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Universidade Federal do Tocantins Campus Miracema Curso: Serviço Social Disciplina: Economia Política e Serviço Social Docente: Maria José Antunes da Silva Discente: Priscila Kayse Machado dos Santos PAULO NETTO, José; BRAZ, Marcelo. O imperialismo. In: PAULO NETTO, José; BRAZ, Marcelo. Economia Política: Uma introdução crítica. São Paulo: Cortez, 2006. Cap. 8. De acordo com Paulo Netto e Braz (2006) relações de essência históricas são transformáveis, mudáveis, portanto, elas não são cristalizadas no tempo, elas mudam conforme a materialidade do mundo e as materialidades de cada local em que o capitalismo vigie como sistema civilizatório. Independentemente do que se consuma, do que se pense, ou acredite, cada um está inercio a uma relação social capitalista. Capital é uma relação que dependerá de um processo reiterado, se no final o valor não vier para a produção novamente para valorizar o próprio valor terá sido cortado o processo do capital. Ressalta Paulo Netto e Braz que “Capital é movimento” (p. 169). “A história do capitalismo, a sua evolução, portanto, é produto da interação, da imbricação, da intercorrência do desenvolvimento de forças produtivas, de alterações nas atividades estritamente económicas, de inovações tecnológicas e organizacionais e de processos sociopolíticos e culturais que envolvem as classes sociais em presença numa dada quadra histórica.” (PAULO NETTO, BRAZ, 2006, p. 169, 170). No final do século XVI e no início do século XVIII surge a primeira forma de capital na modernidade, depois do mundo feudal, o capitalismo comercial, ou mercantil. “Aproximadamente a partir da oitava década do século XVIII, configura-se esse segundo estágio do capitalismo, o capitalismo concorrencial (também chamado de "liberal" ou "clássico"), que perdurará até o último terço do século XIX.” (PAULO NETTO, BRAZ, 2006, p. 171). “Mas, já então, entre fins do século XIX e os primeiros anos do século XX, o grande capital, a partir daí geralmente conhecido como capital monopolista.” (PAULO NETTO, BRAZ, 2006, p. 178) “O surgimento dos monopólios industriais ocorreu mais ou menos simultaneamente à mudança do papel dos bancos.” (PAULO NETTO, BRAZ, 2006, p. 178). Portanto, não foi de qualquer forma que o capital monopolista se transformou, não foi somente em decorrência das mudanças internas inerentes a própria dinâmica do capital, mas ele criou um instrumento, que foram os bancos. Para que os monopólios aparecessem e começassem a existir como monopólios, a dinâmica do capital bancário foi fundamental. “[...] a concorrência entre os capitalistas industriais levou-os a recorrer ao crédito bancário para os seus novos investimentos.” (PAULO NETTO, BRAZ, 2006, p. 178). E então, o banco passa a ser uma indústria de lucro, sem efetivamente produzir nada. O capital se concentra na mão de pequenos monopólios efetivamente pela dinâmica que o banco produziu no sistema monopolista de produção. “Esse entrelaçamento entre monopólios industriais e monopólios bancários, que começa a se efetivar a partir do último terço do século XIX, deu origem a uma nova forma do capital.” (PAULO NETTO, BRAZ, 2006, p. 179). Em suma, a indústria se funde com o banco. “Essa fusão dos capitais monopolistas industriais com os bancários constitui o capital financeiro, que ganhará centralidade no terceiro estágio evolutivo do capitalismo, o estágio imperialista, que se gestou nas últimas três décadas do século XIX e, experimentando transformações significativas, percorreu todo o século XX e se prolonga na entrada do século XXI.” (PAULO NETTO, BRAZ, 2006, p. 179). Seguem os autores dizendo, “o desenvolvimento da monopolização, o surgimento do capital financeiro (e da oligarquia financeira) [...]”, a junção dos dois blocos de capitais, o capital industrial e o capital bancário, a fusão desses dois tipos de capitais, ao se fundirem, eles fundam um novo modo de capital, que a financeirização do capital que é o capital financeiro. “[...] o desenvolvimento da monopolização, o surgimento do capital financeiro (e da oligarquia financeira), a exportação de capital e a partilha econômica (e territorial) do mundo não são os únicos elementos introduzidos na dinâmica capitalista pelo estágio imperialista.” (p. 183, 184). Como sabe-se a guerra ela não é um problema para o capital, a guerra ela é uma consequência do inchaço da composição orgânica do capital, quando o capital se incha de composição orgânica, ele precisa gastar forças econômicas, por exemplo, a pandemia, desastres da natureza, a guerra, são formas do capital perder a sua composição orgânica, ou seja, gastar a força que ele tem inchado acumulado nele. E a indústria bélica abastece essa forma. “No entanto, é sob o imperialismo que as atividades diretamente vinculadas à guerra adquirem um novo significado.” (p. 184). “O desenvolvimento capitalista implicou sempre uma crescente divisão social do trabalho, própria da produção mercantil. (p. 186).” Quanto mais se mundializava, tanto mais se complexificava a divisão internacional sociotécnica do trabalho. “Na sua trajetória de pouco mais de um século, o imperialismo sofreu significativas transformações. Na história desse estágio do MPC, podem-se distinguir pelo menos três fases: a fase "clássica" que, segundo Mandel, vai de 1890 a 1940, os "anos dourados”, do fim da Segunda Guerra Mundial até a entrada dos anos setenta e o capitalismo contemporâneo, de meados dos anos setenta aos dias atuais.” (PAULO NETTO, BRAZ, 2006, p. 186). “Finalizada a Primeira Guerra Mundial, eram muitos os sinais que apontavam nessa direção” (p. 193). A ideia revolucionária a partir da Rússia tinha um potencial de se expandir gigantesco, violento, e ia se expandir, Era preciso que a burguesia agisse em contra partida Para evitar isso em seu favor, em favor do imperialismo, em favor do capital. “Inclusive o surgimento de Partidos Comunistas, estimulados pela criação da Internacional Comunista (fundada em Moscou, em 1919, e depois conhecida como Terceira Internacional).” (p. 193) Paulo Netto e Braz (2006) explicam, o conceito de fascismo, “é um regime político ideal para os monopólios ou para o estabelecimento da dominação dos monopólios.” Entre o fim da Segunda Guerra Mundial entre os anos 60 aos 70, ocorreu uma fase que os capitalistas se referem como os “anos dourados”. Os autores citam três traços próprios do imperialismo nessa fase. O primeiro, o crédito ao consumidor. O segundo está relacionado à inflação. Por fim, outro traço foi o crescimento do setor terciário, por exemplo, atividades comerciais, financeiras, educacionais, etc.