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Aula 00
Questões Comentadas de Direito Constitucional p/ AFRFB 2014
Professor: Nádia Carolina
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Questões Comentadas de D. 
Constitucional p/AFRFB - 2014 
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AULA 00: Constituição: Conceito. Classificação. 
Aplicabilidade e Interpretação das Normas 
Constitucionais. Poder Constituinte: Conceito. 
Finalidade. Titularidade e Espécies. 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1-Apresentação Inicial e Cronograma 1-2 
2-Questões Comentadas 3-68 
3-Lista de Questões 69-87 
4-Gabarito 88-92 
Olá, meu amigo (a) concurseiro(a)! 
 Meu nome é Nádia Carolina. Fui aprovada em vários concursos, dentre 
os quais se destacam os de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (2010), 
tendo obtido o 14o lugar nacional e de Analista-Tributário da Receita Federal do 
Brasil (2010), em que obtive o 16o lugar nacional. Atualmente ocupo o cargo 
de Auditora-Fiscal da Receita Federal do Brasil e sou professora do Estratégia 
(das 18 horas às 8 da manhã...rsrs). Também publico artigos regularmente no 
site Eu Vou Passar. 
 Chega de falar de mim, pois o tempo é curto! Tratemos do principal: 
nosso curso. 
 Este curso visa a preparar você da forma mais objetiva possível para a 
prova de Direito Constitucional do concurso de Auditor-Fiscal da Receita 
Federal do Brasil (AFRFB). Por meio da resolução de milhares de exercícios 
(cerca de três mil!), você adquirirá um grau elevadíssimo de confiança, 
ganhando preciosos pontos e muito tempo em sua prova. Esses preciosos 
minutinhos poderão ser empregados na resolução de questões complicadas de 
outras matérias, como Raciocínio Lógico e Português, na minha opinião as 
matérias mais trabalhosas da parte Geral...E, como você sabe, qualquer 
segundo a mais na prova pode fazer a diferença entre a aprovação e a 
reprovação, ser lotado na fronteira ou numa capital!  
 Com o objetivo de facilitar a compreensão dos temas, a maior parte das 
questões de múltipla escolha será utilizada no formato certo/errado. Isso 
porque as bancas muitas vezes cobram diversos assuntos em uma questão só, 
e a manutenção do modelo inicial da questão dificultaria a organização deste 
curso. 
 Dito isso, confira nosso cronograma: 
 
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Aulas Tópicos abordados Data 
Aula 00 Constituição. Conceito. Classificação. Aplicabilidade 
e Interpretação das Normas Constitucionais. Poder 
Constituinte. Conceito, Finalidade, Titularidade e 
Espécies. 
- 
Aula 01 Princípios Fundamentais. Direitos e Garantias 
Fundamentais (Parte I) 
26/03 
Aula 02 Direitos e Garantias Fundamentais (Parte II). 02/04 
Aula 03 Direitos Sociais. Nacionalidade. Direitos Políticos. 
Organização Nacional (União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios). Competências. 
09/04 
Aula 04 Poder Legislativo. Processo Legislativo. Reforma da 
Constituição. Controles Interno e Externo. Tribunais 
de Contas. Poder Executivo. Poder Judiciário. 
Ministério Público. 
16/04 
Aula 05 Administração Pública. Da Ordem Social. Da Ordem 
Econômica. Do Sistema Tributário Nacional. Das 
finanças públicas. Do orçamento. A defesa do 
Estado e das instituições democráticas. 
23/04 
Aula 06 Supremacia da Constituição. Controle de 
Constitucionalidade. 
30/04 
 As questões utilizadas em cada aula serão colocadas ao final do arquivo, 
de modo que você possa tentar resolvê-las antes de ler o comentário a elas 
referente ou utilizá-las como ferramentas de revisão rápida na “reta final” de 
preparação para o concurso. 
 Finalmente, gostaria de convidá-lo, caro (a) aluno(a) a participar 
ativamente do curso. Sinta-se à vontade para enviar suas dúvidas para nosso 
fórum!  
 Após esta breve explicação sobre o curso, vamos à aula 00... 
 
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Conceito de Constituição 
1. (ESAF/2007/PGFN) Para Ferdinand Lassalle, a constituição é 
dimensionada como decisão global e fundamental proveniente da 
unidade política, a qual, por isso mesmo, pode constantemente 
interferir no texto formal, pelo que se torna inconcebível, nesta 
perspectiva materializante, a ideia de rigidez de todas as regras. 
Comentários: 
 Para Lassalle, a Constituição é fruto da soma dos fatores reais de poder. 
Segundo o autor, em um país existem duas Constituições: uma real, efetiva, 
correspondente à soma dos fatores reais de poder que regem este país e 
outra, escrita, que consiste apenas numa “folha de papel”. No caso de conflito 
entre as duas, prevaleceria a primeira. O enunciado traduz o sentido político 
de Constituição, preconizado por Carl Schmmitt. Questão incorreta. 
2. (ESAF/2006/ENAP) Na concepção sociológica, defendida por 
Ferdinand Lassale, a Constituição seria o resultado de uma lenta 
formação histórica, do lento evoluir das tradições, dos fatos sócio-
políticos, que se cristalizam como normas fundamentais da 
organização de determinado Estado. 
Comentários: 
 Não há qualquer ligação entre o lento evoluir das tradições e dos fatos 
sócio-políticos e o sentido sociológico de Constituição, preconizado por 
Lassalle. Para ele, a Constituição é resultado dos fatores reais de poder que 
regem uma sociedade. Esses fatores constituem uma força ativa e eficaz que, 
por força de uma necessidade, informa todas as leis e instituições jurídicas 
vigentes no país, determinando que elas sejam o que realmente são. 
 Na época de Lassalle, esses fatores foram enumerados por ele como 
sendo a monarquia, a aristocracia, a grande burguesia, os banqueiros, a 
pequena burguesia e a classe operária, que compunham parte de Constituição, 
por ele denominada Constituição real e efetiva. Esta se distinguiria da 
Constituição jurídica porque, enquanto a real e efetiva representaria as 
relações de poder efetivamente existentes em uma sociedade (verdadeira 
Constituição), as normas constitucionais vigentes (Constituição escrita) seria 
mera folha de papel, que deveria corresponder à Constituição real, sob pena 
de ilegitimidade. Existindo o divórcio entre essas duas formas de Constituição, 
a escrita estaria liquidada, sucumbindo, necessariamente, às verdadeiras 
forças reais do país. 
 Questão incorreta. 
3. (ESAF/2005/STN) Na concepção de constituição em seu sentido 
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político, formulada por Carl Schmmitt, há uma identidade entre o 
conceito de constituição e o conceito de leis constitucionais, uma vez 
que é nas leis constitucionais que se materializa a decisão política 
fundamental do Estado. 
Comentários: 
 Pelo contrário! Schmitt estabelece uma distinção entre constituição e leis 
constitucionais. A primeira, segundo ele, dispõe apenas sobre matérias de 
grande relevância jurídica (decisões políticas fundamentais), como é o caso da 
organização do Estado, por exemplo. As segundas, por sua vez, seriam normas 
que fazem parte formalmente do texto constitucional, mas que tratam de 
assuntos de menor importância. Desse modo, é na constituição que se 
materializa a decisão política fundamental do Estado. Questão incorreta. 
4. (ESAF/2007/PGFN) Carl Schmitt, principal protagonista da 
corrente doutrinária conhecida como decisionista, advertia que não há 
Estado sem Constituição, isso porque toda sociedade politicamente 
organizada contém uma estrutura mínima, por rudimentar que seja; 
por isso, o legado da Modernidade não éa Constituição real e efetiva, 
mas as Constituições escritas. 
Comentários: 
 De fato, Schmitt faz parte da corrente decisionista, que busca entender o 
sentido político da Constituição, por ele considerada decisão política 
fundamental. Entretanto, diferentemente do que diz o enunciado, o autor tinha 
como preocupação o conteúdo das normas constitucionais, não a sua forma. 
Questão incorreta. 
5. (ESAF/2005/Estado RN/Auditor Fiscal) A constituição em 
sentido político pode ser entendida como a fundamentação lógico-
política de validade das normas constitucionais positivas. 
Comentários: 
 Importante concepção de Constituição foi a preconizada por Hans Kelsen, 
criador da Teoria Pura do Direito. Para ele, a Constituição deve ser considerada 
apenas como norma, sem qualquer consideração de cunho sociológico, político 
ou filosófico. Kelsen avalia a Constituição a partir de dois sentidos: o lógico-
jurídico e o jurídico-positivo. 
 No sentido lógico-jurídico, a Constituição é a norma fundamental 
hipotética (não real, mas sim imaginada, pressuposta) que serve como 
fundamento lógico transcendental da validade da Constituição em sentido 
jurídico-positivo. Esta norma não possui um enunciado explícito, consistindo 
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apenas numa ordem, dirigida a todos, de obediência à Constituição positiva. 
Assim, no sistema proposto por Kelsen, o fundamento de validade das normas 
está na hierarquia entre elas. Todas as normas legais teriam, portanto, 
fundamento na Constituição positiva, que, por sua vez, se apoiaria na norma 
fundamental. 
 Já no sentido jurídico-positivo a Constituição é a norma positiva 
suprema, que serve para regular a criação de todas as outras. É documento 
solene, cujo texto só pode ser alterado mediante procedimento especial. No 
Brasil, esta Constituição é, atualmente, a de 1988 (CF/88). 
 Desse modo, é no sentido lógico-jurídico de Constituição, preconizado 
por Kelsen, que esta é entendida como fundamento de validade de todas as 
demais normas do ordenamento jurídico. O examinador “fez a maior bagunça” 
no enunciado para confundir você! Questão incorreta. 
6. (ESAF/2003/AFT) Para Hans Kelsen, a norma fundamental, fato 
imaterial instaurador do processo de criação das normas positivas, 
seria a constituição em seu sentido lógico-jurídico. 
Comentários: 
 O enunciado sintetiza o sentido lógico-jurídico de Constituição. É essa 
norma hipotética, fundamental, que possibilita a criação da Constituição em 
sentido jurídico-positivo. Questão correta. 
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A Pirâmide de Kelsen 
7. (ESAF/2005/STN) Em razão da superioridade hierárquica da lei 
complementar sobre a lei ordinária, a disciplina de uma matéria, por 
lei complementar, ainda que ela não esteja reservada a essa espécie 
de instrumento normativo, impede que ela venha a ser disciplinada de 
forma distinta em lei ordinária. 
Comentários: 
 A pirâmide de Kelsen tem a Constituição e as emendas constitucionais 
como seu vértice (topo), por serem fundamento de validade de todas as 
demais normas do sistema. Assim, nenhuma norma do ordenamento jurídico 
pode se opor à Constituição: ela é superior a todas as demais normas 
jurídicas, que são, por isso mesmo, denominadas infraconstitucionais. 
 As normas imediatamente abaixo da Constituição (infraconstitucionais) 
são as leis (complementares, ordinárias e delegadas), as medidas provisórias, 
os decretos legislativos, as resoluções legislativas, os tratados internacionais 
em geral incorporados ao ordenamento jurídico e os decretos autônomos. 
Todas essas normas serão estudadas em detalhes em aula futura, não se 
preocupe! Neste momento, quero apenas que você guarde quais são as 
normas infraconstitucionais e que elas não possuem hierarquia entre si, 
segundo doutrina majoritária. Essas normas são primárias, sendo capazes de 
gerar direitos e criar obrigações, desde que não contrariem a Constituição. 
 Nesse sentido, tem-se o entendimento do Supremo de que a lei 
complementar não é hierarquicamente superior à lei ordinária. Ambas têm 
campos de atuação diversos, a matéria (conteúdo) é diferente. No caso de 
matéria disciplinada por lei formalmente complementar, mas não submetida à 
reserva constitucional de lei complementar, eventuais alterações desse 
diploma legislativo podem ocorrer mediante simples lei ordinária. Isso porque 
a lei complementar será, materialmente, ordinária, subsumindo-se ao regime 
constitucional dessa lei 1. 
 Finalmente, abaixo das leis encontram-se as normas infralegais. Elas são 
normas secundárias, não tendo poder de gerar direitos, nem, tampouco, de 
impor obrigações. Não podem contrariar as normas primárias, sob pena de 
invalidade. É o caso das portarias, das instruções normativas, dentre outras. 
 Questão incorreta. 
8. (ESAF/2002/STN) As emendas à Constituição têm status 
hierárquico inferior às normas da Constituição elaboradas pelo próprio 
 
