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UNIDADE 4 IDENTIDADES E DIVERSIDADES ÉTNICO RACIAIS

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02/12/2020 Identidades e Diversidades Étnico-Raciais
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IDENTIDADES E DIVERSIDADES ÉTNICO-
RACIAIS
CAPÍTULO 4 - É  POSSÍVEL ESTABELECER NOVAS
RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NA EDUCAÇÃO
BRASILEIRA?
Tarcia Regina da Silva
INICIAR
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Introdução
Neste capítulo serão abordadas questões referentes à necessidade da reeducação das relações étnico-raciais, que
se fazem presentes no contexto educacional, sobretudo a partir da Lei 10.639/2003 (BRASIL, 2003), atual Lei
11.645/2008 (BRASIL, 2008). Essa reeducação pode ser compreendida como o reestabelecimento das relações entre
negros e brancos que, na atualidade, vem se afirmando de maneira desigual.
Nesse cenário, para que os estudantes negros/as possam construir uma identidade negra positiva, elas terão que
enfrentar um penoso processo de desconstrução das representações da cultura social, midiática e literária que os
inferioriza e trata com preconceito seus corpos, sua história e sua cultura. E a escola não pode se furtar disso. Como
organizar práticas descolonizadoras na escola? Como descolonizar os nossos fazeres e saberes na escola? Quais
histórias tem a população negra e indígena no nosso país? Quais as diferenças entre raça, racismo, preconceito
racial e discriminação racial? Como contribuir para que a população negra possa na escola construir novas
identificações?
Esse capítulo se propõe a contribuir para que você responda a essas questões. Assim, trataremos de como o
processo de colonização repercute no nosso cotidiano e nas práticas curriculares, destacaremos algumas formas de
luta da população negra e indígena, trataremos do significado de alguns termos presentes no debate sobre a
questão racial e por fim, apresentaremos possibilidades para que na escola se possa reeducar para as relações
étnico-raciais.
Bom estudo!
4.1 Promovendo a igualdade na escola: descolonizar os
saberes e as relações
Você certamente já ouviu falar sobre o fato histórico de que o Brasil foi colônia de Portugal, concorda? Durante mais
de 300 anos o Brasil foi dominado pelos povos europeus. Entretanto, embora não sejamos mais o “Brasil-Colônia”, a
nossa forma de organizar a vida cotidiana ainda é muito influenciada pelo processo de colonização.
Para evidenciar essa premissa, podemos recorrer à nossa formação sociocultural que emergiu num contexto de
mudanças vividas no continente europeu. A descoberta pelos europeus de novas rotas marítimas a partir do Oceano
Atlântico, na Idade Moderna, reconfigurou o modo deles verem a si mesmo e aos outros. Nesse contexto, no século
XV, o povo europeu encontrou do outro lado do oceano povos fisicamente muito diferentes deles, levando-os a
questionar o conceito de humanidade. Quem são esses povos do além-mar? Será que são humanos ou bichos? Têm
ou não alma?
A grande questão que está posta nesse cenário é o fato de que na América, um dos elementos estruturantes da
Modernidade foi que as diferenças entre conquistadores e conquistados foram assumidas como uma questão de
raça, ou seja, a raça foi utilizada para estabelecer a diferença entre os povos. Assim, embora o processo de
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colonização no nosso país tenha se encerrado, a colonialidade ainda se faz presente entre nós, influenciando a
nossa forma de olharmos para nós mesmos e, sobretudo, para o outro. Mas o que você entende por colonialidade?
Quais os seus efeitos? Como ela repercute no espaço escolar? As respostas serão respondidas nesse tópico.
Ao conceber as diferenças a partir da ideia de raça, uns foram colocados num plano superior aos outros, isto é, os
brancos foram incorporados como superior aos negros. Dessa maneira, ser negro na nossa sociedade, além de
designar o indivíduo deste grupo étnico-racial, pode significar: “encardido, funesto, sinistro, tenebroso, lúgubre,
triste, nefasto etc.” (MICHAELIS, 2018. s. p.), são essas as definições apontadas pelos mais importantes dicionários
da nossa língua. O negro é aquele que, nesse cenário, em geral, não se deseja ser.
A ideia de raça em sentido moderno como conhecemos hoje, só foi concebida após a história da colonização da
América, sendo um dos principais argumentos utilizados nas relações de dominação que orientavam o projeto de
conquista. Etimologicamente, o conceito de raça veio do italiano razza, que tem sua origem no latim ratio, que
significa sorte, categoria, espécie. O termo raça, até o século XVIII, antes de adquirir o sentido biológico, se referia ao
conjunto de descendentes de um ancestral comum, com ênfase nas relações de parentesco, sem realçar
características como cor de pele e outros traços físicos (MUNANGA, 2010).
No século XVIII, a cor da pele foi considerada um critério fundamental entre as chamadas raças, ficando nesse
estágio a espécie humana dividida em três raças que povoam até hoje o imaginário coletivo: raça branca, negra e
amarela. A partir do século XIX, foram acrescentados à cor outros critérios tais como: a forma do nariz, dos lábios,
do queixo, do crânio, o ângulo facial.Na segunda metade do século XIX e na primeira metade do século XX, a
discussão sobre raça permeava a vida social, os antropólogos e juristas discutiam sobre a aplicabilidade das
mesmas leis para pessoas que eram tidas como racial e evolutivamente diferentes. Ainda no século XX, o conceito
de raça passou por uma série de reformulações. Com o desenvolvimento do campo genético, hoje dispomos de
 Figura 1 - Na América a questão
racial transformou-se no principal item para a organização da população. Fonte: Janaka Dharmasena, Shutterstock, 2018.
