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1- Conceitos em Saúde pública

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SAÚDE PÚBLICA – A POLUIÇÃO NA 
SOCIEDADE
Jeane Émili de Medeiros
INTRODUÇÃO AO MEIO AMBIENTE
• Ao longo dos anos a sociedade foi se modificando de acordo com o 
desenvolvimento tecnológico e científico a que se propunha, em busca de melhorias 
na vida humana, e para atender a seus objetivos individuais e coletivos de 
crescimento econômico 
• O desenvolvimento tecnológico industrial, a busca desenfreada de riquezas naturais 
e a falta de um planejamento de recuperação do meio ambiente são origens de um 
grande apanhado de consequências terríveis, como grandes catástrofes naturais
• Poluição industrial 
• Produção excessiva de lixo 
• Falta de reciclagem 
• Destruição da natureza
PRÉ-HISTÓRIA 
No período pré-histórico, os ancestrais da 
espécie humana buscaram a sua 
sobrevivência através da caça e pesca, o 
que não provocava grandes transformações 
na natureza
Povos primitivos – homem pré-socrático: se 
relacionava com a natureza de uma forma 
intensa – Tinham uma compreensão mítica 
da natureza
Primeiras percepções Grécia Antiga: 
filósofos da natureza (século IV a V a.C) –
primeiros a estudar a natureza e seus 
processos naturais. Compartilhavam a visão 
de que tudo integra a natureza: o ser 
humano, a sociedade por ele construída, o 
mundo exterior e até os deuses
PRIMEIROS HOMENS – 1 MILHÃO A.C.
Pré-História Vida 
nômade
Período Neolítico 
Colonização
EVOLUÇÃO DO SANEAMENTO (ROMA)
Em 300 d.C. 
Banhos públicos – pontos de 
encontro (~300)
Atendiam homens e 
mulheres separados
Consumo médio = 3 milhões 
litro de água 
• Em 315 d.C. 
• Latrinas públicas
• Haviam 144 
latrinas públicas 
em Roma 
IDADE MÉDIA – EVOLUÇÃO DO SANEAMENTO (SÉCULO V D.C. 
AO SÉCULO XV D.C. - 500-1500)
Os excrementos eram 
atirados pelas janelas 
diretamente nas ruas
O rei Luiz XIV decretou 
em 1715, que os 
corredores dos palácios 
deveriam ser limpos uma 
vez por semana
As pessoas costumavam 
atirar os excrementos nas 
ruas, às vezes atingindo 
os passantes
Quadro de Peter Brueghel mostra um homem rico 
perto de um anexo que despeja os dejetos direto no 
rio
IDADE MÉDIA 
Expansão e o fortalecimento da Igreja
O cristianismo afirmava a existência de uma conexão fundamental entre 
a doença e o pecado
Este mundo representava apenas uma passagem para purificação da 
alma – as doenças passaram a ser entendidas como castigo de Deus
As práticas de cura deixaram de ser realizadas por médicos e passaram 
a ser atribuição de religiosos
As ciências, e especialmente a medicina, eram consideradas blasfêmias 
diante do evangelho
IDADE MÉDIA 
Assim, o desenvolvimento da medicina só teve 
continuidade entre os árabes e judeus, onde a tradição 
de Hipócrates (460-377 a.C.) e Galeno de Pérgamo foi 
acrescida de importantes estudos em farmacologia e 
cirurgia – “Livro: Ares, Águas e Lugares”
Hipócrates desenvolveu uma teoria que entende a saúde 
como homeostase, isto é, como resultante do equilíbrio 
entre o homem e seu meio
O suprimento de água através de aquedutos foi antes 
de tudo uma necessidade para os romanos – As cidades 
dependiam de poços, cisternas de água de chuva, 
canalizações extensas, banheiros e fontes públicas
IDADE MÉDIA – ROMA 
Em seu livro De Aquis Urbis Romae (Os aquedutos da cidade de 
Roma), Sexto Júlio Frontino (40-104 a.C.), comissário de águas de 
Roma no ano 97 d.C., descreve os benefícios à saúde da população 
resultantes da substituição da captação de água do rio Tibre e de 
poços particulares pelo sistema de aquedutos, destacando a pureza 
da água obtida através da disposição de bacias de assentamento 
para depósito de sedimentos e do sistema de distribuição m
O hábito romano dos banhos era extensivo a todos os moradores. 
Podia ter diversas finalidades, entre as quais a higiene corporal e a 
terapia pela água com propriedades medicinais. O grande número 
de banhos públicos tornou a higiene pessoal acessível, trazendo 
imensos benefícios ao povo antido por reservatórios e encanamentos
O grande sistema de esgoto de Roma, a ‘cloaca máxima’, foi 
construído originalmente para realizar a drenagem de pântanos, 
sendo posteriormente utilizado para eliminar a água de superfície e 
os esgotos através de canos localizados sob as ruas
INÍCIO DO PERÍODO 
MEDIEVAL (476 D.C.)
