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Minorias Sociais
Brasil, em função de seu histórico de colonização, desenvolvimento tardio e dependência econômica, além dos problemas internos antigos e recentes, possui uma grande quantidade de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza que também podemos colocar nas minorias sociais esquecidos pelo estado. Assim, por representar um país emergente, a pobreza no Brasil apresenta elevados patamares.
Habitantes históricos do Brasil pré-colonial, os índios eram os donos da terra que habitamos hoje. Os portugueses chegaram aqui e, para explorar as riquezas da terra, começaram um longo e intenso processo de dizimação das etnias indígenas. Hoje os índios são minoria absoluta em números e também uma minoria social.
Os índios não têm mais condições materiais de manter o seu modo de vida tradicional (baseado na vida tribal e na subsistência por meio da caça e da pesca). A sociedade cresceu e empurrou sobre os índios que ainda resistem nas aldeias o modo de vida que chamam “civilizado”. Nesse processo, muitos indígenas e descendentes (mestiços ou não) foram assimilados na cultura branca. Porém, essa minoria étnica continua distante dos espaços de poder.
As sociedades capitalistas contemporâneas tendem a desenvolver certos padrões elitistas de categorizar o que é “normal”. Há um padrão de vida vendido como o melhor, além de haver um padrão de comportamento socialmente considerado como a norma. Isso é chamado de normatização. As minorias são setores sociais que fogem das diversas normatizações impostas e, por mais contraditório que pareça, elas são a maioria em números absolutos.
O capitalismo vende a ideia de que quem não atende à classificação normativa do sistema não tem valor, é um ser reduzido. O interessante é que os padrões normativos servem como modo de se manter a hegemonia das classes dominantes. O padrão normativo de excelência nesse sistema é mantido por pessoas brancas, com altos resquícios de um sistema misógino, de classe média para a alta, heterossexuais, consideradas produtivas, etc.
 Os grupos minoritários, nesta seara de padrões normativos, são vários. Há uma busca pela representatividade desses grupos no cenário de dominação.
Nesse caso, não se refere a um número menor de pessoas, à sua quantidade, mas sim a uma situação de desvantagem social. Ou seja, apesar de muitas vezes coincidir de um grupo minoritário ser realmente a menor parte da população, não é o fator numérico o essencial para que uma população possa ser considerada uma minoria. São as relações de dominação entre os diferentes subgrupos na sociedade e o que os grupos dominantes determinam como padrão que delineiam o que se entende por minoria em cada lugar. Comportamentos discriminatórios e preconceituosos também costumam afetar os grupos minoritários.
COMO RECONHECER UMA MINORIA?
As características podem variar para cada grupo minoritário, mas alguns elementos costumam ser comuns às minorias, como:
	Vulnerabilidade: os grupos minoritários, em geral, não encontram amparo suficiente na legislação vigente, ou, se o amparo legal existe, não é implementado de modo eficaz. Por isso, é comum a luta desses grupos por terem sua voz mais escutada nos meios institucionais. Exemplo: transgêneros;
	Identidade em formação: mesmo que exista há muito tempo e que tenha tradições sólidas e estabelecidas, a minoria vive em um estado de ânimo de constante recomeço de sua identificação social, por ter de se afirmar a todo momento perante a sociedade e suas instituições, reivindicando seus direitos. Exemplo: negros;
	Luta contra privilégios de grupos dominantes: Por serem grupos não-dominantes e, muitas vezes, discriminados, as minorias lutam contra o padrão vigente estabelecido. Essa luta, na atualidade, tem como grande marca a utilização das mídias, para expor a situação dessas minorias e levar conhecimento para a população em geral. Exemplo: mulheres;
	Estratégias discursivas: As minorias organizadas, em geral, realizam ações públicas e estratégias de discurso para aumentar a consciência coletiva quanto a seu estado de vulnerabilidade na sociedade. Além das mídias já citadas, passeatas e manifestos também podem são frequentemente utilizados. Exemplo: movimento LGBTQIA.
Exemplos de grupos minoritários
As minorias podem ser discriminadas por diversos motivos. Alguns exemplos são: étnicos, religiosos, de gênero, de sexualidade, linguísticos, físicos e culturais.
Em cada país ou região, diferentes populações podem ser consideradas minoritárias, a depender dos grupos que dominam as instituições do local, sendo que um mesmo grupo pode ser dominante em um lugar e minoritário em outro.
Os judeus, por exemplo, são o grupo hegemônico em Israel, mas podem ser considerados minoritários em outros países, como nos que há predominância católica. Os curdos são considerados minoria na Turquia, enquanto os descendentes de turcos são considerados um grupo minoritário na Alemanha. No Brasil, podemos citar como exemplos de minorias mais conhecidas as populações negra, LGBTQIA, de mulheres, e indígenas de deficientes.