1 AI 467822 RS, 04.04.11. 
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poder constituinte originário. 
Comentários: 
 Tanto as emendas à Constituição quanto as normas constitucionais 
originárias apresentam o mesmo “status”, situando-se no topo da Pirâmide de 
Kelsen. Questão incorreta. 
9. (ESAF/2006/MTE) Aos tratados sobre direitos humanos, em 
vigor no plano internacional e interno, a Constituição Federal 
assegura hierarquia de norma constitucional. 
Comentários: 
 A partir da Emenda Constitucional no 45 de 2004, os tratados e 
convenções internacionais aprovados em cada Casa do Congresso Nacional 
(Câmara dos Deputados e Senado Federal), em dois turnos, por três quintos 
dos votos dos respectivos membros, passaram a ser equivalentes às emendas 
constitucionais. Situam-se, portanto, no topo da pirâmide de Kelsen, tendo 
“status” de emenda constitucional. Questão incorreta. 
10. (ESAF/2005/STN) Os tratados internacionais, dentro da 
hierarquia das normas, serão sempre equiparados à lei ordinária. 
Comentários: 
 Alguns tratados sobre direitos humanos têm, segundo o STF, hierarquia 
supralegal, por terem sido internalizados pelo rito comum2. Outros, 
internalizados com o rito próprio de emendas constitucionais, se equiparam às 
emendas constitucionais. Por fim, os demais tratados internacionais, que não 
tratam de direitos humanos, são equiparados à lei ordinária. Questão 
incorreta. 
11. (ESAF/2004/CGU) Segundo a jurisprudência do STF, se uma lei 
complementar disciplinar uma matéria não reservada a esse tipo de 
instrumento normativo, pelo princípio da hierarquia das leis, não 
poderá uma lei ordinária disciplinar tal matéria. 
Comentário 
 Nesse caso, a lei complementar será tida como materialmente ordinária, 
podendo esta última revogá-la. Questão incorreta. 
 
2 Súmula vinculante no 25, STF; RE 627217 SC, j. 10.05.2012, Rel. Min. Dias Toffoli. 
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12. (ESAF/2007/PGFN) É válida a revogação por lei ordinária de 
dispositivo formalmente inserido em lei complementar, cuja matéria 
disciplinada não estava constitucionalmente reservada a esta última. 
Comentários: 
 De fato, no caso de dispositivo formalmenteinserido em lei 
complementar, cuja matéria não foi reservada a esse instrumento normativo 
pela Constituição, é possível sua revogação por lei ordinária. Isso porque essa 
lei, embora formalmente complementar, será tida como materialmente 
ordinária. Questão correta. 
13. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) Lei ordinária que regulamentou matéria 
atribuída pela Constituição à lei complementar é formal e 
materialmente inconstitucional, independentemente de apreciação e 
julgamento pelo Supremo Tribunal Federal. 
Comentários: 
 De fato, como a lei complementar apresenta processo legislativo mais 
dificultoso que o da lei ordinária, se a última disciplinar matéria reservada à 
primeira, será considerada inválida (inconstitucional). Entretanto, 
diferentemente do que diz o enunciado, essa inconstitucionalidade, entretanto, 
depende de apreciação e julgamento pelo STF, devido ao princípio da 
presunção de legitimidade das leis. Questão incorreta. 
14. (ESAF/2003/Ministério do Trabalho/AFT) Segundo a 
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), a distinção entre a 
lei complementar e a lei ordinária não se situa no plano da hierarquia, 
mas no da reserva de matéria. 
Comentários: 
 De fato, esse é o entendimento do STF3. Questão correta. 
15. (ESAF/2003/Prefeitura de Recife) Por força do princípio da 
hierarquia das leis, sempre que uma lei municipal estiver em conflito 
com uma lei votada na Assembleia Legislativa do Estado em que o 
Município se situa, a lei municipal deverá ser tida como 
inconstitucional. 
 
 
3 AI 467822 RS, 04.04.11. 
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Comentários: 
 Não há hierarquia entre as leis dos diferentes entes federativos, mas sim 
uma divisão de competências pela Constituição. Questão incorreta. 
16. (ESAF/2003/TCE-PR) Por força do princípio da hierarquia das 
leis, sempre que uma lei municipal estiver em conflito com uma lei 
votada na Assembleia Legislativa do Estado em que o Município se 
situa, a lei municipal deverá ser tida como inconstitucional. 
Comentários: 
 Não há hierarquia entre lei estadual e municipal, mas mera divisão de 
competências. Se o Município tiver competência para dispor a respeito da 
matéria, a lei municipal será considerada válida. Questão incorreta. 
17. (ESAF/2003/MPOG) A lei federal, qualquer que seja o seu 
conteúdo, há de prevalecer sobre a lei estadual ou municipal que lhe 
seja contrária. 
Comentários: 
 Não há tal relação de hierarquia. A lei estadual ou a municipal 
prevalecerão sobre a federal, se a competência para tratar do assunto a que se 
referirem tiver sido atribuída, respectivamente, aos Estados ou aos Municípios. 
Questão incorreta. 
18. (ESAF/2002/MRE) As normas da Constituição Federal 
produzidas pelo Poder Constituinte originário têm o mesmo nível 
hierárquico das leis complementares. 
Comentários: 
 A Constituição é hierarquicamente superior a todas as leis, situando-se 
no topo da Pirâmide de Kelsen. Questão incorreta. 
19. (ESAF/2003/MPOG) Na Federação brasileira, a Constituição do 
Estado-membro tem o mesmo status hierárquico da Constituição 
Federal. 
Comentários: 
 A Constituição Federal é fundamento de validade de todo o ordenamento 
jurídico, sendo superior a todas as demais normas, inclusive às Constituições 
estaduais. Questão incorreta. 
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20. (ESAF/2002/MRE) As normas da Constituição resultantes do 
Poder Constituinte originário são hierarquicamente superiores às 
normas da Constituição resultantes de emenda à Constituição. 
Comentários: 
 As normas constitucionais originárias têm o mesmo “status” das 
emendas constitucionais. Questão incorreta. 
21. (ESAF/2003/Auditor-Fiscal da Receita Federal) Os princípios da 
Constituição que se classificam como cláusulas pétreas são 
hierarquicamente superiores às demais normas concebidas pelo poder 
constituinte originário. 
Comentários: 
 Todas as normas constitucionais apresentam o mesmo “status”, 
independentemente do seu conteúdo. Assim, as cláusulas pétreas são iguais a 
todas as demais normas do texto constitucional. Questão incorreta. 
22. (ESAF/2002/STN) As normas que constituem cláusulas pétreas 
são hierarquicamente superiores aos demais dispositivos 
constitucionais. 
Comentários: 
 As cláusulas pétreas apresentam a mesma hierarquia das demais normas 
constitucionais. Questão incorreta. 
23. (ESAF/2002/MPOG) No texto da Constituição Federal de 1988, 
há diferença hierárquica entre normas definidas como cláusulas 
pétreas e as demais normas do Estatuto Político. 
Comentários: 
 Não há diferença hierárquica entre as normas constantes da 
Constituição. Questão incorreta. 
24. (ESAF/2002/STN) Normas que constituem cláusulas pétreas têm 
status hierárquico superior ao das demais normas constantes do texto 
constitucional. 
 