Queda do Império Romano – 1 milênio 
Caracterizou-se por uma fusão de 
culturas clássicas, bárbaras e 
ensinamentos cristãos, centralizado em 
Constantinopla
Conhecimentos científicos foram 
deslocados para o mundo árabe –
Pérsia 
Europa – cultura a base de superstição 
– “Idade das Trevas” (500-1000 d.C)
ESGOTAMENTO SANITÁRIO NOS 
MOSTEIROS
O conhecimento científico restringia-se ao interior dos 
mosteiros – assim como instalações sanitárias, 
encanamento de água e esgotamentos canalizados
Enquanto que no Cairo, já existia um serviço público de 
adução de água encanada
Só em 1310, os franciscanos concordaram que 
habitantes de Southampton utilizassem água excedente 
de um convento que já possuía sistema próprio de 
abastecimento desde 1290
IDADE MÉDIA – BANHO EM 1494-95 
• Os casamentos ocorriam normalmente no mês de junho (início
do verão) – 1º banho do ano em maio
• A tradição dos buquês das noivas
• O chefe da família tinha o privilegio do primeiro banho na
água limpa
• Ilustração medieval de um banho com refeição 1494-95
PESTE NEGRA – SÉC. XVI
• Quase metade da população
europeia morreu vítima da peste
• Considerada a primeira doença
verdadeiramente pandêmica, a peste
negra, em 1348 não só “acabou” 
com a Europa como também fez 
várias vítimas na Índia e na China
• Condições de higiene na época eram
• Sintomas: Glândulas linfáticas
inchadas, febre, tosse, muco com 
sangue e dificuldade para respirar
IDADE MODERNA (1453 – 1789)
• Desenvolvimento de preocupação com 
a saúde publica
• Entre os séculos XVI e meados XVIII 
generalizou-se as pavimentações das 
ruas e construção de obras de canais
• Maus odores e águas poluídas –
animais podiam morrer ao beberem a 
água 
• Poços e fontes contaminadas
Antuérpia
EPIDEMIAS IMPORTANTES DA HISTÓRIA
Fonte: Metcalf e Eddy (1977)
Tabela 1. Algumas epidemias registradas na Europa do século XIX
Ano
Ocorrência
1826 Terrível pandemia de cólera em toda a Europa
1831
Epidemia de cólera na Inglaterra com 50.000 vítimas 
fatais
1848
Epidemia de cólera na Inglaterra com 25.000 vítimas 
fatais
IDADE MODERNA
Homens da Igreja (São Jerônimo) não viam 
razões para o cristão se banhar –
preconceito teológico X saúde 
Higiene corporal era feita com jarras e 
bacias domésticas (séculos XVI e XVII)
Acreditava-se que a água era capaz de 
infiltrar no corpo abrindo os poros para 
ares malignos
Água quente podia fragilizar os órgãos
Durante o século XVII o banho era 
desaconselhado para pessoas doentes
A SISTEMÁTICA DO CARREAMENTO DE DEJETOS
Carreamento de dejetos domésticos com o uso de água 
passou a ser usado desde o século XVI – 1ª latrina no 
palácio da Rainha Isabel por John Harrigton
Disseminação da técnica em 1778 por Joseph Bramah –
bacia sanitária com descarga hídrica
Inicialmente usada em hospitais e moradias nobres –
afastar dejetos e outras sujeiras indesejáveis ao 
ambiente de vivência
Os conhecimentos em saúde pública tornaram 
imprescindíveis a necessidade de canalizar as vazões de 
esgoto – galerias de águas pluviais
Originando – o “sistema unitário de esgotos”
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
Com o desenvolvimento industrial – meados do 
séc XVIII = êxodo rural 
A população passa a se concentrar nas grandes
cidades
Aumento e acúmulo de lixo
Doenças 
IDADE CONTEMPORÂNEA (1790 ATÉ OS DIAS DE 
HOJE)
Revolução termodinâmica (1764): cria-se a máquina a vapor que acelera o 
processo produtivo e causa forte impacto sócioeconômico e ambiental
França (1829) combate à poluição das águas: era previsto punição com multa ou 
prisão para quem atirasse nas águas produtos que provocassem o envenenamento 
ou destruição dos peixes
Meados do século XIX: inicia-se a implantação do saneamento, administraçãoe 
legislação deste e de outros serviços públicos
Renascimento da relação entre saneamento e saúde pública: estudo de Edwin 
Chadwick (1842) fornece a base para o desenvolvimento das relações entre 
saneamento e saúde, início da MEDICINA preventiva
DESTAQUES DA ENGENHARIA 
SANITÁRIA
Décadas de 1830 e 1840 – mais importantes da história da 
Engenharia Sanitária 
As epidemias de 1831/32 despertou a preocupação dos ingleses 
com o saneamento das cidades 
1842, o Relatório de Edwin Chadwick – atentava para medidas 
preventivas como drenagem e limpeza das casas – “The sanitary
conditions of the labouring populations”
Final do século XIX – propagou-se a construção de sistemas 
unitários pelas cidades do mundo: Londres, Amsterdam, 
Hamburgo, Viena, Chicago, Buenos Aires
Em cidades de Regiões Tropicais o sistema unitário tornou-se 
inviável – elevado custo das obras
BRASIL PRÉ-COLONIAL
• Preocupação com o saneamento
• Armazenamento de água
• Cuidado especial com os dejetos
• Área especificas para deposição de 
detritos
HISTÓRICO DO SANEAMENTO NO BRASIL
Século XVIII: 
 O abastecimento público de água: chafarizes e fontes próprias 
 Responsável pela captação e distribuição das águas: as vilas 
 Remoção de dejetos e de lixo: cada uma das famílias
Na 1ª República: o Rio de Janeiro foi a 5ª cidade no mundo a adotar um sistema de 
coleta de esgoto moderno, concluído em 1864.
