas e políticos, em 26 de julho de 1930. Esse episódio levou à união das oposições contra o governo e o início da Revolução de 1930. A bandeira dos aliancistas era que João Pessoa teria sido assassinado por ordem dos políticos aliados a Washington Luís e Júlio Prestes. Por isso, no dia 3 de Outubro de 1930, o movimento se iniciou no Rio Grande do Sul, sob o comando de Getúlio Vargas e foi se espalhando pelo sul do Brasil, que tinha como destino a capital federal. No Nordeste, sobre a liderança de Juarez Távora, a revolução recebeu adeptos e aliados de João Pessoa, e buscou uni� car o movimento no encontro das duas vertentes, do Nordeste e do Sul, na cidade do Rio de Janeiro. Reprodução/Revista da Semana Em foto de 1930, os líderes da Revolução de 1930 estão num trem, a caminho de São Paulo: Miguel Costa, Góis Monteiro e Getúlio Vargas. Quando o êxito da rebelião se tornou uma certeza, com a chegada dos revolucionários à cidade do Rio de Janeiro, as altas patentes militares do Rio de Janeiro aderiram à revolução. Devido ao perigo de uma guerra civil, Washington Luís é deposto no dia 24 de Outubro de 1930 pelo general Mena Barreto e o general Tasso Fragoso, e pelo almirante Isaías de Noronha, que formaram imediatamente um governo provisório e impediram também a posse de Júlio Prestes. Washington Luís partiu para o exílio, e Getúlio Vargas foi colocado no poder, assumindo assim a che� a do Governo Provisório. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 01. A higienização da cidade do Rio de Janeiro, sob a orientação de Oswaldo Cruz, realizou-se no governo municipal de: a) Rodrigues Alves. b) Afonso Pena. c) Pereira Passos. d) Campos Sales. e) Floriano Peixoto. 02. A crise econômica de 1929 nos Estados Unidos da América: a) afetou os produtores brasileiros de café. b) acarretou sensível aumento de nossas exportações de manufaturados. c) provocou aumento das possibilidades do mercado de trabalho interno. d) não modi� cou nosso comércio exterior, porque não havia mercadorias para exportar. e) favoreceu o � m do II Reinado e o início do período republicano no Brasil. 03. Com a Revolução de 1930, assumiu o poder no Brasil: a) Júlio Prestes. b) Artur Bernardes. c) Afonso Pena. d) Getúlio Vargas. e) Washington Luís. 04. A insatisfação social atingiu as Forças Armadas e difundiu-se, sobretudo, entre os o� ciais de baixa patente. Por isso, às revoltas desse período (1922-1930) deu-se o nome de: a) Movimento de O� cialidade. b) Movimento Tenentista. c) Movimento Democrático. d) Movimento Liberal. e) Movimento Nativista. 05. A modernização da cidade do Rio de Janeiro pelo prefeito Pereira Passos e a tentativa do higienista Osvaldo Cruz de erradicar a febre amarela e a varíola das terras cariocas são fatos ocorridos no governo de: a) Afonso Pena. b) Wenceslau Brás. c) Epitácio Pessoa. d) Rodrigues Alves. e) Oswaldo Cruz. 7 CRISE DA REPÚBLICA VELHA E REVOLUÇÃO DE 1930 PROMILITARES.COM.BR 06. Dentre os fatores que concorreram para o � m da República Velha, temos a: a) Questão do Acre e o Tratado de Petrópolis. b) Revolução Constitucionalista de São Paulo. c) Política sucessória e a crise de 1929. d) Guerra de Canudos e a Revolta do Contestado. e) A Revolta dos 18 do forte e a Semana de Arte Moderna. 07. O movimento que se manifestou na década de 1920 e que se propunha a diminuir o poder das oligarquias, combater a corrupção generalizada e a fraude do sistema eleitoral, manipulado pelo coronelismo, chamou-se: a) salvacionismo. b) socialismo. c) civilismo. d) positivismo. e) tenentismo. 08. O “Tenentismo”, movimento que espelhava as reivindicações da classe média traduziu-se numa série de insurreições, iniciadas com o (a): a) Revolta da Armada, nos navios Minas Gerais e São Paulo. b) Levante do Forte de Copacabana, em 1922. c) Revolução Paulista de 1924. d) Coluna Prestes. e) a Revolução de 1930. 09. O episódio conhecido como “Os 18 do Forte” marcou o (a): a) começo da Revolução de 1824. b) rendição de Canudos. c) formação da Coluna Prestes. d) primeira revolta ligada ao Movimento Tenentista. e) o golpe que acabou derrubando o regime da República Velha. 