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72-Texto do artigo-289-2-10-20180507

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Anais do I Congresso 
Rondoniense de Carreiras 
Jurídicas 
Porto 
Velho/RO 
29 e 30 de 
novembro 
de 2016 
P. 79 a 98 
 
A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO NAS EMPRESAS 
 
 
Pâmela Santos Teodoro de Souza1 
Edson Antonio Sousa Pinto2 
 
 
 
RESUMO 
O presente artigo tem por objetivo trazer algumas considerações sobre as normas 
jurídicas orientadoras do planejamento tributário, a fim de que, o referido não venha 
a caracterizar-se como abuso ante a lei estabelecida. É notório, que no Brasil, as 
exações tributárias alcançaram níveis elevados e uma das questões mais difíceis na 
esfera do direito tributário é a concernente aos limites do planejamento fiscal, a fim 
de que ele possa ser considerado legítimo. Houve por bem, sistematizar esta 
pesquisa tomando por base as orientações especializadas com estudos sobre a 
temática, doutrinas e jurisprudências, acrescidos de análises de artigos das áreas 
jurídicas e contábeis. Neste cenário, o presente artigo construído sobre a base de 
uma metodologia hipotético-dedutiva, de cunho qualitativo, expõe os princípios 
normativos ao tempo em que traça algumas reflexões sobre a temática, que é 
contemporânea e relevante ao contexto socioeconômico. Constata-se que um 
planejamento tributário eficaz, necessita estar pautado no conhecimento, a fim de 
que os operadores do direito tributário e da contabilidade possam tomar decisões 
compatíveis à norma, apresentando algumas formas da elisão fiscal e com isso 
evitar atitudes que possam caracterizar-se como evasão fiscal ou transgressão à lei. 
 
Palavras-chave: Direito Tributário; Planejamento; Elisão Fiscal. 
 
ABSTRACT 
This article aims to bring some legal considerations, tax planning guide, so that this 
will not be characterised as abuse before the law established. It is obvious, that in 
Brazil, the tax exactions reached high levels, and one of the most difficult issues in 
the sphere of tax law is regarding the limits of tax planning, so that it can be 
considered legitimate. There was fit to systematize this research, based on the 
specialized guidelines, studies on the subject, doctrines and case law, plus some 
studies contained in articles of the legal and accounting areas. In this scenario, this 
article is built on the basis of a hypothetical-deductive methodology, qualitative 
 
1
 Acadêmica do Curso de Direito, pela Faculdade Católica de Rondônia. 
2
 Professor orientador, titular da disciplina de Direito Tributário da Faculdade Católica de Rondônia. 
Anais do I Congresso Rondoniense de Carreiras Jurídicas 
80 
 
oriented, exposes in the normative principles that traces some thoughts on the 
subject, that is contemporary and relevant to the socio-economic context. Notes that 
an effective tax planning, needs to be based on knowledge, in order that operators of 
tax law and accounting can make decisions compatible with, showing some forms of 
tax avoidance and thus prevent attitudes that can be characterised as tax evasion or 
transgression of the law. 
 
 
Keywords: Tax law; Planning; Tax Avoidance. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Conforme estudos apresentados por Steinbruch (2011), o Sistema Tributário 
Brasileiro é um dos mais caros e complexos do mundo. De acordo com o estudo do 
Banco Mundial, o doing business 2011, no que se refere ao quesito pagamento de 
impostos, o Brasil ocupa a posição 152, em um total de 183 economias do mundo. O 
que, em outras palavras, impulsiona o contribuinte a compreender tal complexidade 
e buscar, através de mecanismos legais vigentes, adotar um planejamento tributário 
que lhe permita cumprir o que determina a lei e, ao mesmo tempo, poder enxugar ao 
máximo suas exações tributárias. 
Compreender a dinâmica que orienta o sistema tributário nacional é princípio 
básico para o entendimento dos mecanismos que estão à disposição do contribuinte, 
visando que haja o cumprimento das contribuições que lhe são exigidas, ao mesmo 
tempo em que, lançando mão de estratégias legais, possam os mesmos cumprir 
seus deveres e ficarem de acordo com a lei. Ou seja, pagar o mínimo, mas de 
acordo com a lei. 
Os direitos e deveres do contribuinte no atual contexto tributário brasileiro, 
estão diretamente ligados às competências do poder de tributar. Ou seja, diante de 
uma gama de tributos a que são submetidos os negócios, compete aos gestores 
organizarem-se de forma a compreender a dinâmica tributária, a fim de estabelecer 
um correto e eficaz planejamento. Assim, uma vez que o contribuinte tiver diante se 
si opções que lhe sejam mais favoráveis, ele cumprirá com seus deveres sem que o 
ato venha a figurar como sonegação fiscal. Lembrando que a elisão fiscal pode ser 
Pâmela Santos Teodoro de Souza e Edson Antonio Sousa Pinto 
 
