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Apostilas Concursos Jurídicos Copyright 2005 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. www.concursosjuridicos.com.br Uso exclusivo do assinante. É proibida a reprodução desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 1 DDIIRREEIITTOOSS HHUUMMAANNOOSS 0055 OOss DDiirreeiittooss HHuummaannooss nnoo DDiirreeiittoo BBrraassiilleeiirroo 0055..11 -- IInnttrroodduuççããoo AA PPrreevviissããoo ddooss DDiirreeiittooss FFuunnddaammeennttaaiiss nnaass CCoonnssttiittuuiiççõõeess BBrraassiilleeiirraass Noções Iniciais: Todas as Constituições brasileiras enunciaram declarações de direitos. As primeiras enunciavam somente os direitos de liberdade, vistos claramente como uma limitação ao Poder. A partir de 1934, todas as Constituições acrescentaram, além dos direitos e garantias individuais, os direitos sociais. Constituição do Império: A Constituição do Império, outorgada por D. Pedro I em 1824, apresentava os princípios do liberalismo moderado. Consignava os direitos fundamentais do homem, enumerando as maneiras de garantir a inviolabilidade dos direitos civis e políticos dos cidadãos brasileiros. No art. 179, declarava: A inviolabilidade dos direitos civis e políticos dos cidadãos brasileiros, que tem por base a liberdade, a segurança individual e a propriedade, é garantida pela Constituição do Império pela maneira seguinte: a) Nenhum cidadão pode ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei. b) Nenhuma lei será estabelecida, sem utilidade pública. c) A sua disposição não terá efeito retroactivo. Constituição de 1891: A Constituição de 1891 foi promulgada pelo Congresso Constitucional que elegeu o Mal. Deodoro da Fonseca Presidente da República. Esta Carta teve um espírito liberal, inspirada na tradição republicana americana e revigorou a declaração dos direitos do homem que era prevista pela Constituição do Império. Assegurava a inviolabilidade dos direitos concernentes à liberdade, à segurança e à propriedade. Apostilas Concursos Jurídicos Copyright 2005 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. www.concursosjuridicos.com.br Uso exclusivo do assinante. É proibida a reprodução desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 2 Constituição de 1934: A Constituição de 1934 foi promulgada pela Assembléia Constituinte durante o primeiro governo de Getúlio Vargas. Apresentou várias inovações no campo social sob a influência da Constituição de Weimar. Previa também os direitos de nacionalidade e os políticos. Constituição de 1937: A Constituição de 1937 foi outorgada por Getúlio Vargas. Esta Constituição teve conteúdo, forma e aplicação ditatorial, com integral desrespeito aos direitos do homem, especialmente os concernentes às relações políticas. Constituição de 1946: A Constituição de 1946 foi promulgada durante o governo Dutra. Trouxe um título exclusivo sobre as declarações dos direitos contendo dois capítulos: um sobre a nacionalidade e a cidadania e outro sobre os direitos e garantias individuais. Constituição de 1967: A Constituição de 1967 e sua Emenda n° 1/69 asseguraram os direitos concernentes à vida, à liberdade, à segurança individual e à propriedade. OOss DDiirreeiittooss FFuunnddaammeennttaaiiss nnaa CCoonnssttiittuuiiççããoo ddee 11998888 Noções Iniciais: A Constituição Federal de 1988 apresentou algumas variações em relação às anteriores. Os direitos fundamentais ganharam um título próprio (Título II) antes da estruturação do Estado. A Constituição Federal de 1988 também trouxe novos instrumentos de defesa dos direitos fundamentais, como o mandado de injunção, o mandado de segurança coletivo e o habeas data. Elevou alguns direitos à categoria de norma constitucional, como por exemplo, o direito de herança. Os Direitos e Garantias Fundamentais: Os direitos fundamentais estão presentes no Título II da Constituição Federal (Dos Direitos e Garantias Fundamentais). O Título II da Constituição é dividido em cinco capítulos: Dos direitos e Deveres Individuais e Coletivos, Dos Direitos Sociais, Da Nacionalidade, Dos Direitos Políticos e Dos Partidos Políticos. No capítulo sobre os direitos e deveres individuais e coletivos estão os direitos de primeira geração e suas garantias. No capítulo seguinte encontram-se os direitos econômicos e sociais, ditos de segunda geração. Não somente no Título II da Constituição Federal são encontrados direitos fundamentais. Existe a previsão desses direitos em outras passagens da Constituição. Direitos de Terceira Geração: A Constituição Federal faz previsão também aos direitos de solidariedade, ditos de terceira geração, representados pelo direito ao meio-ambiente (art. 225). Neste aspecto, podemos dizer que a Constituição atual é a mais abrangente e extensa em relação às anteriores. Apostilas Concursos Jurídicos Copyright 2005 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. www.concursosjuridicos.com.br Uso exclusivo do assinante. É proibida a reprodução desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 3 0055..22 AA PPrreevviissããoo ddooss DDiirreeiittooss HHuummaannooss FFuunnddaammeennttaaiiss nnoo OOrrddeennaammeennttoo JJuurrííddiiccoo BBrraassiilleeiirroo PPrriinnccííppiiooss ddee DDiirreeiittooss HHuummaannooss nnaa CCoonnssttiittuuiiççããoo FFeeddeerraall A Dignidade da Pessoa Humana: No Título I da Constituição Federal (Dos Princípios Fundamentais), está previsto como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil a dignidade da pessoa humana, valor espiritual e moral inerente à pessoa, devendo ser esta respeitada por todos e pelo Estado. A dignidade da pessoa humana compreende a aptidão de adquirir direitos e contrair obrigações e a prerrogativa de qualquer pessoa em não ser prejudicada física ou moralmente em sua existência. Princípio da Prevalência dos Direitos Humanos: A Constituição Federal estabelece (art. 4°, II) que o Brasil rege-se nas suas relações internacionais, políticas ou comerciais, pelo princípio da prevalência dos direitos humanos. Princípios Sensíveis: A Constituição Federal inclui os direitos e garantias individuais da pessoa humana entre os princípios sensíveis da federação, ou seja, aqueles que não podem ser alterados através de emendas constitucionais (art. 60 § 4°, IV). Muitos entendem não ser possível a redução da maioridade penal através de emenda constitucional porque estaria se infringindo um princípio sensível, uma vez que a inimputabilidade do menor de dezoito anos, prevista no art. 228 da Constituição Federal, seria um dos direitos individuais da pessoa humana. Intervenção: A inobservância dos direitos humanos pelos Estados ou pelo Distrito Federal pode resultar em intervenção federal, decretada pelo Presidente da República no caso de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação formulada pelo Procurador-Geral da República (art. 34, VII, b). DDiirreeiittoo àà VViiddaa ee àà IInntteeggrriiddaaddee FFííssiiccaa ee MMoorraall Direito à Vida: A vida humana, direito assegurado pela Constituição, é integrado por elementos materiais e imateriais. A proteção constitucional assegura o direito de estar vivo, de manter-se vivo e de defender a própria vida (é o direito de não ter interrompido o processo vital senão pela morte espontânea e inevitável). A vida é um bem jurídico que se constitui fonte primária de todos os outros bens dessa natureza. Todos esses direitos são encontrados em nossa ordem jurídica, que proíbe o homicídio, a omissão de socorro, a tortura física ou psicológica, as penas de morte e cruéis. Parao pleno exercício do direito à vida é necessário também o amparo