10. O combate à febre amarela no Brasil está ligado sobretudo a � gura do cientista: a) Miguel Conto. b) Emilio Ribas. c) Carlos Chagas. d) Miguel Lucena. e) Oswaldo Cruz.. EXERCÍCIOS DE TREINAMENTO 01. (FUVEST) — Não entra a polícia! Não deixa entrar! Aguenta! Aguenta! — Não entra! Não entra! repercutiu a multidão em coro. E todo o cortiço ferveu que nem uma panela ao fogo. — Aguenta! Aguenta! Aluísio Azevedo, O cortiço, 1890, parte X. O fragmento acima mostra a resistência dos moradores de um cortiço à entrada de policiais no local. O romance de Aluísio Azevedo: a) representa as transformações urbanas do Rio de Janeiro no período posterior à abolição da escravidão e o difícil convívio entre ex-escravos, imigrantes e poder público. b) defende a monarquia recém-derrubada e demonstra a di� culdade da República brasileira demanter a tranquilidade e a harmonia social após as lutas pela consolidação do novo regime. c) denuncia a falta de policiamento na então capital brasileira e atribui os problemas sociais existentes ao desprezo da elite paulista cafeicultora em relação ao Rio de Janeiro. d) valoriza as lutas sociais que se travavam nos morros e na periferia da então capital federal e as considera um exemplo para os demais setores explorados da população brasileira. e) apresenta a imigração como a principal origem dos males sociais por que o país passava, pois os novos empregados assalariados tiraram o trabalho dos escravos e os marginalizaram. 02. (FUVEST) A Semana de Arte Moderna de 1922, que reuniu em São Paulo escritores e artistas, foi um movimento: a) de renovação das formas de expressão com a introdução de modelos norte-americanos. b) in� uenciado pelo cinema internacional e pelas ideias propagadas nas universidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. c) de contestação aos velhos padrões estéticos, às estruturas mentais tradicionais e um esforço de repensar a realidade brasileira. d) desencadeado pelos regionalismos nordestino e gaúcho, que defendiam os valores tradicionais. e) de defesa do realismo e do naturalismo contra as velhas tendências românticas. 03. (ENEM) O mestre-sala dos mares Há muito tempo nas águas da Guanabara O dragão do mar reapareceu Na � gura de um bravo marinheiro A quem a história não esqueceu Conhecido como o almirante negro Tinha a dignidade de um mestre-sala E ao navegar pelo mar com seu bloco de fragatas Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas Jovens polacas e por batalhões de mulatas Rubras cascatas jorravam nas costas dos negros pelas pontas das chibatas… BLANC, A.; BOSCO, J. O mestre-sala dos mares. Disponívelem: www.usinadeletras.com.br. Acesso em: 19 jan. 2009. Na história brasileira, a chamada Revolta da Chibata, liderada por João Cândido, e descrita na música, foi: a) a rebelião de escravos contra os castigos físicos, ocorrida na Bahia, em 1848, e repetida no Rio de Janeiro. b) a revolta, no porto de Salvador, em 1860, de marinheiros dos navios que faziam o trá� co negreiro. c) o protesto, ocorrido no Exército, em 1865, contra o castigo de chibatadas em soldados desertores na Guerra do Paraguai. d) a rebelião dos marinheiros, negros e mulatos, em 1910, contra os castigos e as condições de trabalho na Marinha de Guerra. e) o protesto popular contra o aumento do custo de vida no Rio de Janeiro, em 1917, dissolvido, a chibatadas, pela polícia. 04. (UNITAU) No governo Rodrigues Alves (1902-1906), ocorreu a revolta da vacina, que estava contextualizada: a) na modernização e no saneamento do Rio de Janeiro. b) na modernização e no saneamento do Brasil como um todo. c) no combate às doenças epidêmicas promovido pela ONU. d) na recepção aos imigrantes. e) na oposição entre os setores rural e urbano. 