81 
 
decorrente da própria lei, assim como lacunas e brechas existentes na mesma, as 
quais permitem que o contribuinte transite entre elas e fundamente suas ações. 
Vale destacar que, de acordo com Steinbruch (2011), um estudo realizado 
pelo IBPT3 mostra que no período de 05 de outubro de 1988 a 05 de outubro de 
2010, 22 anos de vigência da Constituição Federal, foram editadas mais de 4 
milhões de normas para reger a vida do cidadão brasileiro. O mais interessante é 
que desse total, 249 mil normas se referiram a matéria tributária. 
Se isso já não bastasse, têm-se, atualmente, no Brasil mais de seis dezenas 
de tributos em vigor. Além dessa enorme quantidade de tributos, da elevada carga 
tributária, o contribuinte brasileiro tem, ainda, que atender a quase uma centena de 
obrigações acessórias. 
Através do presente estudo, se objetiva verificar o que preconizam as normas 
tributárias, no sentido de se obter um sistema tributário eficiente e eficaz, mediante o 
qual se busca registrar os princípios necessários tão amplamente difundidos e 
preconizados como ferramentas essenciais à construção de um Sistema Tributário 
ideal, no qual o contribuinte possa, devidamente planejado, cumprir com a norma e 
sustentar seus negócios. 
Pelo Direito Tributário possuir considerável relevância social e econômica 
dele decorrentes, visto que o Sistema Tributário Brasileiro é norteado por princípios 
bastante claros, os quais foram estruturados no sentido de facilitar sua compreensão 
e favorecer sua prática, tem no seu bojo a possibilidade de se efetuar um 
planejamento tributário mediante o qual, lançando mão de dispositivos legais, o 
contribuinte poderá até mesmo economizar tempo ao passo que recolhe os devidos 
tributos. 
Em tese o que se vê nas teorias corresponde às necessidades do contribuinte 
para uma rotina equilibrada e devidamente planejada. Contudo, resta verificar se os 
preceitos estabelecidos para orientar tais práticas são exequíveis para o contribuinte 
em todas as esferas da economia. Neste cenário, torna-se de grande importância 
que o contribuinte possa efetivamente compreender as normas tributárias em vigor, 
para então aplicar de maneira segura nas rotinas tributárias, evitando qualquer 
transtorno em relação ao fisco. 
 
3
 Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação. 
Anais do I Congresso Rondoniense de Carreiras Jurídicas 
82 
 
A elisão fiscal, portanto, é uma técnica de planejamento tributário, 
normalmente anterior ao fato gerador do tributo, que uma vez ocorrido, gera a 
obrigação tributária em face do Estado e que irá permitir uma organização financeira 
favorável ao cumprimento de tal obrigação, reduzindo ou zerando o débito tributário. 
Neste cenário, a pesquisa em comento trilha o caminho das teorias vigentes 
com base em estudiosos e doutrinadores, ao tempo em que procura traçar novas 
reflexões que possam conduzir a um maior entendimento da complexidade do 
Sistema Tributário Brasileiro. Ressaltando assim, as possíveis consequências 
decorrentes da não aplicação da norma tributária, gerandoprejuízos para a 
população e para a economia Brasileira. Portanto, o planejamento tributário das 
empresas é tema relevante ao presente momento da economia nacional. 
Como instrumental metodológico, houve por bem se reportar a estudiosos do 
direito tributário, doutrinas, jurisprudências, periódicos e bases de dados em sítios 
eletrônicos especializados, por meio da coleta de artigos científicos sobre a 
temática, bem como leis correlatas. 
Entre os autores pesquisados estão: Robson Azevedo; Victor Barau; 
Robinson Sakiyama Barreirinhas; Eduardo Torres de Albuquerque Maranhão; 
Eduardo Sabbag; Fernando Steinbruch; Luciano Amaro, entre outros. 
A busca, mediante canais eletrônicos (internet), teve por orientação as 
seguintes palavras-chave: sistema tributário brasileiro; planejamento tributário; 
princípio da simplicidade; exequibilidade. O intuito principal do presente estudo foi o 
de apropriar-se das orientações teóricas sobre a temática, traçando uma linha de 
raciocínio, de forma reflexiva, a fim de fomentar os conhecimentos adquiridos nos 
bancos acadêmicos. 
Justifica-se o presente documento em razão da sua relevância social, 
sobretudo, pelo fato de que a tributação no Brasil alcança todos os cidadãos, pois 
são contribuintes diretos e indiretos no processo de construção econômica da 
nação. Ademais, estudos mostram que o sistema tributário brasileiro tem se tornado 
altamente complexo, exigindo um esforço descomunal do contribuinte no sentido de 
que o mesmo possa acompanhar as mudanças que ocorrem no sistema. 
Os resultados mostram que o planejamento tributário é uma estratégia a qual 
possui limites. Demandando assim, dos operadores econômicos os devidos 
cuidados para que o direito tributário e contabilidade possam caminhar lado a lado, 
Pâmela Santos Teodoro de Souza e Edson Antonio Sousa Pinto 
 
83 
 
utilizando-se das orientações e permissões da lei, em todos os seus limites, 
propiciando a redução de despesas e ampliando sua competitividade. 
 
