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PESQUISA CIENTÍFICA

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PESQUISA CIENTÍFICA1 
 
Entende-se por pesquisa cientifica o “conjunto de procedimentos sistemáticos, baseado no 
raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para problemas propostos, mediante 
a utilização de métodos científicos” (ANDRADE, 2003, p. 121). 
 A pesquisa cientifica objetiva fundamentalmente contribuir para a evolução do conhecimento 
humano em todos os setores, sendo sistematicamente planejada e executada segundo rigorosos 
critérios de processamento das informações. Será chamada pesquisa científica se sua realização for 
objeto de investigação planejada, desenvolvida e redigida conforme normas metodológicas 
consagradas pela ciência. Segundo Teixeira (2005, p. 1), 
 
Na pesquisa científica há de se atender a três pressupostos básicos: 
a) a epistemologia, âncora do fato ou fenômeno a ser investigado, a partir do corpo 
teórico existente, no qual se incluem subsídios advindos das diversas áreas do 
conhecimento com suas leis científicas, teorias, teoremas, axiomas, princípios, 
escolas, correntes etc.; 
b) o procedimental, representando a metodologia - o caminho a ser percorrido para se 
atingir os objetivos previamente estabelecidos; 
c) os aspectos de normatização, de que trata a Associação Brasileira de Normas 
Técnicas - ABNT, com suas diversas NBRs, bem assim, os requisitos do nível culto da 
língua portuguesa, caracterizando-se o texto pela objetividade, clareza, coesão, 
consistência, imparcialidade, e, ainda, as exigências para a formatação/apresentação 
do relatório. 
 
Os trabalhos de graduação, para serem considerados pesquisas científicas, devem produzir 
ciência, dela derivar, ou acompanhar seu modelo de tratamento. Para Ruiz (1991, pág. 49) 
 
A diferença entre os trabalhos dos cientistas e o dos estudantes universitários não 
deveria residir no método, mas nos propósitos. Os cientistas já estão trabalhando com 
o intuito de promover o avanço da ciência para a Humanidade; os estudantes ainda 
estão trabalhando para o crescimento de sua ciência. Ambos, porém, devem trabalhar 
cientificamente. Os estudantes trabalham cientificamente quando realizam pesquisas 
dentro dos princípios estabelecidos pela metodologia científica, quando adquirem a 
capacidade não só de conhecer as conclusões que lhes foram transmitidas, mas se 
habilitam a reconstituir, a refazer as diversas etapas do caminho percorrido pelos 
cientistas. 
 
1 REQUISITOS PARA UMA PESQUISA 
 
Qualificação do pesquisador (conhecimento do assunto a ser pesquisador, curiosidade, 
criatividade, perseverança, paciência, sensibilidade social, atitude autocorretiva, confiança na 
experiência), recursos (humanos, técnicos e financeiros) bem como tempo. 
 
2 ETAPAS DA PESQUISA 
 
Antes de se iniciar uma pesquisa científica é necessário refletir sobre a mesma. Assim como 
para construir um edifício é necessário antes de fazer a planta, imaginar o tamanho, o número de 
andares etc. e então planejar e construir os alicerces, de acordo com o tipo de edificação, é 
imprescindível que antes da pesquisa se elabore um plano, se imagine a abordagem, os tópicos que 
serão focalizados, como se pretende conduzir o trabalho etc. Assim, o trabalho de pesquisa é 
desenvolvido por etapas, que se constituem num método, num caminho facilitador do processo, 
buscando mapear o caminho, evitar muitos imprevistos e esclarecer os rumos para o pesquisador. A 
pesquisa sege a seguinte sequência: 
a) planejamento da pesquisa: elaboração do pré-projeto e do projeto de pesquisa; 
b) execução: à execução da pesquisa propriamente dita com a coleta de dados, também refere-se à 
análise dos dados e informações obtidas na fase construtiva; 
c) divulgação dos resultados: organização das ideias de forma sistematizada visando à elaboração 
do relatório final que deve obedecer às formalidades requeridas pela Academia. A apresentação 
final (trabalhos, artigo, monografia, tese, etc.), pode ser em forma de texto e/ou oral. 
 
