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INTERTEXTUALIDADE 
Professor: Flávio Brito 
 
 
 
Os dicionários definem intertextualidade como sendo a superposição de um texto a outro; a influência de um texto sobre 
outro que o toma como modelo ou ponto de partida, e que gera a atualização do texto citado. Verificamos dessa forma que o 
conceito de intertextualidade, como o próprio nome indica, diz respeito à relação que se estabelece entre textos. Na verdade, todo 
texto é absorção e transformação de uma multiplicidade de outros textos, o que vale dizer que não existe um texto que seja 
totalmente original. 
Dessa forma, basicamente, a intertextualidade nada mais é do que a influência de um texto sobre outro. Todo texto, em 
maior ou menor grau, é um intertexto, pois é normal que durante o processo da escrita aconteçam relações dialógicas entre o que 
estamos escrevendo e outros textos previamente lidos por nós. A intertextualidade pode acontecer de maneira proposital ou não, 
mas é certo que cada texto faz parte de uma corrente de produções verbais e, conscientemente ou não, retomamos, oucontestamos, 
os chamados textos-fonte, fundamentais na memória coletiva de uma sociedade. Posto isso, passemos à análise dos tipos de 
intertextualidade. 
A intertextualidade pode ser construída de maneira explícita ou implícita. Na intertextualidade explícita, ficam claras as 
fontes nas quais o texto baseou-se e acontece, obrigatoriamente, de maneira intencional. Pode ser encontrada em textos do tipo 
resumo, resenhas, citações e traduções. Podemos dizer que, por nos fornecer diversos elementos que nos remetem a um texto-
fonte, a intertextualidade explícita exige de nós mais compreensão do que dedução. 
Poema de sete faces 
Quando nasci, um anjo torto 
desses que vivem na sombra 
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida. 
 
As casas espiam os homens 
que correm atrás de mulheres. 
A tarde talvez fosse azul, 
não houvesse tantos desejos. 
 
O bonde passa cheio de pernas: 
pernas brancas pretas amarelas. 
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração. 
Porém meus olhos 
não perguntam nada. 
 
O homem atrás do bigode 
é sério, simples e forte. 
Quase não conversa. 
Tem poucos, raros amigos 
o homem atrás dos óculos e do bigode. 
 
Meu Deus, por que me abandonaste 
se sabias que eu não era Deus, 
se sabias que eu era fraco. 
 
Mundo mundo vasto mundo 
se eu me chamasse Raimundo 
seria uma rima, não seria uma solução. 
Mundo mundo vasto mundo, 
mais vasto é meu coração. 
 
Eu não devia te dizer 
mas essa lua 
mas esse conhaque 
botam a gente comovido como o diabo. 
 
Carlos Drummond de Andrade 
Até o fim 
Quando nasci veio um anjo safado 
O chato do querubim 
E decretou que eu estava predestinado 
A ser errado assim 
Já de saída a minha estrada entortou 
Mas vou até o fim 
"inda" garoto deixei de ir à escola 
Cassaram meu boletim 
Não sou ladrão, eu não sou bom de bola 
Nem posso ouvir clarim 
Um bom futuro é o que jamais me esperou 
Mas vou até o fim 
Eu bem que tenho ensaiado um progresso 
Virei cantor de festim 
Mamãe contou que eu faço um bruto sucesso 
Em quixeramobim 
Não sei como o maracatu começou 
Mas vou até o fim 
Por conta de umas questões paralelas 
Quebraram meu bandolim 
Não querem mais ouvir as minhas mazelas 
E a minha voz chinfrim 
Criei barriga, a minha mula empacou 
Mas vou até o fim 
Não tem cigarro acabou minha renda 
Deu praga no meu capim 
Minha mulher fugiu com o dono da venda 
O que será de mim ? 
Eu já nem lembro "pronde" mesmo que eu vou 
Mas vou até o fim 
Como já disse era um anjo safado 
O chato dum querubim 
Que decretou que eu estava predestinado 
A ser todo ruim 
Já de saída a minha estrada entortou 
Mas vou até o fim 
Chico Buarque de Holanda 
 