1 BASE TEÓRICA 
 
1.1 ASPECTOS GERAIS DOS TRIBUTOS 
 
De acordo com os registros documentais, o tributo, na antiguidade, encontra 
espaço dentro de uma esfera mística, visto que se tratava de uma oferta de presente 
espontânea do povo para seus deuses. Contudo com o passar do tempo e com os 
conflitos que surgiriam entre as grandes civilizações, fizeram com que os reis 
instituíssem tributos obrigatórios (em face de seu poder absoluto) que deveriam ser 
pagos por todas as pessoas do povo para custear seus exércitos. (SOUZA, 2013). 
Tal coleta, naquela época, funcionava como uma ordem do representante 
estatal aos coletores, os quais deveriam se apropriar de bens dos cidadãos 
independente do estado social dos mesmos. O objetivo principal era prover o 
governante dos recursos de que necessitava para as suas finalidades nada sociais. 
Com isso o povo se indignou, pois havia por parte do rei uma ação inadequada que 
oprimia os cidadãos. O que provocou, naquele tempo, na Inglaterra de 1215, um 
movimento com a assinatura da carta magna limitando o poder de tributar do rei. 
(SOUZA, 2013). 
Desde então, ficou estabelecido que todo tributo somente poderia ser 
requerido do povo a partir de lei. O Brasil, no regime democrático de 1988, garantiu 
o princípio da legalidade no tocante à elaboração de normas tributárias. Em seu 
texto regulamentou os poderes de tributar de todos os entes da federação por 
constituir o sistema tributário nacional. (SOUZA, 2013). 
Contudo, se espera uma prática tributária por meio de um sistema que se 
mostre eficiente. Isto somente será possível ao estabelecer bases sólidas e que 
estas estejam devidamente ordenadas por princípios claros e exequíveis. Os 
princípios adotados para o sistema tributário brasileiro são: simplicidade, clareza, 
elasticidade, certeza, justiça, comodidade, neutralidade, economia, flexibilidade, 
exequibilidade, intervencionismo e produtividade. (SOUZA, 2013). 
Outro aspecto a ser considerado na política tributária, refere-se ao princípio 
de direitos humanos, tendo em vista que os objetivos traçados para a tributação 
Anais do I Congresso Rondoniense de Carreiras Jurídicas 
84 
 
estão voltados para a distribuição da justiça, igualando todos os cidadãos de uma 
sociedade em relação às suas obrigações para com o Estado. (BARAU, 2016). 
Como parte de seus estudos, informa que: 
 
A política tributária, sob o ponto de vista dos princípios de 
Direitos Humanos e da Democracia, é a maior expressão do conceito 
da igualdade. Pois através dela se vive, em tese, a verdadeira 
justiça, onde todos os cidadãos de uma sociedade são vistos, por 
sua obrigação frente ao Estado, em razão de suas desigualdades e, 
em tese, são tratados sob essa ótica. (BARAU, 2016). 
 
 
Nesta linha de raciocínio, observa-se que o objetivo da tributação é respeitar 
os direitos humanos, pois uma sociedade democrática de direito, em tese, necessita 
contemplar a todos, considerando as desigualdades sociais e operando por meio de 
um sistema tributário que sirva de canal condutor à coibição de tais desigualdades. 
Em seus estudos, Barau (2016) traça argumentos que esclarecem as bases 
que sustentam os Direitos Humanos em uma sociedade pautada pela Democracia. 
Em tese, a política tributária traz em si a limitação de Poderes entre o coletivo e o 
individual, garantindo-se a exata medida da liberdade de cada indivíduo frente ao 
coletivo em que se vive. 
Significa dizer, que mediante o princípio da legalidade, não se permite o 
abuso do poder soberano de uma sociedade frente ao indivíduo, e por outro lado, 
não se poderá tributar ferindo suas liberdades, ou mesmo impedindo a supressão 
das garantias fundamentais por exageros na instituição dos tributos. (BARAU, 2016). 
Sinteticamente, na ordem tributária em vigor no Brasil, regra geral o que se 
tem é um sistema tributário que do ponto de vista econômico, constitui-se na maior e 
mais efetiva ferramenta para o exercício de uma eficaz política de distribuição de 
renda. 
 
1.1.1 Sistema Tributário Nacional 
 
O Sistema Tributário Nacional, aqui, é considerado como o conjunto dos 
tributos e das normas que regulamentam a arrecadação, refletindo também a 
presença do Estado em seu poder impositivo de estabelecer as regras, a serem 
cumpridas pelos contribuintes. Tal Sistema é regido pela Emenda Constitucional nº 
Pâmela Santos Teodoro de Souza e Edson Antonio Sousa Pinto 
 