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inúmeras evidências de que o termo raça é apropriado para designar a biologia de algumas espécies animais, mas
não se mostra adequado para configurar o ser humano. Não há raças diferentes. Somos todos da raça humana
independente (MUNANGA, 2010). 
Nesse contexto, reconhecemos que as “raças são na realidade, construções sociais, políticas e culturais produzidas
nas relações sociais e de poder ao longo do processo histórico” (GOMES, 2005, p. 49). Entretanto, desconsiderando
tal evidência de que não existem raças diferentes, o conceito de raças diferentes, ou seja, de biologização da raça,
serviu como pretexto para validar as já utilizadas, há muito tempo, práticas e ações de relações de superioridade e
inferioridade entre os conquistadores/conquistados, ou melhor, dominantes/dominados, entre brancos e não-
brancos.
Ao afirmar o seu povo como referencial para toda a humanidade, a elite branca consolidou uma tomada simbólica
que tem repercutido na “autoestima e o autoconceito do grupo branco em detrimento dos demais, e essa
apropriação acaba legitimando sua supremacia econômica, política e social” (BENTO, 2014, p. 25). Na outra ponta
dessa história está a população negra que, a partir dessa referência, constrói a sua identidade racial atrelada a esse
imaginário negativo que corrói sua autoestima, culpabilizando-se pela discriminação sofrida e aceitando as
desigualdades vivenciadas.
 Figura 2 - As ciências biológicas e sociais durante alguns
séculos se esforçaram para legitimar o racismo científico, defendendo que havia três raças distintas. Fonte: Mopic, Shutterstock, 2018.
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Dessa forma, esse processo de colonização atuou de forma tão atuante que dizemos que ela produziu uma nova
intersubjetividade. Para tal feito, a Europaatuou tanto controlando todas as formas de regulação da nossa
subjetividade, da cultura e de maneira mais incisiva do conhecimento, reprimindo a forma de produção do
conhecimento dos colonizados, suas referências para a produção de sentidos, seu universo simbólico e suas formas
de expressão e objetivação da subjetividade, e, ainda, obrigando os colonizados a aprenderem parcialmente sua
cultura para utilizá-la nos campos material, tecnológico e subjetiva, principalmente religiosa.
Para a pesquisadora Catherine Walsh (2009) a colonialidade é a forma pela qual uns se sentem superiores a outros
produzindo um lastro de discriminação racial. O projeto de colonialidade se materializa a partir de quatro eixos: a
colonialidade do poder (QUIJANO, 2005), a colonialidade do saber, a colonialidade do ser e a colonialidade
cosmogônica da mãe natureza e da vida mesma.
A colonialidade do poder refere-se à raça como um fator de classificação, bem como de controle social. A
colonialidade do saber articula-se a perspectiva eurocêntrica como detentora da razão, do conhecimento e
pensamento. Tal efeito da colonialidade pode ser sentido ao pensarmos as nossas matrizes para produzirmos na
academia conhecimentos. Quantos dos pesquisadores africanos, asiáticos são referências nas nossas pesquisas? A
colonialidade do saber age de maneira a desqualificar toda e qualquer outra forma epistêmica e outros
conhecimentos que não incorporem a matriz europeia.A colonialidade do ser é vivenciada através da inferiorização,
subalternização e desumanização de alguns grupos humanos. Nessa direção, inserem-se a população negra e a
indígena. O último eixo, o da colonialidade cosmogônica da mãe natureza e da vida, desconsidera “o mágico-
espiritual-social, a relação milenar entre os mundos biofísicos, humanos e espirituais – incluindo dos ancestrais,
espíritos, deuses e orixás” (WALSH, 2009, p. 10). Isso pode ser evidenciado na desvalorização das religiões de
matrizes africanas, bem como, nas variadas expressões dos cultos indígenas.
Mas, como essa questão repercute na escola? Como construir práticas descolonizantes? O primeiro ponto para essa
empreitada de repensar a escola pode ser a desconstrução desse imaginário negativo do outro. Duschatzky e Skiliar
(2011, s. p.) afirmam que a alteridade pode ser pensada a partir de três prismas: “o outro como fonte de todo o mal;
[...] o outro como sujeito pleno de um grupo cultural; [...] o outro como alguém a tolerar”.
O outro como fonte de todo mal foi a marca predominante do século XX, pois essa caracterizou-se como o século
mais mortífero da nossa história, perpassado tanto por conflitos bélicos como por genocídios, matanças étnicas,
apartheid, ditaduras militares, violência física e legalista contra os migrantes. Os autores também destacam que o
ato expulsor não se realiza apenas pela eliminação física, e lembram que a coação interna, legitimada a partir das
regulações das leis, costumes e moralidade, também contribuiu para a construção dessa ideia do outro.
Nessa perspectiva, posicionamo-nos frente ao outro, encarnando um modo binário e dicotômico. Assim, uns são os
bons, os saudáveis, os inteligentes, os heterossexuais, os brancos. E os outros, são os ruins, os deficientes, os
ignorantes, estrangeiros, homossexuais, negros, evidenciando numa escala hierárquica, o privilégio do primeiro
termo sobre o segundo.
Na segunda perspectiva evidenciada por Duschatzky e Skiliar (2011), os outros são apresentados como sujeitos
plenos de uma marca cultural partindo da concepção de que as culturas são comunidades homogêneas de crenças
e estilos de vida. A radicalização desta tendência conduz à percepção da identidade do outro na pura diferença, ou
seja, há uma invisibilidade das relações de poder e conflito e essa nega as relações entre sujeitos e grupos sociais.