8 CRISE DA REPÚBLICA VELHA E REVOLUÇÃO DE 1930 PROMILITARES.COM.BR 05. (FUVEST) No “Manifesto Antropófago”, lançado em São Paulo, em 1928, lê-se: “Queremos a Revolução Caraíba (…). A uni� cação de todas as revoltas e� cazes na direção do homem (…). Sem nós, a Europa não teria sequer a sua pobre declaração dos direitos do homem.” Essas passagens expressam a: a) defesa de concepções artísticas do impressionismo. b) crítica aos princípios da Revolução Francesa. c) valorização da cultura nacional. d) adesão à ideologia socialista. e) a� nidade com a cultura norte-americana. 06. (ENEM) A imagem representa as manifestações nas ruas da cidade do Rio de Janeiro, na primeira década do século XX, que integraram a Revolta da Vacina. Considerando o contexto político-social da época, essa revolta revela: a) a insatisfação da população com os benefícios de uma modernização urbana autoritária. b) a consciência da população pobre sobre a necessidade de vacinação para a erradicação das epidemias. c) a garantia do processo democrático instaurado com a República, através da defesa da liberdade de expressão da população. d) o planejamento do governo republicano na área de saúde, que abrangia a população em geral. e) o apoio ao governo republicano pela atitude de vacinar toda a população em vez de privilegiar a elite. 07. (UNESP) Nunca se viu uma campanha como esta, em que ambas as partes sustentaram ferozmente as suas aspirações opostas. Vencidos os inimigos, vós lhes ordenáveis que levantassem um viva à República e eles o levantavam à Monarquia e, ato contínuo, atiravam- se às fogueiras que incendiavam a cidade, convencidos de que tinham cumprido o seu dever de � éis defensores da Monarquia. (Gazeta de Notícias, 28.10.1897 apud Maria de Lourdes Monaco Janotti. Sociedade e política na Primeira República.) O texto é parte da ordem do dia, 06.10.1897, do general Artur Oscar e trata dos momentos � nais de Canudos. Para o militar, o principal motivo da luta dos canudenses era a: a) restauração monárquica, embora hoje saibamos que a rejeição à República era apenas uma das razões da rebeldia. b) valorização dos senhores rurais, ligados ao monarca, cujo poder era ameaçado pelo crescimento e enriquecimento das cidades. c) restauração monárquica, que, hoje sabemos, era de fato a única razão da longa resistência dos sertanejos. d) valorização do meio rural, embora hoje saibamos que Antônio Conselheiro não apoiava os incêndios provocados por monarquistas nas cidades republicanas. e) restauração monárquica, o que fez com que a luta de Antônio Conselheiro recebesse amplo apoio dos monarquistas do sul do Brasil. 08. (UNESP) A Coluna Prestes, que percorreu cerca de 25 mil quilômetros no interior do Brasil entre 1924 e 1927, associa-se: a) ao � orianismo, do qual se originou, e ao repúdio às fraudes eleitorais da Primeira República. b) à tentativa de implantação de um poder popular, expressa na defesa de pressupostos marxistas. c) ao movimento tenentista, do qual foi oriunda, e à tentativa de derrubar o presidente Artur Bernardes. d) à crítica ao caráter oligárquico da Primeira República e ao apoio à candidatura presidencial de Getúlio Vargas. e) ao esforço de implantação de um regime militar e à primeira mobilização política de massas na história brasileira. 09. (ESPM) Num momento em que o Estado republicano oligárquico já apresentava sintomas de declínio o problema criado pela sucessão, até então dividida entre São Paulo e Minas Gerais, desencadeou o � m do regime. (Leonel Itaussu. História do Brasil) Considerando que as atuais circunstâncias do país exige de todos o sacrifício das suas comodidades e interesses, em favor da defesa da causa pública, resolveram os abaixoassinados fundar um partido ao qual denominaram Partido Democrático, nome assaz signi� cativo por inculcar o seu principal objetivo, de obter para o povo o livre exercício da soberania e da escolha de seus representantes. (“Manifesto à Nação”. In Edgar Carone. A Primeira República 1889-1930) Os textos apresentam o cenário vivido pelo Brasil quando da disputa à sucessão do presidente Washington Luís. Quanto ao envolvimento do Partido Democrático nesta eleição, aponte a alternativa que demonstre qual era a composição do Partido Democrático (PD) e qual foi a sua posição na eleição: a) O PD era composto por membros da aristocracia cafeeira e apoiou a candidatura de Júlio Prestes. b) O PD era formado por dissidentes do Partido Republicano Paulista (PRP) e apoiou o candidato da Aliança Liberal. c) O PD era composto exclusivamente por membros da classe média e seguiu a atitude de Luís Carlos Prestes que se recusou a apoiar algum candidato. d) O PD surgiu como um movimento operário e seguiu as posições defendidas pelo Partido Comunista. e) O PD contava com intensa in� uência de militares e a exemplo dos tenentistas apoiou a candidatura de Júlio Prestes, candidato lançado pelo governo. 