Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE BACHARELADO EM ZOOTECNIA TUANI REGINA SPIES ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL, TIPO ALIMENTAR, NO COMPORTAMENTO E BEM ESTAR DE EQUINOS DA POLÍCIA MILITAR DE RORAIMA Boa Vista, RR 2018 TUANI REGINA SPIES ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL, TIPO ALIMENTAR, NO COMPORTAMENTO E BEM ESTAR DE EQUINOS DA POLÍCIA MILITAR DE RORAIMA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como pré-requisito para conclusão do Curso de Bacharel em Zootecnia do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Roraima. Orientadora: Profa. Dra. Denise Ribeiro de Melo Boa Vista, RR 2018 TUANI REGINA SPIES ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL, TIPO ALIMENTAR, NO COMPORTAMENTO E BEM ESTAR DE EQUINOS DA POLÍCIA MILITAR DE RORAIMA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como pré-requisito para conclusão do Curso de Bacharel em Zootecnia do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Roraima, defendido em 07 de fevereiro de 2018 e avaliado pela seguinte banca examinadora: ____________________________________________________ Profa. Dra. Denise Ribeiro de Melo Orientadora/Curso de Zootecnia – UFRR _____________________________________________________ CAP. Ailton Fernandes Teodoro Médico Veterinário – 1º Esquadrão Independente de Polícia Montada Inácio Lopes de Magalhães _____________________________________________________ Prof. José Wilker Leal Castro Curso de Zootecnia - UFRR À Deus, que me presenteou com a vida e com uma família que me ama e me apóia independente das circunstâncias. Minha mãe, meu pai e meu irmão, Traudi Rosalia Sehn, Elton Spies e Tardeli Junior Spies. AGRADECIMENTOS Àquele que me orienta diariamente através da fé e do amor, que me guia aos caminhos da sabedoria e da plenitude. Meu Deus, obrigada por tudo. Por ter me guiado até aqui, para encerrar mais uma etapa tão importante. À minha Mãe, Traudi Rosalia Sehn, por ter me criado com tanto amor, por ter batalhado tanto e ter feito inúmeros sacrifícios garantindo o melhor a mim e ao meu irmão. Obrigada mãe, pelos conselhos, pelo incentivo, por ter me ensinado a ser uma pessoa humilde, por ser a minha inspiração e por me fazer vencer sendo a minha base, meu refúgio e fortaleza. Eu te amo! Ao meu pai, Elton Spies, que sempre acreditou no meu sucesso, que ficou tão orgulhoso quando soube que passei no vestibular e saiu contando à todos! Que me ajudou a me manter no curso quando eu não pude trabalhar devidos os horários da faculdade. Ao meu irmão Tardeli Junior Spies, que desde sempre foi como um pai para mim. Que ao lado de minha mãe, sempre cuidou e me deu amor. Ao meu namorado, Isaias Magalhães de Almeida, por ser um grande incentivador durante a minha graduação e por estar presente em todos os momentos importantes do curso. As incontáveis vezes que me ajudou nos trabalhos de campo, nos meus projetos de desenho técnico e principalmente neste trabalho, na adaptação das baias, na confecção dos torrões de açúcar, indo várias vezes na cavalaria me ajudar na execução do experimento. E principalmente pelo amor e paciência nos dias de agonia do TCC. Amo você! À minha orientadora e eterna tutora do PET Zootecnia, Profª. Denise Ribeiro de Melo, por todo o conhecimento compartilhado para que esse trabalho pudesse ser executado. Por ter sido minha orientadora de estágio e TCC acreditando no meu potencial na equideocultura. Pela atenção, paciência, conversas, risadas e incentivos prestados mesmo diante do seu tempo corrido. Ao meu Professor e também tutor do PET Zootecnia, Profº. Jalison Lopes, pela enorme ajuda na definição da estatística do experimento e por estar sempre disposto a eliminar as minhas dúvidas em qualquer área da Zootecnia. Aos colegas de curso e amigos Gerson Sampaio e Larissa Ribas que me ajudaram com o experimento. Aos professores da Zootecnia, em nome de Raimifranca Sales a qual sempre tive admiração e respeito e aos demais professores da Universidade Federal de Roraima que colaboraram com o meu ganho de conhecimentos nesta graduação. Ao Programa de Educação Tutorial - PET Zootecnia, que tive a honra de fazer parte como bolsista e pude aprender sobre Ensino, Pesquisa e Extensão, participando de diversos projetos que me fizeram crescer como estudante, ser humano e profissional. À Cavalaria da Polícia Militar de Roraima, que me abriu as portas para executar esse projeto que resultou no meu Trabalho de Conclusão de Curso, tão sonhado realizar na área que eu almejo que é a Equideocultura. Ao Capitão Ailton Fernandes Teodoro do 1º Esquadrão Independente de Polícia Montada Inácio Lopes de Magalhães e ao Professor José Wilker Leal Castro do Curso de Zootecnia por aceitaram fazer parte da banca. Aos amigos que a Zootecnia escolheu para mim e que guardarei sempre com muito carinho, em nome de Arthur Clever Batista Martins, Gerson da Silva Sampaio, Iury Andrade, Janaína Sonsserray, Jeruza Rodrigues, Kalonny Dias, Lissandra da Silva Araújo, Lorena Suelen Vasconcelos Lima, Maurício Rufino dos Santos, Priscila Fantinato, Rafaelly Bezerra de Souza, Rayanne Veras Montenegro e Wadrillen Mayk Figueira Quadros. E aqueles que vieram de presente dos cursos próximos como a agronomia, Alan Amorim e Jéssica Gois. E da veterinária, um amigo que é o meu protegido, Edson Alencar. Um pássaro que repousa numa árvore Nunca teme que um galho quebre. Porque a sua confiança não está nos galhos, Mas nas suas próprias asas. (Elis Busanello) RESUMO O experimento teve como objetivo comparar o interesse dos equinos da cavalaria da Polícia Militar de Roraima em relação a três tipos de enriquecimento alimentar diferentes, com o intuito de contribuir ocupando o período de ócio em que os animais confinados vivem, diminuindo o tédio que pode causar estresse e assim reduzir o bem estar, gerando complicações na saúde dos cavalos. Foram utilizados oito cavalos adultos, Sem Raça definida, aplicando-se o Delineamento em Duplo Quadrado Latino 4 x 4 sendo quatro semanas e quatro animais para cada quadrado. Os alimentos fornecidos foram cenoura, maçã e torrão de açúcar. Os animais foram observados individualmente por um período de cinco minutos diários, durante 28 dias. Para avaliação do interesse foram estabelecidas notas de um a três. Ao final do experimento, obteve-se nota média de interesse para cada animal. Houve diferença significativa para os tratamentos que receberam enriquecimento alimentar em relação aos que não receberam mostrando o sucesso do experimento em ocupar o tempo dos animais. O alimento que obteve a maior nota de interesse foi o torrão de açúcar, porém, a relação custo benefício revela que a cenoura dentre os três alimentos, é o mais indicado. Palavras-chave: Cavalo. Confinamento. Prevenção. Estresse. Equideocultura. ABSTRACT The objective of the experiment was to compare the interest of horses of the Military Police of Roraima in relation to three different types of food enrichment, with the purpose of contributing to the period of idleness in which confined animals live, reducing the boredom that can cause stress and reducing well-being and generating complications in horses' health. Eight adult horses were used, with no defined breed, with a 4 x 4 Quadrado dualdelineation, being four weeks and four animals for each square. The food provided were carrot, apple and clod of sugar. The animals were observed individually for a period of five minutes daily for 28 days. For evaluation of interest, grades one to three were established. At the end of the experiment, a mean score of interest was obtained for each animal. There was a significant difference for the treatments that received food enrichment in relation to the ones that did not receive showing the success of the experiment in occupying the time of the animals. The food that received the highest note of interest was the clod of sugar, but the cost benefit ratio shows that the carrot among the three foods is the most indicated. Keywords: Horse. Confinement. Prevention. Stress. Horse breeding. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Fôrma de silicone com torrões após retirar do forno micro-ondas...................... 27 Figura 2 - Alimentos preparados para o tratamento............................................................. 27 Figura 3 - Implantação da ripa de madeira........................................................................... 28 Figura 4 - Gancho para fixação do nylon............................................................................. 28 Figura 5 - Cenoura suspensa na altura dos olhos do animal................................................. 29 Figura 6 - Cenoura sendo abocanhada.................................................................................. 33 Figura 7 - Maçã mordiscada................................................................................................. 33 LISTA DE TABELAS Tabela 1- Desenho experimental. Delineamento em Quadrado Latino............................... 24 Tabela 2- Interesse dos equinos da Cavalaria da PM de Roraima em relação aos três tipos de enriquecimento alimentar fornecidos..................................................... 32 LISTA DE QUADROS Quadro 1- Notas utilizadas como parâmetro de interesse dos animais em relação ao enriquecimento, descrevendo os comportamentos apresentados que se enquadram para cada nota durante a avaliação.............................................................................................................. 30 Quadro 2- Vantagens e desvantagens de cada enriquecimento alimentar, do ponto de vista Zootécnico.................................................................................................. 36 ABREVIATURAS a.C. – Antes de Cristo; EA – Enriquecimento ambiental; EIPMon – Esquadrão Independente de Polícia Montada Inácio Lopes de Magalhães; m – Metros; PM – Polícia Militar; PR – Paraná; RR – Roraima; T1 – Tratamento um; T2 – Tratamento dois; T3 – Tratamento três; T4 – Tratamento quatro. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 16 2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 18 2.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................................................... 18 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................... 18 3 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 19 3.1 HISTÓRICO, EVOLUÇÃO DO CAVALO E SEU COMPORTAMENTO ................. 19 3.2 BEM ESTAR ANIMAL ................................................................................................. 20 3.3 ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL ............................................................................ 21 3.3.1 Enriquecimento alimentar ..................................................................................... 23 4 METODOLOGIA DA PESQUISA .................................................................................... 25 4.1. LOCAL DO EXPERIMENTO ...................................................................................... 25 4.2 DELINEAMENTO ......................................................................................................... 25 4.3 ALIMENTOS FORNECIDOS ....................................................................................... 26 4.4 ADAPTAÇÃO DAS BAIAS ......................................................................................... 28 4.5 DO EXPERIMENTO ..................................................................................................... 29 4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA ............................................................................................. 31 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 32 6 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 37 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 38 16 1 INTRODUÇÃO A domesticação do equino o tornou útil para várias aplicações, desde alimento, meio de transporte, armas de guerra, até a sua mais importante aplicação que é como ferramenta da agricultura, sendo sempre um importante aliado na evolução humana. A convivência dos equinos com o homem iniciou-se a cerca de 3.000 a. C. na Ásia Central, depois no Egito no ano 1.680 a.C., seguido pela Grécia, ano 1.000 a.C. e nos países Árabes no ano 600 a.C. (JUNIOR & MURAD, 2016). Assim que surgiu a mecanização agrícola e os veículos automotores, após a revolução industrial, esses animais foram perdendo a relevância para essas funções (KAGEYAMA et al., 1990), porém a relação cavalo-humano foi ganhando destaque de outra forma. Atividades associadas ao esporte e lazer foram se tornando o foco da utilização dos equinos de maneira que foi conquistando função econômica e social, e se tornou atualmente um símbolo de status, enaltecendo o poder, beleza, força e prestígio social de quem os pertence (BANDUCCI Jr., 1995). No entanto é necessário atentar-se que os cavalos não perderam suas necessidades de espaço, sociais e alimentares e não mudaram seu comportamento desde que foram domesticados, ou seja, apesar de terem abrigo e comida garantidos pelos humanos, os cavalos deveriam passar grande parte do dia em espaços abertos, convivendo com outros cavalos e ingerindo alimento volumoso em intervalos curtos de tempo, tudo isso visando um ambiente mais próximo do natural para que não venham a desenvolver tédio que acarreta em estereotipias. A cavalaria da Polícia Militar do Estado de Roraima dispõe de onze cavalos que são utilizados para as rondas diárias. Esses animais passam grande parte do tempo confinados, em baias individuais, o que causa estresse, os tornando suscetíveis a distúrbios comportamentais que podem interferir no bem estar destes animais tornando-os inaptos às suas funções, diminuindo sua vida útil, causando perda de peso, lesões e contusões, além de poder levar a morte. Conforme Leal (2007) e Leal et al. (2011) estudos científicos foram conduzidos revelando que equinos que trabalham com patrulhamento em ambiente urbano são suscetíveis a anomalias de comportamento e cólicas. O conceito de Bem estar animal deve ser entendido onde há interação entre seres humanos e animais. Entretanto existem controvérsias quanto a essa definição. De modo geral, nas definições, preconiza-se bem-estar como a ausência de sofrimentoou estresse, fundamentado nas cinco liberdades: livres de fome e sede; livre de desconforto; livre de dor, sofrimento e doença; livre de medo e angústia; e livre para expressar seu comportamento, 17 conforme FAWC (Farm Animal Welfare Council, 1992). De acordo com Goodwin (1999), vários métodos etológicos podem ser usados para observar animais domésticos e, assim analisar seu comportamento diante das mudanças de dieta, alojamento ou manejos, para então propor um método que possa minimizar os efeitos deletérios no comportamento dos cavalos. O enriquecimento ambiental é um método que visa minimizar o estresse desses animais de forma a acrescentar modificações no ambiente (baias) procurando deixá-lo semelhante ao ambiente natural, utilizando objetos ou alimentos para criar um ambiente dinâmico, promovendo desafios físicos e mentais. Permitir que os animais expressem seus comportamentos naturais específicos da espécie gera melhorias no seu bem-estar, o que é um dos benefícios causados pelo enriquecimento ambiental, de acordo com Van de Weerd e Day (2009). Existem diferentes tipos de enriquecimento ambiental, dentre eles o enriquecimento alimentar ou nutricional, onde o animal procura ou caça alimentos de maneira que fuja da rotina do horário habitual de alimentação ou são fornecidos alimentos em formatos diferentes dos habituais. Nesse contexto, o presente estudo objetivou comparar o interesse dos animais em relação a três tipos de enriquecimento alimentar: cenoura, maçã e torrão de açúcar. 