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DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS . EnfªJucélia ferreira Moreira DESENVOLVIMENTO PULMONAR Durante a gestação, a placenta realiza as trocas gasosas do feto Período Embrionário: tubo único – endoderme – diafragma – 17ª semana gestacional - com formação completa dos pulmões em torno de 26 semanas Período Pseudoglandular: desenvolvimento da árvore brônquica, 16ª semana gestacional DESENVOLVIMENTO PULMONAR Período sacular: 27-40ª semanas. Com rápido crescimento do pulmão/alvéolos entre 34-36semanas Síntese do surfactante: 23-24ª semana de gestação. Maturação anatômica e funcional com 35 semanas MECÂNICA DA VENTILAÇÃO MOVIMENTOS DE ENTRADA E SAÍDA DE AR DOS PULMÕES Inspiração: contração do diafragma Expiração: posição de descanso do diafragma Complacência pulmonar: distensão dos pulmões (volume insuflado e pressão no interior dos pulmões) Resistência pulmonar: diferença de pressão entre dois pontos da via respiratória para que se estabilize um fluxo Volume corrente: quantidade de ar inalado e exalado GRUPO 5 O PAPEL DO ENFERMEIRO NO PROCESSO DE ENFERMAGEM NO EXAME FISICO DO SISTEMA RESPIRATORIO RUÍDOS RESPIRATÓRIOS MOVIMENTAÇÃO DO AR NOS PULMÕES – Murmúrios Vesiculares ESTERTORES: subcrepitantes ou bolhosos (ar movendo-se por meio de fluido ou atelectasia) – atelectasia, pneumonia, edema pulmonar, bronquite RONCOS: ar passando em áreas constringidas por espasmos, secreções ou edema – asma, enfisema, tumor, secreções, estenose SIBILOS: traquéia com lúmen diminuído – edema de cordas vocais, estenose traqueal, corpo estranho ou tumor na traquéia SURFACTANTE É uma lipoproteína produzida pelas células epiteliais alveolares a partir da 24ªsem. gestacional. Vantagens: reduz a tensão superficial (resistência), aumenta a elasticidade do pulmão (complacência), impede o colabamento alveolar (atelectasia), mantém os alvéolos secos GRUPO 3 Administração de Surfactante Pulmonar no Síndrome de Dificuldade Respiratória do Recém-nascido SINAIS E SINTOMAS TIPO RELAÇÃO PADRÃO RESPIRATÓRIO Freqüência respiratória: taquipnéia Ritmo e periodicidade da respiração: apneia e respiração periódica TRABALHO RESPIRATÓRIO BAN Gemido expiratório Head bobbing Retrações torácicas: intercostal, subcostal, supraesternal, esternal COR cianose TAQUIPNEIA Alteração do volume corrente x capacidade residual funcionante FR>60rpm, em repouso/sono APNEIA E RESPIRAÇÃO PERIÓDICA DISTÚRBIO DO RITMO DA RESPIRAÇÃO APNEIA >20segundos, com bradicardia, cianose e queda de saturação de oxigênio BAN BATIMENTO DE ALETAS NASAIS Abertura e fechamento cíclico das narinas durante a respiração espontânea, para reduzir a resistência da via aérea superior GEMIDO EXPIRATÓRIO Fechamento parcial da glote durante a expiração para manter a capacidade residual funcional e prevenir o colapso alveolar, nas situações de perda de volume pulmonar HEAD BOBBING Aumento do trabalho respiratório com movimento para cima e para baixo da cabeça, com contração da musculatura acessória do pescoço RETRAÇÕES TORÁCICAS Deslocamento para dentro da caixa torácica, a cada respiração, entre as costelas (intercostal), nas últimas costelas inferiores (subcostal), na margem superior (supraesternal) e inferior do esterno (xifóide) VÍDEO 1 - https://www.youtube.com/watch?v=edlIubtOyIo 2 - https://www.youtube.com/watch?v=q0bHwMayCJY CIANOSE Localizada/periférica: acrocianose, regiões plantares e palmares Generalizada/central: envolve mucosa oral, hipoxemia grave. Investigar cardiopatias congênitas, hipertensão pulmonar e afecções graves do parênquima pulmonar Identificação dos sinais de alerta TIPO RELAÇÃO Obstrução de vias aéreas Gasping Sufocação Estridor Falência respiratória Apneia Esforço respiratório débil Colapso circulatório Bradicardia Hipotensão arterial Má perfusão periférica Má oxigenação Cianose, hipoxemia ou palidez VÍDEO 3 - https://www.youtube.com/watch?v=arqDVo82uS0 