85 
 
18 de 1º de dezembro de 1965, cuja regulamentação se processa, com efetividade, 
mediante a Lei nº 5.172 de 1966. 
Convém ressaltar, que o Sistema tributário no sentido exato, segundo lições 
encontradas em Santos (1970, in: DENARI, 2008), [...] é a totalidade dos tributos 
arrecadados no país irmanada ao conjunto de regras jurídicas que disciplinam o 
exercício do poder impositivo pelos diversos órgãos, os quais se encontram 
devidamente habilitados, mediante outorga de competências, à luz da Constituição 
Federal. 
É notório, que a CF/1988 trouxe diversas inovações as várias esferas sociais, 
e no que tange ao sistema tributário. Este não fugiu à regra, o qual à luz da Carta de 
88, apresenta avanços significativos se comparado aos anteriores, cuja estrutura 
visa, sobretudo, à modernização dos instrumentos fiscais, com bases na equidade e 
reabilitação da autonomia federativa. 
Torna-se imprescindível a compreensão do termo tributação, visto que, sua 
definição estabelece os caminhos por meio dos quais deverá trilhar o contribuinte. 
De acordo com Amaro in: Barreirinhas (2007) tributo é “a prestação pecuniária não 
sancionatória de ato ilícito, instituída em lei e devida ao Estado ou, a entidades não 
estatais de fins de interesse público”. Assim com base no art. 3.º do Código 
Tributário Nacional se observa a seguinte definição: 
 
Art. 3.º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em 
moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua 
sanção de ato ilícito,instituída em lei e cobrada mediante atividade 
administrativa plenamente vinculada. 
 
Significa, em outras palavras, que o tributo é uma obrigação do cidadão para 
com o Estado. É contribuição obrigatória, pois se destina ao cumprimento por todos, 
de forma imposta pelo poder estatal e que deve ser paga em dinheiro. Ela deve ser 
estabelecida, também, estabelecida em lei e decorrente de atos lícitos, oriundos de 
cobranças exclusivamente estatais voltadas à sociedade. (BARAU, 2016). 
Quanto à questão da licitude da origem da contribuição, dispensa maiores 
comentários, visto que, contribuições provenientes de atos criminosos são passíveis 
de outras penalidades, como multa, prisão, etc. 
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em seu artigo 145, 
estabelece que são tributos os impostos, as taxas e a contribuição de melhoria. 
Anais do I Congresso Rondoniense de Carreiras Jurídicas 
86 
 
Contudo, o Supremo Tribunal Federal – STF., adicionou além destes duas 
subdivisões, as quais fazem referência ao empréstimo compulsório, conforme artigo 
148 e as contribuições especiais, constantes do artigo 149 e 149-A da Constituição. 
(BRASIL, 2008). 
 
Vale ressaltar que nas contribuições especiais estão incluídas as 
contribuições sociais, as contribuições previdenciárias, as contribuições de 
intervenção no domínio econômico (CIDE) e as contribuições de interesse das 
categorias profissionais. (AZEVEDO, 2009). 
Segundo alguns estudos apresentados por Alexandre (2015) notam-se 
pertinentes esclarecimentos sobre tributos, quais sejam: 
 
[...] os tributos podem ser vinculados ou não vinculados, 
dependendo da necessidade ou não de o Estado realizar alguma 
atividade específica relativa ao contribuinte para legitimar a 
cobrança. Quando o tributo é vinculado, o ente tributante competente 
para instituí-lo é justamente aquele que realiza a respectiva atividade 
estatal. (ALEXANDRE, 2015, p. 59). 
 
Assim, quem realiza a obra da qual decorre valorização imobiliária cobra a 
contribuição de melhoria. Quem presta o serviço público específico e divisível ou 
exerce o poder de polícia cobra a taxa. 
A finalidade fiscal/social dos tributos deve ser respeitada, pois segundo o 
instituto, não há outra justificativa para a sua existência que não seja arrecadar 
recursos visando fomentar os cofres públicos a fim de que o Estado venha a dispor 
dos necessários meios materiais para investimentos na educação, saúde, 
segurança, moradia, saneamento básico e outras necessidades da coletividade. 
(MARANHÃO, 2010). 
São várias as fontes dos tributos. A seguir encontram-se registrados por 
Barreirinhas (2009) e Sabbag (2014) as principais e suas respectivas características: 
Constituição Federal com suas emendas: é ponto de partida para as 
demais leis, sendo a base referencial sobre a matéria; 
Leis complementares e ordinárias: estas são oriundas do poder legislativo, 
mediante as quais os tributos são estabelecidos; 
Leis delegadas: estas têm a função de substituir a lei ordinária que trata a 
matéria tributária, visando atender à solicitação da Presidência da República. 
Portanto, não se trata de uma modalidade comum. 
Pâmela Santos Teodoro de Souza e Edson Antonio Sousa Pinto 
 
87 
 
Medidas Provisórias: previstas pela Constituição Federal, emanam do poder 
executivo e possuem força de lei para adoção de medidas de caráter provisório. Elas 
não têm o poder de instituir ou alterar impostos. 
Decretos legislativos e resoluções: tem no poder legislativo a esfera de 
competência a fim de produzi-los. Decretos e resoluções têm a finalidade precípua 
de ratificar tratado e disciplinar as relações jurídicas decorrentes de medida 
provisória. 
Decretos: mediante este instrumento, o chefe do poder executivo 
disponibiliza os meios para a execução de lei sobre o tributo. Ou seja, fica 
estabelecido o tributo e seu detalhamento. 
Normas complementares: Expedidos por autoridades abaixo do chefe do 
poder executivo, são atos regulamentadores como os convênios, atos normativos. 
Convênios: os entes políticos podem firmar convênios entre si, delegando 
funções de arrecadação e fiscalização, permutando informações e fixando normas 
regulatórias, conforme art. 155, § 2º, XII, g, da Constituição Federal. 
Compreender as fontes dos tributos é ponto de partida para o entendimento 
de sua aplicação e destino para o qual é orientado. Os tributos nascem com 
finalidade específica e necessita ser devidamente aplicado para o bem estar social. 
 