No campo educacional, apresenta-se a partir de uma perspectiva folclórica, sendo vivificada nas datas
comemorativas ou de forma exótica. Outras vezes apropria-se do termo diversidade para nomear os que têm
“déficit”, ou seja, os que são vistos com necessidades especiais, os pobres, entre outros.
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A terceira perspectiva apresenta o outro como alguém a tolerar. Essa premissa reconhece a existência das
diferenças, porém apresenta um paradoxo, pois ao mesmo tempo em que solicita reconhecer o outro como
princípio, reconhece também que é preciso aceitar o outro com seu comportamento antissocial ou opressivo. Ela se
assemelha à indiferença, porque pode vir a se tornar um mecanismo de esquecimento, fazendo com que as
memórias da dor sejam eliminadas, bem como um pensamento da desmemória, da conciliação com o passado, um
pensamento frágil, light, que não convoca a interrogação e que pretende livrar-se de todo o mal-estar. Um
pensamento que não deixa marcas, sendo, pois, desapaixonado, descomprometido.
No âmbito educacional, a tolerância nos convida a evitar as polêmicas, o questionamento da ordem vigente,
comprometendo a nossa criticidade e o nosso engajamento com a mudança. Essas formas de perceber, conceber e
conviver com o outro, evidenciam que é preciso e urgente assumir a diferença como um elemento constituinte do
processo educativo, tendo em vista que esses são construtos das relações socioculturais. Assim, devemos
reconhecer a presença dos mais diversos coletivos na história da nossa formação social, política, cultural e
educacional. Ao mostrarem-se como sujeitos históricos, essas populações à margem do processo histórico
tensionam o campo do debate epistemológico e político-pedagógico refutando a sua inexistência. 
Logo, para entrar em sintonia com esse tempo, faz-se necessário que os/as educadores/as reconheçam as
diferenças e a suas transformações em desigualdades, permitindo e possibilitando que os estudantes estabeleçam
identificações com aquilo que a princípio para ele é tido como diferente, compreendendo os processos históricos,
sociais, culturais, políticos e econômicos que geraram tais diferenças, além de serem capazes de propor ações que
se posicionem e que incidam contra toda e qualquer forma de preconceito e discriminação racial. 
4.2 Movimentos negros e indígenas: resistir, lutar e
educar
Você já se resistiu ou teve que lutar muito por alguma coisa? Certamente, sim! Teve êxito? Em caso positivo, já
experimentou a sensação de vitória, de conquista. Em caso negativo, é importante continuar lutando por aquilo que
se almeja. No caso das populações que trataremos nesse item, a população indígena e negra, ressaltamos que ao
longo de toda a história dos Brasil esses grupos vêm assumindo um longo e duro movimento de resistência pela sua
sobrevivência e garantia dos seus direitos desde a invasão europeia. Já se passaram mais de 500 anos e tanto
negros quanto indígenas ainda não conquistaram condições de igualdade na nossa sociedade.
Dessa maneira, ao mesmo tempo em que resgataremos um pouco das principais lutas do movimento negro,
salientaremos que essas lutas permanecem vivas e são frutos de muitas batalhas e ainda de mortes. Resiste-se
judicialmente, moralmente, nas escolas e nas universidades, nas favelas, nas aldeias, nos campos e nas cidades. É
uma luta contínua que não cessa. Índios e Negros precisam cotidianamente se fortalecer, pois vivemos numa
sociedade que a raça é assumida como elemento hierarquizador, discriminador e vetor de oportunidades.
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Nessa tessitura, a população indígena que violentamente foi tratada desde a chegada dos colonizadores
portugueses se uniu superando os conflitos internos que favoreceram o seu processo de domínio e extermínio para
juntos criarem as suas organizações que visa à conexão entre os diferentes povos indígenas, a sociedade local e
global, constituindo o movimento indígena organizado.O movimento indígena pode ser compreendido como um
arcabouço de estratégias e ações que os povos e comunidades indígenas vivenciam buscando a defesa e a proteção
de seus direitos, bem como, dos seus interesses coletivos, principalmente o direito a terra.
Entre as principais conquistas do movimento indígena podemos citar os direitos adquiridos na nossa Constituição,
a ratificação pelo governo brasileiro da Convenção n. 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 2003
que evidencia avanços no reconhecimento dos direitos indígenas coletivos, com retrospecto nos com significativos
aspectos de direitos econômicos, sociais e culturais. A participação política dos indígenas nos governos municipais,
estaduais, a proposta educacional específica e diferenciada para a Educação Indígena e a demarcação de terras
(ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO, 2003).
O livro “O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje” (LUCIANO, 2006), organizado pelo Ministério da
Educação, busca contribuir para difundir as bases conceituais sobre o conhecimento da sociodiversidade dos povos indígenas no Brasil
contemporâneo, bem como visa fornecer subsídios para o fortalecimento dos estudantes indígenas no espaço acadêmico. Para ler acesse:
<http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001545/154565por.pdf (http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001545/154565por.pdf)>. 
Entretanto, ainda há muito a se conquistar, apresentando-se como um grande desafio a garantia de condições
sociais, jurídicas e de cidadania, dentro de um contexto que também assegure a identidade indígena, ou seja, as
suas culturas, tradições, conhecimentos, valores e formas de organização. 
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Para a população negra, a resistência negra refere-se a todas as lutas e movimentos de fugas, de desobediência civil
e militar da população negra africana, bem como, dos seus descendentes, ou seja, da diáspora africana. Desde o
período do Brasil colonial até os dias atuais a população negra resiste e enfrenta a escravidão antiga e moderna de
variadas formas e com múltiplas estratégias.