Década de 1950: surgem problemas com degradação dos corpos hídricos, devido:
 Ao processo de industrialização/urbanização, a conflitos sociais e aumento da pobreza, a má 
qualidade de vida, a concentração populacional, a exploração contínua dos recursos naturais
Década de 1970: Criação do PLANASA e das Companhias Estaduais de 
Saneamento Básico (CESBs)
CRIAÇÃO DO SISTEMA 
SEPARADOR PARCIAL
•A evolução tecnológica nas nações mais 
adiantadas (Inglaterra) e a 
necessidade de intercambio comercial –
medidas sanitárias eficientes 
•Proliferação de doenças contagiosas 
em cidades mais atrasadas – gerando 
insegurança
•Temendo os efeitos desse desastre 
econômico, D Pedo II, contratou ingleses 
para elaborarem o sistema de esgoto 
para Rio e São Paulo – condições 
climáticas peculiares
•Após criterioso estudo, foi adotado na 
ocasião um sistema inédito no qual 
eram coletadas e conduzidas às 
galerias, além das águas residuárias 
domésticas, apenas as vazões pluviais 
das áreas pavimentadas e (telhados e 
pátios) – “Sistema Separador Parcial”
SISTEMA SEPARADOR ABSOLUTO
• Em 1879, George Waring foi contratado 
para projetar um sistema de esgoto para a 
cidade de Memphis – predominantemente 
agrícola e relativamente pobre
• Incapaz de custear um sistema 
convencional 
• Contra a opinião dos sanitaristas, projetou 
um sistema unicamente para a capitação 
de águas residuárias domesticas, excluindo 
as vazões pluviais – “Sistema Separador 
Absoluto”
O SISTEMA SEPARADOR 
ABSOLUTO NO BRASIL
• O sistema Separador Absoluto espalhou-se por todo o 
mundo
• No Brasil, Saturnino de Brito divulgou o sistema 
• E em 1912, o sistema passou a ser obrigatório em 
todo o país
• Em 1905, para solucionar o saneamento de Santos –
modernizou o sistema de abastecimento de água e 
coletor de esgoto, projetou as avenidas principais e os 
canais de drenagem, aterros em pântanos e construiu 
parques e obras de proteção ambiental
SANEAMENTO 
• A história do saneamento se 
confunde com a formação das 
cidades 
• O abastecimento de água 
era feito através de coleta 
em bicas e fontes nos 
povoados
• As ações de saneamento se 
resumiam à drenagem dos 
terrenos e à instalação de 
chafarizes 
BRASIL, SÉCULO XIX - RJ
• Crescimento das cidades
• 23 epidemias de febre amarela (1830 
e 1851)
• Meados do séc XIX inicio da 
organização dos serviços de 
saneamento
BRASIL, SÉCULO XX - RJ
• 1º arqueduto construído (1723)
• 1965 – fundo Nacional do Financiamento para 
abastecimento de água – 21 cidades
atendidas
• 1971 – PLANASA (Regime Militar) autonomia
e auto-sustentação através de tarifas
HISTÓRICO 
• Século XX – Problemática Ambiental – Os recursos existentes na natureza, no 
entanto, não acompanham o crescimento das populações, de suas necessidades cada 
vez maiores e do desenvolvimento de meios tecnológicos e científicos, começando a 
preocupar aqueles que, de alguma forma, foram afetados por sua diminuição ou 
falta
• UMA NOVA COMPREENSÃO DO RELACIONAMENTO DO HOMEM COM A 
NATUREZA No final do século XX 
• No final do século XX - década de Nova compreensão: O universo passa a ser visto 
como uma rede de relações vivas
DIAS ATUAIS 
Substituição do trabalho braçal por máquinas 
Aumento da produção 
Necessidade por recursos naturais 
Necessidade por energia 
Consumo de combustíveis fósseis
CONSUMO DE ÁGUA NO MUNDO 
CONSEQUÊNCIAS 
Aumento do lixo no meio 
ambiente 
Ausência de reciclagem 
Acidentes trágicos ao meio 
ambiente 
Fim dos recursos naturais 
Aquecimento global 
Destruição do nosso próprio 
ambiente
PRODUÇÃO DE LIXO NO BRASIL
PRODUÇÃO DE LIXO 
NO BRASIL
Brasileiro produz tanto lixo quanto
Europeu
Os aceanos recebem 13 milhões de 
toneladas de plástico por ano
Brasil ocupa 16ª posição em ranking 
dos 20 países mais poluidores
LIXO PRODUZIDO 
NO PAÍS
PNRS – Política Nacional 
de Residuos Sólidos
2014 – substituição de 
lixões por aterros
sanitários
CONCEITOS AMBIENTAIS 
• Seres vivos – equilíbrio da natureza 
• Fatores do ambiente – Biodiversidade (bio = vida e diversidade = grande 
variedade)
• Cada espécie pertence a um ecossistema constituído de:
• Fatores Bióticos: os efeitos causados pelas diversas populações umas as outras 
• Fatores Abióticos: são os efeitos causados por fatores externos: água, solo, ar, sol etc
• Biocenose: os seres vivos em geral (fauna, flora, micróbios etc)
• Bioma: conjunto de ecossistemas, e todos os biomas do planeta formam a biosfera
POLUIÇÃO – DEFINIÇÃO E CONCEITOS 
• A poluição é definida na legislação brasileira (Lei 6.938/81, Art.3, III) como a 
“...degradação da qualidade ambiental...” que direta ou indiretamente prejudiquem 
a saúde, segurança e o bem-estar da população, que criem condições adversas às 
atividades sociais e econômicas, que afetem desfavoravelmente a biota, as 
condições estéticas ou sanitárias do ambiente ou que lancem matérias ou energia em 
desacordo com os padrões estabelecidos
• Poluição sonora 
• Poluição atmosférica
• Poluição visual 
• Poluição da água 
• Poluição do solo 
• Poluição nuclear 
POLUIÇÃO – DEFINIÇÃO E CONCEITOS 
Agentes poluentes
O lançamento de produtos químicos e outros resíduos nocivos nas águas, causam 
prejuízo ao homem, à economia, à natureza e à sociedade, como:
• Mortandade de peixes e outras espécies aquáticas no ecossistema
• Aumento de doenças causadas por produtos tóxicos, bactérias, ratos e outras pragas
• Proliferação de forte odor no ambiente
• Desvalorização imobiliária em áreas urbanas 
