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Proteção de sistemas Chaves fusíveis Chaves fusíveis são os elementos mais utilizados na proteção de redes de distribuição urbanas e rurais, por apresentar preços reduzidos e desempenho satisfatório para o nível de proteção que se deseja. No interior do cartucho da chave fusível está instalado o elo fusível, que é o elemento de proteção. Introdução A fusão do elo fusível não determina que haja interrupção da corrente elétrica no circuito, pois nos sistemas de média tensão o arco elétrico continua fluindo entre os terminais separados do elo fusível, devido ao ambiente fortemente ionizado. Introdução Para que seja garantida a interrupção da corrente elétrica, o elo fusível possui um tubinho cobrindo seu elemento ativo que, ao ser queimado pelo arco, produz uma substância que aquecida libera gases desionizantes, aumentando a atividade de extinção do arco. Introdução Deve-se entender por relação de rapidez o quociente entre a corrente mínima de fusão e a corrente de surto do elo fusível no tempo de: • 0,10 a 300 segundos, para valores nominais do elo fusível de até 100 A, • 0,10 a 600 segundos para correntes nominais do elo fusível superiores a 100 A. Exemplo: Se a corrente de fusão do elo fusível de 3 H for de 4,5 A (no tempo de 300 s) e suportar 80 A durante 0,10 s (corrente de surto), a relação de rapidez é de 80/4,5 = 17,4. Relação de rapidez Relação de rapidez Os elos fusíveis são fabricados e utilizados em função das suas características tempo versus corrente, o que permite que sejam codificados nas seguintes classificações: Tipo H: Denominados fusíveis de alto surto, apresentam tempo de atuação lento e são utilizados somente na proteção de transformadores de distribuição. A característica de atuação lenta é necessária para que não operem durante a energização do transformador devido à corrente de surto ou corrente de inrush. Sua relação de rapidez varia entre 11,4 (para elos fusíveis de corrente de 0,5 A) a 36,4 (para fusíveis de 5 A). São fabricados com as seguintes correntes nominais: 0,5A – 1A – 2A – 3A – 5A. Elos fusíveis - classificações Tipo K: Apresentam tempo de atuação rápido, sendo utilizados normalmente na proteção de ramais de alimentadores de distribuição ou mesmo instalados ao longo desses alimentadores, porém, na sua trajetória final. Têm uma relação de rapidez variando entre 6 (para elos fusíveis de corrente nominal de 6 A) e 8,1 (para elos fusíveis de corrente nominal de 200 A). São agrupados em dois diferentes tipos: elos fusíveis preferenciais e elos fusíveis não preferenciais. Essa classificação torna-se necessária para indicar ao usuário que somente há coordenação entre os elos fusíveis listados dentro de um mesmo grupo. Os elos fusíveis de grupos diferentes não são seletivos. Os elos fusíveis preferenciais são fabricados com as seguintes correntes nominais: 6 – 10 – 15 – 25 – 40 – 65 – 100 – 140 – 200 A. Já os elos fusíveis não preferenciais são fabricados com as seguintes correntes nominais: 8 – 12 – 20 – 30 – 50 – 80 A. Elos fusíveis - classificações Tipo T: Apresentam tempo de atuação lento. Têm relação de rapidez variando entre 10 (para elos fusíveis de corrente nominal de 6 A) e 13 (para elos fusíveis de corrente nominal de 200 A). No entanto, os elos fusíveis K e T apresentam os mesmos valores de corrente nominal. Os elos fusíveis do tipo T são destinados à proteção de alimentadores de distribuição e seus ramais correspondentes. Elos fusíveis - classificações Os elos fusíveis são fabricados em liga de estanho, que possui uma temperatura de operação normal de cerca de 100° C e ponto de fusão de 230° C. Exemplos de valores das correntes nominais dos elos fusíveis aplicados na proteção de transformadores de distribuição são fornecidos na tabela, respectivamente para os tipos H e K. Elos fusíveis - classificações As chaves fusíveis utilizadas devem ser adequadas às correntes nominais dos elos fusíveis: • Chaves fusíveis de 50 A: elos fusíveis de 1 a 50 A. • Chaves fusíveis de 100 A: elos fusíveis superiores a 50 A até 100 A. • Chaves fusíveis de 200 A: elos fusíveis superiores a 100 A até 200 A. Chaves fusíveis • tempo mínimo de fusão, que corresponde ao menor tempo no qual o fusível se funde para uma dada corrente. A curva de tempo mínimo de fusão representa o tempo necessário para ocorrer a fusão do elemento fusível, considerando a temperatura ambiente de 25° C e o elo fusível sem corrente antes do evento. • tempo de máxima fusão que corresponde à curva de tempo mínimo de fusão, acrescido de um valor de corrente admitido