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APOSTILA DE CITOLOGIA ONCOLOGICA 2010- FINALIZADA

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1 
 
I – INTRODUÇÃO 
 
 A ciência que estuda as células esfoliadas, natural ou artificialmente é denominada Citologia. Este 
estudo pode ser utilizado como método para avaliarmos a normalidade ou o estado patológico de um 
órgão ou tecido (Citopatologia). A citopatologia abrange os exames de citologia oncologica (oncotica ou 
papanicolaou) e citologia hormonal (endócrina ou funcional). 
Em 1943, Dr. George Nicholas Papanicolaou e outros colaboradores publicaram nos Estados Unidos, 
um trabalho científico, onde observaram a presença de células cancerosas ou malignas em esfregaços 
obtidos de amostras do colo uterino com tumores malignos, sendo que algumas destas pacientes não 
apresentavam qualquer suspeita clínica. Desta forma o exame ou teste foi consagrado com um 
instrumento adequado na detecção e prevenção do câncer. 
A citologia oncológica ou exame de prevenção de papanicolaou ou exame citológico ou colpocitológico 
pode ser realizada em qualquer tipo de material biológico que contenha células epiteliais e leucócitos, 
descamados de forma natural (derrames) ou artificial (esfoliação, lavado, escovado e punção) de um 
tecido e com a sua morfologia conservada (fixadores). 
Objetivos da citologia oncologica: Triagem (screening) populacional (negativo, suspeito, positivo para 
células neoplasicas malignas), Objetivos de diagnostico, Objetivos de monitoramento terapeuticos (radio 
e quimioterapia, cauterização) 
O exame citológico consiste em observar aspectos morfológicos nestas células, que demonstram um 
epitélio e tecido com estruturas normais (CITOLOGIA NORMAL), reacionais a processos inflamatórios 
e/ou reparativos (CITOLOGIA INFLAMATÓRIA), alterações provenientes de um processo displásico 
(CITOLOGIA SUSPEITA), alterações provenientes de um processo neoplásico “in situ”(CITOLOGIA 
POSITIVA); alterações provenientes de um processo neoplásico invasivo (CITOLOGIA POSITIVA). 
Exames de Citologia hormonal e Urocitograma (citologia hormonal em amostra de urina) podem ser 
realizados em materiais biológicos que contenham células epiteliais de tecidos que sejam 
comprovadamente hormônios-dependentes. Estes exames têm a finalidade de avaliar a presença e a 
intensidade de forma semi-quantitativa da ação do hormônio sobre estes tecidos o que reflete na sua 
ação sobre todo o organismo. 
Esta avaliação é expressa através de índices citológicos hormonais (índice de maturação, índice de 
eosinofilia, índice de picnose, índice de agrupamentos celulares). 
 
PROFISSIONAIS QUE ATUAM NA AREA DA CITOLOGIA ONCOLOGICA 
Profissional Formação 
básica 
Habilitação Especialização Responsabilidade 
Medico Terceiro grau Residência medica em 
anatomia patológica 
(histopatologia\necrop
sia\citopatologia) 
Habilitação pelo 
conselho federal ou 
regional de medicina 
- Sociedade 
Brasileira de 
Patologia (SBP) 
- Sociedade 
Brasileira de 
Citopatologia(SPC) 
- Academia 
Internacional de 
Citologia (IAC) 
- Leitura e 
assinatura dos exames 
anatomopatológicos 
- Leitura dos 
casos suspeitos e/ou 
positivos e assinatura 
dos exames 
citopatologicos 
negativo, suspeito e 
positivo 
Farmacêutico Terceiro grau Habilitação pelo 
Conselho federal ou 
regional de farmácia 
- Sociedade 
Brasileira de 
Analises Clinicas 
(SBAC) 
- Sociedade 
Brasileira de 
Citopatologia(SPC) 
- CITOTECNICO 
- Academia 
Internacional de 
Leitura e assinatura dos 
exames citopatologicos 
negativos, suspeitos e 
positivos 
Não depende do Medico 
patologista para 
liberação dos seus laudos 
 
2 
 
Citologia (IAC)- 
CITOTECNOLOGI
STA 
Biomédico Terceiro grau - Aperfeiçoamento 
e/ou Pos graduação de 
no minino 500 hrs em 
entidade educacional: 
- Habilitação pelo 
conselho federal ou 
regional 
- Associação 
Brasileira de 
Biomedicina 
(ABBM) 
- Sociedade 
Brasileira de 
Analises Clinicas 
(SBAC) 
- Sociedade 
Brasileira de 
Citopatologia(SPC) 
- CITOTECNICO 
- Academia 
Internacional de 
Citologia (IAC)- 
CITOTECNOLOGI
STA 
Leitura e assinatura dos 
exames citopatologicos 
negativos, suspeitos e 
positivos 
Não depende do Medico 
patologista para 
liberação dos seus laudos 
Citotècnico Segundo grau 
ou Terceiro 
grau 
(biólogos, 
farmacêuticos 
e biomédicos) 
Formação teórica e 
pratica de no mínimo 
1 ano : 
 - adolfo lutz 
- Servidor 
publico estadual 
- Fund. 
Onconcentro 
- Sociedade 
Brasileira de 
Citopatologia(SPC) 
- CITOTECNICO 
- Academia 
Internacional de 
Citologia (IAC)- 
CITOTECNOLOGISTA 
Leitura e seleção para o 
patologista dos casos 
suspeitos e positivos, não 
pode assinar laudos. 
DEPENDE DO 
MEDICO 
PATOLOGISTA PARA 
LIBERAÇÃO DOS 
LAUDOS 
 
COLETA DE MATERIAL PARA O EXAME DE CITOLOGIA 
ONCOLOGICA 
TIPOS DE AMOSTRA OU DE MATERIAIS BIOLÓGICOS PARA O EXAME DE CITOLOGIA 
ONCOLÓGICA 
A citologia oncologica ou exame de prevenção ou papanicolaou ou exame citológico ou colpocitologico 
pode ser realizada em qualquer tipo de material biológico que contenha células epiteliais descamadas de 
forma natural (derrames) ou artificial (esfoliação, lavado, escovado e punção) de um tecido e com a sua 
morfologia conservada (fixada). 
 1) Esfoliação de tecidos cervico-vaginais - Material da Vagina e/ou Colo uterino (ectocervix e 
endocervix) 
2) Esfoliação de tecido das mamas (Secreção Mamária ou Punção de Nódulos) 
3) Esfoliação de tecidos do trato urinário (Urina ou Lavado Vesical) 
4) Derrames cavitários (Liquido Pleural, Ascítico e Sinovial). 
5) Esfoliação, Lavado e Escovado de tecidos do trato respiratório (Escarro, Lavado e/ou Escovado 
Brônquico). 
6) Lavado e escovado de tecidos do trato digestivo (Suco gástrico, Lavado ou escovado gástrico, 
esofágico e colonico). 
7) Liquor 
8)Punção de Tireóide 
9) Punção de Cistos 
IMPORTÂNCIA DOS DADOS CLÍNICOS NA CITOLOGIA ONCOLOGICA CERVICO-
VAGINAL (Papanicolaou) 
 
DADO CLINICO IMPORTÂNCIA PARA O EXAME DE CITOLOGIA 
 
3 
 
IDADE Demonstra os graus de risco de uma paciente com relação a 
infecções e câncer e o possível perfil hormonal (reprodutivo ou 
menopausa) 
D.U.M. /. 
MENOPAUSA/ 
GESTAÇÃO/LACTAÇÃO 
(MARCAR O PERÍODO) 
 Demonstra o perfil hormonal da paciente e sua relação com os 
tipos celulares a serem visualizados no exame 
CIRURGIAS GINECOLÓGICAS 
(HISTERECTOMIA TOTAL OU 
PARCIAL) 
 Demonstra possíveis cirurgias pôr tumores malignos ou benignos 
e controle de tratamento, tipos celulares que poderão estar 
ausentes e ajuda muito durante a coleta do material. 
USO DE MEDICAÇÃO 
HORMONAL E/OU TERAPIA DE 
REPOSIÇÃO HORMONAL (TRH) 
 Demonstra possíveis alterações nos tipos celulares com relação à 
condição clinica da paciente e o uso destas medicações 
DATA DO ULTIMO EXAME DE 
C.O. 
Demonstra possíveis exames para controle terapêutico de 
infecções, lesões suspeitas ou câncer. 
 
 PREPARO PRÉVIO DA PACIENTE PARA AS COLETAS DE CITOLOGIA ONCOLÓGICA 
CERVICO-VAGINAL 
 
 Este preparo é necessário para que a colheita não sofra interferências na sua qualidade e 
quantidade do material colhido, refletindo diretamente na qualidade do diagnostico citomorfológico. 
 
1)PACIENTE NÃO DEVE COLHER O EXAME DURANTE O SEU PERIODO MENSTRUAL 
 Um material excessivamente hemorrágico dificulta uma boa visualização do quadro citomorfológico. 
Deve-se tomar o cuidado para não confundir com quadros de metrorragias, onde neste caso a colheita 
deve ser realizada. 
 
2) NO DIA ANTERIOR AO EXAME À PACIENTE NÃO PODE FAZER USO DE DUCHAS 
VAGINAIS OU QUALQUER TIPO DE HIGIENE INTÍMA. 
 Estes procedimentos dificulta o diagnóstico de possíveis agentes infecciosos, devido a sua retirada 
temporária, e diminui a quantidade do material a ser colhido. 
 
3) NÃO USAR MEDICAMENTOS VAGINAIS (ÓVULOS, CREMES OU SUPOSITÓRIOS) 
DURANTE NO MINIMO 48 HORAS ANTES DO EXAME. 
 Estas medicações interferem na coloração dos esfregaços, criando artefatos técnicos e diminuem a 
flora vaginal, principalmente os agentes infecciosos. 
4) ABSTINÊNCIA SEXUAL (COITO VAGINAL) NO MINÍMO 24 HORAS ANTES DO 
EXAME. 
 Interferência do sêmen (liquido seminal + espermatozóides) na coloração e no conteúdoesfregaço, e a 
paciente geralmente após um ato sexual irá realizar uma higiene intima. 
 
 
 
 
 
ANATOMIA DA REGIÃO DO TRATO GENITAL FEMININO 
INFERIOR 
 
A) ORGÃOS GENITAIS INTERNOS FEMININOS 
 
4 
 
 
1- VAGINA- Estende-se do vestíbulo da vagina até o colo do útero, no sentido angulado para trás. 
Sendo divida em: corpo, fórnice (fundo da vagina) e ostio da vagina ( orifício pelo qual a vagina se abre 
no pudendo – vulva, ou seja, no vestíbulo da vagina) 
Na virgem o ostio da vagina apresenta uma prega, o hímen 
a) Superfície interna – Na parte proximal é lisa na mulher adulta, na parte distal apresenta relevos e 
rugas vaginais 
b) Paredes anterior e posterior da vagina 
c) Fundo de saco circular ao redor do colo uterino – Fórnices vaginais anterior, posterior (mais 
profundo) e laterais 
d) Carúnculas himenais – formação de pequenas lingüetas ou pequenas elevações após a ruptura do 
hímen. 
 
