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A influência das redes sociais em relação ao transtorno alimentar da anorexia

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A influência das redes sociais em relação ao transtorno alimentar da anorexia 
Mariana Meaurio Rosa 
Yasmin Andreia Lemos 
Objetivos 
Objetivo Geral 
Discutir e analisar o modo como se configura o comportamento dos influenciadores digitais nas redes sociais de adolescentes e jovens adultos nos tempos atuais, correlacionando os efeitos que elas exercem na imagem corporal, e as relações que se estruturam com o Transtorno Alimentar da Anorexia, a partir desta conexão. 
Objetivos Específicos 
a) discorrer acerca dos Transtornos Alimentares. 
b) enfatizar a análise na Anorexia. 
c) descrever a influência das redes sociais na contemporaneidade nos transtornos alimentares, delimitando o escopo da Anorexia. 
d) correlacionar com os aspectos psicológicos que envolvem a imagem corporal. 
e) realizar análise crítica e qualitativa acerca da problemática. 
Justificativa 
O tema proposto pretende investigar, examinar e levantar questões acerca de um fenômeno, que há tempos, vem sendo compartilhado através das redes sociais. Reconhecido como, culto ao corpo perfeito, Freud (1919), em seus estudos sobre a estética, já apontava o domínio de tudo que é belo, sublime e atraente e a vastidão dos trabalhos a isso relacionado, em contraposição e decréscimo dos sentimentos e estudos dos seus opostos. O movimento citado vem aumentando cada vez mais nas redes sociais, por meio do compartilhamento de dicas na área da saúde - independente de formação acadêmica na área - fotos da rotina e vida pessoal, ou mesmo, pelo consumo e propaganda de produtos de beleza, realizados pelos influenciadores digitais. 
Desta forma pretende-se, neste trabalho, relacionar o quanto este fenômeno, contemporâneo e explícito na rotina dos sujeitos, pode vir a fomentar as relações com os transtornos alimentares dos usuários das redes sociais. No que concerne à psicologia, procurar-se-á trabalhar com o universo de significados, motivos, aspirações, expectativas, crenças, valores e atitudes, ou seja, com um tema que se preocupa com um nível de realidade que não pode ser quantificado (Minayo, 1994). 
Trata-se de um tema complexo que envolve, além do comportamento dos influenciadores digitais, interferências familiares, padrões de beleza, questões sociais, econômicas, etc. O poder que as redes sociais vêm exercendo diante da anorexia, torna-se um vasto campo de trabalho e estudo, assim sendo, com o auxílio da psicanálise, este estudo de cunho qualitativo, busca subsidiar as discussões e impasses que circundam o tema. 
Definição do Problema 
Neste ponto, o próprio título do trabalho se apresenta como o problema de pesquisa em que se propõe compreender: qual a influência das redes sociais em relação aos casos de anorexia? Uma das hipóteses trabalhadas é a de que, nossa sociedade, vem se estabelecendo, cada vez mais, dentro de um padrão comportamental onde a estética, o culto pelo que é belo, a necessidade de admiração e a autopromoção, se tornaram um padrão a ser alcançado, por mais inatingível que pareça. 
Estes fatores associados a tantos outros, refletem que vivenciamos uma era narcisista, desde o consumismo desenfreado, uso de intervenções cirúrgicas, a busca pelos 15 minutos de fama, a falta de empatia, são alguns sinais. Claro que não se pode generalizar, nem todas as pessoas que apresentam estes comportamentos, podem ser classificadas como tal, mas a questão é, como o exagero de algumas delas, ou de todas ao mesmo tempo, tem se tornado cada vez mais comum nos dias atuais. E um dos palcos para tal, têm sido as redes sociais. 
O narcisismo não caminha entre nós apenas nos dias atuais, Oscar Wilde, em sua obra O Retrato de Dorian Gray (2001), já mencionava um aristocrata inglês, de grande beleza, que através da pintura do seu próprio retrato, se perdia em amores e se mantinha sempre belo e jovem. A partir de toda esta devoção a estética acima mencionada, acredita-se que o espaço reservado para os cuidados com a saúde - mental e física - com a consciência e imagem corporal, estejam relegados a segundo plano. Posto que, o indivíduo passa a se constituir e vivenciar de acordo com os padrões ditados por outros e não apenas por experiências próprias. Terreno fértil para a entrada dos transtornos alimentares na vida de adolescentes e jovens adultos, que não hesitam em seguir dicas de dietas, blogueiras da moda, etc.
