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FACULDADE ESPÍRITO SANTENSE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS CURSO DE DIREITO JÉSSICA DE OLIVEIRA BREDA JÉSSICA DE SOUZA FERREIRA NATIELY LOPES DUTRA MYRELLE DE SOUZA ALVES VERA LÚCIA MOROZEWSKY DO CARMO FICHAMENTO: LICENCIAMENTOS AMBIENTAIS CARIACICA/ES 2020 2 Empreendimento: Mineroduto Mariana – Ubu Empreendedor: SAMARCO MINERACAO S/A Processo: 02001.003188/2004-03 Tipologia: Duto Terrestre O licenciamento em questão trata-se de uma construção de um mineroduto e estações de válvula para transporte de polpa de minério de ferro, entre as unidades da mina Germano, situada no município de Ouro Preto/MG, e Ubu, situada no município de Anchieta/ES, cruzando o território de 25 municípios, com uma extensão aproximada de 398 km. A primeira fase deste processo se deu com a licença prévia, emitida em 14/07/2005, licença esta que está condicionada ao cumprimento de diversas condições de validade, gerais e específicas. Em 16/02/2006 foi emitida a licença de instalação, seguindo os mesmos requisitos do cumprimento das condicionantes expostas na licença prévia, a título de curiosidade, uma dessas condicionantes é identificar junto a FUNAI, antes do início das obras, a presença de terras indígenas em quaisquer estágios (de pretendidas a homologadas). Após esta fase é concedida a empresa Samarco Mineração S/A a autorização de supressão de vegetação para a implementação da linha de mineroduto, se valendo estritamente da área de domínio do empreendimento, totalizando cerca de 398,614 km de comprimento e 35 metros de largura. Observamos dois pontos de grande importância nas condições para o seu cumprimento, o primeiro é que não será permitido o abate de animal, e o segundo é que não será permitida a prática de queimada para a limpeza, bem como para eliminação de restos de vegetação. A licença de operação foi concedida e após esta etapa, ocorreu a vistoria da área, havendo ao final medidas recomendadas como o levantamento das áreas desprovidas de cobertura vegetal, seguida de intervenção para a revegetação desses pontos; a recuperação dos taludes erodidos, a construção de canaletas nos pontos onde houver necessidade; e por fim, a sinalização do mineroduto. Em 2013 ocorreu o parecer técnico onde especificou detalhadamente cada ponto a ser ajustado após a análise dos relatórios, com o objetivo de garantir o 3 monitoramento e o controle das atividades potencialmente poluidoras, onde relata que deverão está presentes durante o desenrolar do empreendimento alguns programas com recomendações específicas para este empreendimento, como por exemplo, programa de monitoramento de processos erosivos. Ao final, foi concedido o pleito da solicitação da licença de operação, devendo ser seguidos os programas ambientais conforme as recomendações feitas pelo IBAMA. Em 2014 foi concedida a licença de operação que foi válida por 08 anos, no mesmo ano, foi feita a solicitação de hibernação da linha 2 do mineroduto, o procedimento de hibernação foi concordado pelo IBAMA, após rigorosa análise. Em 31/03/2014 foi feita a solicitação da modificação do traçado do mineroduto, onde depois de emitido parecer, foi recomendado, que a autorização de supressão vegetal seja emitida pelo órgão ambiental estadual, cabendo apenas ao IBAMA emitir autorização para mudança do traçado dos minerodutos. Após o relatório de vistoria desta etapa foi concedido à licença de operação seguindo com a autorização de supressão de vegetação no trecho das margens de Germano e Fundão. O último andamento do processo, diz respeito a um parecer técnico com o intuito de abordar os aspectos relevantes que contemplam o momento atual pós-acidente (rompimento) da barragem de rejeitos de Mariana/MG administrada pela SAMARCO em 05 de novembro de 2015, embargando as atividades de operação dos minerodutos, o acompanhamento do referido acidente pela Coordenação Geral de Emergência Ambiental observou a necessidade de realocação dos minerodutos devido ao alteamento e unificação das barragens de Fundão e Germano tratado em licenciamento ambiental do Estado de Minas