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Prévia do material em texto

1 / 7Panorama histórico sobre os surdos: A História dos Surdos.

Bloco 1
A História dos Surdos.
 Objetivo de aprendizagem
Conhecer a história dos surdos.
 Prepare-se para o saber
Prepare-se para iniciar o aprendizado sobre a história dos surdos na antiguidade, idade média e moderna!
Mapa da aula
Conexão
A história dos surdos pode ser contada, inserida ao longo da história da própria humanidade e juntamente
com a história das pessoas com deficiência. Neste sentido, fazemos alguns questionamentos:
Que registros existem sobre o surdo e sua convivência na família e na escola?
Que recursos existiam para que a comunicação fosse estabelecida entre os surdos e entre os surdos e
os ouvintes ao longo dos tempos? 
Ao longo da história da humanidade, sempre existiram surdos?
2 / 7Panorama histórico sobre os surdos: A História dos Surdos.
Introdução
Você irá se apropriar de tópicos a respeito da história dos surdos no Brasil e no mundo. Os fatos estão
apresentados a partir de uma linha de tempo que apresenta informações sobre a trajetória dos surdos
desde a antiguidade até os dias atuais.
À medida que formos aprendendo alguns conteúdos, também vamos aprendendo alguns sinais!
Observação
Surdo… Que sujeito é este?
 Língua Brasileira de Sinais? Que língua é esta? 
Que histórias sabemos e quais ainda precisamos conhecer sobre os surdos?
Fundamentação Teórica
Na antiguidade, os registros históricos contam que as famílias que tivessem uma criança que nascesse
incapaz, aos olhos dos povos, eram disseminadas. Mas tal comportamento não vinha de crença nenhuma,
era uma questão de sobrevivência. Conforme afirma Gugel (2007), há dez mil anos, o homem não estava
organizado em grupos e aquele representante que tivesse alguma condição de deficiência estaria vulnerável
a perecer. 
Os estudiosos concluem que a sobrevivência de uma pessoa com deficiência nos grupos primitivos de
humanos era impossível porque o ambiente era muito desfavorável e porque essas pessoas representavam
um fardo para o grupo. Só os mais fortes sobreviviam e era inclusive muito comum que certas tribos se
desfizessem das crianças com deficiência (GUGEL, 2007, [s.p.]).
Fonte: Amon, 2019.
3 / 7Panorama histórico sobre os surdos: A História dos Surdos.


A partir destes dados, é possível compreender por que as pessoas com deficiência não sobreviveriam ao
estilo de vida que existia nos grupos primitivos da pré-história. Outros registros alertam sobre a eliminação
destas pessoas na China, na Grécia e em Roma, países que desejavam a perfeição sem a presença de pessoas
com deficiências
Chamamos especial atenção para que se observe as relações entre o tempo histórico e a realidade cultural
dos povos da época. As ideias que se traçam e entrelaçam ao longo do tempo se autoargumentam, mesmo
quando atos monstruosos, como o infanticídio, fogem do nosso entendimento e da nossa construção
humana.
Assim, após estes dados referentes à história dos surdos na antiguidade, veja as mudanças ocorridas em
outras etapas.
Os períodos que seguem indicam a maneira como era percebida e tratada a pessoa surda, na Idade Média e
na Idade Moderna.
Idade Média:
Acesse para saber mais:
Idade Moderna:
Acesse para saber mais:
Sócrates - Fonte: Amon
http://facos.edu.br/cead/assets/Livros/Pedagogia/Libras/Unidade_1-Media/mobile/index.html
http://facos.edu.br/cead/assets/Livros/Pedagogia/Libras/Unidade_1-Moderna/mobile/index.html#p=1
4 / 7Panorama histórico sobre os surdos: A História dos Surdos.

Quem foi Pedro Ponce de Léon?
Pedro Ponce de Léon (1520-1584), monge beneditino espanhol, conheceu os códigos utilizados pelos
monges. Educou os filhos dos nobres que precisavam garantir as heranças e desenvolveu um método de
educação para os surdos a partir dos códigos do monastério. Percebendo que estava obtendo sucesso,
decidiu criar uma escola para professores, onde ensinava técnicas e métodos para o ensino de surdos.
Pedro Ponce de Léon usava como metodologia a datilologia, escrita e oralização. Ele nunca publicou nada em
sua vida porque a tradição na época era de guardar segredos sobre os métodos de educação. No entanto,
alguns materiais foram encontrados, nos quais foi possível compreender a forma utilizada por ele para
educar pessoas surdas (REILY, 2007, p. 316).
Aprofunde seus estudos sobre a trajetória histórica do surdo conhecendo
fatos que envolveram os personagens Itard, Gallaudet, Louis Marie
Grahan Bell:
Fonte: Wikipédia.
http://facos.edu.br/cead/assets/Livros/Pedagogia/Libras/Unidade_1-3/mobile/index.html#p=1
5 / 7Panorama histórico sobre os surdos: A História dos Surdos.
Contextos e Práticas
De acordo com o que vimos até aqui podemos pensar que o sujeito surdo é uma pessoa com deficiência
auditiva. No entanto, veremos ao longo dos nossos estudos que o surdo, para além desta visão, é o sujeito
que utiliza uma língua diferente para se comunicar, no caso do Brasil, a LIBRAS – Língua Brasileira de
Sinais e, desta forma, manifesta uma identidade e cultura diferentes.
Para complementar os estudos sugiro a leitura do livro abaixo, disponível em nossa Biblioteca Virtual: 
6 / 7Panorama histórico sobre os surdos: A História dos Surdos.
Experimentação:
DATILOLOGIA?
Datilologia é o termo utilizado, até os tempos atuais, para o Alfabeto Manual.
A Libras não se resume ao alfabeto manual! É apenas um dos recursos linguísticos da língua. Ele é utilzado
para nomearmos pessoas, lugares, etc. ou, ainda, quando não sabemos determinado sinal.
O processo de ensino e aprendizagem da Língua Brasileira de Sinais - Libras - indica que, além de imagens
para a sua construção, sejam utilizados vídeos que exemplificam e contextualizam, de maneira mais
interativa, esta língua tão visual.
Fonte: Amon, 2019.
7 / 7Panorama histórico sobre os surdos: A História dos Surdos.
Sendo assim, além do Alfabeto Manual da imagem anterior, convidamos você para assistir ao vídeo com a
professora Maria Cristina Laguna e praticar os sinais: 
Aplicações
Para aprendermos o alfabeto manual, é preciso observar e, principalmente, praticar! 
Portanto, desafio você a fazer seu nome, o nome da sua cidade, etc. em frente ao espelho ou, ainda, filmar-
se e depois assistir!
Resolução: Com o desafio acima o estudante pode ir desenvolvendo a percepção visual, a motricidade dos
dedos e a memória visual ao praticar os sinais das letras. Assim, iniciar o aprendizado da língua de sinais!
 Referências
Libras [recurso eletrônico]: língua brasileira de sinais / Bianca Ribeiro Pontin ... [et al.]. – Dados eletrônicos. –
Porto Alegre : Profissional, 2015.
PEREIRA, M. C. C. et. al. LIBRAS, Conhecimento Além dos Sinais. 1. ed. São Paulo. Pearson, 2011.
 Glossário
Datilologia – uso do alfabeto manual
LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais
1 / 7Panorama histórico sobre os surdos: História da Educação de Surdos

Bloco 2
História da Educação de Surdos
 Objetivo de aprendizagem
Apropriar-se sobre a história da educação de surdos.
 Prepare-se para o saber
Prepare-se para conhecer os principais pontos referentes à história da educação dos sujeitos surdos.
Mapa da aula
2 / 7Panorama histórico sobre os surdos: História da Educação de Surdos
Conexão
A história dos surdos está inserida desde a história antiga da humanidade, mas quando falamos
especificamente da educação de surdos ela é, relativamente, recente…
Dia 26 de setembro: um dia especial para chamar a atenção!
No Brasil, a educação institucionalizada de surdos iniciou em 26 de setembro de 1857 com a fundação do
Imperial Instituto de Surdos-Mudos (atualmente Instituto Nacional de Educação de Surdos - INES). Neste
dia, comemoramos o Dia Nacional dos Surdos.
Introdução
Faremos mais uma breve passagem pela história dos surdos. Desta vez pela educação de surdos. Antes dos
surdos serem escolarizados, ou seja, ter uma educação institucionalizada, os surdos de famílias abastadas
eram ensinados em casa para que pudessem herdar as heranças. 
Quando os surdos começaram a frequentarinstituições de ensino (algumas delas em regime de internato,
inicialmente) passaram por três fases no que se refere à metodologia de ensino utilizada: o oralismo, a
comunicação total e o bilinguismo. A seguir, iremos conhecer estas fases.
Imagens retiradas de:
<https://culturasurda.net/congresso-de-mil
ao/ > <https://www.alagoasnanet.com.br/v3
/uniao-dos-palmares-juiz-determina-contrat
acao-imediata-de-professores-para-ministra
rem-aulas-em-libras/>
https://culturasurda.net/congresso-de-milao/
https://www.alagoasnanet.com.br/v3/uniao-dos-palmares-juiz-determina-contratacao-imediata-de-professores-para-ministrarem-aulas-em-libras/
3 / 7Panorama histórico sobre os surdos: História da Educação de Surdos