pelo fabricante como margem de tolerância do tempo de fusão. • Curva tempo versus corrente total de interrupção do arco que corresponde à curva de tempo máximo de fusão, acrescido de um tempo que permita a extinção definitiva do arco. • Curva de tempo de curta duração versus corrente que corresponde ao tempo máximo para que o fusível não seja aquecido no caso de sobrecarga de curta duração para uma dada corrente. Elos fusíveis – curvas tempo versus corrente Padrão bitolas cabos elétricos Tempo para recozimento condutores Característica tempo versus corrente Os elos fusíveis são utilizados na proteção de transformadores de distribuição para evitar os efeitos térmicos, devido às correntes de curto-circuito. O elo fusível deve atuar para a corrente de curto-circuito na rede de distribuição secundária, onde é proteção de segunda linha, evitando, assim, que essa corrente danifique o transformador e seja transferida pela relação de transformação para a rede primária afetando, assim, a continuidade do sistema. Para transformadores com potência nominal de aproximadamente até 75 kVA, os defeitos na rede secundária provocam correntes de pequeno valor que, transferidas para o primário, podem não fazer atuar o elo fusível. Para evitar que o transformador de distribuição seja danificado, muitas vezes as concessionárias utilizam proteção secundária por meio de disjuntores termomagnéticos. Elos fusíveis – considerações sobre proteção de transformadores • Os fusíveis devem atuar de forma coordenada com a curva térmica do transformador. Esse requisito nem sempre é possível de ser alcançado, pois diferentemente dos relés de imagem térmica, os elos fusíveis têm suas curvas fixas. • O elo fusível deve atuar para defeitos internos ao transformador que protege. • O elo fusível deve fundir num tempo inferior a 17 s com correntes entre 2,5 a 3 vezes a corrente nominal do transformador, tomando-se a curva tempo versus corrente para o tempo máximo de atuação. • Os elos fusíveis devem coordenar com as proteções instaladas a montante e a jusante do ponto de instalação do transformador. Elos fusíveis – considerações sobre proteção de transformadores • O elo fusível não deve atuar para as sobrecargas ocorridas no transformador, mesmo que afetem a sua vida útil. Essa prescrição é importante, pois os transformadores de distribuição normalmente são submetidos a sobrecargas temporárias de média duração, mas que, em geral, não atingem a temperatura máxima de serviço que é de 95° C. Para isso, é necessário que se controle o processo de sobrecarga. • O elo fusível não deve atuar durante a energização do transformador. Essa corrente normalmente alcança valores compreendidos entre 8 a 12 vezes a corrente nominal do transformador e um tempo de duração de até 100 ms. Elos fusíveis – considerações sobre proteção de transformadores • Prever no dimensionamento do elo fusível o crescimento da carga para pelo menos um período de 5 anos. • Prever no dimensionamento do elo fusível as cargas que podem ser eventualmente transferidas por meio de manobras na rede de distribuição para permitir manutenção corretiva e preventiva. Elos fusíveis – considerações sobreproteção em linhas de distribuição A corrente nominal do elo fusível para a proteção de um ramal deve ser igual ou superior a 150% da corrente máxima de carga prevista no projeto no ponto de instalação da chave fusível, conforme equação Nos estudos de coordenação de alimentadores existentes é aconselhável medir a corrente no ponto de derivação dos ramais ou definir esse valor por meio de uma avaliação adequada. Elos fusíveis – considerações sobre proteção em linhas de distribuição • A corrente nominal da chave fusível deve ser igual a pelo menos 150% da corrente nominal do elo fusível que será utilizado na proteção do ramal de distribuição. • Determinar as correntes de curto-circuito trifásicas, bifásicas e fase-terra em todos os pontos onde estão instaladas as chaves fusíveis. • A corrente nominal do elo fusível deve ser igual ou inferior a 25% da corrente de curto-circuito fase-terra mínima que ocorrer no fim do trecho para uma resistência de aterramento de 40 W, conforme a equação: Elos fusíveis – considerações sobre proteção em linhas de distribuição ➢Para a correta especificação dos elos fusíveis (e/ou dispositivos de proteção) torna-se necessário determinar a corrente de carga máxima em cada trecho da rede de distribuição. ➢O problema é que com a existência de vários ramais (derivações), é impraticável realizar a medição simultânea e obter o valor máximo de demanda coincidente de todos os