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Livro Ética, Direitos Humanos e

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Mayanne Júlia Tomaz Freitas
Ética, Direitos Humanos e 
Cidadania
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Mayanne Júlia Tomaz Freitas
Ética, Direitos Humanos e 
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S358i Freitas, Mayanne Júlia Tomaz.
Ética, Direitos Humanos e Cidadania./ Mayanne Júlia Tomaz 
Freitas. – João Pessoa: Faculdade Três Marias, 2020.
144f.
ISBN: 978-85-93529-83-2
1. Ética, Direitos Humanos e Cidadania. I. Título.
Faculdade Três Marias CDD: 658
Diretor Geral: Daniel Porto Campello
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Pró-Diretoria de Educação à Distância: Emília Fernandes Pimenta
Coordenação de Curso: Ana Cristina de Oliveira Borba Paulino
Capa e Editoração: Anna Leda Mendonça Limeira Cabral
Revisão Textual e Normas: Emília Fernandes Pimenta; Ana Cristina de Oliveira 
Borba Paulino
Ficha catalográfica realizada pela bibliotecária 
Este livro é publicado pelo Programa de Publicações Digitais da FACULDADE TRÊS MARIAS
FICHA CATALOGRÁFICA - FACULDADE TRÊS MARIAS
SOBRE A FACULDADE
A Faculdade Três Marias é uma instituição de ensino superior 
pluricurricular, credenciada pela Portaria do Ministério da Educação 
nº 663 de 1º julho de 2015, que tem como objetivo ministrar cursos 
presenciais e a distância nas diversas áreas de conhecimentos; atender 
a demanda do setor produtivo, industrial, comercial e de prestação de 
serviços; desenvolver pesquisa nas áreas de saúde, educação, ciência e 
tecnologia, bem como atuar na extensão universitária. Para atendimento 
aos estudantes, contará com as organizações empresariais como parcerias 
que terão papel de auxílio na integração da faculdade com a comunidade, 
além dos programas institucionais de apoio aos discentes.
MISSÃO
Formar profissionais diferenciados, que atuem de forma autônoma, 
capazes de atender a demanda do mercado, com ética e espírito 
empreendedor.
VISÃO
Ser reconhecida como instituição de ensino superior por meio da oferta 
qualificada de cursos de graduação e de pós-graduação de alto nível.
VALORES
Gestão consciente, ética, respeito mútuo, qualidade de ensino, e 
compromisso social.
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ÃOÉtica, Direitos 
Humanos e 
Cidadania
Mayanne Júlia Tomaz Freitas
Sou a Profª. Mayanne Júlia Tomaz Freitas, graduada em Pedagogia 
pela Universidade Federal da Paraíba e mestra em Educação pela mesma 
instituição no Programa de Pós-Graduação em Educação na linha de Estudos 
Culturais da Educação. Atualmente sou professora do curso semipresencial 
de Pedagogia na Faculdade Três Marias.
Neste material iremos tratar da Ética, Direitos Humanos e Cidadania. 
Para conversar sobre esses temas caminharemos por três unidades que se 
articulam entre si, ao longo delas você encontrará desafios, informações 
e muitas indicações de livros, sites, vídeos, filmes e outros textos que lhe 
auxiliarão nesta jornada.
Começaremos inicialmente pela Unidade I, onde vamos nos deter 
a um estudo mais conceitual de cada um dos temas, buscaremos ainda 
compreender sua origem, fundamentos, aspectos, a que ponto esses 
temas se entrelaçam e como eles funcionam na sociedade, ou seja, para as 
relações entre os seres humanos.
Na Unidade II iremos conhecer os problemas sociais relacionados a Ética, 
Direitos Humanos e Cidadania. Além disso, será importante destacarmos 
os Direitos humanos no campo social, político, econômico e cultural, que 
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versam sobre o direito, de cada cidadão/cidadã. Para finalizar a unidade 
vamos explorar alguns documentos oficiais que asseguram tais direitos 
como: a Declaração dos direitos humanos e a Constituição Federal.
Por fim, na Unidade III abordaremos como os temas Ética, Direitos 
Humanos e Cidadania, podem ser utilizados na educação conhecendo 
algumas políticaseducacionais que destacam a importância de abordá-
los nas salas de aula.
Espero que este material seja apenas o primeiro passo em seus estudos 
sobre Ética, Direitos Humanos e Cidadania, principalmente por serem 
temas que se articulam e tratam de questões que estão relacionadas 
ao nosso cotidiano, ou seja, implicam na boa convivência, nas relações 
sociais. 
Bons estudos!
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M
ÁR
IOÉTICA, DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA: CONCEITO, ORIGEM, FUNDAMENTOS 13
UNIDADE 1 13
INTRODUÇÃO ....................................................................................14
A BASE CONCEITUAL E PERCURSO HISTÓRICO DA ÉTICA, DIREITOS 
HUMANOS E CIDADANIA ...................................................................15
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................58
ATIVIDADE – UNIDADE I .....................................................................59
ÉTICA, DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA NO CAMPO 
SOCIAL, POLÍTICO, ECONÔMICO E CULTURAL 63
UNIDADE 2 63
INTRODUÇÃO ....................................................................................64
DIREITO, CIDADANIA E DEMOCRACIA NO BRASIL: BREVE HISTÓRICO 
65
Os governos Militares ..........................................................................70
A CIDADANIA DA MULHER BRASILEIRA ...........................................74
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS ...................86
CONSTITUIÇÃO FEDERAL .................................................................94
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................96
ATIVIDADE – UNIDADE II ....................................................................97
SU
M
ÁR
IO
ÉTICA , DIREITOS HUMANOS E 
CIDADANIA NA EDUCAÇÃO 101
UNIDADE 3 101
INTRODUÇÃO ....................................................................................102
ÉTICA, DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA: MAPEANDO POLÍTICAS 
EDUCACIONAIS .................................................................................102
Parâmetros Curriculares Nacionais .....................................................103
DIREITOS HUMANOS E A FORMAÇÃO DE PEDAGOGOS ................112
EDUCAÇÃO POLÍTICA PARA A PROMOÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS 
118
O EMPODERAMENTO DE MENINAS PARA A PROMOÇÃO DE IGUALDADE 
DE GÊNERO ........................................................................................119
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................132
ATIVIDADE – UNIDADE III....................................................................133
ÉTICA, DIREITOS HUMANOS 
E CIDADANIA: CONCEITO, 
ORIGEM, FUNDAMENTOS 
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Após o estudo desta unidade você deverá estar capacitado para: 
• Compreender e refletir os conceitos de: Ética, Direitos Humanos e 
Cidadania, os principais valores que regem o ser humano
• Conhecer aspectos fundamentais presentes em: Ética, Direitos 
Humanos e Cidadania
• Distinguir e conhecer as noções elementares dos direitos humanos 
e da cidadania
• Compreender a evolução dos Direitos e da Ética, bem como as 
transformações no modo de agir, pensar e praticar da humanidade;
PLANO DE ESTUDO
• A base conceitual da Ética, Direitos Humanos e Cidadania
• Contextualização dos Direitos Humanos, da Ética e da Cidadania 
e de sua evolução histórica e filosófica, diferença entre ética e 
moral 
• Aspectos fundamentais presentes em: Ética, Direitos Humanos e 
Cidadania
• A ética entrelaçada com a prática da cidadania: Cidadania, Ética e 
Direitos Humanos
Mayanne Júlia Tomaz Freitas
14
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
INTRODUÇÃO
 Na Unidade I, vamos nos deter a um estudo mais conceitual sobre: 
Ética, Cidadania e Direitos Humanos. Buscaremos ainda compreender sua 
origem histórica, fundamentos e aspectos, a que ponto esses temas se 
entrelaçam e como eles funcionam na sociedade, ou seja, quais foram as 
contribuições que esses temas trouxeram para as relações entre os seres 
humanos?
 Dividimos então esta unidade em três grandes blocos. No primeiro, 
iremos explorar a origem histórica do termo ética dentro da filosofia gre-
ga clássica marcada pelos pensamentos de Sócrates, Platão e Aristóteles. 
Buscaremos compreender como esses três pensadores construíram uma 
teoria acerca do agir ético do indivíduo na sociedade. Também investigare-
mos as aproximações e distanciamentos entre ‘Ética X Moral’.
 No segundo bloco, que é destinado à Cidadania, faremos um re-
trospecto histórico das primeiras organizações sociais que consideravam 
algum nível de participação do indivíduo na vida pública. Além disso, ire-
mos discorrer sobre a evolução da concepção de Cidadania ao longo dos 
15
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
séculos.