 
A intertextualidade implícita demanda de nós um pouco mais de atenção e análise. Como o próprio nome diz, esse tipo de 
intertexto não se encontra na superfície textual, visto que não fornece para o leitor elementos que possam ser imediatamente 
relacionados com algum outro tipo de texto-fonte. Sendo assim, pedem de nós uma maior capacidade de realizar analogias e 
inferências, fazendo com que o leitor reative conhecimentos preservados em sua memória para então compreender integralmente o 
texto lido. A intertextualidade implícita é muito comum em textos parodísticos, irônicos e em apropriações. 
SAMPA – Caetano Veloso 
Alguma coisa acontece no meu coração 
Que só quando cruza a Ipiranga e Av. São João 
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi 
Da dura poesia concreta de tuas esquinas 
Da deselegância discreta de tuas meninas 
Ainda não havia para mim Rita Lee 
A tua mais completa tradução 
Alguma coisa acontece no meu coração 
Que só quando cruza a Ipiranga e avenida São João 
Quando eu te encarei frente a frente e não vi o meu rosto 
Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto 
É que Narciso acha feio o que não é espelho 
E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho 
Nada do que não era antes quando não somos mutantes 
E foste um difícil começo 
Afasto o que não conheço 
E quem vem de outro sonho feliz de cidade 
Aprende depressa a chamar-te de realidade 
Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso 
Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas 
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas 
Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas 
Eu vejo surgir teus poetas de campos, espaços 
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva 
Pan-Américas de Áfricas utópicas, túmulo do samba 
Mas possível novo quilombo de Zumbi 
E os Novos Baianos passeiam na tua garoa 
E novos baianos te podem curtir numa boa 
 
 
 
PARÁFRASE 
Proveniente do grego “para-phrasis”, a paráfrase caracteriza-se como sendo uma reafirmação de um texto pré-existente. Neste tipo 
de intertexto, há uma repetição do conteúdo ou um fragmento dele em outros termos, a ideia inicial é preservada. Em resumo, 
podemos afirmar que parafrasear um texto significa recriá-lo com outras palavras, mantendo a sua essência. 
EXEMPLO 01 
Coríntios c1 v13 - Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou 
como o sino que tine. 
EXEMPLO 02 
Soneto - Luís Vaz de Camões 
Amor é um fogo que arde sem se ver; 
É ferida que dói, e não se sente; 
É um contentamento descontente; 
É dor que desatina sem doer. 
 
É um não querer mais que bem querer; 
É um andar solitário entre a gente; 
É nunca contentar-se e contente; 
É um cuidar que ganha em se perder; 
 
É querer estar preso por vontade; 
É servir a quem vence, o vencedor; 
É ter com quem nos mata, lealdade. 
 
Mas como causar pode seu favor 
Nos corações humanos amizade, 
Se tão contrário a si é o mesmo Amor? 
 
 
EXEMPLO 03 
Monte Castelo - Legião Urbana 
 
Ainda que eu falasse 
A língua dos homens 
E falasse a língua dos anjos 
Sem amor eu nada seria 
 
É só o amor! É só o amor 
Que conhece o que é verdade 
O amor é bom, não quer o mal 
Não sente inveja ou se envaidece 
 
O amor é o fogo que arde sem se ver 
É ferida que dói e não se sente 
É um contentamento descontente 
É dor que desatina sem doer 
 
 
 
 
PARÓDIA 
 Neste caso, também há uma apropriação do texto de outro, porém, não o endossa, mas sim subverte-o, satirizando o próprio 
tema do texto ou utilizando-o para satirizar um outro contexto. Em outras palavras, a paródia é uma imitação, e normalmente 
possui intenção crítica ou humorística. 
 
 
 
 No meio do caminho 
 
No meio do caminho tinha uma pedra 
tinha uma pedra no meio do caminho 
tinha uma pedra 
no meio do caminho tinha uma pedra. 
Nunca me esquecerei desse acontecimento 
na vida de minhas retinas tão fatigadas. 
Nunca me esquecerei que no meio do caminho 
tinha uma pedra 
tinha uma pedra no meio do caminho 
no meio do caminho tinha uma pedra. 
 
 Carlos Drummond Andrade 
 
 Contramão 
Eu tropecei agora numa casca de banana.Numa casca de banana! 
Numa casca de banana eu tropecei agora. 
Caí para trás desamparadamente, 
E rasguei os fundilhos das calças! 
Numa casca de banana eu tropecei agora. 
Numa casca de banana! 
Eu tropecei agora numa casca de banana! 
 
 
 Gondim da Fonseca. 
 
Canção do exílio 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá; 
As aves, que aqui gorjeiam, 
Não gorjeiam como lá. 
Nosso céu tem mais estrelas, 
Nossas várzeas têm mais flores, 
Nossos bosques têm mais vida, 
Nossa vida mais amores. 
(...) 
Minha terra tem primores, 
Que tais não encontro eu cá; 
Em cismar sozinho, à noite 
Mais prazer eu encontro lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá. Gonçalves Dias 
 Nova Canção do Exílio (fragmento) 
 
Nossas várzeas têm mais flores 
nossas flores mais pesticidas. 
Só se banham em nossos rios 
desinformados e suicidas. 
 