transformadores de distribuição do alimentador. Elos fusíveis – considerações sobre proteção em linhas de distribuição Seria impraticável realizar a medição simultânea e obter o valor máximo de demanda coincidente de todos os transformadores de distribuição do alimentador. ➢Uma forma de se conhecer a demanda máxima dos transformadores de distribuição com desvio aceitável para esse propósito se for determinada a taxa de corrente do alimentador. ➢ Basicamente, consiste em se obter, através de medição do alimentador da subestação, o maior valor de corrente de um determinado período, normalmente de 1 ano, se possível, ou outro intervalo de tempo que permita um maior número de dados. Elos fusíveis – definição de demanda máxima de transformadores conectados em linhas de distribuição Uma vez obtido o valor de máxima corrente no circuito alimentador, divide-se esse valor pela soma das potências nominais dos transformadores de distribuição, obtendo-se a taxa de corrente do alimentador K = I/kVA que deve ser aplicada sobre a potência nominal de cada transformador de distribuição para que seja obtida a demanda média desse equipamento. Elos fusíveis – definição de demanda máxima de transformadores conectados em linhas de distribuição A obtenção da potência nominal dos transformadores dos consumidores conectados em média tensão não apresenta, em geral, nenhuma dificuldade para o estudo, já que as concessionárias mantêm normalmente em seus registros o cadastro desses consumidores. A corrente de carga desses consumidores pode ser obtida por meio da demanda máxima em kW que acompanha a leitura de energia realizada mensalmente pelas concessionárias. O valor de K obtido por meio da Equação anterior conduz a excelentes resultados. Dessa forma, o valor de K é aplicado somente sobre os valores de potência nominal dos transformadores de distribuição, obtendo-se as demandas médias de cada um deles. Já a contabilização das correntes de carga em cada trecho do alimentador é realizada somando-se as correntes obtidas pela aplicação do fator K sobre a potência dos transformadores de distribuição com as correntes máximas obtidas das leituras de demanda faturada da conta de energia de cada consumidor conectado em média tensão. Elos fusíveis – definição de demanda máxima de transformadores conectados em linhas de distribuição Quando os consumidores são de pequeno porte, e, portanto, faturados somente com o consumo de energia, deve-se aplicar o fator K sobre a potência nominal de todos os transformadores do alimentador. Isso é muito comum nos alimentadores rurais em áreas caracterizadas por minifúndios. Nesse caso, a equação toma a seguinte forma: Elos fusíveis – definição de demanda máxima de transformadores conectados em linhas de distribuição Devido à grande quantidade de elos fusíveis instalados nos alimentadores de distribuição, é essencial que sejam empregados alguns critérios de coordenação para evitar a eliminação de grandes trechos desnecessariamente. Para que dois elos fusíveis ligados em série atuem de forma coordenada entre si para corrente de curto- circuito ou sobrecargas elevadas, o tempo de interrupção do elo fusível protetor deve ser de no máximo 75% do menor tempo de fusão do elo fusível protegido. Elos fusíveis – critérios de coordenação Se existir um número elevado de chaves fusíveis em série, a coordenação torna-se impraticável. Devem-se aplicar no máximo duas chaves em série, complementando as necessidades de proteção por meio de religadores de distribuição e/ou seccionadores. Sempre que possível, reduzir o número de elos fusíveis aplicados num dado alimentador a fim de permitir ampliar a faixa de coordenação entre os elos fusíveis protegidos e protetores. A série de fusíveis mais recomendada é: 6 – 10 – 15 – 25 – 65 A. O elo fusível protegido deve coordenar com o elo fusível protetor, considerando o maior valor da corrente de curto- circuito no ponto de instalação do elo fusível protetor. Elos fusíveis – critérios de coordenação Para esclarecer as posições tomadas dos elos fusíveis protetor e protegido no alimentador, observe a figura: o elo fusível 1 é protegido dos elos fusíveis 2 e 3, enquanto os elos fusíveis 2 e 3 são elos fusíveis protetores. Cerca de 84% dos defeitos em alimentadores de distribuição envolvem a terra. Devido a esse fato, deve-se tentar coordenar os elos fusíveis protegidos e protetores para a menor corrente de curto-circuito fase-terra no ponto de instalação do elo fusível protetor. Elos fusíveis – critérios de coordenação A coordenação entre o elo fusível protegido e o elo fusível de proteção