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enriquecimento ambiental tipo alimentar no comportamento e bem estar de equinos da polcia militar de roraima

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA 
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS 
CURSO DE BACHARELADO EM ZOOTECNIA 
 
 
 
 
 
TUANI REGINA SPIES 
 
 
 
 
 
ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL, TIPO ALIMENTAR, NO COMPORTAMENTO 
E BEM ESTAR DE EQUINOS DA POLÍCIA MILITAR DE RORAIMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Boa Vista, RR 
2018 
 
 
TUANI REGINA SPIES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL, TIPO ALIMENTAR, NO COMPORTAMENTO 
E BEM ESTAR DE EQUINOS DA POLÍCIA MILITAR DE RORAIMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como 
pré-requisito para conclusão do Curso de Bacharel 
em Zootecnia do Departamento de Zootecnia da 
Universidade Federal de Roraima. 
 
Orientadora: Profa. Dra. Denise Ribeiro de Melo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Boa Vista, RR 
2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TUANI REGINA SPIES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL, TIPO ALIMENTAR, NO COMPORTAMENTO 
E BEM ESTAR DE EQUINOS DA POLÍCIA MILITAR DE RORAIMA 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como 
pré-requisito para conclusão do Curso de Bacharel 
em Zootecnia do Departamento de Zootecnia da 
Universidade Federal de Roraima, defendido em 
07 de fevereiro de 2018 e avaliado pela seguinte 
banca examinadora: 
 
 
 
 
 
 
____________________________________________________ 
Profa. Dra. Denise Ribeiro de Melo 
Orientadora/Curso de Zootecnia – UFRR 
 
 
 
 
_____________________________________________________ 
CAP. Ailton Fernandes Teodoro 
Médico Veterinário – 1º Esquadrão Independente de Polícia Montada Inácio Lopes de 
Magalhães 
 
 
 
 
_____________________________________________________ 
Prof. José Wilker Leal Castro 
Curso de Zootecnia - UFRR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
À Deus, 
 que me presenteou com a vida 
 e com uma família que me ama e me apóia 
 independente das circunstâncias. 
Minha mãe, meu pai e meu irmão, 
Traudi Rosalia Sehn, Elton Spies e Tardeli Junior Spies. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 Àquele que me orienta diariamente através da fé e do amor, que me guia aos caminhos 
da sabedoria e da plenitude. Meu Deus, obrigada por tudo. Por ter me guiado até aqui, para 
encerrar mais uma etapa tão importante. 
 À minha Mãe, Traudi Rosalia Sehn, por ter me criado com tanto amor, por ter 
batalhado tanto e ter feito inúmeros sacrifícios garantindo o melhor a mim e ao meu irmão. 
Obrigada mãe, pelos conselhos, pelo incentivo, por ter me ensinado a ser uma pessoa 
humilde, por ser a minha inspiração e por me fazer vencer sendo a minha base, meu refúgio e 
fortaleza. Eu te amo! 
 Ao meu pai, Elton Spies, que sempre acreditou no meu sucesso, que ficou tão 
orgulhoso quando soube que passei no vestibular e saiu contando à todos! Que me ajudou a 
me manter no curso quando eu não pude trabalhar devidos os horários da faculdade. 
 Ao meu irmão Tardeli Junior Spies, que desde sempre foi como um pai para mim. Que 
ao lado de minha mãe, sempre cuidou e me deu amor. 
 Ao meu namorado, Isaias Magalhães de Almeida, por ser um grande incentivador 
durante a minha graduação e por estar presente em todos os momentos importantes do curso. 
As incontáveis vezes que me ajudou nos trabalhos de campo, nos meus projetos de desenho 
técnico e principalmente neste trabalho, na adaptação das baias, na confecção dos torrões de 
açúcar, indo várias vezes na cavalaria me ajudar na execução do experimento. E 
principalmente pelo amor e paciência nos dias de agonia do TCC. Amo você! 
 À minha orientadora e eterna tutora do PET Zootecnia, Profª. Denise Ribeiro de Melo, 
por todo o conhecimento compartilhado para que esse trabalho pudesse ser executado. Por ter 
sido minha orientadora de estágio e TCC acreditando no meu potencial na equideocultura. 
Pela atenção, paciência, conversas, risadas e incentivos prestados mesmo diante do seu tempo 
corrido. 
 Ao meu Professor e também tutor do PET Zootecnia, Profº. Jalison Lopes, pela 
enorme ajuda na definição da estatística do experimento e por estar sempre disposto a 
eliminar as minhas dúvidas em qualquer área da Zootecnia. 
 Aos colegas de curso e amigos Gerson Sampaio e Larissa Ribas que me ajudaram com 
o experimento. 
 
 
 Aos professores da Zootecnia, em nome de Raimifranca Sales a qual sempre tive 
admiração e respeito e aos demais professores da Universidade Federal de Roraima que 
colaboraram com o meu ganho de conhecimentos nesta graduação. 
 Ao Programa de Educação Tutorial - PET Zootecnia, que tive a honra de fazer parte 
como bolsista e pude aprender sobre Ensino, Pesquisa e Extensão, participando de diversos 
projetos que me fizeram crescer como estudante, ser humano e profissional. 
 À Cavalaria da Polícia Militar de Roraima, que me abriu as portas para executar esse 
projeto que resultou no meu Trabalho de Conclusão de Curso, tão sonhado realizar na área 
que eu almejo que é a Equideocultura. 
 Ao Capitão Ailton Fernandes Teodoro do 1º Esquadrão Independente de Polícia 
Montada Inácio Lopes de Magalhães e ao Professor José Wilker Leal Castro do Curso de 
Zootecnia por aceitaram fazer parte da banca. 
 Aos amigos que a Zootecnia escolheu para mim e que guardarei sempre com muito 
carinho, em nome de Arthur Clever Batista Martins, Gerson da Silva Sampaio, Iury Andrade, 
Janaína Sonsserray, Jeruza Rodrigues, Kalonny Dias, Lissandra da Silva Araújo, Lorena 
Suelen Vasconcelos Lima, Maurício Rufino dos Santos, Priscila Fantinato, Rafaelly Bezerra 
de Souza, Rayanne Veras Montenegro e Wadrillen Mayk Figueira Quadros. E aqueles que 
vieram de presente dos cursos próximos como a agronomia, Alan Amorim e Jéssica Gois. E 
da veterinária, um amigo que é o meu protegido, Edson Alencar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Um pássaro que repousa numa árvore 
Nunca teme que um galho quebre. 
Porque a sua confiança não está nos galhos, 
Mas nas suas próprias asas. 
(Elis Busanello) 
 