18 2 OBJETIVOS Estudar o comportamento animal, através da aplicação de enriquecimento ambiental do tipo alimentar. 2.1 OBJETIVO GERAL Avaliar a influência do enriquecimento ambiental do tipo alimentar no comportamento e bem estar dos equinos da Cavalaria. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Comparar o interesse dos animais em relação aos tipos de enriquecimento alimentar; Prevenir e/ou reduzir a ocorrência de vícios e estereotipias nos cavalos; Diminuir o estresse dos animais confinados; Melhorar o comportamento e o bem estar dos animais tratados. 19 3 REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 HISTÓRICO, EVOLUÇÃO DO CAVALO E SEU COMPORTAMENTO O cavalo foi uma das espécies que mais demorou a ser domesticada, pois nos primórdios era visto como um predador dos campos de agricultura. A domesticação teve início por volta de 3.000 a.C., na Ásia Central; 1.680 a.C., no Egito; 1.000 a.C. na Grécia e então nos países Árabes há cerca de 600 a.C. Em 1493, foi levado a América, mais especificamente a Ilha de São Domingos no Caribe, durante a segunda viagem de Cristóvão Colombo. Três remessas chegaram ao Brasil, em três locais diferentes, sendo São Paulo (Vila de São Vicente em 1534), trazidos por Martim Afonso de Souza; Pernambuco (Olinda em 1535), com Duarte Coelho; e Bahia em 1549, por Tomé de Souza (JUNIOR & MURAD, 2016). Há cerca de cinco mil anos atrás ocorreu a domesticação dos cavalos, e considera-se que sua aparência desde este período não mudou. Baseado nisso, sua fisiologia e hábitos de vida relacionados a espaço, alimentação, convívio com outros cavalos também não mudaram, ou seja, suas necessidades físicas e mentais permaneceram. O cavalo em vida livre passa até 16 horas do dia pastejando, com intervalos de fuga de predadores, onde ele apanha o capim e por vezes precisa fugir. Isso foi uma adaptação do sistema gastrointestinal desses animais. O volumoso deve ser o principal alimento para o cavalo, porém o que costumamos ver é o contrário, animais confinados recebem mais alimento concentrado do que volumoso. Isso causa complicações fisiológicas e até mesmo psíquicas. Levando em conta que os cavalos precisam de espaço e liberdade, o pastejo além de favorecer o sistema gastrointestinal, irá diminuir o período de ócio dos cavalos. O confinamento em baias por longos períodos gera tédio, o que pode amenizar esse problema é separar horários para que os animais fiquem em piquetes pastejando e tendo maior contato com outros cavalos. Prezar pela saúde física e mental do animal e respeitar a sua relação com o ambiente é fundamental, pois podem surgir problemas imediatos ou tardios, temporários ou prolongados, caso haja desrespeito a alguma dessas necessidades, como distúrbios comportamentais ou patologias, prejudicando a fisiologia, o bem-estar e o comportamento do animal (SILVA, 2014). Um comportamento é chamado de anômalo quando se considera um redirecionamento de comportamento do cavalo, dentre eles a ingestão das fezes (coprofagia) e cama. Já as estereotipias são comportamentos repetitivos sem função evidente, como ingestão de ar 20 (aerofagia) e dança do urso, onde há oscilação de troca de peso entre os membros anteriores, ocorrendo balanço da parte anterior do corpo, pescoço e cabeça. As estereotipias são um importante indicador do bem-estar animal, uma vez que se pode concluir de um ambiente em que muitos animais desenvolvem estereotipias que o mesmo não é apropriado para estes animais. Mas em tal ambiente, as estereotipias podem ser uma espécie de auto-ajuda para os animais que as realizam, funcionando como uma espécie de alívio do estresse. Há evidências de investigação que a execução de comportamentos estereotipados pode reduzir estresse. Por isso, impedir um animal de realizar estes comportamentos (como é muitas vezes tentada em cavalos) é definitivamente o caminho errado para resolver o problema. 3.2 BEM ESTAR ANIMAL Bem estar é um termo que tem sido frequentemente discutido, porém não possui uma definição precisa. Faz-se necessário utilizar uma definição para aplicação profissional e científica. Bem estar é a saúde física e mental, em que o animal pode expressar seu comportamento livremente, ou é a capacidade de adaptação do indivíduo ao ambiente ao qual foi inserido. De acordo com Broom (1986) o estado do indivíduo em relação às suas tentativas de adaptação ao ambiente em que se encontra é definido como bem estar. Definição esta que diz respeito à característica do indivíduo apenas em um determinado momento. O conceito baseia-se em quão bem o indivíduo está passando por uma determinada fase de sua vida. O que é oferecido ao animal pelo homem, não é em si bem estar, mas o que está sendo oferecido pode apenas influenciar no bem estar, melhorando ou piorando. Para tanto, faz-se ideal conhecer detalhes da biologia do animal, já que o conceito cabe a todos os animais, incluindo o homem. De acordo com Mench (1998), um animal possui “bem estar” ou “qualidade de vida” quando tem suas cinco liberdades preservadas. Primeiramente, livre de fome e sede (liberdade nutricional); livre de desconforto, em instalações propícias mantendo liberdade de movimentos (liberdade ambiental); livre de dor, ferimentos e doenças (liberdade sanitária), livre de medo e angústia (liberdade psicológica); livre para expressar seu comportamento natural (liberdade comportamental). Liberdades determinadas na Inglaterra, em 1993, pelo Conselho de Bem Estar de Animais de Produção (Farm Animal Welfare Council citado por Mench). 