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Inquérito Policial 1 INQUÉRITO POLICIAL É um conjunto de diligências realizadas pela Polícia Judiciária visando investigar as infrações penais e colher elementos necessários para que possa ser proposta a ação penal. CONCEITO 2 INQUÉRITO POLICIAL Conforme vários dispositivos do CPP, notadamente os arts. 4º e 12 do CPP, há de se concluir que o inquérito visa à apuração da existência de infração penal e à respectiva autoria, a fim de que o titular da ação penal disponha de elementos que o autorizem a promovê-la. Apurar a infração penal é colher informações a respeito do fato criminoso. Apurar a autoria significa que a Autoridade Policial deve desenvolver a necessária atividade visando descobrir, conhecer o verdadeiro autor do fato infringente da norma. FINALIDADE 3 INQUÉRITO POLICIAL No inquérito policial não há acusado, porque não é processo. a expressão processo administrativo tem outro sentido, mesmo porque no inquérito não há litigante, e a Carta Magna, fala dos “litigantes em processo judicial ou administrativo”. O inquérito é medida preparatória para o exercício da ação penal, a partir do momento que, o titular da ação penal disponha de elementos que o autorizem a ingressar em juízo. CARACTERÍSTICAS 4 INQUÉRITO POLICIAL Tem natureza administrativa e suas características são: 1 – Escrito 2 – Sigiloso 3 – Não obrigatório 4 – Indisponível 5 – Inquisitivo 6 – Oficial CARACTERIZAÇÃO 5 INQUÉRITO POLICIAL Preceitua o artigo 144 da CF que a segurança pública é um dever do Estado, valendo-se este da policia para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. A presidência do inquérito policial, cabe à autoridade policial, embora as diligências realizadas, possam ser acompanhadas pelo representante do Ministério Público. Outras investigações criminais, podem ser presididas, conforme dispuser a lei, por outras autoridades. É o caso que se dá por exemplo, quando um juiz é investigado, quando no curso da investigação, houver indício da prática de crime por parte do magistrado, a autoridade remeterá os respectivos autos ao Tribunal correspondente. INQUÉRITO POLICIAL É com a notitia criminis que a Autoridade Policial dará início às investigações. Essa notícia de crime pode ser: 1 - de “cognição imediata”; 2 - de “cognição mediata”; 3 - de “cognição coercitiva”. 7 INQUÉRITO POLICIAL A investigação criminal, em qualquer de suas formas, tem início com a noticia do crime. Chama-se notitia criminis o conhecimento espontâneo ou provocado que tema autoridade pública da prática de um fato delituoso. A notícia do crime espontânea é a que se dá por cognição imediata ou comunicação não formal, isto é, por meio de formas diretas de conhecimento do fato delituoso. A notítia criminis provocada é o ato jurídico com que alguém da conhecimento a um dos órgãos da persecutio criminis, ou à autoridade com funções investigatórias da prática de fato delituoso 8 INQUÉRITO POLICIAL A vox pública, as informações da imprensa, a investigação de um funcionário subalterno, a descoberta de um cadáver feita ocasionalmente, a comunicação telefônica de algum acontecimento delituoso, tudo isso, são exemplos de notitia criminis não provocada. Já a delação da vítima, é a denúncia de qualquer pessoa, levada diretamente à polícia, pode ser por requisição judicial ou do Ministério Público. 9 INQUÉRITO POLICIAL A notitia criminis ainda pode se revestir de forma coercitiva: é o que se dá com a prisão em flagrante delito. A notícia do crime (a comunicação feita a órgãos da persecução pena,l sobre a prática de uma infração penal) pode ser dirigida à autoridade policial (CPP artigo 5º, inciso II, parágrafos 3º e 5º), ou ao Ministério Público ( CPP artigos 27, 39 e 40). Excepcionalmente pode, a notitia criminis, ser endereçada ao Juiz (CPP artigos 39 e 531). Ainda pode ser destinatário: o Poder Legislativo, Assmbléia Legislativa, Câmara dos Deputados e o Senado Federal, crimes de responsabilidade dos governadores de Estado e Presidente da República. 