• Perdas econômicas em setores de turismo e pesca
• Custos elevados para recuperação de fontes poluídas 
SAÚDE E SANEAMENTO Qualidade ambiental
SANEAMENTO BÁSICO – DIREITO DO CIDADÃO
São muitos os problemas que podem acarretar a queda da qualidade ambiental
O saneamento básico tem a sua importância na qualidade ambiental, pois é a forma 
de controlar todos os fatores do meio físico no qual o homem vive e que de alguma 
maneira possam interferir negativamente no seu bem estar físico, mental ou social
Principais medidas de prevenção que visam promover o bem estar dos homens são:
• Abastecimento de água 
• Manutenção dos sistemas de esgotos
• Coleta, remoção e destinação final do lixo
• Controle de insetos e roedores 
• Controle da poluição ambiental 
• Saneamento aplicado ao planejamento territorial
OBJETIVO DA SAÚDE 
PÚBLICA
“O objetivo da saúde pública é 
promover, proteger e restaurar a 
saúde”
Em termos gerais, saúde pública refere-
se a ações coletivas visando melhorar a 
saúde das populações
A epidemiologia é uma das ferramentas 
para melhorara saúde pública
SAÚDE E SANEAMENTO
DOENÇAS 
•15 crianças de 0 a 4 anos morrem 
por dia no Brasil em decorrência da 
falta de saneamento básico 
• 38% dos distritos são abastecidos 
com água
• 63% não adiciona flúor à água
• 47% dos abastecidos tem 
vigilância da qualidade da água 
• Cada metro cúbico de água 
utilizada produz, pelo menos, outro 
metro cúbico de esgoto sanitário
DADOS SOBRE A FALTA DE SANEAMENTO 
• 1,1 bilhões de pessoas no mundo não tem acesso a água potável
• 2,6 bilhões vivem sem saneamento básico
• Água inadequada e falta de saneamento causam 80% das doenças de países em 
desenvolvimento 
• Diarreia mata 1,4 milhões crianças por ano 
• Mal nutrição mata 860 mil crianças por ano
WHO, 2008 
CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS RELACIONADAS A 
FALTA DE SANEAMENTO BÁSICO 
• Doenças de veiculação hídrica
• Doenças infecciosas relacionadas com excretas (esgotos)
• Doenças infecciosas relacionadas com o lixo 
• Doenças infecciosas relacionadas com a habitação
DOENÇAS DE 
VEICULAÇÃO 
HÍDRICA E ESGOTOS 
Um grama de fezes 
pode conter 10 milhões 
de partículas virais, um 
milhão de bactérias, mil 
cistos de parasitas e 
100 ovos de parasitas
EFEITOS DIRETOS E INDIRETOS 
DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA E 
DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO 
SOBRE A SAÚDE 
OBJETIVOS DO SANEAMENTO 
• As melhorias no ambiente, 
para que proporcione bem-
estar e prevenção de 
doenças 
• Proteção dos recursos 
hídricos e controle da 
poluição 
• Valorização social e 
econômica dos recursos 
ambientais 
EPIDEMIOLOGIA 
• A palavra “epidemiologia” é derivada das palavras gregas: 
• epi = “sobre”, um lugar, um tempo ou uma causa
• demos “povo”, população 
• logos “estudo”, conhecimento 
• estudo da ocorrência de doenças em populações, suas causas determinantes e as 
medidas profiláticas para seu controle ou erradicação
DOENÇA E EPIDEMIOLOGIA 
• A doença era sinal de desobediência ao mandamento divino
• A enfermidade proclamava o pecado, quase sempre em forma visível, como no caso 
da lepra
• A lepra, com seu contágio, sugere contato entre corpos humanos, contato que pode 
ter evidentes conotações pecaminosas
• Os gregos (sec. VII a V a.C) cultuavam duas deusas: Higieia, a Saúde, e Panacea, a 
Cura
• Higieia: a deusa da razão, o seu culto valoriza as práticas higiênicas
• Panacea representa a ideia de que tudo pode ser curado - uma crença 
basicamente mágica ou religiosa – A cura, para os gregos, era obtida pelo uso de 
plantas e de métodos naturais, e não apenas por procedimentos ritualísticos
DOENÇA E EPIDEMIOLOGIA 
• Hipócrates: há 2.500 anos, buscou apresentar 
explicações, com fundamento no racional e não no 
sobrenatural, a respeito da ocorrência de doenças na 
população. Ele analisava as doenças em bases 
racionais, como produto da relação do indivíduo com o 
ambiente. O clima, a maneira de viver, os hábitos de 
comer e de beber deveriam ser levados em conta ao 
analisar as doenças. Considerado o “Pai da Medicina” 
ou o 1° epidemiologista. Seu Juramento: a ética médica 
e a importância do exame minucioso para correto 
diagnóstico e fiel descrição da história natural da 
doença
DOENÇA E EPIDEMIOLOGIA –
TEORIA DOS MIASMAS
• Do Grego = manchas
• O termo "malária", por exemplo, tem origem em mala 
aria (maus ares)
• Miasmas: o conjunto de odores fétidos provenientes de 
matéria orgânica em putrefacção nos solos e lençóis 
freáticos contaminados
• Teoria biológica formulada por Thomas Sydenham e 
Giovanni Maria Lancisi durante o século XVII
• Teoria dos Miasmas prevaleceu na Idade Média a qual 
considerava que a doença era causada pela má 
qualidade do ar, como odores venenosos, gases ou 
resíduos nocivos que tinha origem da atmosfera ou a 
partir do solo. A teoria prevaleceu até metade do século 
XIX
DOENÇA E 
EPIDEMIOLOGIA
• A visão histórica defendia que uma patologia tinha 
origem na geração espontânea
• Em 1546 Girolamo Fracastoro propôs que as doenças 
epidêmicas seriam causadas por entidades semelhantes 
a sementes, capazes de transmitir infecções por contato 
direto ou indireto, ou mesmo sem qualquer contato e a 
longas distâncias
• A primeira referência escrita a uma teoria microbiana 
das doenças é atribuída ao Italiano Girolamo Fracastoro, 
com base nas suas observações nas doenças dos bichos-
da-seda
• Em 1835, atribuiu inequivocamente a causa da morte 