21 Se o indivíduo não tem problemas para resolver, este provavelmente se encontra com sentimentos positivos, indicando um alto grau de bem-estar. Porém, se o indivíduo passa por problemas, cuja magnitude ele não consegue enfrentar, ou seja, ter controle da estabilidade mental e corporal, provavelmente se encontra com sentimentos negativos e pode haver consequências na realização de suas atividades básicas, como crescimento, reprodução, etc. podendo levá-lo a morte. Se o indivíduo passa por problemas, mas se adapta a eles, por consequência, pode demonstrar sinais comportamentais. Conforme Broom e Molento (2004), grau de bem estar considerado adequado é vistoquando um animal não apresenta problemas para resolver em seu ambiente, caso contrário, em situação problemática que o indivíduo não tenha capacidade física ou mental para resolvê- la, o mesmo apresentará uma queda em seu bem estar que acarretará em problemas comportamentais, além de influenciar no desenvolvimento, crescimento, reprodução, etc. Sinais comportamentais também indicarão adaptação aos problemas, como forma de enfrentá- los com menos sofrimento, adquirindo vícios. Do ponto de vista de Duncan e Petherick (1991) o bem-estar animal é uma ciência cujo objetivo é considerar o ponto de vista do animal, com atenção aos sentimentos do mesmo, visando suprir suas necessidades básicas de forma a não impedir a relação com o homem. Avaliações de bem estar são feitas mensurando condições fisiológicas, e também considerando os sentimentos dos animais (considerações éticas ou mensurações de comportamento), essas avaliações devem ser totalmente separadas uma da outra de forma a se levar em consideração primeiramente as fisiológicas que podem ser: frequência cardíaca, atividade adrenal, atividade adrenal após desafio com hormônio adrenocorticotrófico ou resposta imunológica após um desafio. Conforme Moberg (1985), função do sistema imune alterada ou impedida denota estado pré-patológico, além de outras alterações fisiológicas. 3.3 ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL O conceito de Enriquecimento Ambiental começou a ser difundido e aplicado entre os profissionais que trabalhavam em zoológicos em todo mundo na década de 70. O ambiente representa todos os fatores e fenômenos externos que influenciam sobre o organismo, sejam eles fatores físicos ou químicos (abióticos) ou de outros organismos (bióticos) (BEGON et al., 2008). 22 São considerados três tipos de ambientes, sendo o ambiente natural, aquele que tem um ciclo de vida com acontecimentos resultantes do controle da natureza em que o animal está sujeito às variações inesperadas do meio, ao intemperismo, à ação de predadores, falta de recurso, às interações intra e interespecíficas, de modo geral, não se pode prever as situações que os animais vão vivenciar (GUANDOLINI, 2009). Ambientes artificiais são aqueles criados pelo homem como jaulas (zoológicos), caixas-padrão (biotérios), baias, piquetes. Os animais criados em cativeiro possuem várias restrições quanto a espaço, modo de alimentação, interações sociais e desafios, pois estes fatores são todos controlados pelo homem. Já o ambiente enriquecido é a modificação do local em que vive um animal em cativeiro, através da adição de objetos que possam despertar interesse do animal, uma ampliação deste local, proporcionando assim aos indivíduos à oportunidade de realizar comportamentos mais propícios a espécie (NITHIANANTHARAJAH & HANNAN, 2006; CARVALHO et al., 2009). Práticas que visam diminuir os estímulos causadores de respostas estressoras e possibilitam comportamentos típicos da espécie de formas não estereotipadas são consideradas “enriquecimento ambiental”. O Enriquecimento ambiental também auxilia na diminuição do estresse em cativeiro com diminuição dos movimentos estereotipados (TURNER & LEWIS, 2003; WOLFER et al., 2004; MENDONÇA-FURTADO, 2006; SGAI, 2007; VIOLA et al., 2010;), mutilação, agressividade, (ALMEIDA et al., 2008) e de comportamentos considerados anormais (NASCIMENTO, 2010), peso dos animais, entre outros fatores. Podem ser adquiridos diversos benefícios com a prática do enriquecimento ambiental, tais como redução da excitabilidade dos animais durante procedimentos de manejo (animais tornam-se mais calmos); diminuição de agressividade intraespecífica; evolução nas condições gerais de saúde; atenuação dos níveis de hormônios associados ao estresse (cortisol); avanço no comportamento social com o grupo e redução da frequência de comportamentos estereotipados. Segundo Sans (2008), a introdução adequada de práticas de enriquecimento ambiental requer análise da biologia, evolução e adaptação da espécie e o estudo do seu comportamento em habitat natural (vida livre) e em cativeiro para propiciar aquilo que é fundamental ao animal. Segundo o trabalho de Bloomsmith et al. (1991), foram identificados cinco principais tipos de enriquecimento: 23 enriquecimento social em que cria-se a oportunidade de interação entre os animais como se estivessem na natureza, gerando um ambiente de convivência e de companhia entre eles, o que pode ser muito benéfico tendo em vista que reduz o ócio e desperta o interesse dos animais uns pelos outros. A interação pode ser entre animais da mesma espécie (intraespecífica) ou entre espécies diferentes (interespecíficas); enriquecimento cognitivo que estimula a capacidade intelectual e cognitiva (concentração, coordenação motora, memória e raciocínio) por meio de "quebra- cabeças" que escondem alimentos. Através do enriquecimento cognitivo o animal pode ser estimulado pela troca dos objetos e pela troca de local dos objetos; enriquecimento físico, sendo a simulação de habitat próximo ao natural e compatível à espécie utilizando-se de objetos ou mesmo mudanças na estrutura física propriamente dita do abrigo animal como aplicação de esconderijos, obstáculos, lugares para subir, descer, esconder, pendurar, etc; enriquecimento sensorial que oferece recursos e situações que atiça os cinco sentidos dos animais: gustativo, olfativo, visual, tátil e sonoro como, por exemplo, a utilização de música clássica (CRUZ et al., 2010) e; enriquecimento alimentar ou nutricional, que será utilizado no trabalho. 3.3.1 Enriquecimento alimentar O enriquecimento do tipo alimentar consiste em disponibilizar para o animal a sua dieta de forma variada, ou mesmo introduzir novos tipos de alimentos, de forma que haja mudança no método de fornecimento, trazendo certa dificuldade para obterem o alimento, sendo uma novidade em sua rotina. Afonso (2010), em seu trabalho de pesquisa com equinos, ofereceu enriquecimento alimentar sendo capim picado no cocho (baia), capim picado no cocho e inteiro (baia), pastagem livre e capim picado e inteiro (piquete). Os animais mostraram maior interesse pela pastagem livre (piquetes) em relação ao alimento de simples aquisição (picado no cocho), constatando que a dificuldade gera comportamentos mais próximos de bem estar. Ainda segundo Ufaw (1997), o enriquecimento alimentar visa modificar a forma como a alimentação é disponibilizada aos animais, aumentando o nível de dificuldade para aquisição do alimento atuando em uma das possíveis causas de estresse dos animais 24 confinados que é a facilidade para obter o alimento, ou seja, ausência de atividades desenvolvidas para obtenção de alimento, tornando simples e rotineira uma função biológica que em seu ambiente natural ocuparia a maior parte do tempo dos animais. Oportunidade de procura e caça de alimentos, através da variação no tipo de entrega, como horário de fornecimento, frequência, sua forma, variedade e apresentação (BLOOMSMITH et al., 1991; NASCIMENTO, 2010). Trabalhos sobre enriquecimento alimentar com várias espécies de animais selvagens também já foram desenvolvidos, como o de Skibiel et al. (2007), com leões, onças, tigres e jaguatiricas, utilizando os seguintes enriquecimentos alimentares: ossos, peixes congelados e fontes de odores (canela, pimenta e cominho) comparando o tempo gasto em nível de atividade e pacing (estereotipia conhecida como dança do urso) antes, durante e após os tratamentos. Ashaw et al. (2003) utilizaram dois tipos de enriquecedores alimentares (peixe vivo e osso