Nossos bosques têm mais vida 
porque nas cidades se morre. 
Quando não é assaltante ou vizinho 
é um motorista de porre. 
 
Nossos bancos têm mais juros 
nossos corruptos mais favores 
nossos pobres mais desgraças 
nossa vida mais amores. 
 Luís Fernando Veríssimo 
 
 
 
 
EPÍGRAFE 
 
Epígrafe é um título ou frase que serve de tema ou introdução de assunto. O termo tem origem no Grego "epigrafhé" que 
significa "inscrição", "título".Em uma obra literária, epígrafe é uma curta citação colocada em uma página no início da obra ou em 
destaque na abertura de um capítulo. Funciona como um resumo do que se vai ler em seguida. 
Uma epígrafe tinha o objetivo de recordar acontecimentos e pessoas, ou prestar homenagem a deuses, figuras míticas ou 
personagens históricos de grande relevância. A tradição romana indicava que a epígrafe era feita somente em letras maiúsculas e 
com algumas abreviaturas.É impossível encontrar epígrafes em edifícios e monumentos. Alguns exemplos de epígrafe são 
citações da Bíblia, versos de uma poesia, provérbios ou pensamentos de grandes autores. 
Na Grécia Clássica, as epígrafes eram gravadas em monumentos, pedras, medalhas ou estátuas, como uma referência ao 
momento histórico ou pessoa homenageada.É frequente a gravação de uma epígrafe em túmulos, sendo que neste caso a epígrafe 
costuma ser uma homenagem da família para a pessoa que morreu. 
 
 
 
 
Mysterium (fragmento) 
 
“Eu vi ainda debaixo do sol que a corrida não é para os mais ligeiros, nem a batalha para os mais fortes, nem o pão para os 
mais sábios, nem as riquezas para os mais inteligentes, mas tudo depende do tempo e do acaso.” 
 Eclesiastes 
 
 Ao tempo e ao acaso eu acrescento o grão de imprevisto. E o grão da loucura, a razoável loucura que é infinita na nossa finitude. 
Vejo minha vida e obra seguindo assim por trilhos paralelos e tão próximos, trilhos que podem se juntar (ou não) lá adiante, mas 
tudo sem explicação, não tem explicação. 
 
 (TELLES, Lygia Fagundes. Durante aquele estranho chá: perdidos e achados. Rio de Janeiro: Rocco, 2002.) 
 
REFERÊNCIA OU ALUSÃO 
 Trata-se da rememoração de algum fato, imagem, obra, autor, personagem ou personalidade anterior. Em Dom Casmurro, 
por exemplo, a leitura dá-se por meio de várias referências ao mundo da ópera, da poesia, do romance, do teatro Shakespereano e 
também da Bíblia. 
 
Bom Conselho 
 
Ouça um bom conselho 
Que eu lhe dou de graça 
Inútil dormir que a dor não passa 
Espere sentado 
Ou você se cansa 
Está provado, quem espera nunca alcança 
 
Venha, meu amigo 
Deixe esse regaço 
Brinque com meu fogo 
Venha se queimar 
Faça como eu digo 
Faça como eu faço 
Aja duas vezes antes de pensar 
 
Corro atrás do tempo 
Vim de não sei onde 
Devagar é que não se vai longe 
Eu semeio o vento 
Na minha cidade 
Vou pra rua e bebo a tempestade 
 Chico Buarque 
 
 
CITAÇÃO 
 
 É a transcrição do texto alheio, marcado por aspas. As citações - na produção textual - são feitas para apoiar uma hipótese, 
sustentar uma ideia ou ilustrar um raciocínio. Sua função é oferecer ao leitor o respaldo necessário para que ele possa comprovar a 
veracidade das informações fornecidas e possibilitar o seu aprofundamento. 
 
 
 
 
Memórias Póstumas de Brás Cubas - Óbito do Autor 
 
Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu 
nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar 
diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro 
berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no 
intróito, mas no cabo; diferença radical entre este livro e o Pentateuco. 
Dito isto, expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. 
Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério 
por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce que chovia — peneirava — uma chuvinha 
miúda, triste e constante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis da última hora a intercalar esta engenhosa ideia no 
discurso que proferiu à beira de minha cova: — "Vós, que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza 
parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que tem honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas 
gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isso é a dor crua e má que lhe rói à natureza 
as mais íntimas entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado." 
Machado de Assis 
 
 
PASTICHE 
 
Pastiche é definido como obra literária ou artística em que se imita abertamente o estilo de outros escritores, pintores, músicos 
etc.Não tem, contudo, função de satirizar, criticar a obra de origem, diferindo, assim, da paródia.Modernamente, o pastiche pode 
ser visto como uma espécie de colagem ou montagem, tornando-se retalhos de vários textos. 
 