1 TEIXEIRA, Gilberto. A questão do método na investigação científica. Disponível em: http://www. 
serprofessoruniversitario.pro.br/ler.php?modulo=21&texto=1660. Acesso em 26 de agosto de 2010 
3 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA CIENTIFICA 
 
Para classificar uma pesquisa deve-se levar em consideração sua Questão Problema e a 
reflexão de como será seu procedimento metodológico. Na pesquisa utiliza-se diferentes instrumentos 
para se chegar a uma resposta mais precisa. O instrumento ideal deverá ser estipulado pelo 
pesquisador para se atingir os resultados ideais. Não se picareta para fazer um buraco na areia; para 
isso precisa-se de uma pá. Da mesma forma não se pode fazer um buraco no cimento com uma pá; 
precisa-se de uma picareta. Por isso é muito importante, para o sucesso do trabalho cientifico, definir 
da melhor forma possível o tipo de pesquisa e de instrumento de coleta de dados a serem utilizados 
na pesquisa. 
A pesquisa cientifica pode ser classificada de muitas maneiras. 
 
3.1 QUANTO À FINALIDADE (A INTENÇÃO GERADORA DA PESQUISA) 
 
a) pesquisa pura ou fundamental (básica): motivadas por razões de ordem intelectual. Objetivo é 
alcançar o saber, para adquirir o conhecimento. Realizada por cientistas e contribui para o avanço 
da ciência; 
b) pesquisa aplicada: motivada por razões de ordem práticas. Objetivo é atender as exigências da 
vida moderna. Busca soluções para problemas concretos; 
c) técnicas: conhecimento científico é direcionado simplesmente para a produção ou para a 
melhoria da qualidade de vida. 
 
3.2 QUANTO À ÁREA DA CIÊNCIA (FEITA COM BASE NO SEU ESPAÇO TÉCNICO) 
 
a) pesquisa teórica: dedicada a estudar teorias; 
b) pesquisa metodológica: se ocupa dos modos de fazer ciência; 
c) pesquisa empírica: dedicada a codificar a face mensurável da realidade social; 
d) pesquisa prática: voltada para intervir na realidade social (pesquisa-ação). 
 
3.3 QUANTO À NATUREZA: NÃO SE FUNDAMENTA NOS MÉTODOS ADOTADOS, E SIM NO 
CARÁTER DA PESQUISA 
 
a) trabalho científico original: pesquisa realizada pela primeira vez, que venha a contribuir com 
novas conquistas e descobertas para a evolução do conhecimento científico; 
b) resumo de assunto: pesquisa que dispensa originalidade mas não o rigor científico. Fundamenta-
se em trabalhos mais avançados, publicados por autoridades no assunto e que não se limita à 
simples cópia de ideias. A análise e interpretação dos fatos e ideias, a utilização de metodologia 
adequada, bem como o enfoque do tema de um ponto de vista original são qualidades necessárias. 
É mais comum nos cursos de graduação. 
 