 
RESUMO 
 
O experimento teve como objetivo comparar o interesse dos equinos da cavalaria da Polícia 
Militar de Roraima em relação a três tipos de enriquecimento alimentar diferentes, com o 
intuito de contribuir ocupando o período de ócio em que os animais confinados vivem, 
diminuindo o tédio que pode causar estresse e assim reduzir o bem estar, gerando 
complicações na saúde dos cavalos. Foram utilizados oito cavalos adultos, Sem Raça definida, 
aplicando-se o Delineamento em Duplo Quadrado Latino 4 x 4 sendo quatro semanas e quatro 
animais para cada quadrado. Os alimentos fornecidos foram cenoura, maçã e torrão de açúcar. 
Os animais foram observados individualmente por um período de cinco minutos diários, 
durante 28 dias. Para avaliação do interesse foram estabelecidas notas de um a três. Ao final 
do experimento, obteve-se nota média de interesse para cada animal. Houve diferença 
significativa para os tratamentos que receberam enriquecimento alimentar em relação aos que 
não receberam mostrando o sucesso do experimento em ocupar o tempo dos animais. O 
alimento que obteve a maior nota de interesse foi o torrão de açúcar, porém, a relação custo 
benefício revela que a cenoura dentre os três alimentos, é o mais indicado. 
 
 
Palavras-chave: Cavalo. Confinamento. Prevenção. Estresse. Equideocultura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The objective of the experiment was to compare the interest of horses of the Military Police of 
Roraima in relation to three different types of food enrichment, with the purpose of 
contributing to the period of idleness in which confined animals live, reducing the boredom 
that can cause stress and reducing well-being and generating complications in horses' health. 
Eight adult horses were used, with no defined breed, with a 4 x 4 Quadrado dualdelineation, 
being four weeks and four animals for each square. The food provided were carrot, apple and 
clod of sugar. The animals were observed individually for a period of five minutes daily for 
28 days. For evaluation of interest, grades one to three were established. At the end of the 
experiment, a mean score of interest was obtained for each animal. There was a significant 
difference for the treatments that received food enrichment in relation to the ones that did not 
receive showing the success of the experiment in occupying the time of the animals. The food 
that received the highest note of interest was the clod of sugar, but the cost benefit ratio shows 
that the carrot among the three foods is the most indicated. 
 
 
Keywords: Horse. Confinement. Prevention. Stress. Horse breeding. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Fôrma de silicone com torrões após retirar do forno micro-ondas...................... 27 
Figura 2 - Alimentos preparados para o tratamento............................................................. 27 
Figura 3 - Implantação da ripa de madeira........................................................................... 28 
Figura 4 - Gancho para fixação do nylon............................................................................. 28 
Figura 5 - Cenoura suspensa na altura dos olhos do animal................................................. 29 
Figura 6 - Cenoura sendo abocanhada.................................................................................. 33 
Figura 7 - Maçã mordiscada................................................................................................. 33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1- Desenho experimental. Delineamento em Quadrado Latino............................... 24 
Tabela 2- Interesse dos equinos da Cavalaria da PM de Roraima em relação aos três 
tipos de enriquecimento alimentar fornecidos..................................................... 32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
 
Quadro 1- Notas utilizadas como parâmetro de interesse dos animais em relação ao 
enriquecimento, descrevendo os comportamentos apresentados que se 
enquadram para cada nota durante a 
avaliação.............................................................................................................. 30 
Quadro 2- Vantagens e desvantagens de cada enriquecimento alimentar, do ponto de 
vista Zootécnico.................................................................................................. 36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABREVIATURAS 
 
a.C. – Antes de Cristo; 
EA – Enriquecimento ambiental; 
EIPMon – Esquadrão Independente de Polícia Montada Inácio Lopes de Magalhães; 
m – Metros; 
PM – Polícia Militar; 
PR – Paraná; 
RR – Roraima; 
T1 – Tratamento um; 
T2 – Tratamento dois; 
T3 – Tratamento três; 
T4 – Tratamento quatro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 16 
2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 18 
2.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................................................... 18 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................... 18 
3 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 19 
3.1 HISTÓRICO, EVOLUÇÃO DO CAVALO E SEU COMPORTAMENTO ................. 19 
3.2 BEM ESTAR ANIMAL ................................................................................................. 20 
3.3 ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL ............................................................................ 21 
3.3.1 Enriquecimento alimentar ..................................................................................... 23 
4 METODOLOGIA DA PESQUISA .................................................................................... 25 
4.1. LOCAL DO EXPERIMENTO ...................................................................................... 25 
4.2 DELINEAMENTO ......................................................................................................... 25 
4.3 ALIMENTOS FORNECIDOS ....................................................................................... 26 
4.4 ADAPTAÇÃO DAS BAIAS ......................................................................................... 28 
4.5 DO EXPERIMENTO ..................................................................................................... 29 
4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA ............................................................................................. 31 
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 32 
6 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 37 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 38 
16 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 A domesticação do equino o tornou útil para várias aplicações, desde alimento, meio 
de transporte, armas de guerra, até a sua mais importante aplicação que é como ferramenta da 
agricultura, sendo sempre um importante aliado na evolução humana. A convivência dos 
equinos com o homem iniciou-se a cerca de 3.000 a. C. na Ásia Central, depois no Egito no 
ano 1.680 a.C., seguido pela Grécia, ano 1.000 a.C. e nos países Árabes no ano 600 a.C. 
(JUNIOR & MURAD, 2016). 
 Assim que surgiu a mecanização agrícola e os veículos automotores, após a revolução 
industrial, esses animais foram perdendo a relevância para essas funções (KAGEYAMA et 
al., 1990), porém a relação cavalo-humano foi ganhando destaque de outra forma. Atividades 
associadas ao esporte e lazer foram se tornando o foco da utilização dos equinos de maneira 
que foi conquistando função econômica e social, e se tornou atualmente um símbolo de status, 
enaltecendo o poder, beleza, força e prestígio social de quem os pertence (BANDUCCI Jr., 
1995). No entanto é necessário atentar-se que os cavalos não perderam suas necessidades de 
espaço, sociais e alimentares e não mudaram seu comportamento desde que foram 
domesticados, ou seja, apesar de terem abrigo e comida garantidos pelos humanos, os cavalos 
deveriam passar grande parte do dia em espaços abertos, convivendo com outros cavalos e 
ingerindo alimento volumoso em intervalos curtos de tempo, tudo isso visando um ambiente 
mais próximo do natural para que não venham a desenvolver tédio que acarreta em 
estereotipias. 
 A cavalaria da Polícia Militar do Estado de Roraima dispõe de onze cavalos que são 
utilizados para as rondas diárias. Esses animais passam grande parte do tempo confinados, em 
baias individuais, o que causa estresse, os tornando suscetíveis a distúrbios comportamentais 
que podem interferir no bem estar destes animais tornando-os inaptos às suas funções, 
diminuindo sua vida útil, causando perda de peso, lesões e contusões, além de poder levar a 
morte. Conforme Leal (2007) e Leal et al. (2011) estudos científicos foram conduzidos 
revelando que equinos que trabalham com patrulhamento em ambiente urbano são suscetíveis 
a anomalias de comportamento e cólicas. 
 O conceito de Bem estar animal deve ser entendido onde há interação entre seres 
humanos e animais. Entretanto existem controvérsias quanto a essa definição. De modo geral, 
nas definições, preconiza-se bem-estar como a ausência de sofrimentoou estresse, 
fundamentado nas cinco liberdades: livres de fome e sede; livre de desconforto; livre de dor, 
sofrimento e doença; livre de medo e angústia; e livre para expressar seu comportamento, 
17 
 