à infância, à maternidade e à velhice. Apostilas Concursos Jurídicos Copyright 2005 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. www.concursosjuridicos.com.br Uso exclusivo do assinante. É proibida a reprodução desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 4 Eutanásia: A eutanásia é vedada pela Constituição Federal. O desinteresse do indivíduo pela própria vida não exclui a tutela estatal. O Estado continua a proteger a vida independentemente de consentimento individual para que dela seja privado. Direito à Integridade Física: Além de garantir o respeito à integridade física e moral (art. 5°, inciso XLIX), a Constituição declara que ninguém será submetido a tortura ou tratamento desumano ou degradante (art. 5°, inciso III). Tortura: O Brasil ratificou a Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes em 1989. Antes, porém, a Constituição já considerou a tortura como um tratamento desumano e a tornou crime inafiançável e insuscetível de graça e anistia (art. 5°, inciso XLIII). Em 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente previu punição para a tortura de crianças ou adolescentes. Em abril de 1997, a Lei 9.455/97 definiu como crime a prática de tortura. Direito à Integridade Moral: A integridade moral do indivíduo também assume feição de direito fundamental. A Constituição realçou o valor da moral individual, tornando-a um bem indenizável (art. 5°, incisos V e X). Direito à Privacidade: A Constituição Federal declara inviolável a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas (art. 5°, inciso X), considerando-os direitos individuais conexos ao direito à vida. A intimidade se caracteriza como a esfera secreta da vida do indivíduo na qual este tem o poder legal de evitar os demais. O direito à privacidade abrange a inviolabilidade do domicílio, o sigilo de correspondência e o segredo profissional. OO DDiirreeiittoo àà LLiibbeerrddaaddee Noções: O conceito de liberdade opõe-se ao autoritarismo. Consiste, primordialmente no direito que todos os cidadãos têm direito de ir e vir em tempos de paz, terem suas próprias opiniões, escolherem a profissão, crença, política ou ideologia além de outros. Formas de liberdade previstas constitucionalmente Liberdade de locomoção É a possibilidade jurídica que se reconhece a todas as pessoas de serem donas de sua própria vontade e de locomoverem-se desembaraçadamente dentro do território nacional. Liberdade de pensamento É o direito de exprimir, por qualquer forma, o que se pense em ciência, religião, arte, ou o qualquer outro. Liberdade de crença É o direito de professar sua crença, sendo assegurado pelo Estado a plena proteção à liberdade de culto e as suas liturgias. A liberdade de crença abrange inclusive o direito de não acreditar ou professar nenhuma fé, devendo o Estado respeito ao ateísmo. Liberdade de ação profissional É o direito de escolher livremente o trabalho, ofício ou profissão, se acordo com as propensões de cada pessoa. O Poder Público é proibido de estabelecer normas ou critérios que levem o indivíduo a exercer ofício ou profissão em desacordo com sua vontade. Liberdade econômica É o direito da livre produção e consumo, agindo o Estado somente para proteger o direito de propriedade e a provisão de bens públicos necessários para a sua concretização. Apostilas Concursos Jurídicos Copyright 2005 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. www.concursosjuridicos.com.br Uso exclusivo do assinante. É proibida a reprodução desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 5 Eficácia das Normas Sobre as Liberdades: As normas constitucionais de definem as liberdades são, via de regra, de eficácia plena e aplicabilidade direta e imediata, ou seja, são direitos que não dependem de legislação nem de providência do Poder Público para serem exercidos. OO DDiirreeiittoo àà IIgguuaallddaaddee Noções Iniciais: O princípio da igualdade é um dos principais estabelecidos pela Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e se expressa no direito subjetivo público de cada indivíduo em exigir o mesmo tratamento por parte do Estado. Igualdade Formal: A Constituição reconhece a igualdade no seu sentido jurídico-formal, aquela inserida sob a forma de normas programáticas estabelecendo a igualdade de todos perante a lei, sem a distinção de qualquer natureza. Estas normas buscam também a equalização dos desiguais, tendentes a planificar desequiparações muito acentuadas na fruição dos bens, quer materiais, quer imateriais. Consiste no direito de todo cidadão não ser desigualado pela lei senão em consonância com critérios albergados ou ao menos não vedados pelo ordenamento constitucional. A Constituição proíbe qualquer forma de discriminação, seja em função do sexo, orientação sexual, idade, condições físicas e mentais, de raça, cor, origem social ou geográfica, estado civil, opções políticas, filosóficas ou religiosas. Ação Afirmativa: Algumas leis estabelecem regras que privilegiam determinados segmentos da sociedade com o objetivo de proporcionar uma igualdade de oportunidades e neutralizar os efeitos da discriminação racial, de gênero, de idade, de origem nacional e de compleição física. A Lei 9.504/97, que trata das Eleições, prevê uma cota mínima de 30% para candidatas do sexo feminino nos partidos políticos. Outras leis prevêem reserva de cotas para ingresso em faculdades e cargos públicos para determinados segmentos raciais. Igualdade Material: A igualdade substancial postula um tratamento uniforme de todos os homens em relação à qualidade de vida. Não se trata, como se vê, de um tratamento igual perante o direito mas de uma igualdade real perante os bens da vida. Igualdade e Liberdade: A relação entre a igualdade e liberdade encontra-se ao mesmo tempo em tensão e convergência, pois a liberdade, entendida como exacerbação do princípio autonomístico da determinação individual, pode provocar a desigualdade social. Agora, o que também parece certo, sobretudo pela demonstração que a história tem feito, é que a procura violenta de uma justiça social a toda força de uma igualdade conseguida às custas do princípio da liberdade sacrifica tanto a própria justiça social quanto o desenvolvimento livre quanto possível da liberdade da pessoa. As diversas experiências históricas estão a demonstrar que a imposição forçada da igualdade é feita através da orquestração que lhe é dada pela classe burocrática, que se torna ela mesma detentora de privilégios (o que portanto impede a realização da plena igualdade), como também se converte em uma classe autoritária e dominadora (o que perverte a liberdade). Apostilas Concursos Jurídicos Copyright 2005 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. www.concursosjuridicos.com.br Uso exclusivo do assinante. É proibida a reprodução desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 6 OO DDiirreeiittoo ddee PPrroopprriieeddaaddee Noções Iniciais: As Constituições brasileiras, desde 1824 até 1969, consagravam a propriedade como um direito individual inviolável na linha do art. 17 da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. A Constituição Federal de 1988 também garante o direito à herança e à propriedade privada, mas faz uma ressalva: desde que atenda a sua função social. O interesse público pode interferir de outras maneiras no direito de propriedade, como na utilização em casos de iminente perigo público, e, inclusive, nas desapropriações. A noção de propriedade tem alcance amplo. As correspondências e outros instrumentos de comunicação,como o telefone, o fax e o endereço eletrônico, são protegidos pelo sigilo e