Ao longo da nossa história, vários foram os relatos de suicídios, abortos e tentativas de fugas, visando à liberdade
dos negros/as. Nesse cenário, destacaremos alguns movimentos que marcaram essa história de luta e resistência.
Certamente, a maior delas foi o do Quilombo dos Palmares, localizado na Serra da Barriga, em Alagoas. É preciso
salientar que houve e há vários quilombos espalhados pelo Brasil e que eles representam uma forma de luta da
população negra. 
O livro “Quilombos: espaços de resistências de homens e mulheres negros” é organizado a partir de um texto para que todo professor possa
refletir sobre como os quilombos de ontem e de hoje são organizados, e como eles se afirmam ao longo do tempo como espaço de valorização
da identidade e da cultura negra. A obra foi produzida pelo Ministério da Educação, sob a coordenação de Schuma Schumaher (2005). Para ler
acesse: <http://www.pontaojongo.uff.br/sites/default/files/upload/quilombos_-_espacos_de_resistencia_de_h_e_m_negros.pdf
(http://www.pontaojongo.uff.br/sites/default/files/upload/quilombos_-_espacos_de_resistencia_de_h_e_m_negros.pdf)>. 
 Figura 3 - Os povos indígenas,
desde a chegada dos europeus à América, vêm enfrentando o grande desafio de legitimar os seus direitos. Fonte: Filipe Frazao, Shutterstock,
2018.
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Muitos pesquisadores, entre os quais Schumaher (2005), destacam que o Quilombo dos Palmares pode ser
considerado um “estado africano” no nosso país. Ele teve a sua origem em pleno século XVII e perdurou até 1695.
Era construído por uma articulada estrutura do seu território, da força militar e também no que se refere aos
aspectos administrativos. Tinha como a sua capital, Macacos. Era organizado em mocambos (SCHUMAHER, 2005).
Era formado pela população negra, mas também havia índios e os brancos das camadas populares, evidenciando o
contexto democrático que se afirmava naquele território. Embora, tenha sido incorporada a história pelo fato da
decapitação do seu líder, Zumbi dos Palmares, ali se constituiu uma das mais pulsantes formas de resistência negra.
Tal fato, não pode desconsiderado como uma estratégia colonial de negação do protagonismo da população negra.
Assim, a importância dessas instâncias de resistências que importunaram com firmeza a ordem existente,
desafiando o poder vigente foram diluídos para que a população negra não se afirmasse como seres de luta e
conquistas.
Outra questão importante a se destacar é a participação das mulheres negras nos quilombos. Mas, por que essa
história é pouco divulgada? Não podemos esquecer-nos do processo de exclusão que envolve raça e gênero na
nossa sociedade, protagonismo não é dado nem a negro, tampouco a mulher. Dessa forma, as mulheres negras
foram aligeiradas da história por um duplo processo de exclusão.
Entre tantas mulheres, sobressai-se a rainha do Quilombo, Mariana Crioula que atuou com vigor na fuga de um
quilombo do Rio de janeiro. Há relatos de que ela resistiu bravamente para se entregar e gritava firmemente:
“morrer sim, entregar não!”. Outro exemplo importante de resistência é o de tia Ana que organizou uma revolta no
Ceará, em Viçosa evidenciando a força das mulheres negras (SCHUMAHER, 2005).
Outra forma de luta que merece destaque é a comandada por João Cândido, o Almirante Negro, em 1910, conhecida
como Revolta da Chibata. Essa aconteceu na Marinha Brasileira principalmente contra os castigos físicos aos quais
os marinheiros eram submetidos. O movimento também almejava uma melhor alimentação e o cumprimento da lei
do reajuste salarial (ALMEIDA, 2011).
Após um acordo estabelecido entre a Marinha, os marinheiros e o governo foi decretado o estado de sítio e se
instalou um período de forte repressão aos participantes do movimento. Muitos foram presos, torturados, fuzilados,
levados para a região Norte, do Amazonas. O Almirante Negro foi duramente preso, castigado, torturado por um ano
e meio até que com a ajuda dos advogados pagos pelas irmandades religiosas de Nossa Senhora do Rosário, foi
liberto (ALMEIDA, 2011).
VOCÊ SABIA?
O “Atlas da Violência” (CERQUEIRA et al., 2017) destacou que a população negra corresponde a maioria (78,9%) dos 10% dos
indivíduos com mais chances de serem vítimas de homicídios. Em 2015, em média, os brasileiros brancos ganhavam o dobro
do que os negros: enquanto um indivíduo branco tinha uma renda de R$1.589,00 um negro tinha uma renda de R$898,00
mensais, conforme dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD). Disponível em: <http://ipea.gov.br/portal/images/170609_atlas_da_violencia_2017.pdf
(http://ipea.gov.br/portal/images/170609_atlas_da_violencia_2017.pdf)>. 
Mas, a resistência continua! Os dados evidenciam que cotidianamente a população negra e indígena continua na
luta para ser reconhecido e respeitado. O que aponta para o fato de que pouca coisa mudou de 1500 até os dias
atuais em termos estruturais.
http://ipea.gov.br/portal/images/170609_atlas_da_violencia_2017.pdf
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4.3 Vista a minha pele
Você já se perguntou sobre qual é o seu diferencial? Observamos comumente na mídia que a diferença é uma
questão muito valorizada. Assim, para vender os seus produtos cada empresa faz questão de apresentar o
diferencialde cada produto.