 
conforme FAWC (Farm Animal Welfare Council, 1992). De acordo com Goodwin (1999), 
vários métodos etológicos podem ser usados para observar animais domésticos e, assim 
analisar seu comportamento diante das mudanças de dieta, alojamento ou manejos, para então 
propor um método que possa minimizar os efeitos deletérios no comportamento dos cavalos. 
 O enriquecimento ambiental é um método que visa minimizar o estresse desses 
animais de forma a acrescentar modificações no ambiente (baias) procurando deixá-lo 
semelhante ao ambiente natural, utilizando objetos ou alimentos para criar um ambiente 
dinâmico, promovendo desafios físicos e mentais. Permitir que os animais expressem seus 
comportamentos naturais específicos da espécie gera melhorias no seu bem-estar, o que é um 
dos benefícios causados pelo enriquecimento ambiental, de acordo com Van de Weerd e Day 
(2009). Existem diferentes tipos de enriquecimento ambiental, dentre eles o enriquecimento 
alimentar ou nutricional, onde o animal procura ou caça alimentos de maneira que fuja da 
rotina do horário habitual de alimentação ou são fornecidos alimentos em formatos diferentes 
dos habituais. Nesse contexto, o presente estudo objetivou comparar o interesse dos animais 
em relação a três tipos de enriquecimento alimentar: cenoura, maçã e torrão de açúcar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
 2 OBJETIVOS 
 
 Estudar o comportamento animal, através da aplicação de enriquecimento ambiental 
do tipo alimentar. 
 
 
2.1 OBJETIVO GERAL 
 
 Avaliar a influência do enriquecimento ambiental do tipo alimentar no comportamento 
e bem estar dos equinos da Cavalaria. 
 
 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
 Comparar o interesse dos animais em relação aos tipos de enriquecimento alimentar; 
 Prevenir e/ou reduzir a ocorrência de vícios e estereotipias nos cavalos; 
 Diminuir o estresse dos animais confinados; 
 Melhorar o comportamento e o bem estar dos animais tratados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
3 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
3.1 HISTÓRICO, EVOLUÇÃO DO CAVALO E SEU COMPORTAMENTO 
 
 O cavalo foi uma das espécies que mais demorou a ser domesticada, pois nos 
primórdios era visto como um predador dos campos de agricultura. A domesticação teve 
início por volta de 3.000 a.C., na Ásia Central; 1.680 a.C., no Egito; 1.000 a.C. na Grécia e 
então nos países Árabes há cerca de 600 a.C. Em 1493, foi levado a América, mais 
especificamente a Ilha de São Domingos no Caribe, durante a segunda viagem de Cristóvão 
Colombo. Três remessas chegaram ao Brasil, em três locais diferentes, sendo São Paulo (Vila 
de São Vicente em 1534), trazidos por Martim Afonso de Souza; Pernambuco (Olinda em 
1535), com Duarte Coelho; e Bahia em 1549, por Tomé de Souza (JUNIOR & MURAD, 
2016). 
 Há cerca de cinco mil anos atrás ocorreu a domesticação dos cavalos, e considera-se 
que sua aparência desde este período não mudou. Baseado nisso, sua fisiologia e hábitos de 
vida relacionados a espaço, alimentação, convívio com outros cavalos também não mudaram, 
ou seja, suas necessidades físicas e mentais permaneceram. O cavalo em vida livre passa até 
16 horas do dia pastejando, com intervalos de fuga de predadores, onde ele apanha o capim e 
por vezes precisa fugir. Isso foi uma adaptação do sistema gastrointestinal desses animais. O 
volumoso deve ser o principal alimento para o cavalo, porém o que costumamos ver é o 
contrário, animais confinados recebem mais alimento concentrado do que volumoso. Isso 
causa complicações fisiológicas e até mesmo psíquicas. Levando em conta que os cavalos 
precisam de espaço e liberdade, o pastejo além de favorecer o sistema gastrointestinal, irá 
diminuir o período de ócio dos cavalos. O confinamento em baias por longos períodos gera 
tédio, o que pode amenizar esse problema é separar horários para que os animais fiquem em 
piquetes pastejando e tendo maior contato com outros cavalos. 
 Prezar pela saúde física e mental do animal e respeitar a sua relação com o ambiente é 
fundamental, pois podem surgir problemas imediatos ou tardios, temporários ou prolongados, 
caso haja desrespeito a alguma dessas necessidades, como distúrbios comportamentais ou 
patologias, prejudicando a fisiologia, o bem-estar e o comportamento do animal (SILVA, 
2014). 
 Um comportamento é chamado de anômalo quando se considera um redirecionamento 
de comportamento do cavalo, dentre eles a ingestão das fezes (coprofagia) e cama. Já as 
estereotipias são comportamentos repetitivos sem função evidente, como ingestão de ar 
20 
 
 
(aerofagia) e dança do urso, onde há oscilação de troca de peso entre os membros anteriores, 
ocorrendo balanço da parte anterior do corpo, pescoço e cabeça. 
 As estereotipias são um importante indicador do bem-estar animal, uma vez que se 
pode concluir de um ambiente em que muitos animais desenvolvem estereotipias que o 
mesmo não é apropriado para estes animais. Mas em tal ambiente, as estereotipias podem ser 
uma espécie de auto-ajuda para os animais que as realizam, funcionando como uma espécie 
de alívio do estresse. Há evidências de investigação que a execução de comportamentos 
estereotipados pode reduzir estresse. Por isso, impedir um animal de realizar estes 
comportamentos (como é muitas vezes tentada em cavalos) é definitivamente o caminho 
errado para resolver o problema. 
 