POR QUE DEVEMOS PROTEGER AS MINORIAS EM UMA DEMOCRACIA?
A fala comum de que a democracia é o governo da maioria nem sempre é ou deve ser verdade. Os direitos humanos, como direitos fundamentais, devem ser considerados pela legislação de uma nação e garantidos a todos os indivíduos. No caso das minorias, tal consideração é especialmente importante, posto que se tratam de grupos já discriminados e tratados de modo desigual pela parte maioritária.
Assim, é imprescindível que a não democracia considere somente o princípio da maioria, mas também princípios de justiça social, concedendo espaços de fala para as minorias e realizando leis e políticas públicas que atendam aos seus interesses e necessidades, mesmo que estes não correspondam aos desejos da maior parte da população. Ao agir desse modo, o Estado colabora para a diminuição da discriminação contra esses grupos minoritários e garante que toda sua população seja contemplada com direitos fundamentais, como estabelecido na Constituição Brasileira, que será abordada em seguida.
Como exemplo, pode-se citar o direito ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Mesmo que a maior parte da população de determinado país não concorde com esse tipo de união, o Estado pode interceder em favor dessa minoria – no caso, a população LGBTQI – e conceder o direito, sem que tal ato consista em uma violação da democracia.    
MINORIAS NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA
A legislação brasileira raramente utiliza o termo “minorias” para caracterizar a situação de vulnerabilidade de grupos minoritários no Brasil. Na Constituição Federal, por exemplo, o termo não aparece em nenhum momento com esse significado. Entretanto, na própria Constituição e em outras leis infraconstitucionais, são encontrados artigos que colaboram para que os direitos fundamentais das minorias brasileiras, de modo geral, sejam assegurados. Citaremos alguns exemplos:
Constituição Federal de 1988
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.
Parágrafo 1º: O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, índigenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional. […]
Art. 216: Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira.
Desse modo, a Constituição brasileira protege os direitos, principalmente, das minorias étnicas existentes em seu território, garantindo seu apoio à cultura dessas populações.
Lei 2889/56
Essa lei, ao buscar prevenir o genocídio, colabora para a proteção das minorias, que, como já citado, são as maiores vítimas desse crime. Ela estabelece punições para aquele que
com intenção de destruir no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso,como tal: a) Matar membros do grupo; b) Causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo; c) Submeter intencionalmente o grupo a condições de existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou parcial ; d) Adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo; e) Efetuar a transferência forçada de crianças de um grupo para outro grupo.
Lei 7716/89
Essa lei estabelece punições para crimes resultantes de discriminação relacionada a raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Alguns dos crimes são: impedir acesso a serviços públicos, negar contratação, impedir acesso a cargos públicos, deixar de atender cliente, impedir acesso a transportes públicos, entre outros, por motivo de discriminação já citados. Como já foi comentado, as minorias são alvos de discriminação e preconceito, portanto, ao buscar punir esses crimes, o Estado protege os grupos minoritários.
EXEMPLOS DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA MINORIAS NO BRASIL
Apesar de ainda termos um longo caminho em direção à efetivação dos direitos das minorias no Brasil, algumas políticas públicas com esse propósito já foram realizadas no país, visando à proteção de grupos minoritários específicos. Alguns exemplos são:
	As ações afirmaivas para o acesso ao ensino superior, que possibilitam uma menor desigualdade de oportunidades a negros, grupos étnicos e sociais minoritários;
	O Programa Nacional de Reforma Agrária, que, dentre outras ações, garantiu direitos mais amplos às mulheres na titulação da terra, que passaram a ter preferência no recebimento dos lotes;
	As ações afirmativas para maior participação na política, estabelecendo, por exemplo, a porcentagem mínima de 30% para candidaturas femininas em cada partido;
	As ações afirmativas que asseguram 20% dos cargos públicos a pessoas portadoras de deficiência;
	Leis que propõem viabilizar o livre acesso de pessoas com deficiência a edificações e vias públicas;
	As ações para reconhecimento da união entre casais homoafetivos, dentre elas: a Resolução número 175/2013 da CNJ, que passou a permitir o casamento civil entre casais do mesmo sexo e a aprovação recente, pela CCJ, do projeto de lei que  reconhece sua união civil, garantindo inclusive os direitos civis de sucessão ao companheiro. O projeto segue em trâmite no Congresso;
	Entre outras.
fontes:
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/minorias-sociais.htm acesso em 11/11/2020
https://www.politize.com.br/o-que-sao-minorias/ acesso em 11/11/2020
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/minorias-sociais.htm acesso em 11/11/2020

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