 Desenvolva habilidades
Observação
Você sabe alguma informação sobre a educação de surdos no seu Estado ou Município?
Pense a respeito…
Fundamentação Teórica
O oralismo como um imperativo na educação de surdos
No Brasil, o Imperador Dom Pedro II (1825–1891) criou o Imperial Instituto dos Meninos Cegos (atualmente
Instituto Benjamin Constant). Em 1856, ele apoiou as iniciativas do professor francês Eduard Huet para a
criação do Colégio Imperial de meninos surdos-mudos e, no ano seguinte, em 26 de setembro de 1857,
fundou o Imperial Instituto de Surdos-Mudos (atualmente Instituto Nacional de Educação de Surdos).
Conheça mais sobre o INES no site:
Eduard Huet (1822-1882), professor francês, fundador do INES, mesclou as línguas de sinais utilizadas por
alguns surdos do Instituto com sinais franceses.
Fonte: arquivo da autora
http://www.ines.gov.br/
4 / 7Panorama histórico sobre os surdos: História da Educação de Surdos
Se fixarmos nossas reflexões nos fatos relatados, percebe-se que foi percorrido um longo caminho até aqui e
que neste caminho muitas barreiras foram superadas. Para dizer a verdade, outros obstáculos começaram a
surgir a partir de 1880, em que a educação de surdos no Brasil e no mundo estava voltada para a formação
básica, cada instituição utilizava-se dos métodos que entendiam mais adequados aos surdos.
Em 1880, ocorreu o II Congresso Internacional de Surdo-Mudez, realizado em Milão, na Itália, onde se
discutiu sobre o melhor método de ensino para os surdos. Esse congresso foi organizado, patrocinado e
conduzido por muitos especialistas ouvintes na área de surdez, a maioria defensores do oralismo puro.
O Oralismo como abordagem educacional prioriza a fala e todo o trabalho elaborado visa à
reabilitação de surdos, ou seja, torná-los próximos aos ouvintes. Nessa concepção, era e é
necessário fazê-los falar como se fossem ouvintes, ainda que sem a mesma fluência e/ou
entonação, para que, a partir daí, sejam ensinados. Essa abordagem quando definida como forma
de escolarização de surdos atribui a responsabilidade pelo sucesso e/ou pelo fracasso ao indivíduo,
inicialmente proíbe o uso dos gestos e, na atualidade, o uso de língua de sinais. (VIEIRA; MOLINA,
2018, p. 3)
Durante a votação na 24ª assembleia geral, realizada no congresso, foi negado o direito de voto aos
professores surdos presentes no ato. Dos 164 representantes, apenas cinco, dos Estados Unidos, votaram
contra o oralismo puro. Assim, a votação encerrou-se traçando ao mundo um método oficial de ensino: o
método oral, considerado o mais eficiente e o mais adequado a ser adotado pelas escolas de surdos. Além
dessa decisão, foi determinada a proibição do uso da língua de sinais.
Essa indicação foi criticada por muitos professores e alunos que reconheciam a importância e a legitimidade
da comunicação sinalizada. A principal crítica que se fazia aos processos de aquisição de língua oral era de
que ela demandava um tempo enorme de treinamento da fala e dos resíduos auditivos, concorrendo com a
escolarização formal, que ia sendo abandonada pela importância que era dada à expressão oral.
É possível afirmar que as escolas que aderiram ao método oral estavam utilizando-se de punições contra as
crianças surdas, fazendo uso das palmatórias, além das cansativas e incessantes aulas que mais pareciam
atendimentos clínicos. Não obtendo retorno satisfatório, algumas instituições passaram a utilizar uma
técnica que combinava alguns sinais com o alfabeto manual como meio para chegar à fala oral.
Em nossa breve viagem por esses tempos, chegamos à modernidade. E podemos afirmar que esse período
está fortemente marcado pelos movimentos políticos e sociais. A educação, enquanto pano de fundo, a
cultura e a linguística, são razões que movem as comunidades surdas no Brasil e no mundo.
Comunicação total: medida provisória ou permanente?
O fracasso do método oral deu-se no momento em que as instituições passaram a aderir outras formas
comunicativas com o objetivo de ensinar a língua majoritária. As instituições passaram a adotar uma
metodologia bimodal de ensino, mais conhecida como a Comunicação Total, aderida pela Gallaudet
University, em 1969.
Este método defendia que os surdos tivessem “acesso à linguagem oral por meio da leitura orofacial, da
amplificação, dos sinais e do alfabeto manual e que se expressem por meio da fala, dos sinais e do alfabeto
manual”
5 / 7Panorama histórico sobre os surdos: História da Educação de Surdos
(PEREIRA et al, 2011, p.11).
Com o tempo, as escolas passaram a discutir essa forma de ensino, que foi compreendida como a melhor,
sem desconsiderar o ensino da leitura e da escrita. Ao mesmo tempo em que a educação encaminhava-se
para grandes embates, a comunidade surda também se movimentava, criando espaços associativos, com a
finalidade de dialogar, e espaços de garantias de direitos como as Federações.
Em 1969, o padre americano Eugênio Oates, missionário da congregação dos padres redentoristas, publicou,
no Brasil, a obra Linguagem das Mãos, que contém 1.258 sinais fotografados. No início da década de 1970,
a corrente filosófica chega com força no Brasil.
Nesse período, inicia-se um olhar sobre a educação de surdos em uma perspectiva de educação especial, em
que os profissionais necessitam de formação específica para atuar com esses sujeitos, que aprendem de
outra forma que não somente pela oralidade.
A Comunicação Total ainda não era uma forma de ensino ideal, e muitas pesquisas sobre a educação de
surdos e os métodos de ensino foram desmembrando as razões pelas quais a educação constituía-se, ainda,
defasada. 
Constatou-se:
a falta de vocabulário de sinais, por parte dos professores que foram ensinados para o método oral;
a falta de conhecimentos dos conceitos de termos da língua majoritária;
a escassa publicação de materiais sobre a educação de surdos.
Mesmo com outros eventos sobre a temática da educação de surdos, havia a necessidade de mais estudos,
de novos profissionais especializados, pois a educação estava fragilizada.
A Comunicação Total imperou no Brasil até o fim da década de 1980. Enquanto em alguns países a Língua
de Sinais retornava com força, aqui ainda estávamos nos adequando ao fracasso do oralismo.
É possível afirmar que a língua de sinais venceu diferentes barreiras e resistências postas para que ela não
fosse utilizada nas escolas. Profissionais como Lucinda Ferreira Brito, linguista brasileira, deram a sua
contribuição, escrevendo sobre a gramática da Língua de Sinais. Lucinda foi precursora no assunto e
estabeleceu alguns parâmetros gramaticais à Língua de Sinais.
Língua de Sinais: Língua natural dos surdos!
Podemos afirmar que a Libras constitui-se como uma língua e os surdos a têm como a sua língua natural,
ou primeira língua (L1).
Por outro lado, também é possível afirmar que a Língua Portuguesa é uma segunda língua (L2).
A influência da educação bilíngue chega ao Brasil em 1990, pelas lutas e movimentos da comunidade
surda. De acordo com Quadros e Schmiedt (2006), trata-se de uma proposta de ensino usada por escolas
que se propõem a tornar acessível à criança duas línguas no contexto escolar.
O objetivo da educação bilíngue é que a criança se desenvolva cognitiva e linguisticamente em equivalênciaà criança ouvinte, que aprende sua língua, naturalmente, e a partir dela desenvolve os aspectos cognitivos e
linguísticos.
6 / 7Panorama histórico sobre os surdos: História da Educação de Surdos

Leia o artigo abaixo que fala sobre as fases da educação de surdos,
complementando nossos estudos:
Contextos e Práticas
É interessante conhecermos a realidade da educação de surdos na região em que moramos. 
Então, desafio vocês a pesquisar nos sites das Secretarias de Educação na sua região ou conversar com
algum professor ou diretor em escola que tenham surdos para saber, por exemplo: Quantos surdos estão
matriculados? Há profissionais e um currículo que para contemplar suas necessidades e língua? Qual a
metodologia de ensino?
Experimentação
Neste momento de nosso estudo, convidamos você a se familiarizar um pouco mais com a nossa disciplina,
assistindo a um vídeo com a professora Maria Cristina Laguna.
Assista ao vídeo sobre Números e Classificação Numérica em Libras:
Com relação aos números, também observamos algumas regras. Assista ao vídeo para conhecer sobre a
ordem dos números:
Aplicações
Vamos aprender a dizer aniversário e idade em Libras…
Assista ao vídeo abaixo:
C lique no ícone para acessar.
 Referências
Libras [recurso eletrônico]: língua brasileira de sinais / Bianca Ribeiro Pontin ... [et al.]. – Dados eletrônicos. –
Porto Alegre : Profissional, 2015.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022018000100503
https://www.youtube.com/watch?v=-D1vJBtyf8c
7 / 7Panorama histórico sobre os surdos: História da Educação de Surdos
PEREIRA, M. C. C. et. al. LIBRAS, Conhecimento Além dos Sinais. 1. ed. São Paulo. Pearson, 2011.
QUADROS, R. M., SCHMIEDT, M. L. P. Idéias para ensinar português para alunos surdos – Brasília : MEC,
SEESP, 2006.
VIEIRA, Claudia Regina; MOLINA, Karina Soledad Maldonado. Prática pedagógica na educação de surdos: o
entrelaçamento das abordagens no contexto escolar. Educ. Pesqui., São Paulo , v. 44, e179339, 2018 . 
 Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022018000100503&lng=
en&nrm=iso>. access on 06 Jan. 2020. Epub Dec 03, 2018. http://dx.doi.org/10.1590/s1678-
4634201844179339.
 Glossário
Comunicação Total: método que defendia que os surdos tivessem acesso à comunicação por meio da leitura
orofacial, da amplificação, dos sinais e do alfabeto manual e que se expressem por meio da fala, dos sinais e
do alfabeto manual.
Educação bilíngue: abordagem que considera a língua de sinais como primeira língua dos surdos e a Língua
Portuguesa (no caso do Brasil) como segunda língua.
Oralismo: abordagem educacional que prioriza a fala e todo o trabalho elaborado visa à reabilitação de
surdos.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022018000100503&lng=en&nrm=iso
1 / 8Panorama histórico sobre os surdos: Acessibil idade de informação e comunicação