não podem ser abertos a terceiros sem ordem de uma autoridade competente. Também são propriedades protegidas por lei as obras literárias, científicas, os inventos e criações industriais, as marcas, o nome de empresas e outros signos e distintivos. A Constituição confere aos autores o direito exclusivo de utilizar, publicar e reproduzir suas obras e este direito é transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar. Limitações ao Direito da Propriedade: As limitações ao direito da propriedade consistem em certos condicionamentos impostos pela sociedade ao exercício deste direito, ou seja, não é assegurado ao proprietário dispor da coisa do modo que melhor lhe aprouver, mas deve obedecer certas restrições impostas ao seu uso. As restrições podem ser relativas à faculdade de fruição (que condicionam o uso e a ocupação da coisa); à faculdade de modificação da coisa (ex.: bens tombados) e à alienabilidade da coisa (ex.: direito de preferência). Utilização da Propriedade pelo Poder Público: Outra forma de limitação é a utilização da propriedade pelo Poder Público. No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano (art. 5°, XXV da Constituição Federal). A Constituição prevê ainda as requisições civis e militares, mas somente em caso de iminente perigo e em tempo de guerra (art. 22, III). Estas formas de utilização são sempre indenizáveis. Desapropriação: A desapropriação é uma limitação ao direito de propriedade consistente na transferência compulsória de bens privados para o domínio público. A desapropriação deverá ser sempre indenizada por um valor justo e em dinheiro. Desapropriação para Reforma Agrária: A desapropriação para reforma agrária é prevista para o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei (art. 184 da Constituição Federal). A Função Social da Propriedade: A noção de que a propriedade deve atender à sua função social teve origem na Alemanha, com a Constituição de Weimar em 1919, e a partir de então tornou-se uma das novas tendências do direito constitucional. A Constituição Federal somente garante o direito de propriedade, desde que esta atenda sua função social (art. 5°, inciso XXIII). Ainda de acordo com o art. 170, incisos II e III, a Apostilas Concursos Jurídicos Copyright 2005 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. www.concursosjuridicos.com.br Uso exclusivo do assinante. É proibida a reprodução desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 7 propriedade privada e sua função social são princípios da ordem econômica, impondo sanções para o caso de não ser este observado, principalmente em relação às propriedades imóveis urbanas e rurais. Assim, ao mesmo tempo que a propriedade é regulamentada como um direito individual fundamental, releva-se o interesse público de sua utilização e de seu aproveitamento adequado aos anseios sociais. A função social da propriedade não se confunde com os sistemas de limitação da propriedade. A função social da propriedade urbana é cumprida quando atendidas as exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor (art. 182, § 2°). A função social da propriedade rural é cumprida quando esta atende simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, ao aproveitamento racional e adequado, à utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente, à observância das disposições que regulam as relações de trabalho e à exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores (art. 186). OOss DDiirreeiittooss CCoolleettiivvooss Noções Iniciais: Alguns direitos fundamentais são de expressão coletiva. Esses direitos de ação coletiva são aqueles atribuídos ao indivíduo como tal, mas que só podem ser exercidos em conjunto com outras pessoas. Entre eles, destacam-se os direitos de associação, de reunião, de acesso à informação e os direitos dos consumidores. Liberdade de Associação: O art. 5°, XVII a XXI, da Constituição Federal assegura a liberdade de associação, consistindo no direito de criar associação independentemente de autorização e também no direito de não ser compelido a aderir à determinada associação e desligar-se da associação, a qualquer tempo. É contudo, vedada a associação que não seja para fins lícitos ou de caráter paramilitar, sendo autorizada a sua dissolução por via judicial. As entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados em juízo ou fora dele (art. 5°, XXI). Esta legitimidade é também reconhecida aos sindicatos em termos até mais amplos (conforme o art. 8°, inciso III da Constituição Federal, cabe ao sindicato a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas). Interferência Estatal: É vedada a interferência estatal no funcionamento das associações, e, também, nos termos da lei, nas cooperativas. A interferência arbitrária do Poder Público, por meio de seus agentes, no exercício do direito de associação, constitui crime de abuso de autoridade (Lei 4.898/1965) e crime de responsabilidade política administrativa (Lei 1.079/1950 e Decreto-lei 201/1967). Direito de Reunião: Reunião é o agrupamento de pessoas com o fim de trocar ou de receber informações. O direito de reunião é garantido pela Constituição desde que seja ela pacífica, sem o emprego de armas e visando a fins lícitos, isto é, não proibidos por lei. A realização de reunião não depende de licença do Poder Público, a única exigência é de que sua realização deve ser notificada previamente à autoridade competente. A escolha do local de reunião é livre e nenhuma autoridade tem o poder de impedir a reunião em determinado local, a não ser que outra já estiver, comprovadamente, convocada para o mesmo local. Nas reuniões com fins lícitos a polícia não pode interferir, deve limitar-se a vigiar o local, quando este for aberto ao público. Caso seja realizada em recinto fechado, a polícia não pode adentrar no local, por força do princípio da inviolabilidade domiciliar, salvo para prender alguém em Apostilas Concursos Jurídicos Copyright 2005 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. www.concursosjuridicos.com.br Uso exclusivo do assinante. É proibida a reprodução desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 8 flagrante delito. Finalmente, qualquer restrição ao direito de reunião deve ser combatida com mandado de segurança, e não com habeas corpus. Distinção entre reunião e associação: A associação é uma organização duradoura, fundada no acordo de vontades dos aderentes; a reunião é passageira. A associação também é uma pessoa jurídica; a reunião, não. Direito à Informação: O direito de informar, derivado da liberdade de manifestação de pensamento, revela-se um direito individual, mas já contaminado no sentido coletivo, em virtude das transformações dos meios de comunicação, que especialmente se concretizam pelos grandes instrumentos de comunicação de massa. A Constituição Federal refere-se aos direitos da comunicação nos arts. 220 a 224. Direitos dos Consumidores: A Constituição estabelece que o Estado deverá prover, na forma da lei, a defesa do consumidor (art. 5°, XXXII), conjugando isso com a consideração do art. 170, V, que eleva a defesa do consumidor à condiçãode princípio da ordem econômica. OO AAcceessssoo àà JJuussttiiççaa Noções Gerais: O acesso à justiça é indispensável para que todos os outros direitos fundamentais sejam assegurados. A segurança do povo contra o arbítrio estatal encontra no princípio do acesso à justiça uma de suas garantias indispensáveis. É um princípio presente no art. 5°, XXXV, da Constituição Federal que preceitua: A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. Além deste disposto, o acesso à justiça é