 
3.2 BEM ESTAR ANIMAL 
 
 Bem estar é um termo que tem sido frequentemente discutido, porém não possui uma 
definição precisa. Faz-se necessário utilizar uma definição para aplicação profissional e 
científica. Bem estar é a saúde física e mental, em que o animal pode expressar seu 
comportamento livremente, ou é a capacidade de adaptação do indivíduo ao ambiente ao qual 
foi inserido. De acordo com Broom (1986) o estado do indivíduo em relação às suas tentativas 
de adaptação ao ambiente em que se encontra é definido como bem estar. Definição esta que 
diz respeito à característica do indivíduo apenas em um determinado momento. O conceito 
baseia-se em quão bem o indivíduo está passando por uma determinada fase de sua vida. O 
que é oferecido ao animal pelo homem, não é em si bem estar, mas o que está sendo oferecido 
pode apenas influenciar no bem estar, melhorando ou piorando. Para tanto, faz-se ideal 
conhecer detalhes da biologia do animal, já que o conceito cabe a todos os animais, incluindo 
o homem. 
 De acordo com Mench (1998), um animal possui “bem estar” ou “qualidade de vida” 
quando tem suas cinco liberdades preservadas. Primeiramente, livre de fome e sede (liberdade 
nutricional); livre de desconforto, em instalações propícias mantendo liberdade de 
movimentos (liberdade ambiental); livre de dor, ferimentos e doenças (liberdade sanitária), 
livre de medo e angústia (liberdade psicológica); livre para expressar seu comportamento 
natural (liberdade comportamental). Liberdades determinadas na Inglaterra, em 1993, pelo 
Conselho de Bem Estar de Animais de Produção (Farm Animal Welfare Council citado por 
Mench). 
21 
 
 
 Se o indivíduo não tem problemas para resolver, este provavelmente se encontra com 
sentimentos positivos, indicando um alto grau de bem-estar. Porém, se o indivíduo passa por 
problemas, cuja magnitude ele não consegue enfrentar, ou seja, ter controle da estabilidade 
mental e corporal, provavelmente se encontra com sentimentos negativos e pode haver 
consequências na realização de suas atividades básicas, como crescimento, reprodução, etc. 
podendo levá-lo a morte. Se o indivíduo passa por problemas, mas se adapta a eles, por 
consequência, pode demonstrar sinais comportamentais. 
 Conforme Broom e Molento (2004), grau de bem estar considerado adequado é vistoquando um animal não apresenta problemas para resolver em seu ambiente, caso contrário, 
em situação problemática que o indivíduo não tenha capacidade física ou mental para resolvê-
la, o mesmo apresentará uma queda em seu bem estar que acarretará em problemas 
comportamentais, além de influenciar no desenvolvimento, crescimento, reprodução, etc. 
Sinais comportamentais também indicarão adaptação aos problemas, como forma de enfrentá-
los com menos sofrimento, adquirindo vícios. 
 Do ponto de vista de Duncan e Petherick (1991) o bem-estar animal é uma ciência 
cujo objetivo é considerar o ponto de vista do animal, com atenção aos sentimentos do 
mesmo, visando suprir suas necessidades básicas de forma a não impedir a relação com o 
homem. 
 Avaliações de bem estar são feitas mensurando condições fisiológicas, e também 
considerando os sentimentos dos animais (considerações éticas ou mensurações de 
comportamento), essas avaliações devem ser totalmente separadas uma da outra de forma a se 
levar em consideração primeiramente as fisiológicas que podem ser: frequência cardíaca, 
atividade adrenal, atividade adrenal após desafio com hormônio adrenocorticotrófico ou 
resposta imunológica após um desafio. Conforme Moberg (1985), função do sistema imune 
alterada ou impedida denota estado pré-patológico, além de outras alterações fisiológicas. 
 
 
3.3 ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL 
 
 O conceito de Enriquecimento Ambiental começou a ser difundido e aplicado entre os 
profissionais que trabalhavam em zoológicos em todo mundo na década de 70. 
 O ambiente representa todos os fatores e fenômenos externos que influenciam sobre o 
organismo, sejam eles fatores físicos ou químicos (abióticos) ou de outros organismos 
(bióticos) (BEGON et al., 2008). 
22 
 
 
 São considerados três tipos de ambientes, sendo o ambiente natural, aquele que tem 
um ciclo de vida com acontecimentos resultantes do controle da natureza em que o animal 
está sujeito às variações inesperadas do meio, ao intemperismo, à ação de predadores, falta de 
recurso, às interações intra e interespecíficas, de modo geral, não se pode prever as situações 
que os animais vão vivenciar (GUANDOLINI, 2009). Ambientes artificiais são aqueles 
criados pelo homem como jaulas (zoológicos), caixas-padrão (biotérios), baias, piquetes. Os 
animais criados em cativeiro possuem várias restrições quanto a espaço, modo de 
alimentação, interações sociais e desafios, pois estes fatores são todos controlados pelo 
homem. Já o ambiente enriquecido é a modificação do local em que vive um animal em 
cativeiro, através da adição de objetos que possam despertar interesse do animal, uma 
ampliação deste local, proporcionando assim aos indivíduos à oportunidade de realizar 
comportamentos mais propícios a espécie (NITHIANANTHARAJAH & HANNAN, 2006; 
CARVALHO et al., 2009). 
 Práticas que visam diminuir os estímulos causadores de respostas estressoras e 
possibilitam comportamentos típicos da espécie de formas não estereotipadas são 
consideradas “enriquecimento ambiental”. O Enriquecimento ambiental também auxilia na 
diminuição do estresse em cativeiro com diminuição dos movimentos estereotipados 
(TURNER & LEWIS, 2003; WOLFER et al., 2004; MENDONÇA-FURTADO, 2006; SGAI, 
2007; VIOLA et al., 2010;), mutilação, agressividade, (ALMEIDA et al., 2008) e de 
comportamentos considerados anormais (NASCIMENTO, 2010), peso dos animais, entre 
outros fatores. 
 Podem ser adquiridos diversos benefícios com a prática do enriquecimento ambiental, 
tais como redução da excitabilidade dos animais durante procedimentos de manejo (animais 
tornam-se mais calmos); diminuição de agressividade intraespecífica; evolução nas condições 
gerais de saúde; atenuação dos níveis de hormônios associados ao estresse (cortisol); avanço 
no comportamento social com o grupo e redução da frequência de comportamentos 
estereotipados. 
 Segundo Sans (2008), a introdução adequada de práticas de enriquecimento ambiental 
requer análise da biologia, evolução e adaptação da espécie e o estudo do seu comportamento 
em habitat natural (vida livre) e em cativeiro para propiciar aquilo que é fundamental ao 
animal. 
 Segundo o trabalho de Bloomsmith et al. (1991), foram identificados cinco principais 
tipos de enriquecimento: 
23 
 
 
 enriquecimento social em que cria-se a oportunidade de interação entre os animais 
como se estivessem na natureza, gerando um ambiente de convivência e de companhia 
entre eles, o que pode ser muito benéfico tendo em vista que reduz o ócio e desperta o 
interesse dos animais uns pelos outros. A interação pode ser entre animais da mesma 
espécie (intraespecífica) ou entre espécies diferentes (interespecíficas); 
 enriquecimento cognitivo que estimula a capacidade intelectual e cognitiva 
(concentração, coordenação motora, memória e raciocínio) por meio de "quebra-
cabeças" que escondem alimentos. Através do enriquecimento cognitivo o animal 
pode ser estimulado pela troca dos objetos e pela troca de local dos objetos; 
 enriquecimento físico, sendo a simulação de habitat próximo ao natural e compatível à 
espécie utilizando-se de objetos ou mesmo mudanças na estrutura física propriamente 
dita do abrigo animal como aplicação de esconderijos, obstáculos, lugares para subir, 
descer, esconder, pendurar, etc; 
 enriquecimento sensorial que oferece recursos e situações que atiça os cinco sentidos 
dos animais: gustativo, olfativo, visual, tátil e sonoro como, por exemplo, a utilização 
de música clássica (CRUZ et al., 2010) e; 
 enriquecimento alimentar ou nutricional, que será utilizado no trabalho. 
 