2- COLO DO UTERO ou CERVIX UTERINA ou PORTIO VAGINALIS – Parte inferior, cilindroide, 
do útero, que corresponde a uma espécie de gargalo de uma garrafa invertida. 
a) Ostio do útero ou orifício externo – Fenda transversal limitada por um lábio anterior e um lábio 
posterior. 
Nulipara – estreito e circular 
Multípara – horizontal 
b) Ectocervix – Região externa a entrada do orifício externo 
c) Endocervix – Região interna a entrada do orifício externo 
 
B) ORGÃOS GENITAIS EXTERNOS FEMININOS OU PUDENDO FEMININO 
 
Nos aspectos da clinica ginecológica, a vulva anatômica é constituída: púbis, os grandes e pequenos 
lábios, fúrcula, o vestíbulo, o hímen, o clitóris com o prepúcio e freio, as glândulas de Bartholin, as 
glândulas vestibulares menores, o orifício ou meato uretral externo e os bulbos do vestíbulo. 
 
1) MONTE DE PUBIS ou PUBIS OU MONTE DE VÊNUS – Proeminência arredondada, anterior a 
sínfise púbica. Após a puberdade e recoberta de pêlos rígidos, longos e crespos (púbios) 
 
2) LABIOS MAIORES DO PUDENDO – Duas pregas cutâneas, alongadas anteroposteriormente, 
achatadas transversalmente, que se estendem do monte de púbis ao períneo. Na puberdade é recoberto 
de pêlos púbios 
a)Sulco genitofemoral e pregas inguinais – Separam a face lateral dos grandes lábios da sua face medial 
da coxa 
b)Sulco interlabial – Limitação medial entre o lábio maior e o menor 
c) Comissura anterior do lábio maior do pudendo – Extremidade anterior do lábio maior que continua no 
monte de púbis 
d)Comissura posterior dos lábios maiores – extremidade posterior do lábio maior que continua no 
períneo. 
 
3)LABIOS MENORES DO PUDENDO (Ninfas) – Duas pregas cutâneas, uma de cada lado, 
paramedianas, que se descobrem pelo afastamento dos grandes lábios. 
a)Sulco interlabial – separa a face lateral do pequeno lábio da face medial do lábio maior. Formação do 
esmegma clitorideo 
b) Prepúcio do clitóris – Porção lateral ( superior) que reveste (capuz) o clitóris. Formação do esmegma 
clitorideo 
c)Frênulo ou freio do clitóris – Porção medial (inferior) direita e esquerda que se fixam na margem 
posterior da glande do clitóris 
d) Frênulo ou fúrcula ou freio dos lábios menores – Extremidade posterior que termina na face medial 
do lábio maior 
 
5 
 
3) VESTIBULO DA VAGINA (ante-sala ou antecâmara) – Porção da vulva que se estende desde a 
superfície externa do hímen até o freio do clitóris. Espaço entre os lábios menores. Área de pele lisa 
entre os pequenos lábios e em frente ao orifício vaginal. Para observá-lo é necessário separar e afastar os 
lábios menores.O orifício uretral, o intróito vaginal, os orifícios dos ductos de Skene, os orifícios dos 
ductos de Bartholin se localizam dentro do vestíbulo vulvar. 
a) Fossa do vestíbulo da vagina ou fossa navicular – Espaço entre o frênulo dos lábios menores, hímen e 
o ostio da vagina 
Encontra-se mais evidente nas virgens e nas jovens nuliparas. 
 b) Ostio das glândulas vestibulares maiores ou glândulas vulvovaginais ou de Bartholin – Postero-
lateralmente ao orifício vaginal 
c) Glândulas vestibulares menores ou glândulas parauretrais ou de Skene – Situadas no sulco ninfo-
himenal, perto do ostio externo da uretra. 
 
4)CLITÓRIS – Órgão homologo do pênis. 
 a) Glande do clitóris – tubérculo cônico. 
 b) Comissura anterior dos lábios maiores – recobre o corpo do clitóris 
 c) Prepúcio do clitóris – relacionado com os lábios menores 
 d) Frênulo do prepúcio ou do clitóris – Prolongamentos mediais dos lábios menores. 
 
5) MEATO URETRAL EXTERNO – Localiza-se anteriormente no intróito vaginal, a distancia variável 
da glande do clitóris. O orifício pode encontrar-se oculto por pregas prolapsadas da mucosa uretral 
 
6) PERÍNEO – Compreende a pele que se localiza entre o orifício vaginal e o anus 
 
 
6 
 
 
 
 
 
 
RESUMO DA FISIOLOGIA DO CICLO MENSTRUAL 
 
CICLO MENSTRUAL - São variações hormonais entre o hipotalamo/hipófise/ovários (ciclo 
ovariano), com ações principalmente sobre o endométrio (ciclo endometrial). 
 Este processo pode resultar em uma fecundação de um óvulo maturado e liberado (ovulação) 
pelos foliculos ovarianos, ou em uma menstruação (sangramento cíclico que ocorre cada 21 a 35 dias, 
durante dois a oito dias, com uma perda sangüínea de 50/200 ml). 
 Os principais hormônios envolvidos neste ciclo são: Hormônio liberador de Gonadotrofinas 
(GnRH), gonadotrofinas (LH, FSH) e os esteróides (Estrogenos e Progesterona). 
 
METABOLISMO DOS HORMÔNIOS ESTERÓIDES 
 
- Tecidos especializados neste metabolismo - Ovários, Testículos, Supra-renal e Placenta 
- Hormônios Esteróides: Grupo Pregnano (21 átomos de carbono - PROGESTERONA), Grupo 
Androstano (19 átomos de carbono- ANDRÓGENOS) e Grupo Estrano (18 átomos de carbono- 
ESTRÓGENOS). 
- Substrato comun a todos os hormônios esteróides: Colesterol(27 átomos de carbono) e a Pregnenolona 
- Este metabolismo é controlado pela Hipófise através dos hormônios: LH, FSH e ACTH 
- Hormônios Estrogênicos: Estrona (E1), Estradiol (E2), Estriol (E3) 
- Hormônios Androgênicos: Androstenediona e Testosterona 
- Aromatização - Conversão metabólica de Androstenediona, Testosterona em Estrona e Estradiol 
respectivamente nas células da camada granulosa dos folículos e/ou em tecidos periféricos. 
- O principal local do catabolismo destes hormônios é o Fígado 
 
 
 
7 
 
 
 
 
FASE PROLIFERATIVA (CICLO ENDOMETRIAL)/FASE FOLICULAR (CICLO 
OVARIANO)/ FASE ESTROGÊNICA/ FOLICULOGÊNESE - A foliculogênese inicia-se na fase 
lutea tardia do ciclo anterior, terminando no inicio do pico de gonadotrofina, aproximadamente no meio 
do ciclo. Com o desaparecimento do corpo lúteo, aproximadamente um dia antes da menstruação 
(diminuição nos níveis de estrogeno e progesterona) ocorre um aumento no nível de FSH. Isto dispara 
uma seqüência ordenada de recrutamento de folículos ovarianos (dias 1 a 4), seleção de um folículo 
(dias 5 a 7 ), maturação do folículo dominante (dias 8 a 12) e, por ultimo, ovulação (dias 13 a 15). 
A quantidade de folículos da coorte varia, de modo geral diminuindo com a idade da mulher. Da 
mesma forma, o potencial de desenvolvimento (qualidade) de cada um dos folículos da coorte é 
diferente: a grande maioria caminhará para a atresia. A maior oferta exógena de FSH é a base da 
estimulação controlada dos ovários, que é fundamental para todo o procedimento de reprodução 
assistida. O meio rico em FSH reduz a probabilidade de atresia de alguns folículos da coorte, permitindo 
seu desenvolvimento 
 A seleção de um único foliculo destinado á ovulação está intimamente relacionado a sua 
capacidade para biossíntese de estrogenos. 
 O alvo para o FSH é exclusivamente as células granulosa do folículo, em contraste o LH tem 
vários locais de ação: células teca, estroma e granulosas. 
FSH: o aumento de sua concentração plasmática (final da fase de degeneração do ciclo), inicia o 
recrutamento dos folículos antrais. Sua atividade principal ocorre nas células da granulosa, onde induz : 
I. síntese de seus próprios receptores; 
II. aumento da atividade da aromatase; 
III. mitoses nas célulasda granulosa, com aumento do diâmetro folicular; 
IV. síntese de inibina, acionando o feed-back negativo que apresenta com este peptídeo e 
V. síntese de receptores de LH. 
Estas ações, tomadas em conjunto, permitem que o ambiente se torne favorável ao crescimento folicular 
e à síntese estrogênica. Cada folículo parece apresentar uma sensibilidade particular ao FSH: alguns, 
mais sensíveis, desenvolvem-se com pequena concentração deste hormônio, enquanto outros necessitam 
de concentrações maiores. O estradiol apresenta ação sinérgica ao FSH nas ações I, II, III e V acima, 
além de aumentar a quantidade de seus próprios receptores na granulosa. O LH intensifica a síntese 
androgênica da teca, aumentando a oferta de substrato para aromatização pela granulosa. Os 
androgênios têm ação dependente de sua concentração folicular. Se baixa, favorece a síntese estrogênica 
estimulando a aromatase. Se alta, pode inibir competitivamente a aromatase através da formação de 
compostos 5-a-reduzidos (o principal é a dehidrotestosterona - DHT), tendendo a reduzir a síntese 
estrogênica. Folículos com relação andrógeno/estrógeno elevada tendem a atresiar 
 O desenvolvimento folicular ovariano envolve uma interação sinérgica entre as gonadotrofinas e 
os esteróides sobre as células teca-granulosa através de mudanças induzidas por hormônios em 
receptores específicos dentro de um safra de foliculos. Níveis aumentados de FSH induzem um aumento 
nos números de receptores para FSH, refletindo em um aumento de células granulosas, o FSH induz a 
célula granulosa a adquirirem uma enzima aromatizante que faz os androgenos serem convertidos em 
Estradiol e este por sua vez estimula uma maior proliferação das células da granulosa (feed-back auto-
regulatório intra-ovariano), promovendo o crescimento folicular. Os androgenos são provenientes da 
teca interna que apresentam receptores somente para LH. 
 O folículo selecionado, através de sua produção de estrògeno, inibe preferencialmente a secreção 
de FSH (ou inibina), assim impedindo a maturação de outros foliculos. A seleção Decorre da capacidade 
de resposta dos folículos antrais recrutados às alterações na concentração principalmente de FSH. Esta 
capacidade de resposta depende da sensibilidade de cada folículo, que por sua vez é dependente de todo 
o desenvolvimento anterior do mesmo. A queda da concentração de FSH, no ciclo menstrual natural 
(não estimulado), permite o crescimento, em geral, de apenas um folículo (o chamado dominante). O 
folículo dominante secreta quantidades cada vez maiores de inibina e estradiol: é o responsável pela 
 
8 
 
grande maioria do estradiol produzido pela mulher. Com isto, ocorre inibição mais acentuada do FSH, 
facilitando a atresia dos outros folículos. 
 