 
 
 
 
 
 
HIPERTEXTO 
 
 Trata-se de uma escritura não sequencial e não linear, que se bifurca e permite ao leitor o acesso a um número 
praticamente ilimitado de outros textos a partir de escolhas locais e sucessivas, em tempo real. É uma forma de estruturação 
textual que faz do leitor simultaneamente coautor do texto final. 
 São exemplos de hipertexto índices de enciclopédia, links, etc.. 
 
 
EXERCÍCIOS PARA VERIFICAÇÃO DE CONHECIMENTO 
 
QUESTÃO 01 
 
Quem não passou pela experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com passagens já lidas em outros? Os textos conversam 
entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno tem a denominação de intertextualidade. Leia os seguintes textos: 
I. Quando nasci, um anjo torto Desses que vivem na sombra Disse: Vai Carlos! Ser “gauche” na vida 
 (ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964) 
 
II. Quando nasci veio um anjo safado O chato dum querubim E decretou que eu tava predestinado A ser errado assim Já de saída a 
minha estrada entortou Mas vou até o fim. 
 (BUARQUE, Chico. Letra e Música. São Paulo: Cia das Letras, 1989) 
 
 III. Quando nasci um anjo esbelto Desses que tocam trombeta, anunciou: Vai carregar bandeira. Carga muito pesada pra mulher 
Esta espécie ainda envergonhada. 
 (PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986) 
 
 Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade, em relação a Carlos Drummond de Andrade, por: 
 
 (A) reiteração de imagens. 
 (B) oposição de ideias. 
 (C) faltade criatividade. 
 (D) negação dos versos. 
 (E) ausência de recursos. 
 
QUESTÃO 02 
 
As novas tecnologias de comunicação utilizam o hipertexto, que é uma espécie de “supertexto”: um texto maior que contém vários 
níveis textuais lidos em múltiplas direções. Antes mesmo do computador, já podíamos encontrar exemplos de hipertexto, como 
verbetes de enciclopédia, índices analíticos e notas de rodapé. 
 
Esta prova de múltipla escolha também pode ser caracterizada como hipertextual, pela seguinte razão: 
 
(A) fornece uma alternativa verdadeira e três falsas, para a solução da questão 
(B) requer conhecimento prévio dos assuntos, para a articulação com outros textos 
(C) inclui textos, questões e opções em diversas línguas, para a ampliação da compreensão 
(D) exige leitura dos enunciados e das alternativas em diferentes ordens, para a identificação da resposta 
 
QUESTÃO 03 
 
Diferentemente do texto escrito, que em geral compele os leitores a lerem numa onda linear – da esquerda para a direita e de cima 
para baixo, na página impressa – hipertextos encorajam os leitores a moverem-se de um bloco de texto a outro, rapidamente e não 
sequencialmente. Considerando que o hipertexto oferece uma multiplicidade de caminhos a seguir, podendo ainda o leitor 
incorporar seus caminhos e suas decisões como novos caminhos, inserindo informações novas, o leitor- navegador passa a ter um 
papel mais ativo e uma oportunidade diferente da de um leitor de texto impresso. Dificilmente dois leitores de hipertextos farão os 
mesmos caminhos e tomarão as mesmas decisões. 
 MARCUSCHI, L. A. Cognição, linguagem e práticas interacionais. Rio: Lucerna, 2007. 
 
No que diz respeito à relação entre o hipertexto e o conhecimento por ele produzido, o texto apresentado deixa claro que o 
hipertexto muda a noção tradicional de autoria, porque. 
 
A) só o autor conhece o que eletronicamente se dispõe para o leitor. 
B) o autor detém o controle absoluto do que escreve. 
C) os limites entre o leitor e o autor. 
D) propicia um evento textual-interativo em que apenas o autor é ativo. 
E) é o leitor que constrói a versão final do texto 
 