de um transformador pode acarretar corrente nominal muito elevada do elo fusível protegido. Neste caso, é preferível desconsiderar essa coordenação a perder a proteção do alimentador pela corrente elevada do elo fusível protegido. Não utilizar elos fusíveis do tipo H para proteção de ramais ou mesmo para instalação nos alimentadores longos. Elos fusíveis – critérios de coordenação Utilizar a menor quantidade de elos fusíveis possíveis, sem, no entanto, perder a proteção do alimentador. Para reduzir o número de elos fusíveis num determinado alimentador utilizar de preferência a série de elos fusíveis denominada elos fusíveis preferenciais do tipo K. Por outro lado, existe a série de elos fusíveis não preferenciais também do tipo K. Isso não quer dizer que não se possam utilizar as duas séries de fusíveis num mesmo projeto de coordenação. Depende da condição de coordenação. Elos fusíveis – critérios de coordenação Uma vez conhecidas as famílias de elos fusíveis a ser utilizada e conhecidas as correntes de curto-circuito em todos os pontos de instalação de chaves fusíveis, pode-se utilizar tabelas para se obter a coordenação de elos fusíveis. Elos fusíveis – critérios de coordenação Elos fusíveis – critérios de coordenação Elos fusíveis – critérios de coordenação Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo Exemplo Atividade Atividade Atividade Atividade Atividade Atividade – solução Atividade – solução Atividade – solução Atividade – solução Atividade – solução Menor corrente curto circuito (fase-terra) = 200 Amperes Maior corrente curto circuito (trifásico) = 1000 Amperes Atividade –solução Considerando que: Icbt = corrente dos consumidores atendidos em baixa tensão da rede pública Icp = corrente dos consumidores atendidos conforme demanda estabelecida em contrato Então, a corrente máxima prevista no circuito do fusível (ponto p12), In,p12 pode ser calculada por: In,p12 = Icbt x K + Icp In,p12 = 0 x 0,0166 + (6 + 7) In,p12 = 13 Amperes Atividade – solução Assim, os parâmetros para definição do fusível são os seguintes: In,p12 = 13 Amperes Menor corrente curto circuito (fase-terra) = 200 Amperes Maior corrente curto circuito (trifásico) = 1000 Amperes Definição da corrente nominal do fusível: • Mínima corrente nominal = 1,5 x 13 = 19,5 Amperes • Máxima corrente nominal = 200 / 4 = 50 Amperes 19,5 A ≤ corrente nominal ≤ 50 A Atividade – solução 19,5 A ≤ corrente nominal ≤ 50 A Além disso, necessitamos que este fusível deve permitir coordenação com fusíveis 15K (protetores). Atividade – solução Atividade – solução Atividade – solução Menor corrente curto circuito (fase-terra) na sua zona de proteção = 300 Amperes Maior corrente curto circuito (trifásico) = 1100 Amperes Atividade – solução Considerando que: Icbt = corrente dos consumidores atendidos em baixa tensão da rede pública Icp = corrente dos consumidores atendidos conforme demanda estabelecida em contrato Então, a corrente máxima prevista no circuito do fusível (ponto p12), In,p12 pode ser calculada por: In,p12 = Icbt x K + Icp In,p12 = 300 x 0,0166 + (6 + 7) In,p12 = 17,98 Amperes Atividade – solução Assim, os parâmetros para definição do fusível são os seguintes: In,p12 = 17,98 Amperes Menor corrente curto circuito (fase-terra) = 300 Amperes Maior corrente curto circuito (trifásico) = 1100 Amperes Definição da corrente nominal do fusível: • Mínima corrente nominal = 1,5 x 17,98 = 26,97 Amperes • Máxima corrente nominal = 300 / 4 = 75 Amperes 26,97 A ≤ corrente nominal ≤ 75 A Atividade – solução 26,97 A ≤ corrente nominal ≤ 75 A Além disso, necessitamos que este fusível deve permitir coordenação com fusíveis 40K (protetor). Atividade – solução Atividade – solução Pelo gráfico da figura, podemos observar que o elo fusível 65K, com uma corrente de 1100 Amperes deve demorar um pouco menos de 0,15 segundos para que seccione o circuito ao qual está conectado. Atividade – solução Pelo gráfico, a escolha do condutor permite que a corrente de 1100 Amperes, mesmo persistindo por mais de 20 segundos, não possui condições de afetar a integridade física do cabo. Uma ponderação importante a se fazer é com relação à máxima corrente suportável pelo elo fusível de 65K que, no caso, possui o mesmo valor da corrente de curto circuito trifásica para o alimentador em questão. Pelos dois gráficos apresentados (neste slide e no anterior) , eventualmente, pode-se estudar a utilização do elo fusível de 80K, restando verificar se o mesmo permite a coordenação com os elos fusíveis à montante. Atividade – solução
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