No nosso cotidiano, nós também valorizamos muito o que nós fazemos de melhor, o que nos torna únicos. Assim, a
diferença é algo que nos torna autênticos. Entretanto, nem toda diferença é valorizada socialmente, bem como,
algo que é num contexto muito valorizado, em outro serve como elemento de eliminação, desvalorização. Nesse
sentido, a diferença não pode ser considerada nem boa, nem tampouco ruim, é a partir do que ela se vincula que
ela recebe essa valoração.
Frente a essa questão precisamos refletir sobre como as diferenças observadas entre nós e os outros tem se
constituído como disparador de muitos preconceitos, atos de discriminação, construção de ideologias oriundas
dessas práticas e até de violência física. Nesse item trataremos de como a diferença racial vem se constituindo no
nosso país num elemento de desigualdade para a população negra, esclarecendo alguns termos comumente
utilizados nesse debate, tais como: raça, racismo, preconceito, discriminação. 
 Figura 4 - O Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) organiza seu trabalho a partir da autodeclaração. Fonte: Dean Drobot, Shutterstock, 2018.
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Somos todos diferentes uns dos outros. Cada um tem seu nome, uma ou várias habilidades, as suas características
físicas, comportamentos, preferências. Esses são traços que nos ajudam a compor a nossa identidade, bem como, o
que nos difere dos outros. Assim, nos diferenciarmos uns dos outros é uma coisa normal e fundamental para a
construção da nossa identidade.
Tendo em vista esse panorama, assentimos que a produção das diferenças ultrapassa as características biológicas.
Elas são construídas pelos sujeitos ao longo do processo cultural e histórico. Na contemporaneidade, as lutas pelo
respeito a essas diferenças têm sido constantes nos diversos âmbitos sociais. Entretanto, cabe diferenciarmos os
termos diversidade de diferença que tem sido comumente utilizado como sinônimos. A diversidade propõe a
inclusão de “alguns” repertórios culturais na cena da cultura dominante, recorremos a ele para tratar de uma
política que almeja a tolerância e o respeito, mas utilizamos o termo diferença para salientar que esse processo que
engloba a produção das diferenças e seus elos, se relacionam as questões referentes ao poder e a autoridade. A
diferença se propõe a questionar quais desses repertórios que tratam dos marginalizados podem entrar em cena.
De acordo com Munanga (2010), o problema não é a raça, mas as representações dessa palavra e a ideologia dela
derivada. Ele esclarece que não haveria nenhum problema para a humanidade se a classificação dos grupos
humanos fosse estabelecida de acordo com as características físicas. Entretanto, o problema reside na
hierarquização onde estabeleceram uma relação direta entre a cor da pele, o fenótipo e as características
psicológicas, morais, intelectuais e culturais.
Nessas condições, assimilaram que no mais alto patamar da cadeia estavam os europeus e nos níveis inferiores,
negros e índios, gerando a partir da hierarquização das diferenças, a concepção do racismo científico ou racialismo
(ideia biológica das raças) onde foi utilizado um conceito doutrinário para justificar e legitimar os sistemas de
dominação racial. A partir desse cenário, as pessoas começaram a ser analisadas a partir da sua raça.  
 Figura 5 - O racismo brasileiro
atua silenciosamente, mas não deixa de ser percebido na vida da população negra. Fonte: View Apart, Shutterstock, 2018.
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Se já sabemos que não existem raças diferentes, que formamos a raça humana, o que entendemos pelo termo raça
hoje? Utilizamos o termo raça não relacionado à ideia que predominava nos séculos passados, o usamos a partir de
uma nova configuração que se ancora na perspectiva social e política da palavra, pois a discriminação racial e o
racismo ainda pulsante no nosso país não ocorrem apenas vinculados aos aspectos culturais vivenciados pelos
diferentes grupos étnico-raciais, mas também por causa da associação que a nossa sociedade faz entre a população
negra e os aspectos físicos visíveis na estética corporal.
Observe o caso a seguir, que teve vídeo veiculado pelo G1 (LARA, 2017): 
CASO
No dia 15/11/2017 o ator Diogo Cintra, homem negro, voltava de uma festa na cidade de São Paulo quando foi
abordado por dois homens pedindo que entregasse o celular e dinheiro. Como estava perto do terminal de ônibus,
ele correu para pedir apoio aos vigilantes do local que não o ajudou. Ele ainda avistou quatro seguranças e
novamente tentou auxílio. Os assaltantes que já tinham lhe abordado vieram com um pedaço de pau para cima dele
e alegaram para os seguranças que eles é que tinham sido roubados. Eles voltaram acompanhados de uma mulher e
três homens com dois cachorros. Em frente aos seguranças, o grupo alegou que tinha sido roubado pelo ator e sem
nenhum questionamento os seguranças acreditaram na versão dos assaltantes. Diogo Cintra foi fortemente
espancado. É nesse contexto que afirmamos que vivemos num país racista, onde a cor representa para o negro um
constante risco (LARA, 2017). Para assistir ao vídeo, acesse o endereço: <https://g1.globo.com/sp/sao-
paulo/noticia/video-mostra-jovem-negro-sendo-arrastado-por-agressores-sob-olhares-de-segurancas-
de-terminal-em-sp.ghtml (https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/video-mostra-jovem-negro-sendo-
arrastado-por-agressores-sob-olhares-de-segurancas-de-terminal-em-sp.ghtml)>. 