OXIGENOTERAPIA ADMINISTRAÇÃO DE OXIGÊNIO, COM FINALIDADE TERAPÊUTICA Hipoxemia Cianose TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO: Cânula nasal: diretamente nas cavidades nasais, com fluxo contínuo de O2 umidificado por meio da cânula, medido em L/min OXIGENOTERAPIA TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO: Traqueostomia: abertura externa na traquéia para obter e conservar a via respiratória permeável CUIDADOS Manter limpo Trocar fixação 1x dia Utilizar gazes peri-estoma Ofertar O2 através da TQT Aspirar sempre que necessário Não decanular OXIGENOTERAPIA TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO: Capacete/HOOD/tenda: recebimento do O2 aquecido e umidificado, com administração contínua, com flutuações mínimas nos níveis de oxigênio OXIGENOTERAPIA TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO: Pressão positiva contínua nas vias aéreas - CPAP: mistura de O2 e ar comprimido sobre pressão contínua, através de dispositivos nasais, aumentando a capacidade funcional residual pulmonar e reduzindo a resistência vascular pulmonar, melhorando a oxigenação. Mantém pressão positiva nas vias aéreas = distensão dos alvéolos Diminui a resistência supra glótica Previne atelectasia Reduz episódios de apneia GRUPO 1 VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA EM UTI NEONATAL: revisão bibliográfica Indicações do CPAP Apneia da prematuridade que não responde a tratamentos medicamentosos Doença da membrana hialina Desmame da ventilação mecânica Broncomalácia (degeneração e flacidez da arvore brônquica) Displasia broncopulmonar (agressões pulmonares >28dias com O2 pressurizado) Atelectasia Complicações do CPAP Pneumotórax Distensão gástrica e abdominal Irritação da mucosa nasal, com necrose da asa nasal Enfisema intersticial (conglomerados císticos de ar aprisionado) Pneumomediastino TAQUIPNEIA TRANSITÓRIA DO RN Síndrome do pulmão úmido – retenção de fluido pulmonar fetal Permanência do líquido: redução da complacência do pulmão e aumento da resistência das vias respiratórias Incidência: RNT, parto cesariano, sedação materna excessiva, sobrecarga hídrica materna, asfixia perinatal, filhos de mãe diabética, macrossomia A absorção dos fluidos pulmonares é absorvido pelo sistema linfático entre 12-72h TAQUIPNEIA TRANSITÓRIA DO RN QUADRO CLÍNICO: Gemidos expiratórios e cianose Taquipneia, com FR>100rpm Taquipneia persistente sem dispnéia (até 5 dias) Retrações intercostais mínimas ou ausentes TAQUIPNEIA TRANSITÓRIA DO RN DIAGNÓSTICO: Quadro clínico RX: infiltrado pulmonar difuso TRATAMENTO O2 - CPAP Jejum, se FR>60rpm Manter sat. 90-95%, temperatura 36,5-37,5ºC HV – equilíbrio hidroeletrolítico SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO – DOENÇA DA MEMBRANA HIALINA Deficiência de surfactante = colapso alveolar – aumento da necessidade de O2, estresse respiratório, fadiga, redução da perfusão nos pulmões. Incidência: RNPT, 32-34 semanas de gestação, 1500g Anóxia perinatal, parto cesariano eletivo sem trabalho de parto, hidropsia fetal, diabetes gestacional e gestação de gemelares (gêmeo B) QUADRO CLÍNICO: Dispnéia ou respiração superficial Insuficiência respiratória após o parto ou nas primeiras seis horas, com piora progressiva nas primeiras 24horas de vida Taquicardia Retrações esternais e intercostais marcadas – redução da complacência pulmonar BAN Diminuição difusa dos murmúrios vesiculares Cianose central Gemido expiratório com RN em repouso Aumento da necessidade de O2 Episódios de apneia Palidez – vasoconstrição periférica SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO – DOENÇA DA MEMBRANA HIALINA DIAGNÓSTICO Quadro clínico RX: microatelectasias, opacidade alveolar TRATAMENTO CPAP/AVM Surfactante Manutenção da temperatura e sinais vitais Manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico – íons e glicose SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO – DOENÇA DA