1.2 REGIMES TRIBUTÁRIOS 
 
Convém tecer algumas considerações a respeito dos regimes tributários, visto 
que, da sua escolha e definição, resultará seu enquadramento, e, 
consequentemente, serão definidas a incidência e a base de cálculo dos impostos 
federais. 
De acordo com Santos & Oliveira (2016): 
 
No Brasil são três os tipos de regimes tributários mais 
utilizados nas empresas, nos quais estas podem se enquadrar de 
acordo com as atividades desenvolvidas: Simples Nacional; Lucro 
Presumido; Lucro Real. Convém ressaltar que cada regime tributário 
possui uma legislação própria que define todos os procedimentos a 
serem seguidos pela empresa a fim de definir um enquadramento 
mais adequado. 
 
Anais do I Congresso Rondoniense de Carreiras Jurídicas 
88 
 
Observa-se que cada regime tributário, tem sobre si as orientações próprias 
para devidos enquadramentos, tomando por base as modalidades de atividades 
desenvolvidas. 
 
1.2.1 Simples nacional 
 
De acordo com a Secretaria da Receita Federal (Brasil, 2007), o Sistema 
Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e 
Empresas de Pequeno Porte (SIMPLES) é um regime tributário diferenciado, 
simplificado e favorecido previsto na Lei Complementar nº 123, de 14.12.2006, 
aplicável às Microempresas e às Empresas de Pequeno Porte, a partir de 
01.07.2007. (SANTOS & OLIVEIRA, 2016). 
Consideram-se Microempresas (ME) para efeito de Simples Nacional, o 
empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, que aufira em cada ano 
calendário, receita bruta igual ou inferior a R$360.000,00. Já as Empresas de 
Pequeno Porte (EPP), são empresários, pessoas jurídicas, ou a elas equiparadas, 
que venham auferir em cada ano-calendário receita bruta superior a R$ 360.000,00 
e igual ou inferior a R$4.800.00,000. (LC 123/2006). 
Neste regime, o recolhimento é mensal, mediante documento único de 
arrecadação de tributos específicos, como consta a descrição a seguir: 
 
Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ); • Imposto 
sobre Produtos Industrializados (IPI); • Contribuição Social sobre o 
Lucro Líquido (CSLL); • Contribuição para o Financiamento da 
Seguridade Social (COFINS); • Contribuição para o Programa de 
Integração Social (PIS); • Contribuição para a Seguridade Social 
(cota patronal); • Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de 
Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte 
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS); • Imposto 
sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN). (SANTOS & 
OLIVEIRA, 2016). 
 
Deste regime participam todos os Estados e Municípios, em caráter 
obrigatório. O imposto devido pelas empresas optantes por esse regime tem por 
base a aplicação das tabelas dos anexos da LC n° 123/06. Para efeito da 
determinação da alíquota, o devedor irá utilizar a receita bruta acumulada nos 12 
meses anteriores ao do período de apuração. Já o valor devido mensalmente, será o 
Pâmela Santos Teodoro de Souza e Edson Antonio Sousa Pinto 
 
89 
 
resultante da aplicação da alíquota correspondente sobre a receita bruta mensal 
auferida. 
 
1.2.2 Lucro presumido 
 
Neste tipo de regime tributário, encontra-se estabelecido que o montante a 
ser tributado é determinado com base na receita bruta, por meio da aplicação de 
alíquotas variáveis em função da atividade geradora da receita. 
Podem optar pelo lucro presumido as pessoas jurídicas, cuja receita brutatotal no ano calendário anterior tenha sido igual ou inferior a R$ 48.000.000,00 ou ao 
limite proporcional de R$ 4.000.000,00 multiplicados pelo número de meses de 
atividade no ano, se esse for inferior a 12 meses. No regime do lucro presumido são 
quatro os tipos de impostos federais incidentes sobre o faturamento, dentre eles o 
PIS e a COFINS, que devem ser apurados mensalmente, e o IRPJ e a CSLL cuja 
apuração deverá ser feita trimestralmente. (SANTOS & OLIVEIRA, 2016). 
 