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Comentários: 
 Todas as normas constitucionais apresentam o mesmo “status”, 
independentemente de seu conteúdo. Questão incorreta. 
25. (ESAF/2002/MRE) Uma medida provisória tem menor status 
hierárquico do que uma lei ordinária. 
Comentários: 
 Ambas têm o mesmo “status”, situando-se logo abaixo da Constituição. 
Questão incorreta. 
26. (ESAF/2002/MRE) A lei complementar tem o mesmo status 
hierárquico da emenda à Constituição. 
Comentários: 
 A emenda à Constituição se situa no topo da pirâmide de Kelsen, tendo 
hierarquia superior à da lei complementar. Questão incorreta. 
27. (ESAF/2002/MRE) O tratado internacional não tem o mesmo 
status hierárquico de uma emenda à Constituição. 
Comentários: 
 De fato, em regra o tratado internacional tem “status” de lei ordinária. 
Somente excepcionalmente adquirirá “status” de emenda à Constituição 
(tratados sobre direitos humanos internalizados com rito próprio de emenda). 
Questão correta. 
28. (ESAF/2002/MPOG) Segundo a visão pacificada da doutrina e da 
jurisprudência, os tratados de que o Brasil faz parte, versando 
direitos individuais, têm a mesma estatura hierárquica das normas 
constitucionais. 
Comentários: 
 Os tratados sobre direitos humanos, em regra, têm “status” supralegal, 
segundo entendimento do STF. Somente aqueles internalizados com rito 
próprio de emendas constitucional terão “status” de norma constitucional. 
Questão incorreta. 
29. (ESAF/2002/MPOG) No texto da Constituição Federal de 1988, 
há diferença hierárquica entre normas estatuídas pelo poder 
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constituinte originário e normas acrescentadas ao texto original por 
meio de emenda constitucional. 
Comentários: 
 Não há diferença hierárquica entre as normas constitucionais, sejam elas 
editadas pelo Poder Constituinte Originário ou pelo Derivado. Questão 
incorreta. 
30. (ESAF/2002/MPOG) Leis ordinárias, leis delegadas, decretos 
legislativos e medidas provisórias situam-se no mesmo patamar no 
que tange à hierarquia das normas jurídicas. 
Comentários: 
 De fato, todas elas têm o mesmo “status”. Questão correta. 
31. (ESAF/2002/MPOG) O legislador é livre para tratar por meio de 
lei complementar de qualquer assunto que entenda que, pela sua 
importância, mereça ser protegido contra mudanças decorrentes do 
processolegislativo mais simplificado, próprio das leis ordinárias. 
Comentários: 
 Cabe ao legislador constituinte determinar as matérias de competência 
da lei complementar; Questão incorreta. 
32. (ESAF/2001/SFC) As leis federais são, por definição, superiores 
hierarquicamente às leis estaduais. 
Comentários: 
 Não há diferença hierárquica entre leis federais e estaduais. Questão 
incorreta. 
33. (ESAF/2001/SFC) Não existe hierarquia entre as normas do Ato 
das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição de 1988 
e as normas que compõem o corpo principal da mesma Constituição. 
Comentários: 
 As normas do ADCT têm, de fato, o mesmo “status” das demais normas 
constitucionais. Questão correta. 
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34. (ESAF/2001/SFC) As emendas à Constituição são 
hierarquicamente inferiores às normas da Constituição editadas pelo 
Poder Constituinte originário. 
Comentários: 
 Não há diferença hierárquica entre as normas constitucionais originárias 
e as emendas à Constituição. Questão incorreta. 
35. (ESAF/2000/TCU) A Constituição estabelece uma hierarquia 
entre as normas, em que as emendas à Constituição estão em 
patamar mais elevado, vindo em seguida as leis complementares, que 
são hierarquicamente superiores às leis ordinárias, que, por seu 
turno, são hierarquicamente superiores aos decretos legislativos. 
Comentários: 
 De fato, as emendas constitucionais são hierarquicamente superiores às 
leis complementares. Entretanto, leis complementares, leis ordinárias e 
decretos legislativos têm a mesma hierarquia, ocupando o mesmo patamar na 
pirâmide de Kelsen. Questão incorreta. 
36. (ESAF/2012/ATA) Há hierarquia entre as normas constitucionais 
originárias e as normas constitucionais inseridas na Constituição por 
meio de emenda constitucional. 
Comentários: 
 Não existe tal hierarquia. Tanto as normas constitucionais originárias 
quanto as emendas constitucionais se encontram no topo da Pirâmide de 
Kelsen. Questão incorreta. 
37. (ESAF/2012/ATA) Diante de um conflito entre uma lei federal e 
uma lei estadual, aquela deve prevalecer. 
Comentários: 
 Não há hierarquia entre lei federal e estadual, mas mera divisão de 
competências. Uma ou outra poderá prevalecer: depende de qual ente 
federado (União ou Estado) tem competência para dispor a respeito da 
matéria. Questão incorreta. 
38. (ESAF/2012/ATA) A lei ordinária é hierarquicamente inferior à 
lei complementar. 
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Comentários: 
 Não há hierarquia entre elas. Nesse sentido, tem-se o entendimento do 
STF de que a lei complementar não é hierarquicamente superior à lei ordinária. 
Ambas têm campos de atuação diversos, a matéria (conteúdo) é diferente. No 
caso de matéria disciplinada por lei formalmente complementar, mas não 
submetida à reserva constitucional de lei complementar, eventuais alterações 
desse diploma legislativo podem ocorrer mediante simples lei ordinária. Isso 
porque a lei complementar será, materialmente, ordinária, subsumindo-se ao 
regime constitucional dessa lei (AI 467822 RS,04-10-2011). Questão incorreta. 
39. (ESAF/2012/ATA) Os tratados e convenções internacionais 
sobre direitos humanos que forem aprovados em cada Casa do 
Congresso Nacional, em dois turnos, por maioria dos votos dos 
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
Comentários: 
 O erro está no quórum. Dispõe a Constituição (art. 5o, § 3o, CF) que os 
tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem 
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três 
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas 
constitucionais. Questão incorreta. 
40. (ESAF/2012/ATA) As constituições estaduais devem observar 
os princípios encartados na Constituição Federal. 
Comentários: 
 De fato, a Constituição Federal se situa no topo da Pirâmide de Kelsen, 
servindo de parâmetro de validade para todas as demais normas do 
ordenamento jurídico, inclusive para as Constituições Estaduais. Alternativa 
correta. 
 