QUESTÃO 04 
 
 O hipertexto permite – ou, de certo modo, em alguns casos, até mesmo exige – a participação de diversos autores na sua 
construção, a redefinição dos papéis de autor e leitor e a revisão dos modelos tradicionais de leitura e de escrita. Por seu enorme 
potencial para se estabelecerem conexões, ele facilita o desenvolvimento de trabalhos coletivamente, o estabelecimento da 
comunicação e a aquisição de informação de maneira cooperativa. . 
 Embora haja quem identifique o hipertexto exclusiva - mente com os textos eletrônicos, produzidos em determinado tipo de 
meio ou de tecnologia, ele não deve ser limitado a isso, já que consiste numa forma organizacional que tanto pode ser concebida 
para o papel como para os ambientes digitais. É claro que o texto virtual permite concretizar certos aspectos que, no papel, são 
praticamente inviáveis: a conexãoimediata, a comparação de trechos de textos na mesma tela, o “mergulho” nos diversos 
aprofundamentos de um tema, como se o texto tivesse camadas, dimensões ou planos. . 
 RAMAL, A. C. Educação na cibercultura: hipertextualidade, leitura, escrita e aprendizagem. 2002. 
 
Considerando-se a linguagem específica de cada sistema de comunicação, como rádio, jornal, TV, internet, segundo o texto, a 
hipertextualidade configura-se como um(a). 
 . 
A) elemento originário dos textos eletrônicos. 
B) conexão imediata e reduzida ao texto digital. 
C) modelo de leitura baseado nas informações da superfície do texto. 
D) de manutenção do papel do leitor com perfil definido. 
E) novo modo de leitura e de organização da escrita. 
 
QUESTÃO 05 
 
Texto Bíblico 
 
Pai, se queres, afasta de mim este cálice! Contudo, não a minha vontade, mas a tua seja feita! (Lucas, 22) 
(in: Bíblia de Jerusalém. 7ª impressão. São Paulo: Paulus, 1995) 
 
Trecho de Canção 
 
Pai, afasta de mim esse cálice! 
Pai, afasta de mim esse cálice! 
Pai, afasta de mim esse cálice 
De vinho tinto de sangue. 
 
Um texto pode se revelar, na forma e/ou no conteúdo, como absorção e transformação de um ou mais textos. Por isto, quando ele 
é lido, algumas de suas partes podem lembrar o que já foi lido em outro(s) texto(s). A essa relação de semelhança e superposição 
de um texto a outro dá-se o nome de intertextualidade. Inúmeros autores extraem desse procedimento interessantes efeitos 
artísticos. Comparando-se a primeira estrofe de “Cálice” com o texto bíblico, pode-se afirmar corretamente que 
 
A) não há intertextualidade porque a estrofe transforma, semanticamente, a passagem evangélica, dando-lhe uma conotação 
política. 
B) não há intertextualidade porque, na estrofe, foi omitida a outra frase atribuída a Jesus. 
C) não há intertextualidade porque, na estrofe, não há menção ao sentido condicional presente na primeira frase atribuí- da a 
Jesus. 
D) ocorre intertextualidade, mas apenas quanto aos elementos morfossintáticos da frase atribuída a Jesus. 
E) ocorre intertextualidade porque a estrofe contém, na forma e no conteúdo, parte da passagem evangélica. 
 
EXERCÍCIOS DE APROFUNDAMENTO 
 
QUESTÃO 01 
 
 (Uff 2011) Modinha do exílio 
 
 Os moinhos têm palmeiras 
 Onde canta o sabiá. 
 Não são artes feiticeiras! 
 Por toda parte onde eu vá, 
 Mar e terras estrangeiras, 
 Posso ver mesmo as palmeiras 
 Em que ele cantando está. 
 Meu sabiá das palmeiras 
 Canta aqui melhor que lá. 
 Mas, em terras estrangeiras, 
 E por tristezas de cá, 
 Só à noite e às sextas-feiras. 
 Nada mais simples não há! 
 Canta modas brasileiras. 
 Canta – e que pena me dá! 
 
 (Ribeiro Couto) 
 
 Os versos dos poetas modernistas e românticos apresentam relação de intertextualidade com o poema de Ribeiro Couto, 
EXCETO em uma alternativa. Assinale-a. 
a) “Vou-me embora pra Pasárgada / Lá sou amigo do rei / Lá tenho a mulher que eu quero / Na cama que escolherei” (Manuel 
Bandeira) 
b) “Dá-me os sítios gentis onde eu brincava / Lá na quadra infantil; / Dá que eu veja uma vez o céu da pátria, / O céu do meu 
Brasil!” (Casimiro de Abreu) 
c) “Minha terra tem macieiras da Califórnia / onde cantam gaturamos de Veneza. / Os poetas da minha terra / são pretos que 
vivem em torres de ametista,” (Murilo Mendes) 
d) “Ouro terra amor e rosas / Eu quero tudo de lá / Não permita Deus que eu morra / Sem que volte para lá” (Oswald de Andrade) 
 
e) “Em cismar, sozinho, à noite, / Mais prazer eu encontro lá; / Minha terra tem palmeiras, / Onde canta o Sabiá.” (Gonçalves 
Dias) 
 
QUESTÃO 02 
 
Mais do que a mais garrida a minha pátria tem 
Uma quentura, um querer bem, um bem 
Um “libertas quaeseratamen”* 
Que um dia traduzi num exame escrito: 
“Liberta que serás também” 
E repito! 
 (Vinícius de Moraes, “Pátria minha”, Antologia poética.) 
 