3.4 QUANTO AOS OBJETIVOS: AJUDA A DETERMINAR O TRATAMENTO QUE SERÁ DADO À 
PESQUISA 
 
a) pesquisa exploratória: constitui o primeiro passo de todo trabalho científico. Visa, sobretudo 
quando é bibliográfica, proporcionar maiores informações sobre determinado assunto, 
facilitar a delimitação de um tema de trabalho, definir objetivos ou formular as hipóteses de uma 
pesquisa ou descobrir novo tipo de enfoque para o trabalho que se tem em mente. Procura 
proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito. Pode 
envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas experientes no problema 
pesquisado. Geralmente, assume a forma de pesquisa bibliográfica ou de estudo de caso; 
b) pesquisa descritiva: os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e 
interpretados sem que o pesquisador interfira neles. Incluem-se aqui a maioria das pesquisas 
desenvolvidas nas Ciências Humanas e Sociais, as pesquisas de opinião, as mercadológicas, os 
levantamentos socioeconômicos e psicossociais. Tem como objetivo primordial a descrição das 
características de determinadas populações ou fenômenos. Uma de suas características está na 
utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação 
sistemática. Destacam-se também na pesquisa descritiva aquelas que visam descrever 
características de grupos (idade, sexo etc.), como também a descrição deum processo numa 
organização, o estudo do nível de atendimento de entidades, levantamento de opiniões, atitudes e 
crenças de uma população, etc. Também são pesquisas descritivas aqueles que visam descobrir 
a existência de associações entre variáveis (ex. as pesquisas eleitorais que indicam a relação entre 
o candidato e a escolaridade dos eleitores); 
c) pesquisa explicativa: mais complexa, pois, além de registrar, analisar e interpretar os 
fenômenos estudados, procura identificar seus fatores determinantes, ou seja, suas causas. 
A maioria destas pesquisas utiliza o método experimental, o qual é caracterizado pela manipulação 
e controle das variáveis, com o objetivo de identificar qual a variável independente que determina 
a causa da variável dependente ou do fenômeno em estudo. A preocupação central é identificar 
os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. É o tipo que mais 
aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas. Por isso, é 
o tipo mais complexo e delicado. Ciências naturais – método experimental; ciências sociais – 
método observacional. 
 
3.5 QUANTO AOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS (SEGUNDO A COLETA DE DADOS) 
 
a) pesquisa bibliográfica: é aquela que utiliza material escrito / gravado, mecânica ou 
eletronicamente. São consideradas fontes bibliográficas os livros (de leitura corrente ou de 
referência, tais como dicionários, enciclopédias, anuários etc.), as publicações periódicas (jornais, 
revistas, panfletos etc.), fitas gravadas de áudio e vídeo, páginas de web sites, relatórios de 
simpósios / seminários, anais de congressos etc.; 
b) pesquisa documental: utiliza fontes de informação que ainda não receberam organização, 
tratamento analítico e publicação, como tabelas estatísticas, relatórios de empresas, documentos 
arquivados em repartições públicas, associações, igrejas, hospitais, sindicatos, fotografias, 
epitáfios, obras originais de qualquer natureza, correspondência pessoal ou comercial etc.; 
c) pesquisa experimental ou empírica: é toda pesquisa que envolve algum tipo de experimento, 
quando um fato ou fenômeno da realidade é reproduzido de forma controlada, com o objetivo de 
descobrir os fatores que o produzem ou que por ele são produzidos. São geralmente feitos por 
amostragem, onde se considera que os resultados válidos para uma amostra (ou conjunto de 
amostras) serão, por indução, válidos também para o universo. Baseia-se na formulação de uma 
hipótese sobre o fenômeno a ser pesquisado; na formulação de uma série de teses teóricas e na 
execução de experiências, com a finalidade de obter-se a confirmação ou negação da hipótese 
formulada. Podem ser: 
- Pesquisa ex post facto: significa “a partir de depois do fato”. Trata-se de uma pesquisa 
experimental onde, após o fato ou fenômeno ter ocorrido, tenta-se explicá-lo ou entendê-lo; 
- Laboratório: ambiente artificial. O pesquisador tem condições de provocar produzir e reproduzir 
fenômenos, em condições de controle; 
- Campo: ambiente natural, onde ocorrem espontaneamente os fenômenos estudados, sem a 
interferência do pesquisador. 
Obs.: tanto a pesquisa de laboratório quanto a de campo envolvem a coleta de dados, posterior 
tabulação e interpretação dos mesmos. 
d) Levantamento (pesquisa de opinião, de motivação etc.): é aquela que busca informação 
diretamente com um grupo de interesse a respeito dos dados que se deseja obter, utilizando 
questionários, formulários ou entrevistas. Os dados são tabulados e analisados estatisticamente; 
e) Estudo de caso: quando se deseja estudar com profundidade os diversos aspectos característicos 
de um determinado objeto de pesquisa restrito; 
f) Estudo de campo: procura o aprofundamento de uma realidade específica. É basicamente 
realizada por meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com 
informantes para captar as explicações e interpretações do ocorre naquela realidade. Para Ventura 
(2002, p. 79), a pesquisa de campo deve merecer grande atenção, pois devem ser indicados os 
critérios de escolha da amostragem (das pessoas que serão escolhidas como exemplares de certa 
situação), a forma pela qual serão coletados os dados e os critérios de análise dos dados obtidos; 
g) pesquisa-ação: quando os pesquisadores e os participantes envolvem-se no trabalho de 
pesquisa de modo participativo ou cooperativo, interagindo em função de um resultado 
esperado; 
h) pesquisa participante (observação): ocorre por meio do contato direto do pesquisador com o 
fenômeno observado para se obter informações sobre a realidade dos atores sociais em seus 
próprios contextos. 
 
