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RESENHA SOBRE O SANTUÁRIO, ALDEIA E FORTALEZA

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CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
SOCIOLOGIA URBANA
RESENHA SOBRE O SANTUÁRIO, ALDEIA E FORTALEZA
DOCENTE: 
DISCENTE: 
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS SOCIAIS, 6º PERÍODO
São Luís, Maranhão, 15 de março de 2018
“Quais foram as contribuições do santuário, da aldeia e da fortaleza para a origem da cidade?”
 	Neste capítulo, o autor começa questionando o que é a cidade, como surgiu e várias outras questões que abarcam sua origem e, diz que para compreender tais questões é preciso pensar a cidade de acordo com a antiga, conhecendo e compreendendo suas raízes históricas para assim distinguir melhor os elementos que a vida urbana traz desde às suas origens e quais os que podem vir a reaparecer. Com isso, o autor busca reconhecer funções originárias das primeiras sociedades que contribuíram para o surgimento da cidade.
Dessa forma, Mumford relata que antes que houvesse qualquer tipo de organização social anterior à cidade, houve uma predisposição tanto do homem quanto de diversas espécies animais para a vida social. Isso se dá pelo fato de tais espécies estarem sempre em busca de um ponto favorável por um abrigo, o autor fixa isso citando Carl O. Sauer que diz que a propensão para armazenar e fixar-se pode ter sido originariamente uma característica humana. Assim, com a necessidade de obter estabilidade tanto para a reprodução quanto para a nutrição, surgiram os viveiros que deram origem ao tipo mais primitivo de aglomeração humana, a aldeia, que mais tarde o autor fala sobre sua importância para o surgimento da cidade.
Prosseguindo em linhas históricas e arqueológicas, o autor faz uma afirmação interessante: “a cidade dos mortos antecede a dos vivos”. Dito isto, explica que em meio aos aglomerados humanos existentes daquele período, havia uma preocupação especial pelos mortos não vista em outras espécies. Os mortos foram os primeiros a terem uma morada permanente, sendo ela em cavernas onde eram feitos túmulos coletivos.
A caverna teve uma importância significativa na arte e no ritual, além das finalidades domésticas. Mesmo à sua forma mais primitiva, nos santuários havia uma busca do homem pelo prazer social, ainda que fosse uma busca simbolizada pela arte de uma vida melhor, e essa representação da arte foi fundamental para a vida humana.
Os santuários trazidos pelas cavernas se tornaram pontos sagrados de encontro daqueles que tinham crenças em comum. A caverna também deu ao homem sua primeira noção de espaço arquitetônico. A caverna da montanha foi a precursora de vários outros modelos arquitetônicos, tomando a pirâmide como exemplo.
Ainda que fossem temporários e ocasionais, pequenos grupos se reuniam em locais de acampamento movidos também pelas suas necessidades práticas, não só pelo estímulo espiritual. Mumford explica que o dinamismo desses grupos de retornarem a um ponto de encontro periodicamente foi o germe primordial da cidade.
Em meio a esse dinamismo, surgiu a necessidade de uma garantia alimentar para o homem não depender apenas do acaso e da sorte para sua nutrição. Algum tempo depois, já no período mesolítico, surgiram as primeiras atividades agrícolas: o plantio, a domesticação de animais, etc. o tempo levado da plantação ao colhimento do fruto exigia do homem uma contínua ocupação e atenção. Assim deu-se origem a um processo de colonização e domesticação em geral, e como resultado disso, a permanência em um local e a capacidade de dedução dos processos da natureza.
A mulher também teve um papel muito importante: o papel da criação. Além disso, desempenhava atividades como cuidar dos jardins e do cruzamento dos animais. Mumford explicita o fato de que a vida na aldeia só foi estável devido os cuidados da mulher para com os filhos, pois assim aquela sociedade prosperou. Dando outro grau de glória à mulher, ele atribui a ela o mérito pelo desenvolvimento da aldeia até a cidade.
O sustento e a reprodução da vida eram o centro das atividades diárias. Para proteger ambos, tanto seu alimento quanto seus filhos, foi criada a parede, que na época eram estacas e outras elevações artificiais. Junto com os locais de residência, veio a divisão do trabalho, pois já existia uma predisposição do grupo à auto-organização. Cada membro desempenhava uma atividade de acordo com sua capacidade e habilidade.
Ele enfatiza também que muito do que fez a aldeia crescer, hoje está se perdendo na cidade: o cuidado maternal e a moralidade que começaram nas práticas das aldeias tornaram possíveis o desenvolvimento do homem.
Com a aldeia também sugiram as armas e os instrumentos utilizados para a caça, e os recipientes que eram fabricados pelas mulheres. O celeiro, o banco, o arsenal e diversas outras invenções importantes tiveram sua origem na aldeia. Portanto, a utilização e configuração da terra foi de extrema importância para a construção da cidade.
Em suma, a aldeia é feita por pequenos grupos de famílias estendidas que vivem do mesmo modo, dividem suas tarefas. Tais elementos que constituem a estrutura embrionária da cidade já existiam na aldeia.
Mumford se arrisca a dizer que o aparecimento real da cidade só ocorreu quando houve a união entre os saberes dos paleolíticos e neolíticos. Tal união se deu principalmente através da cultura do arado, da substituição da pedra por instrumentos de metal, da domesticação dos sereais e da irrigação. Tudo isso caracterizou o que hoje chamamos de civilização.
O homem com seu orgulho renovado teve um novo papel: o de controlar e dominar a natureza e tudo o que dela provém. Também achou necessário proteger-se de outros homens que poderiam vir a querer entrar em conflito, seja por território ou alimento. Dessa forma, a cooperação na busca de carne levaram à formação de grupos altamente organizados tendo eles até um chefe local. A aldeia que era protegida tinha um desenvolvimento maior do que as demais que não eram, pois estas ficavam a mercê dos animais selvagens que destruíam suas plantações e suas moradias.
Com toda essa ideia de proteção e desenvolvimento, o caçador também ganhou um outro papel: o de chefe político. Seu desejo de poder e de impor suas vontades em forma de superioridade aos demais o tornaram um ser autoritário e violento, sendo capaz de matar não só apenas animais, mas outros homens que se opuserem a ele.
De acordo com tudo o que aqui foi brevemente resumido, na visão de Lewis Mumford as sociedades ditas primitivas são essenciais para a análise da cidade, pois deixam evidentes ou atualizam possibilidades e impasses que toda vida social engendra. Além de pensar a cidade de acordo com suas origens, ele reconhece o modo de vida antigo como ideal e racional, embora primitivo.

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