de cavalo) testando seu êxito em diminuir comportamentos estereotipados e elevar o nível de atividade de leões e tigres. O enriquecimento alimentar visa antes de tudo, à distração do animal confinado, a ocupação de seu tempo ocioso, e a consequente diminuição do estresse.Não devendo substituir sua alimentação rotineira (dieta balanceada), mas podendo contribuir como um aditivo, dependendo da sua composição. É interessante testar, oferecendo o enriquecimento alimentar para os animais antes de aplicá-lo, para verificar se o animal irá se interessar pelo alimento e se será viável a sua aplicação. Sabe-se que equinos gostam de cenouras, maçã e torrão de açúcar, por isso a aplicação neste estudo, pois são considerados alimentos palatáveis aos equinos. No entanto, deve-se controlar a quantidade ao fornecer. A palatabilidade dos alimentos pode fazer com que os animais distorçam a capacidade de ingestão causando danos à saúde como cólicas e laminites quando abusam do consumo. Laut et al. (1985) realizou um experimento com pôneis onde forneceu dietas concentradas adicionando material volumoso (fibroso) de baixa digestibilidade como energia diluída, fazendo com que os animais ingerissem a energia até preencher praticamente toda a capacidade intestinal. 25 4 METODOLOGIA DA PESQUISA 4.1. LOCAL DO EXPERIMENTO O experimento foi realizado na Cavalaria da Polícia Militar de Roraima (1º Esquadrão Independente de Polícia Montada Inácio Lopes de Magalhães - 1º EIPMon), localizado no Parque de Exposições Dandaezinho, BR 174, na Cidade de Boa Vista – RR, em um período de 28 dias, entre os dias 22 de novembro e 19 de dezembro de 2017. 4.2 DELINEAMENTO Foi aplicado o Delineamento em Duplo Quadrado Latino 4 x 4, sendo quatro semanas e quatro animais para cada quadrado. Três equinos receberam enriquecimento ambiental do tipo alimentar; representado por: T1, T2 e T3, onde T1: cenoura, T2: maçã, T3: torrão de açúcar e um equino não recebeu o enriquecimento; representado por T4: controle (tabela 1). A divisão do experimento foi definida através de sorteio padrão para Delineamento em Quadrado Latino. Casualizando-se linhas e colunas, obtendo o seguinte Delineamento: Tabela 1. Desenho experimental. Delineamento em Quadrado Latino. GRUPO 1 (QUADRADO 1): Período Animais (por nome) Malandro Trovão Soberano Tornado Semana 1 T3 T1 T4 T2 Semana 2 T1 T3 T2 T4 Semana 3 T2 T4 T3 T1 Semana 4 T4 T2 T1 T3 T1: Cenoura; T2: Maçã; T3: Torrão de açúcar e T4: Controle. 26 GRUPO 2 (QUADRADO 2): Período Animais (por nome) Xerife Apolo Samurai Ventania Semana 1 T4 T2 T1 T3 Semana 2 T2 T4 T3 T1 Semana 3 T3 T1 T4 T2 Semana 4 T1 T3 T2 T4 T1: Cenoura; T2: Maçã; T3: Torrão de açúcar e T4: Controle. 4.3 ALIMENTOS FORNECIDOS Para o experimento optou-se pelo enriquecimento alimentar, fornecendo-se alimentos que são comumente ofertados aos equinos como um agrado que é a cenoura, a maçã e o torrão de açúcar. As cenouras e as maçãs foram adquiridas no mercado local, escolhidas aparentando ótima qualidade para serem fornecidas frescas aos cavalos. O torrão de açúcar foi confeccionado utilizando-se açúcar mascavo acrescentando água para umedecê-lo e colocado em uma fôrma para gelo de silicone, para formar os cubos. A fôrma foi levada ao forno micro-ondas com potência máxima, por cerca de 20 segundos. Em seguida aguardou-se 30 minutos para que os torrões secassem e endurecessem. Para facilitar na montagem do experimento, foi colocado um pedaço de palito de churrasco antes de levar a fôrma ao forno micro-ondas, depois de secos, retirava-se o palito de maneira que ficasse o furo no meio do torrão para passar o barbante (figura 1). A cenoura e a maçã eram furadas com o mesmo palito de madeira (figura 2). Em seguida foi amarrada uma linha de nylon em uma das pontas, e na outra foi amarrado um gancho de metal (figuras 2, 3 e 4). A quantidade fornecida foi de uma cenoura, uma maçã e um torrão de açúcar (do tamanho de um cubo de gelo) por dia/ por animal. 27 Figura 1. Fôrma de silicone com torrões após retirar do forno micro-ondas. Figura 2. Alimentos preparados para o tratamento. Fonte: Arquivo pessoal (2017). Fonte: Arquivo pessoal (2017). 28 4.4 ADAPTAÇÃO DAS BAIAS Implantou-se uma ripa de madeira acima da porta das baias de cada animal (figura 3) para que o enriquecimento pudesse ser executado de maneira prática e que o barbante fosse colocado e retirado todos os dias e os animais não se acostumassem com o mesmo. Na ponta dessa ripa, colocou-se um gancho para sustentar o outro gancho amarrado ao fio de nylon que segurava o alimento (figura 4). Os alimentos fornecidos no experimento, a cenoura, a maçã e o torrão de açúcar foram suspensos por uma linha de nylon, na altura dos olhos dos animais (figura 5) para que os mesmos pudessem interagir com o alimento de forma ativa e assim, diminuir o ócio de ficar nas baias. Figura 3. Implantação da ripa de madeira. Figura 4. Gancho para fixação do nylon. Fonte: Arquivo pessoal (2017). 29 4.5 DO EXPERIMENTO Foram utilizados oito equinos adultos, Sem Raça Definida, com idades entre 6 e 13 anos, sendo todos do sexo masculino, castrados e em bom estado corporal. Todos os animais ficaram alojados em baias individuais de dimensão 3 x 4m. As baias são constituídas em madeira, piso de concreto, pé direito alto (5m), telha de barro e arborização lateral. Os bebedouros são de alvenaria do tipo automático com bóia. Os cochos são de cimento. A cama é de palha de arroz. Todas as baias são identificadas com o nome, ano de nascimento, a foto do animal e raça (mesticidade). O experimento foi executado respeitando os horários de rotina de manejo com os cavalos. O enriquecimento foi efetuado sempre ao mesmo horário 15:30 às 17:00 iniciando após receberem a terceira alimentação do dia, que é ração concentrada às 15:00 e terminando as 17:00, quando os animais são preparados para a atividade de rotina, que são as rondas no período noturno. Para a realização dos experimentos adotou-se a metodologia de fechar a parte superior da porta das baias antes de pendurar o alimento definido para cada tratamento. Figura 5. Cenoura suspensa na altura dos olhos do animal. Fonte: Arquivo pessoal (2017). 30 Após término do preparo dos experimentos abria-se a parte superior da porta e cronometrava- se cinco minutos de observação comportamental, sendo observado um animal por vez. O enriquecimento foi disponibilizado todos os dias, durante quatro semanas e a observação foi feita durante cinco minutos, pela mesma pessoa (observador) mantendo uma distância de cerca de quatro metros para minimizar ao máximo a interferência humana. Para analisar o interesse dos equinos, estabeleceram-se notas, quase como uma escala de um a três, adaptado de Goveia et al. (2013), descrito no quadro 1, a seguir: Quadro 1. Notas utilizadas como parâmetro de interesse dos animais em relação ao enriquecimento, descrevendo os comportamentos apresentados que se enquadram para cada nota durante a avaliação. Notas Descrição do nível de interesse Possíveis comportamentos observados para cada nota 1 (Nota padrão para o grupo controle, o qual não se aplicou enriquecimento, logo, não houve avaliação). Não houve interesse algum do equino pelo enriquecimento alimentar. O cavalo em momento algum foi até o alimento pendurado (EA). Logo, encontrava-se em alguma dessas atividades: comendo o alimento do cocho; bebendo água; defecando; urinando; parado em pé no canto da baia, em alerta ou repouso; apresentando comportamento anormal ou estereotipado. 