FOLÍCULO PRÉ-OVULATÓRIO E A OVULAÇÃO - Na ovulação, durante o ciclo menstrual 
natural, enzimas enfraquecem uma região da parede do folículo (estigma), que posteriormente se rompe, 
eliminando o oócito. Este processo é iniciado pelo pico de LH, que depende da manutenção de elevada 
concentração plasmática de estradiol por mais de dois dias. A medida que se aproxima do 14ª dia, o 
folículo dominante esta praticamente maduro, o nível sérico de Estradiol torna-se elevado (maior que 
200 pg/ml) e induz a secreção hipofisária de grande quantidade de LH (pico de LH - 48 hrs), 
provocando mudanças no metabolismo hormonal, para uma maior sinteses de progesterona, luteinização 
das células granulosas. A elevação dos níveis de progesterona ativa enzimas proteoliticas resultando na 
digestão do colágeno da parede folicular, enquanto o aumento de FSH ativa plasmina, o LH aumenta os 
níveis de prostaglandinas e oxitocina intrafolicular o que ajuda na contração da musculatura lisa do 
foliculo, fazendo a expulsão do óvulo. A concentração plasmática de PROGESTERONA começa 
aumentar imediatamente antes da ovulação graças às células granulosa que já se luteinizaram pela ação 
do LH. 
Efeitos do pico de LH: além de determinar o reinício da meiose no oócito, iniciando sua maturação 
final, o pico de LH induz ainda alterações na esteroidogênese folicular. Estimula atividade de P450scc 
na teca e granulosa, enquanto inibe a atividade do citocromo P450c17 na teca, tendo como efeito final o 
aumento da produção de progesterona e a redução na síntese de andrógenos. Como estes últimos são 
substrato para a aromatização, ocorre uma redução na síntese de estradiol, expressa pela queda 
plasmática logo após o pico de LH. Durante o pico de LH, o plasminogênio do líquido folicular é 
transformado em plasmina, pela ação de moléculas ativadoras. A plasmina converte a procolagenase em 
colagenase, enzima que degrada o colágeno da parede folicular, criando o estigma (zona de menor 
resistência), por onde emergirá o conteúdo folicular na ovulação. O pico de LH estimula, na teca e 
granulosa, a síntese de prostaglandinas, que provocam vários efeitos, dentre os quais o aumento da 
síntese de colagenase, do fluxo e da permeabilidade vascular (o que favorece o afluxo de vários 
quininogênios comPotencialproteolítico). 
 
FASE SECRETORA (CICLO ENDOMETRIAL)/FASE LUTEINIZANTE (FASE 
OVARIANA)/FASE PROGESTACIONAL – 
No período pós-ovulatório, a progesterona induz a secreção de glicogênio e outras substâncias pelas 
glândulas endometriais, preparando o tecido para a implantação do embrião. Embora, nesta fase, exista 
também uma concentração relativamente alta de estradiol, o efeito global se deve à progesterona, pela 
sua influência negativa sobre os receptores de estradiol 
 Após a ovulação, o folículo transforma-se em corpo lúteo e secreta predominantemente 
PROGESTERONA. 
Para que isto ocorra de forma eficaz o LH facilita uma disponibilidade maior de LDL para as células 
granulosas luteinizadas (aumento de receptores ), aumentando a biossíntese de progesterona. 
 Na fase lutea média, aproximadamente sete dias após a ovulação, a concentração plasmática de 
progesterona é máxima e o endométrio, cuja proliferação foi estimulada na fase folicular, apresenta 
agora predominantemente secreção glandular. Este é o preparo necessário para à nidação do trofoblasto 
que ocorre neste período. Nesta fase os níveis de ESTRADIOL, são elevados, não superando porém os 
máximos obtidos durante a fase pré-ovulatória. 
 A vida funcional do corpo lúteo é “pré-progamada”, os mecanismos exatos são ainda 
desconhecidos, mas a queda progressiva do LH durante a segunda metade da fase lutea, pode 
desempenhar um importante papel no colapso da função esteroidogênica das células luteais. Se não 
ocorre gravidez, o corpo lúteo inicia sua degeneração entre o nono e décimo dias após a ovulação, sendo 
invadido por fibroblastos e formando-se o corpo brando (corpus albicans). 
 A capacidade do tecido Luteal para a síntese de PROGESTERONA pode ser aumentada e/ou 
mantida pela Gonadotrofina Corionica Humana (hCG), tanto como resultado de implantação de um 
trofoblasto ou como resultado de administração exógena (reproduação assistida). 
 
 
9 
 
 
 
 
MENSTRUAÇÃO/SANGRAMENTO MENSTRUAL -Três dias após a Luteólise ou morte do corpo 
luteo, segue-se o declínio nos níveis dos estereóides ovarianos(feed-back para o hipotalamo estimular a 
hipófise secretar FSH e LH), vasoespasmo endometrial e necrose isquêmica, seguida por descamação e 
sangramento endometrial (menstruação). 
 
RESUMO 
 
1º dia do ciclo  endométrio bem desenvolvido, espesso e vascularizado começa a descamar  menstruação 
 
hipófise aumenta a produção de FSH, que atinge a concentração máxima por volta do 7º dia do ciclo. 
 
amadurecimento dos folículos ovarianos 
 
secreção de estrógeno pelo folículo em desenvolvimento 
 
concentração alta de estrógeno inibe secreção de FSH e estimula a secreção de LH pela hipófise / concentração 
alta de estrógeno estimula ocrescimento do endométrio. 
 
concentração alta de LH estimula a ovulação (por volta do 14º dia de um ciclo de 28 dias) 
 
alta taxa de LH estimula a formação do corpo lúteo ou amarelo no folículoovariano 
 
corpo lúteo inicia a produção de progesterona 
 
estimula as glândulas do endométrio a secretarem seus produtos 
 
aumento da progesterona inibe produção de LH e FSH 
 
corpo lúteo regride e reduz concentração de progesterona e estradiol 
 
menstruação 
 
 
10 
 
 
 
COLHEITA DO MATERIAL CÉRVICO-VAGINAL 
 
Na sala de colheita devemos ter os seguintes materiais: espéculos de tamanhos variados e 
esterilizados (metal), espátula de ayre, escova endobrush, lâminas, fixador (liquido ou spray), 
gazes, recipientes para o transporte das lâminas, luvas (látex ou plástico), mesa ginecológica, foco 
e papel lençol. 
 Deve-se conseguir um relaxamento da paciente com bons diálogos e ser o mais delicado possível 
com a mesma, principalmente durante a colocação do especulo e coleta. 
 Explicar a paciente cada etapa do exame e comunicar o que ela poderá vir a sentir (desconforto, dor, 
vergonha). 
 Confirmar dados clínicos mínimos para um bom exame citológico: idade e data da última 
menstruação (d.u.m.). 
 Questionar a paciente se possuem atividade sexual, ou se já realizou algum tipo de cirurgia 
ginecológica (histerectomia ou períneo), dados importantes antes da colocação do especulo. 
 
A)POSICIONAMENTO DA PACIENTE NA MESA GINECOLOGICA: 
 Paciente deve ser colocada na posição ginecológica ( posição litotomica): coxas acentuadamente 
fletidas sobre a bacia, os joelhos afastados, enquanto os pés ou as dobras dos joelhos apóiam-se em 
suportes especiais existentes na mesa. 
 Deve-se ter o cuidado de deitar a paciente de modo que a borda das nádegas se situe ligeiramente para 
fora da mesa; para facilitar o acesso ao canal vaginal. 
 Cobrir com lençol as coxas e joelhos da paciente 
 Os braços devem ficar estendidos do lado de fora ou cruzados sobre o tórax, nunca sobre a cabeça 
(contração de músculos abdominais). 
 Focalizar a iluminação do foco para a púbis da paciente 
 
11 
 
 
B) COLOCAÇÃO DO ESPÉCULO 
 - vestir as luvas antes de iniciar este procedimento 
 - utiliza-se geralmente o especulo de duas valvas ou lâminas (especulo de Collins), os quais podem ser 
de metal ou plástico (descartáveis). 
 - convém sempre se familiarizar com a maneira de abrir e fechar as lâminas do especulo 
 - escolha um especulo de tamanho apropriado, geralmente podemos utilizar especulo de tamanho 
pequeno para as pacientes nulíparas ou que não tiveram parto vaginal (normal), ou em mulheres muito 
magras ou em menopausadas, e especulo grande para as pacientes multíparas ou obesas. 
 - a colocação de um especulo no máximo pode ser desconfortável para a paciente, no caso de sensação 
de dor ou de muito ardor pode significar um processo inflamatório nas paredes vaginais (vaginite). As 
seguintes situações também podem provocar dor ao colocar o especulo: paciente virgem, tamanho 
incorreto do especulo e vaginismo. 
 - os grandes e pequenos lábios, juntamente com os pêlos pubianos devem ser afastados com a mão 
esquerda, expondo a abertura vaginal. Evitando-se que o especulo puxe os pêlos pubianos ou belisque os 
lábios, provocando dor durante a sua colocação. (veja figura) 
 - o especulo com as laminas fechadas e com a borboleta ou parafuso voltado para a direita e 
lateralmente (posição vertical) deve ser introduzido em um ângulo de 45 graus para baixo, com uma 
pressão exercida em direção a parede vaginal posterior. 
 - depois que o especulo tiver penetrado no canal vaginal, rodar as laminas para uma posição 
horizontal, borboletas voltadas para a esquerda e para baixo e começar abri-lo de forma lenta, separando 
as paredes vaginais, expondo o colo uterino (cervix uterina) (veja figura) 
 - Caso haja dificuldade em visualizar o colo, retirar o especulo ligeiramente e posicioná-lo de 
modo mais anterior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
C) COLHEITA DO MATERIAL 
 
 
12 
 
 
O principal objetivo de uma boa coleta é obter uma amostra representativa da junção escamo-colunar 
(JEC) ou zona de transformação do cérvix uterino. Um esfregaço não pode ser considerado adequado 
caso não haja material dessa região, pois aí se inicia a maioria das lesões precursoras de carcinoma 
escamoso invasor. A ausência de células endocervicais e/ou células metaplasicas na lâmina deve ser 
relatada, cabendo ao clínico decidir se será coletada nova amostra ou se apenas será coletado material do 
canal endocervical. Não se deve fazer coleta de amostra durante a menstruação devido à grande 
quantidade de sangue que inviabiliza a avaliação da lâmina e se houver muito muco ou material 
purulento esse deve ser removido suavemente com um swab ou gaze antes de ser feita coleta. O material 
coletado deve ser gentilmente depositado sobre lâmina de microscopia e imediatamente fixado. 
Caso no colo uterino haja uma grande quantidade de secreção, tirar o excesso com o auxilio de gazes, 
evitando-se um esfregaço muito espesso e com grande quantidade de exsudato inflamatório (leucócitos). 
 