 No terceiro e último, vamos compreender o que são Direitos Humanos, 
destacar um dos mais importantes documentos, que assegura e reconhece os di-
reitos do indivíduo. Iremos conhecer o percurso histórico dos Direitos Humanos , 
com os principais acontecimentos no Brasil e no mundo, e sua abrangência em 
termos de atuação na sociedade.
A BASE CONCEITUAL E PERCURSO HISTÓRICO DA 
ÉTICA, DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA
 Nesta primeira parte do nosso livro, conceituamos Ética, Direitos Humanos 
e Cidadania mostrando um pouco da história por trás de cada conceito e fazendo 
uma ponte com a ideia que temos atualmente sobre cada um desses tópicos. 
ÉTICA
Agir eticamente é fazer o que é certo pensando no bem comum. Fonte: https://www.signifi-
cados.com.br/foto/etica-fb.jpg. Acesso em nov-2019
16
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
 Em nosso cotidiano é muito comum ouvimos expressões como “Aquele ra-
paz não é uma pessoa ética”, “Devemos ser ético no trabalho”, “Pessoas que não 
têm moral não são éticos”, “Ela não tem moral para falar sobre isso”, “Estaatitude 
é imoral”. Na grande maioria dos casos as pessoas acabam associando ética e 
moral a virtudes, fazendo com que as pessoas que as tenham sejam valorizadas e 
aqueles que por ventura não apresentem tais atributos, sejam desprezados social-
mente, de tal maneira que ninguém quer conviver com pessoas sem ética e sem 
valores morais. Essas expressões, que encontramos no senso comum trabalham 
com dois conceitos antigos surgidos dentro da filosofia grega clássica promovida 
por Sócrates, Platão e Aristóteles. Embora, Ética e Moral se relacionem elas repre-
sentam ideias distintas.
Para saber mais. . .
Da esquerda para a direita: Aristóteles, Platão e Sócrates. Fonte: http://twixar.me/tzlT Data 
de acesso: nov.2019
 Também conhecido como Período Clássico, a Filosofia Grega 
Clássica compreende o momento da história da filosofia que se inicia com 
17
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
o surgimento da figura de Sócrates, o desenvolvimento de Platão e culmina 
nos trabalhos de Aristóteles. Na história da filosofia este período é compre-
endido como estando entre os pré-socráticos e pós-socráticos, embora o 
uso de tempo para esta denominação não seja totalmente adequado, uma 
vez que muitos filósofos pré-socráticos foram, na verdade, contemporâne-
os de Sócrates. A divisão trata mais do estilo de fazer filosofia e da rele-
vância dos três autores que compõe o período clássico, Sócrates (470-399 
a.C.), Platão(427-347 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.).
 Este período é marcado pelo amadurecimento da filosofia para uma 
forma mais estruturada e pelos desenvolvimentos em ética e politica, que 
estavam praticamente ausentes nos pré-socráticos. O primeiro filósofo des-
te período foi o próprio Sócrates, aparecendo como principal personagem 
nos diálogos de Platão e creditado por Aristóteles como o primeiro filósofo 
a proceder uma busca rigorosa por definições universais para as virtudes 
morais. 
 Sócrates é notadamente um dos mais relevantes personagens de 
toda a história da filosofia, não apenas moldando a filosofia grega de sua 
época, mas contribuindo para a área da epistemologia, sendo o primeiro a 
procurar entender a extensão do conhecimento humano; política, em que 
defendia o rei filósofo como possível governante ideal, sendo normalmente 
interpretado como um crítico da democracia; ética, em que defendia que 
a melhor forma de viver é através da virtude como base da ação humana; 
e diversos outros temas. De acordo com Cícero, Sócrates trouxe a filoso-
fia para o alcance humano, introduzindo o pensar filosófico no seio das 
cidades, apresentando a necessidade de que todos examinem a vida, a 
moral, o bem e o mal. E fez isto por meio do método socrático, consistindo 
em perguntas e respostas que levavam o interlocutor a pensar, terminando 
de modo aporético (sem uma conclusão definida), mas trazendo a tona 
18
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
máximas e paradoxos que obrigavam o interlocutor a pensar verdadeira-
mente o tema, entendendo a complexidade das relações políticas e éticas.
 Após Sócrates, encontramos na história do período clássico seu 
discípulo Platão, responsável por transmitir muitos dos ensinos e discus-
sões de seu mestre através dos diálogos que produziu. Platão utilizava-se 
de longas alegorias para explicar suas posições, levando o interlocutor até 
a conclusão. A mais famosa destas alegorias é o Mito da Caverna.
 Aristóteles por sua vez, tendo começado seus estudos com Isocrates, 
continuou seus estudos filosóficos na escola de Platão, também foi um 
estudioso da botânica e zoologia, sendo considerado o pai das ciências. 
Ele criticou o regime sugerido por seu mestre Platão, referindo-se ainda a 
teoria das ideias como “palavras vazias e metáforas poéticas”. Expandiu a 
importância da verificação empírica, algo que a teoria das ideias de Platão 
diminuía.
Adaptado de: https://www.infoescola.com/filosofia/filosofia-grega-classica/
 A palavra Ética tem origem no termo Grego ethos que se refere aos hábitos 
e costumes dos homens. Em sua tradução para o latim teria assumido a forma 
de mos ou mores (no plural), sendo essa a origem da palavra moral. Talvez por 
isso as palavras Ética e Moral são usadas nos discursos do senso comum como 
sinônimas. Para o filósofo catalão José Ferrater Mora, embora os termos se-
jam utilizados, no meio social e jornalístico, indistintamente, o primeiro tem um 
significado bem mais amplo que o segundo. Para ele, no entanto, a moral é aquilo 
que se submete a um valor (FERRATER MORA, 1978).
 Segundo o dicionário brasileiro da Língua Portuguesa MICHAELIS (2019), 
19
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
ÉTICA pode ser definida como um “Ramo da filosofia que tem por objetivo refletir 
sobre a essência dos princípios, valores e problemas fundamentais da moral, tais 
como a finalidade e o sentido da vida humana, a natureza do bem e do mal, os 
fundamentos da obrigação e do dever, tendo como base as normas considera-
das universalmente válidas e que norteiam o comportamento humano”. Um outro 
significado apresentado pelo mesmo dicionário descreve ÉTICA como “Conjunto 
de princípios, valores e normas morais e de conduta de um indivíduo ou de gru-
po social ou de uma sociedade”. Podemos perceber que nos dois significados 
apresentados neste verbete a Ética se relaciona a Moral. Nesse sentido a Ética é 
um ramo de estudo da filosofia que reflete sobre como a Moral se estabelece nas 
relações sociais, qual seria suas motivações e bases. Trata-se sobre refletir acerca 
dos valores e costumes que norteiam as ações das pessoas na sociedade, tanto 
individualmente como coletivamente.
 Se a Ética é o estudo filosófico da Moral, podemos questionar: e o que é 
moral? Segundo o dicionário MICHAELIS (2019), Moral relaciona-se “às regras de 
conduta e aos costumes estabelecidos e admitidos em determinada sociedade.” 
Portanto podemos concluir que Moral são os costumes, regras, tabus, formas de 
conduta, individuais e coletivas, aceitos em uma determinada sociedade, em um 
determinado período histórico. A Ética é uma investigação sobre as bases e ori-
gens destes costumes.
20
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
Para saber mais
 A revista “Moral e Ética em quadrinhos” apresenta diversas situa-
ções do cotidiano onde se pode verificar as diferenças e relações existen-
tes entre ética e moral. A revista foi um trabalho desenvolvido pelos alu-
nos do 1º semestre de 2019 do curso de Design Gráfico da Universidade 
Cruzeiro do Sul, sob orientação do prof. Ivan Ordonha na disciplina de Ética 
e Legislação na Comunicação. O desafio era representar uma situação que 
envolvesse questões de moral e ética em forma de quadrinhos, utilizando 
diversas técnicas de desenho. A revista pode ser acessada gratuitamente 
por meio do link: https://issuu.com/ordonha/docs/livro2.
21
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
 Para que possamos compreender melhor as diversas facetas dos concei-
tos de Ética e Moral é necessário realizar um pequeno percurso histórico sobre as 
principais contribuições dos filósofos da chamada “Filosofia Grega Clássica”, uma 
vez que eles foram os primeiros a pensar o conceito de ética, associando a tal pa-
lavra a ideia de moral e cidadania.
