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LABORATÓRIO CONTÁBIL Conteúdo: Ramon Alberto Cunha de Faria Pablo Rojas Coordenador S719o Sousa Júnior, Walter Alves de. Orçamento empresarial [recurso eletrônico] / Walter Alves de Sousa Júnior; coordenação: Pablo Rojas. – Porto Alegre : SAGAH, 2016. Editado como livro impresso em 2016. ISBN 978-85-69726-10-4 1. Contabilidade. 2. Orçamento - Empresas. I. Título. CDU 657 Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 © SAGAH EDUCAÇÃO S.A., 2016 Colaboraram nesta edição: Coordenador técnico: Pablo Rojas Capa e projeto gráfico: Equipe SAGAH Imagem da capa: Shutterstock Editoração: Renata Goulart Reservados todos os direitos de publicação à SAGAH EDUCAÇÃO S.A., uma empresa do GRUPO A EDUCAÇÃO S.A Av. Jerônimo de Ornelas, 670 - Santana 90040-340 - Porto Alegre, RS Fone: (51) 3027-7000 Fax: (51) 3027-7070 É proibida a duplicação deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônicos, mecânicos, gravação, fotocópia, distribuição na Web e outros), sem permissão expressa da empresa. ANÁLISE DOS RESULTADOS PROJETADOS - II 140 INTRODUÇÃO Matarazzo (1998) define a análise dos Resultados Projetados como uma forma de os gestores obterem as informações necessárias para a tomada de decisões empresariais. Esse conceito, apesar de parecer muito obvio, indica o nível de importância que as análises dos Resultados Planejados possuem e como estas análises podem redefinir os rumos da organização. Para Renan Carlos IOP – Gerente Corporate do Banco Santander Brasil S/A, “A análise organizacional, e o uso de indicadores nos possibilitará fixar os parâmetros, bem como os índices de desempenho sobre os recursos disponíveis na empresa em relação ao mercado”. Desta forma, para que uma análise seja eficaz e atenda os objetivos da organização, além de conhecer a estrutura e dominar as metodologias da análise dos Resultados Projetados, também é muito importante conhecer os indicadores que se tornam peça fundamental neste processo. Neste sentido, os indicadores demonstram sua importância não apenas no que se refere ao processo inicial de planejamento e controle operacional da empresa, mas, sobretudo na rotina de análise dos Resultados Projetados. Em ambientes inflacionários, os indicadores se tornam peça chave na analise comparativa entre valores apurados em períodos diferentes posto que o efeito corrosivo da inflação sobre os valores investidos precisam ser corrigidos. O mecanismo utilizado para corrigir os efeitos da inflação, é o uso de indicadores monetários, que ao serem aplicados sobre valor original investido, promoverá sua atualização. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao final da unidade você deverá ser capaz de: • Reconhecer os principais objetivos dos indicadores na análise dos Resultados; • Identificar indicadores empresariais mais utilizados; • Analisar relação entre os Indicadores e o Orçamento. 141 OS PRINCIPAIS OBJETIVOS DOS INDICADORES NA ANÁLISE DOS RESULTADOS PROJETADOS Na rotina de análise dos Resultados Projetados os administradores tem à sua disposição vários indicadores, porém, é muito comum que as empresas também criem seus próprios indicadores seja por questões operacionais ou estratégicas. Os indicadores mais utilizados são aqueles cujo viés está diretamente relacionado com os sistemas de orçamento e planejamento da corporação. Relacionamos abaixo alguns dos principais indicativos que se enquadram nestas características e que são notadamente utilizados na atividade de análise dos resultados: a. Desempenho Orçamentário: Mede a real situação baseada em parâmetros previamente estabelecidos; b. Indicador de Preços: Preços que serão praticados junto ao consumidor final; c. Taxa de Retorno sobre o Investimento: A taxa de retorno sobre o investimento ou Return On Investment (ROI), através dessa é possível quantificar o retorno determinado pelas decisões de investimento avaliando ainda a atratividade econômica do empreendimento. O calculo do ROI é LO/I, sabendo que LO é o lucro operacional e I o investimento. d. Indicador de Padrão de Vida: Mede o montante financeiro necessário para a manutenção de um determinado padrão de vida, considera o valor mínimo que possibilite suportar o padrão; e. Indicador de Custo de Vida: Está associado ao indicador anterior. Mede as oscilações para mais ou para menos da renda necessária (poder aquisitivo) para manter o padrão de vida. Dentre outros indicadores existentes, os indicadores acima quando aplicados nas análises dos Resultados Projetados, permitem avaliar a magnitude do impacto que os eventos externos – na maioria das vezes no campo macroeconômico – exercem sobre os resultados projetados. Estas análises são importantíssimas, pois, é através deste trabalho que os administradores poderão avaliar, por exemplo, o quanto a inflação 142 comprometerá a renda e o poder aquisitivo dos consumidores e o impacto desse evento no volume de vendas projetado. De posse destas informações os gestores poderão ajustar as metas, alterar as estratégias, antecipar ou suspender programas, e implantar ações que permitam à empresa se antecipar e minimizar os efeitos nas metas projetadas. OS INDICADORES EMPRESARIAIS Uma das premissas clássicas da administração é o conceito de que só é possível gerenciar aquilo que podemos medir ou quantificar. É por este motivo que