 
 
 
 
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Classificação das Constituições 
41. (ESAF/2007/PGFN) As constituições outorgadas não são 
precedidas de atos de manifestação livre da representatividade 
popular e assim podem ser consideradas as Constituições brasileiras 
de 1824, 1937 e a de 1967, com a Emenda Constitucional n. 01 de 
1969. 
Comentários: 
 Quanto à origem, as Constituições se classificam em: 
 Outorgadas: são aquelas impostas, que surgem sem participação 
popular. Resultam de ato unilateral de vontade da classe ou pessoa dominante 
no sentido de limitar seu próprio poder, por meio da outorga de um texto 
constitucional. Exemplos: Constituições brasileiras de 1824, 1937 e 1967. 
 Democráticas (populares ou promulgadas): nascem com participação 
popular, por processo democrático. Exemplos: Constituições brasileiras de 
1891, 1934, 1946 e 1988. 
 Cesaristas: são outorgadas, mas necessitam de referendo popular. 
Objetivam apenas a legitimação do detentor do poder. 
 Questão correta. 
42. (ESAF/2009/MPOG) São classificadas como dogmáticas, escritas 
e outorgadas as constituições que se originam de um órgão 
constituinte composto por representantes do povo eleitos para o fim 
de as elaborar e estabelecer, das quais são exemplos as Constituições 
brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988. 
Comentários: 
 Essas constituições são classificadas como democráticas, por se 
originarem de um órgão constituinte composto por representantes do povo 
eleitos para o fim de as elaborar e estabelecer. Questão incorreta. 
43. (ESAF/2006/IRB) Uma constituição é classificada como popular, 
quanto à origem, quando se origina de um órgão constituinte 
composto de representantes do povo. 
Comentários: 
 Trata-se da também chamada constituição democrática. Questão 
correta. 
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44. (ESAF/2005/TRT 7ª Região) Chama-se Constituição outorgada 
aquela que é votada pelos representantes do povo especialmente 
convocados para elaborar o novo Estatuto Político. 
Comentários: 
 É a constituição democrática ou popular que se caracteriza por ser 
votada por representantes do povo especialmente convocados para elaborá-la. 
Questão incorreta. 
45. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) No que se refere à origem, a 
Constituição Federal de 1988 é considerada outorgada, haja vista ser 
proveniente de um órgão constituinte composto de representantes 
eleitos pelo povo. 
Comentários: 
 A CF/88, quanto à origem, é democrática, uma vez que provém de um 
órgão constituinte composto de representantes do povo. Questão incorreta. 
46. (ESAF/2004/CGU) As constituições outorgadas, sob a ótica 
jurídica, decorrem de um ato unilateral de uma vontade política 
soberana e, em sentido político, encerram uma limitação ao poder 
absoluto que esta vontade detinha antes de promover a outorga de 
um texto constitucional. 
Comentários: 
 De fato, as constituições outorgadas, juridicamente, decorrem de ato 
unilateral do detentor do poder político e, no sentido político, encerram uma 
limitação do poder por seu próprio detentor. Questão correta. 
47. (ESAF/2009/Receita Federal/Auditor-Fiscal) A constituiçãoescrita, também denominada de constituição instrumental, aponta 
efeito racionalizador, estabilizante, de segurança jurídica e de 
calculabilidade e publicidade. 
Comentários: 
 No que concerne à forma, as Constituições podem ser escritas ou não 
escritas: 
 Escritas ou instrumentais: conjunto de normas sistematizadas em 
documentos solenes, elaborados pelo órgão constituinte, com o propósito de 
fixar a organização fundamental do Estado. Subdividem-se em codificadas ou 
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unitárias (quando suas normas se encontram em um único texto) ou legais, 
variadas ou pluritextuais (quando suas normas se encontram em documentos 
diversos). A Constituição de 1988 é escrita e codificada. 
 Não escritas, costumeiras ou consuetudinárias: as normas 
constitucionais encontram-se em leis esparsas, costumes, jurisprudência e 
convenções. Exemplo: A Constituição inglesa. 
 De fato, a Constituição escrita é estabilizante, favorecendo a 
calculabilidade e a publicidade. Questão correta. 
48. (ESAF/2007/PGFN) Considera-se constituição não-escrita a que 
se sustenta, sobretudo, em costumes, jurisprudências, convenções e 
em textos esparsos, formalmente constitucionais. 
Comentários: 
 De fato, a constituição não escrita se sustenta, sobretudo, em costumes, 
jurisprudência, convenções e textos esparsos. Esses últimos, entretanto, são 
apenas materialmente (e não formalmente!) constitucionais, uma vez que não 
foram elaborados por um órgão constituinte constituído para esse fim. Questão 
incorreta. 
49. (ESAF/2006/ENAP) As constituições classificadas quanto à 
forma como legais são aquelas sistematizadas e apresentadas em um 
texto único. 
Comentários: 
 As constituições legais são espécies do gênero constituições escritas. 
Suas normas estão dispersas por vários documentos solenemente escritos. O 
enunciado traz o conceito de constituições codificadas. Questão incorreta. 
50. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) A constituição escrita apresenta-se 
como um conjunto de regras sistematizadas em um único documento. 
A existência de outras normas com status constitucional, “per se”, 
não é capaz de descaracterizar essa condição. 
Comentários: 
 A Constituição escrita não apresenta, necessariamente, todas as regras 
sistematizadas em um único documento. Isso porque essas regras podem se 
encontrar em textos esparsos, desde que solenes. Questão incorreta. 
51. (ESAF/2005/SRF/Auditor-Fiscal) Uma constituição não escrita é 
aquela cujas normas decorrem de costumes e convenções, não 
havendo documentos escritos aos quais seja reconhecida a condição 
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de textos constitucionais. 
Comentários: 
 A constituição não escrita também decorre de documentos escritos, além 
de costumes, jurisprudência e convenções. Questão incorreta. 
52. (ESAF/2009/Receita Federal/Auditor-Fiscal) A constituição 
dogmática se apresenta como produto escrito e sistematizado por um 
órgão constituinte, a partir de princípios e ideias fundamentais da 
teoria política e do direito dominante. 
Comentários: 
 No que se refere ao modo de elaboração, as Constituições podem ser 
dogmáticas ou históricas. 
 Dogmáticas (sistemáticas): são escritas, tendo sido elaboradas por um 
órgão constituído para esta finalidade em um determinado momento, segundo 
os dogmas então em voga. Subdividem-se em heterodoxas ou ecléticas 
(quando suas normas se originam de ideologias distintas) ou ortodoxas 
(quando refletem uma só ideologia). A Constituição de 1988 é dogmática 
eclética, uma vez que adotou, como fundamento do Estado, o pluralismo 
político (art. 1º, CF). 
 Históricas: também chamadas costumeiras, são do tipo não escritas. São 
criadas lentamente com as tradições, sendo uma síntese dos valores históricos 
consolidados pela sociedade. São, por isso, mais estáveis que as dogmáticas. É 
o caso da Constituição inglesa. 
 Questão correta. 
53. (ESAF/2006/CGU) Nem toda constituição classificada como 
dogmática foi elaborada por um órgão constituinte. 
Comentários: 
 Todas as constituições dogmáticas são elaboradas por um órgão 
constituinte, segundo os dogmas então em voga. Questão incorreta. 
54. (ESAF/2002/STN) As constituições ditas históricas são 
invariavelmente constituições escritas. 
Comentários: 
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 As constituições históricas são necessariamente não escritas. Questão 
incorreta. 
55. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) As constituições dogmáticas, como é o 
caso da Constituição Federal de 1988, são sempre escritas, e 
apresentam, de forma sistematizada, os princípios e ideias 
fundamentais da teoria política e do direito dominante à época. 
Comentários: 
 As constituições dogmáticas, de fato, são sempre escritas, e apresentam 
as ideias vigentes à época de sua elaboração. Questão correta. 
56. (ESAF/2009/MPOG) A constituição material é o peculiar modo 
de existir do Estado, reduzido, sob a forma escrita, a um documento 
solenemente estabelecido pelo poder constituinte e somente 
modificável por processos e formalidades especiais nela própria 
estabelecidos. 
Comentários: 
 Quanto ao conteúdo, a Constituição pode ser material ou formal. 
 Concepção material: somente são consideradas constitucionais as normas 
que tratam de assuntos de grande relevância jurídica (assuntos essenciais à 
organização do Estado, bem como direitos fundamentais). Esses assuntos não 
estão contidos em um rol taxativo: não há unanimidade doutrinária sobre quais 
deles seriam de presença obrigatória em uma Constituição no sentido material. 
É importante ressaltar que na concepção material, analisa-se apenas o 
conteúdo da norma, que pode tanto estar contida em uma Constituição escrita 
como em uma não escrita. Um exemplo é a Carta do Império de 1824, que 
considerava constitucionais apenas matérias referentes aos limites e 
atribuições dos poderes e direitos políticos, inclusive os individuais dos 
cidadãos. 
 Concepção formal ou procedimental: consideram-se constitucionais normas 
que, independentemente do conteúdo, estejam contidas em documento 
elaborado solenemente pelo órgão constituinte (Constituição escrita). Avalia-se 
apenas o processo de elaboração da norma: o conteúdo não importa. A CF/88 
é do tipo formal. Caso uma questão afirme que nossa Constituição tem uma 
parte formal e outra material, isso é incorreto! 
 A constituição material consiste no conjunto de normas, escritas ou 
costumeiras, consideradas substancialmente constitucionais. Questão 
incorreta. 
57. (ESAF/2006/CGU) O conceito formal de constituição e o conceito 
material de constituição, atualmente, se confundem, uma vez que a 
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moderna teoria constitucional não mais distingue as normas que as 
compõem. 
 Comentários: 
 Esses conceitos não se confundem. Enquanto a constituição material é 
aquela em que se consideram constitucionais apenas as normas que tratam de 
assuntos de grande relevância jurídica, independentemente de estarem ou não 
contidas em um documento solenemente elaborado por uma Assembleia 
Constituinte, na Constituição formal, apenas as normas contidas nesse tipo de 
documento são consideradas constitucionais, não importando seu conteúdo. 
Questão incorreta.58. (ESAF/2004/CGU) Em sua concepção materialista ou 
substancial, a Constituição se confundiria com o conteúdo de suas 
normas, sendo pacífico na doutrina quais seriam as matérias 
consideradas como de conteúdo constitucional e que deveriam 
integrar obrigatoriamente o texto positivado. 
Comentários: 
 De fato, em sua concepção materialista ou substancial, a Constituição é 
determinada pelo conteúdo das suas normas. Entretanto, diferentemente do 
que diz o enunciado, não é pacífico na doutrina quais matérias seriam de 
conteúdo constitucional, devendo necessariamente integrar a Constituição. 
Questão incorreta. 
59. (ESAF/2009/MPOG) A constituição formal designa as normas 
escritas ou costumeiras, inseridas ou não num documento escrito, que 
regulam a estrutura do Estado, a organização dos seus órgãos e os 
direitos fundamentais. 
Comentários: 
 A Constituição formal é composta necessariamente por normas escritas. 
Podem tratar de qualquer matéria, desde que obedeçam, em sua feitura, os 
procedimentos especiais nelas mesmas estabelecidas. Questão incorreta. 
60. (ESAF/2003/AFT) A constituição, na sua concepção formal, seria 
um conjunto de normas legislativas que se distinguem das não 
constitucionais em razão de serem produzidas por processo legislativo 
mais dificultoso, o qual pode se materializar sob a forma da 
necessidade de um órgão legislativo especial para elaborar a 
Constituição - Assembleia Constituinte - ou sob a forma de um quorum 
superior ao exigido para a aprovação, no Congresso Nacional das leis 
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ordinárias. 
Comentários: 
 Esse é o conceito de constituição formal. Questão correta. 
61. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) Nas constituições materiais, como é o 
caso da Constituição Federal de 1988, as matérias inseridas no 
documento escrito, mesmo aquelas não consideradas "essencialmente 
constitucionais", possuem status constitucional. 
Comentários: 