Sócrates
 Sócrates nasceu em Atenas, provavelmente no ano de 470 a.C., e tornou-
-se um dos principais pensadores da Grécia Antiga. Aprendeu música, literatura e 
também se dedicou à meditação e ao ensino filosófico. Sócrates ficou conhecido 
pela sua coragem e pelo seu intelecto. Serviu no exército, desempenhou alguns 
cargos políticos e foi sempre modelo de cidadão exemplar. 
 Desde a juventude, Sócrates tinha o hábito de debater e dialogar com as 
pessoas de sua região. Ele realizava esses trabalhos de diálogos em locais públi-
cos, como ginásios e praças. Costumava agir de forma descontraída e descompro-
missada, por meio da conversa, o que fascinava jovens, mulheres e políticosde sua 
época. Ele não chegou a fundar uma “Escola de Pensamento” mas tinha muitos 
seguidores, dentre eles um que viria a se destacar bastante após sua morte. 
 Para Sócrates a virtude é a sabedoria (sofia) e conhecimento. Já o vício é 
o resultado da ignorância. O saber fundamental é o saber a respeito do homem. 
Sobre essa ideia, Sócrates teria dito suas frases mais conhecidas como: “Conhece-
te a ti mesmo” e “Sei que nada sei”. Devido a sua liberdade de expressão e às for-
tes críticas que fazia à política da Grécia, foi acusado de corromper os jovens da 
época e foi condenado a beber cicuta. Morreu em 399 a.C.
Platão
 Um dos discípulos de Sócrates que mais se destacaram foi Platão. Ele 
nasceu em Atenas, em 427 a.C. e morreu em 347 da mesma Era. Pertencia a uma 
família rica, da mais alta aristocracia grega. Foi discípulo e admirador de Sócrates. 
22
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
Platão retratou seu mestre em muitas de suas obras em uma de suas obras mais 
célebres, A República. Segundo Natrielli (2003) nesse texto Platão:
[. . .] descreve o diálogo no qual Sócrates pesquisa a natureza da justiça e da in-
justiça. Para isso, transferindo a análise do individual ao coletivo, procura a justiça 
“em letras grandes”, imaginando a constituição de uma cidade ideal. À medida que 
essa cidade vai sendo construída, desde sua forma mais primitiva até se tornar mais 
complexa, há a necessidade de uma especialização de tarefas cada vez maior. 
Essa cidade terá então uma classe de guardiões para defendê-la e estes 
deverão receber uma boa educação para que sejam, segundo Sócrates, “brandos 
para os compatriotas embora acerbos para os inimigos; caso contrário não terão de 
esperar que outros a destruam, mas eles mesmos se anteciparão a fazê-lo”. Sendo 
assim, uma grande parte do diálogo se dedica a decidir qual seria a educação mais 
adequada para se formar homens “com uma certa natureza filosófica” que terão 
a função de proteger e governar essa cidade imaginada como perfeita e justa. 
(NATRIELLI, 2003, p. 375)
 Podemos, a partir da citação de Natrielli (2003), perceber como Platão pre-
ocupou -se em demonstrar a importância da educação para a construção de uma 
cidade prospera. É por meio da educação que se criaria governantes com um co-
nhecimento filosófico necessário para desenvolver a cidades. Platão escreveu este 
texto dentro de um período histórico onde as cidades-estados estavam em plena 
ascensão. Na visão de Platão seria necessário seria necessário preparar bem as 
pessoas que guiariam o destino destas cidades. 
 Platão também tinha uma outra teoria conhecida como “teorias do mundo 
23
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
das ideais”. De acordo do Egg (2010, p.7) na teoria das Ideias de Platão
[. . .] existem dois mundos; o primeiro mundo é composto por ideias imutáveis, 
eternas, invisíveis e diferentes das coisas concretas; o segundo, o mundo real, é 
constituído por réplicas das ideias (coisas sensíveis), cópias imperfeitas e mutáveis. 
Ao contrário do que se pode pensar, o mundo das Ideias, de Platão, é o lugar das 
coisas verdadeiras enquanto o mundo real é o lugar onde reinam as aparências e as 
sombras. Segundo esta premissa, o homem não se pode deixar levar pelos senti-
dos, que sempre lhe passam uma percepção distorcida das coisas que o rodeiam. 
A verdadeira realidade só pode ser atingida e verdadeiramente compreendida por 
intermédio da razão. Vale destacar que Platão também afirma que o bem é um molde 
sobre o qual deveria se processar toda a ação humana. Ele entendia que o elemento 
da vontade do homem deveria estar sempre voltado para o bem. Platão também en-
caminhou seus estudos para as áreas da política e da reforma social, em decorrência 
do seu envolvimento com a difícil situação de Atenas, após a Guerra do Peloponeso. 
Ele ainda entendia que a pólis é o próprio terreno da vida moral e que a ética neces-
sariamente desemboca na política. Platão reconhecia como “classes superiores” 
as dos governantes e guerreiros, pelas suas atividades de contemplação, guerra 
e política. As “classes inferiores” eram as dos artesãos – devido ao desprezo do 
pensador pelo trabalho físico – e dos escravos – considerados pela sua sociedade 
como desprovidos de virtudes morais e de direitos cívicos. 
 A ética de Platão dava-se de acordo com as ideias dominantes, a partir da 
realidade social e política de sua época. Nesse sentido, Platão compreendia que 
nem todos os habitantes da Polis deveriam ter um comportamento ético, pois ape-
nas as pessoas que pertencessem as “Classes Dominantes” é que teriam tais obri-
gações. Como as “Classes inferiores” se preocupavam com os trabalhos físicos 
e braçais, eles não deveriam se ocupar com questões que envolvessem a ética, 
afinal essas seriam atividades intelectuais destinadas às “Classes Superiores”. Em 
24
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
uma leitura mais atual, esse pensamento de Platão pode parecer preconceituoso 
e elitista. No entanto, devemos considerar o momento histórico em que a obra “a 
República” foi escrito. A escravidão, por exemplo, era a base da organização das 
cidades-estados Gregas, de modo que não se conseguia uma sociedade sem es-
cravos. Devemos lembrar que até a abolição da escravatura em 1888, a escravidão 
era algo comum na sociedade brasileira. 
 Para Platão, as virtudes que os homens que governariam as cidades deve-
riam ter abrangia: 
 * A prudência ou sabedoria é a virtude da parte racional do homem, ou seja, 
a parte que corresponde à razão;
 * A fortaleza ou valentia é a virtude do entusiasmo, ou seja, dos impulsos 
de vontade e ânimo;
 * A temperança ou autodomínio, relaciona-se à parte do apetite, à vida 
impulsiva e instintiva, mas que freia os prazeres corporais; 
 * A justiça como o equilíbrio de todas as virtudes 
 Platão associava cada parte da alma a uma determinada classe social pró-
pria de seu contexto. A razão era própria da classe dos governantes e filósofos, 
pois a prudência os guiava. Os guerreiros eram guiados pela valentia e entusiasmo, 
pois defendiam as cidades-estados. A temperança era característica da camada 
dos artesãos e comerciantes, motivados pelo apetite e pela moderação. A justiça 
social era a responsável pela harmonia entre todas as partes da sociedade grega 
da época. 
25
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
Aristóteles
 Quando Aristóteles tinha aproximadamente 17 anos, foi enviado a Atenas 
para completar sua educação, devido à intensa vida cultural daquela cidade que 
lhe acenara possibilidade de estudo. Ingressou na Academia de Platão e estudou 
ali até o ano da morte do mestre, quando consolidou sua vocação para filósofo. Em 
343 ou 342 a.C., Aristóteles foi chamado para ser mestre do jovem Alexandre, o rei 
da Macedônia, quando este ainda tinha 13 anos. 
 Posteriormente o filósofo voltou a Atenas, em 334 a.C., e fundou sua pró-
pria escola, o Liceu, cujos alunos eram chamados de peripatéticos. Morreu em 322 
a.C., Aristóteles, refletiu sobre como o homem poderia viver uma boa vida, afirmava 
que a felicidade era a finalidade de todo homem e a plena realização humana era a 
contemplação do exercício da razão humana. Ele ensinava que há três formas de 
alcançar a felicidade: pela virtude, pela sabedoria e pelo prazer. Escreveu aproxi-
madamente uma centena de obras, mas muitos de seus livros perderam-se por 
terem sido proibidos pela Igreja Católica, no final da Idade Média. 
 O pensamento moral de Aristóteles está exposto em obras como Ética a 
Nicômaco, Ética a Eudemo e A Grande Ética. As suas obras foram das mais dis-
cutidas e comentadas da Antiguidade, deixando uma importante herança para a 
história da cultura e da filosofia.