MEMBRANA HIALINA VÍDEO 4 - https://www.youtube.com/watch?v=gIK_WKbShyY PNEUMONIA Processo inflamatório dos pulmões, resultante de infecção bacteriana, viral ou fúngica ou deorigem química Dividida em: precoce (até 48h de vida, corioamnionite, ruptura de membrana prolongada >24h, parto prolongado, ITU) ou tardia (após o nascimento, infecção na UTIN ou nos cuidados) PNEUMONIA QUADRO CLÍNICO: Estresse respiratório (taquipneia, aumento das exigências de O2, apneia, aumento de retrações, hipoxemia) Diminuição dos sons pulmonares uni-bilateral Hipoglicemia Instabilidade térmica RX com infiltrações alveolares, peri-brônquicas, pulmões opacos PNEUMONIA DIAGNÓSTICO: História clínica pré e pós natal RX Culturas de aspirado endotraqueal e hemocultura Hemograma Cultura de urina e líquor TRATAMENTO: Antibiótico/antifúngico/antiviral Manutenção térmica, nutrição, oxigenoterapia e ventilação mecânica PNEUMOTÓRAX Hiperdistensão dos alvéolos e da porção distal dos pulmões, com ventilação desigual e conseqüente ruptura dos alvéolos O ar sai dos alvéolos – árvore traqueobrônquica – espaço pleural visceral e parietal – pneumotórax Assintomático (pneumotórax pequeno) com evolução lenta ou súbita (pneumotórax grave) PNEUMOTÓRAX QUADRO CLÍNICO LENTO: Irritabilidade, agitação Letargia Taquipneia, taquicardia, aumento da PA Uso de musculatura acessória, retrações acentuadas, gemido expiratório e BAN Aumento paulatino da dispnéia, com redução da oxigenação e perfusão QUADRO CLÍNICO SÚBITO: Cianose generalizada Dispnéia acentuada Diminuição da amplitude do complexo QRS no monitor cardíaco Diminuição dos ruídos respiratórios Bulhas cardíacas diminuídas, desviadas ou abafadas Hipotensão arterial grave e perfusão periférica diminuída PCR e morte PNEUMOTÓRAX DIAGNÓSTICO RX emergencial Quadro clínico – tórax encurvado TRATAMENTO Toracocentese ou drenagem de tórax APNEIA DA PREMATURIDADE Imaturidade do centro respiratório – bulbo e ponte – no controle da respiração pelos quimiorreceptores Apneia: >20seg sem respiração, com bradicardia e/ou cianose ETIOLOGIA: Prematuridade Infecções Alterações pulmonares e metabólicas Distúrbios neurológicos, cardiovasculares, gastrointestinais Instabilidade térmica Anemia Uso de medicamentos depressores Ambiente quente Dor APNEIA DA PREMATURIDADE QUADRO CLÍNICO: Bradicardia e Letargia Mudança de cor (mosqueamento, palidez, cianose generalizada) Dessaturação DIAGNÓSTICO: Observação USTF Eliminação de outras causas comuns: anemia, infecção, hipoglicemia, etc. TRATAMENTO: Medicamentos – cafeína Estimulação tátil VPP/CPAP/AVM Desobstrução das vias aéreas, monitorização VÍDEO 5 - https://www.youtube.com/watch?v=vyQNgW1d_Ig DISPLASIA BRONCOPULMONAR Processo crônico, com AVM prolongada, com altas concentrações de O2 e lesão pulmonar, >28 dias de uso Hipertrofia da musculatura lisa dos bronquíolos e aumento do números de macrófagos, com fibrose peri-membranosa ETIOLOGIA: Prematuridade Barotrauma/volutrauma Oxigenoterapia Reação inflamatória desnutrição DISPLASIA BRONCOPULMONAR QUADRO CLÍNICO: Desconforto respiratório crônico Retrações intercostais moderadas a acentuadas Estertores pulmonares crepitantes contínuos Cianose, principalmente quando em esforço e choro TRATAMENTO: Diuréticos Broncodilatadores Vitamina A Manutenção da oxigenação Aporte nutricional Controle da agitação GRUPO 2 DISPLASIA BRONCOPULMONAR SÍNDROME DE ASPIRAÇÃO DE MECÔNIO Pode ocorrer intraútero devido movimentos de gasping ou durante os primeiros movimentos respiratórios após o nascimento COMPOSTO DE SECREÇÕES GASTRINTESTINAIS, RESTOS CELULARES, MUCO, SANGUE, LANUGO E VÉRNIX CASEOSO Obstrução mecânica de vias aéreas Inativação de surfactante Hipóxia e hipertensão pulmonar Inflamação pulmonar sistêmica SÍNDROME DE ASPIRAÇÃO DE MECÔNIO DEFINIÇÃO: presença de líquido amniótico meconial ao nascimento, desconforto respiratório e achados radiológicos típicos SINAIS CLÍNICOS: Desconforto respiratório (taquipneia, retrações ou gemência) Necessidade de O2 suplementar, por pelo menos 12h Ausência de malformações congênitas das vias aéreas Coloração esverdeada na pele, cordão umbilical e unhas SÍNDROME DE ASPIRAÇÃO DE MECÔNIO FATORES DE RISCO Gestação pós-termo (>42 semanas) RN macrossômico Presença de liquido amniótico meconial Sofrimento fetal por asfixia TRATAMENTO Oxigenoterapia e suporte ventilatório Óxido Nítrico (vasodilatador pulmonar seletivo) Surfactante (lavado broncoalveolar) Antibioticoterapia GRUPO 4 Novas opções terapêuticas na síndrome de aspiração de mecônio HIPERTENSÃO PULMONAR PERSISTENTE Demora na transição normal da circulação pulmonar e sistêmica e da resistência vascular pulmonar e sistêmica, causando o desenvolvimento de persistência do padrão fetal de circulação ou hipertensão pulmonar persistente Em decorrência da pressão pulmonar elevada, há grande desvio de sangue da direita para a esquerda no coração, via forame oval e ducto arterioso, resultando em diminuição do fluxo sanguíneo pulmonar, hipoxemia grave e acidose ? CIRCULAÇÃO FETAL Ducto venoso Forame oval Ducto arterioso VIDEO <https://www.youtube.com/watch?v=9Hztn-Gcd_E> HIPERTENSÃO PULMONAR PERSISTENTE ETIOLOGIA: Síndrome da Membrana Hialina Síndrome da Aspiração de Mecônio PNM grave, sepse Pneumotórax Hipoplasia pulmonar Cardiopatias congênitas 1-2: 1.000 nascidos vivos – Principais causas de óbito entre os neonatos submetidos à ventilação pulmonar mecânica Hipóxia crônica e aumento de fluxo sanguíneo pulmonar alteram o desenvolvimento dos vasos pulmonares, gerando disfunção das células endoteliais e/ou musculares lisas HIPERTENSÃO PULMONAR PERSISTENTE QUADRO CLÍNICO: Cianose Desconforto respiratório Taquipneia Sopro cardíaco que persiste após o nascimento Hipotensão arterial Diferença na oximetria pré- e pós-ductal ICC em função de sobrecarga ventricular Anormalidades metabólicas: hipoglicemia, hipocalcemia, acidose metabólica, diminuição do débito urinário HIPERTENSÃO PULMONAR PERSISTENTE DIAGNÓSTICO: RX Gasometria – hipoxemia ECO – descartar problemas cardíacos a avaliar as pressões na válvula pulmonar, resistência vascular pulmonar e funções cardíacas Saturação de oxigênio pré- e pós-ducto – se >10% shunt direita-esquerda TRATAMENTO: Reduzir o fluxo sanguíneo pulmonar e prevenir o shunt dir.-esq. = melhorar fluxo pulmonar, reduzir a resistência vascular pulmonar e minimizar a vasoconstrição pulmonar causada pela hipoxemia COMO? HIPERTENSÃO PULMONAR PERSISTENTE Ambiente silencioso e calmo: reduzir estresse e manipulação = menor consumo de O2 Sedação e analgesia contínua: conforto e agitação Ofertar O2 contínuo: vasodilatador pulmonar Uso de fármacos vasopressores (dopamina e dobutamina): manutenção da pressão vascular sistêmica maior que a pulmonar, reduzindo o shunt direita-esquerda Manutenção do volume circulante e balanço hidroeletrolítico Normotermia (36,5-37,5ºC): evitar consumo de O2 Acesso venoso central: evitar manipulação para possíveis punções periféricas desnecessárias e coleta de sangue para exames laboratoriais (CUV e CUArt.) Mínimo manuseio: decúbito dorsal, aspiração endotraqueal somente s/n e sistema fechado, troca de fralda 6/6h HIPERTENSÃO PULMONAR PERSISTENTE TERAPIA VASODILATADORA: SISTÊMICOS: Citrato de Sildenafila - relaxa a parede arterial, levando a uma menor resistência arterial pulmonar e pressão PULMONARES: Óxido nítrico – inalante. Meia vida curta 3-5segundos, com resultados observados em minutos. Seletivo – relaxamento da musculatura lisa pulmonar, melhora a ventilação, perfusão e oxigenação REFERÊNCIAS BRASIL. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os profissionais de saúde. Brasília: Ministério da Saúde, v.04, p.11-33. 2011. TAMEZ, R. N. Enfermagem na uti neonatal: assistência ao recém-nascido de alto risco. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. OBRIGADA!
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