 
 
3.6 QUANTO AO OBJETO (LOCAL ONDE SÃO REALIZADAS AS PESQUISAS, SEGUNDO AS 
FONTES DE DADOS) 
 
a) bibliográfica: pode ser um trabalho independente ou uma etapa inicial de uma pesquisa; 
b) de laboratório: o pesquisador tem condições de provocar, produzir e reproduzir fenômenos, em 
condições de controle. Não é sinônimo de pesquisa experimental; nas ciências humanas e sociais 
também se faz este tipo de pesquisa; 
c) de campo: não tem como objetivo produzir ou reproduzir os fenômenos estudados. A coleta de 
dados é efetuada em campo, onde ocorrem espontaneamente os fenômenos. 
 
3.7 QUANTO À ABORDAGEM (DO PROBLEMA A SER ANALISADO) 
 
a) pesquisa quantitativa: positivista, traduz em números as opiniões e informações para serem 
classificadas e analisadas. Utilizam-se técnicas estatísticas; 
b) pesquisa qualitativa: Compreensiva, pesquisa descritiva onde as informações obtidas não 
podem ser quantificáveis e os dados obtidos são analisados indutivamente. A interpretação 
dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. 
Obs.: Podem estar juntas (Pesquisa quantoqualitativa). 
 
3.8 QUANTO AO TEMPO 
 
a) quanto à época de observação: 
- estudos retrospectivos – nestes estudos a medição é feita sobre variáveis preditoras que 
ocorreram ou foram registradas no passado, e o desfecho é observado no presente; 
- estudos prospectivos – nestes, as variáveis preditoras são medidas no presente, no início do 
estudo; e as variáveis de desfecho são avaliadas no futuro. 
b) quanto ao tempo de seguimento 
- pesquisa transversal – pesquisador coleta os dados de cada caso ou sujeito num único 
instante no tempo, obtendo um recorte momentâneo do fenômeno investigado. Como o 
fenômeno é observado apenas num determinado momento do tempo as variáveis preditoras 
(intervenção/causa) e de desfecho (efeito/manifestação) são mensuradas no mesmo momento; 
- pesquisa longitudinal - estudo no qual o fenômeno é observado ao longo de um período de 
tempo. O pesquisador coleta os dados de cada caso ou sujeito em dois ou mais momentos, 
havendo um acompanhamento do desenrolar do fenômeno considerado. 
Obs.: A classificação da pesquisa quanto ao tempo, diz respeito, prioritariamente à intenção do 
investigador do que ao período de tempo coberto pelo estudo. A avaliação de uma droga de ação 
rápida sobre determinado órgão poderia ser adequada a um delineamento longitudinal, mesmo que o 
seguimento abrangesse apenas algumas horas. Em contraponto, o estudo de uma droga utilizada para 
prevenção de determinada patologia poderia ser desenhado num modelo transversal, mesmo que o 
período de observação perdurasse por meses. Assim, é importante interpretar qual a relação do 
período de tempo em função do objetivo do estudo. 
 