Bloco 3
Acessibilidade de informação e comunicação
 Objetivo de aprendizagem
Compreender a acessibilidade de comunicação e informação dos surdos.
 Prepare-se para o saber
Prepare-se para apropriar-se a respeito da acessibilidade dos sujeitos surdos!
Mapa da aula
Conexão
Nos estudos anteriores voltamos nosso olhar para conhecer um pouco da história dos surdos e agora
começamos a nos aproximar da evolução tecnológica, principalmente atual.
Como os surdos têm acesso à informação e como é possível sua acessibilidade comunicacional?
2 / 8Panorama histórico sobre os surdos: Acessibil idade de informação e comunicação
Introdução
Nos estudos deste bloco iremos nos debruçar em:
Conhecer a história da tecnologia para surdos.
Reconhecer o sentido de acessibilidade cultural e tecnológica para surdos.
Compreender como a comunidade surda está conectada entre si e os outros.
Identificar que é possível vencer desafios, muitas vezes de forma simples.
Observação
Você já parou para pensar sobre como um surdo que mora num apartamento saberá se há alguém na
porta?
E se num prédio houver alarme de incêndio, como os surdos saberão que é o momento de evacuar o
prédio?
Se houver um acidente e o surdo estiver gravemente ferido, como irá falar sobre o que sente?
Como um surdo poderá exercer seu direito de cidadania durante as campanhas eleitorais se não houver
acessibilidade?
Fundamentação Teórica
A tecnologia não é um fenômeno recente. Mas o que é a tecnologia? Sempre que o ser humano criar um
instrumento para ajudar em alguma atividade, esse instrumento será uma tecnologia. Mesmo objetos
simples como o papel e a caneta são o resultado da tecnologia. Muitas pessoas pensam que a tecnologia
significa somente o computador ou algum tipo de máquina sofisticada. Mas nós sempre criamos tecnologia
ao longo da história. Por exemplo:
Grahan Bell inventou o telefone;
Dom João VI, que teve perda auditiva na vida adulta, mandou trazer da Inglaterra, em 1819, um trono
acústico, no qual havia um fio condutor de som ligado aos braços.
Acessibilidade: Uma Ideia a Seguir e a Cumprir
Fonte: Amon.
3 / 8Panorama histórico sobre os surdos: Acessibil idade de informação e comunicação

Para tratar de acessibilidade de comunicação e informação é preciso primeiramente entender que a
legislação brasileira precisou discutir e garantir o direito de acesso aos surdos, devido às incompreensões
humanas de que o direito defendido na Constituição de 1988 é para TODOS. Mas o que ainda há para
discutir?
No entanto, ainda temos que refletir sobre o sentido de acessibilidade para pensarmos como podemos usar
a tecnologia, ou até mesmo qual tipo de tecnologia vamos utilizar.
Como sabemos, a comunidade surda movimenta-se há séculos, vimos por suas histórias, por todas as suas
lutas e conquistas, que os surdos estão no mundo e estão cada vez mais conectados.
Porém, nem sempre foi assim, os surdos tiveram um longo período de aprisionamento, suas mãos não
puderam falar e suas vozes sinalizadas foram proibidas. E quem disse que o ouvinte conseguiu calá-los?
Precisamos entender que a acessibilidade não deve ser pensada como tendo uma única direção. Ou seja, a
acessibilidade não significa dar suporte ao surdo somente. Ela deve ser UNIVERSAL. Todas as pessoas
precisam ter acessibilidade e não somente as pessoas com deficiência.
Com relação à acessibilidade dos surdos, assista ao vídeo da professora Ingrid, que conversa com uma
Tradutora Intérprete de Língua de Sinais (TILS) sobre sua atuação.
Assista ao vídeo:
O Decreto 5.626/2005 que regulamenta a Lei de Libras e a Lei 12.319/2010 que regulamenta a profissão
do TILS são documentos que trazem informações sobre este profissional. Conheça a Lei no link a seguir:
Acesse para saber mais:
A Comunidade Surda Conectada
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12319.htm
4 / 8Panorama histórico sobre os surdos: Acessibil idade de informação e comunicação
Quando apresentamos o termo conectada não estamos apenas tratando da conexão digital, virtual, mas
das relações que a comunidade surda pode estabelecer com o restante da sociedade se houver o dispositivo
de conexão, seja pelo profissional tradutor-intérprete, seja pelas tecnologias disponíveis para a efetiva
acessibilidade.
O direito a ter informação
O surdo tem direito a ter informação, a se comunicar, a exigir uma qualidade de vida em que ele possa
circular pela sociedade com autonomia e com a certeza de que será respeitado e compreendido em sua
língua.
Sabemos que muitas discriminações e exclusões ocorrem pela falta de conhecimento, porém, é importante
ressaltar que, ainda em pleno século XXI, a maior barreira existente é a da atitude.
A necessidade de pensarmos na acessibilidade cultural
Um grande exemplo de acessibilidade cultural pode ser visto no trabalho de Marlee Matlin, atriz surda de
extensa carreira profissional, ganhadora do Oscar em 1987, que deixou sua marca na calçada da fama e há
anos conta com os serviços do mesmo tradutor-intérprete de Língua de Sinais americana, Jake Jason,que se
tornou também um grande amigo.
Fonte: Amon.
Fonte: Amon.
5 / 8Panorama histórico sobre os surdos: Acessibil idade de informação e comunicação

Conheça um pouco sobre a expressão artística dos surdos através da poesia em língua de sinais lendo o
capítulo 4, intitulado Poesia em língua de sinais: traços da identidade surda.
Acesse para saber mais:
As letras das músicas podem ser traduzidas para a língua de sinais e para cultura do sujeito surdo, assim
como as poesias, de forma que faça sentido para ele. A interpretação de música é um exemplo de uma
tentativa de adaptação cultural. Como tal, ela deve ser bem pensada.
Quando se trata da percepção sonora, a percepção dos surdos também é diferente, pois percebem pelo
movimento à sua volta, pela vibração, etc. Geralmente essa necessidade de acharmos que o surdo deve
ouvir é uma crença dos ouvintes, mas como já sabemos, a percepção acontece principalmente através da
visão.
Assista este comentário intitulado “Dois Mundos”, relacionado ao mundo dos ouvintes e surdos, trazendo
essa percepção do som de diferentes sujeitos:
C lique no ícone para acessar.
Os Surdos e a Tecnologia
Tratar sobre acessibilidade remete-nos a muitas questões técnicas e tecnológicas, a começar pelo telefone,
que passou a ser visto como sistema útil de contato.
Hoje o celular mudou muito e se tornou uma fonte importante de comunicação entre surdos e ouvintes.
Fonte: Amon
http://appsead.cnec.br/alo/design/assets/6298.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=Ww3nW6U0fTM&feature=youtu.be
6 / 8Panorama histórico sobre os surdos: Acessibil idade de informação e comunicação

A campainha luminosa é um dos recursos mais antigos existentes na comunidade
surda.
Recentemente, alguns condomínios têm se utilizado do interfone em imagem. Se pararmos para pensar,
estas tecnologias por imagem não foram inventadas apenas como meio de acessibilidade para o surdo, mas
também para a segurança das pessoas.
Para termos acessibilidade na TV, precisam haver algumas mudanças, como por
exemplo:
Classificação indicativa do programa em Libras: intérprete de Libras que indica para que idade a
programação é aconselhável.
Sistema de legenda oculta: opção do telespectador. É um sistema no aparelho de televisão que pode
ser acionado para que a pessoa que não escuta possa ler a legenda e assim entender o que está sendo
dito.
Janela com intérprete: opção da emissora ou do Programa. Intérpretes de Libras na TV ainda são vistos
mais em programas religiosos ou políticos.
Clique para acessar.
Como vimos, a tecnologia pode vir a ser a chave para a acessibilidade aos surdos, pode se tornar uma
realidade à medida que a sociedade entender a sua cultura e utilizar a tecnologia nesse processo. Somos
uma única sociedade que historicamente rotulou alguns de nossos membros. À medida que melhoramos a
nossa percepção, nós conseguimos criar formas (tecnologias) para que todos possamos participar de alguma
maneira. Precisamos prestar atenção sobre como as minorias, no nosso caso os surdos, falam como a
acessibilidade pode ser uma realidade.
Nota-se claramente a mudança de concepção, pois antes se olhava e definia os surdos pela ausência da
audição, hoje eles são vistos e pensados como um sujeito sinalizante. Estas mudanças também aparecem
nas legislações.
Contextos e Práticas
Assista a este vídeo que traz exemplos de acessibilidade na residência de uma família de surdos:
Sugiro também se aventurar na internet e verificar que há vários Blogs de pessoas surdas mostrando
aspectos da sua vida enquanto sujeito surdo. Esse espaço do Blog mostra a necessidade de trazer suas
histórias para que outras pessoas em qualquer local possam conhecê-las!
https://md.cneceduca.com.br/resources/56/leitores-surdos-e-acessibilidade-virtual-mediada-por-tecnologias-de-informao-e-comunicao.pdf
7 / 8Panorama histórico sobre os surdos: Acessibil idade de informação e comunicação
C lique no ícone para acessar.
Experimentação
Os surdos discutem a acessibilidade assim como os ouvintes. Veja, no vídeo abaixo, a professora Maria
Cristina Laguna mostrar alguns sinais sobre acessibilidade:
É interessante assistir e praticar!
Aplicações
A falta de acessibilidade ainda é uma constante na nossa sociedade. Como fica o acesso dos surdos
aos seguintes lugares?
Veja, no vídeo abaixo, uma reflexão sobre a falta de acessibilidade em Libras com a professora Maria Cristina
Laguna.
Educação
Saúde
Cultura
Espaço Religioso
Jurídico
Política
 Referências
BRASIL. Cartilha do Censo 2010: pessoas com deficiência. Brasília, DF: SDH-PR/SNPD, 2012. Disponível em:
h<ttp://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/publicacoes/cartilha-censo-2010-pessoas-c
om-deficienciareduzido.pdf.> Acesso em: 05 mar. 2015.
BRASIL. Decreto Federal nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004. Regulamenta a Lei nº 10.048, de 8 de
novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e a Lei nº 10.098, de 19 de
dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das
pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Brasília, DF, 2004.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ ato2004-2006/2004/decreto/d5296.htm.> Acesso
em: 10 ago. 2014.
BRASIL. Lei Federal de nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da
Previdência Social e dá outras providências. Brasília, DF, 1991. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cci
vil_03/leis/l8213cons. htm.> Acesso em: 10 ago. 2014.
https://www.youtube.com/watch?v=twQWFpqekNg&feature=youtu.be
http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/publicacoes/cartilha-censo-2010-pessoas-com-deficienciareduzido.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_%20ato2004-2006/2004/decreto/d5296.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.%20htm
8 / 8Panorama histórico sobre os surdos: Acessibil idade de informação e comunicação
BRASIL. Observatório do Viver sem Limite: BPC Trabalho. Brasília, DF, 2011. Disponível em: <http://www.s
dh.gov.br/assuntos/pessoa-com--deficiencia/observatorio/inclusao-ocial/bpc-trabalho. >Acesso em: 05 mar.
2015.
COSTILLA, H.; NÉRI, M. C.; CARVALHO, A. P. Política de cotas e inclusão trabalhista das pessoas com
deficiência. Rio de Janeiro: FGV, 2002. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ dspace/handle/10438/
518.> Acesso em: 10 ago. 2014.
KLEIN, M. A formação do surdo trabalhador: discursos sobre a surdez, a educação e o trabalho. 1999.
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, Porto Alegre, 1999.
PEREIRA, K. A. A. O surdo e o trabalho: realidade e desafios na busca e garantia do trabalho. Monografia
(Especialização)–Faculdade Santa Helena, Recife, 2009.
STROBEL, Karin. Imagens do outro sobre a cultura surda. Florianópolis: Ed. Da UFSC, 2008.
SUTTON-SPENCE, RACHEL; QUADROS, RONICE MÜLLER DE. Poesia em língua de sinais: traços da
identidade surda. In: QUADROS, Ronice Müller de (org.). Estudos Surdos I. Petrópolis-RJ: Arara Azul, 2006.
Disponível em: <http://www.editora-arara-azul.com.br/ParteA.pdf.>
VIANA, A. S. A inserção dos surdos no mercado de trabalho: políticas públicas, práticas organizacionais e
realidades subjetivas. 2010. 140 f. Dissertação (Mestrado Acadêmico em Administração)–Escola de Ciências
Sociais Aplicadas, Universidade do Grande Rio, 2010. Disponível em: <http://www2.unigranrio.br/pos/stricto/
mest-dm/pdf/dissertacoes/dissertacao-alvanei-dos--santos-viana.pdf.> Acesso em: 05 mar. 2015.
 Glossário
Acessibilidade – é um conceito amplo, mas remete às adaptações necessárias para que todo sujeito tenha
garantido o aceso (a um local, à informação, à comunicação, entre outros).
Comunidade surda – composta não apenas por sujeitos surdos mas, também, por sujeitos ouvinte como
membros da família, intérpretes, professores, amigos, etc. (STROBEL, 2008)
Tradutor Intérprete de Língua de Sinais(TILS) – Profissional que realiza a tradução e interpretação da língua
de sinais para a língua oral ou vice-versa. Pode ainda realizar a tradução/ interpretação da língua de sinais de
um país para a de outro país.
http://www.sdh.gov.br/assuntos/pessoa-com--deficiencia/observatorio/inclusao-ocial/bpc-trabalho.
https://sistema.bibliotecas.fgv.br/
https://editora-arara-azul.com.br/site/
http://www2.unigranrio.br/pos/stricto/mest-dm/pdf/dissertacoes/dissertacao-alvanei-dos--santos-viana.pdf.
1 / 8Surdos no contexto político, social e cultural: Identidades surdas