reafirmado na Constituição pela independência do Poder Judiciário e imparcialidade do juiz, além de outros. Direitos Relacionados com o Acesso à Justiça O devido processo legal art. 5°, LIV A garantia do juiz natural art. 5°, XXXVII e LIII A garantia do contraditório art. 5°, LV A ampla defesa art. 5°, LV A proibição de provas obtidas por meios ilícitos art. 5°, LVI A publicidade dos atos processuais art. 5°, LX A obrigação de motivar as decisões judiciais art. 93, IX A presunção de inocência art. 5°, LVII A prisão condicionada à autoridade competente art. 5°, LXI A comunicação imediata de toda prisão ao juiz art. 5°, LXII A vedação da incomunicabilidade do preso art. 5°, LXIII O direito à liberdade provisória art. 5°, LXVI A identificação dos responsáveis pela prisão art. 5°, LXIV O relaxamento obrigatório da prisão ilegal art. 5°, LXV Apostilas Concursos Jurídicos Copyright 2005 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. www.concursosjuridicos.com.br Uso exclusivo do assinante. É proibida a reprodução desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 9 OOss DDiirreeiittooss ddooss PPrreessooss Noções Iniciais: Além de ser garantido o respeito à integridade física e moral dos presos, existem ainda certas regras mínimas de tratamento e convívio. Estas regras estão presentes principalmente da Constituição Federal e na Lei de Execução Penal. No plano internacional, o assunto foi abordado pelo IV Congresso das Nações Unidas sobre Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente, realizado em Kioto, no Japão, em 1970. Direitos do Preso (Constituição Federal) A pena deverá ser cumprida em estabelecimento determinado de acordo como tipo do crime, idade e sexo do condenado. art. 5°, XLVIII As presidiárias podem permanecer com os filhos durante a fase de amamentação. art. 5°, L Respeito à integridade física e moral do preso art. 5°, XLIX O princípio da individualização da pena art. 5°, XLVI Proibição de penas de morte (salvo em caso de guerra declarada), de caráter perpétuo, de trabalhos forçados, de banimento e cruéis art. 5°, XLVII O preso tem direito de ser informado sobre seus direitos, inclusive de ficar calado art. 5°, LXIII Direito ao preso de ter advogado art. 5°, LXIII Penas Vedadas: São penas proibidas expressamente pela Constituição Federal: ! de morte: não é permitida a pena de morte, só sendo admitida no caso de guerra externa declarada (art. 5°, XLVII, a); ! de caráter perpétuo: abolida desde a Constituição de 1934; ! de trabalhos forçados. ! de banimento: consiste na expulsão do nacional do território nacional. ! cruéis: não são permitidas a tortura ou penas corporais, sendo inclusive a tortura considerada crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia (art. 5°, XLIII / Lei 9.455, de 07.04.1997) A Pena de Morte nos Tratados Internacionais: Conforme o Pacto dos Direitos Civis e Políticos a pena de morte só poderá ser imposta nos casos de crimes mais graves, em conformidade com a legislação vigente na época em que o crime foi cometido. Só poderá ser aplicada em decorrência de uma sentença transitada em julgado e proferida por tribunal competente. De acordo com o Pacto, a pena de morte não poderá ser imposta em casos de crimes cometidos por pessoas menores de 18 anos, nem aplicadas a mulheres em caso de gravidez. A Convenção Americana dos Direitos Humanos, além das regras do Pacto, estabelece que a pena de morte não pode ser restabelecida nos Estados que a tenham abolido e nos que ainda não houverem abolido não poderá ser aplicada a crimes políticos, nem a crimes comuns conexos com os crimes políticos. Apostilas Concursos Jurídicos Copyright 2005 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. www.concursosjuridicos.com.br Uso exclusivo do assinante. É proibida a reprodução desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 10 A Lei de Execução Penal: Em 11 de julho de 1984 foi publicada a Lei de Execução Penal (Lei 7.210). Esta Lei estabelece em seu artigo 1º a finalidade e o objeto da execução penal: "A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições da sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmoniosa integração social do condenado e do internado"; e prevê, em seu artigo 3º que serão assegurados ao condenado e ao internado todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei. O art. 4° trata do dever do Estado em buscar cooperação da comunidade na execução da pena: "O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade nas atividades de execução da pena e da medida de segurança." No artigo 10 e seguintes são estabelecidas as formas de assistência ao preso e ao internado. Assistência ao Preso e ao Internado Material A assistência material ao preso e ao internado consiste no fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas. À saúde A assistência à saúde do preso e do internado, de caráter preventivo e curativo, compreende atendimento médico, farmacêutico e odontológico. Jurídica A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados sem recursos financeiros para constituir advogado. Educacional A assistência educacional compreende a instrução escolar e a formação profissional do preso e do internado. Social A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o internado e prepará-los para o retorno à liberdade. Religiosa A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada aos presos e aos internados, permitindo-lhes a participação nos serviços organizados no estabelecimento penal, bem como a posse de livros de instrução religiosa. No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos religiosos. Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a participar de atividade religiosa. O art. 41 trata exclusivamente dos direitos do preso. Direitos do Preso (art. 41 da Lei de Execução Penal) I - Alimentação suficiente e vestuário. II - Atribuição de trabalho e sua remuneração. III - Previdência social. IV - Constituição de pecúlio. V - Proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação.* VI - Exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena. VII - Assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa. VIII - Proteção contra qualquer forma de sensacionalismo. IX - Entrevista pessoal e reservada com o advogado. X - Visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados.* XI - Chamamento nominal. XII - Igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena. XIII - Audiência especial com o diretor do estabelecimento. XIV - Representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito. XV - Contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes.* * Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento. Apostilas Concursos Jurídicos Copyright 2005 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. www.concursosjuridicos.com.br Uso exclusivo do assinante. É proibida a reprodução desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 11 OOss DDiirreeiittooss PPoollííttiiccooss Os direitos políticos são formados pelas regras que disciplinam as formas de atuação da soberania popular. O direito de sufrágio é a essência dos direitos políticos, expressando-se pela capacidade de eleger e ser eleito. A Constituição proíbe a cassação dos direitos políticos. Sua perda ou suspensão só é possível em casos excepcionais, como cancelamento da naturalização, incapacidade civil absoluta, condenação criminal e prática de ato de improbidade administrativa. OOss DDiirreeiittooss SSoocciiaaiiss Os direitos sociais pertencem ao grupo dos chamados direitos de crédito ou positivos, ou seja, aqueles que exigem uma prestação do Estado ou de um particular. A educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância e a assistência aos desamparados são os direitos sociais definidos na Constituição. Também são definidos os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais. Segundo José Afonso da Silva, os direitos sociais podem ser agrupados em quatro categorias, assim distribuídas: ! direitos sociais do trabalho (direito ao trabalho, direito às condições dignas de trabalho, direito à previdência, à assistência e à seguridade social, direito de associação profissional e sindical, direito de greve); ! direitos sociais relativos à família, à educação e à cultura; ! direitos sociais do homem como produtor (liberdade de sindicalização, direito ao contrato coletivo de trabalho, direito de cooperação na gestão da empresa, com a co-gestão ou autogestão, direito a obter emprego ou direito ao trabalho); ! direitos sociais do homem como consumidor, tais como os direitos à saúde, à segurança, ao lazer, aos meios de subsistência, à instrução e à cultura. AAss GGaarraannttiiaass CCoonnssttiittuucciioonnaaiiss Noções Iniciais: Além de estabelecer os direitos fundamentais, a Constituição traz um conjunto de garantias, que são instrumentos jurídicos existentes para assegurar o exercício desses direitos. Habeas Corpus: O habeas corpus é a medida prevista pela Constituição, utilizada para que o cidadão possa se defender de atos ilegais (ameaça de prisão, prisão ilegal), praticados pela polícia ou outra autoridade. Uma característica importante do habeas corpus é o fato de que não é necessária nenhuma forma especial para que se leve ao conhecimento da autoridade judiciária: basta constar o nome do preso ou de quem está sofrendo a ameaça, o nome da autoridade que está praticando a arbitrariedade e explicar, em poucas linhas, desde quando o abuso se iniciou. Existem dois tipos de habeas corpus: o liberatório, quando o cidadão (chamado tecnicamente de paciente) estiver preso e o preventivo quando existir a possibilidade de que ele seja preso de forma irregular. Apostilas Concursos Jurídicos Copyright 2005 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. www.concursosjuridicos.com.br Uso exclusivo do assinante. É proibida a reprodução desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 12 Habeas Data: O habeas data é um remédio constitucional que tem por objeto proteger a esfera íntima dos indivíduos contra usos abusivos de registros de dados pessoais coletados por meios fraudulentos, desleais ou ilícitos; introdução nesses registros de dados sensíveis (assim chamados os de origem racial, opinião política, filosófica ou religiosa, filiação partidária e sindical, orientação sexual etc.) e a conservação de dados falsos ou com fins diversos dos autorizados em lei. Mandado de Segurança: É usado para proteger os demais direitos não amparados pelo habeas-corpus ou habeas-data diante da realização ou da iminência de ato ilegal ou abuso de poder praticados por agentes públicos. A Constituição permite mandados de segurança coletivos, impetrados por partidos políticos com representação no Congresso Nacional, organizações sindicais e demais entidades de classe ou associações legalmente constituídas há pelo menos um ano. Mandado de Injunção: Os direitos e as liberdades que dizem respeito à nacionalidade, à soberania e à cidadania previstos na Constituição, mas ainda não regulamentados, contam com o recurso do mandado de injunção. O juiz deverá elaborar uma norma para o caso concreto, permitindo, assim, o exercício desse direito. Pode ser individual ou coletivo. Ação Popular e a Ação Civil Pública: A ação popular serve para que qualquer grupo de cidadãos anule, ou seja, torne sem efeito algum ato que prejudique o patrimônio público, a moralidade administrativa, o meio ambiente e o patrimônio histórico e cultural. Com isso, qualquer cidadão pode interferir na administração pública, questionando atos que prejudiquem o direito de todos. A ação civil pública é mais ampla que a ação popular, pois, além do patrimônio público ou social, também se pode entrar na justiça para proteger outros direitos coletivos ou difusos. Quem propõe a ação civil pública é o Ministério Público ou as associações juridicamente constituídas, partidos políticos com representação no Congresso Nacional e entidades de classe. AA FFeeddeerraalliizzaaççããoo ddooss CCrriimmeess CCoonnttrraa ooss DDiirreeiittooss HHuummaannooss Os crimes contra os direitos humanos são aqueles já previstos pela legislação, mas que violam também bens jurídicos tutelados em convenções internacionais humanitárias de que o Brasil seja parte. Com a Emenda Constitucional n° 45, foi estabelecida a chamada federalização dos crimes contra os direitos humanos, ou seja, é prevista a possibilidade destes crimes passarem a ser julgados pela Justiça Federal e não pela Justiça comum dos Estados. Esta federalização justifica-se por que de acordo com diversos tratados relativos à proteção de direitos humanos que o Brasil é signatário, a União é responsável por eventuais violações a esses direitos, havendo desta forma um interesse direto sobre o assunto. CONSTITUIÇÃO FEDERAL Art. 109 - Aos juízes federais compete processar e julgar: ......................................................................................................................................................... V-A - as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional n° 45, de 08.12.04) ......................................................................................................................................................... Apostilas Concursos Jurídicos Copyright 2005 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. www.concursosjuridicos.com.br Uso exclusivo do assinante. É proibida a reprodução desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 13 § 5º - Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional n° 45, de 08.12.04) De acordo com a Constituição, nas hipóteses de grave violação de direitos humanos é possível o deslocamento para a órbita federal, suscitado pelo Procurador-Geral da República perante o Superior Tribunal de Justiça. Não será qualquer violação de Direitos Humanos que haverá a transposição para a Justiça Federal, somente os casoscapazes de ensejar, no cenário internacional, a responsabilização do Estado brasileiro, pois o § 5° acentua que o incidente de deslocamento deverá ter por fim assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte. Assim, somente nos casos mais graves onde houver o esgotamento das vias internas ou de injustificável atraso na prestação jurisdicional é que poderá haver o deslocamento. 