 A Constituição de 1988 é do tipo formal. Todas as matérias nela 
inseridas, mesmo as que tratem de matérias não “essencialmente 
constitucionais”, possuem “status” constitucional. Questão incorreta. 
62. (ESAF/2006/MTE-AFT) Na concepção materialista de 
Constituição, é dada relevância ao processo de formação das normas 
constitucionais, que, além de ser intencional, deve produzir um 
conjunto sistemático com unidade, coerência e força jurídica próprias, 
dentro do sistema jurídico do Estado. 
Comentários: 
 Nessa concepção, o processo de formação das normas constitucionais é 
irrelevante. Importa, tão-somente, seu conteúdo. Questão incorreta. 
63. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) A Constituição Federal de 1988 é 
considerada, em relação à estabilidade, como semirrígida, na medida 
em que a sua alteração exige um processo legislativo especial. 
Comentários: 
 Na classificação das constituições quanto à estabilidade, leva-se em 
conta o grau de dificuldade para a modificação do texto constitucional. As 
Constituições são, segundo este critério, divididas em imutáveis, flexíveis, 
rígidas e semirrígidas. 
 Imutável: é aquela Constituição cujo texto não pode ser modificado 
jamais. Tem a pretensão de ser eterna. Alguns autores não admitem sua 
existência. 
 Super-rígida: é a Constituição em que há um núcleo intangível (cláusulas 
pétreas), sendo as demais normas alteráveis por processo legislativo 
diferenciado, mais dificultoso que o ordinário. Trata-se de uma classificação 
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adotada apenas por Alexandre de Moraes, para quem a CF/88 é do tipo super-
rígida. Só para recordar: as cláusulas pétreas são dispositivos que não podem 
sofrer emendas (alterações) tendentes a aboli-las. Estão arroladas no § 4º d o 
art. 60 da Constituição. Na maior parte das questões essa classificação não é 
cobrada. 
 Rígida: é aquela modificada por procedimento mais dificultoso do que 
aqueles pelos quais se modificam as demais leis. É sempre escrita, mas vale 
lembrar que a recíproca não é verdadeira: nem toda Constituição escrita é 
rígida. A CF/88 é rígida, pois exige procedimento especial para sua modificação 
por meio de emendas constitucionais: votação em dois turnos, nas duas Casas 
do Congresso Nacional e aprovação de pelo menos três quintos dos integrantes 
das Casas Legislativas (art. 60, §2º, CF/88). Exemplos: Constituições de 1891, 
1934, 1937, 1946, 1967 e 1988. 
 Semirrígida ou semiflexível: para algumas normas o processo legislativo 
de alteração é mais dificultoso que o ordinário, para outras não. Um exemplo é 
a Carta Imperial do Brasil (1824), que exigia procedimento especial para 
modificação de artigos que tratassem de direitos políticos e individuais, bem 
como dos limites e atribuições respectivas dos Poderes. As normas referentes a 
todas as demais matérias poderiam ser alteradas por procedimento usado para 
modificar as leis ordinárias. 
 Flexível: pode ser modificada pelo procedimento legislativo ordinário, ou 
seja, pelo mesmo processo legislativo usado para modificar as leis comuns. 
 A CF/88 é rígida, uma vez que todas as suas normas só podem ser 
alteradas por processo legislativo especial. Questão incorreta. 
64. (ESAF/2004/CGU) Na história do Direito Constitucional 
brasileiro, apenas a Constituição de 1824 pode ser classificada, 
quanto à estabilidade, como uma constituição semirrígida. 
Comentários: 
 De fato, a Constituição de 1824 foi a única do tipo semirrígida já 
existente no Brasil. Essa Carta exigia procedimento especial para modificação 
de artigos que tratassem de direitos políticos e individuais, bem como dos 
limites e atribuições respectivas dos Poderes. As normas referentes a todas as 
demais matérias poderiam ser alteradas por procedimento usado para 
modificar as leis ordinárias. Questão correta. 
65. (ESAF/2003/Prefeitura do Recife) Quando uma Constituição 
prevê processo legislativo de emenda do seu texto mais complexo e 
difícil do que o processo de elaboração da legislação ordinária, é 
correto dizer que esta Constituição é: 
a) rígida 
b) flexível 
c) toda ela composta de cláusulas pétreas 
d) histórica 
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e) costumeira 
Comentários: 
 Nesse caso, a Constituição será rígida. A letra A é o gabarito da questão. 
66. (ESAF/2006/ENAP) Constituições rígidas são as que possuem 
cláusulas pétreas, que não podem ser modificadas pelo poder 
constituinte derivado. 
Comentários: 
 De acordo com a maior parte da doutrina, as constituições rígidas são 
aquelas modificadas por processo legislativo mais dificultoso que aqueles pelos 
quais se modificam as demais leis, podendo ou não apresentar cláusulas 
pétreas. Já para Alexandre de Moraes, as constituições que possuem cláusulas 
pétreas apresentam classificação própria, sendo denominadas superrígidas. 
Independentemente da classificação adotada (maior parte da doutrina ou 
Alexandre de Moraes), a questão está incorreta. 
67. (ESAF/2006/CGU) Uma constituição rígida não pode ser objeto 
de emenda. 
Comentários: 
 As constituições imutáveis não podem ser objeto de emenda. Já as 
rígidas podem, sim, sofrer alterações, por meio de um procedimento mais 
dificultoso que o exigido para modificação das demais leis. Questão incorreta. 
68. (ESAF/2009/MPOG) São constitucionais as normas que dizem 
respeito aos limites, e atribuições respectivas dos poderes políticos, e 
aos direitos fundamentais. As demais disposiçõesque estejam na 
Constituição podem ser alteradas pelo quórum exigido para a 
aprovação das leis ordinárias. 
Comentários: 
 A CF/88 é do tipo formal, por isso todas as normas nela inseridas 
apresentam “status constitucional”. Além disso, é rígida, só podendo ser 
alterada por processo legislativo mais dificultoso que o exigido para a 
aprovação das leis ordinárias. Questão incorreta. 
69. (ESAF/2004/MRE) Nenhuma norma da Constituição, mesmo que 
não seja materialmente constitucional, pode ser alterada por maioria 
simples ou mesmo absoluta. 
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Comentários: 
 De fato. Como a CF/88 é do tipo formal, todas as suas normas 
apresentam “status” constitucional, independentemente do seu conteúdo. Além 
disso, como a Constituição é rígida, só pode ser alterada por quórum especial, 
mais dificultoso que o das leis. Esse quórum, como veremos mais 
detalhadamente em aula futura, é de três quintos dos membros de cada Casa 
do Congresso Nacional (art. 60, § 2º, CF). Questão correta. 
70. (ESAF/2009/SEFAZ-SP) Assinale a opção correta relativa à 
classificação da Constituição Federal de 1988. 
a) É costumeira, rígida, analítica. 
b) É flexível, promulgada, analítica. 
c) É rígida, outorgada, analítica. 
d) É parcialmente inalterável, outorgada, sintética. 
e) É rígida, parcialmente inalterável, promulgada 
Comentários: 
 A CF/88 é rígida, parcialmente inalterável (cláusulas pétreas) e 
promulgada. A letra E é o gabarito. 
71. (ESAF/2003/Auditor-Fiscal da Receita Federal) Da Constituição 
em vigor pode ser dito que corresponde ao modelo de Constituição 
escrita, dogmática, promulgada e rígida. 
Comentários: 
 De fato, a CF/88 pode ser classificada como escrita, dogmática, 
promulgada e rígida. É, ainda, analítica e formal. Questão correta. 
72. (ESAF/2002/MRE) A Constituição que é votada por uma 
Assembleia composta de representantes do povo e que admite ser 
modificada, exigindo, porém um processo legislativo mais solene e 
dificultoso do que aquele seguido para a edição de leis ordinárias é 
chamada de: 
a) Constituição promulgada e rígida. 
b) Constituição flexível e dogmática. 
c) Constituição dogmática e semi-rígida. 
d) Constituição promulgada e semi-rígida. 
e) Constituição outorgada e rígida. 
Comentários: 
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 Trata-se dos conceitos de Constituição promulgada e rígida, 
respectivamente. A letra A é o gabarito. 
73. (ESAF/2004/CGU) Segundo a melhor doutrina, a tendência 
constitucional moderna de elaboração de Constituições sintéticas se 
deve, entre outras causas, à preocupação de dotar certos institutos de 
uma proteção eficaz contra o exercício discricionário da autoridade 
governamental. 
Comentários: 
 Quanto à extensão, as Constituições podem ser analíticas ou sintéticas. 
 Analíticas, prolixas, expansivas ou longas: têm conteúdo extenso, 
tratando de matérias que não a organização básica do Estado. Contêm normas 
apenas formalmente constitucionais. A CF/88 é analítica, pois trata 
minuciosamente de certos assuntos, não materialmente constitucionais. Esta 
espécie de Constituição é uma tendência contemporânea. 
 Sintéticas, concisas, sumárias ou curtas: restringem-se aos 
elementos substancialmente constitucionais. É o caso da Constituição norte-
americana, que possui apenas sete artigos. O detalhamento dos direitos e 
deveres é deixado a cargo das leis infraconstitucionais. 
 O erro do enunciado está na troca dos dois conceitos. Quando o 
constituinte se preocupa em dotar certos institutos de proteção contra o 
exercício discricionário da atividade governamental, tem-se uma Constituição 
mais longa, analítica. É a elaboração destas, e não de constituições sintéticas, 
a tendência constitucional moderna. Questão incorreta. 
74. (ESAF/2009/Auditor-Fiscal da Receita Federal) A constituição 
sintética, que é constituição negativa, caracteriza-se por ser 
construtora apenas de liberdade- negativa ou liberdade-impedimento, 
oposta à autoridade. 
Comentários: 
 A constituição sintética é, de fato, constituição negativa, limitando-se a 
resguardar os direitos fundamentais de primeira geração, relacionados à 
liberdade. Esses direitos visam a resguardar o indivíduo contra o arbítrio 
estatal. Questão correta. 
75. (ESAF/2004/CGU) Segundo a classificação das Constituições, 
adotada por Karl Lowenstein, uma constituição nominativa é um mero 
instrumento de formalização legal da intervenção dos dominadores de 
fato sobre a comunidade, não tendo a função ou a pretensão de servir 
como instrumento limitador do poder real. 
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Comentários: 
 Quanto à correspondência com a realidade política e social, as 
constituições se dividem em normativas, nominativas e semânticas: 
 Normativas: regulam efetivamente o processo político do Estado, por 
corresponderem à realidade política e social, ou seja, limitam, de fato, o poder. 
Em suma: têm valor jurídico. Exemplos: Cartas de 1891, 1934 e 1946. 
 Nominativas: buscam regular o processo político do Estado, mas não 
conseguem realizar este objetivo, por não atenderem à realidade social. São 
constituições prospectivas, que visam, um dia, a sua concretização, mas que 
não possuem aplicabilidade. Isso se deve, segundo Loewenstein, 
provavelmente ao fato de que a decisão que levou à sua promulgação foi 
prematura, persistindo, contudo, a esperança de que, um dia, a vida política 
corresponda ao modelo nelas fixado. Não possuem valor jurídico: são 
Constituições “de fachada”. 
 Semânticas: não têm por objetivo regular a política estatal. Visam 
apenas a formalizar a situação existente do poder político, em benefício dos 
seus detentores. Exemplos: Constituições de 1937, 1967 e 1969. 
 O enunciado traz o conceito de constituição semântica, não o de 
nominativa. Questão incorreta. 
76. (ESAF/2006/CGU) Quanto ao sistema da Constituição, as 
constituições se classificam em constituição principiológica - na qual 
predominam os princípios - e constituição preceitual - na qual 
prevalecem as regras. 
Comentários: 
 Quanto ao sistema, as Constituições podem ser classificadas em 
principiológicas e preceituais. 
 Constituição principiológica ou aberta: é aquela em que há 
predominância dos princípios, normas caracterizadas por elevado grau de 
abstração, que demandam regulamentação pela legislação para adquirirem 
concretude. É o caso da CF/88. 
 Constituição preceitual: é aquela em que prevalecem as regras, que se 
caracterizam por baixo grau de abstração, sendo concretizadoras de princípios. 
 Questão correta. 
77. (ESAF/2012 /MDIC) Sabe-se que a doutrina constitucionalista 
classifica as constituições. Quanto às classificações existentes, é 
correto afirmar que: 
I. Quanto ao modo de elaboração, pode ser escrita e não escrita. 
II. Quanto à forma, pode ser dogmática e histórica. 
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III. Quanto à origem, pode ser promulgada e outorgada. 
IV. Quanto ao conteúdo, pode ser analítica e sintética. 
 
