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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Instituto Politécnico – IPUC - Curso de Engenharia Mecânica / Aeronáutica Usinagem / Processos de Fabricação I – Primeira Lista de Exercício Professor: A LISTA DE EXERCÍCIO DEVE SER ENTREGUE ATÉ O DIA DA PROVA 1) Defina usinagem e suas operações de desbaste e acabamento. De uma maneira simples, Usinagem pode ser definida como um processo de fabricação com remoção de cavaco. Ou ainda como uma operação que, ao conferir à peça forma, dimensões e acabamento, produz cavaco. Sendo o cavaco a porção de material da peça retirada pela ferramenta e caracterizado por não possuir uma forma regular. As operações de usinagem são classificadas de acordo com a máquina-ferramenta utilizada para executar tal operação e podem ser subdivididas em desbaste ou acabamento. DESBASTE: Operação com alta taxa de remoção de material, limitada pela seleção da ferramenta e potência da máquina. ACABAMENTO: Remoção do sobremetal deixado pelo desbaste conferindo à peça ajuste dimensional e qualidade superficial na peça terminada. 2) A usinagem pode ser definida em processos convencionais e não convencionais. Explique a afirmação e cite três exemplos de processos de usinagem convencional e não convencional. Convencionais: em tais processos, as operações de corte utilizam energia mecânica para a remoção de material da peça, principalmente, por cisalhamento entre a ferramenta e a peça. São divididos entre processos com ferramenta de geometria definida e com geometria não definida, exemplo torneamento, fresamento, furação, Aplainamento, Retificação. Não convencionais: nos processos não convencionais, as operações de corte utilizam outro tipo de energia, como, por exemplo a termoelétrica. Nesse caso, não são geradas marcas nas superfícies da peça e a taxa de remoção de material é muito menor do que nos processos convencionais. São eles: usinagem com jato de água, jato de água com abrasivo, ultra-som, eletroquímica, eletro-erosão, laser, plasma e feixe de elétrons. 3) A geometria da ferramenta é de extrema importância na usinagem. Demonstre através de desenhos esquemáticos os quatro principais planos e os sete principais ângulos de referência da ferramenta. Plano de referência da ferramenta (Pr): é o plano que passa pelo ponto de corte e é perpendicular à direção Plano de corte da ferramenta (Ps): é o plano que passa pelo ponto de corte escolhido, é tangente á aresta de corte nesse ponto e é perpendicular ao plano de referência da ferramenta Plano ortogonal da ferramenta (Po): é o plano que passa pelo ponto de corte escolhido e é perpendicular aos planos de referência Pr e de corte Ps. Plano admitido de trabalho (Pf): é o plano que passa pelo ponto de corte escolhido, é perpendicular ao plano de referência e paralelo à direção de avanço. 4) O que ocorre com a resistência da ferramenta para um valor de (ângulo de cunha) reduzido? Diminuído o ângulo de cunha da ferramenta acaba diminui a sua resistência e a sua capacidade de dissipação de calor. 5) Qual é a função do ângulo de saída? Qual a influência desse ângulo quando positivo e quando negativo? Ângulo de saída influi decisivamente na força e na potência de corte, no acabamento superficial e no calor gerado. Quando maior o ângulo menor será o trabalho de dobramento do cavaco. Ângulo negativo é muito usando para corte de materiais de difícil usinabilidade e em cortes interrompidos, com o inconveniente da necessidade de maior força e potências de usinagem e maior calor gerado na ferramenta. 6) Qual é a função do ângulo de folga? Se ele for muito pequeno, o que isso acarreta? Ângulo de Folga Evitar atrito entre a peça e a superfície de folga da ferramenta. Se ângulo e pequeno, a cunha não penetra convenientemente no material, a ferramenta perde o corte rapidamente e perde rigidez, grande geração de calor e prejudica o acabamento superficial. Se o ângulo é grande, a cunha da ferramenta perde resistência, podendo soltar pequenas lascas ou quebrar. 7) Qual é a função do ângulo de posição? Qual a sua importância quanto à força passiva? O ângulo de posição é o ângulo entre a aresta de corte principal da pastilha e a superfície da peça. O ângulo de posição afeta a espessura dos cavacos, forças de corte e vida útil da ferramenta. Distribui as tensões de corte favoravelmente no início e no fim do corte. Aumenta o ângulo de ponta, aumentando a sua resistência e a capacidade de dissipação de calor. Influi na direção de saída do cavaco. 