COLETA VAGINAL -----> com a extremidade arredondada da espátula de ayre raspar as paredes 
vaginais ou coletar do fundo de saco vaginal posterior 
 - a coleta ectocervical e vagin 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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al em alguns pode ser realizada com auxilio de um abaixador de língua, mas não e o indicado. 
 
16 
 
 
 - COLETA ECTOCERVICAL ----> a extremidade chanfrada da espátula de ayre deve ser 
encaixada no orifício do colo e fazer um giro completo de 360 graus, raspando toda região da junção 
escamocolunar (j.e.c.). 
 a presença de “feridas” (ectropico ou zona de transformação) pode originar pequenos sangramentos 
durante a coleta. 
 
 
http://www.colposcopia.it/pap_test.htm 
 
 
 
- COLETA ENDOCERVICAL -----> a escova endobrush de ser introduzida no orifício do colo 
uterino, atingindo desta forma o canal endocervical, através de movimentos rotatórios obter o material. 
Pode haver um pequeno sangramento (epitélio colunar simples). 
 O uso de swab com extremidades de algodão, não e aconselhado por dois motivos: escassez na 
celularidade e contaminação do esfregaço com fibras de algodão. 
 - o material colhido destas regiões (ecto, endocervix e vagina) devem ser delicada e de forma 
homogeneamente espalhados sobre a superfície de uma lâmina em áreas diferentes, em sentido 
longitudinal. Evitando-se os movimentos de vai e vem ou rotatórios. 
- deve também ser evitado material em grande quantidade espalhado em pequenas áreas (esfregaços 
espessos), e material escasso, difusamente espalhado pela lamina (esfregaços ralos). 
-o esfregaço ideal apresenta uma camada de material algo transparente, homogeneamente distribuído, 
evitando conglomerado de células em áreas diferentes. 
- em pacientes menopausadas (epitélio atrofico), podemos utilizar uma espátula umedecida com solução 
fisiológica que facilita e aumenta a esfoliação das células. 
 
 
 
 
17 
 
 
 
D)FIXAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DO MATERIAL 
 Os bons fixadores são aqueles que preservam fielmente os componentes celulares, penetrando no 
interior das células aumentando a sua corabilidade (desidratação e desnaturação do protoplasma). Os 
fixadores utilizados nos esfregaços cervico-vaginais são: 
 - álcool etílico 95% ou 80% 
 - fixadores de camada (polietileno glicol + álcool etílico------> spray). 
 - álcool metanol 
 A fixação deve ser imediata, após no mínimo 15 minutos o material já esta pronto para ser corado. 
 Os materiais que são fixados no ar irão prejudicar em muito a análise citomorfologica, devido à 
degeneração nucleare diferenciação nuclear e citoplasmática. 
 O material apos a sua fixação deve ser identificado com o nome da paciente, número de registro, idade 
e d.u.m. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E) RETIRADA DO ESPÉCULO VAGINAL 
 Fecha-se as laminas do especulo e faz-se a sua retirada do canal vaginal 
 
 
CAUSAS DE ESFREGAÇOS LIMITADOS E/OU INSATISFATORIOS 
• Colo uterino não visualizado durante a coleta 
• Raspagem cervical insuficiente 
• Zona Transformação ou Junção escamo colunar não raspada 
• Espalhamento muito espesso ou pobre em celulas 
• Esfregaço hemorragico 
• Esfregaço purulento 
• Esfregaço ressecado antes da fixação 
• Má fixação 
• Esfregaços contaminados por um lubrificante ou creme vaginal 
 
COLHEITA DO MATERIAL PARA O EXAME DE CITOLOGIA HORMONAL, CITOLOGIA 
ENDÓCRINA, INDICE DE MATURAÇÃO OU DE FROST, CITOLOGIA HORMONAL 
SERIADA (C.H.S.). 
 A avaliação citohormonal pode ser realizada através de uma amostra isolada (citologia hormonal 
isolada ou índice de maturação) ou através de amostras seriadas no ciclo menstrual da paciente. 
 No caso da amostra isolada verificar a data da coleta solicitada pelo médico, dentro do ciclo 
menstrual da paciente, nas amostras seriadas deve ser realizado as coletas nos seguintes períodos: 
7 dia do ciclo menstrual, mesmo a paciente estando menstruada. 
14 dia do ciclo menstrual 
21 dia do ciclo menstrual 
28 dia do ciclo menstrual 
 
18 
 
 As datas determinadas para estas coletas podem variar no máximo 2 dias para menos ou para mais, 
devendo sempre o citologista ser informado sobre tais mudanças. 
 As pacientes que tiverem menstruação a partir da segunda coleta deve ser cancelado as demais 
coletas, e informar o citologista sobre o término das coletas devido ao inicio de um novo ciclo 
menstrual ou cancelamento das coletas pela paciente. 
 As avaliações citohormonais devem conter os seguintes dados clínicos: idade, d.u.m. E uso de 
medicação hormonal. 
 As coletas devem ser sempre realizadas nas paredes vaginais. 
 Sugere-se que as pacientes antes da coleta tenha as mesmas precauções que são solicitadas na 
citologia oncologica. 
 
COLETA DE SECREÇÕES MAMÁRIAS 
 
 - aplicação da superfície de uma lamina diretamente sobre a gota de secreções no mamilo obtida por 
expressão manual das mamas 
 - a lamina deve ser movida sempre no sentido lateral, da direita para a esquerda ou vice-versa, 
espalhando-se a secreção sobre a lamina. 
 - verificar quando a solicitação for bilateral, coletar amostras em laminas diferentes e identificar como 
mama direita e mama esquerda respectivamente. 
 - as pacientes que apresentarem grandes quantidades de secreção, pode ser colhido duas amostras. 
 - fixar imediatamente em álcool ou fixadores de camada e identificar a paciente 
 
 
 
 
 
COLORAÇAO 
 
 O material a ser corado sofre inicialmente um processo gradual de hidratação, em soluções alcóolicas 
com concentrações decrescentes, logo em seguida à ação de um corante alcalino (Hematoxilina de 
Harris), a qual tem uma afinidade principal pelo DNA. 
 É realizado um processo de lavagem em água para retirar o excesso de corante, de imediato o material 
é mergulhado em solução álcool-ácido para um processo de diferenciação do núcleo e demais estruturas 
celulares, e feita uma nova lavagem em água para neutralizar e retirar o excesso da solução 
diferenciadora. 
 A próxima etapa consiste em desidratar gradualmente os esfregaços em soluções alcóolicas crescentes, 
logo em seguida coloca-se o material em um corante ácido (Orange E) com afinidade por estruturas 
queratinizadas e seus derivados. 
 Após a retirada do excesso deste corante em soluções alcóolicas, mergulha-se as lâminas em um 
corante policromático ácido (E.A.- 36), com afinidade pelas demais estruturas celulares do esfregaço. 
 Após a retirada do excesso do corante em soluções alcóolicas absolutas, utiliza-se soluções de xilol 
para realizar o processo de diafinização e efetuar a montagem dos esfregaços corados com auxílio de 
lamínula e soluções adesivas (verniz cristal). 
 
BATERIA DE COLORAÇÃO DE PAPANICOLAOU(1954). 
 
Soluções de álcool a 80% - 70% - 50% - Cuba com Água Destilada – Hematoxilina de Harris – Cuba 
com Água – Diferenciador – Cuba com Água – Soluções de álcool a 50% - 70% - 80% - 95% - Orange 
G – 02 cubas com álcool 95% - EA-36 – 02 cubas com álcool 95% - 03 cubas com Álcool absoluto – 03 
cubas com Xilol – MONTAGEM 
 
19 
 
 Esta coloração idealizada pôr George Nicholas Papanicolaou e Stockard em 1942 é universalmente 
utilizada em citopatologia. O método de Papanicolaou consiste na coloração citoplasmática e nuclear 
com corantes específicos, e segundo o autor, visa três objetivos: 
a) definição dos detalhes nucleares, proporcionando perfeita analise das alterações inflamatórias e 
neoplasicas. 
b) transparência citoplasmática, de particular importância devida às espessuras celulares 
diferentes e freqüente superposição celular na amostra. 
c) diferenciação das células, ou seja, utilização da capacidade das células de fixar corantes ácidos 
ou alcalinos permitindo tonalidades diferentes de cores, que facilitam o diagnostico citológico. 
 A qualidade da coloração depende da qualidade da preservação celular e fixação do espécime, dos 
reagentes/soluções usadas, protocolo de coloração e da montagem e também da eficácia da iluminação 
microscópica. Deve ser chamado a atenção para as reações de cor que não são estáveis e são afetadas 
pôr alterações no ph, alterações inflamatórias e mesmo pela espessura dos agrupamentos celulares. 
Além da coloração de Papanicolaou, podem-se empregar nos esfregaços colorações especiais ou 
impregnações metálicas para melhor esclarecimento diagnostico. Dentre a mais usadas, destacam-se as 
de May Gruenwald-Giemsa, Ziehl Neelsen, Acido Periódico de Schiff (PAS), Prata Metenamina de 
Grocott, Mucicarmim de Best e Gram. 
 Desde a sua introdução, o método sofreu varias modificações através de diversos autores, o próprio 
Papanicolaou publicou duas delas em 1954 ( Técnica regressiva de coloração) e 1960(Técnica 
progressiva de coloração). 
 São usados três corantes no método: Hematoxilina, Eosina-Alcool (EA) e Orange G, no geral a 
hematoxilina tem a função de corar os núcleos e os outros os citoplasma das células. 
 Os banhos que se seguem antes dos corantes são realizados no solvente do corante, ou seja, a 
hematoxilina aquosa, as laminas são lavadas em água, seguindo o Orange e o EA, as laminas são lavadas 
em álcool. A água utilizada depois da hematoxilina tem a função de remover a hematoxilina não ligada. 
A água que vem depois do diferenciador tem a finalidade de interromper a ação do acido clorídrico. 
 Os banhos de álcool 95% apos a coloração pelo Orange e EA-36 tem a finalidade de remover a 
solução de Orange que não esta ligado ao citoplasma. 
 Os últimos banhos com álcool absoluto tem a função de remover totalmente a água dos esfregaços 
(desidratação). Esta etapa prepara o esfregaço para a imersão posterior em xilol, o passo final da 
coloração que é o clareamento ou diafinização do esfregaço, que determina a transparência celular. O 
xilol é usado como solução de clareamento porque não é corado, é quimicamente não reativo, além de 
ter um índice de refração de 1,494 (aproximadamente o do vidro em torno de 1,515). Desta forma o 
índice de refração do esfregaço aumenta, tornando-o transparente. 
 O primeiro banho com xilol tem a função de remover o álcool e o segundo banho com xilol possibilita 
o aumento da transparência da preparação citológica, preparando-a para a fase final que a montagem. 
 Fatores que influenciam na coloração de Papanicolaou: Tipo de Fixador utilizado, Tipo da 
Formula da hematoxilina e dos corantes Citoplasmaticos, Duração do tempo nos corantes, 
Numero de esfregaços em cada corante, ph e conteudo quimico da agua corrente usada, ph das 
soluções e corantes, idade dos corantes usados, presença de particulas de corantes em soluções não 
filtradas, tecnica de coloração inconsistente e possivel contaminação desoluções desidratantes 
 Os corantes utilizados na bateria de coloração podem ser comprados comercialmente prontos ou 
preparados no laboratório a partir de sais primários (abaixo segue instruções). O alcool etílico absoluto 
P.A., pode ser substituído pelo álcool etílico absoluto comercial. 
 