*A frase em latim traduz-se, comumente, por “liberdade ainda que tardia”. 
 
Considere as seguintes afirmações: 
 I. O diálogo com outros textos (intertextualidade) é procedimento central na composição da estrofe. 
II. O espírito de contradição manifesto nos versos indica que o amor da pátria que eles expressam não é oficial nem conformista. 
III. O apego do eu lírico à tradição da poesia clássica patenteia-se na escolha de um verso latino como núcleo da estrofe. 
 
Está correto o que se afirma em 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) I e II, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III.QUESTÃO 03 
 
Você sabia que com pouco esforço é possível ajudar o planeta e o seu bolso? 
Ao usarmos a energia elétrica para aparelhos eletrônicos e lâmpadas também emitimos gás carbônico, um dos principais gases 
do efeito estufa. Atitudes simples como trocar lâmpadas incandescentes pelas fluorescentes e puxar da tomada os aparelhos que 
não estão em uso reduzirão a sua conta de luz e as nossas emissões de CO2 na atmosfera. 
 
(Planeta sustentável: conhecimento por um mundo melhor) 
 
 (Mackenzie 2010) Assinale a alternativa que indica recurso empregado no texto. 
a) Intertextualidade, já que se pode notar apropriação explícita e marcada, por meio de citações, de trechos de outros textos. 
b) Conotação, uma vez que o texto emprega em toda a sua extensão uma linguagem que adota tom pessoal e subjetivo. 
c) Ironia, observada no emprego de expressões que conduzem o leitor a outra possibilidade de interpretação, sempre crítica. 
d) Denotação, pois há a utilização objetiva de palavras e expressões que destacam a presença da função referencial. 
e) Metalinguagem, uma vez que a linguagem adotada serve exclusivamente para tratar da própria linguagem. 
 
QUESTÃO 04 
 
Ideologia 
 
Meu partido 
É um coração partido 
E as ilusões estão todas perdidas 
Os meus sonhos foram todos vendidos 
Tão barato que eu nem acredito 
Eu nem acredito 
Que aquele garoto que ia mudar o mundo 
(Mudar o mundo) 
Frequenta agora as festas do “Grand Monde” 
 
Meus heróis morreram de overdose 
Meus inimigos estão no poder 
Ideologia 
Eu quero uma pra viver 
Ideologia 
Eu quero uma pra viver 
 
O meu prazer 
Agora é risco de vida 
Meu sex anddrugs não tem nenhum rock ‘n’ roll 
Eu vou pagar a conta do analista 
Pra nunca mais ter que saber quem eu sou 
Pois aquele garoto que ia mudar o mundo 
(Mudar o mundo) 
Agora assiste a tudo em cima do muro 
 
Meus heróis morreram de overdose 
Meus inimigos estão no poder 
Ideologia 
Eu quero uma pra viver 
Ideologia 
Eu quero uma pra viver 
 
(CAZUZA e ROBERTO FREJAT - 1988) 
 
 E as ilusões estão todas perdidas (v. 3) 
Esse verso pode ser lido como uma alusão a um livro intitulado Ilusões perdidas, de Honoré de Balzac. 
Tal procedimento constitui o que se chama de: 
a) metáfora 
b) pertinência 
c) pressuposição 
d) intertextualidade 
 
QUESTÃO 05 
 
Pai, afasta de mim esse cálice 
Pai, afasta de mim esse cálice 
Pai, afasta de mim esse cálice 
De vinho tinto de sangue 
Como beber dessa bebida amarga 
Tragar a dor, engolir a labuta 
Mesmo calada a boca, resta o peito 
Silêncio na cidade não se escuta. 
 (Disponível em: Acesso em: 19 set. 2007.) 
 
