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Resumo cap. 4 Gilberto Freyre - Casa Grande e Senzala

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No início do capítulo Freyre trata a escravidão como algo natural, sendo até mesmo passível de ser explicado a partir de teorias lamarckistas e neolamarckistas, ao afirmar sobre a transmissão dos caracteres que foram adquiridos ao longo dos anos de trabalho. Inicialmente, as questões associadas ao clima e localização geográfica, eram considerados fatores que estavam diretamente ligados à predisposição de hábitos para a lavoura ou até mesmo o tipo de suor que era produzido pelos negros.
Durante o texto são colocados diversos argumentos que tentam fazer com que o negro pareça inferior ao branco, principalmente na questão mental, sobre o tamanho do cérebro e, até mesmo, sobre o formato do crânio.
Os negros eram separados a partir de especialidades, existiam aqueles que sabiam ler e escrever, os que estavam mais aptos para o trabalho braçal e aqueles que tinham melhor aparência e poderiam trabalhar na Casa-Grande junto com os seus senhores.
Em seguida é feita uma comparação sobre o tipo de escravos que estavam presente nos EUA e os que estavam no Brasil, assim como as suas respectivas diferenças. Ele afirmava que a seleção imposta pelos anglo-saxões era muito mais severa do que a que era realizada no Brasil, desse modo os EUA recebiam os negros de maior qualidade física (aqueles que eram os melhores na agricultura). Enquanto que para o Brasil vieram negros de "diversas qualidades" e com inúmeros atributos diferentes um dos outros.
Dada esta introdução inicial, sobre os negros, o autor passa a adentrar na real questão do capítulo. Passa a tratar da vida sexual dos brasileiros. Como que se deu a miscigenação e como que ela contribuía para a evolução de uma cadeia de processos escravocratas. 
As negras, em sua maioria, estavam presentes na Grande-Casa para realização de trabalhos domésticos diversos, além de ter que cumprir com os desejos sexuais de seus senhores. Aos olhos de Freire, as negras acabavam despertando o erotismo nos adolescentes e nos senhores, pelo seu corpo esbelto e atitudes eróticas. Dizia-se que a raça africana era cheia de luxúria e o contato com os brancos fez com que esta se espalhasse. Assim como a temida "luxúria" se espalhou, inúmeras doenças sexualmente transmissíveis se espalharam, já que muitos senhores já eram portadores de doenças como sífilis e a repassavam para as escravas mais jovens. O ciclo de disseminação continuava na parcela que as crianças, tanto brancas quanto negras, eram amamentadas pelas amas, estas por sua vez, que já estavam infectadas com as doenças e passavam a distribuí-las, para as que ainda não tiveram contato.
É interessante notar os diversos pontos de vista que o autor aponta durante o texto. Enquanto que inicialmente ele afirma que as negras eram as culpadas pela disseminação de doenças, em um momento posterior ele desmente a afirmação e coloca que são os senhores que não conseguem se controlar e atacam as escravas mais jovens inúmeras vezes e que, por isso, elas acabam transmitindo a doença para outros membros da Casa. A questão se defronta novamente com um equívoco no momento em que Freyre volta a afirmar que os negros são animalescos e que as escravas é quem não conseguem "manter as suas pernas fechadas" para os senhores e que eles se tornaram isso devido ao sistema escravocrata em que estão inseridos. Logo em seguida ele afirma que a culpa deixa de ser das escravas e que é novamente dos senhores, e que é o sistema escravocrata, que faz ele exercer certas atitudes sadomasoquistas sobre as mulatas, exercendo seu poder sobre elas.
Tal poder, segundo o autor, é construindo enquanto criança, a partir do momento que os meninos são estimulados a tratar os outros negros que estão em sua volta de maneira desrespeitosa e até mesmo sádica, ao matar animais e a serem estimulados a ter relações sexuais desde muito cedo. O comportamento malicioso é estimulado, principalmente pelos pais, que querem que o filho seja "um homem de verdade". Além disso, afirma que boa parte das práticas de feitiçaria na realidade foram trazidas pelos portugueses e que apenas foram reproduzidas pelos africanos e se disseminaram pelo território.
A influencia dos negros vai muito além do que é proposto pelo autor, em correlacionar principalmente fatores associados à vida sexual dos senhores e dos escravos. Sua ação está no âmbito da relação cultural, principalmente na questão das diferenças entre a língua falada da língua escrita. 
Por fim, as relações entre as sinhás e as escravas, as primeiras tinham ciúmes destas últimas e grande rancor sexual. Por isso, acabavam tratando-as de maneiras ruins e acabavam criando uma espécie de "cadeia de sadismo", já que os senhores eram maus com as suas senhoras e que, por sua vez, eram maldosas com as escravas, que cuidavam das crianças.
A disseminação do ódio era praticamente nítida, o rancor se espalhava com grande facilidade e estava dentro das casas dos senhores. Além disso, uma outra questão que era tratada, estava relacionada à mortalidade infantil, as causas estavam associadas principalmente às práticas de higiene pessoal, que eram precárias, além de problemas no manejo dos alimentos e questões associadas às diferenças climáticas.

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