Assinale a opção verdadeira. 
 
a) II, III e IV estão corretas. 
b) I, II eIV estão incorretas. 
c) I, III e IV estão corretas. 
d) I, II e III estão corretas. 
e) II e III estão incorretas. 
 
Comentários: 
 O item I está incorreto. As constituições classificam-se, quanto ao modo 
de elaboração, em dogmáticas ou históricas. 
 O item II também está incorreto. As constituições classificam-se, quanto 
à forma, em escritas ou não escritas. 
 O item III está correto. Apesar de alguns autores ainda classificarem 
algumas constituições como cesaristas, quanto à origem, a omissão dessa 
classificação não torna o item incorreto. Para parta da doutrina, as 
constituições cesaristas são espécie do gênero outorgadas. 
 O item IV está errado. As constituições classificam-se, quanto ao 
conteúdo, em formais ou materiais. 
 A letra B é o gabarito da questão. 
Enunciado comum às questões seguintes 
O Estudo da Teoria Geral da Constituição revela que a Constituição dos 
Estados Unidos se ocupa da definição da estrutura do Estado, 
funcionamento e relação entre os Poderes, entre outros dispositivos. 
Por sua vez, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 
é detalhista e minuciosa. Ambas, entretanto, se submetem a processo 
mais dificultoso de emenda constitucional. Considerando a 
classificação das constituições e tomando-se como verdadeiras essas 
observações, sobre uma e outra Constituição, é possível afirmar que: 
78. (ESAF/2012/AFRFB) A Constituição da República Federativa do 
Brasil de 1988 é escrita, analítica e rígida, a dos Estados Unidos, 
rígida, sintética e negativa. 
 
Comentários: 
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 Não era preciso ser um conhecedor da Constituição dos EUA para acertar 
essa questão: bastava relacionar as características arroladas no enunciado 
com as respectivas classificações. Vejamos: 
 “a Constituição dos Estados Unidos se ocupa da definição da estrutura do 
Estado, funcionamento e relação entre os Poderes, entre outros dispositivos”: 
percebe-se que se trata de uma Constituição que se restringe aos elementos 
substancialmente constitucionais, sendo, por isso, sintética. Destaca-se que 
os textos constitucionais sintéticos são qualificados como constituições 
negativas, uma vez que constroem a chamada liberdade-impedimento, que 
serve para delimitar o arbítrio do Estado sobre os indivíduos. 
 “ por sua vez, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é 
detalhista e minuciosa”: trata-se de uma Constituição prolixa ou analítica, 
conteúdo extenso, tratando de matérias que não a organização básica do 
Estado. 
 “ambas, entretanto, se submetem a processo mais dificultoso de emenda 
constitucional”: isso significa que ambas são rígidas. 
Questão correta. 
79. (ESAF/2012/AFRFB) A Constituição da República Federativa do 
Brasil de 1988 é do tipo histórica, rígida, outorgada e a dos Estados 
Unidos rígida, sintética. 
Comentários: 
 A CF/88 é dogmática (e não histórica!), rígida e promulgada (e não 
outorgada!) enquanto a dos EUA é rígida e sintética. Questão incorreta. 
80. (ESAF/2012/AFRFB) A Constituição dos Estados Unidos é do tipo 
consuetudinária, flexível e a da República Federativa do Brasil de 
1988 é escrita, rígida e detalhista. 
Comentários: 
 A Constituição dos Estados Unidos é dogmática (e não consuetudinária!) 
e rígida, enquanto a da RFB é escrita, rígida e detalhista (ou analítica). 
Questão incorreta. 
81. (ESAF/2012/AFRFB) A Constituição dos Estados Unidos é 
analítica, rígida e a da República Federativa do Brasil de 1988 é 
histórica e consuetudinária. 
Comentários: 
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 A Constituição dos Estados Unidos é sintética e rígida, enquanto a da 
RFB é dogmática e escrita. Questão incorreta. 
82. (ESAF/2012/AFRFB) A Constituição da República Federativa do 
Brasil de 1988 é democrática, promulgada e flexível, a dos Estados 
Unidos, rígida, sintética e democrática. 
Comentários: 
 A Constituição da RFB é democrática, promulgada e rígida, enquanto a 
dos Estados Unidos é rígida, sintética e democrática. Questão incorreta. 
83. (ESAF/2013/DNIT) A Constituição Federal de 1988 pode ser 
classificada como: 
a) material, escrita, histórica, promulgada, flexível e analítica. 
b) material, escrita, dogmática, outorgada, imutável e analítica. 
c) formal, escrita, dogmática, promulgada, rígida e analítica. 
d) formal, escrita, dogmática, promulgada, semirrígida e sintética. 
e) material, escrita, histórica, promulgada, semirrígida e analítica. 
Comentários: 
 A CF/88 é formal, escrita, dogmática, promulgada, rígida e analítica. A 
letra C é o gabarito da questão. 
 