Bloco 1
Identidades surdas
 Prepare-se para o saber
Prepare-se para olhar o sujeito surdo para além de sua diferença linguística! 
As expressões identidade e cultura surdas têm se afirmado, principalmente, pela argumentação de que a
língua de sinais é a língua natural dos surdos.
Mapa da aula
2 / 8Surdos no contexto político, social e cultural: Identidades surdas
Conexão
O que faz de você quem você é? Somos todos iguais? E onde entram as nossas diferenças? Como você
construiu sua identidade?
blo1-02 Fonte: Amon
Figura 1 - Mapa da aula 
Fonte: Elaborado pelo autor
3 / 8Surdos no contexto político, social e cultural: Identidades surdas
Existe identidade surda?
Ela é única?
Ou ela é diversa?
Introdução
Neste bloco de estudos iremos estudar o significado das identidades surdas e como a forma de nos
referirmos aos surdos mostra o que pensamos sobre as identidades.
Dependendo do viés que olharmos para o surdo, o veremos como um sujeito com deficiência ou como um
sujeito com uma diferença linguística e cultural.
 Desenvolva Habilidades
Observação
Figura 2. 
Fonte: Amon.
4 / 8Surdos no contexto político, social e cultural: Identidades surdas
O que significa ser surdo? Mais do que uma condição clínica, a resposta dessa pergunta nos chama a
entender o conceito de identidade. Neste sentido, fazemos alguns questionamentos:
Como as identidades são construídas?
Como são construídas as identidades surdas?
Como a forma de chamar o surdo mostra o que sabemos sobre as suas identidades?
Fundamentação Teórica
O primeiro aspecto importante para entendermos a experiência surda é lembrar que uma forma comum de
entender os surdos foi colocá-los sob um rótulo clínico, como se ele fosse suficiente para explicar toda a
complexidade humana e cultural da comunidade surda.
A partir das pesquisas feitas pelos Estudos Surdos, podemos perceber que ser surdo envolve mais um
processo identitário do que ter ou não ter uma condição clínica de perda de audição. 
Os Estudos Surdos marcam “uma posição política e epistemológica” (LOPES, 2007) da surdez como uma
diferença, entendendo os surdos como uma minoria linguística e cultural. “Todos os surdos são deficientes
auditivos, mas nem todos os deficientes auditivos são surdos.” (PONTIN, 2014, p. 8.)
Figura 3
Fonte: Amon.
5 / 8Surdos no contexto político, social e cultural: Identidades surdas

Assim, vamos refletir sobre as definições de identidade surda. Existem várias formas de se pensar o
significado da palavra identidade, como você poderá ver nos links do material da disciplina. Afinal, como
sabemos quem somos? 
Acesse o link e leia sobre como se formam as identidades:
http://facos.edu.br/cead/assets/Livros/Pedagogia/Libras/Unidade2/mobile/index.html
Como se forma a identidade surda?
A identidade surda é construída no encontro dos surdos enquanto comunidade, o que ocorre de forma
natural nas escolas de surdos, ou em outros lugares da comunidade surda, como as associações de surdos.
Nesses lugares, os surdos conversam com os seus pares e descobrem semelhanças em termos de
ansiedades, bem como de sua experiência de vida como um todo.
As relações que formam e constituem subjetividades também podem causar no indivíduo a multiplicidade de
identidades, ou seja, traços identitários formados ao longo de sua existência e, algumas vezes, contraditórios
ou não resolvidos. 
É evidente que as identidades surdas assumem formas multifacetadas em vista das fragmentações a que
estão sujeitas, face à presença do poder ouvintista, que lhe impõe regras, inclusive, encontrando no
estereótipo surdo uma resposta para a negação da representação da identidade surda ao sujeito surdo
(SKLIAR, 2012, p.54).
É importante lembrar: a identidade é multifacetada, ou seja, as pessoas não têm a mesma identidade, e
uma pessoa tem várias identidades. Você pode ser várias coisas em vários lugares, como onde você trabalha,
onde você mora. Isso não significa ser falso ou ter algum desvio de comportamento, mas sim que vários
fatores das nossas vidas ajudaram a fazer com que as pessoas tenham diferenças na sua forma de ser.
blo1-05
Figura 4 - Mapa da aula 
Fonte: Elaborado pelo autor
http://facos.edu.br/cead/assets/Livros/Pedagogia/Libras/Unidade2/mobile/index.html
6 / 8Surdos no contexto político, social e cultural: Identidades surdas
Fonte: Amon
Da mesma forma, nem todos os surdos têm a mesma identidade, visto que vários processos ao longo das
suas vidas contribuem de alguma forma para algum aspecto de suas identidades, como aquisição precoce
ou tardia da Libras, a privação da linguagem, nascer em uma família de surdos, etc.
O que significa ser surdo?
Ser surdo é uma condição plural e as identidades surdas podem ser muitas:
Surdos sinalizantes;
Oralizados;
Híbridos;
Bilíngues;
Monolíngues.
Ou simplesmente pessoas com deficiência auditiva.
Surdo ou surdo-mudo?
O termo surdo-mudo era bastante utilizado antigamente pelo senso comum, pois, ao verem a Língua de
Sinais, muitos acreditavam que era porque os surdos não podiam falar. Mas, se considerarmos o lado clínico
do corpo, a mudez é ligada à ausência ou a algum impedimento do órgão fonador. Muitos surdos não
apresentam problemas com o órgão fonador, e sim (nem todos) a falta de retorno auditivo, mas isso não
importa porque os surdos, culturalmente, falam com as mãos e ouvem com os olhos. A comunidade surda,
organizada pela FENEIS (Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos), fez uma campanha,
através de adesivos e outros, para conscientizar as pessoas a usarem o termo adequado: SURDO.
Figura 5.
Fonte: Amon
7 / 8Surdos no contexto político, social e cultural: Identidades surdas