Ética ao longo da história
 Desde a Grécia antiga até a idade moderna a ética passou por algumas 
transformações de entendimento e foi evoluindo à medida que a sociedade e as 
relaçõessociais se tornavam mais complexas. Em seu Livro; História da Ética, 
Rosiane Follador Rocha Egg (2010) divide essas transformações em três períodos:
26
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
1- Ética romana e Cícero 
 Entre os filósofos romanos da Antiguidade, podemos citar Marco Túlio 
Cícero, que nasceu em 106 a.C. e morreu em 43 a.C. Além de filósofo, foi também 
orador, escritor, advogado e político romano.
 Cícero era senador e figura proeminente da política romana. Vendo-se 
obrigado a deixar a vida pública, Cícero recolheu-se à vida privada e retomou a 
meditação filosófica. Seu conhecimento sobre a filosofia grega fora decorrente do 
período em que estudou em Atenas. Quando Júlio César desencadeou a guerra 
que o levaria a dominar todo o império, tratou de eliminar seus últimos adversários. 
Dentre esses estava Cícero, que, na época, era senador e figura proeminente da 
política romana. Vendo-se obrigado a deixar a vida pública, Cícero recolheu-se à 
vida privada e retomou a meditação filosófica. Discutiu diferentes doutrinas gregas 
sem, no entanto, vincular-se inteiramente a nenhuma. Seu conhecimento sobre a 
filosofia grega fora decorrente do período em que estudou em Atenas. Uma de suas 
frases mais célebres diz que “a filosofia é o melhor remédio para a mente”.
 Os filósofos romanos dessa época, de um modo geral, convergiam para a 
mesma preocupação com a conduta humana, com o caráter do indivíduo e com 
seus costumes. Todos esses aspectos em conjunto recebem o nome de moral. 
Esses filósofos também acreditavam que o principal objetivo das ações humanas 
está na própria virtude, pela sua retidão ou honestidade. A moral foi, para os roma-
nos, um conjunto de deveres que a natureza impôs ao homem, seja pelo respeito a 
si próprio, seja pela relação com os outros homens.
2- Ética cristã na Idade Média
 Por volta do século III a.C., o Império Romano passou por uma enorme 
crise econômica e política. A corrupção instalada no Senado e os gastos exorbi-
tantes, com artigos de luxo, escassearam os recursos a serem investidos no exér-
cito romano, fato que atingiu negativamente o Império. Com o enfraquecimento 
da instituição militar romana, somado à crise política avassaladora, no ano de 395 
27
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
a.C., o imperador Teodósio resolveu dividir os limites de seu império. Dava-se, com 
isso, o fim da Antiguidade e o início da Idade Média. Nessa época, a religião cristã 
assumiu o papel de determinar os valores morais e éticos a serem seguidos por 
boa parte do Ocidente. Ganham ênfase as revelações dos livros sagrados traduzi-
dos pelo clero e, a partir deles, passam a ser determinadas as regras de conduta 
sociais. A figura messiânica de Jesus de Nazaré tornou-se o grande arauto de uma 
nova ética: a do amor ao próximo. 
3- Idade Moderna
 A partir do século XVI, durante a transição da Idade Média para a Moderna, 
a Igreja Católica começou a cair no descrédito da população devido ao protes-
tantismo e a outros movimentos que eclodiram com a Reforma Religiosa do sé-
culo XVII. Destaca-se dentro desse contexto a figura de Martinho Lutero, monge 
que viveu entre os anos de 1483 a 1546 e lutou pela reforma da Igreja Católica. 
Questionou a falta de ética na venda das indulgências10 e de relíquias sagradas, 
como pedaços do manto de Jesus Cristo e de minúsculos fragmentos da sua cruz. 
 Lutero foi a Roma e lá presenciou o comportamento antiético de alguns 
membros da Igreja. Percebeu que a venda de indulgências poderia confundir as 
pessoas e levá-las a confiar apenas nas indulgências, deixando de lado a confissão 
e o arrependimento verdadeiros. Além dessa questão, Lutero criticava o fato de a 
Bíblia ser pouco acessível à população geral, pois poucos conheciam o idioma em 
que estava escrita (Latim), e os poucos exemplares do livro sagrado que existiam 
encontravam-se fechados nos conventos e igrejas. Ao contrário de uma elite ecle-
siástica, a grande maioria da população não conhecia a Bíblia. Lutero, no seu mo-
vimento reformista, promoveu a educação para todos, inclusive para camponeses 
e mulheres. Traduziu a Bíblia do Latim para o Alemão, dando a oportunidade para 
que todos a conhecessem. 
 O aperfeiçoamento da imprensa por Gutenberg também ajudou a divulgar 
a sagrada escritura dos cristãos. Na Idade Moderna, foram consideráveis as trans-
formações de ordem social, econômica e política, como as viagens às Índias e às 
28
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
Américas e a Revolução Científica, proporcionada por Nicolau Copérnico, Galileu 
Galilei, Newton, dentre outros. 
Para saber mais. . .
Gutenberg (à direita) manuseia um panfleto impresso em tipos móveis. Fonte: http://twixar.
me/KPcn. Acesso em: 10/06/2019
 A invenção da máquina de impressão em tipos móveis, mais conhe-
cida como imprensa, pelo alemão Johannes Gutenberg, no século XV, pro-
vocou uma enorme revolução na modernidade: o processo de aceleração 
da produção de livros. Após a invenção da imprensa, imprimir e compor 
livros deixaram de ser práticas manuais e artesanais e tornaram-se uma 
produção em série mecanizada.
 Gutenberg desenvolveu o seu invento por volta do ano de 1430. A 
29
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
máquina de imprensa de Gutenberg contava com uma prancha onde eram 
dispostos os tipos, ou caracteres, móveis. Esses tipos móveis nada mais 
eram que símbolos gráficos (letras, números, pontos etc.) moldados em 
chumbo. Um só molde desses tipos, alimentado com tinta, poderia imprimir 
inúmeras cópias de um mesmo texto em questão de horas. Se na elabora-
ção manual dos livros (que eram chamados de códex, ou códice), o tempo 
gasto era enorme; com a imprensa, esse tempo foi amplamente reduzido. 
No início do século XVI, os efeitos provocados pela imprensa de Gutenberg 
já eram perceptíveis nos principados alemães, sobretudo quando, por meio 
da imprensa, houve a popularização dos panfletos críticos do reformista 
Martinho Lutero.
 No início do século XVI, os efeitos provocados pela imprensa de 
Gutenberg já eram perceptíveis nos principados alemães, sobretudo, quan-
do por meio da imprensa, houve a popularização dos panfletos críticos do 
reformista Martinho Lutero. A Reforma Protestante deflagrada por Lutero 
em 1517 passou a ter uma grande recepção entre a população letrada da 
Alemanha, em virtude da circulação das teses e dos panfletos impressos. 
Posteriormente, uma contribuição ainda maior de Lutero para a história da 
leitura estaria de “mãos dadas” com a imprensa de Gutenberg: a tradução 
da Bíblia do latim para o alemão.
 
Adaptado de: http://twixar.me/lVcn Acesso em: 10/06/2019
30
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
CIDADANIA
Fonte:http://twixar.me/JSlT Acesso em: nov-2019
 Após tecer algumas considerações acerca da Ética e da Moral, agora, ire-
mos adentrar no campo da Cidadania, investigar onde e como surgiu este conceito, 
o que significa ser cidadão na sociedade de consumo e estabelecer relações entre 
Cidadania, Ética e Moral. Para iniciar nossas discussões iremos recorrer novamen-
te ao dicionário MICHAELIS (2019) para verificar os significados atribuídos ao vo-
cábulo “Cidadania”.
 Um dos primeiros significados que surgem é que “Cidadania é relativo a 
cidadão”. Pesquisando-se por cidadão temos dois significados: o primeiro diz que 
31
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
cidadão é a denominação de quem mora em uma cidade. O segundo significado 
estabelece que o Cidadão é o “Indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de 
um Estado”. Podemos concluir aqui que a ideia de Cidadania preconiza a existên-
cia de um indivíduo que faça arte de uma organização social maior, podendo ser 
uma cidade ou estado que, por sua vez, é regido por leis. Não podemos pensar em 
Cidadania sem pensar na figura do Cidadão, como também não podemos pensar 
em Cidadão sem o Estado. Nesse sentido, a cidadania perpassa do campo indivi-
dual para o campoSocial/Grupal.
