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AV3 SOCIOLOGIA JURÍDICA ESTÁCIO

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25/06/2020 09:00
Nome:		Matrícula:	
Disciplina: CCJ0269 / SOCIOLOGIA JURÍDICA	Data: 27	/06 	/2020 	
Período: 2020.1 / AV3	Turma: 
OBSERVAÇÕES:
Leia com atenção as questões antes de responder. As questões devem ser respondidas somente à caneta azul ou preta, na folha de respostas.
Será observada uma tolerância máxima de 30 minutos para a entrada dos alunos após o início da prova. Nesse período, nenhum aluno poderá deixar a sala. Terminada a prova, o aluno deverá entregar ao professor a folha de questões e a folha de respostas, devidamente identificadas.
É proibido o uso de equipamentos eletrônicos portáteis e consulta a materiais de qualquer natureza durante a realização da prova. Questões objetivas e discursivas que envolvam operações algébricas devem possuir a memória de cálculo na folha de respostas. Boa prova.
1.	
Pedro, Paulo e José, estudantes de direito acabaram de ler no jornal que Maria Aparecida, uma ex-empregada doméstica e portadora de "retardo mental moderado", foi detida em flagrante em abril de 2004, quando tinha 23 anos, após tentar furtar um xampu e um condicionador que, juntos, custavam 24 reais, e ficou presa por mais de um ano.
Ela foi encaminhada ao Cadeião de Pinheiros, onde dividia uma cela com mais 25 presas. A jovem sofria surtos, não dormia à noite, urinava na roupa, o que provocou um tumulto, que foi encerrado com o lançamento de uma bomba de gás lacrimogêneo dentro da cela. Diante do desespero de Maria Aparecida, uma das presas jogou água em seu rosto, e a mistura do gás com a água fez com que ela perdesse a visão. Aos gritos de dor, ela foi transferida para local destinado as presas ameaçadas de morte, e ainda, agredida várias vezes com cabo de vassoura.
Somente após sete meses de prisão, foi realizada uma audiência, e ela foi transferida para a Casa de Custódia de Franco da Rocha, em São Paulo, onde foi atestada a perda da visão de seu olho direito. A advogada contratada pela irmã de Maria Aparecida entrou com pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça de São Paulo, que foi negado. Apelou, então, ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), o qual a concedeu, em maio de 2005, liberdade provisória, após 13 meses de prisão, sofrimento e perda de sentido, por causa de 24 reais.
Pedro afirma que o juiz aplicou corretamente a lei, visto que a conduta da manicure constitui crime contra o patrimônio (art. 155 do CP).
Paulo discorda, sustentando que a condenação foi injustificada, pois o ato praticado não é considerado como verdadeiro crime pelo Estado e pela Sociedade, visto o pequeno valor dos objetos.
José sustenta que a condenação é totalmente injusta, já que se trata de um furto de valor insignificante. Afirma, ainda, que as autoridades deveriam se preocupar com as desigualdades sociais e que Maria é a verdadeira vítima da sociedade.
Segundo Miguel Reale, são três as dimensões pelas quais o fenômeno do direito deve ser considerado (direito como fato, norma e valor).
Examine	o	caso	concreto	apresentado	correlacionando	a	postura	dos	três estudantes com as dimensões do fenômeno do direito acima citadas.
Resposta: 
No caso concreto exposto, nota-se que Pedro se expressa fundamentando sua visão do caso com a dimensão da norma, do Direito Positivado. Paulo e José, diferentemente de Pedro, manifestam claramente suas visões sobre o caso concreto, exaltando a valoração do fato na sociedade atual para justificar suas posições.
2. Explique qual é a finalidade da Defensoria Pública no ordenamento jurídico brasileiro.
Resposta: 
Em seu artigo 5º, LXXIV, a Constituição Federal versa sobre o direito fundamental à assistência jurídica integral e gratuita, que será exercida pela Defensoria Pública dentro do ordenamento jurídico brasileiro, que, nesse sentido, se configura conforme o Art. 134 da mesma carta magna, como uma instituição essencial para que o Estado desenvolva sua função jurisdicional, prestando assistência jurídica, judicial e extrajudicial, integral e gratuita, aos necessitados, assim considerados na forma da lei.
Nesse sentido, pondera, também, o art. 1º da Lei Complementar 80/94, com a redação dada pela Lei Complementar 132/09: “Art. 1º  . A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados.
3. Explique o Sistema de Eleição Proporcional, esclarecendo como se elege um deputado e conceitue o que é quociente eleitoral e quociente partidário, demonstrando sua importância para eleição desse legislador.
Resposta: 
Dentro do sistema eleitoral Brasileiro, os deputados são eleitos pelo sistema proporcional, sendo que, nesse sistema, o eleitor pode votar tanto no candidato quanto no partido ou coligação. Assim, as vagas são distribuídas de acordo com o número de votos recebidos por cada partido. Nesse sistema, é utilizado o cálculo do quociente eleitoral.
O quociente eleitoral consiste na divisão dos votos válidos, pelo número de vagas em disputa, sendo a escolha dos deputados, sejam estaduais ou federais, só concretizada após a aplicação desse cálculo.