dos insetos a um agente vivo e contagioso, visível a olho 
nu sob a forma de esporos, que seria posteriormente 
designado por Beauveria bassiana
DOENÇA E EPIDEMIOLOGIA –
TEORIA MICROBIOLÓGICA 
• Os microrganismos foram observados diretamente pela 
primeira vez por Anton van Leeuwenhoek, considerado o 
pai da microbiologia. Com base no seu trabalho, o médico 
Nicolas Andry defendeu em 1700 que os microrganismos a 
que chamava vermes eram responsáveis pela varíola, entre 
outras doenças
• Robert Koch foi o primeiro investigador a criar uma série 
de exames destinados a confirmar a teoria microbiana das 
doenças. Em 1890 publicou os Postulados de Koch, com 
base no seu trabalho de demonstração da bactéria Bacillus
anthracis como causa do antraz
• É uma teoria científica que sustenta que os microrganismos 
são a causa de inúmeras doenças
• A teoria microbiana foi confirmada no final do século XIX e 
é hoje parte integrante da microbiologia clínica e medicina 
modernas
DOENÇA E EPIDEMIOLOGIA 
• SÉCULO XIX – Europa como o centro das ciências - Revolução industrial 
(deslocamento de populações)
• Epidemias de cólera, febre amarela e febre tifóide (preocupação com a higiene e 
condições sanitárias nas cidades)
• Teoria miasmática X Teoria dos germes
• Os franceses e ingleses tiveram destaque na história da medicina e da 
epidemiologia daquela época
DOENÇA E EPIDEMIOLOGIA –
PIERRE LOUIS (1787-1872)
• Introduziu o método 
estatístico na investigação 
de doenças e tratamentos, 
revelou a letalidade da 
pneumonia em relação à 
época em que era iniciado o 
tratamento por sangria
• Considerado o “ verdadeiro 
pai da epidemiologia 
moderna”
DOENÇA E EPIDEMIOLOGIA – LOUIS 
VILLERMÉ (1782-1863)
• Investigou a pobreza, as 
condições de trabalho e suas 
repercussões sobre a saúde 
e a estreita relação entre 
situação socioeconômica e 
mortalidade, um dos 
pioneiros dos estudos sobre 
etiologia (estudo das causas) 
social das doenças
• Pesquisa sobre saúde dos 
trabalhadores das indústrias 
de algodão, lã e seda
DOENÇA E EPIDEMIOLOGIA –
WILLIAM FARR (1807-1883)
•Trabalhou no Escritório Geral de 
registros da Inglaterra: classificação das 
doenças , descrição das leis das 
epidemias (lei de Farr) e a produção de 
informações epidemiológicas 
sistemáticas usado para planejar ações 
de prevenção e controle
• Conclusões da gravidade da situação 
da população: mais da ½ das crianças 
não chegava à idade de 5 anos; a 
idade média do óbito nas classes altas 
era de 36 anos, trabalhadores do 
comércio 22 anos e da indústria 16 
anos
DOENÇA E EPIDEMIOLOGIA –
JOHN SNOW (1813-1858)
John Snow, é considerado por muitos com o 
responsável pelo desenvolvimento do campo moderno 
da epidemiologia
Realizou grande investigação de epidemias de cólera 
em Londres (1849-1854), elucidando com um 
minucioso trabalho de campo a relação da cólera 
com o fornecimento de água (contaminada) de uma 
certa companhia de abastecimento. Pai da 
“epidemiologia de campo”: coleta planejada de 
dados, em geral, na comunidade
JOHN SNOW: A CÓLERA E A BOMBA DE ÁGUA EM 
1854 LONDRES – contrariando a teoria do miasma
DOENÇA E EPIDEMIOLOGIA –
LOUIS PASTEUR (1822-1895) 
• “Pai da bacteriologia”, bases biológicas 
para o estudo das doenças infecciosas, 
identificou e isolou numerosas bactérias, 
estudo da fermentação da cerveja e do 
leite, investigação das bactérias patogênicas 
e dos meios de destruí-las ou impedir sua 
multiplicação e os princípios da 
“pasteurização” : consolidação das teoria 
do agente
• O microscópio revela a existência de 
microrganismos causadores de doença e 
possibilita a introdução de soros e vacinas• Pela primeira vez, fatores etiológicos até 
então desconhecidos estavam sendo 
identificados; doenças agora poderiam ser 
prevenidas e curadas
DOENÇA E EPIDEMIOLOGIA –
NO BRASIL 
Formou-se em 1892, com a tese A veiculação 
microbiana pelas águas
Em 1896 estagiou durante três anos no Instituto 
Pasteur, em Paris, sendo discípulo de Émile Roux, seu 
diretor. Voltou ao Brasil em 1899 e organizou o 
combate ao surto de peste bubônica registrado em 
Santos (SP) e em outras cidades portuárias –
Demonstrou que a epidemia era incontrolável sem o 
emprego do soro adequado. Como a importação 
era demorada, propôs ao governo a instalação de 
um instituto para fabricá-lo
Dirigiu o Instituto Soroterápico do Rio de Janeiro e 
foi convidado a assumir a Diretoria Geral de Saúde 
Pública, correspondente ao atual Ministério da 
Saúde
Oswaldo Cruz (1872-1917): sanitarista brasileiro 
fundou o Instituto em Manguinhos-RJ (1900), 
propiciando uma gama de pesquisas e investimentos 
na área, além de combate à febre tifóide, peste e 
varíola, reconhecido como um dos grandes vultos da 
saúde pública brasileira
OSWALDO CRUZ – A 
REVOLTA DA VACINA 
• Diretor-geral da Saúde Pública 
(1903) – Organizou os batalhões 
de "mata-mosquitos", 
encarregados de eliminar os focos 
dos insetos transmissores
• Convenceu Rodrigues Alves a 
decretar a vacinação obrigatória, 
o que provocou a rebelião de 
populares e da Escola Militar 
(1904) contra o que consideram 
uma invasão de suas casas e uma 
vacinação forçada
• Os vacinadores invadiam as 
casas e exigiam que todos 
expusessem braços e coxas. Na 
"Revolta da Vacina" uniram-se 
sindicalistas, monarquistas, 
anarquistas, positivistas, 
capoeiras, todos contra Oswaldo 
cruz, que acabou perdendo o 
cargo
A revolta da vacina em charge de Leonidas, publicada na 
revista O Malho, em 29/10/1904.
SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
• A saúde pública no Brasil 
foi se configurando como 
uma política nacional de 
saúde a partir do início do 
século XX
• Sistematização das práticas 
sanitárias, emergindo no 
contexto sociopolítico do País
O SISTEMA DE SAÚDE NO 
BRASIL – HISTÓRICO 
• A primeira iniciativa do Estado brasileiro na construção do que 
poderia se aproximar da noção de proteção social, data de 1923 
com a edição da Lei Eloi Chaves e a criação das Caixas de Pensão 
e Aposentadoria que também garantiam a assistência médica aos 
contribuintes
• Da década de 1920 até o final de 1980, o que pode ser 
reconhecido como sistema de saúde se pautava majoritariamente 
pela noção de seguro social (garantia de acesso apenas a quem 
contribui) e se caracterizava por uma miríade de instituições 
públicas e algumas privadas, sem manter nenhuma articulação entre 
si
• Na década de 1940 foram instituídas as primeiras modalidades 
de assistência médica suplementar, inicialmente dirigidas aos 
funcionários públicos da união e de alguns Estados
O SISTEMA DE SAÚDE NO BRASIL
• A primeira empresa de medicina de grupo brasileira surge em 1957, para prestar 
serviços a Volkswagen que inaugurava a sua fabrica em S. Bernardo do Campo
• Este arremedo de sistema imperou no Brasil durante 65 anos, voltado à população 
urbana, mais especificamente, para os trabalhadores formais e parcelas do 
funcionalismo público federal e de alguns estados, como S. Paulo – Suas bases de 
financiamento eram as contribuições compulsórias sobre as folhas de salário
• Aos demais brasileiros, a maior parte da população, estava reservada a assistência 
médica privada, por meio das santas casas ou a estatal realizada pelas poucas 
instituições públicas de saúde existentes, geralmente vinculadas ao governo federal e 
ao de estados e municípios mais ricos
O SISTEMA DE SAÚDE NO BRASIL
• A promulgação da Constituição Federal de 1988 veio romper com esta situação, ao 
menos no plano do ideário
• A adoção do conceito de seguridade social e a criação do sistema único de saúde 
representam uma grande inflexão na política de saúde no Brasil
• O sistema de saúde brasileiro é constituído pelo menos por dois subsistemas: um 
governamental, o Sistema Único de Saúde (SUS) e outro privado, o Sistema Supletivo 
de Assistência Médica (SSAM)
PROPOSIÇÕES PARA ESSE SÉCULO
Fonte: Nuvolari, 2011
• 200 mil anos = 1 bilhão e 500 milhões 
de habitantes
• Século XX – 6 bilhões de habitantes
• Previsão de 8 – 10 bilhões em 2025
• Pressão sobre os recursos naturais
SANEAMENTO NO BRASIL É UM PROBLEMA DE 
SAÚDE PÚBLICA 
• O saneamento básico é considerado como um dos piores serviços públicos no País
• 92,7% dos lares brasileiros têm luz elétrica e 75,2% possuem acesso à rede de 
água em geral, apenas 47% dos domicílios têm coleta de esgoto
• Somente 20% dos esgotos produzidos no Brasil são tratados, o que significa que os 
demais 80% vão parar em rios, lagos, mares e mananciais
• 53% dos brasileiros não tem acesso à rede geral de esgoto
Fundação Getúlio Vargas - FGV (2008)
EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE PÚBLICA 
A epidemiologia, uma das ferramentas para melhorar a saúde pública, e é 
utilizada de várias formas 
• Causalidade das doenças 
• História natural das doenças 
EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE PÚBLICA 
• Estado de saúde das populações
• Avaliação de intervenções
DEFINIÇÕES DE EPIDEMIOLOGIA 
• OXFORD ENGLISH DICTIONARY – O ramo da ciência médica que trata das 
epidemias
• KULLER LH: AM J. EPID, 1991:134:1051 – o estudo das epidemias (doenças) e sua 
prevenção
• ANDERSON G. QUOTED IN ROTHMAN KL: MODERN EPOIDEMIOLOGY – estudo 
da ocorrência da doença
• LAST JM: A DICTIONARY OF EPIDEMIOLOGY – O estudo da distribuição e 
determinantes dos estados e eventos relacionados à saúde em populações e a 
aplicação desse estudo no controle de problemas de saúde
DEFINIÇÕES DE EPIDEMIOLOGIA
• “Campo da ciência médica preocupada com o inter-relacionamento de vários 
fatores e condições que determinam a frequência e a distribuição de um processo 
infeccioso, uma doença ou um estado fisiológico em uma comunidade humana 
(1951)”
• “Ramo das ciências da saúde que estuda, na população, a ocorrência, a distribuição 
e os fatores determinantes dos eventos relacionados com a saúde” (1978) 
• “A ciência que estuda o processo saúde-doença na sociedade, analisando a 
distribuição populacional e os fatores determinantes das enfermidades, danos à 
saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de 
prevenção, controle ou erradicação de doenças e fornecendo indicadores que sirvam 
de suporte ao planejamento, administração, e avaliação das ações de saúde” 
(ALMEIDA FILHO e ROUQUAYROL, 1990)
OS PROPÓSITOS DA EPIDEMIOLOGIA 
Lilienfield A e Stolley: em Foundations 
of Epidemiology
1. Esclarecer a etiologia
2. Avaliar a frequência com as hipóteses 
de laboratório
3. Prover as bases para prevenção
Jeremiah Morris: USES OF 
EPIDEMIOLOGY
1. Entender a história da doença (e prever 
os modelos da doença)
2. Diagnóstico comunitário – medir a carga 
da doença numa comunidade
3. Avaliação de risco para o individuo
4. Estudos da efetividade dos serviços de 
saúde
5. Completando o quadro clínico
6. Identificação dos sintomas
7. Seguindo pistas sobre as causas
TRIUNFOS DA EPIDEMIOLOGIA 
• Identificação da ÁGUA como o maior reservatório e veículo das doenças comunicáveis, tais 
como: cólera e febre tifoide (1849 – 1856)
• Identificação de ARTROPODES vetores de muitas doenças – malária, febre amarela, doença 
do sono, tifo (1895 – 1909)
• Identificação do portador assintomático como um importante vetor da febre tifóide, difteria 
e poliomielite (1893 – 1905)
• TABAGISMO encontrado como a causa principal do câncer pulmonar, enfisema e doença 
cardiovascular
• Erradicação da VARÍOLA (1978)
• Identificação da AIDS, prognóstico das causas por um vírus transmitido via sexual (1981 –
1983), e desenvolvimento das medidas preventivas ANTES da identificação do vírus
SAÚDE, DOENÇA E EPIDEMIOLOGIA 
• A Saúde se caracteriza pelo completo bem estar físico, mental e social, e não 
somente pela ausência de doença
• AurélioBuarque de Holanda – a saúde é o estado do indivíduo cujas funções 
orgânicas, físicas e mentais se acham em situação normal