 A relação do Cidadão com o estado é dúplice: de um lado os cidadãos 
participam da criação do estado e de sua organização. Do outro lado o estado por 
meio de suas estruturas governamentais cuida para manter o estado e para garan-
tir os direitos e exigir o cumprimento dos deveres dos cidadãos. Dessa forma, a 
cidadania está intimamente ligada ao pertencimento a determinado estado ou na-
ção. A nacionalidade é um pressuposto, ou seja, a cidadania formal é concedida ao 
indivíduo no momento em que ele nasce em determinado país e pode ser adquirida 
por estrangeiros, após o seguimento de alguns processos.
 No entanto, nem sempre existiu o conceito de Cidadania como o conhe-
cemos. Ele foi um processo de construção e reconstruções que passou por várias 
fases e inúmeras modificações. Iremos conhecer algumas delas mais a diante.
A Pré-história da Cidadania
 A história da cidadania remonta as Cidades-Estados da Grécia antiga que 
apresentava uma organização social e política, que se aproxima da que temos hoje. 
Entenda bem. Quando eu falo que se próxima NÃO significa que eles tinham uma 
ideia de Cidadão que temos hoje, nem que todos os indivíduos da sociedade po-
diam participar de decisões ou opinar. Na Grécia do século VIII o poder nas Pólis 
não era concentrado na mão de apenas um indivíduo como ocorria no passado. 
Todas as decisões que afetariam a comunidade eram discutidas, deliberadas e 
32
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
votadas. No entanto, apenas o cidadão tinha voz para opinar, acontece que na-
quela época apenas quem possuem riquezas materiais e propriedades de terra era 
considerado cidadão. Digamos que não era uma sociedade muito inclusiva.
 Outra sociedade que trabalhou com a noção de Cidadania e de Cidadão foi 
o estado romano. Funari (2012) nos explica que para os romanos a: 
“Cidadania é uma abstração derivada da junção dos cidadãos e, para os romanos, 
cidadania, cidade e Estado constituem um único conceito — e só pode haver esse 
coletivo se houver, antes, cidadãos. Ciuis é o ser humano livre e, por isso, ciuitas 
carrega a noção de liberdade em seu centro. Cícero, pensador do final da República 
romana, afirmava no século I a. C. que “recebemos de nossos pais a vida, o patrimô-
nio, a liberdade, a cidadania”’. A descrição daquilo que os pais nos deixam, segundo 
o estadista romano, é cronológica mas também acumulativa. Recebemos a vida ao 
nascer; em seguida, a herança, na forma de nossa educação quando crianças, o 
que nos permite alcançar a liberdade individual e coletiva na vida adulta. Se para os 
gregos havia primeiro a cidade, polis, e só depois o cidadão, polites, para os roma-
nos era o conjunto de cidadãos que formava a coletividade. Se para os gregos havia 
cidade e Estado, politeia, para os romanos a cidadania, ciuitas, englobava cidade e 
Estado. (FUNRI, 2012.p.49)
 Nesse sentido, a concepção de Cidadão romana difere da Grega por con-
siderar que o cidadão, o indivíduo é a peça fundamental para a construção do 
estado. É a partir das pessoas que a sociedade se organiza e se ordena. Para os 
romanos os cidadãos eram mais fundamentais que o estado em si. Porém não 
pense que a sociedade romana era mais inclusiva que a grega. Na verdade, na 
sociedade romana só era considerado cidadão aqueles que pertencessem a um 
grupo específico, como detalha Funari (2012):
33
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
“Entre os romanos, os patrícios agrupavam em grandes famílias, conhecidas como 
gentes, unidas pela convicção de descender de antepassados comuns. Os patrícios 
formavam uma oligarquia e mantinham o monopólio dos cargos públicos e mesmo 
dos religiosos. Eram, assim, os únicos cidadãos de pleno direito. Na guerra, com-
batiam a cavalo e em carros, detendo com isso também um grande poder militar. O 
restante da população romana era formada por subalternos excluídos da cidadania. 
Pouco a pouco, foram adquirindo um nome próprio, “povo” (populus). Em grande 
parte, a história de Roma pode ser vista como uma luta pelos direitos sociais e 
pela cidadania entre aqueles que tinham direitos civis plenos e os demais grupos. 
(FUNARI, 2012, p.50)
 Comparando a organização dos chamados cidadãos nas duas sociedades, 
Grega e Romana, podemos notar que os direitos e o status de cidadão não eram 
compartilhados com todos que habitavam na mesma cidade. Sempre existia um ou 
mais grupos que se sobrepunha aos demais, ganhado um status que lhes conferir 
poder. Portanto,nessas sociedades ser cidadão era sinônimo de comandar, de ter 
mais poder dentro da estrutura social.
34
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
A Cidadania na Idade Média
A sociedade medieval era formada pelos Nobres, Clero e Servos. Fonte:https://www.guia-
estudo.com.br/historia-medieval. Acesso em: Nov-2019
 No período medieval a sociedade era dividida em três classes bem distin-
tas: o Clero (Papas, Bispos e Padres), Os nobres e os Servos. O Clero, formado 
era formado pelos membros da Igreja católica, que - junto com os nobres- deti-
nham grande poder dentro das cidades. Os nobres detinham o poder sobre as 
terras e os bens. Já o clero era de longe a classe que detinham o maior número de 
35
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
riquezas. Na sociedade medieval podemos perceber que a divisão so-
cial também determinava quem tinha mais privilégios em relação aos 
demais. A classe dos servos, por exemplo, era excluída das decisões 
importantes que afetavam a sociedade como um todo. Dentro desse 
sistema feudal a igreja era que detinha o poder decisão e não poderia 
ser questionada, uma vez que havia a crença de que seus membros 
representavam a vontade de Deus na terra. Nesse contexto não pode-
ria existir cidadania. Para os gregos, a cidadania era a igualdade entre 
os homens e o direito de discussão e deliberação para resolver os 
conflitos, enquanto que no feudalismo o poder era dividido de forma 
arbitrária e os ditos da igreja eram incontestáveis.
 Eventos como o iluminismo, a revolta protestante e o 
Renascimento foram fundamentais para quebra a hegemonia da igreja 
católica e possibilitar que outros grupos pudessem concorrer por es-
paços de poder e atuação. No Renascimento o mundo presenciou a 
queda do sistema feudalista para e a ascensão do capitalismo como 
forma de desenvolvimento econômico.
Para saber mais. . .
36
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
Catedral de Santa Maria Del Fiore (Florença, Itália) Fonte: http://twixar.me/
LjlT Acesso em : nov-2019
 O Renascimento (ou Renascença, Renascentismo) foi, 
ao mesmo tempo, um período histórico e um movimento cul-
tural, intelectual e artístico surgido na Itália, entre os séculos 
XIV e XVII, e atingiu seu ápice no século XVI. Este período está 
situado num momento de transição entre a Idade Média e a 
Modernidade, o que corresponde ao final do Feudalismo e início 
do Capitalismo. Naquele momento, uma importante mudança 
no modo de perceber o mundo estava ocorrendo: passava-se 
37
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
de um pensamento predominantemente teocêntrico - onde tudo 
se explica a partir de uma origem divina - para uma visão de 
mundo antropocêntrica, onde o homem assume papel central 
em relação ao universo. 
 Tais pensamentos resultaram no surgimento do 
Humanismo, um movimento intelectual que se dedicou a valori-
zar a condição humana e suas múltiplas possibilidades de reali-
zações e descobertas em variados campos do saber, tais como 
a ciência, a literatura e as artes. Durante o Renascimento houve 
um grande desenvolvimento naval, comercial e urbano, o que 
resultou em um significativo crescimento econômico, que deu 
origem a uma nova classe social, a burguesia. Em virtude dessa 
ascensão social de uma parcela da população, surgiu um modo 
diferente de relação entre a arte e a sociedade: o mecenato. O 
mecenas foi uma figura de extrema importância nesse contexto, 
pois costumavapatrocinar os artistas e suas obras, auxiliando 
assim na expansão de múltiplos talentos.
Adaptado de: https://www.infoescola.com/movimentos-culturais/renasci-
mento/ Acesso em: nov-2019
38
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
A Revolução Francesa
A luta por mais Liberdade e Igualdade. Fonte: http://twixar.me/QjlT Acesso 
em: nov-2019
 A revolução francesa foi um movimento que aconteceu na 
França no século XIII, que promoveu diversas mudanças na socieda-
de, que depois repercutiu em toda a Europa. Esta revolução aconte-
ceu em três fases. Na primeira, que ocorreu de 1789 a 1792, foi criada 
a Declaração dos Direitos dos Homens e do Cidadão e do Grande 
39
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
Medo. Foi nela que aconteceu a perda dos direitos que a aristocracia 
tinha desde o período feudal. Aconteceu assim a formação de uma 
monarquia constitucional. Foi aprovada a Constituição, em seguida 
a separação dos poderes, a soberania da nação (através da vota-
ção) e também a substituição da Monarquia Absoluta pela Monarquia 
Constitucional.