 Já os Transtornos Alimentares podem ser classificados como perturbações no comportamento alimentar, levando o sujeito tanto ao emagrecimento extremo quanto a obesidade. Os principais tipos são a Anorexia Nervosa e a Bulimia Nervosa – nos dois casos há uma intensa preocupação com o peso e o medo em excesso em engordar, além da alteração da percepção corporal. Além destes há também: Vigorexia, Síndrome de Gourmet, Obesidade, Pica e Transtorno Alimentar Noturno. 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (1993) a Anorexia é classificada pelo CID 10 em duas categorias: F50.0 Anorexia Nervosa, e F50.1 Anorexia Nervosa Atípica. Sendo a primeira caracterizada como um transtorno onde o indivíduo, de forma intencional, induz e mantem a perda de peso. Manifesto de forma mais frequente em mulheres, jovens, pode acometer também homens em qualquer faixa etária. Válido ressaltar que este transtorno não tem um período do desenvolvimento humano específico para se manifestar, ocorrendo casos até entre crianças e em mulheres na menopausa, contudo nosso escopo são os adolescentes e jovens adultos do sexo feminino. 
Esta doença possui relações com um medo exagerado de engordar, de tal forma que a pessoa se impõe a obrigação de se manter abaixo do peso. Uma das comorbidades que podem acompanhar a anorexia nervosa é a chamada desnutrição, assim como mudanças endócrinas e metabólicas. Os sintomas envolvem uma restrição das escolhas alimentares, a prática excessiva de exercícios físicos, utilização de laxantes, uso de diuréticos, entre outros. Nos aspectos emocionais, a pessoa pode desenvolver sintomas como ansiedade, irritabilidade, acarretando em quadros depressivos, Síndrome do Pânico, Transtorno Obsessivo Compulsivo, etc. 
Já a Anorexia Nervosa Atípica, compreende algumas características da Anorexia Nervosa, mas o quadro clínico do sujeito, de forma geral, não justifica tal diagnóstico da primeira citada. Ou seja, neste quadro pode ocorrer a perda, diminuição ou ausência do apetite, contudo o medo pelo ganho de peso pode estar ausente. Alguns dos sintomas físicos que podem indicar a manifestação da Anorexia 
Nervosa é a chamada amenorréia - a perda da menstruação - flacidez corporal, devido à perda de massa, anemia, osteoporose, intolerância ao frio, hipotensão, irregularidade cardíaca, desidratação, e em casos mais graves, até a infertilidade. 
Segundo Novaes apud Ida e Silva (2007): 
“Ao analisarmos os modos de subjetivação contemporâneos, percebemos que estamos inseridos em uma lógica capitalística na qual é permitido manipular e controlar o corpo das mais diversas formas, transformando-o em um objeto de consumo. Assim, meninas, jovens e mulheres adultas frequentam academias de ginástica, fazem dietas, utilizam cosméticos para afirmar-se na condição do que é considerado como padrão estético feminino em nossa sociedade”. 
No que concerne aos aspectos da personalidade, pessoas acometidas por esses tipos de transtornos, podem apresentar problemas como baixa autoestima, sentimentos de inferioridade, insegurança e perfeccionismo fatores que acarretam acentuada inibição e retraimento social, que geralmente aparecem em comorbidade com transtornos de ansiedade e do humor (Leônidas e Santos, 2013). Neste sentido vale atentar, com o apoio da ciência psicológica, para os apelos que as redes sociais vêm mobilizando na vida destas pessoas. 
Referências 
Da Silva, R. N. Ida, S. W. Transtornos Alimentares: uma perspectiva social. Revista Mal- estar e Subjetividade – Fortaleza – Vol. VII – No 2 – p. 417-432 – set/2007. 
Freud, S. O estranho. Obras completas, ESB, v. XVII. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1919. 
Minayo, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativaem saúde. São Paulo- Rio de Janeiro: Hucitec-Abrasco, 1994. 
Wilde, O. O Retrato de Dorian Gray. Rio de Janeiro: L&PM, 2001. 
Leônidas, C. Santos, M. A. Redes Sociais Significativas de Mulheres com Transtornos Alimentares. Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. Psicologia: Reflexão e Crítica, 26(3), 561-571. 
Organização Mundial de Saúde. Classificação de transtornos mentais e de comportamento da CID-10. Descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. Porto Alegre: Artes Médicas; 1993. p. 351.

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