Gerais. Com o drástico acontecimento do rompimento da barragem de Mariana, observamos que além dos diversos prejuízos, principalmente devido às mortes que ocorreram, multas ambientais e outras obrigações referentes ao desastre, notamos que este foi o grande obstáculo para a realização deste empreendimento com o valor de R$ 1.381.574.443,00, e qual possui atualmente Licença de Instalação expirada, nos fazendo chegar à conclusão de que o desastre de Mariana teve influencia direta para a não conclusão deste projeto assim como diversos outros, e que os prejuízos do triste acontecimento de cinco anos atrás ainda é presente em nossa realidade, deixando não apenas prejuízos, mas principalmente perdas imensuráveis. 4 Empreendimento: Extração de calcário biodetrítico - Litoral ES Empreendedor: ALGAREA MINERAÇÃO S.A Processo: 02009.002597/93-91 Tipologia: Mineração O licenciamento em questão trata-se da extração de calcário biodetrítico marinho ao longo do litoral do estado do Espírito Santo. O processo em questão não especifica qual seria a finalidade da extração do calcário, mas sabe-se que a sua finalidade é para pesquisa e distribuição de produtos derivados. O impacto ambiental causado por essa exploração pode causar um rompimento no equilíbrio de ecossistemas, ou mesmo agravar erosões costeiras. A empresa Algarea Mineração S.A recebeu a primeira licença, prévia, em 24/11/2005, e a licença de operação foi concedida em 08/02/2007, com validade estabelecida em 04 anos. Cumpre ressaltar entretanto, que as atividades de extração da empresa ficaram paralisadas em um período que consta do ano de 2008 a 2009, sendo feito um pedido de renovação da licença de operação em 25/05/2009. Com a solicitação de renovação protocolada, foi enviada uma equipe técnica do IBAMA a fim de fiscalizar o local e as regras estabelecidas pela LP, averiguar seu cumprimento e a responsabilidade da empresa. Conforme relatório técnico do IBAMA, que é um dos requisitos principais para a concessão da licença, a empresa deveria seguiralgumas normas condicionantes, como por exemplo, a publicação da licença de operação anterior em jornal de grande circulação, bem como sua comprovação junto ao IBAMA; a empresa não poderia omitir normas legais ou informações, nem causar graves riscos ambientais; qualquer alteração na atividade da empresa deveria ser comunicada com antecedência ao IBAMA, bem como o início da atividade de extração; a empresa ficou condicionada a criar um programa de comunicação social com a comunidade de pescadores daquela região, além de emitir relatórios avaliativos sobre os impactos ambientais que a atividade de extração de calcário traz ao meio ambiente. 5 Conforme os parâmetros estabelecidos e avaliação técnica, a empresa atendeu de forma satisfatória às condicionantes impostas, tendo como resultado o favorecimento da renovação da licença de operação, com validade de 08 anos a contar da data de 08/02/2011. Na mesma data foi publicado o ofício público da concessão da renovação da licença requerida. Em 15/03/2011 a licença foi disponibilizada oficialmente pelo IBAMA. Passado o período de 07 anos e 8 meses, ou seja, em 13/11/2018, a empresa protocolou um novo pedido de renovação de licença de operação, para que fosse possível dar prosseguimento a extração de calcário biodetrítico. Contudo, presume-se que a atividade esteja paralisada, tendo em vista que o processo não possui andamento após a data da solicitação. Em síntese, pode-se observar as fases superadas desse processo começando pela solicitação de licença, parecer técnico do IBAMA, ofício público, a emissão da renovação da licença, e por último, a nova solicitação para a licença de operação, tendo em vista o fim da validade da licença anterior. 6 REFERÊNCIAS IBAMA. Processo nº 02001.003188/2004-03 . nov 2018. Disponível em: https://servicos.ibama.gov.br/licenciamento/consulta_empreendimentos.php. Acesso em 17 nov. 2020. IBAMA. Processo nº 02009.002597/93-91. nov 2018. Disponível em: https://servicos.ibama.gov.br/licenciamento/consulta_empreendimentos.php. Acesso em 21 nov. 2020.
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