10. (FUVEST) No Brasil, a década de 20 foi um período em que: a) velhos políticos da República, como Rui Barbosa, Pinheiro Machado e Hermes da Fonseca, alcançaram grande projeção nacional. b) as forças de oposição às chamadas “oligarquias carcomidas” se organizaram, sem contudo apresentar alternativas de mudança. c) as propostas de reforma permanecendo letra morta, não se con� gurou nenhuma polarização político-ideológica. d) a aliança entre os partidos populares e as dissidências oligárquicas culminou com a derrubada da República Velha nas eleições de 1 de março de 1930. e) ocorreram agitações sociais e políticas, movimentos armados, entre eles a Coluna Prestes, e várias propostas de reforma foram debatidas. 9 CRISE DA REPÚBLICA VELHA E REVOLUÇÃO DE 1930 PROMILITARES.COM.BR 11. (FUVEST) No � nal do século XIX e início do século XX o Nordeste foi assolado pelos cangaceiros, bandos armados que roubavam, sequestravam e matavam em seu próprio benefício ou a serviço de chefes políticos. Contribuíram para o aparecimento desse grande contingente de marginalizados: a) os movimentos revolucionários republicanos dos � ns do Império. b) a grande migração de nordestinos para a colheita da borracha na Amazônia. c) a propaganda da guerrilha comunista entre os camponeses. d) o processo de urbanização e industrialização que expulsou muitos camponeses de suas terras. e) a concentração da propriedade, o aumento demográ� co e os efeitos da seca. 12. (PUCPR) Assim, enquanto Prestes aderia ao comunismo - mostrando, ao mesmo tempo, que a vitória de Getúlio Vargas signi� caria a mera substituição de uns grupos oligárquicos por outros no poder, (...) os “tenentes se deixavam envolver pela campanha da Aliança Liberal...”. (Prestes, Anita Leocádia. “Uma epopeia brasileira - a Coluna Prestes”, Editora Moderna, 1995, pág. 103) Interpretando o texto e com ajuda de seus conhecimentoshistóricos, assinale a única alternativa correta: a) Luiz Carlos Prestes, principal líder da “Coluna Prestes”, pretendia derrubar o governo opressivo de Epitácio Pessoa. b) a Aliança Liberal defendia a candidatura de Júlio Prestes, que governava São Paulo. c) os Tenentes, expressão do movimento político do “Tenentismo”, representavam a ideologia socialista e revolucionária. d) os grupos oligárquicos substituídos representavam principalmente a cafeicultura. e) A “Coluna Prestes” nunca foi completamente derrotada pelos legalistas, porque fazia a “guerra de posições”, enquanto aqueles faziam a “guerra de movimento”. 13. (CESGRANRIO) Com relação à revolução de 1930, do ponto de vista econômico-social, é possível a� rmar que ela: a) assinala o início da primazia política das classes médias sobre o Estado; b) representa a derrota da burguesia mercantil diante das pressões conjuntas do campesinato e operariado urbano; c) traduz a vitória do tenentismo, das camadas médias e dos segmentos industriais sobre os setores agroexportadores; d) identi� ca a passagem para a dominação burguesa no Brasil, com a vitória dos grupos industriais; e) signi� ca o início do desenvolvimentismo e a decadência da agricultura de exportação. 