Durante a Ditadura Militar, a censura política funcionou como uma mordaça à liberdade de expressão no Brasil. Em função disso, 
artistas de diversas tendências usaram a sua criatividade na produção de obras de forte apelo político, mas que, ao mesmo tempo, 
preservavam a beleza estética. Um exemplo é a canção "Cálice", composta por Chico Buarque e Gilberto Gil, em 1973. Sobre a 
expressividade poética e política dessa canção, é INCORRETO afirmar: 
a) Ela explora o duplo sentido que se pode verificar na leitura do vocábulo "cálice", em razão da identidade fônica entre esta 
palavra e a forma verbal do verbo "calar", na terceira pessoa do imperativo. 
b) Percebe-se a manifestação de uma intertextualidade entre os três primeiros versos e o contexto bíblico da crucificação de 
Cristo. 
c) "Bebida amarga", no contexto da canção, metaforiza o contexto sócio-histórico em que ela foi composta. 
d) A canção é um exemplo da bossa nova, um gênero musical que tentou extirpar qualquer influência norte-americana na música 
popular brasileira. 
 
QUESTÃO 06 
 
A modernidade tem-se utilizado de meios expressionais que dialogam com diversas linguagens, produzindo pela intertextualidade 
novos sentidos e novos diálogos. Identifique o comentário pertinente sobre a ressignificação promovida pela intertextualidade dos 
fragmentos que se seguem. 
 
a) Amor é fogo que arde sem se ver. 
 É ferida que dói e não se sente. 
 É um contentamento descontente. 
 É dor que desatina sem doer. 
 Luís Vaz de Camões 
 
 O amor é o fogo que arde sem se ver. 
 É ferida que dói e não se sente. 
 É um contentamento descontente. 
 É dor que desatina sem doer. 
 Ainda que eu falasse a língua dos homens. 
 E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria. 
 Legião Urbana, "Monte Castelo" 
 
Os versos de "Monte Castelo" retomam três fontes distintas que remetem ao local de resistência (título da canção), à necessidade 
imperiosa do sentimento fraterno (Apóstolo Paulo) e ao caráter contemplativo e dócil da vivência amorosa (Camões). 
 
b) Quando nasci, um anjo torto 
 desses que vivem na sombra 
 Disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida. 
 Carlos Drummond de Andrade, "Poema das sete faces" 
 
 Quando nasci um anjo esbelto, 
 desses que tocam trombeta, anunciou: 
 vai carregar bandeira. 
 Cargo muito pesado pra mulher, 
 esta espécie ainda envergonhada. 
 Adélia Prado, "Com licença poética" 
 
Os versos de Adélia Prado retomam a imagem do "anjo", reproduzindo o caráter de aceitação do papel da mulher no contexto 
social. 
 
c) Nosso céu tem mais estrelas, 
 Nossas várzeas têm mais flores 
 Nossos bosques têm mais vida, 
 Nossa vida mais amores. 
 Gonçalves Dias 
 
 Nossas várzeas têm mais flores 
 nossas flores mais pesticidas. 
 Só se banham em nossos rios 
 Desinformados e suicidas. 
 Luiz FernandoVeríssimo 
 
O fragmento retomado por Veríssimo - versos de "Canção do Exílio" - situa a realidade em que se insere, sob o ponto de vista 
crítico, confrontando-se à visão ufanista do Romantismo. 
 
d) Conselho se fosse bom, as pessoas 
 não dariam, venderiam. 
 Vá dormir que a dor passa. 
 Quem espera sempre alcança. 
 Provérbios e ditos populares. 
 
 Ouça um bom conselho 
 Que eu lhe dou de graça 
 Inútil dormir que a dor não passa 
 Espere sentado 
 Ou você se cansa 
 Está provado, quem espera nunca alcança. 
 Chico Buarque, "Bom conselho" 
 
O fragmento de "Bom conselho" reforça pela linguagem poética o caráter moralista e educativo desses provérbios. 
 
e) A feição deles é serem pardos, maneira d'avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem nenhuma 
cobertura, nem estimam nenhuma cousa cobrir nem mostrar suas vergonhas. E estão acerca disso com tanta inocência como 
também em mostrar o rosto Trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha a el-rei d. Manuel 
 
 Senhor: Escrevo esta carta para vos dar conta dos sucessos da terra de Vera Cruz desde o dia de seu achamento até a 
construção desta Brasília onde agora me encontro. Eu a tenho, Senhor, por derradeiro feito e última louçania da gente de cepa e 
me empenharei em bem descrevê-la, nada pondo ou tirando para aformosear nem para enfear, mas só praticando do que vi, ouvi 
ou me pareceu. 
 Segunda Carta de Pero Vaz de Caminha, a El Rei, escrita da Novel Cidade de Brasília com a data de 21 de abril de 
1960. (Por Darcy Ribeiro) 
 
O fragmento da carta de Darcy Ribeiro retoma o estilo detalhista e inventivo de Pero Vaz de Caminha, ao construir a imagem do 
Brasil segundo o olhar europeu. 
 