 
3.3.1 Enriquecimento alimentar 
 
 O enriquecimento do tipo alimentar consiste em disponibilizar para o animal a sua 
dieta de forma variada, ou mesmo introduzir novos tipos de alimentos, de forma que haja 
mudança no método de fornecimento, trazendo certa dificuldade para obterem o alimento, 
sendo uma novidade em sua rotina. Afonso (2010), em seu trabalho de pesquisa com equinos, 
ofereceu enriquecimento alimentar sendo capim picado no cocho (baia), capim picado no 
cocho e inteiro (baia), pastagem livre e capim picado e inteiro (piquete). Os animais 
mostraram maior interesse pela pastagem livre (piquetes) em relação ao alimento de simples 
aquisição (picado no cocho), constatando que a dificuldade gera comportamentos mais 
próximos de bem estar. 
 Ainda segundo Ufaw (1997), o enriquecimento alimentar visa modificar a forma como 
a alimentação é disponibilizada aos animais, aumentando o nível de dificuldade para 
aquisição do alimento atuando em uma das possíveis causas de estresse dos animais 
24 
 
 
confinados que é a facilidade para obter o alimento, ou seja, ausência de atividades 
desenvolvidas para obtenção de alimento, tornando simples e rotineira uma função biológica 
que em seu ambiente natural ocuparia a maior parte do tempo dos animais. 
 Oportunidade de procura e caça de alimentos, através da variação no tipo de entrega, 
como horário de fornecimento, frequência, sua forma, variedade e apresentação 
(BLOOMSMITH et al., 1991; NASCIMENTO, 2010). 
 Trabalhos sobre enriquecimento alimentar com várias espécies de animais selvagens 
também já foram desenvolvidos, como o de Skibiel et al. (2007), com leões, onças, tigres e 
jaguatiricas, utilizando os seguintes enriquecimentos alimentares: ossos, peixes congelados e 
fontes de odores (canela, pimenta e cominho) comparando o tempo gasto em nível de 
atividade e pacing (estereotipia conhecida como dança do urso) antes, durante e após os 
tratamentos. Ashaw et al. (2003) utilizaram dois tipos de enriquecedores alimentares (peixe 
vivo e osso de cavalo) testando seu êxito em diminuir comportamentos estereotipados e elevar 
o nível de atividade de leões e tigres. 
 O enriquecimento alimentar visa antes de tudo, à distração do animal confinado, a 
ocupação de seu tempo ocioso, e a consequente diminuição do estresse.Não devendo 
substituir sua alimentação rotineira (dieta balanceada), mas podendo contribuir como um 
aditivo, dependendo da sua composição. É interessante testar, oferecendo o enriquecimento 
alimentar para os animais antes de aplicá-lo, para verificar se o animal irá se interessar pelo 
alimento e se será viável a sua aplicação. Sabe-se que equinos gostam de cenouras, maçã e 
torrão de açúcar, por isso a aplicação neste estudo, pois são considerados alimentos palatáveis 
aos equinos. No entanto, deve-se controlar a quantidade ao fornecer. A palatabilidade dos 
alimentos pode fazer com que os animais distorçam a capacidade de ingestão causando danos 
à saúde como cólicas e laminites quando abusam do consumo. Laut et al. (1985) realizou um 
experimento com pôneis onde forneceu dietas concentradas adicionando material volumoso 
(fibroso) de baixa digestibilidade como energia diluída, fazendo com que os animais 
ingerissem a energia até preencher praticamente toda a capacidade intestinal. 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
4 METODOLOGIA DA PESQUISA 
 
4.1. LOCAL DO EXPERIMENTO 
 
 O experimento foi realizado na Cavalaria da Polícia Militar de Roraima (1º Esquadrão 
Independente de Polícia Montada Inácio Lopes de Magalhães - 1º EIPMon), localizado no 
Parque de Exposições Dandaezinho, BR 174, na Cidade de Boa Vista – RR, em um período 
de 28 dias, entre os dias 22 de novembro e 19 de dezembro de 2017. 
 
 
4.2 DELINEAMENTO 
 
 Foi aplicado o Delineamento em Duplo Quadrado Latino 4 x 4, sendo quatro semanas 
e quatro animais para cada quadrado. Três equinos receberam enriquecimento ambiental do 
tipo alimentar; representado por: T1, T2 e T3, onde T1: cenoura, T2: maçã, T3: torrão de 
açúcar e um equino não recebeu o enriquecimento; representado por T4: controle (tabela 1). 
 A divisão do experimento foi definida através de sorteio padrão para Delineamento em 
Quadrado Latino. Casualizando-se linhas e colunas, obtendo o seguinte Delineamento: 
 
Tabela 1. Desenho experimental. Delineamento em Quadrado Latino. 
GRUPO 1 (QUADRADO 1): 
Período Animais (por nome) 
Malandro Trovão Soberano Tornado 
Semana 1 T3 T1 T4 T2 
Semana 2 T1 T3 T2 T4 
Semana 3 T2 T4 T3 T1 
Semana 4 T4 T2 T1 T3 
T1: Cenoura; T2: Maçã; T3: Torrão de açúcar e T4: Controle. 
 
 
 
 
26 
 
 
GRUPO 2 (QUADRADO 2): 
Período Animais (por nome) 
Xerife Apolo Samurai Ventania 
Semana 1 T4 T2 T1 T3 
Semana 2 T2 T4 T3 T1 
Semana 3 T3 T1 T4 T2 
Semana 4 T1 T3 T2 T4 
T1: Cenoura; T2: Maçã; T3: Torrão de açúcar e T4: Controle. 
 