4 TÉCNICAS E MÉTODOS 
 
A produção do conhecimento, através da pesquisa científica, trabalha com: 
a) técnica: é o modo de fazer de forma mais hábil, mais segura, mais perfeita algum tipo de atividade, 
arte ou ofício. As técnicas de pesquisa referem-se aos procedimentos concretos empregados pelo 
pesquisador para levantar os dados e as informações necessárias para esclarecer o problema que 
está pesquisando; 
b) método: conjunto de etapas ordenadamente dispostas, a serem vencidas na investigação da 
verdade, no estudo de umaciência ou para alcançar determinado fim. O método de pesquisa é mais 
geral do que a técnica. A escolha do método condiciona as técnicas que serão utilizadas no decorrer 
da pesquisa. O método é como uma via de acesso: indica a direção. Método significa uma 
investigação que segue um modo ou uma maneira planejada e determinada para conhecer alguma 
coisa; procedimento racional para o conhecimento seguindo um percurso fixado. 
 
MÉTODO TÉCNICA 
Indica o que fazer. Indica como fazer. 
Etapas sistematizadas a serem vencidas Forma mais perfeita de fazer uma atividade. 
E o orientador geral da atividade. Modo específico e mais adequado pelo qual a ação se desenvolve. 
É a tarefa - desmontar o motor do carro. Modo de executar a tarefa: por um "marreteiro", um especialista... 
São as fases de uma pesquisa. Modo como cada cientista executa essa pesquisa. 
É a regra do jogo - regra do futebol 
Habilidade em jogar. Como usar com arte e perfeição essas 
regras. 
É a receita - do bolo Habilidade com que se executa a confecção do bolo. 
É o programa instalado no computador Habilidade com que se executa esse programa. 
 
5 TÉCNICAS DE PESQUISA 
 
As Técnicas de Pesquisa estão relacionadas aos instrumentos de coleta de dados. 
Compreende-se por técnica a maneira pela qual se realiza ou se executa alguma coisa, ou seja, a 
parte prática da pesquisa. De acordo com Marconi e Lakatos (2008, p. 176), “técnica é um conjunto 
de preceitos ou processos de que se serve uma ciência ou arte; é a habilidade para se usar esses 
preceitos ou normas [...]”. Verifique o item 3.5. 
 
6 MÉTODO CIENTIFICO 2 
 
Se eu lhe dissesse que o tempo passa mais devagar no primeiro andar de um prédio do que 
no último, você: 
a) acreditaria na minha palavra, afinal eu devo saber o que digo para estar escrevendo um artigo; 
b) não acreditaria; é muito absurdo pra ser verdade; 
c) acreditaria; um amigo seu já teve essa sensação antes; 
d) não acreditaria; não há nada na Bíblia sobre isso; 
e) acreditaria, pois você conhece a teoria da relatividade de Einstein que diz que o tempo passa mais 
devagar próximo a campos gravitacionais, mas sabe que a diferença em questão é tão pequena 
que só pode ser sentida por relógios de altíssima precisão. 
Mais importante do que a sua resposta à pergunta é a questão que se origina dela: quais os 
critérios que você usa para decidir no que acredita ou não? Você sempre aceita a palavra das 
autoridades no assunto? (mesmo daqueles que se auto intitularam autoridades?) Baseia suas crenças 
no "bom senso comum"? (e acredita que o seu senso é bom e comum?) Acredita no que a maioria das 
pessoas acredita (afinal alguns milhões de pessoas não podem estar erradas)? Confia suas crenças 
a respeito da natureza a livros sagrados de alguma religião? Não acredita em nada mas também não 
é muito rápido em duvidar, pois segundo Shakeaspeare "há mais no céu e na Terra do que sonha 
nossa vã filosofia"? (ou seja, permanece num estado de stand by crédulo?). 
A Ciência é a esfera da atividade humana responsável por investigar o mundo ao nosso redor. 
Neste papel, assim como você, ela se depara o tempo todo com alegações sobre as quais deve decidir 
se "acredita" ou não. Mas é claro que a responsabilidade da ciência é muito maior do que a sua, pois 
o conhecimento obtido por ela será usado para medicar pessoas, construir reatores nucleares, 
manipular geneticamente alimentos e seres humanos, tentar contactar vida extraterrestre e muitas 
outras atividades que têm profundo impacto na raça humana. 
Na tarefa de descobrir a verdade, dentro de sua esfera de atuação, a ciência precisa de critérios 
claros, métodos de investigação precisos que descartem as ilusões dos sentidos, os preconceitos, as 
crenças pessoais (religiosas ou não), as superstições de todo o tipo. A ciência precisa de um método 
científico. 
 