Assita ao vídeo abaixo que mostra o ponto de vista dos surdos sobre estas questões:
Surdos oralizados
Os surdos oralizados cresceram com o uso da prótese auditiva, frequentaram ou ainda frequentam
fonoaudiólogo para treinamento da fala/audição; se portam como ouvintes. No entanto, há surdos
oralizados que sinalizam.
O fator que leva a chamá-los de surdos oralizados, com o termo surdo, é por eles terem um grupo de
amigos em comum ou terem a mesma comunidade, partilhando os significados com seus semelhantes, pois,
apesar de usarem a oralidade, eles também fazem uso de uma cultura visual para a comunicação e
compreensão do mundo.
A professora surda Bianca Pontim explica um pouco mais no vídeo abaixo:
Contextos e Práticas
Em nossos estudos fizemos uma reflexão pontual sobre o papel da identidade na formação dos sujeitos
surdos e como a Língua de Sinais é importante para a transmissão da cultura surda. Neste sentido, para
associar os conhecimentos adquiridos à ao que acontece na prática, realize a leitura do capítulo I no link
abaixo do livro Estudos Surdos II:
Estudos Surdos II
http://appsead.cnec.br/alo/design/assets/10904.pdf
Experimentação
Língua de Sinais: a polidez está no que você sinaliza e em como você sinaliza!
Assim como as línguas orais, as línguas de sinais também são meios de transmissão de importantes
marcadores de educação.
Vamos aprender as formas de interagir por meio de cumprimentos também com a professora surda Bianca
Pontim.
Assista ao vídeo e vamos conhecer sobre os sinais de cumprimentos!
Aplicações
Assista aos seguintes vídeos:
Reconhecimento de saber o que é identidade surda
Como é ser surdo?
http://appsead.cnec.br/alo/design/assets/10904.pdf
8 / 8Surdos no contexto político,social e cultural: Identidades surdas
Resolução: Nos vídeos acima vemos o orgulho surdo, bem como alguns termos pejorativos de nos
referirmos a eles. Quantas vezes ouvimos ou falamos desta maneira? 
Agora que já desmistificamos algumas questões, com certeza passamos a olhar para os sujeitos surdos com
um outro olhar. Um olhar sem preconceito e com respeito às diferenças!
 Referências
Libras [recurso eletrônico]: língua brasileira de sinais / Bianca Ribeiro Pontin ... [et al.]. – Dados eletrônicos. –
Porto Alegre: Profissional, 2015.
LOPES, Maura Corcini. Surdez e Educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
SKLIAR. Carlos. A Surdez: Um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre: Editora Mediação, 6ª. Ed. 2012.
1 / 7Surdos no contexto político, social e cultural: Diferentes contextos dos surdos

Bloco 2
Diferentes contextos dos surdos
 Prepare-se para o saber
Prepare-se para conhecer os diferentes contextos em que os surdos estão inseridos e para apropriar-se
sobre aspectos da cultura surda.
Mapa da aula
Conexão
Figura 1 - Mapa da aula 
Fonte: Elaborado pelo autor
2 / 7Surdos no contexto político, social e cultural: Diferentes contextos dos surdos
Nos estudos anteriores, verificamos que o sujeito surdo possui uma identidade e, na realidade, há diferentes
identidades construídas ao longo das vivências e contextos. Neste processo, se faz muito necessária a
aquisição da língua de sinais e contato com outros surdos. Neste bloco, passaremos a olhar estes sujeitos
surdos em diferentes contextos.
Introdução
Neste bloco de estudos iremos nos apropriar de tópicos sobre os surdos do ponto de vista político, social e
cultural. Você irá ver o surdo além do que a mídia tradicionalmente apresenta, aprendendo a identificar os
surdos nos diferentes contextos.
 Desenvolva Habilidades
Observação
E se o mundo fosse surdo?
Entender os surdos significa pensar em como o contexto político, social e cultural ajudou a construir as
imagens que a sociedade tem sobre as identidades surdas. Isso significa não olhar para a sua condição
clínica, mas refletir sobre como a identidade surda está sendo construída. Por isso, para começarmos a nossa
reflexão podemos simplesmente nos perguntar: e se os surdos fossem a maioria? 
Assista ao vídeo no tópico Contextos e Práticas!
Figura 2 
Fonte: Amon.
3 / 7Surdos no contexto político, social e cultural: Diferentes contextos dos surdos


Fundamentação Teórica
O Contexto político da comunidade surda
Os movimentos surdos iniciaram como forma de se opor à dominação do audismo que, segundo Lane
(1992, p. 52), “é a forma de dominação dos ouvintes, reestruturando e exercendo a autoridade
sobre a comunidade surda”.
A Libras não era respeitada e não circulava nos espaços sociais por não ser uma língua reconhecida, mesmo
tendo pesquisas sobre a Língua de Sinais desde a década de 60. No Brasil, em meados da década de 80, a
comunidade surda começou a se organizar de forma política, lutando para que a Libras fosse reconhecida,
além de enfatizar a diferença do conceito entre surdos e pessoas com deficiência auditiva e lutar pela
educação escolar em sua língua.
Os movimentos surdos, em parceria com movimentos políticos e acadêmicos, foram legitimando a Língua de
Sinais. Começaram por municípios e estados até que ela se tornasse reconhecida através da Lei Federal nº
10.436/2002, como “forma de comunicação e expressão”, com um “sistema linguístico de transmissão de
ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil” (BRASIL, 2002). A mesma lei,
regulamentada pelo Decreto 5.626/2005, diz que o uso e a difusão da Libras deve ser garantido por parte
do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos de forma institucionalizada.
Conheça a Lei 10.436/2002:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm
Conheça o Decreto 5.626/2005:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5626.htm
A sobrevivência da Libras e seu reconhecimento legal só foi possível “graças a décadas de resistência
anônima de centenas de milhares de surdos que mantiveram, enriqueceram e repassaram a língua de sinais
a outras gerações” (FENEIS, 2011, p. 2-3). 
A oficialização da Libras e a sua regulamentação pelo Decreto 5.626/2005 produziram efeitos, como a oferta
obrigatória da disciplina de Libras nos cursos de Licenciatura; a criação do curso de Letras-
Libras/Licenciatura e Bacharelado; o direito de os surdos requisitarem o Tradutor e Intérprete de Língua de
Sinais (TILS); no Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), a graduação em Pedagogia Bilíngue20
formou a primeira turma de licenciados em 2011; entre outras ações.
A luta dos surdos não cessa: [...] encontra-se o Movimento Surdo parceiro na luta da sociedade brasileira
pela democracia e pelos direitos humanos, sociais e políticos, hoje consagrados como direitos constitucionais
fundamentais (FENEIS, 2011). Mas conforme tem sido observado, inclusive de acordo com Thoma e Klein
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5626.htm
4 / 7Surdos no contexto político, social e cultural: Diferentes contextos dos surdos

(2010), nestes últimos anos, “as pautas da comunidade surda vêm-se reconfigurando, sendo que as
discussões relativas às políticas educacionais ganharam contornos de possibilidades de reafirmação de
iniciativas de mobilização do povo surdo” (p. 113).
Conheça, por exemplo, um documento escrito para o Ministério da
Educação pelos primeiros doutores surdos, reivindicando pelos direitos
educacionais dos surdos:
http://www2.unirio.br/unirio/cchs/educacao/grupos-de-
pesquisa/CARTAABERTADOSDOUTORESSURDOSAOMINISTROMERCADANTE.pdf
 
Contexto Social
Existem órgãos formais que representam a comunidade surda, como: a FENEIS; Confederação Brasileira
de Desportos dos Surdos (CBDS); associações de surdos; recentemente, associações de tradutores
e intérpretes de Língua de Sinais; etc., além de escolas de surdos, igrejas e alguns pontos de encontros
determinados pelos grupos de surdos.
Nas comunidades surdas, existem líderes e militantes da causa surda e do orgulho surdo, e uma das regras
é a utilização e a valorização da Língua de Sinais. Há também comunidades surdas somente com surdos
oralizados, que fazem seus movimentos exigindo os direitos de acessibilidade, e a Língua de Sinais não é
contada como fator principal.
Lembramos que, no dia 26 de setembro, a comunidade surda brasileira comemora o Dia Nacional do
Surdo, data em que são relembradas as lutas por direito de cidadania, como: melhor trabalho, educação e
saúde. Essa data foi escolhida pelo fato de ser o dia que marca a fundação do Instituto Nacional de
Educação de Surdos (INES), primeira instituição de surdos no Brasil.
Assista ao vídeo:
Conheça mais sobre a FENEIS, a CBDS e o INES no tópico “Experimentação”!
Contexto Cultural
Ainda é muito comum pensar o sentido de cultura como um grupo de valores ou costumes de uma classe
privilegiada distante, algo que se compra, ou algo que somente o outro tem.
É importante prestar atenção para outras formas de entender o conceito de cultura. Essa é uma lente teórica
importante para entendermos a cultura surda. Observe, ao lado, a definição de cultura de Hall.
[...] cultura tem a ver com significados partilhados. Já a linguagem é o meio privilegiado através do qual
damos sentido às coisas, através do qual o significado é produzido e há intercâmbio. Os significados só
podem ser partilhados através de um acesso comum à linguagem. Assim sendo, a linguagem é central para
o significado e a cultura sempre tem sido considerada como o repositório chave dos valores e significados
culturais (HALL, 1997, p. 1).
http://www2.unirio.br/unirio/cchs/educacao/grupos-de-pesquisa/CARTAABERTADOSDOUTORESSURDOSAOMINISTROMERCADANTE.pdf
5 / 7Surdos no contexto político, social e cultural: Diferentes contextos dos surdos