0055..33 OOss TTrraattaaddooss ee TTrriibbuunnaaiiss IInntteerrnnaacciioonnaaiiss OOss TTrraattaaddooss IInntteerrnnaacciioonnaaiiss ddee DDiirreeiittooss HHuummaannooss ee ssuuaa IInnccoorrppoorraaççããoo aaoo DDiirreeiittoo BBrraassiilleeiirroo Os Tratados Internacionais: Conforme a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, de 1969, os tratados internacionais são acordos internacionais concluídos entre Estados, na forma escrita e regulados pelo Direito Internacional. Competências: Conforme a Constituição Federal a União tem competência exclusiva para manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais. Compete privativamente ao Presidente da República celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional. O Congresso Nacional por sua vez, tem competência exclusiva para resolver definitivamente sobre acordos ou atos internacionais. Modo Pelo Qual os Tratados Passam a Integrar o Direito Interno: Assinado o tratado internacional pelo Poder Executivo, faz-se necessária sua aprovação pelo Poder Legislativo, mediante decreto legislativo. O processo de formação dos tratados consiste em um ato complexo, do qual não participa apenas o chefe do Poder Executivo Federal, mas também o Poder Legislativo, em estrita obediência ao princípio da harmonia entre os Poderes. Uma vez aprovado o tratado pelo parlamento, retorna ele ao Poder Executivo para a sua ratificação, ato unilateral através do qual o Estado aceita definitivamente as obrigações internacionais que assumiu. Após a sua ratificação, porém, questiona-se se os tratados são incorporados automaticamente ou não pelo Direito Apostilas Concursos Jurídicos Copyright 2005 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. www.concursosjuridicos.com.br Uso exclusivo do assinante. É proibida a reprodução desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 14 nacional. Esta relação entre o direito decorrente de tratados e o direito interno pode apresentar conflitos que apontam ao debate entre as correntes do monismo e do dualismo jurídico. Teoria Monista: Conforme esta corrente, a mera ratificação determina a incorporação ao direito interno, sem que seja necessária a edição de ato legislativo interno determinando sobre o assunto. Conforme esta teoria, o direito internacional e o direito interno são dois ramos de um único sistema. Segundo o § 1° do art. 5° da Constituição Federal, as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata, e o § 2° do mesmo artigo dispõe que tais direitos e garantias, expressos na Constituição Federal, não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. A análise desses dois parágrafos combinados, por alguns juristas pátrios, entre eles Flávia Piovesan, Antônio Augusto Cançado Trindade1 e Celso Ribeiro Bastos2 tem levado a um entendimento de que os direitos e garantias regrados em normas internacionais têm aplicação imediata no Brasil, independente da edição de lei interna que reproduza integralmente o teor do tratado internacional. Teoria Dualista: A teoria dualista estabelece uma divisão entre a ordem interna e a ordem internacional. O direito internacional público e o direito interno são assim, incomunicáveis. Para esta corrente, o tratado internacional somente poderá ser aplicado ao Estado quando transformado em ato normativo interno, por incorporação ao direito nacional. Hierarquia das Normas de Tratados Internacionais de Direitos Humanos no Direito Brasileiro: Havia na doutrina discussão sobre a forma de ingresso na ordem jurídica brasileira desses direitos diante da hierarquia normativa. Entendiam alguns autores que as normas de tratado internacional ingressavam na condição de norma constitucional, outros entendiam que a norma deveria ingressar no plano da lei ordinária. Com a Emenda Constitucional n° 45, de 2004, as normas de tratados internacionais sobre direitos humanos passam a ser reconhecidas como normas de hierarquia constitucional, mas somente se aprovadas pelas duas casas do Congresso por 3/5 de seus membros em dois turnos de votação. CONSTITUIÇÃO FEDERAL Art. 5º - ............................................................................................................................................. § 3º - Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 08.12.04) 1 ... se para os tratados internacionais em geral, se tem exigido a intermediação pelo Poder Legislativo de ato com força de lei de modo a outorgar as suas disposições vigência ou obrigatoriedade no plano do ordenamento jurídico interno, distintamente no caso dos tratados de proteção internacional dos direitos humanos em que o Brasil é Parte, os direitos fundamentais neles passam garantidos, consoante a Constituição Federal, a integrar o elenco dos direitos constitucionalmente consagrados e direta e imediatamente exigíveis no plano do ordenamento jurídico interno. 2 Não será mais possível a sustentação da tese dualista, é dizer, a de que os tratados obrigam diretamente aos Estados, mas não geram direitos subjetivos para os particulares, que ficariam na dependência da referida intermediação legislativa. Doravante, será, pois, possível, a invocação de tratados e convenções, dos quais o Brasil seja signatário, sem a necessidade de edição pelo legislativo de ato com força de lei, voltado à outorga de vigência interna aos acordos internacionais. Apostilas Concursos Jurídicos Copyright 2005 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. www.concursosjuridicos.com.br Uso exclusivo do assinante. É proibida a reprodução desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 15 Em outras palavras, aos tratados e convenções de direitos humanos foi facultada a atribuição do status de norma constitucional, não restringindo a incorporação de novos diplomas de direitos humanos, pois não consta do que estes deverão necessariamente cumprir os requisitos para serem aceitos como norma interna, porém devem cumpri-los para que tenham a dimensão de uma emenda constitucional. Alguns juristas entendiam anteriormente que os acordos internacionais de direitos humanos já possuíam força constitucional. Esse entendimento não prevalece mais diante do § 3° do art. 5° da Constituição. Somente terão força de emenda constitucional se cumprirem os requisitos. Eficácia dos Tratados Internacionais: A eficácia dos tratados internacionais, segunda a doutrina, concretiza-se através de fatores como a voluntariedade, a reciprocidade e as sanções horizontais. A voluntariedade é a assunção pelo Estado- parte do compromisso de cumprir os acordos perante os demais firmatários mediante a reciprocidade. As sanções horizontais podem assumir a forma de suspensão de relações diplomáticas e embargos comerciais, em relação ao Estado-parte que descumprir os preceitosdo tratado. TTrriibbuunnaall IInntteerrnnaacciioonnaall ddee DDiirreeiittooss HHuummaannooss A Emenda Constitucional n° 45 adicionou um parágrafo 4° ao artigo 5° da Constituição Federal segundo o qual expressamente sujeita o Brasil à jurisdição de um Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. CONSTITUIÇÃO FEDERAL Art. 5º - ............................................................................................................................................. § 4º - O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 08.12.04) Atualmente, existe a previsão de um Tribunal Penal Internacional estatuído pelo Estatuto de Roma do qual o Brasil é signatário (A assinatura ocorreu em 07.02.2000 e foi ratificado pelo Brasil em 20 de junho de 2002). A atuação do Tribunal Penal Internacional encontra-se condicionada a dois fatores: que o crime seja de genocídio, contra a humanidade, de guerra ou agressão e que haja uma falta de providências por parte do Estado em que tenha ocorrido a infração penal ou de onde seja proveniente o agente criminoso. Este dispositivo é visto por alguns como limitador da soberania do Estado brasileiro, uma vez que prevê a entrega do nacional para ser julgado por um órgão internacional. Apostilas Concursos Jurídicos Copyright 2005 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. www.concursosjuridicos.com.br Uso exclusivo do assinante. É proibida a reprodução desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 16 0055..44 OO RReeggiimmee EExxttrraaoorrddiinnáárriioo NNooççõõeess GGeerraaiiss Noções Iniciais: A Constituição Federal prevê situações de grave crise em que são necessárias certas medidas excepcionais. Nestas situações, podem ser restringidos alguns dos direitos fundamentais previstos constitucionalmente. São duas as medidas excepcionais para