1.2.3 Lucro real 
 
 De acordo com Silva & Rodrigues (2006, p. 01), “Lucro Real é o lucro líquido 
do período, apurado com observância das normas das legislações comercial e 
societária, ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas pela 
legislação do Imposto de Renda”. 
Orientadas com base no Lucro Real, estão , portanto, obrigadas a optar pela 
tributação com base nesse regime as pessoas jurídicas que estiverem enquadradas 
nas seguintes condições: 
 
I – Que tenham receita total, no ano-calendário anterior, 
superior a R$ 48.000.000,00, ou proporcional ao número de meses 
do período, quando inferior a 12 meses; II – cujas atividades sejam 
de instituições financeiras ou equiparadas; III – que tiverem lucros, 
rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; IV – que, 
autorizadas pela legislação tributária, usufruam benefícios fiscais 
relativos à isenção ou redução do imposto; V – que, no decorrer do 
ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de 
estimativa, inclusive mediante balanço ou balancete de suspensão 
ou redução de imposto; VI – cuja atividade seja de factoring. Para as 
demais pessoas jurídicas, a tributação pelo lucro real é uma opção. 
SANTOS & OLIVEIRA, 2016). 
Anais do I Congresso Rondoniense de Carreiras Jurídicas 
90 
 
 
Os impostos Federais incidentes nas empresas optantes pelo Lucro Real são 
o PIS, a COFINS, o IRPJ e a CSLL, sendo os dois primeiros apurados mensalmente 
sobre o faturamento e os dois últimos anualmente ou trimestralmente, tendo como 
base o Lucro Líquido contábil, ajustado pelas adições, exclusões e compensações 
permitidas ou autorizadas pelo Regulamento do Imposto de Renda. (SANTOS & 
OLIVEIRA, 2016). 
 
1.3 O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
 
O planejamento tributário nada mais é que o resultado de uma necessidade 
empresarial, diante de um quadro tributário complexo, dotado de inúmeras leis e 
alterações frequentes. Planejar a melhor maneira de contribuir com o fisco, é uma 
estratégia gerencial valiosa, tornando-se indispensável à sobrevivência da 
organização. (SANTOS & OLIVEIRA, 2016). 
De acordo com Gouveia & Afonso (2013), o mundo empresarial possui 
diversas facetas, numa gama considerável de mecanismos de sobrevivência, onde o 
empresariado se vê diante de constantes desafios, a fim de acompanhar as 
mudanças que ocorrem no mundo empresarial, especialmente no contexto dos 
recolhimentos de obrigações tributárias. E neste contexto estão medidas a serem 
tomadas para a manutenção de vantagens competitivas em relação a seus 
concorrentes. 
Para cumprir com suas obrigações e se manter em liderança no mercado, de 
igual modo, necessitam ser repensadas as decisões, a fim de que o crescimento de 
uma empresa seja mantido. Incluem-se nesse rol, produtos diferenciados, aumento 
da eficiência produtiva e redução de custos. É quando entra em cena um recurso 
extremamente valioso denominado planejamento tributário. Por meio dele, uma 
empresa pode reduzir seus custos. (GOUVEIA & AFONSO, 2013). 
Para que possa manter-se em competitividade no mercado, uma empresa 
necessita criar mecanismos de redução de suas despesas, ao mesmo tempo em 
que contribui para o aumento de seu market-share. (OLIVEIRA, 2009). 
Pâmela Santos Teodoro de Souza e Edson Antonio Sousa Pinto 
 
91 
 
Neste cenário, é pertinente inserir o Planejamento Tributário, o qual irá 
propiciar ao contribuinte a melhor forma de contribuir, observando as práticas legais, 
ao mesmo tempo em que reduz a onerosidade tributária. 
Neste sentido, o Planejamento Tributário é definido como um mecanismo de 
estratégia empresarial, por meio do qual se busca a economia de tributos dentro do 
contexto da elisão legal, cujo entendimento passa por procedimentos lícitos a serem 
adotados pelas organizações. (CARLIN, 2008). 
Segundo Tôrres (2001), o planejamento tributário pode ser sintetizado como 
uma técnica preventiva de negócios, mediante a qual, é possível organizar a 
economia da organização, em relação ao fisco, para que os deveres fiscais sejam 
cumpridos, ainda que haja uma economia de tributos, posto que esta é legítima. 
 
1.3.1 Considerações gerais 
 
Contudo, ao abordar sobre Planejamento Tributário, é imprescindível que se 
tenha o seu conceito. Segundo Young (2006, p. 91), o Planejamento Tributário 
“consiste em observar a legislação pertinente e optar ou não, pela ocorrência do fato 
gerador. É uma forma de projetar dados e, assim, determinar resultados, os quais 
poderão ser escolhidos para serem realizados ou não”. Para tanto, necessário é 
conhecer a dinâmica empresarial e a dinâmica do fisco. Todo o conhecimento será 
convertido para uma correta aplicação das normas sobre o fato gerador. 
Contribuindo com a temática, Gubert (2001, p. 43), leciona que o 
Planejamento Tributário é o “conjunto de condutas comissivas ou omissivas, da 
pessoa física ou jurídica, realizado antes ou depois da ocorrência do fato gerador, 
destinadas a reduzir, mitigar, transferir ou postergar legal e licitamente os ônus dos 
tributos”. 
Segundo os estudos de Siqueira (2011), é possível verificar que o 
planejamento tributário pode ser entendido, à luz das normas jurídicas em vigor, 
como o planejamento empresarial construído com foco na análise dos tributos, ao 
tempo em que considera seus reflexos na organização, tendo como principal 
finalidade a economia de impostos adotando procedimentos estritamente dentro da 
legalidade. Ou seja, após cuidadosa análise dos fatos administrativos e fiscais, se 
adota a forma menos onerosa para a concretização dos negócios empresariais. 
Anais do I Congresso Rondoniense de Carreiras Jurídicas 
92 
 