Nesse contexto, conforme afirma Santos (2003, p. 33), a população negra é vista a partir de um pesado tripé,
rotulado quase sempre “[...] de intelectualmente frágil, esteticamente feio e de caráter duvidoso”. Essas formas
arcaicas de pensar o negro exercem influências negativas na constituição da sua identidade, da sua cultura e da
própria sociedade. Nesse sentido, o termo raça tem sido utilizado para informar como elementos que compõem as
características físicas da população negra, tais como a cor de pele, tipo de cabelo, entre outras, têm influenciado,
interferido e até mesmo determinado o destino e o lugar social desse grupo étnico-racial no interior da nossa
sociedade.
VOCÊ SABIA?
Que como se não bastasse todo o preconceito que vimos até aqui, as mulheres negras também são absurdamente as mais
atingidas pela violência obstétrica (65,4%) e pela mortalidade materna (53,6%), de acordo com Fioretti (2014). Para saber
mais, acesse o endereço: <https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/18154 (https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/18154)>.
Dessa forma, ao falarmos sobre raça estamos falando do processo social, político, histórico e cultural resultante de
relações desiguais de poder desde a nossa colonização. Não se relacionando de nenhuma maneira com um dado da
natureza, uma questão biológica. É através da cultura que nós aprendemos a enxergar a população branca e a
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/video-mostra-jovem-negro-sendo-arrastado-por-agressores-sob-olhares-de-segurancas-de-terminal-em-sp.ghtml
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/18154
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população negra como diferentes através da maneira que somos educados pela nossa família, pela mídia, pela
igreja, entre outros, provocando a introjeção dessas referências na nossa forma de ser, e de ver e conviver com as
diferenças. 
Se já sabemos o que é raça, o que é o racismo? O racismo parte da premissa de que há um grupo superior ao outro.
Logo, ele é a justificação teórica utilizada para legitimar as ações política de discriminação, segregação, exclusão e
eliminação baseadana ideia de que existem raças humanas com características determinadas e imutáveis, ou seja,
recorrem a questão biológica para legitimar as ações.
O racismo tanto pode evidenciado através de uma ação de abominação, comportamento de repulsa que se dá de
ódio relacionado com as pessoas que pertencem a um determinado grupo racial cujos traços fenótipos como a cor
da pele, o cabelo, o formato da boca, do nariz, entre outros. Como também pode ser representado por meio de um
repertório de ideias e imagens referentes à população ou grupos humanos que se orientam a partir da ideia de que
existem raças diferentes, umas superiores e outras inferiores. Também pode ser compreendida como o desejo de
fazer prevalecer uma verdade, uma crença particular como universal, única, verdadeira.
Salientamos ainda, prezado/a estudante, que o racismo pode ser expresso de maneira individual ou institucional.
No individual ele se caracteriza por atos de uma pessoa contra outra e infelizmente temos presenciado muitos
desses principalmente nas redes sociais. No formato institucional, relaciona-se com as práticas organizadas do
Estado ou com o seu apoio indireto. Como exemplo dessas práticas podemos citar a negação da população negra
nos livros de literatura infantil, os índices do analfabetismo da população negra, o pouco protagonismo dos negros
nas novelas, filmes e campanhas publicitárias (MUNANGA, 2005), nos dados estatísticos que revelam as
desvantagens da população negra no mercado de trabalho quando comparada com outros grupos étnico-raciais, os
dados da violência que atingem a população negra jovem, entre tantos exemplos.
Vamos agora esclarecer que o preconceito racial e a discriminação racial não são as mesmas coisas. O preconceito
está ligado ao campo das ideias, ou seja, trata-se de um julgamento prévio de algo. Refere-se, dessa forma, a uma
opinião, ideia que são organizados anteriormente, sem análise ou observação do fato. O preconceito racial refere-se
a uma ideia negativa e prévia, pois se dá antes mesmo de conhecermos ou nos aproximarmos de alguém que faz
parte de um grupo racial ou étnico.
Em geral, as pessoas negam que são preconceituosas. Mas, tem dificuldade em dizer que são negras, ao olharem
para um indivíduo negro num carro de luxo imaginam que ele é motorista, numa abordagem policial, a pessoa
negra é a primeira a ser revistada. Essas são ações que resultam do preconceito que permeia o nosso imaginário. O
nosso processo de socialização que começa na nossa família e se amplia no convívio na escola, no espaço religioso
que frequentamos, com os amigos, através das propagandas, novelas, filmes nos acompanha também na nossa
vida profissional. Nesse contexto, as crianças aprendem com os adultos as práticas racistas.
 Figura 6 - O reconhecimento e o
respeito às diversidades culturais solicitam a articulação com a democracia. Fonte: Djomas, Shutterstock, 2018.
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Dessa maneira, precisamos ressaltar o que nos ensinou Mandela (2005), nós não nascemos odiando uma pessoa por
causa da cor da sua pele, é no contexto da cultura que nós aprendemos isso. Dessa feita, se nós aprendemos a odiar,
também podemos aprender a respeitar, a acolher e a celebrar as diferenças, reconhecendo o outro como
verdadeiramente outro, que não necessita se adequar aos meus padrões para ser aceito.
Você conhece a história de Nelson Mandela? Ele foi um advogado, também líder rebelde e presidente da África do Sul entre 1994 a 1999. Foi o
mais importante líder da África Negra, principal representante do movimento contra o apartheid, sendo considerado um guerreiro na luta pela
liberdade do seu povo. Para saber mais, recomendamos o livro, escrito pelo próprio líder, “Conversas que tive comigo” (MANDELA, 2010). 
O preconceito assume um caráter limitante porque nos impede de aproximarmos daquilo que não conhecemos. Na
contemporaneidade, é imprescindível que possamos nos permitir a relação com aquilo que é diferente de nós
estabelecendo novas formas de identificação. Como educadores/as necessitamos dialogar com as diferenças, sem
julgamentos e preconceitos, visto que, é a partir dessa aproximação que introjetamos novas experiências a nossa
existência, nos possibilitando desvincular das práticas preconceituosas que fazem parte do nosso ser.