14. (UFRRJ) Segundo Anita Prestes, “o tenentismo vinha preencher o vazio deixado pela falta de lideranças civis aptas a conduzirem o processo revolucionário brasileiro que começava a sacudir as já caducas instituições políticas da República Velha”. PRESTES, Anita. “A Coluna Prestes”. São Paulo: Brasiliense, 1995, p. 73. De acordo com o texto, é correto a� rmar que: a) os “tenentes” queriam moralizar a vida política nacional, propondo uma ampla aliança de esquerda. b) os “tenentes” queriam deixar de ser meros “jagunços” nas mãos das oligarquias estaduais, amparados por um programa democrático. c) os “tenentes” queriam pôr � m à política democrática instaurada com a República Velha e promover um regime ditatorial, único capaz de � nalizar o atraso econômico representado pelas antigas oligarquias cafeeiras. d) os “tenentes” apresentaram-se como substitutos dos frágeis partidos políticos de oposição aos regimes oligárquicos e à desorganização da sociedade. e) o tenentismo representou um movimento que buscava romper com a tradição de intervenção militar na política, presente desde a Proclamação da República. 15. (UNESP) A República Brasileira, na última década do Século XIX, caminhava para a consolidação da oligarquia dos coronéis-fazendeiros. A crise econômico-� nanceira agravava as condições de vida na cidade e no campo. A rebelião de Canudos pode ser entendida como movimento de: a) hesitação dos mandatários políticos em desfechar medidas repressivas contra a gente oprimida. b) tensão social agravada pela expulsão dos camponeses que atuavam nas frentes pioneiras catarinenses e paranaenses. c) resistência da população sertaneja contra a estrutura agrário- latifundiária e as medidas repressivas o� ciais. d) descontentamento dos fanáticos que buscavam efetivar práticas liberais burguesas. e) rebeldia dos jagunços que se opunham à rede de açudes e às campanhas de combate às secas. 16. (MACKENZIE) “Em julho de 1924, a elite paulista buscava fugir da capital, bombardeada a esmo pelas forças legalistas (...). Os misteriosos tenentes, dos quais toda a gente falava, tinham ocupado a cidade”. Boris Fausto O trecho se reporta a um dos movimentos tenentistas dos anos 20, cujo objetivo era: a) Defender o setor cafeeiro em detrimento dos demais produtos nacionais. b) Apoiar o governo de Artur Bernardes, representante de seus ideais. c) Introduzir um governo esquerdista, apoiando as reivindicações anarco-sindicalistas. d) Estabelecer o voto secreto e a derrubada da oligarquia paulista, expressão dos piores vícios do regime. e) Restabelecer o governo monárquico, considerado politicamente mais estável. 17. (PUCSP) “(O movimento) não se rendeu... resistiu até a esmagamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5 ao entardecer, quando caíram seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, à frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados. A chacina empreendida pelo Exército em 1897, no interior do Nordeste, e com a qual o leitor de “Os Sertões”, de Euclides da Cunha entra em contato, tem uma de suas explicações: a) na necessidade, por parte do governo de a� rmar a irreversibilidade do projeto republicano. b) no fato de que o movimento seria uma extensão do Cangaço na região, provocando a reação dos latifundiários. c) no objetivo do Estado republicano em conter quaisquer manifes- tações socialistas que inculcassem ideologias revolucionárias nos camponeses. d) na tentativa do Exército de impedir que os tenentes desertores continuassem sua pregação elo interior do país. e) na pressão exercida, pelo Vaticano, sobre as Forças Armadas, com o objetivo de barrar o crescimento de igrejas alternativas. 18. (UFSCAR) Em julho de 1924, a elite paulista buscava fugir da capital bombardeada a esmo pelas forças legalistas, descendo a serra em seus automóveis ou em táxis. (...) O bombardeio desencadeado pelas forças legais ao governo constituía o principal motivo do pânico. Situadas em uma posição elevada do Alto da Penha, um bairro ainda periférico, lançavam tiros de canhão contra a cidade, com uma imprecisão espantosa. (Boris Fausto. Negócios e ócios. Histórias da imigração, 1997.) 10 CRISE DA REPÚBLICA VELHA E REVOLUÇÃO DE 1930 PROMILITARES.COM.BR Os acontecimentos descritos no texto referem-se à: a) Revolta dos Tenentes. b) Revolução Constitucionalista. c) Deposição de Washington Luís. d) Intentona Comunista. e) Revolta da Armada. 