Em suas lições, Oliveira (2009, p. 189), destaca o Planejamento Tributário 
como alternativa eficaz às organizações, pois irá propiciar maior rentabilidade e 
competitividade, senão vejamos: 
 
[...] além da escrituração fiscal e do controle dos tributos que 
incidem sobre as atividades de uma empresa, uma das mais 
importantes funções da Contabilidade Tributária corresponde ao 
conjunto de atuações e procedimentos operacionais de uma empresa 
(especialmente os contábeis) que levaria a uma redução legal do 
ônus tributário empresarial, fazendo com que venha a obter um 
patamar superior de rentabilidade e competitividade. 
 
Ao que se observa, a adoção do planejamento tributário, é peça decisória que 
irá converter-se em benefício à empresa, pois irá reduzir o impacto dos tributos, 
figurando como uma maneira lícita de beneficiar-se das legislações vigentes, e suas 
lacunas. 
Em seus estudos, Megginson, Mosleu e Petri (1986, p. 104), lecionam o 
seguinte: 
 
Por definição, planejamento implica o desenvolvimento de um 
programa para realizar os objetivos e metas da organização. Por isso 
o planejamento envolve reconhecer a necessidade de ação, 
investigar e analisar a necessidade, desenvolver uma proposta de 
ação com base na investigação e na análise, e tomar uma decisão. 
 
O conhecimento de fatos geradores irá fomentar as melhores medidas. Por 
isso é de grande valia que os contribuintes saibam das ferramentas jurídicas e 
contábeis ao seu dispor. 
Em suas lições, Fabretti e Fabretti (2004, p. 139) escrevem que: “[...], 
devemos estudar e identificar todas as alternativas legais aplicáveis ao caso ou à 
existência de lacunas („brechas‟) na lei que possibilitem realizar essa operação da 
forma menos onerosa possível ao contribuinte, sem contrariar a lei.” 
Importaque, em face das decisões a serem tomadas, a empresa venha a 
escolher as melhores ações, no sentido de reduzir o impacto tributário. A finalidade 
de um planejamento, nada mais é que mostrar caminhos para que os tributos sejam 
devidamente pagos, porém, de maneira menos onerosa para a empresa. 
Contudo, o planejamento tributário é possível com base em regras 
específicas, pois, de acordo com Fabretti (2005) in: Gouveia & Afonso (2013) “Não 
Pâmela Santos Teodoro de Souza e Edson Antonio Sousa Pinto 
 
93 
 
há mágica em planejamento tributário, apenas alternativas, cujas relações 
custo/benefício variam muito em função dos valores envolvidos, da época, do local 
etc”. Significa dizer que um planejamento adequado, irá requerer a compreensão do 
todo organizacional em relação aos vários fatores que levam aos fatos geradores. 
No que tange ao fato gerador, é importante apresentar o que define o artigo 
114 do Código Tributário Nacional (CTN) “fato gerador da obrigação principal é toda 
situação definida em lei como necessária e suficiente para sua ocorrência”. 
Já o artigo 115 do CTN define que “fato gerador da obrigação acessória é 
qualquer situação que na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou 
abstenção de ato que não configure a obrigação principal”. Com isto se observar 
que, a implantação de um Planejamento Tributário, poderá resultar às organizações 
uma economia com os gastos tributários. 
 
1.3.2 Objetivos do Planejamento 
 
Como visto até aqui, o Planejamento Tributário, é uma ferramenta de suporte 
na gestão tributária das instituições. Convém ressaltar, que existem vários objetivos 
para o Planejamento Tributário, ocasião em que se pode melhor compreender a 
dinâmica de sua estruturação. 
Ao definir os objetivos do planejamento tributário, Carlin (2008, p. 39), o 
define da seguinte forma: “consiste em um conjunto de medidas contínuas que 
visam à economia de tributos, de forma legal, levando-se em conta as possíveis 
mudanças rápidas e eficazes, na hipótese de o fisco alterar as regras fiscais”. 
O mesmo autor relaciona os seguintes objetivos: reduzir eficazmente a carga 
tributária; melhorar os resultados das operações; aproveitar as oportunidades que a 
legislação pode proporcionar; elaborar e planificar com bases técnicas de planos e 
programas; avaliar a melhor forma de apurar e recolher os tributos; gerir a questão 
tributária com base nas oportunidades de redução da carga tributária atendendo à 
legislação vigente no sentido de se evitar riscos ou desembolsos desnecessários; 
eliminar pontos vulneráveis internos ou externos à organização; buscar janelas de 
oportunidade, através de profissionais especializados; Prevenir-se contra eventuais 
problemas, sempre analisando juridicamente os impactos das ideias de 
planejamento. 
Anais do I Congresso Rondoniense de Carreiras Jurídicas 
94 
 
Ou seja, os principais objetivos do planejamento tributário são o de evitar a 
incidência do tributo, reduzir o montante a ser pago e ainda e retardar o pagamento 
do mesmo. (CARLIN, 2008). 
 