• Pereira, 1995 – Saúde é o resultado do equilíbrio dinâmico entre o indivíduo e o 
seu meio ambiente
• Sousa e Oliveira, 2004 – O significado de saúde e da doença, enquanto processo 
pertinente a vida das pessoas e que, ao longo dos anos, tem sido compreendido ou 
enfrentado de acordo com as diversas culturas e formas de organizações sociais
• Artigo 196 da Constituição Brasileira – A saúde é direito de todos e dever do 
estado, garantido mediante as políticas públicas, sociais e econômicas, que visam a 
redução dos riscos de doenças e de agravos. E ao acesso universal e igualitário às 
ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação da saúde
EPIDEMIOLOGIA 
• A epidemiologia é uma ciência fundamental para a saúde pública – controlar a 
propagação de doenças, a partir da determinação de seu agente etiológico
• A epidemiologia tem dado grande contribuição à melhoria da saúde das 
populações
• A epidemiologia é essencial no processo de identificação e mapeamento de 
doenças emergentes
MEDINDO A OCORRÊNCIA DE DOENÇAS 
• Várias medidas da ocorrência de doenças são baseadas nos conceitos fundamentais 
de incidência e prevalência
• Um importante fator a considerar no cálculo das medidas de ocorrência de doenças 
é o total de pessoas expostas, ou seja, indivíduos que podem vir a ter a doença –
população de risco 
• Podem ser estudadas conforme fatores demográficos, geográficos e ambientais
MEDINDO A OCORRÊNCIA DE DOENÇAS 
•Incidência: indica o número 
de casos novos ocorridos em 
um certo período de tempo 
em uma população 
específica
•Prevalência: refere-se ao 
número de casos (novos e 
velhos) encontrados em uma 
população definida em um 
determinado ponto no tempo
MEDINDO A OCORRÊNCIA DE DOENÇAS 
A medida da prevalência e da incidência envolve, basicamente, a contagem de 
casos em uma população em risco
A simples quantificação do número de casos de uma doença, sem fazer referência à 
população em risco, pode ser utilizada para dar uma ideia da magnitude do 
problema de saúde ou da sua tendência, em curto prazo, em uma população como, 
por exemplo, durante uma epidemia
MEDINDO A OCORRÊNCIA DE DOENÇAS 
• Epidemia – É a ocorrência em uma comunidade ou região de casos de natureza 
semelhante, claramente excessiva em relação ao esperado. O conceito operativo 
usado na epidemiologia é: uma alteração, espacial e cronologicamente delimitada, 
do estado de saúde-doença de uma população, caracterizada por uma elevação 
inesperada e descontrolada dos coeficientes de incidência de determinada doença, 
ultrapassando valores do limiar epidêmico preestabelecido para aquela 
circunstância e doença. Devemos tomar cuidado com o uso do conceito de epidemia 
lato-sensu que seria a ocorrência de doença em grande número de pessoas ao 
mesmo tempo
• Pandemia – caracterizada por uma epidemia com larga distribuição geográfica, 
atingindo mais de um país ou de um continente. Um exemplo típico deste evento é a 
epidemia de AIDS que atinge todos os continentes
MEDINDO A OCORRÊNCIA DE DOENÇAS 
• Endemia – ocorrência coletiva de um agravo, que no decorrer de um largo período 
histórico, acometendo sistematicamente grupos humanos distribuídos em espaços 
limitados e caracterizados, mantém sua incidência constante
• Surto – tipo de epidemia em que os casos se restringem a uma área geográfica 
pequena e bem delimitada ou a uma população institucionalizada (creches, quartéis, 
escolas, etc.)
MEDINDO A OCORRÊNCIA DE DOENÇAS 
• Morbidade: variável característica das comunidades de seres vivos, refere-se ao 
conjunto dos indivíduos que adquiriram doenças num dado intervalo de tempo. 
Denota-se morbidade ao comportamento das doenças e dos agravos à saúde em 
uma população exposta
• Coeficiente de morbidade – Relação entre o número de casos de uma doença e a 
população exposta a adoecer. Discriminado em coeficiente de incidência e 
coeficiente de prevalência. Muito útil para o objetivo de controle de doenças ou de 
agravos, bem como para estudos de análise do tipo causa/efeito
Coeficiente de Morbidade = Nº de casos de uma doença x 10n
População 
MEDINDO A OCORRÊNCIA DE DOENÇAS 
• Mortalidade - variável característica das comunidades de seres vivos, refere-se ao conjunto 
dos indivíduos que morreram num dado intervalo de tempo
• Coeficiente de mortalidade - Relação entre a frequência absoluta de óbitos e o número dos 
expostos ao risco de morrer. Pode ser geral, quando inclui todos os óbitos e toda a população 
da área em estudo, e pode ser específico por idade, sexo, ocupação, causa, etc...
• Letalidade - entende-se como o maior ou menor poder que uma doença tem de provocar a 
morte das pessoas. Obtém-se a letalidade calculando-se a relação entre o número de óbitos 
resultantes de determinada causa e o número de pessoas que foram realmente acometidas 
pela doença, com o resultado expresso em percentual. A letalidade da escabiose é nula, e a 
da raiva é de 100%, havendo uma extensa gama de porções intermediárias entre esses 
extremos
• Coeficiente de letalidade - Coeficiente resultante da relação entre o número de óbitos 
decorrentes de determinada causa e o número de pessoas que foram realmente acometidas 
pela doença, expressando-se sempre em percentual. É um indicador útil para avaliar a 
virulência de um determinado agente
MEDINDO A OCORRÊNCIA DE DOENÇAS 
NÍVEIS DE PREVENÇÃO 
HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA 
• Doenças, tanto transmissíveis como 
não transmissíveis, agudas ou 
crônicas
• Esse modelo assume que os casos 
clínicos da doença passam por uma 
fase pré-clínica detectável e que, 
na ausência de intervenção, a 
maioria dos casos pré-clínicos 
evoluem para a fase clínica
CONCEITOS E DEFINIÇÕES 
• Período de latência é o tempo que transcorre desde a infecção até que a pessoa se 
torne infectada
• Período de incubação é o tempo que transcorre desde a infecção até a 
apresentação dos sintomas
• Agente causal um agente é um fator que está presente para a ocorrência de uma 
doença; de modo geral, um agente é considerado uma causa necessária porém não 
suficiente para a produção da doença – É um fator que pode ser um micro-
organismo, substância química, ou forma de radiação, cuja presença, presença 
excessiva ou relativa ausência é essencial para a ocorrência da doença