 
 
 
 
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Classificação das normas constitucionais 
84. (ESAF/2007/PGFN) No caso das normas constitucionais de pgfn, 
a atividade integradora do legislador infraconstitucional é vinculada e 
não discricionária, ante a necessidade, para fins de auto execução, de 
delimitar o ambiente da sua atuação restritiva. 
Comentários: 
 A partir da aplicabilidade das normas constitucionais, José Afonso da 
Silva classifica as normas constitucionais em normas de eficácia plena, normas 
de eficácia contida e normas de eficácia limitada. 
 Normas de eficácia plena 
 São aquelas que, desde a entrada em vigor da Constituição, produzem, 
ou têm possibilidade de produzir, todos os efeitos que o legislador constituinte 
quis regular. É o caso do art 2º da CF/88, que diz: “são Poderes da União, 
independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. 
São normas de aplicabilidade direta, imediata e integral: produzem todos os 
efeitos de imediato, independentemente de lei posterior que lhes complete o 
alcance e o sentido. 
 Normas constitucionais de eficácia contida 
 São aquelas em que a Constituição regulou suficientemente os interesses 
relativos a determinada matéria, mas permitiu a atuação restritiva por parte 
do Poder Público. Um exemplo é o art. 5º, LVIII, que estabelece que “o 
civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas 
hipóteses previstas em lei”. O dispositivo é de aplicabilidade imediata, 
produzindo todos os efeitos imediatamente. Entretanto, pode ter sua eficácia 
restringida por lei ordinária. É importante ressaltar que, enquanto tal lei 
ordinária não for criada, sua eficácia é plena. 
 A aplicabilidade das normas de eficácia contida é direta e imediata, mas 
não é integral, já que podem ter sua eficácia restringida por lei, por outras 
normas constitucionais ou por conceitos jurídicos indeterminados nelas 
presentes (ao fixar esses conceitos, o Poder Público poderá limitar seu alcance, 
como é o caso do art. 5º, XXIV e XXV, que restringem o direito de propriedade 
estabelecido no art. 5º, XXII da CF/88). 
 Normas constitucionais de eficácia limitada 
 São aquelas que dependem de regulamentação futura para produzirem 
todos os seus efeitos. Sua aplicabilidade é indireta, mediata e reduzida, pois 
somente produzem integralmente seus efeitos quando regulamentadas por lei 
posterior que lhes amplia a eficácia. 
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 José Afonso da Silva as subdivide em normas declaratórias de princípios 
institutivos ou organizativos e normas declaratórias de princípios 
programáticos.As primeiras são aquelas que dependem de lei para estruturar 
e organizar as atribuições de instituições, pessoas e órgãos previstos na 
Constituição. É o caso do art. 18, §3º, CF/88 (“ os Estados podem incorporar-
se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou 
formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da 
população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso 
Nacional, por lei complementar”). Já as segundas estabelecem programas a 
serem desenvolvidos pelo legislador infraconstitucional. Um exemplo é o art. 
196 da Carta Magna (“a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido 
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de 
doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e 
serviços para sua promoção, proteção e recuperação”). 
 É importante destacar que, embora as normas de eficácia limitada não 
produzam todos os efeitos tão-somente com sua promulgação, não é verdade 
que estas sejam completamente desprovidas de eficácia jurídica. Sua eficácia é 
limitada, não inexistente! Isso porque, independentemente de regulação pelo 
legislador infraconstitucional, produzem alguns efeitos: revogam disposições 
anteriores em sentido contrário e impedem a validade de leis posteriores que 
se oponham a seus comandos. 
 De volta ao enunciado, no caso de normas de eficácia contida, pode ou 
não haver restrição por parte do legislador infraconstitucional, uma vez que 
essas normas produzem ou estão aptas a produzir, desde sua entrada em 
vigor, todos os efeitos. Diz-se, por isso, que sua atividade integradora é 
discricionária. Questão incorreta. 
85. (ESAF/PGFN/2012) Sobre as classificações atribuídas às normas 
constitucionais, pode-se afirmar que “norma de eficácia contida”, ou 
“norma de eficácia restringível”, é aquela que independe de regulação 
infraconstitucional para a sua plena eficácia, porém pode vir a ter a 
sua eficácia ou o seu alcance restringido por legislação 
infraconstitucional. 
Comentários: 
 A questão cobra não só o conhecimento da classificação das normas 
constitucionais segundo José Afonso da Silva (que vimos na questão anterior), 
mas também a classificação segundo Maria Helena Diniz, que explicaremos a 
seguir. Segundo a autora, as normas constitucionais podem ser: 
 Normas com eficácia absoluta 
 São aquelas que não podem ser suprimidas por meio de emenda 
constitucional. Na CF/88, são exemplos aquelas enumeradas no art. 60, §4º, 
que determina que “não será objeto de deliberação a proposta de emenda 
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tendente a abolir a forma federativa de Estado; o voto direto, secreto, 
universal e periódico; a separação dos Poderes e, finalmente, os direitos e 
garantias individuais. São as denominadas cláusulas pétreas expressas. 
 Normas com eficácia plena 
 O conceito utilizado pela autora é o mesmo aplicado por José Afonso da 
Silva para normas de eficácia plena. Destaca-se que essas normas se 
assemelham às de eficácia absoluta por possuírem, como estas, aplicabilidade 
imediata, independendo de regulamentação para produzirem todos os seus 
efeitos. A distinção entre elas se dá pelo fato de as normas com eficácia plena 
poderem sofrer emendas tendentes a suprimi-las. 
 Normas com eficácia relativa restringível 
 Correspondem às normas de eficácia contida de José Afonso da Silva, 
referidas anteriormente. Essas normas possuem cláusula de redutibilidade, 
possibilitando que atos infraconstitucionais lhes componham o significado. 
Além disso, sua eficácia poderá ser restringida ou suspensa pela própria 
Constituição. 
 Normas com eficácia relativa complementável ou dependentes de 
complementação 
 São equivalentes às normas de eficácia limitada de José Afonso da Silva, 
ou seja, dependem de legislação infraconstitucional para produzirem todos os 
seus efeitos. 
 Questão correta. 
86. (ESAF/2002/INSS) Todas as normas da Constituição relativas a 
direito fundamental são classificadas como de eficácia plena. 
Comentários: 
 As normas de eficácia plena são aquelas que, desde a entrada em vigor 
da Constituição, produzem, ou têm possibilidade de produzir, todos os efeitos 
que o legislador constituinte quis regular. Não há relação entre eficácia e 
matéria. As normas relativas a direito fundamental podem ser tanto de eficácia 
plena quanto de eficácia contida ou, ainda, de eficácia limitada. Questão 
incorreta. 
87. (ESAF/2007/PGFN) As normas programáticas não são 
autoaplicáveis porque retratam apenas diretrizes políticas que devem 
ser alcançadas pelo Estado Brasileiro, não possuindo caráter 
vinculante imediato. 
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Comentários: 
 As normas programáticas possuem, sim, caráter vinculante. Produzem, 
desde logo, os seguintes efeitos: revogam disposições anteriores em sentido 
contrário e impedem a validade de leis posteriores que se oponham a seus 
comandos. Questão incorreta. 
88. (ESAF/2012/PGFN) Na tradição da doutrina norte-americana, 
incorporada por diversos autores brasileiros, as normas não 
autoaplicáveis são aquelas que independem de regulação 
infraconstitucional para a sua plena eficácia. 
Comentários: 
 Segundo essa classificação, as normas não autoaplicáveis dependem de 
regulamentação infraconstitucional para a sua plena eficácia. Essa classificação 
equipara-se à de normas constitucionais de eficácia limitada de José Afonso da 
Silva. Questão incorreta. 
89. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) As normas constitucionais de eficácia 
contida são aquelas que apresentam aplicabilidade reduzida, haja 
vista necessitarem de norma ulterior para que sejam aplicadas. 
Comentários: 
 O enunciado traz o conceito de normas constitucionais de eficácia 
limitada, não o de normas de eficácia contida. Questão incorreta. 
90. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) As normas constitucionais de eficácia 
limitada estreitam-se com o princípio da reserva legal, haja vista 
regularem interesses relativos à determinada matéria, possibilitando 
a restrição por parte do legislador derivado. 
Comentários: 
 São as normas de eficácia contida que possibilitam restrição por parte do 
legislador derivado. Questão incorreta. 
91. (ESAF/2006/IRB) Uma norma constitucional classificada quanto 
à sua aplicabilidade como uma norma constitucional de eficácia 
contida não possui como característica a aplicabilidade imediata. 
 