2 Demonstrou interesse por um período menor que dois minutos e meio. O cavalo veio até oalimento pendurado e realizou interações ambientais, tais como: cheirar; lamber; brincar; mover os lábios pelo ambiente sem consumir ou arrancar o alimento; arrancar de imediato o alimento e comer; observar eventos estranhos a sua rotina como o enriquecimento alimentar introduzido ou o observador do experimento. 31 3 Demonstrou interesse pela maior parte dos cinco minutos, ou cinco minutos completos. Cavalo veio até o alimento pendurado e realizou interações ambientais, tais como: cheirar; lamber; brincar; mover os lábios pelo ambiente sem consumir ou arrancar o alimento; arrancar de imediato o alimento e comer; observar eventos estranhos a sua rotina como o enriquecimento alimentar introduzido ou o observador do experimento; comer e degustar lentamente o alimento durante os cinco minutos. Adaptada de Goveia et al. (2013) e Afonso (2010). 4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA Ao final das quatro semanas experimentais, foram obtidas notas médias de interesse para cada animal, os dados foram submetidos à análise de variância e comparadas através do teste Tukey a 5% de probabilidade. Para a realização das análises estatísticas utilizou-se o programa SISVAR (FERREIRA, 2000). 32 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO Através da tabela 2 é possível verificar que não houve diferença significativa (P>0,05) entre as notas médias dos tratamentos T1 (cenoura), T2 (maçã) e T3 (torrão de açúcar), porém, a média do tratamento T4 (Controle) diferenciou significativamente (P<0,05) das demais, mostrando que o experimento teve resultado satisfatório em relação ao interesse dos animais quando houve aplicação do enriquecimento ambiental. Tabela 2. Interesse dos equinos da Cavalaria da PM de Roraima em relação aos três tipos de enriquecimento alimentar fornecidos. Tratamentos Notas médias Cenoura (T1) 2,4A Maçã (T2) 2,4A Torrão de açúcar (T3) 2,7A Controle (T4) 1,0B CV (%) 22,69 Médias seguidas por letras iguais não diferem pelo teste de Tukey a 5% de significância. Goveia (2013) em seu experimento com equinos ofertou cenoura congelada, ração e feno em garrafas pet individuais para um grupo de quatro animais e criou um grupo controle que não recebeu nenhum enriquecimento, observou então que o grupo de cavalos que recebeu o tratamento teve diferença significativa em relação ao grupo que não recebeu, de forma que se ocuparam e tiveram que usar a criatividade para adquirir os alimentos. No presente estudo, quando comparados os três tipos de enriquecimento alimentar entre si, não houve diferença estatística, porém, há um destaque para o torrão de açúcar que mostrou uma média numericamente superior (T3 = 2,7) em relação a T1 (2,4) e T2 (2,4), e que foi notável durante o período de observação, pois os animais que receberam o torrão de açúcar ocuparam-se durante os cinco minutos, sendo que após abocanhar o torrão, o animal ainda precisava mordê-lo até conseguir quebrar, para posteriormente mastigá-lo e engoli-lo. Supõe-se que os pedaços derretiam na boca e o animal durante os cinco minutos sentia o gosto bastante adocicado do açúcar mascavo e isso fazia com que ele ficasse movimentando a língua e os lábios por todo o período de observação e continuava com esse ato após o término dos minutos de avaliação. Esse ato ocupava o animal, tirando-o do ócio e do tédio, mostrando ser viável a implementação do método. A cenoura mostrou-se pouco menos eficaz em ocupar 33 o tempo, por ser mais fácil de abocanhar devido seu formato comprido, sendo mais rápido de arrancá-la do fio e comer, mas também tem sua eficiência (figura 6). O que pode ser feito para aumentar a dificuldade, além de pendurar, é congelar a cenoura, para despertar ainda mais a criatividade dos animais e preencher melhor o tempo em que será despendido para aquisição. Já a maçã, por ser arredondada, gerava mais dificuldade escorregando ao ser abocanhada, mostrando que distraiu bem os animais, pois os mesmos precisavam retirar pedaços até conseguir arrancá-la do barbante ou por vezes a deixavam cair dentro ou fora das baias (figura 7). Segundo Fiorenzano e Maggioni (2015), ao ofertar para equinos frutas e verduras suspensas por um fio em cantos distintos da baia, verificou que os animais demonstraram interesse, tirando-os do ócio do período que permanecem confinados, estimulando-os e entretendo-os, pois ao tentarem comer, mordiscavam e brincavam com os frutos. Durante o experimento, averiguou-se o interesse imediato da maioria dos animais pela presença dos alimentos na baia. Assim que se abria a parte superior das portas, os animais vinham interagir com o alimento, sendo para comer, ou cheirar, ou lamber, ou brincar. Alguns dos cavalos por minoria das vezes não interagiram de nenhuma forma (ganhando nota um), ficando parados no canto da baia, como no caso do cavalo Ventania que só interagiu Fonte: Arquivo pessoal (2017). Figura 6. Cenoura sendo abocanhada. Figura 7. Maçã mordiscada. 34 cheirando, raros os dias, sendo possível diagnosticar um comportamento anormal para esse animal. Entretanto, desde o início, foi possível notar que a inércia perdeu espaço. Em visão geral, todos os animais interagiram imediatamente com as atividades de enriquecimento ambiental aplicadas, constatando o sucesso desta prática em ocupar o tempo dos animais, mostrando que pode prevenir problemas de estresse que venham a existir na cavalaria, como vícios ou comportamentos anormais. Segundo Mollenhorst et al. (2005), em um trabalho com aves, atos como bicar telas metálicas ou outros objetos, podem ser uma forma de adaptação do animal ao ambiente ocioso e limitado ao qual está confinado, indicando redirecionamento de comportamento. Esse redirecionamento é uma forma de adaptação do animal ao ambiente, ou seja, um hábito que o animal adquire para tentar amenizar seu estresse, porém, certos comportamentos podem gerar problemas fisiológicos perigosos como, por exemplo, a cólica. Portanto, o correto não é impedir ou reprimir a prática dos comportamentos anormais e estereotipados, mas sim preveni-los utilizando formas de EA. Alguns trabalhos mostram que é possível além de prevenir, também reduzir comportamentos anormais através da prática de EA. Almeida et al. (2008) em estudo com primatas em cativeiro, averiguou que durante e após a prática de EA em um zoológico em Curitiba – PR, ocorreu grande redução de comportamentos atípicos. De acordo com Young (2003), é sinal de bem estar se o animal prefere o alimento escondido ou de acesso dificultado ao alimento ofertado no cocho. No trabalho de Arey (1992) com porcas pré-parturientes o autor observou que as porcas se mostraram dispostas a realizar um esforço levantando uma porta para obter determinado recurso. No presente trabalho, o animal esforçou-se para conseguir abocanhar o alimento pendurado, já que o mesmo balançava e escapava ao ser mordido pelo animal. Isso entretinha e tirava o animal da rotina das baias. As técnicas de enriquecimento ambiental facilitam a adaptação dos animais ao cativeiro, mostrando efeitos benéficos sobre o seu bem estar (PIZZUTTO et al., 2009). Beattie et al. (2000) constataram que suínos em ambientes enriquecidos apresentam comportamento de bem-estar mais alto quando comparados