Os surdos e a culturasurda
Assista ao vídeo: Aprenda Libras - Cultura surda:
Uma das formas de prestar atenção sobre a cultura surda é entender o que os próprios pesquisadores
surdos dizem sobre o seu funcionamento. Ao lado, lemos o que a pesquisadora doutora em educação Karin
Strobel diz sobre a cultura surda:
[...] é o jeito de o sujeito surdo entender o mundo e de modificá-lo a fim de torná-lo acessível e habitável,
ajustando-o com as suas percepções visuais, que contribuem para a definição das identidades surdas e das
almas das comunidades surdas. Isto significa que abrange a língua, as ideias, as crenças, os costumes e os
hábitos do povo surdo (STROBEL, 2008, p.24).
Por povo surdo compreendemos todos os sujeitos surdos, independente da região geográfica a qual
pertencem (STROBEL, 2008).
Se olharmos pelo lado clínico, biológico e demais áreas e campos de saber que desconhecem o mundo dos
surdos, esses sujeitos são vistos como pessoas com deficiência auditiva, necessitados de prótese auditiva, de
treinamento com fonoaudiólogo, de ajuda especial para comunicação. Por outro lado, no campo
socioantropológico, os surdos são usuários da língua de sinais como meio de comunicação e expressão.
Representam uma minoria linguística cultural e pertencem à comunidade surda. Nesta, não somente
surdos fazem parte, mas, também, ouvintes, intérpretes, pesquisadores, familiares, amigos e outros. É
possível pensar num grupo indígena para fazer a comparação. 
Para complementar nossos estudos leia o artigo:
“Identidade, cultura surda e produção de subjetividades e educação:
atravessamentos e implicações sociais”:
Contextos e Práticas
Assista ao vídeo abaixo e reflita sobre o que perguntamos lá no tópico “Observação”:
Quais as reflexões este vídeo pode suscitar?
Experimentação
Explore os seguintes sites:
FENEIS de SP:
Confederação Brasileira de Desportos dos Surdos (CBDS):
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932004000400009
https://feneis.org.br/sp/
6 / 7Surdos no contexto político, social e cultural: Diferentes contextos dos surdos
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
Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES):
http://www.ines.gov.br/
Resolução: Vemos nos links acima a organização social (por exemplo, a esportiva e educacional) e política dos
surdos.
A Feneis é um órgão Nacional, mas possui escritórios regionais em algumas regiões do Brasil. Este órgão
tem importante papel. Conforme informações retiradas do site acima, é uma entidade filantrópica sem fins
lucativos com a finalidade de defender as políticas linguísticas, a educação, cultura, saúde e assistência social,
em favor da comunidade surda brasileira, bem como, defender seus direitos.
Aplicações
Cultura surda na prática!
Um aspecto muito importante da cultura surda é o sinal pessoal. Assim como o nome pessoal, o sinal
pessoal é uma forma importante de tratamento entre surdos que usam a língua de sinais. Vamos conhecer
mais sobre isso com a pesquisadora surda, professora Bianca Pontin.
Assista ao vídeo e vamos conhecer mais sobre os sinais pessoais!
 Referências
BRASIL. Lei nº 10.436, de 24 de Abril de 2002: Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá
outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_ 03/LEIS/2002/L10436.htm.
______. Decreto nº 5.626, de 22 de Dezembro de 2005. Regulamenta a Lei nº10.436, de 24 de abril de
2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5626.htm.
FENEIS. Carta-denúncia dos surdos falantes da Língua de Sinais Brasileira (Libras) ao Ministério
Público Federal sobre a Política de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva
imposta à educação de surdos pela SECADI. 2011.
HALL, S. The centrality of culture: notes on the cultural revolutions of our time. In Thompson, K. (org.).
Media and Cultural Regulation. (pp. 207-238). London: Sage. (Tradução brasileira: A centralidade da cultural:
notas sobre as revoluções culturais do nosso tempo, in: Revista Educação e Realidade, 22 (2), Porto Alegre, p.
http://cbds.org.br/
http://www.ines.gov.br/
7 / 7Surdos no contexto político, social e cultural: Diferentes contextos dos surdos
15-46, jul./dez.1997.
LANE, H. A máscara da benevolência: a comunidade surda amordaçada. Lisboa: Instituto Piaget, 1992.
STROBEL, Karin. As imagens do outro sobre a cultura surda. Florianópolis: Editora da UFSC, 2008.
THOMA, Adriana da Silva; KLEIN, Madalena. Experiências educacionais, movimentos e lutas surdas como
condições de possibilidade para uma educação de surdos no Brasil. Cadernos de Educação, Pelotas, RS, n.
36, p. 107-131, maio/ago. 2010.
1 / 10Surdos no contexto político, social e cultural: Os surdos e o mercado de trabalho