 A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, junta-
mente com os decretos de 4 e 11 de agosto de 1789 sobre a supres-
são dos direitos feudais, é um dos textos fundamentais voltados pela 
Assembleia Nacional Constituinte, formada em decorrência da reunião 
dos Estados Gerais. Adotada em seu princípio antes de 14 de julho de 
1789, ela ocasiona a elaboração de inúmeros projetos. Após exaus-
tivos debates, os deputados votam o texto final em 26 de agosto de 
1789.
40
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
Fonte: http://twixar.me/pjlT Acesso em: Nov-2019
 A segunda Fase da revolução Francesa aconteceu entre 
os anos de 1792 e 1794. Nessa fase, os jacobinos dissolveram a 
Assembleia Constituinte. Houve a criação de uma nova Constituição, 
que garantia uma maior participação popular na administração do 
Estado. Os girondinos e jacobinos passaram a ter conflitos de inte-
resses. No ano de 1793 foi aprovada a nova Constituição e com a 
41
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
radicalização das propostas das classes mais baixas houve então a 
execução do rei Luís XVI e de sua família na guilhotina. 
 Na terceira e última fase, que aconteceu de 1794 a 1799, foi 
marcada pela queda dos jacobinos e pela ascensão da burguesia, 
representada pelos girondinos. O Diretório era composto por cinco 
membros e existiam ainda duas assembleias: a dos Anciãos e dos 
Quinhentos. Conquistaram alguns privilégios que haviam perdido 
como o voto censitário e o fim das leis sociais do período anterior. Foi 
nesse período que enfrentaram levantamentos populares e também 
uma crise econômica e social. 
 Externamente, a França conseguia muitas vitórias contra as 
forças absolutistas da Espanha, Holanda, Prússia e reinos da Itália, 
em destaque temos as vitórias militares de Napoleão Bonaparte. Esse 
apoiado pelos girondinos, promoveu o Golpe 18 Brumário, que pós 
fim ao Diretório e deu início ao Consulado, em 1799, dando início as-
sim a Era Napoleônica. 
 Os girondinos não apoiaram essas execuções e acabaram 
42
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
sendo levados também à guilhotina, dessa forma, começou o Período 
do Terror. Os jacobinos eram liderados por Robespierre, quando havia 
alguma suspeita de franceses fazendo algum tipo de atividade que 
fosse contra a revolução os jacobinos mandavam para a guilhotina. 
Devido ao seu modo muito violento, muitas pessoas passaram a se 
unir contra Robespierre e no ano de 1795 ele foi guilhotinado, dando 
início ao Diretório. Na visão de Odalia (2012) a Revolução Francesa foi 
a:
[. . .] fundadora dos direitos civis impõe que não nos esqueçamos 
de que o século XVIII é conhecido corno o século do Iluminismo e 
da Ilustração, por ser o século de Voltaire e Montesquieu, de Kant e 
Holbach, de Diderot e D’Alembert, de Goethe e Rousseau, de Mozart 
e Beethoven. Nele se deu, também, a tentativa de transformar as 
ciências da natureza em ciências da razão e da experimentação. Isso 
só foi possível porque, no final do século XVII, Newton (1642-1727) 
publicou seus trabalhos sobre a ciência da Física, particularmente a 
lei da gravidade. Além disso, foi ele que com maior sucesso utilizou a 
Matemática para o estudo e a análise dos fenômenos naturais. Razão 
e experimentação se aliavam no que, então, se acreditava ser o ver-
dadeiro caminho para o estabelecimento [. . .] (ODALIA,2012p.159)
43
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
 A Declaração dos direitos do homem e do cidadão foi a pri-
meira tentativa no sentido de tornar o homem comum em cidadão, em 
alguém significativo para a nova sociedade que estava se construindo. 
Essa Declaração também foi importante para estabelecer a liberda-
de como um fator importante na vida do cidadão. Sobre isso Odalia 
(2012) esclarece que:
[. . .] O artigo primeiro da Declaração estabelece que “os homens 
nascem e permanecem livres e iguais em direitos”, tais direitos são 
naturais e imprescritíveis a toda e qualquer associação política sua 
defesa e conservação. Esses direitos consistem na liberdade, no di-
reito à propriedade, na segurança e na resistência à opressão. O 
novo homem que daí nasce é intrinsecamente um cidadão, cuja li-
berdade deve estar também assegurada, entendendo-se a liberdade 
como o -direito de fazer tudo que não prejudique os outros” (artigo 
4). Nos artigos 7 e 9, a liberdade é mais bem elucidada, ao ser ad-
jetivada — liberdade da pessoa, liberdade individual — ou por erigir 
barreiras a certos procedimentos que a ofendessem como as acusa-
ções e prisões arbitrárias, e como unia consequência lógica desses 
pressupostos: a pressuposição da inocência. Contudo, a Declaração 
não se restringe a assegurar os direitos civis do cidadão, ela esta-
belece também seus limites. Se ao cidadão é assegurado o direito 
de falar e escrever, imprimir e publicar, não lhe cabe o direito de 
ofender ou desobedecer ao que é normatizado pela lei. E esta é, sem 
44
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
dúvida, uma restrição bastante ponderável, pois coloca a lei acima 
dos direitos de cidadania, tão recentemente alcançados. (OLINDA, 
2012. p.167)
DIREITOS HUMANOS
 Os direitos pertinentes à garantia de uma vida digna a todas as 
pessoas são Direitos humanos, esses são assegurados pelo simples 
fato de ser humano e são garantidos a todos cidadãos independen-
te de sua: cor, etnia, raça, religião, nacionalidade, gênero, orientação 
sexual, política e etc.. Portanto, direitos humanos são todos direitos 
e liberdades básicas considerados essenciais para dignidade huma-
na. Esse conjunto de garantias e valores universais tem como direitos 
humanos fundamentais: direito à vida, à liberdade de expressão de 
opinião e de religião, direito à saúde, à educação e ao trabalho. Todo 
esse conjunto de garantias são então um direito mínimo de condições 
para uma vida digna que uma pessoa precisa ter.
45
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
Fonte: encurtador.com.br/hjuxP. Data de acesso: nov. 2019.
 De acordo com Tosi (2004), os direitos humanos são frutos 
de uma história, porém existe uma discrepância sobre o início desta 
história, mas considera a possibilidade de recuperar a trajetória dos 
direitos humanos na cultura ocidental tomando por base dois ângulos 
de análise a partir da história social e conceitual: 
[...] a história social que enfatiza os acontecimentos, lutas, revoluções 
46
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
e movimentos sociais, que promoveram os direitos humanos, e a 
história conceitual que se debruça sobre as doutrinas filosóficas, 
éticas, políticas, religiosas que influenciaram e foram influenciados 
pelos acontecimentos históricos (TOSI, 2004, p.9).
 Os direitos humanos existem há muitos anos, embora ao 
longo de sua história venha apresentado várias configurações.A se-
guir veremos uma síntese em formato de linha do tempo dos princi-
pais acontecimentos na história dos direitos humanos no Brasil e no 
mundo.
47
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
48
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
Fonte: encurtador.com.br/fDSY3. Data de acesso: nov. 2019.
 Após a Segunda Guerra Mundial, em 1945, surgiu a ONU 
(Organização das Nações Unidas), com o objetivo de evitar uma ter-
ceira guerra mundial e de promover a paz entre as nações. Um dos pri-
meiros movimentos da ONU ocorreu em 10 de dezembro de 1948, na 
Assembleia Geral das Nações Unidas, foi proclamada uma Declaração 
Universal dos Direitos Humanos. A declaração versa desde seu pri-
meiro artigo, sobre a liberdade e igualdade em nascem as pessoas. O 
primeiro artigo reúne palavras que relembram as palavras de ordem da 
Revolução Francesa de 1789: liberdade, igualdade e fraternidade.
 Tosi (2004, p.17) aponta que foi a partir da declaração por 
meio de diversas conferências, pactos, protocolos internacionais que 
a quantidade de direitos se desenvolveu a partir de três tendências:
49
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
 Baseando-se na Declaração da II Conferência Mundial sobre 
Direitos Humanos, que aconteceu em Viena no ano de 1993, Carvalho 
et al. (2016, p.17), destaca que “os direitos humanos são históricos, 
universais, indivisíveis, interdependentes e inter-relacionados” e justi-
ficam “São universais porque, à medida que são concebidos, valem 
para todos. São indivisíveis e interdependentes porque é impossível a 
50
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
realização dos direitos civis e políticos sem o gozo dos direitos econô-
micos, sociais e culturais” (CARVALHO et al. 2016, p.17).