19. (UNIFESP) Em tempos de forte turbulência republicana, o ano de 1922 converteu-se em marco simbólico de grandes rupturas e da vontade de mudança. Eventos como a Semana de Arte Moderna, o levante tenentista, a criação do Partido Comunista e ainda a conturbada eleição presidencial sepultaram simbolicamente a Velha República e inauguraram uma nova época. (Aspásia Camargo, “Federalismo e Identidade Nacional”, Brasil, um século de transformações. 2001.) Pode-se a� rmar que a situação descrita decorre, sobretudo: a) do forte crescimento urbano e das classes médias. b) do descontentamento generalizado dos o� ciais do Exército. c) da postura progressista das elites carioca e paulista. d) do crescimento vertiginoso da industrialização e da classe operária. e) da in� uência das vanguardas artísticas europeias e norte-americanas. 20. (MACKENZIE) Dos fatos históricos referidos abaixo, um NÃO se inclui entre os que compuseram o Movimento Tenentista. Assinale-o: a) A sublevação de alguns jovens o� ciais do Forte de Copacabana, em julho de 1922, na qual ganhou notoriedade o episódio dos “dezoito do Forte”. b) A chamada “Revolução Paulista”, de julho de 1924, cujo propósito era, declaradamente, a derrubada do presidente Artur Bernardes. c) A formação de uma coluna armada, no Rio Grande do Sul, em 1924- 1925, que se uniria, em seguida, à “Coluna Paulista”. d) A longa marcha pelo interior do Brasil, entre 1925 e 1927, da “Coluna Prestes”, cujo principal líder se veria depois envolvido numa aura de heroísmo, a do “Cavaleiro da Esperança”. e) Os levantes em Natal, Recife e Rio de Janeiro, em novembro de 1935, nos quais se destacou a � gura de Luís Carlos Prestes. EXERCÍCIOS DE COMBATE 01. (MACKENZIE) A ilustração dada faz referência a um sério distúrbio social ocorrido nos primeiros anos do século XX, no Rio de Janeiro, envolvendo a � gura do eminente sanitarista Osvaldo Cruz. Desse distúrbio é INCORRETO a� rmar que a) em suas origens, havia o descontentamento da população pobre da cidade, sobretudo por causa do plano de remodelação urbana implantado no governo de Rodrigues Alves (1902-1906), que, entre outras coisas, desalojou parte dessa população dosquarteirões de bairros centrais para abertura de avenidas e alargamento de ruas. b) a decretação da obrigatoriedade da vacinação foi a razão imediata de o povo, já descontente com as desapropriações e demolições, insurgir-se contra os agentes sanitários, transformando o Rio de Janeiro em palco de violentos confrontos com a polícia. c) a forma arbitrária e violenta com que as “brigadas sanitárias” realizavam a vacinação — invasão dos domicílios para, à força, vacinar as pessoas — provocou a indignação da população, que, ademais — não adequadamente esclarecida — desconhecia os verdadeiros efeitos médicos da medida. d) a reação violenta da população deve ser entendida num contexto social mais amplo, de reação a um processo de modernização excludente do ambiente urbano, agravado pela atitude discricionária do poder público. e) o grau de violência que a revolta atingiu, evidenciou o extremo conservadorismo da população, contrária a qualquer forma de modernização ou progresso, quer urbanística quer cientí� ca. 02. (FUNDEP) “[...] O movimento tenentista (é) conhecido como o primeiro movimento político comandado pelos setores médios do Brasil [...]. A oposição ao pacto conservador da República Velha, com suas eleições fraudadas e restritas, era o ponto de união entre os tenentistas. Dentro do movimento, no entanto, conviviam desde as demandas liberais por voto secreto e por maior liberdade de imprensa até o desejo de um Estado forte como meio de se contrapor ao mandonismo rural. [...]” SOUZA, Jessé de. A Elite do Atraso. Da escravidão à lava jato. Rio de Janeiro: Leya, 2017. p. 130 (Adaptação). Com base no trecho de Jessé de Souza sobre as bases sociais que culminaram no movimento brasileiro conhecido como Revolução de 30, é correto a� rmar que: a) ancorado na oposição ao pacto conservador da Primeira República, as classes médias, por meio do Tenentismo, uni� caram sua luta e propostas para o Estado brasileiro. b) considerado como reserva moral da sociedade, o Exército tomou para si, por meio do Tenentismo, a tarefa de moralizar o Estado brasileiro com a implantação de um governo ditatorial. c) mantendo os tenentes à frente da luta contra o pacto conservador da República Velha, os setores médios descolocavam o olhar de si, não se indispondo com os grupos dominantes nacionais. d) utilizando um discurso moralizador da política brasileira, contra as fraudes eleitorais, o Tenentismo uniu a diversa classe média na luta contra a oligarquia cafeeira nos anos 1920. 