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Pedrão 2020 Curso de Letras, Língua Portuguesa e Língua Inglesa e Literaturas Polo — Alagoinhas José Adriano De Souza Filho – MAT 193003249 Literatura Brasileira e Modernidade Graciliano Ramos e José Lins do Rego: a literatura como espaço do imaginário e da análise crítica da sociedade Pedrão 2020 José Adriano De Souza Filho – MAT 193003249 Literatura Brasileira e Modernidade Graciliano Ramos e José Lins do Rego: a literatura como espaço do imaginário e da análise crítica da sociedade Trabalho apresentado como requisito parcial para obtenção de nota da disciplina: Literatura Brasileira e Modernidade da instituição de ensino superior UNIJORGE. Orientadora: Maria Cristina de Oliveira Prates Produzir um texto dissertativo, entre duas e três laudas, apresentando a discussão consistente sobre aspectos da narrativa representativa do Romance de 1930 e suas fronteiras móveis entre ficção e realidade ou, ainda, entre narrativa e história. Escolha, como base para desenvolver sua análise, o livro Menino de engenho, de José Lins do Rego, publicado em 1932; ou Vidas secas, de Graciliano Ramos, publicado originalmente em 1938. A narrativa do romance de 1930 traz dois autores que tiveram suas obras demoradamente para ser reconhecida ao longo do século XX. Hoje, ambos os autores são de grande importância para a literatura, são considerados como fortuna critica. Esses autores tiveram trajetórias dedicadas à escrita em amplo espectro de produção, abrangendo romances, memórias, literatura infantojuvenil, artigos e crônicas, muitas destas dispersas em periódicos da época. Que trouxeram em suas produções a historia e a ficção na modernidade, esses autores são: Graciliano Ramos e José Lins do Rego. Assim, Como, por exemplo, Jose Lins do Rego, traz em suas obras, através da ficção as historias vivenciadas naquele período / contexto, como: monocultura, o latifúndio, o trabalho escravo, o personalismo e o patriarcalismo, que implicam relações de poder fundamentalmente assimétricas, dinamicidade essa que atravessa toda sua obra. As obras de Graciliano e José Lins são obras que tiveram o reconhecimento recentemente, com todos os relatos memorialistas daquele período em que as obras foram produzidas, mas que dialogam com a realidade e com a modernidade que nós vivemos. Jose Lins em sua obra : Menino de engenho , retrata a historia de vida de um garoto que perde a sua mãe, ou seja, a sua mão foi assassinada pelo o seu pai, uma morte que foi ocasionada por um surto que o seu pai teve. E com isso, o menino passar a viver no engenho, começa a se adaptar e esquece aos poucos a tristeza da morte da sua mãe. Observando esta obra de Lins é possível fazer conexões com a realidade do século XXI, pois mesmo não estando em período de escravidão, a ficção nos leva a reflexão sobre quantas crianças perdem os seus pais para a violência, quantas pessoas sofrem com o ‘’trabalho escravo’’, além disso, nos levar a fazer uma reflexão com o passado e o presente. Já Graciliano redimensionou a relação entre literatura e história, entre ficção e vida, entre estética e ética. Alguns elementos que o diferenciam de José Lins do Rego e seus contemporâneos: Graciliano não acredita que uma aderência à oralidade seja suficiente para aprofundar a figuração do homem comum, do homem oprimido e sem voz que habita os sertões e as margens da vida social. Seu universo rústico, pelo contrário, é sensivelmente captado por uma narrativa que se pretende como não falseadora, não mistificadora e mitificadora. Em vidas secas, de Graciliano Ramos, o autor mostrar a realidade através de suas produções, ou seja, o autor denuncia as mazelas da modernidade em um processo social brasileiro excludente e injusto. Os diálogos, por exemplo, apesar de carregados de um sentido humanizador, são secos, diretos, sem floreios, correspondendo ao processo reificador e de miserabilidade que age, de modo sub-reptício, na vida dos personagens da mesma família. Vejamos: [...] pensou nos urubus, nas ossadas, coçou a barba ruiva e suja, irresoluto, examinou os arredores. Sinhá Vitória estirou o beiço indicando vagamente uma direção e afirmou com alguns sons guturais que estavam perto. Fabiano meteu a faca na bainha, guardou-a no cinturão, acocorou- se, pegou no pulso do menino, que se encolhia, os joelhos encostados ao estômago, frio como um defunto. Aí a cólera desapareceu e Fabiano teve pena. Impossível abandonar o anjinho aos bichos do mato. Entregou a espingarda a sinhá Vitória, pôs o filho no cangote, levantou-se, agarrou os bracinhos que lhe caíram sobre o peito, moles, finos como cambitos. (RAMOS, 2007, p. 10-11) Na modernidade em que vivemos, podemos notar que alguns autores denunciam os fardos da sociedade através das suas produções, seja ela :Pinturas, poemas, músicas, danças , ficção , textos, dentre outros. Por fim, é possível notar uma aproximação das produções entre as narrativas de Graciliano Ramos e de José Lins do Rego, bem como suas diferenças, situando-os no contexto do Romance de 1930. Produções que são pertinentes a momentos atuais da sociedade em que vivemos. REFERÊNCIAS ARRUDA, M. A. N. Modernismo e regionalismo no Brasil: entre inovação e tradição. Tempo social. São Paulo, v. 23, n. 2, p. 191-212, 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010320702011000200008&script=sci_abstract&tln g=pt. Acesso em: 03 dez. 2020. http://www.scielo.br/ Curso de Letras, Língua Portuguesa e Língua Inglesa e Literaturas Literatura Brasileira e Modernidade Literatura Brasileira e Modernidade (1)
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