 
4.3 ALIMENTOS FORNECIDOS 
 
 Para o experimento optou-se pelo enriquecimento alimentar, fornecendo-se alimentos 
que são comumente ofertados aos equinos como um agrado que é a cenoura, a maçã e o torrão 
de açúcar. As cenouras e as maçãs foram adquiridas no mercado local, escolhidas aparentando 
ótima qualidade para serem fornecidas frescas aos cavalos. 
 O torrão de açúcar foi confeccionado utilizando-se açúcar mascavo acrescentando 
água para umedecê-lo e colocado em uma fôrma para gelo de silicone, para formar os cubos. 
A fôrma foi levada ao forno micro-ondas com potência máxima, por cerca de 20 segundos. 
Em seguida aguardou-se 30 minutos para que os torrões secassem e endurecessem. Para 
facilitar na montagem do experimento, foi colocado um pedaço de palito de churrasco antes 
de levar a fôrma ao forno micro-ondas, depois de secos, retirava-se o palito de maneira que 
ficasse o furo no meio do torrão para passar o barbante (figura 1). A cenoura e a maçã eram 
furadas com o mesmo palito de madeira (figura 2). Em seguida foi amarrada uma linha de 
nylon em uma das pontas, e na outra foi amarrado um gancho de metal (figuras 2, 3 e 4). A 
quantidade fornecida foi de uma cenoura, uma maçã e um torrão de açúcar (do tamanho de 
um cubo de gelo) por dia/ por animal. 
 
 
 
 
27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1. Fôrma de silicone com torrões após retirar do forno micro-ondas. 
Figura 2. Alimentos preparados para o tratamento. 
Fonte: Arquivo pessoal (2017). 
Fonte: Arquivo pessoal (2017). 
28 
 
 
4.4 ADAPTAÇÃO DAS BAIAS 
 
 Implantou-se uma ripa de madeira acima da porta das baias de cada animal (figura 3) 
para que o enriquecimento pudesse ser executado de maneira prática e que o barbante fosse 
colocado e retirado todos os dias e os animais não se acostumassem com o mesmo. Na ponta 
dessa ripa, colocou-se um gancho para sustentar o outro gancho amarrado ao fio de nylon que 
segurava o alimento (figura 4). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Os alimentos fornecidos no experimento, a cenoura, a maçã e o torrão de açúcar foram 
suspensos por uma linha de nylon, na altura dos olhos dos animais (figura 5) para que os 
mesmos pudessem interagir com o alimento de forma ativa e assim, diminuir o ócio de ficar 
nas baias. 
 
 
 
 
 
Figura 3. Implantação da 
ripa de madeira. 
Figura 4. Gancho para fixação 
do nylon. 
 
Fonte: Arquivo pessoal (2017). 
29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.5 DO EXPERIMENTO 
 
 Foram utilizados oito equinos adultos, Sem Raça Definida, com idades entre 6 e 13 
anos, sendo todos do sexo masculino, castrados e em bom estado corporal. 
 Todos os animais ficaram alojados em baias individuais de dimensão 3 x 4m. As baias 
são constituídas em madeira, piso de concreto, pé direito alto (5m), telha de barro e 
arborização lateral. Os bebedouros são de alvenaria do tipo automático com bóia. Os cochos 
são de cimento. A cama é de palha de arroz. Todas as baias são identificadas com o nome, ano 
de nascimento, a foto do animal e raça (mesticidade). 
 O experimento foi executado respeitando os horários de rotina de manejo com os 
cavalos. O enriquecimento foi efetuado sempre ao mesmo horário 15:30 às 17:00 iniciando 
após receberem a terceira alimentação do dia, que é ração concentrada às 15:00 e terminando 
as 17:00, quando os animais são preparados para a atividade de rotina, que são as rondas no 
período noturno. Para a realização dos experimentos adotou-se a metodologia de fechar a 
parte superior da porta das baias antes de pendurar o alimento definido para cada tratamento. 
Figura 5. Cenoura suspensa na altura dos olhos do animal. 
Fonte: Arquivo pessoal (2017). 
30 
 
 
Após término do preparo dos experimentos abria-se a parte superior da porta e cronometrava-
se cinco minutos de observação comportamental, sendo observado um animal por vez. 
 O enriquecimento foi disponibilizado todos os dias, durante quatro semanas e a 
observação foi feita durante cinco minutos, pela mesma pessoa (observador) mantendo uma 
distância de cerca de quatro metros para minimizar ao máximo a interferência humana. 
 Para analisar o interesse dos equinos, estabeleceram-se notas, quase como uma escala 
de um a três, adaptado de Goveia et al. (2013), descrito no quadro 1, a seguir: 
 
Quadro 1. Notas utilizadas como parâmetro de interesse dos animais em relação ao 
enriquecimento, descrevendo os comportamentos apresentados que se enquadram para cada 
nota durante a avaliação. 
Notas Descrição do nível de 
interesse 
Possíveis comportamentos 
observados para cada nota 
 
 
 
 
1 
 
(Nota padrão para o grupo 
controle, o qual não se 
aplicou enriquecimento, 
logo, não houve 
avaliação). 
 
 
 
 
 
 
Não houve interesse algum 
do equino pelo 
enriquecimento alimentar. 
O cavalo em momento algum foi 
até o alimento pendurado (EA). 
Logo, encontrava-se em alguma 
dessas atividades: 
 comendo o alimento do 
cocho; 
 bebendo água; 
 defecando; 
 urinando; 
 parado em pé no canto da 
baia, em alerta ou 
repouso; 
 apresentando 
comportamento anormal 
ou estereotipado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
Demonstrou interesse por 
um período menor que dois 
minutos e meio. 
O cavalo veio até oalimento 
pendurado e realizou interações 
ambientais, tais como: 
 cheirar; 
 lamber; 
 brincar; 
 mover os lábios pelo 
ambiente sem consumir 
ou arrancar o alimento; 
 arrancar de imediato o 
alimento e comer; 
 observar eventos 
estranhos a sua rotina 
como o enriquecimento 
alimentar introduzido ou 
o observador do 
experimento. 
31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
Demonstrou interesse pela 
maior parte dos cinco 
minutos, ou cinco minutos 
completos. 
Cavalo veio até o alimento 
pendurado e realizou interações 
ambientais, tais como: 
 cheirar; 
 lamber; 
 brincar; 
 mover os lábios pelo 
ambiente sem consumir 
ou arrancar o alimento; 
 arrancar de imediato o 
alimento e comer; 
 observar eventos 
estranhos a sua rotina 
como o enriquecimento 
alimentar introduzido ou 
o observador do 
experimento; 
 comer e degustar 
lentamente o alimento 
durante os cinco minutos. 
Adaptada de Goveia et al. (2013) e Afonso (2010). 
 