Dentro deste contexto de cálculos, para se chegar aos nomes dos candidatos eleitos, é preciso ainda determinar o quociente partidário, que consiste na divisão do numero de votos obtidos por cada partido, quais sejam, (votos nominais + votos na legenda), pelo quociente eleitoral, desprezando-se a fração, qualquer que seja, sendo que o número obtido dessa divisão é o número de deputados que ocuparão, em nome do partido/coligação, as cadeiras do Poder Legislativo.
Com a reforma eleitoral de 2017, além do cálculo dos quocientes, só serão considerados eleitos os candidatos que tiverem um número de votos que seja igual ou superior a 10% do valor do Quociente Eleitoral (QE).
Em tese o sistema de eleição proporcional, garante uma maior representatividade de correntes minoritárias e reflete com maior fidelidade a realidade social, diversidade de posturas e opiniões políticas.
4.	
Os métodos alternativos de solução de litígios são melhores do que a solução judicial, que é imposta com a força do Estado, e que padece de uma série de percalços, como a longa duração do processo, como ocorre no Brasil e em outros países (Ministra Ellen Gracie). Quais são os Métodos de Resolução de Conflitos Extrajudiciais estudados? Explique cada um deles.
Resposta: 
Com o intuito de garantir maior possibilidade de acesso e promoção de justiça aos cidadaos, bem como a celeridade na composição de conflitos, alguns meios extrajudiciais são utilizados, conforme o que versa o Art 3º, § 3º do CPC. 
Dentre eles os mais conhecidos e usuais estão, a arbitragem, a conciliação, a negociação e a mediação, cada um desses meios oferecem inúmeras vantagens sobre o método judicial tradicional.
Esses métodos podem ser divididos em autocompositivos, quando as parte e tão somente elas tem o poder decisório e encontram, através de um consenso, uma forma de composição do conflito ou ainda heterocompositivos, que envolvem um terceiro nesse processo de composição. Esse terceiro, conciliador ou mediador, dependendo do método utilizado, detém o conhecimento de técnicas específicas que o orientam na condução das pessoas para a obtenção de um denominador comum que satisfaça os interesses de ambas.
O método da arbitragem é considerado um instrumento de heterocomposição, já os métodos da negociação, conciliação e mediação são considerados instrumentos de autocmposição.
A arbitragem é geralmente entendida como um instrumento ou meio alternativo para a solução de conflitos relativos aos direitos patrimoniais e disponíveis, o que ocorre através de um árbitro escolhido em comum acordo pelas partes – via de regra um especialista no tema do conflito ou matéria controvertida – o qual facilitará o processo de mediação e conciliação, emitindo ao fim umasentença arbitral.
A mediação, por sua vez, através da figura do mediador – figura neutra e imparcial – apenas auxilia as partes a solucionar entre si o conflito, sem sugerir ou impor uma solução ou mesmo interferir nos termos do acordo.
Na conciliação, o método traz a figura do conciliador, que tem o papel de propor ou sugerir soluções, embora sua função não permita nenhuma imposição compulsória de medidas ou decisão, ficando esta última inteiramente à critério das partes envolvidas na controvérsia.
5.	
O Direito é um conjunto de normas que regulam a vida social. Com base na compreensão sociológica, pergunta-se: qual a função social do Direito?
Resposta:
A função social do direito se caracteriza por ser um principio estruturante para o ordenamento jurídico e se construiu ao longo da historia do homem na terra, desde os tempos mais remotos, considerando em cada período, as caracteristicas próprias do modelo político, econômico, cultural e jurídico de cada sociedade humana.
Essa função social do Direito pode ser entendida como o objetivo que se busca através da norma juridica dentro de um contexto, que proporcione a paz social e ordene de forma equilibrada as relações entre os individuos de uma determinada sociedade.
O Direito é um conjunto de normas que tem por objetivo a disciplina e a organização da vida em sociedade, solucionando os conflitos de interesses e promovendo a justiça.
Nesse sentido o Direito em sua função social, se configura não apenas como um mero instrumento de composição de conflitos, mas também com a função de prevenir esses conflitos, através da observancia das normas postas, assim como a função de controle social, e ainda a função de sustentar a regulação social, pois ao se organizar em sociedade, os individuos necessitam de normas para disciplinar suas atividades.
Referencias
1. NORTHFLEET, Ellen G. Novas fórmulas para resolução de conflitos. In: TEIXEIRA, Sálvio de Figueiredo. O judiciário e a constituição. Brasília: Saraiva, 1994
2. ARAUJO, Thais Maria Oliveira de. O delineamento da Defensoria Pública no ordenamento jurídico brasileiro Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 27 jun 2020. Disponivel em: https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/34424/o-delineamento-da-defensoria-publica-no-ordenamento-juridico-brasileiro. Acesso em: 27 jun 2020.
3. ROMÃO, Monique Maia. Os Sistemas Eleitorais e a Reforma Política. 2011. Rio de Janeiro. Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ). Disponível em . Acesso 18/10/2017
Campus:
PARÁ
Prova Impressa em 25/06/2020 por
KAREN GABRIELY SOUSA SANTOS
Ref.: 4059718735	Prova Montada em 24/06/2020

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