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Comentários: 
 A norma de eficácia contida possui, sim, a característica de aplicabilidade 
imediata, pois produz ou esta apta a produzir, desde logo, todos os seus 
efeitos. Questão incorreta. 
92. (ESAF/2005/STN) Uma norma constitucional de eficácia limitada 
não produz seus efeitos essenciais com a sua simples entrada em 
vigor, porque o legislador constituinte não estabeleceu sobre a 
matéria, objeto de seu conteúdo, uma normatividade suficiente, 
deixando essa tarefa para o legislador ordinário ou para outro órgão 
do Estado. 
Comentários: 
 O enunciado está perfeito. Para a produção de todos os seus efeitos, a 
norma constitucional de eficácia limitada necessita de regulamentação pelo 
legislador ordinário ou outro órgão do Estado. Questão correta. 
93. (ESAF/2003/AFT) Segundo a melhor doutrina, as normas de 
eficácia contida são de aplicabilidade direta e imediata, no entanto, 
podem ter seu âmbito de aplicação restringido por uma legislação 
futura, poroutras normas constitucionais ou por conceitos ético-
jurídicos. 
Comentários: 
 Novamente, o enunciado está perfeito. As normas constitucionais de 
eficácia contida, apesar de produzirem todos os seus efeitos desde a sua 
edição, podem ter seu âmbito de aplicação restringido tanto por legislação 
posterior quanto por outras normas constitucionais ou por conceitos ético-
jurídicos. Questão correta. 
94. (ESAF/2003/AFT) Segundo a melhor doutrina, as normas 
constitucionais de eficácia limitada são do tipo normas declaratórias 
de princípios institutivos quando: determinam ao legislador, em 
termos peremptórios, a emissão de uma legislação integrativa; ou 
facultam ao legislador a possibilidade de elaborar uma lei, na forma, 
condições e para os fins previstos; ou possuem esquemas gerais, que 
dão a estrutura básica da instituição, órgão ou entidade a que se 
referem, deixando para o legislador ordinário a tarefa de estruturá-
los, em definitivo, mediante lei. 
Comentários: 
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 O examinador fez um belíssimo resumo desse ponto da matéria. Questão 
correta. 
95. (ESAF/2003/SRF/Auditor-Fiscal) A norma constitucional 
programática, porque somente delineia programa de ação para os 
poderes públicos, não é considerada norma jurídica. 
Comentários: 
 A norma constitucional programática é, sim, considerada norma jurídica, 
pois possui eficácia mínima e efeito vinculante desde a sua edição, produzindo, 
desde logo, os seguintes efeitos: revogação das disposições anteriores em 
sentido contrário e impedimento da validade de leis posteriores que se 
opuserem a seus comandos. Questão incorreta. 
96. (ESAF/2003/SRF/Auditor-Fiscal) Chama-se norma 
constitucional de eficácia limitada aquela emenda à Constituição que 
já foi votada e aprovada no Congresso Nacional, mas ainda não entrou 
em vigor, por não ter sido promulgada. 
Comentários: 
 Chama-se norma constitucional de eficácia limitada aquela que necessita 
de regulamentação posterior para produzir todos os seus efeitos. O 
examinador foi criativo, na invenção do conceito que trouxe no enunciado, mas 
não enganou você! Questão incorreta. 
97. (ESAF/2002/SRF/Auditor-Fiscal) As normas constitucionais 
programáticas, por se destinarem, por sua própria natureza, a uma 
duração limitada no tempo, estão todas situadas na parte da 
Constituição relativa às disposições constitucionais transitórias. 
Comentários: 
 As normas constitucionais programáticas estão espalhadas por todo o 
corpo da Constituição. Questão incorreta. 
98. (ESAF/2002/SRF/Auditor-Fiscal) As normas constitucionais 
programáticas não produzem efeito jurídico algum, a não ser depois 
de desenvolvidas pelo legislador ordinário. 
Comentários: 
 As normas programáticas possuem, sim, efeito jurídico. Produzem, desde 
sua edição, os seguintes efeitos: revogação das disposições anteriores em 
0
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sentido contrário e impedimento da validade de leis posteriores que se 
opuserem a seus comandos. Questão incorreta. 
99. (ESAF/2002/SRF/Auditor-Fiscal) Nenhuma norma da 
Constituição Federal possui eficácia plena, porque todas elas 
dependem, em maior ou menor grau, de desenvolvimento do seu 
conteúdo pelo legislador ordinário. 
Comentários: 
 A Carta Magna apresenta várias normas de eficácia plena, como é o caso 
dos arts. 19, 20, 21 e 22, por exemplo. Questão incorreta. 
100. (ESAF/2002/SRF/Auditor-Fiscal) A Constituição que não adota 
normas programáticas é conhecida pela doutrina como Constituição 
dirigente. 
Comentários: 
 Quanto à finalidade, a Constituição pode ser do tipo garantia, dirigente 
ou balanço. 
 Liberal (negativa ou garantia): protege a liberdade, sendo marcadas pela 
limitação da ação estatal. É chamadas negativa porque impõe a omissão ou 
negativa de atuação do Estado, protegendo os indivíduos contra a ingerência 
abusiva dos Poderes Públicos. Seu principal objetivo é proteger as liberdades 
públicas contra a arbitrariedade do Estado. Corresponde ao primeiro período 
de surgimento dos direitos humanos (direitos de primeira geração, ou seja, 
direitos civis e políticos), a partir do final do século XVIII. 
 Social (dirigente): busca a atuação positiva do Estado, que deve 
proporcionar a igualdade de todos. Traça as diretrizes que devem nortear a 
ação estatal. Segundo Canotilho, as Constituições dirigentes voltam-se à 
garantia do existente, aliada à instituição de um programa ou linha de direção 
para o futuro, sendo estas as suas duas principais finalidades. 
 Essas constituições surgem mais recentemente no constitucionalismo 
(início do século XX), juntamente com os direitos fundamentais de segunda 
geração (direitos econômicos, sociais e culturais). Os direitos de segunda 
geração, em regra, exigem do Estado prestações sociais, como saúde, 
educação, trabalho, previdência social, entre outras. 
 Destaca-se que a Constituição garantia, por se limitar a estabelecer 
direitos de primeira geração, relacionados à proteção do indivíduo contra o 
arbítrio estatal, é sempre sintética. Já a dirigente, é sempre analítica, devido à 
marcante presença de normas programáticas em seu texto. 
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 Constituição balanço: é aquela que visa a reger o ordenamento jurídico 
do Estado durante um certo tempo, nela estabelecido. Transcorrido esse prazo, 
é elaborada uma nova Constituição ou seu texto é adaptado. 
 Com base no exposto, pode-se afirmar que a Constituição dirigente é 
aquela cujo texto é marcado pela presença de normas programáticas. Isso é o 
oposto do que diz o enunciado. Questão incorreta. 
101. (ESAF/2013/DNIT) Os direitos fundamentais de primeira 
geração são titularizados pelos indivíduos em oposição ao Estado, 
sendo eles, entre outros, o direito à vida, à liberdade e à propriedade. 
Comentários: 
 Os direitos fundamentais são tradicionalmente classificados em gerações. 
Veja as principais características de cada uma delas a seguir: 
 Primeira geração: abrange os direitos relativos à liberdade, isto é, os 
civis e políticos, reconhecidos no final do século XVIII, com as Revoluções 
Francesa e Americana. Restringem a ação do Estado sobre o indivíduo, 
impedindo que este se intrometa de forma abusiva na vida privada das 
pessoas. São, por isso também chamados liberdades negativas: traduzem a 
liberdade de não sofrer ingerência abusiva por parte do Estado. Exemplo: 
direito de propriedade. 
 Segunda geração: abarca os direitos referentes à 
igualdade: econômicos, sociais e culturais. Em sua maioria, são 
representados por liberdades positivas, isto é, direitos de se receberem 
prestações do Estado (políticas e serviços públicos). É o caso do direito à 
educação, por exemplo. Alguns, contudo, consubstanciam liberdades 
negativas. Exemplo: liberdade de greve. 
 Terceira geração: refere-se ao princípio da solidariedade 
(fraternidade). Compreende os direitos difusos e os coletivos 
(supraindividuais). Citam-se, como exemplos, o direito do consumidor e o 
direito ao desenvolvimento. 
 Parte da doutrina considera, ainda, a existência de direitos de quarta 
geração. Esses incluiriam: o direito à democracia, o direito à informação e o 
direito ao pluralismo. Desses direitos dependeria a concretização de uma 
“civitas máxima”, uma sociedade sem fronteiras e universal. 
 De fato, trata-se de direitos que restringem a ação do Estado sobre o 
indivíduo, sendo exemplos

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