 A ONU1 destaca algumas das características mais importan-
tes dos direitos humanos:
 • Os direitos humanos são fundados sobre o respeito pela dig-
nidade e o valor de cada pessoa;
 • Os direitos humanos são universais, o que quer dizer que 
são aplicados de forma igual e sem discriminação a todas as pessoas;
 • Os direitos humanos são inalienáveis, e ninguém pode ser 
privado de seus direitos humanos; eles podem ser limitados em situ-
ações específicas. Por exemplo, o direito à liberdade pode ser restrin-
gido se uma pessoa é considerada culpada de um crime diante de um 
tribunal e com o devido processo legal; 
1 Informações acessadas no site encurtador.com.br/ijpTZ. Data de acesso: nov. 
2019
51
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
 • Os direitos humanos são indivisíveis, inter-relacionados e 
interdependentes, já que é insuficiente respeitar alguns direitos hu-
manos e outros não. Na prática, a violação de um direito vai afetar o 
respeito por muitos outros;
 • Todos os direitos humanos devem, portanto, ser vistos como 
de igual importância, sendo igualmente essencial respeitar a dignida-
de e o valor de cada pessoa.
 Após compreendermos um pouco do que se trata os direi-
tos humanos, vamos conhecer as suas “gerações”, de acordo com 
Azevêdo e Pinheiro (2018, p.20-22), os direitos humanos tem sua ori-
gem histórica dividida em quatro gerações:
PRIMEIRA GERAÇÃO
 Surge, justamente, no período de ascensão da burguesia, 
que ocorre por volta dos séculos XVII/XVIII. Essa geração é marcada 
pela luta dos direitos civis e políticos. É nesse período da história que 
uma grande parcela da sociedade vivia, praticamente, sem ter acesso 
52
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
a direito algum e permaneceu por um bom tempo. Sendo assim, no 
século XVII, uma parcela da sociedade, começa a reivindicar alguns 
direitos, dentre eles, votar, ter uma propriedade, direito à própria vida 
(pois até então era um Rei que determinava quem vivia e quem morria), 
proibição de escravidão e tortura etc.
SEGUNDA GERAÇÃO
Surge no século XIX. Direitos civis e políticos conquistados, é hora de 
lutar por direitos sociais e econômicos. Nesse momento, logo após 
a famosa Revolução Industrial, a uma busca de emprego e melho-
res condições de vida. Com a superlotação, os donos das indústrias 
negavam vários direitos aos trabalhadores. Por isso, essa segunda 
geração é marcada pela luta e pelo direito ao trabalho e à segurança 
no trabalho, ao seguro desemprego, a um salário justo e satisfatório, 
ao lazer e ao descanso remunerado, a participar da vida cultural da 
comunidade etc.
TERCEIRA GERAÇÃO
Inicia no século XX e vigora até o século atual. Essa geração luta pela 
53
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
internacionalização dos Direitos Humanos. Ou seja, luta pelo direito 
à paz (vários países estão vivenciando guerras, por exemplo, a Síria), 
direito ao desenvolvimento, a um ambiente natural sadio etc. É impor-
tante frisar que por não existirem leis efetivas que garantam os direi-
tos dessa terceira geração, colocá-los em prática se torna mais difícil 
do que os que estão presentes na primeira e segunda geração, visto 
que estes já estão garantidos através de leis trabalhistas, Constituição 
Federal etc.
QUARTA GERAÇÃO
Surge neste século XXI e está mais ligada ao campo da subjetividade, 
pois sua pauta de reivindicação é atrelada às gerações futuras. O pro-
fessor e pesquisador Giuseppe Tosi nos faz refletir sobre o seguinte 
“cabe à atual geração a obrigação moral e política de deixar para as 
gerações futuras um mundo igual, ou melhor, ao que recebemos das 
gerações anteriores”. 
 Com base no histórico dos direitos humanos, vamos 
54
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
percebendo sua atuação nos mais variados aspectos, ultrapassando 
inclusive o sentido estrito jurídico da palavra “direitos”, ou seja, pas-
samos a compreender como um conjunto de “valores” que provocam 
diversas dimensões, como aponta Tosi (2004, p.19-22).
 • Dimensão ética – A Declaração afirma que “todas as pes-
soas nascem livres e iguais”; essa formulação é uma citação explícita 
da “Declaração dos direitos do homem e do cidadão” da Revolução 
Francesa. Ela quer significar o caráter natural dos direitos, enquanto 
inerentes à natureza de cada ser humano, pelo reconhecimento de 
55
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
sua intrínseca dignidade.8 Nesse sentido, os direitos tornam-se um 
conjunto de valores éticos universais que estão “acima” do nível estri-
tamente jurídico e que devem orientar a legislação dos Estados.
 • Dimensão jurídica – No momento em que os princípios con-
tidos na Declaração são especificados e determinados em tratados, 
convenções e protocolos internacionais, eles se tornam parte do 
Direito Internacional, uma vez que esses tratados possuem um va-
lor e uma força jurídica. Deixam, assim, de ser orientações éticas, ou 
de direito natural, para se tornarem um conjunto de direitos positivos 
que vinculam as relações internas e externas dos Estados, assimila-
dos e incorporados pelas Constituições e, através delas, pelas leis 
ordinárias.
 • Dimensão política – Enquanto conjunto de normas jurídicas, 
os direitos humanos tornam-se critérios de orientação e de implemen-
tação das políticas públicas institucionais nos vários setores. O Estado 
assume, assim, o compromisso de ser o promotor do conjunto dos 
direitos fundamentais, tanto do ponto de vista “negativo”, isto é, não 
interferindo na esfera das liberdades individuais dos cidadãos, quanto 
56
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
do ponto de vista “positivo”, implementando políticas que garantam a 
efetiva realização desses direitos para todos.
 • Dimensão econômica – Esta dimensão não está desvincu-
lada da dimensão política, mas é uma sua explicitação necessária. 
Significa afirmar que, sem a satisfação de um mínimo de necessida-
des humanas básicas, isto é, sem a realização dos direitos econômi-
cos e sociais, não é possível o exercício dos direitos civis e políticos. 
O Estado, portanto, não pode se limitar à garantia dos direitos de li-berdade (papel negativo), mas deve também exercer um papel ativo 
na implementação dos direitos de igualdade.
 • Dimensão social – Não cabe somente ao Estado a imple-
mentação dos direitos, também a sociedade civil tem um papel impor-
tante na luta pela efetivação dos mesmos, através dos movimentos 
sociais, sindicatos, associações, centros de defesa e de educação e 
conselhos de direitos. É somente a luta dos movimentos sociais que 
vai determinar o alcance e a efetividade dos direitos no cotidiano das 
pessoas.
57
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
 • Dimensão histórica e cultural – Os direitos humanos impli-
cam algo mais do que a mera dimensão jurídica, por isso, é preciso 
que eles encontrem um respaldo na cultura, na história, na tradição, 
nos costumes de um povo e se tornem, de certa forma, parte do seu 
ethos coletivo, de sua identidade cultural e de seu modo de ser. Esse 
é o motivo pelo qual, no Brasil, onde o processo de efetivação dos di-
reitos humanos é relativamente recente, precisamos ainda de um certo 
tempo para que eles deitem raízes na cultura e no comportamento 
coletivo.
 • Dimensão educativa – Afirmar que os direitos humanos são 
direitos “naturais”, que a pessoas “nascem” livres e iguais, não sig-
nifica afirmar que a consciência dos direitos seja algo espontâneo. 
O homem é um ser, ao mesmo tempo, natural e cultural, que deve 
ser “educado” pela sociedade. A educação para a cidadania consti-
tui, portanto, uma das dimensões fundamentais para a efetivação dos 
direitos, tanto na educação formal, quanto na educação informal ou 
popular e nos meios de comunicação.
58
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
iNDiCaÇÃO De FiLmes:
 Segue uma playlist de filme desenvolvida por um Projeto 
de Iniciação Científica intitulado “Direitos Humanos e Cinema: 
educando por meio da arte” com temáticas sobre Direitos 
Humanos. Disponível em: < encurtador.com.br/suwM9>. Data 
de acesso: nov. 2019.