 
4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA 
 
 Ao final das quatro semanas experimentais, foram obtidas notas médias de interesse 
para cada animal, os dados foram submetidos à análise de variância e comparadas através do 
teste Tukey a 5% de probabilidade. Para a realização das análises estatísticas utilizou-se o 
programa SISVAR (FERREIRA, 2000). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
 Através da tabela 2 é possível verificar que não houve diferença significativa (P>0,05) 
entre as notas médias dos tratamentos T1 (cenoura), T2 (maçã) e T3 (torrão de açúcar), 
porém, a média do tratamento T4 (Controle) diferenciou significativamente (P<0,05) das 
demais, mostrando que o experimento teve resultado satisfatório em relação ao interesse dos 
animais quando houve aplicação do enriquecimento ambiental. 
 
Tabela 2. Interesse dos equinos da Cavalaria da PM de Roraima em relação aos três tipos de 
enriquecimento alimentar fornecidos. 
 
Tratamentos Notas médias 
Cenoura (T1) 2,4A 
Maçã (T2) 2,4A 
Torrão de açúcar (T3) 2,7A 
Controle (T4) 1,0B 
CV (%) 22,69 
Médias seguidas por letras iguais não diferem pelo teste de Tukey a 5% de significância. 
 
 Goveia (2013) em seu experimento com equinos ofertou cenoura congelada, ração e 
feno em garrafas pet individuais para um grupo de quatro animais e criou um grupo controle 
que não recebeu nenhum enriquecimento, observou então que o grupo de cavalos que recebeu 
o tratamento teve diferença significativa em relação ao grupo que não recebeu, de forma que 
se ocuparam e tiveram que usar a criatividade para adquirir os alimentos. 
 No presente estudo, quando comparados os três tipos de enriquecimento alimentar 
entre si, não houve diferença estatística, porém, há um destaque para o torrão de açúcar que 
mostrou uma média numericamente superior (T3 = 2,7) em relação a T1 (2,4) e T2 (2,4), e 
que foi notável durante o período de observação, pois os animais que receberam o torrão de 
açúcar ocuparam-se durante os cinco minutos, sendo que após abocanhar o torrão, o animal 
ainda precisava mordê-lo até conseguir quebrar, para posteriormente mastigá-lo e engoli-lo. 
Supõe-se que os pedaços derretiam na boca e o animal durante os cinco minutos sentia o 
gosto bastante adocicado do açúcar mascavo e isso fazia com que ele ficasse movimentando a 
língua e os lábios por todo o período de observação e continuava com esse ato após o término 
dos minutos de avaliação. Esse ato ocupava o animal, tirando-o do ócio e do tédio, mostrando 
ser viável a implementação do método. A cenoura mostrou-se pouco menos eficaz em ocupar 
33 
 
 
o tempo, por ser mais fácil de abocanhar devido seu formato comprido, sendo mais rápido de 
arrancá-la do fio e comer, mas também tem sua eficiência (figura 6). O que pode ser feito para 
aumentar a dificuldade, além de pendurar, é congelar a cenoura, para despertar ainda mais a 
criatividade dos animais e preencher melhor o tempo em que será despendido para aquisição. 
Já a maçã, por ser arredondada, gerava mais dificuldade escorregando ao ser abocanhada, 
mostrando que distraiu bem os animais, pois os mesmos precisavam retirar pedaços até 
conseguir arrancá-la do barbante ou por vezes a deixavam cair dentro ou fora das baias (figura 
7). Segundo Fiorenzano e Maggioni (2015), ao ofertar para equinos frutas e verduras 
suspensas por um fio em cantos distintos da baia, verificou que os animais demonstraram 
interesse, tirando-os do ócio do período que permanecem confinados, estimulando-os e 
entretendo-os, pois ao tentarem comer, mordiscavam e brincavam com os frutos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Durante o experimento, averiguou-se o interesse imediato da maioria dos animais pela 
presença dos alimentos na baia. Assim que se abria a parte superior das portas, os animais 
vinham interagir com o alimento, sendo para comer, ou cheirar, ou lamber, ou brincar. Alguns 
dos cavalos por minoria das vezes não interagiram de nenhuma forma (ganhando nota um), 
ficando parados no canto da baia, como no caso do cavalo Ventania que só interagiu 
Fonte: Arquivo pessoal (2017). 
Figura 6. Cenoura sendo abocanhada. Figura 7. Maçã mordiscada. 
34 
 
 
cheirando, raros os dias, sendo possível diagnosticar um comportamento anormal para esse 
animal. Entretanto, desde o início, foi possível notar que a inércia perdeu espaço. Em visão 
geral, todos os animais interagiram imediatamente com as atividades de enriquecimento 
ambiental aplicadas, constatando o sucesso desta prática em ocupar o tempo dos animais, 
mostrando que pode prevenir problemas de estresse que venham a existir na cavalaria, como 
vícios ou comportamentos anormais. Segundo Mollenhorst et al. (2005), em um trabalho com 
aves, atos como bicar telas metálicas ou outros objetos, podem ser uma forma de adaptação do 
animal ao ambiente ocioso e limitado ao qual está confinado, indicando redirecionamento de 
comportamento. Esse redirecionamento é uma forma de adaptação do animal ao ambiente, ou 
seja, um hábito que o animal adquire para tentar amenizar seu estresse, porém, certos 
comportamentos podem gerar problemas fisiológicos perigosos como, por exemplo, a cólica. 
Portanto, o correto não é impedir ou reprimir a prática dos comportamentos anormais e 
estereotipados, mas sim preveni-los utilizando formas de EA. Alguns trabalhos mostram que é 
possível além de prevenir, também reduzir comportamentos anormais através da prática de 
EA. Almeida et al. (2008) em estudo com primatas em cativeiro, averiguou que durante e 
após a prática de EA em um zoológico em Curitiba – PR, ocorreu grande redução de 
comportamentos atípicos. 
 De acordo com Young (2003), é sinal de bem estar se o animal prefere o alimento 
escondido ou de acesso dificultado ao alimento ofertado no cocho. 
 No trabalho de Arey (1992) com porcas pré-parturientes o autor observou que as 
porcas se mostraram dispostas a realizar um esforço levantando uma porta para obter 
determinado recurso. No presente trabalho, o animal esforçou-se para conseguir abocanhar o 
alimento pendurado, já que o mesmo balançava e escapava ao ser mordido pelo animal. Isso 
entretinha e tirava o animal da rotina das baias. 
 As técnicas de enriquecimento ambiental facilitam a adaptação dos animais ao 
cativeiro, mostrando efeitos benéficos sobre o seu bem estar (PIZZUTTO et al., 2009). 
 Beattie et al. (2000) constataram que suínos em ambientes enriquecidos apresentam 
comportamento de bem-estar mais alto quando comparados aos do confinamento. Sua 
pesquisa mostrou que utilizaram um quarto de seu tempo em comportamento direcionado para 
o substrato no piso com ambiente enriquecido. Enquanto os animais no ambiente monótono 
mostraram comportamentos nocivos, como morder outro suíno ou explorar objetos que são 
fixos da baia do que aqueles no ambiente enriquecido. 
 Nowak (1991), explica que o animal estimulado expressa comportamentosimilar 
àquele de seu ambiente natural, como quando aplica seu olfato em busca de alimento ou para 
35 
 