QUESTÃO 07 
 
Leia o poema: 
 
podem ficar com a realidade 
esse baixo astral 
em que tudo entra pelo cano 
 
eu quero viver de verdade 
eu fico com o cinema americano 
 
O poeta Paulo Leminski nestepoema usa de procedimento redundante em sua obra. Assinale a alternativa que identifica esse 
procedimento: 
a) intertextualidade. 
b) ironia. 
c) crítica à sociedade de massa. 
d) fuga à realidade. 
e) desejo de viver intensamente. 
 
QUESTÃO 08 
Clonagem 
Parabenizo o jornalista Marcelo Leite pelo artigo "O conto das células de cordão" (Mais!, pag. 18,18/7). 
 
A tecnologia de congelamento de células de cordão é muito bem dominada por alguns serviços médicos no Brasil há vários anos. 
Logo, seria natural que migrássemos para esse campo. Mas, mesmo sendo factível a sua introdução, ficamos convencidos de que 
essa seria uma área que só deveria ser implantada por instituições (preferencialmente públicas) responsáveis pelo tratamento de 
um grande contingente de pacientes, pois só com um cadastro nacional abrangente poderiam ser atendidos aqueles com indicação 
de transplante de medula óssea que não tivessem doadores relacionados disponíveis. 
Infelizmente, foi com muito pesar que vi a proliferação de bancos de cordão voltados ao possível atendimento dos próprios 
doadores do cordão (crianças saudáveis e provenientes de famílias com bons recursos financeiros), uma prática totalmente 
desnecessária com pouca repercussão do ponto de vista da saúde pública. 
Foi por esse motivo que nunca nos aventuramos nessa área. 
Silvano Wendel, diretor médico do banco de sangue do Hospital Sírio-Libanês (São Paulo-SP) 
FOLHA DE S. PAULO, São Paulo, 23 jul. 2004, p. A3, Painel do Leitor. 
 
 O título do artigo de Marcelo Leite "O conto das células de cordão" resume a tese de que a prática de doação de cordão umbilical 
não tem favorecido aqueles que realmente necessitam de transplante de medula. O sentido construído no título é alcançado pelo 
recurso de: 
a) inversão, construída pelo emprego das palavras "células" e "conto". 
b) oposição, provocada pelo uso da palavra "cordão" que tem duplo sentido. 
c) paródia, construída pela explicação do que vêm a ser as células de cordão. 
d) intertextualidade, marcada pelo uso de termos que recuperam elementos dos contos de fadas. 
e) contradição, provocada pelo uso dos termos "cordão" e "células" que remetem a domínios diferentes. 
 
 
QUESTÃO 09 
 
Leia os versos abaixo, parte do "Poema de Sete Faces", de "Alguma Poesia": 
 
"Mundo mundo vasto mundo, 
mais vasto é meu coração." 
 
Se considerarmos que Tomás Antônio Gonzaga é autor do verso "Eu tenho um coração maior que o mundo", podemos afirmar 
que, nos dois versos de Drummond acima transcritos, existe: 
a) mera cópia do verso de Tomás Antônio Gonzaga. 
b) plágio visível do verso de Tomás Antônio Gonzaga. 
c) intertextualidade flagrante com o verso de Tomás Antônio Gonzaga. 
d) apropriação indevida do verso de Tomás Antônio Gonzaga. 
 
QUESTÃO 10 
 
Chega! 
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos. 
Minha boca procura a "Canção do Exílio". 
Como era mesmo a "Canção do Exílio"? 
Eu tão esquecido de minha terra... 
Ai terra que tem palmeiras 
onde canta o sabiá! 
 (Carlos Drummond de Andrade, "Europa, França e Bahia", ALGUMA POESIA) 
 
Neste excerto, a citação e a presença de trechos..............constituem um caso de.............. 
 
Os espaços pontilhados da frase acima deverão ser preenchidos, respectivamente, com o que está em: 
a) do famoso poema de Álvares de Azevedo / discurso indireto. 
b) da conhecida canção de Noel Rosa / paródia. 
c) do célebre poema de Gonçalves Dias/ intertextualidade. 
d) da célebre composição de Villa-Lobos/ ironia. 
e) do famoso poema de Mário de Andrade / metalinguagem. 
 
 
Gabarito: 1) a / 2) c / 3) d / 4) d / 5) d / 6) c / 7) b / 8) d / 9) c / 10) c

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