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Ancylostomidae Ancilostomose

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Ancylostomidae – Ancilostomose 
A ancilostomose é popularmente 
conhecida como amarelão. Os nematoides 
responsáveis por essa doença possuem tubo 
digestivo completo (de boca a ânus), sexo 
separado e parasitam o intestino delgado 
humano. 
 Ancilostomose é causada por duas 
espécies de helmintos: Ancylostoma 
duodenale, encontrado no velho mundo, em 
países de clima temperado e o Necator 
americanus, encontrado no novo mundo, em 
países de clima tropical. Atualmente, devido 
ao grande trânsito de pessoas, é possível 
encontrar as espécies nas duas partes do 
mundo. 
 O gênero Ancylostoma é 
caraterístico por possuir dentes na 
cavidade bocal que auxiliam na fixação do 
parasito na mucosa intestinal, que na 
espécie Ancylostoma duodenale encontra-
se em dois pares. O Necator americanus 
não possui dentes, apenas cápsulas 
cortantes na cápsula bucal. 
Morfologia 
Verme adulto: 
• Tubo digestivo completo; 
Cápsula bucal: 
• Ancylostoma duodenale: 2 
pares de dentes; 
• Necator americanus: 
placas. 
▪ Macho: 
• Mede de 5 -11mm; 
• Possui todos os órgãos sexuais masculino 
e a bolsa copuladora (órgão acessório 
de cópula. Ela se abre para que passe 
os espículos, esses abrem a vagina da 
fêmea para que se passe o 
espermatozoide). 
▪ Fêmea: 
• Mede de 9 -18 mm; 
• Extremidade posterior afilada; 
• Órgãos sexuais femininos. 
Características gerais: 
Ancylostoma duodenale: cilindriformes, 
com extremidade anterior curvada 
dorsalmente, cápsula bucal profunda com 
dois pares de dentes. Os macho medem de 
8 a 11 mm de comprimento por 400µm de 
largura com bolsa copuladora bem 
desenvolvida e gubernáculo bem evidente. 
A fêmea possui de 10 a 18mm de 
comprimento por 600µm de largura, possui 
uma abertura genital (vulva) no terço 
posterior do corpo, a sua extremidade 
posterior é afilada com um pequeno 
processo espiniforme terminal, o ânus fica 
antes do final da cauda. 
Necator americanus: adultos possuem 
forma cilíndrica com a extremidade cefálica 
bem recurvada dorsalmente, cápsula bucal 
profunda com duas lâminas cortantes de 
formato semilunar. O macho mede 5 a 9mm 
de comprimento por 300µm de largura, 
apresenta a bolsa copuladora bem 
desenvolvida, com lobo dorsal simétrico aos 
dois laterais, o gubernáculo é ausente. As 
 
fêmeas medem de 9 a 11mm de comprimento 
por 350µm de largura, com abertura genital 
próximo ao terço anterior do corpo, a sua 
extremidade posterior é afilada, sem 
processo piniforme terminal e ânus antes do 
final da cauda. 
 
▪ Ovo: 
• São idênticos entre as espécies; 
• Possuem casca fina e transparente; 
• Nas fezes, saem segmentados com 
células em multiplicação; 
• Os ovos se desenvolvem em condições 
favoráveis de solo (úmido, arenoargiloso, 
sombreado, com temperatura não tão 
extrema) que em torno de 18h depois 
começa o processo de embriogênese, 
com 1 a 2 dias, as larvas eclodem do 
ovo. 
• Ancylostoma duodenale forma 30.00 
ovos por dia e Necator americanos 
9.000 ovos por dia. 
 
▪ Larvas: 
• Larvas rabditoide: as duas primeiras 
larvas que se formam dentro do ovo (L1 
e L2), possui o esôfago do tipo 
rabditoide (tortuoso), vestíbulo bucal 
longo, um primórdio genital pouco nítido 
(células que originarão os órgãos 
sexuais), se alimenta da matéria 
orgânica do solo. 
 
 
 
 
 
 
 
• Larva filarióide: é uma muda da larva 
rabditoide (L3), possui um esôfago 
filarióide (reto), possui uma bainha 
(espécie de cutícula, pois quando ela 
cresce e sofre muda, ela não elimina a 
cutícula de fora), a bainha destrói a 
cavidade bucal de forma que essa larva 
não se alimentará do solo, 
caracterizando-a como a forma 
infectante para o homem. Possui ainda 
uma extremidade posterior pontiaguda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ciclo biológico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ação patogênica 
Primária: migração e implantação do 
parasito no intestino delgado do 
hospedeiro. 
Secundária: fenômenos fisiológicos, 
bioquímicos e hematológicos em 
decorrência da permanência do parasito. 
O 
Parasito perfura a mucosa intestinal e se 
implanta dentro dela, estabelecendo uma 
alimentação a base do sangue humano. 
▪ Período de invasão larvária: 
• Lesões traumáticas na pele; 
• Fenômenos vasculares; 
• Sensação de picada; 
• Hiperemia; 
• Prurido; 
 
• Edema; 
• Dermatite urticariforme; 
• Pápulas; 
• Vesículas; 
• Adenopatias; 
• Infecções secundarias; 
• Pústulas; 
• Ulcerações. 
▪ Período migratório (quando a L3 cai na 
corrente sanguínea e vai para os 
pulmões): 
Síndrome de Loeffler (febre, tosse, eosinofilia 
sanguínea). 
▪ Parasitismo intestinal: 
• Lesão mecânica da mucosa (pelos 
dentes ou placas); 
• Ulceração com sangramento; 
• Inflamação (principalmente em torno da 
região da boca, como uma reação do 
sistema imune); 
• Infecções bacterianas (devido a 
perfuração intestinal). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sintomatologia 
• Dor epigástrica; 
• Perda de apetite e síndrome de pica 
(apetite intenso); 
• Náuseas e vômitos; 
• Diarréia mucosanguinolenta ou 
constipação; 
• Perda de peso; 
• Úlcera duodenal; 
• Anemia grave (palidez, cansaço, 
fraqueza, tonturas, dores musculares, 
comprometimento da estatura e peso, 
apatia); 
• Hipoproteinemia (edemas no rosto e 
membros); 
• Desnutrição calórico-protéica; 
• Dilatação cardíaca; 
• Insuficiência respiratória. 
Diagnóstico 
Clínico: baseado na anamnese há um 
grande risco de confundir com outras 
doenças. 
 
Parasitológico de fezes: pesquisa-se a 
presença de ovos e/ou larvas. 
Tratamento 
• Anti-helmíntico: mebendazol, albenazol, 
pirantel e outros. 
• Antianêmico: ferroterapia 
(administração de sais ferrosos, como o 
sulfato ferroso). 
• Alimentação rica em proteínas e, 
principalmente em ferro: fígado, carnes, 
gema de ovo, frutas, hortaliças verde-
escura, leguminosas (feijão, lentilha). 
Epidemiologia 
• Estima-se 740 milhões de pessoas 
infectadas com prevalência nas áreas 
rurais de países subdesenvolvidos; 
• Os mais afetados são: crianças acima 
de 6 anos, adolescentes e idosos. 
 
Controle 
• Destino adequado e seguro as fezes; 
• Hábitos higiênicos; 
• Uso de calçados e luvas; 
• Incorporação de suplementação de 
ferro e proteínas na dieta diária; 
• Aplicação de anti-helmíntico.

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