 
certificar-se de que algo introduzido aparentemente não ofereceria perigo. Comportamentos 
assim ocupam o animal por mais tempo, vindo a acautelar comportamentos anômalos ou 
reduzir em caso dos animais já possuírem. Para animais cativos, técnicas de enriquecimento 
ambiental são importantes para seu bem-estar, devendo ser aplicados continuamente, por 
mostrarem significativa diminuição do estresse. 
 Medidas como alterações estruturais simples, socialização e modificações na rotina 
diária são capazes de melhorar e estimular o bem-estar (BOERE, 2001; COE, 1985). 
Inovações aplicadas no ambiente para torná-lo mais complexo têm sido fundamentais para 
minimizar reações adversas no recinto dos animais. 
 O presente estudo mostrou que os três tipos de enriquecimento ambiental do tipo 
alimentar foram eficientes, já que ocuparam os animais durante a maior parte dos cinco 
minutos diários observados. Entretanto, do ponto de vista Zootécnico há de se levar em 
consideração o custo/benefício de cada um. A cenoura por ser um fruto, é de fácil aquisição 
(mercados ou feiras), baixo custo, sendo considerado um dos vegetais mais cultivados no 
Brasil, com uma boa composição nutricional. É uma hortaliça que se destaca por possuir altos 
níveis de compostos bioativos de alta atividade antioxidante, os compostos fenólicos e 
carotenoides (SILVA, 2016). Contém carboidratos “disponíveis”; fibras alimentares; 
proteínas; lipídios; vitamina C e carotenóides (β-caroteno ou pró-vitamina A que previnem 
doenças oculares); minerais importantes como cálcio, fósforo, ferro, magnésio, potássio, 
sódio, manganês, cobre e zinco. 
 A maçã já tem um custo um pouco maior em relação à cenoura, mas também apresenta 
seus benefícios como fonte de fibras e de vitamina A, vitamina C e Folato, além da pectina, 
uma fibra solúvel que é capaz de reduzir os níveis do colesterol ruim, o LDL, do sangue. As 
catequinas, substâncias com propriedades antioxidantes, também integram essa fruta. O 
consumo de catequinas beneficia a saúde dos pulmões. É rica em nutrientes essenciais para o 
organismo. Na maçã há fibras que atuam no sistema digestório, flavonóides que combatem os 
radicais livres responsáveis pelo envelhecimento precoce, vitaminas B1 e B2 que ajudam a 
regular o sistema nervoso. 
 O torrão de açúcar mostrou a maior eficiência no experimento, graças a sua maior 
palatabilidade, porém apresenta um custo elevado, considerando o preço do açúcar mascavo, 
levando em conta ainda o tempo despendido na confecção dos torrões gasto com energia e 
mão-de-obra, além de sua composição nutricional pobre comparado a cenoura e maçã, sendo 
rico apenas em glicose, sua aplicação se torna menos viável em relação aos outros alimentos 
estudados. Levando em conta que os cavalos necessitam dos minerais Cálcio e Fósforo, a 
36 
 
 
cenoura possui esses minerais. Portanto, a cenoura dentre os três tipos estudados, é o 
enriquecimento alimentar mais viável a se aplicar (quadro 2). 
Quadro 2. Vantagens e desvantagens de cada enriquecimento alimentar, do ponto de vista 
Zootécnico. 
Alimento Cenoura Maçã Torrão de açúcar 
 
 
 
Vantagens 
 
- Palatável aos 
equinos; 
- Legume de fácil 
aquisição; 
- Baixo custo; 
- Nutritivamente rico. 
 
- Palatável aos 
equinos; 
- Fruto de fácil 
aquisição; 
- Nutritivamente rico. 
- Altamente palatável 
aos equinos; 
- Rico em energia 
(glicose); 
- Mostrou ser o 
tratamento mais 
eficiente no 
experimento. 
 
 
 
 
Desvantagens 
 
 
- Fácil de ser 
abocanhada, sendo 
menos eficiente em 
ocupar o tempo dos 
animais. 
 
 
 
- Custo relativamente 
superior à cenoura; 
 
 
- Matéria prima não 
encontrada em 
qualquer local; 
- Nutritivamente 
inferior à maçã e a 
cenoura. 
- Tempo gasto na 
confecção. 
 
 
 Partindo do princípio que animais confinados apresentam estresse devido ao ócio a 
que são submetidos diariamente, o enriquecimento alimentar pode servir como fator 
preventivo ou diminutivo do estresse ou possíveis estereotipias e comportamentos anormais 
que podem vir a desenvolver e gerar problemas maiores, de cunho fisiológico como a queda 
de rendimento nos exercícios (patrulhas policiais) ou até mesmo cólica que podem levar a 
morte. Além de que o enriquecimento alimentar do Tratamento 1 (Cenoura), mostra-se o mais 
viável custo/benefício entre os tratamentos estudados, podendo funcionar como aditivo na 
alimentação. 
 
 
37 
 
 
6 CONCLUSÕES 
 
 O presente estudo mostrou que cenoura, maçã e torrão de açúcar foram eficientes para 
o enriquecimento alimentar dos cavalos confinados. Vale ressaltar que o torrão de açúcar foi o 
que apresentou o melhor resultado dentre os três ao considerar o tempo que os animais 
permaneceram ocupados degustando. 
 Ao receber o enriquecimento alimentar, entende-se que momentaneamente foi retirado 
o tédio do animal, o que pôde contribuir para prevenir o aparecimento de comportamentos 
estereotipados. Assim como houve diminuição do estresse e consequentemente obtenção de 
bem estar nos momentos de interação dos animais com os alimentos. 
 Considerando que o enriquecimento ambiental vem trazendo benefícios, aumentando a 
qualidade de vida dos animais em cativeiro, sua implementação e manutenção devem ser 
melhoradas e incentivadas. Podendo ser orientado pelo profissional capacitado pelo manejo e 
nutrição dos animais, por exemplo, o Zootecnista. Ao comparar o custo/benefício dos três 
tipos de enriquecimento alimentar estudados, a cenoura mostra-se mais viável 
Zootecnicamente. Ainda existem poucos experimentos sobre enriquecimento ambiental 
realizados com equinos, tornando-se necessários mais estudos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
AFONSO, A. M. C. F. Comportamento alimentar de equinos em treinamento submetidos 
a três manejos. Curitiba, 2010. 77f. Dissertação (Mestrado em Ciências Veterinárias) – 
Universidade Federal do Paraná. 
 
 
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