8) Durante o processo de usinagem alguns movimentos são de suma importância. Alguns deles atuam na retirada de cavaco, enquanto outros não retiram cavacos efetivamente. Indique os principais movimentos de usinagem e faça um desenho ilustrando os movimentos que causam a retirada do cavaco. Movimento de corte: É o movimento relativo entre a peça e a ferramenta que força o material da peça a escoar sobre a face da ferramenta, proporcionando a formação de cavaco. Movimento de avanço: É o movimento relativo entre a peça e a ferramenta o qual, combinado ao movimento de corte, proporciona uma remoção contínua do cavaco e consequente formação de uma superfície usinada. Movimento resultante de corte: É o movimento resultante dos movimentos de corte e de avanço. 9) Defina o que é cavaco e quais são as etapas do seu mecanismo de formação. Cavaco é a porção de material da peça retirada pela ferramenta e caracterizada por não possuir uma forma regular, cujo objetivo é obter peças com forma, dimensão e acabamento definido. Recalque Inicial: Momento do primeiro contato da cunha cortante com o material da peça, uma porção desse material é pressionada contra a ferramenta. (Ainda unido à peça) Deformação e Ruptura: O material em contato com a ferramenta sofre inicialmente uma de formação elástica, seguido de uma deformação plástica, que aumenta progressivamente até o estado de tensão provocar sua ruptura por cisalhamento. Deslizamento das Lamelas: continuando a penetração da ferramenta na peça, haverá uma ruptura parcial, ou completa na região de cisalhamento primário, dando origem a cavacos contínuos ou descontínuos. (Em função do material da peça e dos parâmetros de corte) Saída do cavaco: De acordo com o movimento relativo entre a ferramenta e a peça, inicia- se um escorregamento da porção do material deformado ou rompido sobre a superfície de saída da ferramenta. 10) Explique, com suas palavras, o mecanismo de formação do cavaco segmentado. Caracterizados por uma grande deformação plano de cisalhamento que gera um aumento na temperatura é propaga por condução para a peça e o cavaco e esse calor gerado proporciona uma perda de resistência ao cisalhamento. 11) Cite e explique alguns procedimentos ou mecanismos que podem ser adotados para alterar a morfologia do cavaco. Qual seria, em sua opinião, a melhor morfologia do cavaco. Justifique sua resposta. A morfologia e forma de como o cavaco se representa, o tipo de material da peça pode altera a morfologia, a melhor morfologia seria dos materiais que forma cavaco curto porque não prejudica o acabamento da peça e evita acidentes que pode ocorre com o operado. 12) O que é aresta postiça de corte. A aresta posição de corte, APC, se forma durante a usinagem em velocidade de corte intermediaria para baixo é pelo material da peça que está sendo usinada que se adere a aresta de corte. É muito comum em materiais extremamente dúcteis, como as ligas de alumínio e aços inoxidáveis, e pode causar a quebra prematura da ferramenta. 13) Faça uma relação da lei de atrito de Coulomb e explique os regimes de atrito possíveis em dois sólidos em contato quanto à sua relação de área real e área aparente. Em qual local da interface cavaco/ferramenta esses regimes são observados? Use diagramas (desenhos) para embasar sua resposta.A força cisalhante esta estar pela força normal, onde a tensão normal muito alta o cisalhamento e menor. Ar<Aa – zona escorregamento Ar=Aa – zona aderência Na zona de aderência: A Tensão Cisalhante é cte e prevalece o limite de resistência ao cisalhamento do material da peça. Na zona de escorregamento: A ligação que ocorre é mais fraca que as ligações internas do material. Fenômeno Stick-Slip. 14) Qual a importância do estudo da força e potência de usinagem dos materiais? Quais os principais fatores podem influenciar na pressão específica e consequentemente na potência de corte? Explique a relevância em cada parâmetro. O conhecimento do comportamento e da ordem de grandeza dos esforços de corte nos processos de usinagem é de fundamental importância pois eles afetam: A potência necessária para corte, tolerância mais precisa, desgaste da ferramenta e temperatura de corte. O conhecimento das forças de usinagem ou de suas componentes (força de corte, de avanço e passiva) é a base para o projeto de uma máquina ferramenta, para a determinação das condições de corte, para a avaliação da precisão de uma máquina ferramenta, em certas condições de trabalho (deformação da ferramenta, máquina e peça), para a explicação de mecanismos de desgaste e também como um critério para a determinação da usinabilidade de peças. 15) Calcule a força de corte necessária para remover material em uma operação de torneamento de um aço ABNT 1030 com profundidade de corte máxima de 0,8 mm e avanço de 0,2 mm/volta. Expresse a força em kgf, ângulo de posição 45°. 