10 INQUÉRITO POLICIAL Tratando-se de crime de ação pública incondicionada, a Autoridade Policial, tomando conhecimento, instaura o inquérito: a) de ofício; b) mediante requisição da Autoridade Judiciária; c) mediante requisição do órgão do Ministério Público, ou, mediante requerimento do ofendido, ou de quem tiver qualidade para representá-lo. 11 INQUÉRITO POLICIAL Praticado um ato definido como infração penal, surge para o Estado o jus puniendi , que só pode ser concretizado, através do processo. A fim de se propor a ação penal, é necessário que o Estado disponha de elementos probatórios, que indiquem a ocorrência de uma infração penal e sua autoria, obtido com o inquérito policial. Cabe à policia judiciária, exercida pelas autoridades policiais, a apuração das infrações penais e da autoria por meio do inquérito policial, preliminar ou preparatório da ação penal. 12 Formular o indiciamento Encerramento Relatório circunstanciado. ADOÇÃO DE PROVIDÊNCIAS INQUÉRITO POLICIAL PRAZOS ESPECIAIS Solto 30 dias Preso 15 + 15 Lei 5.010/66 Solto 90 dias Preso 30 dias Lei 11.343 Indiciado Solto 30 dias Indiciado Preso 10 dias PRAZO 13 INQUÉRITO POLICIAL O arquivamento do inquérito cabe ao juiz, a requerimento do Ministério Público. Este, de acordo com o princípio da obrigatoriedade, deve formular um juízo de valor sobre o seu conteúdo, para avaliar a existência, ou não, de elementos suficientes para fundamentar a acusação. Caso não encontre tais elementos (tipicidade do fato, indícios de autoria, condições de procedibilidade ou de punibilidade), cumpre requerer ao juiz, o arquivamento. Pode também requerer o arquivamento, quando estiver demonstrado cabalmente pelos elementos colhidos, que o indiciado atuou sob uma das causas excludentes da ilicitude. ARQUIVAMENTO 14 INQUÉRITO POLICIAL O inquérito referente ao crime de ação pública, não pode ser arquivado pelo juiz, ou pelo tribunal, sem a manifestação do Ministério Público. Caso ocorra, cabe o despacho de correição parcial, ou, agravo no tribunal. Registre-se que é inadmissível o arquivamento de peças sem decisão judicial. O despacho em que se arquiva o inquérito policial, a pedido do Ministério Público, é irrecorrível. Não pode também o juiz, após o recebimento, reconsiderar a decisão e arquivar os autos. Entretanto, os juízes devem recorrer de ofício, sempre que arquivarem autos de inquérito policial, referentes a crimes contra a economia popular ou contra a saúde pública. ARQUIVAMENTO 15 INQUÉRITO POLICIAL O juiz não está obrigado a atender, de início, o pedido de arquivamento do MP, podendo remeter o inquérito, caso não se convença das razões invocadas para o pedido do arquivamento, ao Procurador Geral de Justiça. A este cabe a decisão final sobre o oferecimento ou não da denúncia (princípio da devolução). O juiz atua, na hipótese da remessa, como fiscal do princípio da obrigatoriedade da ação penal pública. Não cabe ao juiz, caso seja requerido o arquivamento, determinar diligências. Caso não concorde com o pedido de arquivamento, por entender que outras diligêcnias devem ser realizadas, cumpre-lhe encaminhar os autos ao Procurador-Geral que se pronunciará a respeito. ARQUIVAMENTO 16 INQUÉRITO POLICIAL A) Oferecer a denúncia. B) Designar outro representante do MP para oferecê-la. C) Insistir no arquivamento. RECEBENDO OS AUTOS DO INQUÉRITO, O PROCURADOR PODE: 17 Acadêmico, esse material o ajudará a adquirir conhecimento, servindo de apoio para a realização da atividade prática. Bons estudos! ATIVIDADE PRÁTICA 19 Referências Bibliográficas MIRABETE, Julio Fabbrini. Código de processo penal interpretado. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2003. MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional.10. ed. São Paulo: Atlas, 2001. 21
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