Bloco 3
Os surdos e o mercado de trabalho
 Prepare-se para o saber
Prepare-se para conhecer o contexto dos surdos no mercado de trabalho e ter um panorama sobre: o que
diz a legislação e os programas; os cursos e concursos, cotas e formação; a qualificação profissional como
meio para a qualidade de vida.
Mapa da aula
2 / 10Surdos no contexto político, social e cultural: Os surdos e o mercado de trabalho
Conexão
Daremos continuidade aos estudos anteriores olhando para o contexto social, mais especificamente o
mercado de trabalho dos sujeitos surdos e tudo o que envolve o mesmo. 
Você sabia que há surdos atuando em diferentes áreas e super qualificados?
Introdução
Neste bloco de estudos iremos:
Conhecer o contexto dos surdos no mercado de trabalho.
Reconhecer como a legislação ampara os surdos no trabalho.
Compreender como a formação desempenha um papel importante para o trabalho com surdos.
Identificar formas de promover a inclusão social dentro do mercado de trabalho.
 Desenvolva Habilidades
Figura 1 - Mapa da aula 
Fonte: Elaborado pelo autor
3 / 10Surdos no contexto político, social e cultural: Os surdos e o mercado de trabalho
Observação
Você sabia que há muitos surdos formados em várias áreas, inclusive como mestres e doutores, e que como
todos nós eles também estão no mundo em busca de espaço?
Os surdos estudam, fazem cursos, se formam academicamente, mas quantas empresas realmente valorizam
sua formação?
Com as Leis de Cotas, as empresas estão contratando pessoas com deficiência, mas a pergunta que
devemos fazer é:
A empresa contrata pela eficiência ou pela deficiência?
Fundamentação Teórica
As políticas públicas foram pensadas para garantir direitos aos surdos, pois eles possuem uma história
marcada pela exclusão, assim como outras comunidades. Elas são um conjunto de estratégias criadas pelo
governo para fazer com que a sociedade aceite estas pessoas por meio de cotas e programas para
oportunizar às pessoas o seu direito ao trabalho.
Mesmo diante de tantos incentivos, tudo o que os surdos pedem é o reconhecimento de sua formação e
experiência profissional.
Exigência e penalidade
Devido às leis, muitas empresas têm sido advertidas e multadas por não cumprirem as exigências de
contratação.
Figura 2
Diponível em: https://pixabay.com/pt/photos/formatura-
realiza%C3%A7%C3%A3o-estudante-3615819/
4 / 10Surdos no contexto político, social e cultural: Os surdos e o mercado de trabalho
Mas havia e ainda há uma problemática que fez com que o Ministério do Trabalho tivesse de tomar outras
providências, pois a maioria das pessoas com deficiência não tinha formação adequada para o exercício
das funções, o que gerou novos programas de governo que estabelecessem que estas pessoas recebessem
cursos profissionalizantes.
A história do trabalho para os surdos
Historicamente, podemos compreender a dinâmica do mercado de trabalho para os surdos. O INES –
Instituto Nacional de Educação de Surdos - possui em seu acervo muitos registros sobre a importância que
se dava ao ofício.
O Instituto ofertava, além do ensino literário (leitura e escrita), a formação profissional. Os primeiros cursos
existentes no INES, que datam dos anos de 1870, período Imperial, dirigido por Tobias Rabello Leite,
apresentam duas oficinas:a de sapateiro e a de encadernação. Além disso, os alunos também trabalhavam
na horticultura, segundo o diretor, o que era uma função que melhor convinha à maioria dos surdos por
serem filhos de agricultores.
O papel das instituições surdas no acesso ao trabalho dos surdos
Além do INES, a FENEIS – Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos preocupou-se não
apenas com a formação e inclusão dos surdos, mas promoveu a formação de professores e estabeleceu
parcerias com empresas e órgãos públicos para que pudessem atender e receber os surdos adequadamente.
Algumas das suas ações são:
promover e assessorar a educação e a cultura dos indivíduos surdos;
incentivar o uso dos meios de comunicação social apropriados à pessoa surda, especialmente em
Libras - Língua Brasileira de Sinais.
Figura 3
Fonte: Amon.
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A parceria e a representação dos surdos sempre foi uma marca importante do trabalho da FENEIS, que era
responsável por outras ações públicas ou privadas:
incentivar a criação e o desenvolvimento de novas instituições, nos moldes das modernas técnicas de
atendimento. A educação, a profissionalização e a integração da pessoa surda;
realizar convênios com entidades públicas e/ou privadas, escolas técnicas, artísticas e artesanais e
outras instituições no sentido de promover a profissionalização da pessoa surda dentro dos padrões
(modernos e atuantes) de eficiência.
As Leis e os Programas
Quando falamos em movimento dos surdos, estamos falando da organização dos surdos em busca dos seus
direitos. Essa organização culminou na assinatura da legislação que apoia a entrada de pessoas surdas no
mercado de trabalho, hoje em dia.
Essa nova legislação provocou a criação de vários programas de inclusão dentro das empresas. Embora
inicialmente as pessoas não soubessem como esse processo se daria, muitas mudanças ocorreram como
consequência da lei.
O art. 93. da Lei Federal de nº 8.213/1991 estabelece a obrigatoriedade de garantir vagas às pessoas com
deficiência. Empresas, dependendo de seu número de funcionários, devem disponibilizar de 2% a 5% de
vagas, como segue abaixo:
I. até 200 empregados.................2%;
II. de 201 a 500...........................3%;
III. de 501 a 1.000........................4%;
IV. de 1.001 em diante.................5%.
Mesmo diante destas Políticas de Cotas para as empresas públicas e privadas, há uma negligência muito
grande nas contratações por não haver fiscalizações, e as empresas não tinham orientações de quem eram
as pessoas com deficiência, contratando aquelas que menos prejuízos lhe trariam.
Mais importante ainda, existe a falta de consciência sobre quem são os surdos, sua cultura e sua língua.
Somente o conhecimento pode ajudar a esclarecer como deve ser feito o processo de contratação e a
manutenção dos surdos dentro do espaço de trabalho.
Todos nós precisamos fazer um exame de consciência e refletir sobre como podemos contribuir para termos
boas práticas de inclusão de surdos dentro dos espaços.
Leia as reportagens abaixo:
Surdos ainda encontram dificuldades nos estudos e mercado de trabalho
Surdos têm dificuldade de se inserir no mercado de trabalho em Alagoas
http://www.gazetaonline.com.br/cbn_vitoria/reportagens/2017/11/surdos-ainda-encontram-dificuldades-nos-estudos-e-mercado-de-trabalho-1014106530.html
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http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2013/03/surdos-tem-dificuldade-de-se-inserir-no-
mercado-de-trabalho-em-alagoas.html
O dilema da qualificação
Mesmo assim, existe um dilema quanto à qualificação. Muitas empresas dizem que não conseguem
encontrar pessoas qualificadas para o exercício das funções.
Outras contratavam meramente sem qualquer valorização ao profissional surdo, enquadrando-o em funções
abaixo do seu nível de formação.
E ainda: mesmo que muitos surdos formem-se na universidade, muitos não conseguem trabalhar na sua
área de formação porque as empresas não estão preparadas para recebê-los.
Talvez as empresas estejam preocupadas apenas com o cumprimento da lei de cotas e não com a qualidade
profissional destes indivíduos. Como sabemos, muitas vezes estes sujeitos surdos são contratados apenas
para preencher um número exigido ou são destinados a cargos que não exigem muito esforço intelectual se
limitado às atividades braçais (PEREIRA, 2009, p. 42).
Veja esta reportagem que mostra a dificuldade do surdo se inserir no mercado de trabalho:
Surdos têm dificuldade de se inserir no mercado de trabalho em Alagoas
http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2013/03/surdos-tem-dificuldade-de-se-inserir-no-
mercado-de-trabalho-em-alagoas.html
A cultura surda na empresa ou a falta de audição
Mesmo que a Lei de Cotas tenha chegado para realizar mudanças, os surdos não eram e não são vistos por
suas diferenças e sim pela sua falta.
E, neste aspecto, têm havido lutas para que as empresas e os espaços de formação lhes garantam a
acessibilidade de comunicação e informação. Eles querem que os espaços aceitem a sua língua e a sua
cultura, principalmente favorecendo a comunicação entre eles e os seus colegas ouvintes.
Cursos e Concursos: Cotas ou formação?
Os surdos afirmam que as oportunidades de trabalho crescem, mas não para sua formação, que vem sendo
cada vez mais qualificada.
Muitas empresas têm atribuído aos surdos funções de recorrência, como na área de impressões,
digitalizações, digitações, até mesmo de serviços gerais, auxiliares. Raramente se vê notícias de que os
surdos ocupem cargos públicos ou de chefia.
http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2013/03/surdos-tem-dificuldade-de-se-inserir-no-mercado-de-trabalho-em-alagoas.html
http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2013/03/surdos-tem-dificuldade-de-se-inserir-no-mercado-de-trabalho-em-alagoas.html
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A adaptação dentro do ambiente de trabalho
Quando tratamos sobre cargos públicos, abordamos as formas como são realizadas as provas de concursos.
Até bem pouco tempo atrás, não se permitia a presença do tradutor-intérprete de Língua de Sinais, por
entender que este profissional seria um ajustador, um facilitador da prova.
Hoje se entende que a presença do tradutor-intérprete é fundamental em concursos públicos sendo,
inclusive, direito garantido no Decreto 5.626/2005.
Leia o artigo: “A INSERÇÃO DOS SURDOS NO MERCADO DE TRABALHO: POLÍTICAS PÚBLICAS, PRÁTICAS
ORGANIZACIONAIS E REALIDADES SUBJETIVAS”:
A Inserção dos Surdos no Mercado de Trabalho: Políticas Públicas,
Práticas Organizacionais e Realidades Subjetivas
http://www.anpad.org.br/diversos/down_zips/63/2012_GPR598.pdf
A necessidade de profissionais com formação
Os surdos têm como primeira língua a Língua de Sinais, e a Língua Portuguesa escrita é considerada
segunda língua. Mas quem são os intérpretes?
Os tradutores-intérpretes são profissionais com toda a formação técnica e ética para a tradução das provas
de concurso, o que tem que ser debatido é que os órgãos que realizam estes concursos devem ter esta
informação e compreensão da diferença surda.
Figura 4
Fonte: Amon
http://www.anpad.org.br/diversos/down_zips/63/2012_GPR598.pdf
8 / 10Surdos no contexto político, social e cultural: Os surdos e o mercado de trabalho
O papel do intérprete de Libras para a comunicação dentro do local de trabalho
Visto que, ao chegar à empresa ou órgão, o surdo necessita estar integrado e informado como qualquer
outro funcionário, é muito importante ter o intérprete de Libras.
Os surdos deixam de participar de reuniões e receber informações que são passadas verbalmente aos
funcionários, que para eles são transmitidas depois, por escrito; sem mencionar o esforço dos colegas que
tentam repassar as informações.
Nos cursos de formação, reuniões motivacionais ou até mesmo confraternização, muitas vezesnão se
garante aos profissionais surdos a acessibilidade que lhes é de direito pela Lei nº 5.296/2004.
Por isso, a contratação de intérpretes com a formação adequada para intermediar a comunicação em
momentos como treinamentos, entre outros, é muito importante.
Garantir o acesso à comunicação e à informação por meio de profissionais qualificados, como o tradutor-
intérprete de Língua de Sinais, favorece ao surdo maior participação na equipe de trabalho, proporciona
sentimento de orgulho e de pertencimento por parte do surdo, tornando-o mais politizado e protagonista
de sua vida profissional dentro do estabelecimento de trabalho.
No caso dos surdos, a falta de um profissional que proporcione a mediação da comunicação provoca
sentimentos de discriminação, levando-o a se desmotivar do trabalho.
Se for oportunizado a ele um ambiente de respeito e reconhecimento a sua diferença linguística, haverá
também a qualidade profissional e consequentemente qualidade de vida.
A barreira da falta de formação
Os cursos técnicos e profissionalizantes também têm sido outra dificuldade de acesso, visto que muitos não
querem contratar intérpretes, pois há altos custos com este profissional; outros têm dado formação por
meio de cursos de Libras para seus funcionários, a fim de que sirvam de intérpretes.
Porém, percebe-se que, seja nos espaços de capacitação ou nas empresas e órgãos, os surdos têm direitos a
um profissional formado para a realização de tal trabalho, pois traduzir e interpretar exige formação
específica e principalmente fluência na língua, algo que não se adquire em curto espaço de tempo e muito
menos com cursos de poucas horas.
Contextos e Práticas
Os surdos podem atingir várias posições no mercado de trabalho, como intelectuais, artistas, técnicos, entre
outras.
No vídeo abaixo, você poderá conhecer alguns dos profissionais surdos de destaque.
Assista ao vídeo:
Neste artigo de 2018 você pode conhecer uma pesquisa que mostra a qualificação dos surdos na pós-
graduação até o momento (quantos são, quais áreas, etc.):
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MESTRES E DOUTORES SURDOS: Sobre a Crescente Formação
Especializada de Pessoas Surdas no Brasil:
Experimentação
Muitos surdos têm usado o jargão “Nada sobre nós, sem nós”, uma frase que foi apresentada durante os
movimentos das Pessoas com Deficiência e se tornou ditado popular.
Essa frase indica que não é possível estabelecer mudanças se não nos atermos ao que os surdos têm para
dizer. Neste sentido, observe o desabafo de alguns surdos: 
Resolução: Entendemos até aqui a necessidade de se garantir não apenas o acesso, mas a qualidade do
ambiente de trabalho, promovendo mudanças que possam efetivamente incluir o sujeito surdo. A
oportunidade de trabalho depende muito mais da empresa ofertar empregos que pensem no sujeito pela
sua formação do que pela sua falta. Até porque este é o século dos Direitos Humanos, o século das
mudanças de atitudes que visem oportunizar aos surdos orgulho e sentimento de pertencimento. 
Aplicações
Assista ao vídeo com as profissões em Libras:
Após assistir ao vídeo sugiro buscar por mais sinais relacionados ao mundo do trabalho!
 Referências
BRASIL. Cartilha do Censo 2010: pessoas com deficiência. Brasília, DF: SDH-PR/SNPD, 2012. Disponível
em: http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/publicacoes/cartilha-censo-2010-
pessoas-com-deficienciareduzido.pdf. Acesso em: 05 mar. 2015.
BRASIL. Decreto Federal nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004. Regulamenta a Lei n 10.048, de 8 de
novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e a Lei nº 10.098, de 19 de
dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das
pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Brasília, DF, 2004.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5296.htm. Acesso em:
10 ago. 2014.
BRASIL. Lei Federal de nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da
Previdência Social e dá outras providências. Brasília, DF, 1991. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons. htm. Acesso em: 10 ago. 2014.
º
http://editora-arara-azul.com.br/site/admin/ckfinder/userfiles/files/1%C2%BA%20Artigo%20da%20Revista%2023%20de%20MONTEIRO.pdf
http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/publicacoes/cartilha-censo-2010-pessoas-com-deficienciareduzido.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5296.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.%20htm
10 / 10Surdos no contexto político, social e cultural: Os surdos e o mercado de trabalho
BRASIL. Observatório do Viver sem Limite: BPC Trabalho. Brasília, DF, 2011. Disponível
em:http://www.sdh.gov.br/assuntos/pessoa-com--deficiencia/observatorio/inclusao-ocial/bpc-trabalho.
Acesso em: 05 mar. 2015.
COSTILLA, H.; NÉRI, M. C.; CARVALHO, A. P. Política de cotas e inclusão trabalhista das pessoas com
deficiência. Rio de Janeiro: FGV, 2002. Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/
dspace/handle/10438/518. Acesso em: 10 ago. 2014.
KLEIN, M. A formação do surdo trabalhador: discursos sobre a surdez, a educação e o trabalho.
1999.Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, 1999.
PEREIRA, K. A. A. O surdo e o trabalho: realidade e desafios na busca e garantia do
trabalho. Monografia (Especialização) – Faculdade Santa Helena, Recife, 2009.
VIANA, A. S. A inserção dos surdos no mercado de trabalho: políticas públicas, práticas organizacionais e
realidades subjetivas. 2010. 140 f. Dissertação (Mestrado Acadêmico em Administração) – Escola de
Ciências Sociais Aplicadas, Universidade do Grande Rio, 2010. Disponível
em: http://www2.unigranrio.br/pos/stricto/mest-dm/pdf/dissertacoes/dissertacao-alvanei-dos--santos-
viana.pdf. Acesso em: 05 mar. 2015.
http://www.sdh.gov.br/assuntos/pessoa-com--deficiencia/observatorio/inclusao-ocial/bpc-trabalho
http://bibliotecadigital.fgv.br/%20dspace/handle/10438/518
http://www2.unigranrio.br/pos/stricto/mest-dm/pdf/dissertacoes/dissertacao-alvanei-dos--santos-viana.pdf
1 / 9Línguas de sinais: noções l inguísticas: Mitos, preconceitos e curiosidades sobre a língua de sinais
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Bloco 1
Mitos, preconceitos e curiosidades sobre a língua de
sinais
 Prepare-se para o saber
Prepare-se para conhecer os principais mitos e curiosidades sobre a língua de sinais! 
Mapa da aula
Conexão
Figura 1: Mapa da aula
Fonte: Autora
2 / 9Línguas de sinais: noções l inguísticas: Mitos, preconceitos e curiosidades sobre a língua de sinais
Em estudos anteriores vimos o contexto social, político e cultural dos surdos. Vimos que os surdos possuem
diferentes identidades que o constituem e uma cultura que perpassa pela sua língua, a língua de sinais. No
caso do Brasil, a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).
Agora, passaremos a olhar para as especificidades desta língua, ou seja, iremos conhecer alguns preconceitos
e mitos comuns sobre as línguas de sinais, bem como, algumas curiosidades.
Introdução
Quando ouvimos falar sobre língua de sinais é comum termos alguns conceitos construídos a partir do que
diz o senso comum. A própria mídia, muitas vezes veicula termos errados sobre a Libras. Quem nunca viu
escreverem que LIBRAS são gestos ou mímicas ou uma linguagem? 
Portanto, neste bloco estudos voltaremos nosso olhar para algumas crenças e curiosidades sobre a língua
de sinais, ressignificando algumas informações.
 Desenvolva habilidades
Observação
Será que a Libras é única em todo o mundo?
A língua de sinais é o alfabeto manual?
A expressão facial é necessária na sinalização?
Estas são apenas algumas das perguntas que nos fazemos quando iniciamos os estudos nesta disciplina, não
é mesmo?
Fundamentação teórica
A LIBRAS é universal?
3 / 9Línguasde sinais: noções l inguísticas: Mitos, preconceitos e curiosidades sobre a língua de sinais
A LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) é a língua de sinais do Brasil. Muitas pessoas pensam que a língua de
sinais é ou deveria ser universal. Alguns ficam até mesmo decepcionados ao descobrirem que existem várias
línguas de sinais diferentes no mundo. No entanto, não existe razão para se preocupar.
A LIBRAS é uma língua natural e se desenvolve pelo contato entre os seus interlocutores, assim como a
Língua Portuguesa. O mesmo acontece com a ASL (american sign language) – língua de sinais americana, a
BSL (british sign language) – a língua de sinais britânica e todas as outras línguas de sinais no mundo.
A língua de sinais é mímica ou gestos? Nesta língua podemos expressar conceitos
abstratos?
Perguntas como as realizadas acima, mostram uma crença preconceituosa de que a língua de sinais é
limitada e simplificada. Ou seja, não são mímicas nem gestos, são sinais. A língua de sinais possui todas as
características de qualquer língua humana natural. (GESSER, 2009) Da mesma forma, as pessoas falantes da
língua de sinais expressam, emoções, sentimentos e quaisquer ideias ou conceitos abstratos (GESSER, 2009).
A língua de sinais é o alfabeto manual?
Figura 2
Fonte: Amon 2019
4 / 9Línguas de sinais: noções l inguísticas: Mitos, preconceitos e curiosidades sobre a língua de sinais
Ao acreditarmos que a língua de sinais é o alfabeto manual temos a ideia de que a língua de sinais é
limitada. Seria o mesmo, se na Língua Portuguesa, soletrássemos todas as palavras que falamos. Gesser
(2009) coloca que o alfabeto manual é utilizado para soletrarmos manualmente as palavras, sendo apenas
um recurso dos falantes da língua de sinais. Ou seja, não é uma língua, mas um código de representação das
letras do alfabeto.
A LIBRAS tem modalidade viso-espacial?
Figura 3
Disponível em: <http://cnec.lk/0cw0>
Figura 4
Fonte: Amon, 2019
http://cnec.lk/0cw0
5 / 9Línguas de sinais: noções l inguísticas: Mitos, preconceitos e curiosidades sobre a língua de sinais
Um dos aspectos importantes sobre a Libras e sobre outras línguas de sinais diz respeito a sua modalidade.
A Libras é uma língua viso-espacial ou espaço-visual. O que isso significa? 
Isso significa que enquanto a Língua Portuguesa propaga-se pelo som, a Libras usa o visual do interlocutor
para a comunicação. Por isso, a pessoa que está sinalizando usa o espaço a sua frente para se comunicar.
Libras e Língua portuguesa possuem a mesma estrutura?
A LIBRAS possui uma estrutura diferente da Língua Portuguesa. Por exemplo, não é feito um sinal
correspondente para cada palavra na Língua Portuguesa e também podemos utilizar a datilologia para as
palavras que não têm sinal. Veja no exemplo a seguir a sinalização sendo realizada na estrutura da Língua
Portuguesa:
Chamamos isto de “português sinalizado”.
Agora veja a mesma sentença, porém, na estrutura da língua de sinais:
Neste vídeo vemos, por exemplo, que não foram sinalizadas as palavras SOU, ESTOU e COM. Além disso, a
expressão “estou gostando muito” é trocada por “adorando trabalhar”.
Neste caso, não é feito o sinal de MUITO, pois a intensidade é colocada na expressão facial.
A língua de sinais é uma língua apenas icônica?
É comum a crença de que a língua de sinais, por ser uma língua espaço-visual, por ser sinalizada seja mais
“palpável”, ou seja, que sua forma esteja relacionada ao significado. 
Existem, sim, muitos sinais icônicos, mas não é uma língua exclusivamente icônica.
Sinais icônicos: Alguns sinais são icônicos, ou seja, a forma do sinal lembra a forma do objeto sobre o qual
estamos falando. Como exemplo, podemos ver o sinal CASA, abaixo. O sinal lembra a forma de uma casa:
Figura 5: Casa
Fonte: Imagem Patríca Rodrigues e Fotografia Carolina Sperb
Fonte: Corte do Livro da Produtora Natural
6 / 9Línguas de sinais: noções l inguísticas: Mitos, preconceitos e curiosidades sobre a língua de sinais
Sinais arbitrários: A maior parte do vocabulário de Libras constitui-se de sinais arbitrários, ou seja, sinais
que não possuem relação de objeto e imagem. Veja o exemplo da palavra DESCULPA. Não existe uma razão
para o sinal ter essa forma. Ou seja, o sinal não lembra o sentido da palavra desculpa.
O papel da expressão facial
Um sinal precisa ter a sua expressão facial correspondente. 
Nos exemplo abaixo, o sinal de FELIZ também é considerado uma expressão afetiva (sentimento) e
gramatical (intensidade).
Figura 6: Desculpa
Fonte: Imagem Patríca Rodrigues e Fotografia Carolina Sperb
Fonte: Corte do Livro da Produtora Natural
Figura 7: Feliz
Fonte: Imagem Patríca Rodrigues e Fotografia Carolina Sperb
Fonte: Corte do Livro da Produtora Natural
7 / 9Línguas de sinais: noções l inguísticas: Mitos, preconceitos e curiosidades sobre a língua de sinais
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Também abaixo, podemos ver alguns exemplos de expressões faciais em Libras:
A LIBRAS constitui sujeitos
Não podemos pensar na LIBRAS como uma forma de comunicação alternativa ou como um recurso. Existem
ótimas formas de comunicação alternativa, como o Braile, por exemplo. E existem técnicas e tecnologias de
computador que tentam mecanicamente escrever em português o que está sendo dito.
Porém, é importante lembrar que a LIBRAS é uma língua e isso significa que ela é uma forma de
constituição de sujeitos e não uma forma artificial de comunicação. Assim como os ouvintes se constituem
por meio da língua que falam, os surdos também constituem a sua individualidade por meio da LIBRAS.
Para complementar nossos estudos até aqui leia o artigo:
MITOS SOBRE LÍNGUA DE SINAIS – DISCUSSÕES COM ALUNOS DE
MEDICINA E FONOAUDIOLOGIA
Disponível em: http://cnec.lk/0cw1.
Contextos e práticas
Para responder algumas das perguntas feitas lá no tópico “Observação” e outras que ainda
temos, assista aos vídeos de Léo Viturino, youtuber surdo:
 