a restauração da ordem em momentos de anormalidade: o estado de defesa e o estado de sítio. Estas medidas têm natureza extraordinária e, por isso, devem ser temporária, necessárias e proporcionais à situação de crise. Estado de Defesa: Consiste na suspensão temporária e localizada das garantias constitucionais. Podem ser decretadas para preservar, ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. O estado de defesa não exige para sua decretação a autorização do Congresso Nacional. O estado de defesa deve ficar circunscrito a localidades determinadas, não sendo permitida a sua extensão a todo o País. Neste caso, a medida eventualmente cabível seria o estado de sítio. Estado de Sítio: Consiste na suspensão temporária das garantias constitucionais em situações mais graves de comoção nacional, ineficácia do estado de defesa, guerra declarada e resposta à agressão armada estrangeira. O estado de sítio exige obrigatoriamente a autorização da maioria absoluta dos membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal para a decretação. Em ambos os casos devem ser ouvidos os Conselhos da República e da Defesa Nacional para que aconselhem e opinem ao Presidente da República. Regimes Extraordinários REGIME ESTADO DE DEFESA ESTADO DE SÍTIO PREVISÃO LEGAL art. 136, caput art. 137, I art. 137, II HIPÓTESES 1. Ordem pública ou paz social ameaçada. 1. Comoção nacional. 1. Declaração de guerra. 2. Instabilidade institucional. 2. Ineficácia do Estado de Defesa. 2. Resposta à agressão armada estrangeira. 3. Calamidade natural. PRAZO Máximo de 30 dias, podendo ser prorrogado por mais uma única vez por igual período. Máximo de 30 dias, podendo ser sempre prorrogado por igual período. O tempo necessário da guerra ou para repelir a agressão armada estrangeira. Apostilas Concursos Jurídicos Copyright 2005 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. www.concursosjuridicos.com.br Uso exclusivo do assinante. É proibida a reprodução desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 17 ÁREA ABRANGIDA Locais restritos e determinados. Território nacional. Território nacional. RESTRIÇÕES A DIREITOS FUNDAMENTAIS Poderão ser restringidas as previsões do art. 5°, XII (sigilo de correspondência e comunicações telegráficas e telefônicas), XVI (direito de reunião) e LXI (exigibilidade de prisão somente em flagrante delito ou por ordem da autoridade judicial competente). Poderão ser restringidas as previsões do art. 5°, XI (inviolabilidade domiciliar), XII, XVI, XXV (direito de propriedade), LXI e também o art. 220 (liberdade de manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação). Poderão ser restringidas, em tese, todas os direitos fundamentais, desde que presentes três requisitos constitucionais: 1. Necessidade de efetivação da medida. 2. Tenham sido objeto de deliberação por parte do Congresso Nacional no momento da autorização da medida. 3. Devem estar expressamente previstos no decreto presidencial nacional. Apostilas Concursos Jurídicos Copyright 2005 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. www.concursosjuridicos.com.br Uso exclusivo do assinante. É proibida a reprodução desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 18 QQuueessttõõeess ddee CCoonnccuurrssooss 01 - (Magistratura/RN 1999) Dentre os direitos sociais e os chamados direitos de terceira geração, a Constituição brasileira e o ordenamento jurídico brasileiro asseguram e estabelecem garantias instrumentais específicas para a concretização do direito: ( ) a) à cultura e ao lazer; ( ) b) à igualdade de salário entre homens e mulheres e à autodeterminação dos povos; ( ) c) à habitação e ao meio ambiente; ( ) d) ao livre exercício de qualquer profissão e ao desenvolvimento; ( ) e) ao trabalho e ao meio ambiente. 02 - (Procurador da República 20° Concurso) A prevalência dos direitos humanos: ( ) a) é norma que depende ainda da assinatura e ratificação do Protocolo Facultativo do Pacto sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, uma vez que a Constituição nada estabelece sobre a matéria; ( ) b) é princípio que rege as relações internacionais da República Federativa dos Brasil; ( ) c) somente poderá ser cogitada como princípio constitucional se as autoridades brasileiras adotarem a federalização dos crimes contra os direitos humanos; ( ) d) somente diz respeito aos direitos e garantias expressos na Constituição Federal, não incluindo normas decorrentes de tratados internacionais de que o Brasil seja parte. 03 - (Procurador da República 19° Concurso) Os princípios constitucionais de proteção aos direitos humanos, no Estado democrático de direito: I. não podem ser considerados no dever do Estado de garantir a segurança pública, direito de todos, preservando a incolumidade das pessoas e do seu patrimônio; II. devem ser sempre respeitados, sem prejuízo da maior eficiência no combate à criminalidade e na preservação da ordem e segurança pública sob a responsabilidade do Estado; III. asseguram aos presos o respeito à integridade física e moral e garantem que ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei, devendo o preso ser informado deseus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe ainda garantida a assistência da família e de advogado. Analisando-se as assertivas acima, pode-se afirmar que: ( ) a) todas estão corretas; ( ) b) somente as de número I e III estão corretas; ( ) c) estão corretas as de números II e III; ( ) d) apenas a de número I está correta. Apostilas Concursos Jurídicos Copyright 2005 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. www.concursosjuridicos.com.br Uso exclusivo do assinante. É proibida a reprodução desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 19 04 - (Procurador da República 19° Concurso) O direito de propriedade: ( ) a) é garantido pela Constituição, devendo a propriedade urbana ou rural atender a sua função social, definida esta igualmente para ambas; ( ) b) é assegurado pela Constituição, devendo a propriedade atender a sua função social, e podendo a lei estabelecer o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, em qualquer hipótese; ( ) c) é garantido pela Constituição, podendo a autoridade competente, no caso de iminente perigo público, usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; ( ) d) é assegurado pela Constituição, ressalvadas as hipóteses de usucapião urbano ou rural de qualquer imóvel, desde que o possuidor seja proprietário de outro imóvel de área menor do que o invadido. 