CRITERIOS PARA O ESTUDO CITOMORFOLOGICO 
MICROSCÓPIO ÓPTICO 
Não se sabe exatamente quem inventou o microscópio porém sabe-se muito bem que depois 
dessa invenção, lá pelo início do século XVII, nossa percepção do mundo ficou muito diferente. 
Muitos atribuem a invenção deste instrumento a Galileu, porém foi Leeuwenhoek quem 
realmente aperfeiçoou o instrumento e o utilizou na observação de seres vivos. Dotados de apenas uma 
lente de vidro, os primeiros microscópios permitiam aumentos de até 300 vezes com razoável nitidez. 
 
20 
 
E todo um mundo que se encontrava invisível aos nossos olhos, se descortinou. Com este 
instrumento muito simples, Leeuwenhoek estudou os glóbulos vermelhos do sangue e constatou a 
existência dos espermatozóides. Este cientista também desvendou o extraordinário mundo dos micróbios 
(ou seja, seres microscópicos), hoje mais conhecidos como microrganismos. 
O microscópio simples de Leeuwenhoek, foi aprimorado por Hooke, ganhando mais uma lente. 
Deste modo, foram obtidos aumentos ainda maiores. 
Os microscópios óticos modernos são descendentes sofisticados do microscópio composto de 
Hooke e muito mais poderosos do que os pequenos instrumentos usados pelos cientistas no início do 
século XVII. Eles são dotados de 2 sistemas de lentes de cristal (oculares e objetivas) que produzem 
ampliações de imagem que vão em geral de 100 a 1000 vezes, deste modo revelando detalhes, até então 
invisíveis para nossa visão. 
O limite de resolução dos microscópios ópticos, que são aqueles que utilizam a luz para iluminar 
o objeto que está sendo analisado, é de cerca de 0,2 µm (ou 200 nm ou 2 000 Aº ); é melhor que o olho 
humano cerca de 500 vezes. Não se consegue construir microscópios ópticos com desempenho melhor 
que este, pois o fator limitante é o comprimento de onda da luz. 
Com o advento do microscópio eletrônico, o poder de resolução foi aumentado cerca de 1000 vezes em 
relação ao microscópio óptico. Para isso, em vez de feixes de luz, empregam-se feixes de elétrons para 
"iluminar" o,objeto a ser analisado. As áreas do material que permitem melhor transmissão de elétrons 
(regiões transparentes aos elétrons) aparecem como áreas claras; as áreas que absorvem ou defletem os 
elétrons (regiões densas aos elétrons) aparecem como áreas escuras. Os microscópios eletrônicos têm 
limite de resolução próximo de 2 Aº, cerca de 500 000 vezes maior que o do olho 
A ampliação é feita atraves de dois sistemas de lentes de ampliação(objetivas e oculares)suportados por 
uma série de péças mecânicos que permitem uma utilização prática desse aparelho. 
As OBJETIVAS são formadas por uma associação de lentes inseridas num suporte metálico e têm uma 
escritura na parte externa com o seu poder resolvente e de ampliação. A ampliação proporcionada pelo 
microscópio óptico deve-se em geral a uma conjugação do poder de sistemas de objetivas e do sistema 
ocular a ser usado; ex: 40xocular,120x objetivas= 40x100= 400 vezes de ampliação. 
 Normalmente a ampliação tem limites,e se usar ampliações muito grandes as imagens começam a 
perder qualidade. Falando do poder resolvente que tinhamos falado anteriormente(ex: duas linhas....), o 
poder resolvente é calculado com os parametros: 
1º o comprimento de ondas electromagnéticas de luz radiada que é limitado (luz visivel entre 400nm a 
700nm ou 0.01 um de comprimento) é limitádo para esse microscópio, e que é calculada atraves da 
velocidade da luz 300000 m\s sobre o tempo de uma onda. 
2º NA objetivas e NA condensador = que são aberturas numéricas da objetiva e do condensador,onde 
NA é uma caracteristica especifica do sistemas de lentes ex: NA = n. sen #, n=indice de refração, # 
formado pelo eixo óptico. 
Poder Resolvente = comprimento de onda da luz visivel 
NA objectivas + NA condensador 
Sendo assim o poder de resolução máxima é de 200 - 250 nm e o aumento máximo é de 1500x. 
DIAFRAGMA é um dispositivo mecânico que serve para diminuir ou aumentar e evitar a incidênçia da 
luz que dificulta a observação de amostras muito finas e fica situado debaixo da platina e que serve de 
mediador entre a luz que da lâmpada até ás amostras. 
O campo do microscópio tem uma certa profundidade, dai a possibilidade de podermos focar vários 
planos, ou seja, quando focamos um plano o de baixo e de cima ficarão desfocados como se fossem 
pequenas alturas diferentes e assim sucessivamente para os outros planos. 
Parte Mecanica 
1. pé 
2. braço 
3. tubo ou canhão 
4. revólver 
5. platina ou mesa 
6. charriot 
7. parafusos para ajuste macro e/ou micrométrico do foco 
 
21 
 
 
Parte Óptica 
Sistema de aumento: oculares, objetivas 
Sistema de iluminação: espelho, condensador, diafragma, filtro 
 
1. A imagem proporcionada pelo M.O. é aumentada, virtual e invertida em relação ao objeto examinado. 
2. Calcula-se o aumento da imagem obtida ao M.O. multiplicando-se o valor do aumento da ocular pelo 
valor do aumento da objetiva. 
3. Campo microscópico é a área da preparação que se está observando ao M.O. Quanto maior o aumento 
da imagem, menor é a abrangência do campo. 
4. Em virtude do último item, sempre se inicia a observação ao M.O. com uma combinação de lentes 
que proporcione o menor aumento, a fim de se ter uma visão panorâmica da região que se quer observar 
com maior aumento. 
 
COMO MANUSEAR UM MICROSCÓPIO ÓPTICO 
 
AJUSTE DA DISTÂNCIA INTERPUPILAR 
Movimentar suavemente com as duas mãos as Oculares, abrindo-as e fechando-as, até 
conseguir visualizar um único campo visual com os dois olhos abertos. 
 
1. Acender a lâmpada do sistema de iluminação. 
2. Movimentar o revólver, colocando em posição a objetiva de menor aumento (4X). 
3. Tomar a lâmina colocá-la na platina, prendendo-a com o grampos. 
4. Movimentar o charriot, fazendo com que o preparado fique em baixo da objetiva. 
5. Com o parafuso macrométrico, elevar a platina ou mesa ao máximo, observando para que a objetiva 
não na lamina, pois poderá quebrá-la. 
6. Focalizar a preparação para a obtenção de uma imagem nítida, movimentando o parafuso 
macrométrico e abaixando a platina até que se possa visualizar a imagem. 
7. Aperfeiçoar o foco com o parafuso micrométrico. 
8. Movimentar o revólver, colocando em posição a objetiva de 10X (aumento médio). 
9. Repetir o procedimento do item 7. 
10. Colocar a objetiva de 40X (maior aumento) em posição e repetir o item 7. 
 
22 
 
 
 
 
 
O NÚCLEO 
 
23 
 
No núcleo estão os cromossomos, onde estão "armazenadas" as informações genéticas de cada espécie. 
Localiza-se normalmente em posição central, contém o DNA, é limitado por dupla membrana nuclear, 
com poros (gaps). 
 
 Os seguintes componentes constituem o núcleo celular: 
Membrana Nuclear: também chamada de carioteca ou cariolema, a membrana nuclear é uma 
diferenciação local do retículo endoplasmático, caracterizado pela presença de numerosos poros. 
Observada ao microscópio eletrônico, apresenta-se constituída por duas lâminas: a interna, envolvendo o 
nucleoplasma, e a externa, em contato com o hialoplasma e apresentando ribossomos. Entre as duas 
membranas situa-se uma cavidade, o espaço perinuclear. Quimicamente, a carioteca possui a mesma 
composição do plasmalema e do retículo endoplasmático: contém fosfolipídios e proteínas (membrana 
lipoprotéica). Através dos poros, são realizadas trocas entre o núcleo e o citoplasma. A quantidade de 
poros varia com o estágio funcional da célula. A membrana nuclear só torna-se visível pela cromatina 
associada a si, corada pela hematoxilina. 
 
Nucleoplasma: é um gel protéico cujas propriedades são comparáveis às do hialoplasma. Também é 
chamado de suco nuclear, cariolinfa e carioplasma e pode acumular produtos resultantesda atividade 
nuclear, como RNA e proteínas. 
 
Nucléolo: são estruturas esféricas e densas, com 1 a 3 mícron de diâmetro, que aparecem imersos no 
nucleoplasma. Apesar de existirem núcleos com dois ou mais nucléolos, geralmente encontramos um em 
cada núcleo. Ao microscópio eletrônico, verifica-se que ele não apresenta membrana e é constituído por 
uma porção fibrilar e enovelada, o nucleoplasma. Quimicamente, é constituído por RNA-ribossômico, 
proteínas e +-., 
fosfolipídios, existindo pequena quantidade de DNA. Juntamente com a carioteca, o nucléolo desaparece 
no início da divisão celular. No fim da mitose (telófase), o nucléolo reaparece originado de um 
cromossomo especializado, o chamado cromossomo organizador de nucléolos. O nucléolo é o elemento 
responsável pela síntese do ácido ribonucléico dos ribossomos (RNAr). 
 