1.3.3 A crise econômica e a necessidade de planejamento tributário 
 
Ante ao que se expôs até aqui, fica notória a necessidade de um 
planejamento tributário e que esteja integrado à rotina das organizações. 
Especialmente em tempos de crise econômica, tal ferramenta torna-se 
imprescindível na busca de opções no que se refere ao tratamento fiscal das 
empresas. 
Em relação a temática, observa-se que as empresas, no tocante aos tempos 
de crise econômica, necessitam lançar mão de estratégias que possam lhes 
assegurar a manutenção. Entre tais recursos está a prática de um planejamento 
tributário, que nos dias atuais figuram como altamente relevante, passando por 
estudos da estrutura da empresa, onde se possa ter uma dimensão geral da mesma, 
a fim de estabelecer em bases legais, estratégias que venham a minimizar a carga 
tributária. (LOPES, 2016). 
As teorias especializadas fomentam pela necessidade do planejamento 
tributário em tempos de crise como valioso e legítimo, pois trata-se de uma 
oportunidade de redução da carga tributária. Sendo, portanto, uma medida que não 
fere as regras da lei, figurando como medida lícita ao dispor de mecanismos fiscais 
favorecedores ao contexto tributário. (CALCINI, 2016). 
Para sua eficácia, contudo, resta aos gestores agirem com cautela, 
observando os ditames legais, não ferindo os princípios éticos básicos, e com isto 
terão asseguradas devidas reduções da carga tributária. (CALCINI, 2016). 
Em tempos de crise, o planejamento tributário é recurso à disposição do 
empresário, por meio do qual tem a possibilidade de apropriar-se dos incentivos 
fiscais ao seu dispor, adotando o melhor regime tributário a ser praticado. Com isto, 
organiza-se financeiramente, evita-se a ocorrência do fato gerador e liquidam-se as 
dívidas de maneira mais rentável. (LOPES, 2016). 
 
 
Pâmela Santos Teodoro de Souza e Edson Antonio Sousa Pinto 
 
95 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Após este apanhado teórico, se observa que o sistema tributário nacional é 
extremamente complexo, requerendo das empresas especial cuidado no tocante às 
contribuições com o fisco. Considerando-se as muitas normas que orientam o 
sistema tributário, é de grande valia que os gestores se dediquem cada vez mais, no 
sentido de acompanhar as alterações que comumente ocorrem, a fim de que 
possam cumprir com suas obrigações. 
Os documentos investigados, revelam que o planejamento tributário é 
mecanismo legal, que permite ao contribuinte, diante de uma carga tributária 
bastante pesada, estudar a melhor maneira de tributar, a fim de que se torne menos 
dispendiosa. 
O planejamento tributário surge, portanto, em decorrência da complexidade 
do Sistema Tributário Brasileiro, pois o contribuinte terá maior clareza quanto às 
consequências geradas por práticas ineficientes que, invariavelmente, gerarão 
perdas tanto na economia quanto na ordem social do país. 
Sendo um elemento importante, o dispêndio tributário faz com que as 
empresas estejam alertas quanto ao investimento em ferramentas e profissionais 
devidamente capacitados, para entender e interpretar a legislação tributária em 
vigor, ao mesmo tempo em que, se dispõe a estruturar a melhor maneira de cumprir 
com suas obrigações por meio do planejamento tributário. 
Justifica-se o conhecimento técnico, para que o planejamento tributário esteja 
sustentado em bases legais, de forma elisiva, em consequência do qual a incidência 
tributária seja reduzida, ou mesmo suprimida. Bem sabendo que, qualquer 
planejamento que não tenha o devido embasamento legal, estará fadado a efeitos 
contrários do esperado gerando, sobretudo penalidades pecuniárias. 
Sabendo-se que o planejamento tributário encontra-se previsto pela 
legislação, bem como as outras formas de apuração, Lucro Real, Lucro Presumido e 
Simples Nacional, cujo diferencial entre si está na quantificação do lucro tributável e 
em alguns dos aspectos formais, caberá aos gestores adotar a melhor conduta com 
o intuito de elevar ou mesmo manter sua competitividade através da redução do 
desembolso de tributos, pelos meios legais de que dispõem na atualidade. 
Sem qualquer intenção de esgotar o assunto, o que seria demasiada 
pretensão, o que se verifica pelas orientações teóricas especializadas, é que o 
Anais do I Congresso Rondoniense de Carreiras Jurídicas 
96 
 
planejamento tributário, seja ela de pequeno, médio ou grande porte, é essencial na 
construção do sucesso empresarial, oferecendo uma apuração de resultado mais 
precisa e confiável. 
Neste cenário, entende-se que é importante para o contribuinte compreender 
as normas tributárias, para que as mesmas sejam aplicadas de maneira eficiente, 
cujos resultados práticos serão valiosos, especialmente do ponto de vista 
econômico, a fim de que haja clareza quanto às consequências econômicas 
decorrentes da inobservânciada norma tributária em vigor. 
 
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