05 - (Procurador da República 19° Concurso) A Constituição Brasileira, quanto à proteção dos direitos humanos: I. estabelece como princípio regente das relações internacionais do País a prevalência dos direitos humanos e preconiza ainda a criação de um tribunal internacional dos direitos humanos; II. além de constituir a República Federativa em Estado democrático de direito, tendo como um dos fundamentos a dignidade da pessoa humana, assegura a todos direitos e garantias fundamentais, direitos individuais e sociais, expressos no seu texto, além de outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que o Brasil seja parte; III. inova quanto aos princípios sensíveis da federação, incluindo entre eles os direitos da pessoa humana, cuja inobservância pode resultar em intervenção federal nos Estados, decretada pelo Presidente da República no caso de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação formulada pelo Procurador-Geral da República. Analisando-se as assertivas acima, pode-se afirmar que: ( ) a) somente a de número II está correta; ( ) b) estão corretas as de números II e III; ( ) c) apenas as de números I e II estão corretas; ( ) d) todas estão corretas. Apostilas Concursos Jurídicos Copyright 2005 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. www.concursosjuridicos.com.br Uso exclusivo do assinante. É proibida a reprodução desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 20 06 - (Procurador da República 18° Concurso) O direito de propriedade: I. é garantido pela Constituição, mas a propriedade deve atender à sua função social; II. assegurado pela Constituição, não impede a desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou interesse social para fins de reforma agrária, sempre mediante justa e prévia indenização em dinheiro; III. assegura ao proprietário indenização ulterior, se houver dano, nas hipóteses de requisição de uso de sua propriedade por autoridade competente, no caso de iminente perigo público. Analisando-se as asserções acima, pode-se afirmar que: ( ) a) apenas a de número I está correta; ( ) b) todas estão corretas; ( ) c) as de números I e II estão corretas; ( ) d) as de número de I e III estão corretas; 07 - (Procurador da República 18° Concurso) A República Federativa do Brasil, segundo a Constituição: I. rege-se, nas suas relações internacionais, dentre outros, pelo princípio da prevalência dos direitos humanos; II. deve garantir aos brasileiros e estrangeiros residentes no País, além dos direitos expressos no texto da Lei Maior e outros implícitos, decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, os direitos estabelecidos em tratados internacionais de que seja parte; III. deve assegurar aos presos o respeito à integridade física e moral, constituindo crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia a prática de tortura. Analisando-se as assertivas acima, pode-se afirmar que: ( ) a) somente as de números I e II estão corretas; ( ) b) somente as de números II e III estão corretas; ( ) c) todas estão corretas; ( ) d) todas estão incorretas. 08 - (Delegado/SP 1998) No que pertine à evolução histórica dos direitos humanos, é correto afirmar que a primeira Constituição brasileira a contemplar os direitos humanos fundamentais foi.a ( ) a) Constituição de 1937. ( ) b) Constituição de 1891. ( ) c) Constituição de 1946. ( ) d) Constituição de 1824. Apostilas Concursos Jurídicos Copyright 2005 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. www.concursosjuridicos.com.br Uso exclusivo do assinante. É proibida a reprodução desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 21 09 - (Delegado/SP 1998) A Convenção Americana de Direitos Humanos estabeleceu que toda a pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência, enquanto não for legalmente comprovada sua culpa. A Constituição brasileira, nessa esteira, dispôs que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. À vista da vigência desses preceitos é correto afirmar que ( ) a) a lei processual penal não poderá opor qualquer restrição ao direito do réu de apelar em liberdade. ( ) b) o réu primário e de bons antecedentes somente poderá ser preso em virtude de pena privativa de liberdade, imposta através de sentença condenatória transitada em julgado. ( ) c) o réu não terá o seu nome lançado no rol dos culpados, enquanto não estiver definitivamente condenado. ( ) d) ninguém será preso por dívidas. 10 - (Delegado/SP 1998) De acordo com a teoria "monista", para que haja a incorporação dos tratados de direitos humanos ao direito brasileiro ( ) a) a ratificação não é suficiente, sendo necessária a edição de ato legislativo interno determinando a incorporação. ( ) b) a ratificação é suficiente para imediata aplicação já que o poder legislativo participa do processo de incorporação. ( ) c) não é necessária a ratificação para a incorporação, sendo suficiente a aprovação do Poder Legislativo. ( ) d) a ratificação é suficiente para a imediata aplicação já que o poder legislativo não participa do processo da incorporação. 11 - (Delegado/SP 1999) Os direitos e garantias constantes dos instrumentos internacionais dos direitos humanos aprovados e ratificados pelo Brasil, que não sejam expressos na Constituição Federal de 1988, devem ser ( ) a) recepcionados pelo nosso ordenamento jurídico. ( ) b) excluídos de nosso regime legal. ( ) c) aceitos parcialmente, desde que decorram das normas constitucionais. ( ) d) eliminados do sistema em face dos princípios por ela adotados. 12 - (Delegado/SP 2000) No campo dos Direitos Humanos, num eventual conflito entre normas previstas em tratados internacionais e preceitos de direito interno, aplica-se o princípio da ( ) a) anterioridade da lei. ( ) b) especialidade. ( ) c) norma mais favorável àvítima. ( ) d) norma de hierarquia superior. 13 - (Delegado/SP 2000) Segundo estipula a Lei de Execução Penal (7.210/84), a cadeia pública destina-se ao ( ) a) cumprimento de pena em regime fechado ou semi-aberto. ( ) b) cumprimento de pena de detenção em regime semi-aberto. ( ) c) recolhimento de presos provisórios. ( ) d) recolhimento de condenados à pena de detenção ou prisão simples. Apostilas Concursos Jurídicos Copyright 2005 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. www.concursosjuridicos.com.br Uso exclusivo do assinante. É proibida a reprodução desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 22 14 - (Delegado/SP 2000) Assinale a alternativa incorreta, conforme a Lei de Execução Penal (7.210/84). ( ) a) A assistência à saúde do preso e do internado compreenderá atendimento médico, farmacêutico e odontológico. ( ) b) A assistência material ao preso e ao internado consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas. ( ) c) A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e a formação profissional do preso e do internado. ( ) d) A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados independentemente de possuírem recursos financeiros para constituírem advogado. 15 - É direito fundamental do indivíduo, expressamente acolhido no texto da Constituição Federal, a ( ) a) liberdade de reunião pacífica e sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização. ( ) b) livre locomoção no território nacional, em tempo de paz e de guerra. ( ) c) inviolabilidade do domicílio durante a noite, ninguém podendo nele penetrar, salvo por determinação judicial. ( ) d) liberdade de crença, desde que exercida nos locais previamente determinados em lei. ( ) e) criação de associações na forma da lei, podendo, no entanto, serem elas dissolvidas por processo administrativo promovido pelo Ministério Público. Apostilas Concursos Jurídicos Copyright 2005 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. www.concursosjuridicos.com.br Uso exclusivo do assinante. É proibida a reprodução desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 23 GGaabbaarriittoo 01.E 02.B 03.C 04.C 05.D 06.D 07.C 08.D 09.C 10.B 11.A 12.C 13.C 14.D 15.A Apostilas Concursos Jurídicos Copyright 2005 Todos os direitos reservados à CMP Editora e Livraria Ltda. www.concursosjuridicos.com.br Uso exclusivo do assinante. É proibida a reprodução desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 24 BBiibblliiooggrraaffiiaa ■ Direito Constitucional Alexandre de Moraes Atlas ■ Direitos Humanos José Luiz Quadros de Magalhães Juarez de Oliveira ■ Direitos Humanos Fundamentais Manoel Gonçalves Ferreira Filho Saraiva ■ Limitações ao Direito de Propriedade Carlos Alberto Dabus Maluf Saraiva Apostilas Concursos Jurídicos Direitos Humanos 05 Os Direitos Humanos no Direito Brasileiro Atualizada em 10.08.2005 Todos os direitos reservados à CMP EDITORA E LIVRARIA LTDA.
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