Cromatina: principal componente químico do núcleo. No núcleo interfásico, os cromossomos estão 
representados por um amontoado de grânulos e filamentos dificilmente observáveis ao microscópio 
óptico. A todo esse conjunto dá-se o nome de cromatina. Sabe-se que a cromatina é constituída por 
longos filamentos, constituídos por DNA e proteína, que se apresentam em vários graus de condensação 
ou espiralização. Possui heterocromatina (inativa) cora-se pela hematoxilina, e a eucromatina (ativa) 
representada por áreas claras 
 
Assim, a eurocromatina é a cromatina descondensada na interfase e que sofrerá condensação na divisão 
celular. A heterocromatina forma regiões condensadas que constituem os grânulos maiores, também 
designados por cromocentros. 
O Núcleo Interfásico: É o intervalo de tempo que separa duas divisões sucessivas de uma célula. É 
durante a interfase que a atividade do núcleo é alta, pois além da duplicação do DNA, ocorre nele uma 
série de processos que controlam a vida celular. No núcleo interfásico distinguimos os seguintes 
componentes: membrana nuclear, nucleoplasma, nucléolos e cromatina. A membrana nuclear constitui 
um envoltório dentro do qual aparece um líquido, o suco nuclear (carioplasma, nucleoplasma ou 
cariolinfa), onde estão imersos o nucléolo e a cromatina . 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
CITOPLASMA 
Do gr. Kytos, célula; plasma, molde. Complexo de substâncias que assume a consistência de uma massa 
gelatinosa, homogênea, formando um sistema coloidal, que preenche o citossomo (espaço celular 
compreendido entre as membranas plasmática e nuclear). A massa coloidal que forma o citoplasma 
recebe o nome de matriz citoplasmática ou hialoplasma e é constituída de proteínas globulosas, 
metabólitos diversos, íons e proteínas monoméricas que polimerizadas originam os microtúbulos e 
microfilamentos, formando o 
citoesqueleto celular. 
No citoplasma das células eucariontes distribuem-se organelas celulares de naturezas diversas, com 
funções específicas, como mitocôndrias, retículo endoplasmático, aparelho de Golgi, lisossomos, 
ribossomos, centríolos, etc. O citoplasma pode também apresentar depósitos de substâncias diversas, 
como grânulos de glicogênio, produtos de secreção e gotículas lipídica. 
 
Funções da membrana citoplasmática: Manutenção da integridade da estrutura da célula, Controle da 
movimentação de substâncias para dentro e fora da célula (permeabilidade seletiva), Regulação das 
interações intercelulares, Reconhecimento através de receptores de antígenos de células estranhas e 
células alteradas, Interface entre o citoplasma e o meio externo, Estabelecimento de sistemas de 
transporte para moléculas específicas, Transdução de sinais extracelulares 
 
Diferenciação celular – Tecido epitelial 
O processo de diferenciação ou maturação celular é um estágio de especialização e geralmente atinge 
um ponto final com função e estruturas estabilizadas. 
 
Desdiferenciação 
 
A diferenciação retrógrada (desdiferenciação) ocorre quando uma célula segue uma direção oposta da 
maturação celular normal e retorna à sua forma embrionária. 
Ativação anômala de genes celulares que controlam o crescimento e a mitose (oncogenes). 
 
 
 
 
25 
 
 
 
 
Criterios para o diagnostico citomorfologico: 
a)Citoplasma: forma, tamanho, conteudo, coloração 
b)Membrana Citoplasmatica: limites, pregueamentos 
c)Nucleo: tamanho, forma, numero, localização 
d)Cromatina: coloração e aspecto 
e)Carioteca: espessura e uniformidade 
f)Nucleolo: numero e tamanho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
CRITÉRIOS CITOMORFOLOGICOS DOS ELEMENTOS 
CELULARES DA CERVIX UTERINA 
Macroscopicamente o colo uterino está dividido em: 
Endocérvix : recobre o canal cervical (orifício cervical externo - OCE); 
Ectocérvix : recobre a porção externa vaginal do colo; 
Junção escamo colunar (JEC): região onde ocorre a junção abrupta dos dois 
epitélios. 
OCE: em fenda em multíparas e puntiforme ou oval em nulíparas. 
 
 A metade inferior do colo uterino, denominada de porção vaginal, se projeta na parede anterior da 
vagina e a metade superiro permanece acima da vagina .A porção vaginal se abre na vagina através de 
um orifício denominado de orifício cervical externo. 
 O colo uterino varia de tamanho e formato dependendo da idade da mulher, paridade e estado 
hormonal. Em mulheres que já pariram, é volumoso e o orifício cervical externo apresenta-se como uma 
fenda larga, entreaberta e transversa. Em mulheres nulíparas, o orifício cervical externo assemelha-se a 
uma pequena abertura circular no centro do colo uterino. A porção supravaginal junta-se ao corpo 
muscular do útero ao nível do orifício cervical interno. A porção do colo que se encontra na parte 
externa do orifício cervical externo é denominado de ectocérvix. Esta é a porção do colo uterino que é 
facilmente visível ao exame especular. A porção proximal ao orifício cervical externo é denominada de 
endocérvix e o orifício cervical externo precisa ser distendido ou dilatado para que se veja esta porção 
do colo uterino. O canal endocervical, que atravessa a endocérvix, conecta a cavidade uterina à vagina e 
se estende do orifício cervical interno ao externo, onde desemboca na vagina. Ele varia de comprimento 
e largura dependendo da idade e estado hormonal da mulher. É mais amplo em mulheres em idade 
reprodutiva, quando mede 6-8 mm de largura. 
 O espaço ao redor do colo uterino na cavidade vaginal é denominado de fundo de saco vaginal. A 
parte do fundo de saco entre o colo uterino e as paredes vaginais laterais é denominada de fundo de saco 
lateral; as porções entre as paredes anterior e posterior da vagina e o colo uterino são denominadas de 
fundo de saco anterior e posterior, respectivamente. 
 
Epitélio escamoso estratificado não-queratinizado 
Normalmente, uma área grande da ectocérvix está recoberta por um epitélio escamoso estratificado não-
queratinizado que contém glicogênio. É opaco, tem múltiplas (15-20) camadas de células. 
A arquitetura histológica do epitélio escamoso do colo uterino revela, ao fundo, uma única camada de 
células basais arredondadas com grandes núcleos grandes de coloração escura e citoplasma escasso, 
unida à membrana basal. A membrana basal separa o epitélio do estroma subjacente. 
O seu crescimento é hormônio-dependente, alterando-se com o ciclo menstrual. É didáticamente 
dividido em 3 camadas, com diferenciação de baixo para cima, cujo protótipo celular correspondente 
visualizamos no quadro à direita: camada profunda (P), de células basais e parabasais pequenas, 
arredondadas; camada intermediária (I), de 
celulas tendendo a poligonais, com vacúolos de glicogênio; e camada superficial (s), de células 
descamantes, definitivamente poligonais, bastante achatadas e já sem vacúolos, de propriedades 
tintoriais diferentes, corando -se, pelo Papanicolaou, de róseo ou alaranjado. 
As células basais se dividem e maturam para formar as próximas camadas denominadas de células 
parabasais, que também têm núcleos relativamente grandes de coloração escura e citoplasma basófilo de 
coloração azul-esverdeada. Uma maior diferenciação e maturação destas células conduz às camadasintermediárias de células poligonais com citoplasma abundante e pequenos núcleos arredondados. Com 
mais maturação, são formadas células grandes e acentuadamente planas com núcleos pequenos, densos e 
picnóticos e citoplasma transparente das camadas superficiais. Em termos gerais, da camada basal à 
superficial, essas células sofrem um aumento de tamanho e redução do tamanho nuclear. 
 
 
 
27 
 
As células das camadas intermediária e superficial contêm grande quantidade de glicogênio em seu 
citoplasma, que se cora de acaju ou preto depois da aplicação de solução de Lugol . A maturação do 
epitélio escamoso do colo uterino depende do estrógeno, o hormônio feminino. Se há falta de estrógeno, 
não há maturação completa nem glicogenação. Portanto, depois da menopausa, as células maturam só 
até a camada parabasal e não se dispõem em múltiplas camadas de células planas. O epitélio se torna 
fino e atrófico. No exame visual, parece pálido, com petéquias subepiteliais, já que fica facilmente 
suscetível ao traumatismo. 
 
 
As células superficiais escamosas são maduras, achatadas, poligonais e predominantemente 
eosinofílicas. Medem em geral 35 a 45 μm e sua forma reflete considerável rigidez do citoplasma 
Possuem núcleo pequeno (cerca de 5-6 μm) e picnótico, isto é, seu material nuclear se torna condensado 
e retraído. A maioria se desprende isolada, e um achado que distingue a maturidade em certas células em 
rápida proliferação é a presença de grânulos marrom-escuros intracelulares, chamados grânulos querato-
hialinos, os quais, segundo alguns autores, possuem lipídios e sua presença é estrógeno dependente. 
As células intermediárias são achatadas e poligonais, possuem núcleo vesicular com cerca de 8μm de 
diâmetro, que contém cromatina finamente granular ou reticular, membrana delicada e, ocasionalmente, 
um pequeno nucléolo ou corpo de cromatina X. O citoplasma é cianofílico, pode conter glicogênio, que 
se cora amarelado e pode mostrar dobras. Na presença de bacilos de Döderlein, estas células geralmente 
exibem citólise, que constitui um processo citolítico normal, raramente encontrado em células 
superficiais e parabasais . 
Células parabasais: são mais imaturas, redondas, cianofílicas e contêm núcleo vesicular, semelhante ao 
das intermediárias. Aumentam em número nos esfregaços de mulheres acima de 35 anos ou na presença 
de processos patológicos e predominam em estados de baixa produção de estrógenos como: antes da 
menarca, pós-parto ou pós-menopausa. Têm diâmetro de 12 a 30μm e citoplasma geralmente basofílico,. 
 
Epitélio colunar 
 
O canal endocervical é recoberto pelo epitélio colunar (às vezes, denominado de epitélio glandular). É 
composto por uma única camada de células altas com núcleos de coloração escura, próxima à membrana 
basal. Por ter uma só camada de células, tem uma altura menor que o epitélio escamoso estratificado do 
colo uterino. No exame visual, tem coloração avermelhada porque a camada fina de células únicas 
permite ver mais facilmente a coloração dos vasos subjacentes no estroma. No seu limite distal ou 
superior, funde-se com o epitélio do endométrio na parte inferior do corpo uterino. No limite proximal 
ou inferior, encontra-se com o epitélio escamoso na junção escamocolunar(J.E.C.). Recobre uma 
extensão variável da ectocérvix, dependendo da idade, estado reprodutivo, hormonal e de menopausa da 
mulher. 
O epitélio colunar não forma uma superfície achatada no canal cervical, mas é empurrado para dentro 
das em múltiplas pregas longitudinais que se projetam na luz do canal, formando projeções papilares. 
 
28 
 
Forma várias invaginações na matriz do estroma cervical, resultando na formação de criptas 
endocervicais (às vezes denominadas de glândulas endocervicais). Às vezes, é visível uma vegetação 
exuberante localizada do epitélio colunar endocervical, como uma massa avermelhada que se projeta do 
orifício cervical externo ao exame visual do colo uterino. É conhecido como pólipo cervical . Em geral, 
começa como uma hipertrofia localizada de uma única papila colunar e, quando se expande, origina-se 
como uma massa. É composto de um centro de estroma endocervical revestido por epitélio colunar com 
criptas subjacentes. 
O epitélio endocervical é também responsivo ao ciclo hormonal da mulher, em fase proliferativa 
apresentando aspecto essencialmente colunar, com núcleos a meio caminho do ápice, como vemos na 
imagem acima. Já na segunda fase a célula torna-se bojuda pela secreção do muco, que empurra o 
núcleo para a base. São vistas ainda raras células ciliadas. 
 