6.1 TIPOS DE MÉTODOS CIENTÍFICOS 
 
6.1.1 Métodos de abordagem 
 
É o conjunto de processos utilizados na investigação de fenômenos ou no caminho para 
chegar-se à verdade. Conforme o tipo de raciocínio empregado, os métodos de abordagem 
classificam-se em: 
a) método indutivo: parte do particular para o geral; observação do fenômeno, descoberta da 
relação entre eles, análise quantitativa do fenômeno, elaboração de hipóteses; verificação das 
hipóteses e generalização do resultado obtido na experiência. Proposto pelos empiristas Galileu, 
Bacon, Hobbes, Locke e Hume. O conhecimento é fundamentado na experiência, não levando em 
 
2 REIS, Widson Porto. Método Cientifico. Disponível em: <http://www.projetoockham.org/ferramentas_metodo_ 
1.html >. Acesso em 26 agosto 2010. 
conta princípios pré-estabelecidos. A generalização deriva de observações de casos da realidade 
concreta. Através da indução, não produzimos conhecimentos novos, porém explicitamos 
conhecimentos que antes estavam implícitos. Usa a experiência. A utilização de indução leva à 
formulação de duas perguntas: 
- qual a justificativa para as inferências indutivas? 
- qual a justificativa para a crença de que o futuro será como o passado? 
 
As horas extras prestadas durante a semana são recebidas com adicional remuneratório. Logo, todas as 
horas extras prestadas possuem adicional remuneratório. 
 
b) método dedutivo: parte do geral para chegar ao particular. Reformula de modo explícito a 
informação. A dedução é o processo mental contrário à indução. Proposto pelos racionalistas 
Descartes, Spinoza e Leibniz. Só a razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro, que 
decorre de princípios a priori evidentes e irrecusáveis. Usa o silogismo. Usa a lógica. Parte de 
princípios reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis e possibilita chegar a conclusões de 
maneira puramente formal, em virtude de apenas uma lógica. O seu carro chefe é o silogismo, que 
consiste numa construção lógica que, a partir de duas preposições chamadas premissas, retiram 
uma terceira, nelas logicamente implicadas, denominadas de conclusão. 
 
As verbas não salariais não refletem nas verbas rescisórias. O Vale Transporte é uma verba não 
salarial. Logo, o Vale Transporte não reflete nas rescisórias. 
 
a) método hipotético-dedutivo: utilizado desde a Grécia Antiga. Segundo Popper. “... Quando os 
conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto são insuficientes para a explicação de um 
fenômeno, surge um problema...” Procuram-se evidências empíricas para derrubar a hipótese. 
Toda pesquisa tem sua origem num problema para o qual se procura uma solução; através de 
tentativas (conjecturas, hipóteses, teorias) e eliminação de erros; Chamado "método de tentativas 
e eliminação de erros". O cientista desconfia que uma coisa é verdadeira: está estabelecida a 
hipótese, em seguida ele lança mão de seus conhecimentos e vai fazendo deduções, até chegar 
a uma conclusão... 
 