E o que seria, então, a discriminação racial? Discriminar, como bem sabemos, representa listar, separar, organizar
em categorias. A discriminação perde o seu caráter de ato de classificação, que se propõe a estruturar alguma coisa
em categorias, quando se dispõe a partir de determinados valores a instaurar hierarquias. No contexto da nossa
discussão, a categoria raça foi criada e a partir dela os brancos são incorporados como superiores aos negros,
indígenas e amarelos.
A grande diferença da discriminação racial para o preconceito racial e o racismo é que enquanto esses se dão no
campo do pensamento, a discriminação é o ato. Vale ressaltar ainda que a discriminação pode ser direta ou
indireta. A direta é aquela cuja pessoa é discriminada por causa da sua cor. A indireta é fruto da desigualdade das
condutas administrativas, das políticas públicas e até mesmo das empresariais que são aparentemente isentas, mas
que possuem grande habilidade discriminatória. 
No filme Vista a minha pele (2004), com direção de Joel Zito Araújo e argumento de Maria Aparecida Bento, apresenta-se um racismo às avessas,
onde a população branca representa a classe discriminada e a negra a dominante. Nesse contexto, duas adolescentes disputam o título de rainha
da festa junina. É uma interessante reflexão sobre os conceitos apresentados. Para assisti-lo, acesse: <https://www.youtube.com/watch?
v=JIvjTmQgXOA (https://www.youtube.com/watch?v=JIvjTmQgXOA)>.
VOCÊ O CONHECE?
VOCÊ QUER VER?
https://www.youtube.com/watch?v=JIvjTmQgXOA
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Para caminharmos nesse sentido de reconhecermos o outro como outro, trazendo-o para a centralidade da prática
pedagógica, torna-se imprescindível reconhecer o papel da Lei 10.639/2003 – a atual Lei 11.645/2008 – que tornou
obrigatório o ensino da História da África e dos africanos e da população indígena, no currículo escolar do ensino
fundamental e médio, pois, além de resgatar historicamente a contribuição desses grupos na construção e
formação da sociedade brasileira, essa lei possibilita que o/a estudante negro/a e indígena seja visibilizado/a,
respeitado/a e tenha a sua diferença incluída na Educação Básica (BRASIL 2003; 2008). 
4.4 Consolidando e repensando as identidades
Ao longo da nossa conversa fomos destacando a premência de trazer para a centralidade das nossas práticas
educacionais a questão da diferença, salientando que para tal feito precisamos estar desarmados dos nossos
preconceitos para que possamos criar identificação positiva com o outro. Salientamos que o diferente nem sempre
é visto como encantador. Na maioria das vezes, ele nos aterroriza, amedronta, ameaça. Em geral, tem-se a
impressão que ele destoa da ordem socialmente vigente. Assim, precisamos refletir sobre a necessidade de
descolonizarmos cotidianamente os nossos olhares, saberes e fazeres pedagógicos possibilitando a nós mesmos e
aos estudantes a revisitação aos nossos valores, ações, preconceitos, a nossa forma de ver, ser e estar no mundo.
A nossa sociedade, através do processo de colonização estabeleceu uma identidade como norma. Nesse contexto,
ser branco foi assumido como uma dessas normas e a normalização é um das mais sutis maneiras da colonialidade
que se apresenta na questão da identidade e da diferença. Assim, a raça branca foi eleita arbitrariamente como uma
identidade privilegiada, assumindo todas as características positivas. Logo, ela não é compreendida como uma
identidade,mas como a identidade.
A partir dessa inferência, comumente ouvimos falar que cabelo bom é cabelo liso, que negro correto tem alma
branca, que negro quando não faz na entrada, faz na saída, que negro só pode ser médico por causa das cotas, entre
tantas afirmações baseadas no racismo e na perspectiva da colonialidade tão impregnada no nosso imaginário.
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Tais resquícios também chegam ao espaço escolar e se legitimam através de uma pedagogia de racialização que se
esforça em educar os sujeitos racialmente de forma fixa, pensando-se universal. Dessa maneira, nega-se a
identidade do estudante negro, seus elementos estético-córporeo, o seu protagonismo juvenil, a sua cultura, a sua
música e a sua dança, a sua religiosidade. Pouco ou nada se fala da história e da cultura africana, nem tampouco
indígena. Os heróis e heroínas negros/as inexistem. Livros de literatura infantil e infanto-juveil também não. Não são
os personagens negros também que povoam a decoração da escola.
Evidentemente se os estudantes se habituam a ver na televisão e também nos livros personagens de literatura
infantil personagens bonitinhas, delicadinhas e também brancas, não podemos esperar que eles elaborem
conceitos positivos acerca de ser negro/a na nossa sociedade. São os frutos da cultura midiática que também
moldam os nossos valores e conceitos causando profundos danos à compreensão das crianças sobre si e os outros.
Frente a essa realidade, faz-se necessário introduzir o cunho da diferença, apresentando e discutindo com as
crianças, jovens e adultos na escola as relações étnico-raciais, a história e a cultura do continente africano e da
diáspora, discussões que incidem na identidade desses sujeitos independentemente de seu pertencimento racial, o
que contribui para a efetivação da democracia no nosso país.