 
 
 
 
Nos esfregaços, enquanto as células escamosas são encontradas sozinhas ou em pequenos grupos, as 
colunares são geralmente vistas em tiras ou lençóis. O canal endocervical é constituído de epitélio 
colunar simples secretor de muco, formado por células chamadas endocervicais. Estas medem de 8 a 
20μm, são alongadas com citoplasma claro, finamente vacuolizado e palidamente cianofílico, 
ocasionalmente preenchido com muco. O núcleo excêntrico e vesicular possui cromatina finamente 
granular e regularmente distribuída, podendo ser observados um ou dois nucléolos pequenos. Quando 
em lençóis lembram favos de mel devido ao seu arranjo uniforme com bordos bem definidos e quando 
vistos de cima e em “paliçada” ou “cêrcas” quando visualizadas de lado. 
Células endometriais são observadas normalmente nos primeiros dez dias do ciclo, seu aparecimento 
após o décimo segundo dia está associado ao uso de dispositivos intrauterinos (DIU), pólipos 
endometriais ou endometrite. Podem ser menores que as endocervicais, medindo de 4 a 16μm, com 
citoplasma escasso, às vezes vacuolizado e cianofílico. O núcleo é vesicular, redondo ou oval, de 
tamanho homogêneo, com cromatina regularmente distribuída, pouco granular e geralmente sem 
nucléolos visíveis. Arranjam-se em grupos coesos tridimensionais. 
 
 Histiócitos podem ser observados no final do ciclo menstrual e nos primeiros dez dias da fase 
proliferativa, mas muitas vezes indicam condição reativa. Podem ser pequenos ou grandes, medindo de 
12 a 15μm, ou mesmo gigantes multinucleados, medindo até 50μm, seu citoplasma é cianofílico e 
espumoso, seus bordos celulares são indistintos e seu núcleo é riniforme ou formato variável com padrão 
de cromatina proeminente. 
 
Granulócitos ou neutrofilos são comumente observados no começo e no final do ciclo sem indicar 
necessariamente a presença de infecção ou inflamação. Linfócitos e plasmócitos aparecem raramente em 
esfregaços normais. 
 
O muco é um elemento quase constante nos esfregaços cérvico-vaginais, em maior ou menor 
quantidade, é o muco, originado na secreção das glândulas endocervicais. Frequentemente disposto em 
filamentos mais ou menos espessos, no seu interior vêem-se não raro pequenas bolhas, células epiteliais 
 
29 
 
em geral degeneradas e também leucócitos. Como são estes últimos muito frequentes no muco, em geral 
não se os considera muito na avaliação do grau de inflamação presente no esfregaço. 
 
Tipo de 
Célula 
CITOPLASMA NÚCLEO 
 
FORMA 
CONTOR-
NOS 
AFINIDADE 
TINTORIAL VACÚOLOS 
GRANULA-
ÇÕES TAMANHO FORMA 
AFINIDADE 
TINTORIAL 
TIPO DE 
CROMATINA
Cianófilas 
Profundas 
(Parabasal) 
Redonda 
ou ligeira- 
mente 
ovalada 
Definidos Azul-verde Ausentes Ausentes > que o da 
intermediá- 
ria, ocupa 
metade ou 
pouco me- 
nos da área 
celular 
 
Redon-
da ou 
Oval 
Hipercro- 
mática 
Regular, 
grumos 
grandes 
Cianófilas 
Intermediá- 
rias 
Ovaladas, 
alongadas 
ou 
poliédri-
cas 
Definidos, 
as vezes 
preguea-
dos 
Azul-verde Presente 
glicogênio 
(amarelado) 
Ausentes > que o da 
superficial e 
<que o da 
parabasal 
Redon-
da ou 
oval. 
Posição 
central. 
Borda 
bem 
definida 
e 
delicada 
Vesiculosa Granulos 
mais finos, 
delicados. 
Presença de 
Cariossomas 
ou 
Cromocentro
Cianófilas 
Superficiais 
Poligonais 
Poliédri-
cas e 
Achatada 
Definidos, 
as vezes 
preguea-
do ou 
irregulares 
Azul-verde, 
transparen-
te 
Ausentes Presentesgranulos de 
querato-
hialina 
Picnótico e 
condensado 
Redon-
da ou 
oval 
Hipercro-
mática 
Condensada
Eosinófilas 
Superficiais 
Poligonais 
Poliédri-
cas e 
Achatada 
Definidos 
as vezes 
preguea-
do ou 
irregulares 
Vermelhas, 
eosinófilas, 
transparen-
te 
Ausentes Presentes 
granulos de 
querato-
hialina 
Picnótico e 
condensado 
Redon-
da ou 
oval 
Hipercro-
mática 
Condensada
Endocervi-
cais 
Colunar: 
isolada ou 
palhiçada; 
Redonda: 
favo de 
mel 
Mal 
definidos 
Translúcido Presentes Ausentes Quase igual 
da interme-
diária 
Oval = 
palhiça-
da ou 
Central 
= favo 
de mel 
Hipercro-
mática 
Finamente 
granulosa e 
delicada 
Endometri-
ais 
Redonda Definidos Azul-verde Presentes Ausentes Volumoso Oval ou 
redonda 
Hipercro-
mática 
Granular 
Histiócito Forma e 
volume 
variável 
Mal 
definidos 
Pouco 
verde-acin-
zentado 
Presentes 
(Xantomato-
so) 
Ausentes Variável, 
posição 
excêntrica 
Variável: 
oval, re-
donda 
ou re- 
niforme 
Hipercro-
mática 
Finamente 
granular 
 
 
 
 
 
ALTERAÇOES REATIVAS (INFLAMATORIAS/ 
INFECCIOSAS) NO TRATO GENITAL FEMININO 
INFERIOR 
 
As lesões inflamatórias do colo uterino e vagina são comumente observadas, em particular em mulheres 
de países tropicais em desenvolvimento. A inflamação cervical é devida principalmente à infecção (em 
geral, mista ou por vários microorganismos); outras causas compreendem corpos estranhos (dispositivo 
 
30 
 
intra-uterino, tampão retido etc.), traumatismo e irritantes químicos como géis ou cremes. Neste capítulo 
são descritas as características clínicas e diagnósticas dessas lesões para facilitar o diagnóstico 
diferencial de lesões cervicais. 
 
As lesões inflamatórias estão associadas com corrimento mucopurulento, soropurulento, branco ou 
seroso e sintomas como dor abdominal baixa, dor lombar, prurido e dispareunia. Como mencionado 
anteriormente, são mais comumente causadas por infecções ou corpos estranhos irritantes. Os 
microorganismos infecciosos comumente causadores de tais lesões incluem protozoários como 
Trichomonas vaginalis; fungos como Candida albicans; crescimento excessivo de bactérias anaeróbias 
(Bacteriodes, Peptostreptococcus, Gardnerella vaginalis, Gardnerella mobiluncus) em uma afecção 
como a vaginose bacteriana; outras bactérias como Chlamydia trachomatis, Haemophilus ducreyi, 
Mycoplasma hominis, Streptococcus, Escherichia coli, Staphylococcus e Neisseria gonorrhoea e vírus 
como o vírus do herpes simples. 
 
A inflamação cervical provoca um corrimento diário que pode ser ou não pruriginoso, purulento, fétido 
ou espumoso, que mancha a roupa de baixo e requer o uso regular de absorventes higiênicos. Essas 
afecções inflamatórias são sintomáticas e devem ser identificadas, diferenciadas da neoplasia cervical e 
tratadas. Em caso de dúvida, deve-se fazer uma biopsia. 
 
CERVICOVAGINITE 
O termo cervicovaginite refere-se à inflamação do epitélio escamoso da vagina e do colo uterino. Neste 
quadro, a mucosa cervical e vaginal responde à infecção com uma reação inflamatória que é caracterizada pela 
destruição das células superficiais. Esta conduz à descamação e ulceração, que causam uma redução da 
espessura epitelial devido à perda de células da camada superficial e de parte da camada intermediária (que 
contêm glicogênio). Nas camadas mais profundas, as células sofrem tumefação com infiltração de neutrófilos 
no espaço intercelular. A superfície do epitélio é recoberta por resíduos celulares e secreções inflamatórias 
mucopurulentas. O tecido conjuntivo subjacente sofre congestão, com dilatação dos vasos superficiais e as 
papilas do estroma se tornam hipertróficas e dilatadas. 
CERVICITE 
Cervicite é o termo usado para indicar a inflamação que acomete o epitélio colunar do colo uterino. 
Causa congestão do tecido conjuntivo subjacente, descamação celular e ulceração com secreção 
mucopurulenta. Se a inflamação persiste, as vilosidades tornam-se mais delgadas e há perda do aspecto 
botrióide (semelhante à uva) e a mucosa pode secretar menos muco. Em ambos as afecções anteriores, 
depois de inflamação e necrose tecidual repetidas, as lesões regeneram e o tecido necrótico é eliminado. 
O epitélio recém-formado apresenta numerosos vasos e a proliferação de tecido conjuntivo dá origem à 
fibrose de grau variável 
 
VULVOVAGINITES 
 Leucorréia é o aumento do fluxo vaginal popularmente chamado de corrimento 
 É importante a diferenciação do que é considerado fluxo vaginal normal e patogênico 
Uma das principais causas de consulta ginecológica 
 
 Queixas: fluxo vaginal aumentado, prurido e irritação, cheiro desagradável e desconforto 
 
Três principais causas de vulvovaginites: vaginose bacteriana, candidíase e tricomoníase 
Os vírus HSV e HPV também podem promover infecções nesta região. 
 