Problema: O desemprego está aumentando. 
Hipoteses: (prováveis soluções ou respostas para o problema do aumento no índice de desemprego): 
- Se revogarmos a CLT o emprego vai aumentar. 
- A solução é fazer o crescimento econômico. 
- A solução é tirar Lula e colocar Enéas etc.. 
 
b) método dialético: defendido por Hegel, Marx e outros. Contradições se transcendem dando 
origem a novas contradições que passam a requerer solução. Tudo se relaciona; tudo se 
transforma; tudo é processual; tudo é contraditório. Os fatos não podem ser considerados fora de 
um contexto social, político, econômico, etc. 
 
TESE A CLT é a causa do desemprego no Brasil. 
ANTÍTESE A CLT não é a causa do desemprego. 
SÍNTESE 
Existem muitas causas do desemprego e a legislação trabalhista pode ser uma 
delas. 
 
c) método fenomenológico: utiliza-se da hermenêutica (arte de interpretar as palavras). Usa da 
descrição do fenômeno, descrição direta da experiência tal como ela é. Proposto por Husserl. 
A realidade é construída socialmente e entendida como o compreendido, o interpretado, o 
comunicado. O cientista não e neutro e por isso podem existir tantas realidades quantas forem 
suas interpretaçõese comunicações. 
 
DESEMPREGO: dependendo do cientista, de suas convicções e interesses, este fenômeno social 
pode ser interpretado na ótica jurídica, socioeconômica, religiosa.... 
 
 
 