aos do confinamento. Sua pesquisa mostrou que utilizaram um quarto de seu tempo em comportamento direcionado para o substrato no piso com ambiente enriquecido. Enquanto os animais no ambiente monótono mostraram comportamentos nocivos, como morder outro suíno ou explorar objetos que são fixos da baia do que aqueles no ambiente enriquecido. Nowak (1991), explica que o animal estimulado expressa comportamentosimilar àquele de seu ambiente natural, como quando aplica seu olfato em busca de alimento ou para 35 certificar-se de que algo introduzido aparentemente não ofereceria perigo. Comportamentos assim ocupam o animal por mais tempo, vindo a acautelar comportamentos anômalos ou reduzir em caso dos animais já possuírem. Para animais cativos, técnicas de enriquecimento ambiental são importantes para seu bem-estar, devendo ser aplicados continuamente, por mostrarem significativa diminuição do estresse. Medidas como alterações estruturais simples, socialização e modificações na rotina diária são capazes de melhorar e estimular o bem-estar (BOERE, 2001; COE, 1985). Inovações aplicadas no ambiente para torná-lo mais complexo têm sido fundamentais para minimizar reações adversas no recinto dos animais. O presente estudo mostrou que os três tipos de enriquecimento ambiental do tipo alimentar foram eficientes, já que ocuparam os animais durante a maior parte dos cinco minutos diários observados. Entretanto, do ponto de vista Zootécnico há de se levar em consideração o custo/benefício de cada um. A cenoura por ser um fruto, é de fácil aquisição (mercados ou feiras), baixo custo, sendo considerado um dos vegetais mais cultivados no Brasil, com uma boa composição nutricional. É uma hortaliça que se destaca por possuir altos níveis de compostos bioativos de alta atividade antioxidante, os compostos fenólicos e carotenoides (SILVA, 2016). Contém carboidratos “disponíveis”; fibras alimentares; proteínas; lipídios; vitamina C e carotenóides (β-caroteno ou pró-vitamina A que previnem doenças oculares); minerais importantes como cálcio, fósforo, ferro, magnésio, potássio, sódio, manganês, cobre e zinco. A maçã já tem um custo um pouco maior em relação à cenoura, mas também apresenta seus benefícios como fonte de fibras e de vitamina A, vitamina C e Folato, além da pectina, uma fibra solúvel que é capaz de reduzir os níveis do colesterol ruim, o LDL, do sangue. As catequinas, substâncias com propriedades antioxidantes, também integram essa fruta. O consumo de catequinas beneficia a saúde dos pulmões. É rica em nutrientes essenciais para o organismo. Na maçã há fibras que atuam no sistema digestório, flavonóides que combatem os radicais livres responsáveis pelo envelhecimento precoce, vitaminas B1 e B2 que ajudam a regular o sistema nervoso. O torrão de açúcar mostrou a maior eficiência no experimento, graças a sua maior palatabilidade, porém apresenta um custo elevado, considerando o preço do açúcar mascavo, levando em conta ainda o tempo despendido na confecção dos torrões gasto com energia e mão-de-obra, além de sua composição nutricional pobre comparado a cenoura e maçã, sendo rico apenas em glicose, sua aplicação se torna menos viável em relação aos outros alimentos estudados. Levando em conta que os cavalos necessitam dos minerais Cálcio e Fósforo, a 36 cenoura possui esses minerais. Portanto, a cenoura dentre os três tipos estudados, é o enriquecimento alimentar mais viável a se aplicar (quadro 2). Quadro 2. Vantagens e desvantagens de cada enriquecimento alimentar, do ponto de vista Zootécnico. Alimento Cenoura Maçã Torrão de açúcar Vantagens - Palatável aos equinos; - Legume de fácil aquisição; - Baixo custo; - Nutritivamente rico. - Palatável aos equinos; - Fruto de fácil aquisição; - Nutritivamente rico. - Altamente palatável aos equinos; - Rico em energia (glicose); - Mostrou ser o tratamento mais eficiente no experimento. Desvantagens - Fácil de ser abocanhada, sendo menos eficiente em ocupar o tempo dos animais. - Custo relativamente superior à cenoura; - Matéria prima não encontrada em qualquer local; - Nutritivamente inferior à maçã e a cenoura. - Tempo gasto na confecção. Partindo do princípio que animais confinados apresentam estresse devido ao ócio a que são submetidos diariamente, o enriquecimento alimentar pode servir como fator preventivo ou diminutivo do estresse ou possíveis estereotipias e comportamentos anormais que podem vir a desenvolver e gerar problemas maiores, de cunho fisiológico como a queda de rendimento nos exercícios (patrulhas policiais) ou até mesmo cólica que podem levar a morte. Além de que o enriquecimento alimentar do Tratamento 1 (Cenoura), mostra-se o mais viável custo/benefício entre os tratamentos estudados, podendo funcionar como aditivo na alimentação. 37 6 CONCLUSÕES O presente estudo mostrou que cenoura, maçã e torrão de açúcar foram eficientes para o enriquecimento alimentar dos cavalos confinados. Vale ressaltar que o torrão de açúcar foi o que apresentou o melhor resultado dentre os três ao considerar o tempo que os animais permaneceram ocupados degustando. Ao receber o enriquecimento alimentar, entende-se que momentaneamente foi retirado o tédio do animal, o que pôde contribuir para prevenir o aparecimento de comportamentos estereotipados. Assim como houve diminuição do estresse e consequentemente obtenção de bem estar nos momentos de interação dos animais com os alimentos. Considerando que o enriquecimento ambiental vem trazendo benefícios, aumentando a qualidade de vida dos animais em cativeiro, sua implementação e manutenção devem ser melhoradas e incentivadas. Podendo ser orientado pelo profissional capacitado pelo manejo e nutrição dos animais, por exemplo, o Zootecnista. Ao comparar o custo/benefício dos três tipos de enriquecimento alimentar estudados, a cenoura mostra-se mais viável Zootecnicamente. Ainda existem poucos experimentos sobre enriquecimento ambiental realizados com equinos, tornando-se necessários mais estudos. 38 REFERÊNCIAS AFONSO, A. M. C. F. Comportamento alimentar de equinos em treinamento submetidos a três manejos. Curitiba, 2010. 77f. Dissertação (Mestrado em Ciências Veterinárias) – Universidade Federal do Paraná. ALMEIDA, A. M. R; MARGARIDO, T. C. C; FILHO, E. L. A. Influência do enriquecimento ambiental no comportamento de primatas do gênero Ateles em cativeiro. Arquivos em Ciências Veterinarias e Zoologia, 11(2): p. 97-102, 2008. AREY, D. S. Straw and food as reinforcers for prepartal sows. Applied Animal Behaviour Science, Amsterdã: v.33,p.217-226, 1992. ASHAW, M. J., BLOOMSMITH, M. A., MARR, M. J., MAPLE, T. L. To hunt or not o hunt? A feeding enrichment experiment with captive large felids. Zoo Biology, v. 22, n. 2, p. 189-198. 2003. BANDUCCI JÚNIOR, A. Sociedade e natureza no pensamento pantaneiro:representação de mundo e o sobrenatural entre os peões das fazendas degado na “Nhecolândia”. São Paulo, 1995. 200f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social). Universidade de São Paulo. BEATTIE, V. E.; O´Connell, N. E.; Moss, B. W. Influence of environmental enrichment on the behavior, performance and meat quality of domestic pigs. Livestock Production Science. v. 65, n.1-2, p.71–79, 2000. BEGON, M.; HARPER, J. L.; TOWNSEND, C. R. Ecologia - indivíduos, populações e comunidades. 