Não Infecciosas: Vaginite por corpo estranho, Vaginite alérgica, Vaginite traumática, Vaginite atrófica 
 
 
31 
 
O fluxo vaginal normal é constituído de: secreções de glândulas vestibulares (Skene e Bartholin), 
transudado da parede e descamação celular do epitélio vaginal, muco cervical, líquido do endométrio e 
trompas, quantidade média de 1,5g/ 8h 
 
O conteúdo fisiológico é geralmente: branco, inodoro e sem sintomas, varia de quantidade de acordo 
com o dia do ciclo menstrual 
 É característica da secreção normal a presença dos Bacilos de Döederlein (Lactobacilos spp) 
 pH abaixo 4,5 
 mucosa vaginal rosa-pálido 
 
Lactobacilos- Bacilos de Döederlein: predominam no meio vaginal 
indicam proteção do meio vaginal 
mantém o pH ácido da vagina 
utilizam o glicogênio e produzem acido Lático 
epitélio da vagina é rico em glicogênio por influência do estrogênio 
 
A diminuição de estrogênios: 
 infância e menopausa 
 leva a ausência de bacilos 
 não é patológico, porém facilita a infecção 
 
Secreção vaginal fisiológica se altera: influência hormonal, orgânica ou psíquica, atividade sexual, 
varia a quantidade e qualidade de acordo com cada mulher 
 
Mucorréia 
 secreção vaginal acima do normal 
 ausência de inflamação vaginal 
 muco claro e límpido 
Uma das principais causas: desequilíbrio da flora vaginal, diminuição ou ausência de lactobacilos, 
aumento dos leucócitos e aumento de bactérias 
 
VAGINOSE BACTERIANA 
 Síndrome clínica 
 Desequilíbrio da flora vaginal normal 
 Redução ou ausência de lactobacilos 
 Aumento de bactérias anaeróbias 
 40% das vulvovaginites 
 Flora mista: Gardnerella vaginallis, Peptostreptococcus, Prevottela sp, Bacteroides sp, Mobiluncus sp, 
bactérias anaeróbias 
 
Sintomas: 
 acima de 50% das mulheres são assintomáticas 
 fluxo vaginal escasso acinzentado e aderente à mucosa vaginal 
 Odor Vaginal forte, que se compara ao cheiro de peixe podre, que se exacerba após as relações vaginais 
e após a menstruação 
 ardência vaginal (não é muito freqüente) 
 
Critérios para diagnostico 
 1) pH vaginal superior a 4,5 
 2) Aspecto cremoso, homogêneo, cinzento, aderente as paredes vaginais e colo 
 3) Teste de odor da secreção vaginal (whiff-teste): a adição de hidróxido de potássio a 10% - 
aparecimento de odor “peixe podre” 
 
32 
 
4) Visualização de clue cells: 
 células epiteliais recobertas de Gardnerella vaginalis 
 aderentes à membrana celular 
 contorno granuloso e impreciso 
 um dos melhores indicadores de vaginose 
 
TRICOMINÍASE 
 DST 
 Causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis 
 Incubação de 4 a 28 dias 
 25% das vulvovaginites 
 Encontra-se na cérvice, vagina e uretra 
 Acomete vulva, vagina e colo, causando cervico-vaginite 
Sinais e sintomas: 50% podem ser assintomáticas, aumento do fluxo vaginal (bolhoso), cinza-
esverdeado, prurido vulvar e dispareunia, hiperemia, edema de vulva e vagina, menos comum: disúria, 
polaciúria e dor 
 
 Diagnóstico: 
 identificação do tricomonas no exame a fresco 
 flagelados, ovóides e móveis 
 aumento de células inflamatórias e vaginais 
 
 
 
 VULVOVAGINITE FÚNGICA 
 É uma infecção da vulva e vagina, causada por um fungo comensal que habitaa mucosa vaginal e a 
mucosa digestiva, que cresce quando o meio torna-se favorável para o seu desenvolvimento 
 Estima-se que 75% das mulheres terão 1 episódio na vida 
 
Agente: 
 80 a 90% dos casos são devidos a Cândida Albicans 
 10 a 20% a outras espécies chamadas não-Albicans (C. tropicalis, C. glabrata, C. krusei, C. parapsilosis) 
 
Sintomatologia depende do grau de infecção 
 Sintomas: prurido vulvovaginal (principal sintoma, e de intensidade variável), disuria, irritação 
vulvovaginal, dispareunia 
 
Fatores predisponentes: Diabetes Mellitus, Obesidade, Uso de estrógenos e contraceptivos orais de 
altas dosagens, Gestação, Diafragma e espermicidas, DIU, Uso de antibióticos, corticóides ou 
imunossupressores, hábitos de higiene e vestuário inadequados – roupas sintéticas e abafadas 
(diminuem a ventilação e aumentam a umidade e o calor local), contato com substâncias alergênicas 
e/ou irritantes (por exemplo: talco, perfume, desodorante) , Imunodeficiência, incluindo infecção pelo 
HIV 
 
VULVOVAGINITE FÚNGICA - Recorrente 
 4 ou mais episódios sintomáticos no ano 
 5 a 8% das mulheres 
 investigar outros fatores predisponentes: diabetes, imunodepressão, infecção pelo HIV, uso de 
corticóides 
 prevenção e orientação de higiene 
 
Diagnóstico: 
 
33 
 
 sugerido clinicamente 
 exame a fresco 
 40 a 60% dos casos tem a presença de hifas 
 
 
 
CRITERIOS CITOMORFOLOGICOS PARA ALTERAÇÕES 
REATIVAS DO TRATO GENITAL FEMININO 
A célula normal está confinada em uma estreita variação de funções e estrutura, ditada por 
programas genéticos de metabolismo, diferenciação e especialização, pela disponibilidade de substratos 
metabólicos. Diante de constantes alterações fisiológicas e ambientais, se as células fossem sistemas 
estáticos e rígidos, as modificações em seu redor afetariam profundamente as funções dos tecidos. Os 
mecanismos homeostáticos entram em ação em situações fisiológicas e também para amenizar danos 
sofridos como resposta a processos patológicos. 
As células podem adaptar-se aos estímulos lesivos modificando-se para alcançar um novo estado 
constante de metabolismo e estrutura que as deixe mais aptas a sobreviver. O que distingue doença é que 
a natureza ou grau da mudança ambiental é suficientemente severo para causar dano significante na 
estrutura ou função do corpo . Se os limites de resposta adaptativa a um estímulo são excedidos, ou em 
certas instâncias quando a adaptação não é possível, segue-se uma seqüência de eventos conhecidos 
como injúria celular, que é reversível até certo ponto. 
A interação entre as injúrias e como o corpo reage é a essência de como a doença ocorre. Se o 
estímulo persiste ou é muito acentuado, a célula pode sofrer injúria irreversível e morrer. A morte 
celular é um dos eventos mais cruciais na patologia, afetando todos os tipos celulares e sendo a principal 
conseqüência de isquemia, infecções, ação de toxinas e reações imunes. 
 
INJÚRIA CELULAR, REAÇÕES CELULARES E REPARO TECIDUAL 
Virtualmente todas as formas de injúria a órgãos começam com alterações moleculares ou 
estruturais em células, um conceito iniciado no século XIX por Rudolf Virchow, conhecido como pai da 
patologia moderna. Manifestações microscópicas de injúria celular incluem: vacuolização citoplasmática 
anormal, que precede a desintegração completa do citoplasma por perda da semi-permeabilidade da 
membrana plasmática, homogeneização nuclear, cariopicnose e cariorrexis, entre outros. 
Certas funções celulares anormais podem ser detectadas quimicamente, por exemplo, falha na 
síntese de uma molécula, como a insulina. Injúrias mais severas levam a alterações visíveis ao exame 
histológico, como danos a organelas, alterações de gorduras, entre outras, que indicam lesão celular, não 
necessariamente irreversível. A injúria irreversível pode levar à morte celular por necrose ou apoptose. 
As reações à injúria têm sido mantidas durante a evolução e uma delas é a inflamação. A resposta 
inflamatória está intimamente ligada ao processo de reparo. A inflamação serve para destruir, diluir ou 
isolar o agente causador da injúria, mas, por outro lado, põe em movimento uma série de eventos que, 
sempre que possível, cicatrizam e reconstituem o tecido danificado. A resposta inflamatória ocorre no 
tecido conjuntivo vascularizado e é dividida em aguda e crônica. A aguda é de duração relativamente 
curta - minutos, horas ou poucos dias – e suas principais características são exsudação de fluido e 
proteínas plasmáticas, com formação de edema, e a migração de leucócitos predominantemente 
neutrófilos. A crônica tem maior duração e está associada com a presença de linfócitos e macrófagos e 
com a proliferação de vasos sangüíneos e tecido conjuntivo. 
O reparo começa durante as primeiras fases da inflamação, mas se completa geralmente após a 
neutralização da causa da injúria. Durante o reparo, o tecido danificado é recolocado por regeneração 
das células parenquimais nativas ou por preenchimento do defeito com fibroblastos, na cicatrização ou, 
mais comumente, por uma combinação desses dois processos. 
Em geral, as células agredidas desativam genes de manutenção que codificam proteínas 
estruturais e expressam em grande quantidade os genes de estresse celular, os quais codificam uma série 
de proteínas com funções de organização e proteção celular. Muitas das proteínas de estresse celular 
 
34 
 
foram descritas inicialmente ao estudar a resposta ao choque térmico e, por isso, esse é um dos grupos 
principais. 
 Uma prova de sua importância biológica fundamental reside no fato de que muitas delas estão 
entre os produtos gênicos mais preservados ao longo da evolução. Entre as proteínas de choque térmico, 
as menores associam-se transitoriamente a proteínas normais ou lesadas para protegê-las de agressões. 
Outras manifestações, que indicam adaptação celular à injúria, podem ser observadas 
microscopicamente, como: perda de cílios, comum em células glandulares do endocérvix; redução das 
junções celulares com aparecimento de maior número de células epiteliais isoladas; presença de 
partículas fagocitadas e multinucleação. 
A incapacidade para adaptar-se com êxito faz a célula fracassar em sua função e pode provocar 
uma lesão sub-letal (degeneração) ou a morte celular (necrose ou apoptose). 
A necrose, tipo mais comum de morte celular por estímulo exógeno, ocorre após isquemia ou 
injúria química, com ruptura celular, desnaturação e coagulação das proteínas citoplasmáticas, quebra 
das organelas, perda da estrutura citoplasmática e alterações nucleares, com formação de fragmentos 
reconhecíveis microscopicamente. O dano à membrana leva à indefinição dos bordos celulares, e pode 
também causar perda das propriedades adesivas normais. Uma característica importante da necrose é vir, 
muitas vezes, acompanhada de reação inflamatória. 
A apoptose é um evento mais regulado, que é desenhado para a eliminação normal de células que 
já não são mais necessárias, durante a embriogênese e em vários processos fisiológicos. Uma 
endonuclease específica, aparentemente cliva o DNA, resultando em alterações celulares características . 
Depois de perder especializações e junções com as demais, a célula divide-se em vários fragmentos 
chamados corpos apoptóticos, que são reconhecidos e fagocitados pelas células adjacentes. Seus 
principais achados morfológicos são: condensação e fragmentação da cromatina. Embora os 
mecanismos de necrose e apoptose difiram, há sobreposição entre os dois processos. 
A interrupção do suprimento sanguíneo ou isquemia, causa mais comum de hipóxia, é um dos 
eventos que pode levar à injúria ou à morte celular. Na ocorrência de hipóxia ou dano às mitocôndrias 
há prejuízo na produção de ATP, que desempenha papel fundamental na manutenção das bombas 
responsáveis pelas trocas iônicas celulares. A entrada de sódio e água provavelmente contribui para que 
as células inchem, conferindo-lhes aspecto nebuloso. O aumento de cálcio

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