Figura 8, 9 e 10: Em sequência - triste, brabo e feliz
Fonte: Imagem Patríca Rodrigues e Fotografia Carolina Sperb
Fonte: Corte do Livro da Produtora Natural
http://cnec.lk/0cw1
8 / 9Línguas de sinais: noções l inguísticas: Mitos, preconceitos e curiosidades sobre a língua de sinais
Experimentação
Veja, abaixo, alguns exemplos de sinais. Primeiro sem expressão facial, e depois com expressão facial.
Resolução: Podemos confirmar, de fato, que as expressões fazem parte da estrutura da língua de sinais
como veremos em estudos futuros.
Aplicações
Assista ao vídeo para aprender alguns sinais de pronomes e pessoas da família:
Você não pode produzir os sinais de qualquer jeito. Ao usar a língua de sinais brasileira, por exemplo, você
deve observar suas regras.
Pratique estes sinais e procure por outros grupos semânticos do seu interesse (por exemplo, sinais de
alimentos, sinais da área da saúde, etc.)!
 Referências
BRITO, Ferreira L. Por uma gramática das línguas de sinais. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1995.
CAMPELLO, A. R. S. Aspectos da visualidade na educação de surdos. 2008. 245 p. Tese (Doutorado)–
Programa de Pós-Graduação, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008.
GESSER, Audrei. Libras? Que língua é essa? Crenças e preconceitos em torno da língua de sinais e da
realidade surda. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.
PETTER, Margarida. Linguagem, língua, linguística. In: FIORIN, J. L. (Org.). Introdução à linguística: objetos
teóricos. São Paulo: Contexto, 2002.
QUADROS, Ronice Müller de; KARNOPP, Lodenir Becker. Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos.
Porto Alegre: Artmed, 2004.
RIO GRANDE DO SUL. Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para
Pessoas. Minidicionário. Porto Alegre: FADERGS, 2010. Disponível em: <http://goo.gl/Qib1H2f>. Acesso em:
05 mar. 2015.
SACKS, O. (1990) Seeing Voices: a Journey into the World of the Deaf. New York: Harper Perennial.
Para Referenciar Este Material, utilize
Libras [recurso eletrônico]: língua brasileira de sinais/Bianca Ribeiro Pontin...[etal.].– Dados eletrônicos.

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