03. (VUNESP) Observe a imagem a seguir. (“O espeto obrigatório”. A Avenida, out. 1904. https://goo.gl/y71MjJ. Acesso em 25.09.17) 11 CRISE DA REPÚBLICA VELHA E REVOLUÇÃO DE 1930 PROMILITARES.COM.BR A charge faz referência a) à Revolta da Vacina. b) à Revolta da Chibata. c) à Guerra do Contestado. d) à comunidade de Canudos. e) à Revolta Tenentista. 04. (VUNESP) Durante a Primeira República no Brasil, houve um movi- mento conhecido como Tenentismo. Assinale a alternativa correta a respeito desse movimento. a) Foi organizado por militares de várias patentes que tentaram modernizar o Exército brasileiro. b) Era composto de integrantes de grupos paramilitares e desertores que propalavam o federalismo. c) Não passou de um levante ocorrido no Rio de Janeiro, com re� exos em São Paulo, no ano seguinte à Proclamação da República. d) Era formado por civis que se identi� cavam com os militares e se diziam tenentes defensores da República e) Reunia o� ciais que criticavam a organização política da República Velha e contribuíram para o seu colapso. 05. (ESFCEX) Sobre o Tenentismo, analise as a� rmativas e marque a opção correta. I. Crítico às fraudes eleitorais e ao domínio das oligarquias, o Tenentismo pautou-se pela defesa de uma democracia ampla no País. II. Contrário ao domínio das oligarquias, o Tenentismo transitou progressivamente de uma conduta de caráter corporativo para a defesa crescente de propostas de transformação política para o País. III. Apesar de críticos do sistema político vigente, os tenentes rebeldes da década de 1920 mantiveram uma conduta de neutralidade quando do golpe de Estado que levou Getúlio Vargas ao poder em 1930. a) Somente I é correta. b) Somente II é correta. c) Somente III é correta. d) Somente I e II são corretas e) Somente II e III são corretas. 06. (ESPCEX) “No dia 5 de julho de 1922, três dias depois de ter sido decretada a prisão de Hermes da Fonseca, 302 jovens militares do Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, se sublevaram. Para reprimi-los o governo enviou para lá cerca de 3 mil soldados, que cercaram a fortaleza. Numericamente inferiorizados, a grande maioria dos amotinados se rendeu, mas poucos militares, mesmo sem condições de enfrentar as tropas legalistas, saíram pelas ruas de Copacabana de armas em punho. No meio do caminho alguns rebeldes debandaram […]. Nos tiroteiros que se seguiram, apenas dois rebeldes sobreviveram.” O texto acima, descreve o(a). a) “Intentona Comunista”, movimento desencadeado a partir de alguns quartéis do Rio de Janeiro, Recife e Natal, e que seguindo o exemplo do que ocorria na Rússia, objetivava a implantação do comunismo no Brasil. b) revolta dos “302 do Forte”, tentativa de golpe de Estado que tinha como intuito colocar o Marechal Hermes da Fonseca na presidência do País. c) “Intentona Integralista”, tentativa de tomada de poder por forças de extrema direita, com o objetivo de introduzir um governo centralizado com fortalecimento do Poder Executivo. d) episódio que � cou conhecido como os “18 do Forte”, e que marca o início do movimento conhecido como Tenentismo e) “Revolta da Armada”, iniciada no Rio de Janeiro e disseminada por todo o sul do Brasil, unindo forças com os integrantes da Revolta Federalista. 