6.1.2 Métodos de procedimento 
 
Os "métodos de procedimento" são etapas mais concretas da investigação, com finalidade 
menos abstrata e mais restrita em termos de explicação geral dos fenômenos. Dir-se-ia até serem 
técnicas que, pelo uso mais abrangente, se erigiram em métodos. Pressupõem uma atitude concreta 
em relação ao fenômeno e estão limitadas a um domínio particular. 
Esses métodos têm por objetivo proporcionar ao investigador os meios técnicos para garantir a 
objetividade e a precisão no estudo dos fatos sociais. Constituem etapas mais concretas da 
investigação e se propõem a explicar os fenômenos de forma menos abstrata. Não são exclusivos 
entre si, mas devem adequar-se a cada área da pesquisa. Relacionam-se com as etapas do trabalho. 
a) método experimental: esse método procura comprovar o fenômeno por meio da experimentação 
provocada, consistindo em observação, manipulação e controle de seus efeitos em uma dada 
situação. É considerado o método por excelência das Ciências Físicas e Naturais. Consiste em 
submeter os objetos de estudo à influência de certas variáveis, em condições controladas e 
conhecidas pelo investigador, para observar os resultados que a variável produz no objeto; 
b) Método observacional: trata-se de um dos métodos mais utilizados nas ciências sociais. De um 
lado, pode ser considerado o mais primitivo e, portanto, o mais impreciso dos métodos, mas, por 
outro lado, pode ser tido como um dos mais modernos, uma vez que permite o mais elevado grau 
de precisão nas ciências sociais. Difere do método experimental em um aspecto: nos experimentos, 
existe a interferência do pesquisador, enquanto o observacional, o cientista apenas observa algo 
que acontece ou já aconteceu; 
c) método comparativo: este método procura identificar semelhanças e explicar diferenças entre 
grupos, pessoas, sociedades, culturas, sistemas e organizações políticas, padrões de 
comportamento familiar ou religioso etc. Seu objetivo é entender o comportamento humano, 
utilizado tanto para comparações de grupos no presente, no passado, ou entre os atuais e os do 
passado, quanto entre sociedades de iguais ou de diferentes estágios de desenvolvimento. Ele se 
propõe a explicar o fenômeno por meio da análise completa de seus elementos. Exemplo: trabalhos 
de Piaget no campo do desenvolvimento intelectual das crianças. 
d) método estatístico: método desenvolvido por Quetelet que permite a transformação dos dados 
qualitativos de fenômenos sociológicos, políticos, econômicos etc., em resultados quantitativos, 
através de representações que demonstram a constatação de relações entre os fenômenos, 
objetivando generalizações sobre sua natureza, ocorrência e significado. Fundamenta-se na 
aplicação da teoria estatística da probabilidade e constitui um importante auxílio para as 
investigações sociais. Suas conclusões, embora admitam certa margem de erro, apresentam 
grandes possibilidades de serem verdadeiras. A manipulação estatística permite comprovar as 
relações dos fenômenos entre si, e obter generalizações sobre sua natureza, ocorrência ou 
significado. 
e) método clínico: em sua realização, utilizam-se estratégias metodológicas que permitem o acesso 
indireto aos fenômenos da consciência, chegando ao inconsciente. Apoia-se numa relação 
profunda entre pesquisador e pesquisado. É muito empregado na Psicologia, mas não possibilita 
generalizações, já que seus estudos são individuais, envolvendo experiências subjetivas. 
f) método monográfico ou estudo de caso: elaborado por Frederico Le Play, tem como 
preocupação realizar um estudo aprofundado e exaustivo sobre determinado assunto (indivíduos, 
instituições, grupos, comunidades), buscando sua generalização. 
g) método histórico: elaborado por Franz Boas, preocupa-se em estudar o passado das atuais 
formas de vida social, as instituições e os costumes para compreender o passado, entender o 
presente e predizer o futuro, verificando, não apenas a influência do fato e do fenômeno, como 
também sua formação, modificação e transformação durante determinado espaço de tempo. 
Consiste em investigar os acontecimentos, processos e instituições do passado para verificar sua 
influência na sociedade de hoje. Para melhor compreender o papel que atualmente desempenham 
na sociedade, remonta aos períodos de sua formação e de suas modificações; 
h) método tipológico: neste método, elaborado por Max Weber o pesquisador confronta fenômenos 
sociais complexos e cria modelos ideais, com base na análise de seus aspectos essenciais, 
construídos a partir da análise de aspectos essenciais do fenômeno. Como não existem na 
realidade, esses modelos estabelecem características que determinam o tipo ideal para um caso 
concreto. 
i) método etnográfico: o método etnográfico concentra-se nas descrições científicas de grupos 
culturais. Refere-se à análise descritiva das sociedades humanas, principalmente as tradicionais e 
de pequena escala. A etnografia é uma metodologia qualitativa de pesquisa que teve sua origem 
na antropologia cultural. 
j) método de pesquisa-ação: elaborado por Michel Thiollent, possibilita a participação dos 
investigados na pesquisa, do início até o final, de tal forma que os resultados analisados possam 
levar a comunidade a perceber e superar seus desequilíbrios, identificando-os e, em segundo 
momento, propondo atitudes de mudança que venham a beneficiá-los. 
k) método funcionalista: é a rigor mais um método de interpretação do que de investigação. Estuda 
a sociedade do ponto de vista da função de suas unidades, isto é, como um sistema organizado 
de atividades; 
l) método estruturalista: o método parte da investigação de um fenômeno concreto, eleva-se, a 
seguir, ao nível abstrato, por intermédio da construção de um modelo que represente o objeto de 
estudo, retomando por fim ao concreto, dessa vez como uma realidade estruturada e relacionada 
com a experiência do sujeito social. 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
1 ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de 
trabalhos na graduação. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 
2 CERVO, A. L. Metodologia científica: para uso dos estudantes universitários. São Paulo: 
McGraw Hill, 2002. 
3 CHIBENI, S. S. Algumas observações sobre o método científico. Departamento de Filosofia 
– Unicamp. São Paulo, 2006. Disponível em: www.unicamp.br/~chibeni/texdid/ 
metodocientifico.pdf. Acesso em: 19 maio 2009. 
4 GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 
5 LAKATOS, Eva Mª; MARCONI, Mariana de A. Metodologia de Trabalho Científico. São 
Paulo: Atlas, 2006, 315 p. 
6 TEIXEIRA, Elizabeth. As três metodologias: acadêmica, da ciência e da pesquisa. 3. 
ed. Petrópolis: Vozes, 2005.

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