a análise dos Resultados Projetados só atinge seus propósitos com o uso dos indicadores. Comentamos anteriormente que além dos indicadores convencionais costumeiramente utilizados, as empresas também podem construir seus próprios indicadores em função de suas necessidades, características particulares, segmento de mercado em que atuam, entre outras necessidades ou ação estratégica. Nesse sentido, os indicadores são extraídos ou elaborados, partindo das seguintes bases ou informações: a. Mercado; b. Tendências; c. Economia; d. Governo. O mercado fornece as informações necessárias para a elaboração dos indicadores relativos aos atuais e futuros fornecedores e clientes da empresa. As tendências são as projeções realizadas a partir da análise do mercado amplo, do setor em que a empresa atua especificamente, das despesas operacionais, dos custos e das receitas projetadas. A economia apresenta vários indicadores que servirão de subsídio ao comitê 143 responsável pelo planejamento financeiro e orçamentário na elaboração de seus indicativos que auxiliarão na construção de cenários e projeções futuras. Os indicadores estabelecidos pelo Governo são muito importantes. É através deles que a empresa pode avaliar os efeitos que a política econômica causará diretamente em seus negócios e no setor de atividade em que atua Como a economia não se comporta de forma estática, a verificação constante dos indicadores pelos administradores e pelo comitê de planejamento e orçamento é fundamental, pois a empresa não pode jamais correr o risco de aplicar indicadores desatualizados em suas análises. A RELAÇÃO ENTRE INDICADORES E ORÇAMENTO O Orçamento Empresarial é a ferramenta que apresenta o plano mestre de operações da empresa. Alguns autores o identificam ainda como o instrumento que espelha o capital da empresa. O fato importante é que seja atuando como plano mestre ou como indicativo do capital da organização, o Orçamento orienta-se por metas e objetivos previamente estabelecidos pelo comitê de planejamento para períodos determinados. Considerando o elevado grau de importância que o Orçamento representa para as empresas, é fundamental que os valores orçados estejam amparados em sólida base de dados, sem a qual se torna impossível considerá-los confiáveis. É no objetivo de garantir que a peça Orçamentária seja plenamente confiável que a utilização dos indicadores se torna imprescindível. Os indicadores serão aplicados de forma a corrigir, ajustar e atualizar os valores orçados no passado. Por outro lado há uma corrente que defende a tese de que os indicadoressão fruto da evolução dos custos internos e daí a importância de sua utilização para as correções já citadas. Independentemente da forma como os indicadores são construídos, o fato é que há uma relação direta entre os Orçamentos e os Indicadores. Assim sendo, é realizando a gestão das Operações em consonância com os indicadores que os 144 administradores poderão conduzir a empresa com mais segurança, sobretudo na questão dos custos setoriais, e os efeitos da inflação no período considerado. Finalmente, os indicadores se constituem em ferramentas e técnicas para análise dos Resultados Projetados, cuja estrutura possibilita avaliar os eventos ocorridos e os eventos futuros com maior acuracidade. Os indicadores podem ser classificados pelas seguintes formas: a. Operacionais; b. Não operacionais; c. Internos e Externos à empresa; d. Locais e de Comércio Exterior. A análise dos Resultados Projetados ganha eficiência na medida em que ao utilizar os indicadores, mais que avaliar os resultados através da comparação entre as projeções e os resultados efetivos em um determinado período, permite também que o gestor atue preventivamente. A análise do Resultado Projetado permite que os administradores acompanhem o desempenho da empresa e possam aplicar as técnicas e ferramentas de gestão conforme as necessidades identificadas. As correções não se limitam a ajustes nos custos, metas financeiras e ou de vendas. Sempre que a análise dos resultados apontarem discrepâncias significativas, o comitê gestor e os administradores deverão revisar todos os orçamentos projetados. Simultaneamente, compete ao comitê Orçamentário produzir novos projetos visando à dinamização das vendas e estratégias focadas nos clientes. As áreas operacionais também devem ser envolvidas nos processos de ajustes e correções, pois, muitas vezes situações como; troca de fornecedores, substituição de tecnologias, mudanças de layout dentre outras situações próprias do setor produtivo, podem provocar alterações nos custos médios de produção projetados anteriormente no orçamento da produção, afetando todas as demais estimativas orçadas. Desta forma, quando o comitê de planejamento financeiro e orçamento se reunirem para a elaboração dos orçamentos para um novo período, todas as 145 revisões, correções, ajustes e estratégias adotadas deverão ser reavaliados. REFERÊNCIAS MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços: abordagem básica e gerencial. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2008. SANVICENTE, A. Z. & SANTOS, C. da C. Orçamento na administração de empresas: planejamento e controle. São Paulo: Atlas 1991. LABORATÓRIO CONTÁBIL Conteúdo: Ramon Alberto Cunha de Faria Pablo Rojas Coordenador
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