CONCEITOS E DEFINIÇÕES 
• Hospedeiro é uma pessoa ou animal vivo, incluindo as aves e os artrópodes que, em 
circunstâncias naturais, permite a subsistência e o alojamento de um agente infeccioso
• Infecção é a entrada, desenvolvimento ou multiplicação de um agente infeccioso no 
organismo de uma pessoa ou animal
• Infectividade é a capacidade do agente infeccioso de poder alojar-se e 
multiplicar-se dentro de um hospedeiro
• Patogenicidade é a capacidade de um agente infeccioso de produzir doença em 
pessoas infectadas
• Infecção inaparente é a presença de um agente infeccioso em um hospedeiro sem 
que apareçam sinais ou sintomas clínicos manifestos
CONCEITOS E DEFINIÇÕES 
• Virulência é a capacidade do agente infeccioso de produzir casos graves e fatais
• Letalidade é a capacidade do agente infeccioso de produzir casos fatais
• Fonte de infecção é a pessoa, animal, objeto ou substância de onde o agente 
infeccioso passa a um hospedeiro
• Reservatório de agentes infecciosos é qualquer ser humano, animal, artrópode, 
planta, solo ou matéria inanimada, onde normalmente vive e se multiplica um agente 
infeccioso e do qual depende para sua sobrevivência, reproduzindo-se de forma 
que possa ser transmitido a um hospedeiro suscetível
• Zoonose é uma infecção ou doença infecciosa transmissível que em condições 
naturais ocorre entre animais vertebrados e o homem 
CONCEITOS E DEFINIÇÕES 
• Reservatório é o habitat normal em que vive, se multiplica e/ou cresce um agente 
infeccioso
• Portador é um indivíduo (ou animal) infectado, que abriga um agente infecciosoespecífico de uma doença, sem apresentar sintomas ou sinais clínicos desta e constitui 
uma fonte potencial de infecção para o ser humano - portador assintomático (ou 
sadio), portador em incubação; e portador convalescente. Em todos os casos, o 
estado de portador pode ser breve (portador transitório ou temporal) ou 
prolongado (portador crônico)
• Período de incubação é o intervalo de tempo que transcorre entre a exposição a 
um agente infeccioso e o surgimento do primeiro sinal ou sintoma da doença
• Período de latência é o intervalo de tempo que transcorre desde que se produz a 
infecção até que a pessoa se torne infecciosa
RESERVATÓRIOS 
Para uma doença se perpetuar, deve haver uma fonte contínua de organismos da 
doença. Esta fonte pode ser o microrganismo vivo ou um objeto inanimado que 
fornece ao microrganismo condições adequadas para sobreviver e se multiplicar
• Reservatórios humanos 
O principal reservatório vivo de doença humana é o corpo humano em si. Muitas 
pessoas abrigam patógenos e os transmitem direta ou indiretamente para outras 
pessoas
Portadores – pessoas podem abrigar os patógenos e transmiti-los a outras, sem 
exibir quaisquer sinais de doença
RESERVATÓRIOS 
• Reservatórios inanimados
Os principais reservatórios inanimados de doenças infecciosas são o solo, a água e 
os alimentos (tétano, hepatites, cólera, salmonelose, brucelose, etc
• Reservatórios animais 
Tanto os animais selvagens como os domésticos são reservatórios de doenças => 
zoonoses
AGENTES CAUSAIS 
• Os agentes biológicos são 
organismos vivos capazes de 
causar uma infecção ou doença 
no ser humano e nos animais
• As espécies que ocasionam 
doença humana são 
denominadas patogênicas
• A entrada do agente, biológico 
ou não biológico, no hospedeiro 
inicia o processo de infecção ou 
o período de latência nas 
doenças não transmissíveis
MODO DE TRANSMISSÃO DO AGENTE 
• Transmissão direta – é a transferência direta do agente infeccioso por uma porta 
de entrada para que se possa efetuar a infecção, pode acontecer através da 
dispersão de gotículas ou da boca ao espirrar, tossir, cuspir, falar ou cantar, e pelo 
contato direto
• Transmissão indireta – a) Mediante veículos de transmissão através de objetos ou 
materiais contaminados, tais como brinquedos, lenços, instrumentos cirúrgico, água, 
alimentos, leite, produtos biológicos, incluindo soro e plasma; b) Por meio de um vetor, 
um inseto ou qualquer portador vivo que transporta um agente infeccioso desde um 
indivíduo ou seus excrementos até um indivíduo suscetível, sua comida ou seu 
ambiente imediato
ESTÁGIOS DA PATOGÊNESE 
1 – transmissão a partir de uma fonte externa para a porta de entrada
2 – evasão das defesas primárias do hospedeiro, como a pele e a acidez do 
estômago
3 – aderência às membranas mucosas do hospedeiro
4 – colonização e multiplicação no sítio da infecção
5 – Sintomas da doença causados pela produção de enzimas/toxinas ou pela 
invasão acompanhada por inflamação
6 – respostas do hospedeiro inespecíficas ou específicas (sistema imunológico) 
durante a invasão, multiplicação ou produção de toxinas
7 – Prosseguimento ou término da doença
PORTAS DE ELIMINAÇÃO OU SAÍDA DE UM 
AGENTE 
• Respiratórias – as doenças que utilizam esta porta de saída são as de maior difusão e as 
mais difíceis de controlar (tuberculose, influenza, sarampo, etc)
• Genitourinárias – leptospirose, sífilis, AIDS, gonorréia e outras doenças de transmissão sexual
• Digestivas – próprias da febre tifóide, hepatite A e E, cólera e amebíase
• Pele – através de contato direto com lesões superficiais, como na varicela, herpes zoster e 
sífilis. Por picadas, mordidas, perfuração por agulha ou outro mecanismo que tenha contato 
com sangue infectado, como na sífilis, doença de Chagas, malária, leishmaniose, febre 
amarela, hepatite B, etc
• Placentária – em geral, a placenta é uma barreira efetiva de proteção do feto contra 
infecções da mãe; no entanto, não é totalmente efetiva para alguns agentes infecciosos como 
os da sífilis, rubéola, toxoplasmose, AIDS e doença de Chagas
TRANSMISSÃO DE DOENÇAS 
Transmissão Vertical: Transmissão da mãe para o 
embrião/feto
Transmissão Horizontal: 
• Contato: direto (pessoa-pessoa) ou indireto 
(fômites/vetores) 
• Veículo: água, alimentos, ar, sangue e líquidos corporais, 
drogas e líquidos intravenosos 
• Vetores: insetos e artrópodes, que podem transmitir 
doenças mecanicamente (transporte passivo dos 
patógenos) ou biologicamente (transporte ativo, onde o 
vetor pica uma pessoa ou animal infectado com os 
patógenos e estes se multiplicam no vetor, que vai 
transmiti-los mais tarde para um hospedeiro em 
potencial.

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