3.ed.: Omega, 1148p. 2008. BLOOMSMITH, M. A.; BRENT, L. Y.; SCHAPIRO, S. J. Guidelines for developing and managing and environmental enrichment program for nonhuman primates. Laboratory Animal Science, 41: p. 372-377, 1991. BOERE, V. Behavior and environment enrichment. In: Fowler, M. E; Cubas, Z. S. Biology, Medicine and Surgery of South American Wild Animals. Iowa: University Press, p. 263-266, 2001. BROOM, D. M. Indicators of poor welfare. British Veterinary Journal, London, v. 142, p. 524-526, 1986. 39 BROOM, D. M. e MOLENTO, C. F. M. Bem-estar animal: conceitos e questões relacionadas – Revisão. Archives of Veterinary Science, v. 9, n. 2, p. 1-11, 2004. CARVALHO,A. F. U.; ARAÚJO, A. J.; FARIAS, D. F.; ROCHA-BEZERRA, L. C. B., CAVALHEIRO, M. G. Development and reproductive performance of Swiss mice in an enriched environment. Brazilian Journal of Biology, 69 (1), p. 153-160, 2009. COE, J. C. Design and Perception: making the zoo world real. Zoo Biology. v. 4, p. 197- 208, 1985. CRUZ, J. G. P.; MAGRO, D. D.; CRUZ, J. N. Efeitos da música clássica como elemento de enriquecimento ambiental em Mus musculusem cativeiro (Rodentia: Muridae). Biotemas, 23(2): p. 191-197, 2010. DUNCAN, I. J .H.; PETHERICK, J. C. The implication of cognitive processes for animal welfare. Journal of Animal Science, Savoy, v. 69, p. 5017-5022, 1991. Enriquecimento ambiental. Disponível em <http://www.petgames.com.br/enriquecimento_ambiental.htm>. Acesso em 26.out.2017. FAWC - FARM ANIMAL WELFARE COUNCIL. Updates the five freedoms. The Veterinary Record, London, v. 131, p. 357, 1992. FERREIRA, D.R. Análises estatísticas por meio do Sisvar para Windows versão 4.0. In: Reunião anual da região brasileira da sociedade internacional de biometria, 45, 2000, São Carlos. Anais. São Carlos: UFSCar, 2000. p.255-258. FIORENZANO, B.; MAGGIONI, D. Implantação de enriquecimento ambiental para equinos em baia. Anais do VI CONCCEPAR: Congresso Científico da Região Centro- Ocidental do Paraná / Faculdade Integrado de Campo Mourão. - Campo Mourão, PR: Faculdade Integrado de Campo Mourão, 2015. GOODWIN, D. The importance of ethology in understanding the behaviour of the Horse. Equine Veterinary Journal Supplement, v. 28 p.15-19, 1999. GOVEIA, Y. D. Influência do enriquecimento ambiental do tipo alimentar no comportamento e bem estar de equinos. 5ª Jornada Científica e Tecnológica e 2º Simpósio de Pós- Graduação do FSULDEMINAS, Inconfidentes/MG. nov. 2013. 40 GUANDOLINI, G. C. Enriquecimento ambiental para gatos domesticos (Feliz silvestriscatus L.): a importância dos odores. Ribeirão Preto, 2009. 66f. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto. HELESKI, C. R., et al. Influence of housing on weanling horse behavior and subsequent welfare. Applied Animal Behavior Science, v. 78, p. 291-302, 2002. JUNIOR, O. A. C., MURAD, J. C. B. Animais de Grande Porte II. Brasília: NT Editora, 2016. 192p. KAGEYAMA, A. et al. O novo padrão agrícola brasileiro: do complexo rural aos complexos agroindustriais. Agricultura e políticas públicas. Brasília: IPEA, 1990. LAUT, J.E. et al. The effect of caloric dilution on meal patterns and food intake of ponies. Phisiology Behaviour, v. 34 p. 549-554, 1985. LEAL, B. B. Avaliação do bem-estar dos equinos de cavalaria da Polícia Militar de Minas Gerais: Indicadores etológicos, endocrinológicos e incidência de cólica. Minas Gerais, 2007. 61f. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal) - Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais. LEAL, B. B. et al. Cortisol circadian rhythm ratio: a simple method to detect stressed horses at higher risk of colic? Journal Equine Veterinary Science, v.31, p.188-190, 2011. MENCH, J. A. Farm animal welfare. In. BEKOFF, M. Encyclopedia of Animal Rigths and Animal Welfare. Connecticut: Greenwood, 1998. MENDONÇA-FURTADO, O. Uso de ferramentas como enriquecimento ambiental para macacos-prego (Cebusapella) Cativos. São Paulo, 2006. 92f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Universidade de São Paulo, Instituto de Psicologia. MILLS, D. S. Repetitive movement problems in the horse. In: The domestic horse: The evolution, development and management of it´s behaviour. 1 ed. Cambridge: Cambridge University Press, 2005. MOBERG, G.P. Biological response to stress: key to assessment of animal well-being? Bethesda: American Physiological Society, 1985. 41 MOLLENHORST, H.; RODENBURG, T. B.; BROKKERS, E. A. M.; KOENE, P.; BOER, I. J. M. On-farm assessment of laying hen welfare: A comparison of one environment – Based and two animal-based methods. Applied Animal Behaviour Science, v.90, n.3/4, p. 277-291, 2005. NASCIMENTO, V. M. S. Análise do enriquecimento físico e influência do enriquecimento cognitive no comportamento de bugios (Alouattacaraya) mantidos em cativeiro. Barreiras, 2010. 55f. Monografia (Curso de Ciências Biológicas) – Universidade do Estado da Bahia. NITHIANANTHARAJAH, J. & HANNAN, A. J. Enriched environments, experience- dependent plasticity and disorders of the nervous system. Nature Reviews Neuroscience, 7: p. 697-709, 2006. NOWAK, R. M. Walker´s Mammals of the World. V. II. The Johns Hopkins University Press: Baltimore and London, 1629 p. 1991. PIZZUTTO et al. O enriquecimento ambiental como ferramenta para melhorar a reprodução e o bem-estar de animais cativos. Revista Brasileira de Reprodução Animal, Belo Horizonte, v.33, n.3, p.129-138, Jul-Set. 2009. SANS, E. Enriquecimento ambiental no zoológico municipal de Curitiba/PR. Universidade Federal do Paraná, 2008. SGAI, M. G. F. G. Avaliação da influência das técnicas de enriquecimento ambiental nos parâmetros endócrinos e comportamentais de Callithrixpenicillata(sagüi-de-tufos-pretos) mantidos em estabilidade social e isolados. São Paulo, 2007. 113f. Dissertação (Mestrado em Reprodução animal) – Universidade de São Paulo. SILVA, E. L. Revisão para embasar o desenvolvimento de ferramenta prática para avaliação do bem-estar de cavalos com base em indicadores físicos e mentais. Florianópolis, 2014. 57f. Monografia (Curso de Zootecnia) – Universidade Federal de Santa Catarina. SILVA, A. C. B. et al. Qualidade nutricional e físico-química em cenoura (Daucus carotal.) in natura e minimamente processada. Demetra; Uberlândia – MG, 11(2); p. 355-367, 2016. SKIBIEL, A. L.; TREVINO, H. S.; NAUGHER, K. Comparison of several types of enrichment for captive felids. Zoo Biology, v. 26, p. 371-381. 2007. 42 TURNER, C. A.; LEWIS, M. H. Environmental enrichment: effects on stereotyped behavior and neurotrophin levels. Physiology & Behavior, v. 80: p. 259-266, 2003. UFAW - Universities Federation For Animal Welfare. Guia para o enriquecimento das condições ambientais do cativeiro (S. Celotti, Trad.). São Paulo: Sociedade Zoófila Educativa. 1997. VAN DE WEERD, H. A.; DAY, J.E.L. A review of environmental enrichment for pigs housed in intensive housing systems. Applied Animal Behaviour Science, Elsevier, Amsterdam, v. 116, n. 1, p. 1-20, Jan., 2009. VIOLA, G. G.; BOTTON, P. H.; MOREIRA, J.D.; ARDAIS, A.P.; OSES, J.P.; SOUZA, D.O., Influence of environmental enrichment on an object recognition task in CF1 mice. Physiology & Behavior, 99(1): p. 17-21, 2010. WOLFER, D. P.; LITVIN, O.; MORF, S.; NITSCH, R. M.; LIPP, H. P.; WÜRBEL, H. Laboratory animal welfare: Cage enrichment and mouse behaviour. Nature, v. 432: p. 821- 822, 2004. YOUNG, R. J. Environmental enrichment for captive animals. Universities Federation for Animal Welfare (UFAW). 2003.
Compartilhar