07. (ESPCEX) “O período da história política brasileira que vai de 1889 a 1930 costuma ser designado pelos historiadores de diferentes modos: República Oligárquica, República do ‘Café-com-Leite’, República Velha ou Primeira República. Neste período, em troca de ‘favores’, os coronéis exigiam que os eleitores votassem nos candidatos por eles indicados. Tal prática � cou conhecida como ‘voto de cabresto’”. (COTRIM, 2009, modi� cado) As duas expressões grifadas (“coronéis” e “voto de cabresto”) referem-se, respectivamente: a) aos grandes proprietários de terras e ao voto secreto b) aos o� ciais de carreira que exerciam cargos políticos e ao voto censitário. c) à in� uência de o� ciais do Exército na tomada de decisões políticas e ao voto censitário. d) aos grandes proprietários de terras e ao voto censitário. e) aos grandes proprietários de terras e ao voto aberto dado sob pressão. 08. (ESFCEX) Em relação às mobilizações e greves operárias ocorridas no Brasil durante a Primeira República, analise as a� rmativas abaixo e, a seguir, assinale a alternativa correta. I. Reivindicavam melhores condições de trabalho e melhorias salariais, mas não apresentavam, ainda, um caráter organizado que resultasse em efeitos signi� cativos para a massa trabalhadora. II. Muitas inspiravam-se nas ideias anarquistas mas, até 1919, a maior parte das mobilizações era organizada e liderada pelos representantes do Partido Comunista do Brasil, inspirados na Revolução Russa de 1917. III. Por conta das grandes agitações lideradas por operários imigrantes, o governo promulgou uma lei, em 1907, que expulsava do país o estrangeiro que ameaçasse a segurança nacional ou a ordem pública. a) Somente I e II estão corretas. b) Somente II está correta. c) Somente II e III estão corretas. d) Somente III está correta. e) Todas as a� rmativas estão corretas. 09. (FUNDEP) Em relação à Aliança Liberal, formada em 1929, é INCORRETO a� rmar que: a) se derivou da quebra de compromisso dos paulistas com os mineiros, uma vez que Antônio Carlos de Andrada deveria ser indicado candidato à presidência da República. b) incluía em sua plataforma política propostas de modernização ereorganização das estruturas políticas brasileiras. c) procurava ampliar suas bases de apoio com as reivindicações das oligarquias dissidentes e a exclusão dos interesses das classes médias e dos operários. d) se formou como uma frente política de oposição composta pelas oligarquias dissidentes de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba. 10. (CN) Com relação à Reação Republicana que ocorreu na Primeira República, é correto a� rmar que: a) dizia respeito a uma campanha política conduzida por Rui Barbosa contra a candidatura de Hermes da Fonseca, baseada na moralização do processo político e no combate à máquina coronelística colocada a serviço das oligarquias rurais. b) tinha por objetivo salvar as instituições políticas do domínio das oligarquias que se sustentavam por meio de um esquema de poder político, idealizado por Campos Sales, denominado “Política dos Governadores”. 12 CRISE DA REPÚBLICA VELHA E REVOLUÇÃO DE 1930 PROMILITARES.COM.BR c) foi um episódio marcado pela resistência política conduzida por Pinheiro Machado contra o revezamento político gerado pela “Política Café com Leite”, cujo objetivo era garantir a alternância entre São Paulo e Minas Gerais na presidência da República. d) foi uma articulação política dos Estados do Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro que lançaram Nilo Peçanha como candidato à presidência da República em oposição ao candidato Artur Bernardes indicado por São Paulo e Minas Gerais, e) se tratava de uma reação conduzida pela Aliança Libertadora no Rio Grande de Sul contra a hegemonia política do Partido Republicano Riograndense conduzido por Borges de Medeiros, que já estava no seu quinto mandato consecutivo como governador. GABARITO EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 01. C 02. A 03. D 04. B 05. D 06. C 07. E 08. B 09. D 10. E EXERCÍCIOS DE TREINAMENTO 01. A 02. C 03. D 04. A 05. C 06. A 07. A 08. C 09. B 10. E 11. E 12. D 13. C 14. D 15. C 16. D 17. B 18. A 19. A 20. E EXERCÍCIOS DE COMBATE 01. E 02. D 03. A 04. E 05. B 06. D 07. E 08. D 09. C 10. D ANOTAÇÕES
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