De acordo com Gomes (2008), o corpo e o cabelo são aspectos adotados pela população negra na construção da sua
representação social e da sua beleza na sociedade brasileira. Nesse contexto, o cabelo crespo tem um importante
papel para a construção da identidade negra, pois mostra ao negro como ele se enxerga e como os outros o
enxergam. Dessa maneira, se a criança lida bem com seu cabelo, ela desenvolve sua autoestima, mas se
frequentemente seu cabelo precisa se ajustar aos modelos de padrões hegemônicos, a sua identidade negra está
sendo cerceada. Gomes (2002) ressalta que o ato de rejeitar o cabelo pode gerar uma sensação de inferioridade e de
baixa estima. Nesse sentido, é importante a construção de estratégias distintas das aprendidas na família e “muitas
vezes, essas experiências acontecem ao longo da trajetória escolar. A escola pode atuar tanto na reprodução de
estereótipos sobre o negro, o corpo e o cabelo, quanto na superação dos mesmos” (GOMES, 2002, p. 47).
 Figura 7 - O cabelo é um dos
elementos com maior visibilidade no corpo, sendo tratado e manipulado por todos os grupos humanos. Fonte: Asier Romero, Shutterstock,
2018.
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Mas, como tratar dessas questões na escola? Como contribuir para que a criança, o adolescente, o jovem, o adulto e
o idoso negro, que tem o direito a educação ao longo da vida construa identificações positivas na escola? Tal
premissa pode ser assumida a partir de uma educação multicultural, pois ela tem como um de seus objetivos dar
voz e vez aos excluídos, ou seja, ela cria espaço para rostos e vozes até então silenciadas e invisibilizadas.
Para o estadunidense James A. Banks (2006), o principal objetivo da educação multicultural é reformar escolas e
universidades para que alunos de diferentes grupos raciais, étnicos, culturais, linguísticos e sociais possam
vivenciar a igualdade educacional. Segundo ele, a educação multicultural está conceituada como um tema que
consiste em cinco dimensões: (a) integração de conteúdo, (b) a construção do processo de conhecimento, (c) a
redução de preconceito, (d) a equidade pedagógica, e (e) a viabilização da estrutura social e cultural da escola. Ele
aponta que a educação multicultural visa ao desenvolvimento de habilidades, atitudes e conhecimentos
necessários para atuar no contexto da sua própria cultura étnica, não da cultura dominante, assim como para
interagir com outras culturas e situar-se em contextos diferentes de sua própria origem.
Nessa perspectiva, pensando na interculturalidade como uma maneira de intervenção, colocamo-nos frente a cinco
desafios no campo educacional, que segundo Candau (2012) são: desconstruir o caráter monocultural e
etnocêntrico que está presente na escola, nas políticas educativas e nos currículos, reconhecendo o caráter
desigual, discriminador e racista da nossa sociedade, da educação e de cada um de nós; articular igualdade e
diferença, reconhecendo e valorizando a diversidade cultural, bem como as questões relativas à igualdade; resgatar
o processo de construção das nossas identidades, considerando o processo de hibridização cultural e a formação de
novas identidades culturais, operando nesse cenário com um conceito dinâmico e histórico de cultura; promover
experiências de interação com os outros, propondo-nos a dialogar e construir sistematicamente ações sociais,
religiosas, culturais, rompendo com toda tendência à guetização nas escolas; e, por último, tudo isso só se realizará
se reconstruirmos a dinâmica educacional, repensando o currículo, a organização da escola, as linguagens, práticas
didáticas, atividades extraclasses, relação com a comunidade e o papel e a formação do professor.
Diante dessa consideração, somos conclamados a reinventar a escola (CANDAU, 2012) a partir de novos olhares,
práticas pedagógicas, estratégias de vivências que podem considerar a convivência, respeito, valorização e
celebração das diferenças (HENRIQUES, CAVALLEIRO, 2005). O estabelecimento de novas relações étnico-raciais
precisa ser perpassado por um projeto decolonial, um projeto que questiona e busca o enfrentamento da matriz
colonial do poder em todas as suas formas.
E, você, professor necessita se comprometer com essa mudança. 
Síntese
Você concluiu os seus estudos sobre as relações étnico-raciais. Dessa maneira, esperamos que já compreenda o
processo de colonialidade presente na sociedade brasileira, como a questão racial assumiu contornos
hierarquizantes, identifique as lutas da população negra ao longo de mais de 500 anos, conheça com mais clareza o
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significado de alguns termos presentes no debate sobre a questão racial, bem como identifique estratégias para o
redimensionamento das relações étnico-raciais no cotidiano escolar.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
entender que não somos colônia de Portugal, mas os efeitos da colonialidade atuam fortemente na nossa
subjetividade;
reconhecer que no Brasil a raça foi utilizada como elemento estruturante do processo colonial;
compreender que as populações negra e indígena ainda não são tratadas de forma igualitária e resistem à
opressão ainda presente no nosso cotidiano;
apreender que preconceito racial, discriminação racial e racismo não são a mesma coisa;
identificar estratégias que contribuam para a reeducação das relações étnico-raciais.
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WALSH, C. Interculturalidade crítica e pedagogia decolonial: in-surgir, re-existir e re-viver. In: CANDAU, V. M. (Org.).
Educação Intercultural na América Latina: entre concepções, tensões e propostas. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2009,
p. 12-42.
http://www.uff.br/penesb/images/publicacoes/LIVRO%20PENESB%2012.pdf
http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/racismo_escola.pdf
http://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/negro/
http://util.socioambiental.org/inst/esp/consulta_%20previa/sites/util.socioambiental.org.inst.esp.consulta_previa/files/manual_oit169.pdf
http://www.pontaojongo.uff.br/sites/default/files/upload/quilombos_-_espacos_de_resistencia_de_h_e_m_negros.pdf
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