16) Deseja-se tornear uma peça de aço ABNT 1060, utilizando uma ferramenta positiva, com ângulo de posição de 60°de metal duro. Calcule o tempo ativo de usinagem para se obter a peça da figura da questão. Levar em consideração os parâmetros de usinagem propostos na tabela a seguir. Tarugo inicial com comprimento de 205,00 mm e diâmetro de 80,00 mm. Parâmetros de entrada Vc (m/min) f (mm/rev) Ap ou Ae *(mm) Desbaste 250,00 0,60 1,50 Acabamento 250,00 0,10 0,30 Faceamento 250,00 0,20 0,40* Pede-se também a potência efetiva de corte para usinar a peça abaixo, utilizando uma máquina ferramenta (torno) com 72% de eficiência. 17) Calcular a potência de efetiva de usinagem para um material CK45 com diâmetro de 60 mm, utilizando os seguintes parâmetros de corte: avanço de 0,2mm/rot, profundidade de corte 1,5 mm, ângulo de posição 95° e velocidade de corte 200 m/min. Rendimento do motor = 77%. 18) Para o diagrama abaixo calcule a força de efetiva de corte. Rendimento do motor de 85%. 19) Determine a potência de corte requerida para desbastar uma peça de aço ABNT 1045, com ferramenta de metal duro, aplicando-se a profundidade de corte de 1,2 mm e o avanço de 0,4 mm. Use a máxima velocidade da ferramenta e rendimento da máquina de 65%, ângulo de posição 45°. 20) Indique as principais propriedades e aplicações das ferramentas de usinagem constituídas dos seguintes materiais: a) Aço rápido – HSS O HSS E com metalurgia em pó oferece um maior teor de elementos de liga e uma combinação de propriedades exclusivas que melhoram a tenacidade, a resistência ao desgaste e a dureza O uso principal do aço rápido continua a ser na fabricação de várias ferramentas de corte: brocas, fresas, serras, bits de usinagem, discos para cortar engrenagens, plainas. b) Metal Duro (descreva sobre suas classes) O grande sucesso do metal duro é a combinação de resistência ao desgaste, resistência mecânica e tenacidade em altos níveis. O metal duro é fabricado pela metalurgia do pó. São utilizadas partículas duras de carbonetos de metais refratários sintetizados formando um corpo de alta dureza e resistência a compressão. Desenvolvidas para aplicações de alta performance por cortes, perfurações, chanfros e acabamentos de peças de aços diversos e outros materiais de grande resistência muito são revestidos e acaba expandido mais sua aplicação. c) Cermet O Cermet é um produto composto formado por materiais metálicos e cerâmicos. Por conseguinte, situa-se, na classificação entre o Metal Duro e as Cerâmicas. A sua formulação básica é constituída por TiC, TiN e Ni como aglomerante. Aplicações Torneamento de acabamento e mandrilamento de ferro fundido cinzento, Torneamento de metais ferrosos sinterizados, Torneamento de semi- acabamento e acabamento de aço, Semi-acabamento e acabamento de ferro fundido dúctil, Usinagem de pistas de rolamentos, Usinagem e fresamento de aços em gerais. d) Cerâmicos Os materiais de ferramentas de cerâmicas convencionais podem ser a base de Alumínio (Al2O3) ou a base de Silício (Si3N4). Uma boa faixa de materiais e componentes podem ser usinados com ferramentas de cerâmica. As aplicações típicas de ferramentas de alumina/zircônio, inclui o torneamento de ferros fundidos cinzento, nodulares e maleáveis (discos e tambores de freios, e cilindros) e) CBN O nitreto cúbico de boro policristalino, CBN, é um material com excelente dureza a quente que pode ser usado em velocidades de corte muito altas e apresenta também boa tenacidade e resistência a choques térmicos. As classes de CBN modernas são compósitos cerâmicos com um teor de CBN de 40-65%. A liga cerâmica aumenta a resistência ao desgaste do CBN, o qual, se não fosse por ela, teria tendência ao desgaste químico. Outro grupo de classes são as classes com alto teor de CBN, com 85% a quase 100% de CBN. Estas classes podem apresentar um ligante metálico para melhorar a tenacidade. Aplicações CBN são amplamente usadas para torneamento de acabamento em aços endurecidos, com uma dureza superior a 45 HRc. Acima de 55 HRc, o CBN é a única ferramenta de corte que pode substituir os métodos de retificação tradicionalmente usados. Os aços mais macios, abaixo de 45 HRc, contêm uma quantidade maior de ferrita, o que causa um efeito negativo na resistência ao desgaste do CBN. O CBN também pode ser usado para desbaste com alta velocidade de ferros fundidos cinzentos em operações de torneamento e de fresamento. f) PCD O PCD é um compósito de partículas de diamante sinterizado com um ligante metálico. O diamante é o mais duro, portanto, o mais resistente à abrasão de todos os materiais. Como um material de ferramenta de corte, ele tem boa resistência ao desgaste, porém, falta estabilidade química em altas temperaturas e se dissolve facilmente em ferro. Aplicações as ferramentas PCD são limitadas a materiais não-ferrosos, como alumínio com alto teor de alto silício, compósitos de matriz de metal (MMC) e plásticos reforçados com fibra de carbono (CFRP). O PCD com refrigeração abundante também pode ser usado em aplicações de super acabamento em titânio.
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