Fonte: encurtador.com.br/suwM9. Data de acesso: nov. 2019.
iNDiCaÇÃO De LeiTUra:
59
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
Título: Direitos Humanos e Cidadania
Autor: Dalmo de Abreu Dallari
Ano: 2003 Editora: Moderna
 Nesse livro, o autor justifica a afirmação primeira de que 
a pessoa humana é essencialmente a mesma em toda parte e 
representa um valor acima de qualquer outro. Embora, todas as 
pessoas sejam detentoras de direitos que devem ser garantidos 
e preservados, nem sempre foi clara a consciência da amplitude 
desses conceitos, sobretudo nas sociedades que mantêm pri-
vilégios e excluem grande parte dos trabalhadores e mulheres 
dos benefícios da cidadania. Além de um histórico das conquis-
tas essenciais para o convívio democrático, o autor descreve os 
direitos fundamentais de todo ser humano, tais como o direito 
à vida, à liberdade, à igualdade de oportunidades, à moradia, 
ao trabalho decente, à educação, à saúde, à participação do 
poder, entre outros. A consciência e a proteção desses direitos 
são condição para uma sociedade mais justa, constituída de 
indivíduos mais felizes.
Fonte: encurtador.com.br/ejCL1. Data de acesso: nov. 2019.
60
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Ao longo da Unidade I fizemos um percurso a conhecer como 
os termos Ética, Cidadania e Direitos Humanos, surgiram e são pen-
sados. Na verdade, a Ética e a Cidadania em sua origem se tornam 
o primeiro movimento para se pensar os direitos do ser humano, po-
rém esse fato se concretiza séculos depois, mais precisamente após a 
Segunda Guerra Mundial com a ONU, que proclama em 1948 um dos 
documentos mais importantes a Declaração Universal dos Direitos 
Humanos. 
 A declaração torna-se um dos principais documentos nortea-
dores para assegurar os direitos dos indivíduos, e considera qualquer 
pessoa como indivíduo pleno de direitos e deveres, independente-
mente de sua: cor, raça/etnia, religião, nacionalidade, gênero, orien-
tação sexual e etc., ou seja, no fim todos somos iguais porque todos 
somos humanos.
 Entretanto vale salientar que como documento oficial da 
ONU nem todos os países compactuam com esses princípios da 
61
UNIDADE I - Ética, Direitos Humanos e Cidadania
universalidade de direitos, ou seja, por mais que esses direitos este-
jam postos a todos os seres humanos, nem todos os têm assegura-
dos. Na Unidade II discutiremos alguns desses problemas.
ATIVIDADE – UNIDADE I
1. A partir da Leitura da Unidade I diferencie Ética de Moral.
2. Descreva, por meio da leitura da Unidade I, qual a relação existente 
entre Cidadão e Estado.
3. Faça uma síntese sobre as virtudes que os homens que governa-
riam as cidades deveriam ter na concepção de Platão.
4. Baseado no histórico dos direitos humanos, compreendemos que 
sua atuação ocorre por diversos aspectos, extrapolando o estri-
to jurídico da palavra “direitos”, portando passamos a compreender 
como um conjunto de “valores” que provocam diversas dimensões. 
Aportados em Tosi (2004) identifique essas dimensões e explique-as.
5. Com base na sua leitura qual a sua concepção sobre Direitos 
Humanos?
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ÉTICA, DIREITOS HUMANOS 
E CIDADANIA NO CAMPO 
SOCIAL, POLÍTICO, 
ECONÔMICO E CULTURAL 
UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Reconhecer a importância da proteção humana à luz da ética e 
dos direitos e os princípios para o resgate ou exercício da plena 
cidadania
• Refletir sobre as relações sociais e atitudes cotidianas à luz de 
princípios éticos
• Distinguir e conhecer as noções elementares dos direitos 
humanos e da cidadania a partir da Declaração Universal dos 
Direitos Humanos e da Constituição Federal;. 
PLANO DE ESTUDO
• Direito, Cidadania e Democracia no Brasil: Breve Histórico 
• A Cidadania da Mulher Brasileira
• Declaração Universal dos Direitos Humanos
• Constituição Federal;
Mayanne Júlia Tomaz Freitas
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UNIDADE II - Ética, Direitos Humanos e Cidadania no Campo Social
INTRODUÇÃO
 Conhecer os problemas sociais relacionados a Ética, Direitos Humanos e 
Cidadania é um dos nossos objetivos nesta unidade. Será importante destacarmos 
os Direitos humanos no campo social, político, econômico e cultural, que versam 
sobre os direitos, de cada cidadão/cidadã.
 No tópico Direito, cidadania e democracia no Brasil: breve histórico iremos 
traçar uma linha do tempo que partirá desde a chegada dos portugueses em nosso 
território até a sansão da Constituição Federal de 1988, considerada a mais cidadã 
de todas. Nosso objetivo é mostrar como diversos grupos sociais, a exemplo das 
mulheres e trabalhadores, foram lutando e conquistando mais direitos civis e so-
ciais dentro do Estado democrático. Como veremos, a conquista desses direitos 
garantiram a efetivação da cidadania para a população.
 A Cidadania da mulher brasileira é o tópico no qual iremos discutir um pou-
co da trajetória de lutas das mulheres para conquistar direitos sociais e civis dentro 
de uma sociedade machista e marcada por valores morais da cultura patriarcal.
 Para finalizar a unidade vamos explorar alguns documentos oficiais que 
asseguram direitos como: a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a 
Constituição Federal.
 Na Declaração Universal dos Direitos Humanos, destacamos uma síntese 
da sua construção, e adentramos na análise feita pela ONU no ano de 2018, ano 
em que a declaração completou 70 anos de sua existência, nessa análise focare-
mos no artigo 26 que versa sobre o direito a educação, buscando apontar se os 
direitos de fato estão sendo assegurados a todos os seres humanos.
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UNIDADE II - Ética, Direitos Humanos e Cidadania no Campo Social
 Sobre a Constituição Federal, elencamos os principais direitos assegura-
dos a população brasileira, e destacamos o Capítulo III que se detém a pensar 
sobre a educação, nosso principal ponto discussão, cultura e desporto.
DIREITO, CIDADANIA E DEMOCRACIA NO BRASIL: 
BREVE HISTÓRICO
A República, de Décio Villares - WikimediaCommon. Fonte: http://twixar.me/c8lT Acesso: 
Nov-2019
 A história da Cidadania no Brasil é marcada, desde suas origens em 
1500, por uma série de lutas e conflitos entre os mais variados grupos sociais e 
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os representantes do governo e as elites dominantes. Nesta primeira parte iremos 
falar um pouco sobre essas lutas e conquistas que os grupos sociais obtiveram no 
nosso país ao longo de seus 500 anos. 
 Antes de iniciamos nossa conversa sobre cidadania é importante definir o 
que é Democracia, uma vez que este termo é fundamental para entender o proces-
so de formação da sociedade brasileira. Nossa história é dividida entre períodos 
não democráticos e períodos democráticos, recheada por vários marcos jurídicos. 
De acordo com Ribeiro (2013)
 “A palavra democracia vem do grego (demos, povo; kratos, poder) e significa poder 
do povo. Não quer dizer governo pelo povo. Pode estar no governo uma só pessoa, 
ou um grupo, e ainda tratar-se de uma democracia — desde que o poder, em última 
análise, seja do povo. O fundamental é que o povo escolha o indivíduo ou grupo que 
governa, e que controle como ele governa.” (RIBEIRO, 2013.p.09)
 A partir desta definição podemos dizer que a Democracia é um elemento 
fundamental para o indivíduo exercer sua Cidadania. Sem direito de participação 
nas principais decisões que afetam a vida de todos, os chamados cidadãos não 
conseguem ter acesso a direitos básicos. 
 No Brasil nem sempre ouve democracia. Nos primeiros anos do Brasil 
Colônia e logo em seguida no Império, a Democracia era matéria de ficção. Neste 
regime não havia possibilidade de participação do povo, nem de maneira indireta, 
uma vez que os imperadores não eram eleitos. Embora no período colonial existis-
se eleições para cargos que na época eram equivalentes ao de vereador hoje em 
dia, a autoridade máxima era a Metrópole portuguesa. Havia uma “certa autono-
mia” especialmente em áreas menos povoadas. Enquanto na maioria das monar-
quias constitucionais prevalecia a ideia de que o monarca reina, mas não governa, 
no Brasil o imperador escolhia os ministros, o primeiro-ministro e os presidentes 
provinciais (posto equivalente ao de governador de estado). Para Cavalcante (2018) 
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é um contrassenso:
“Falar em cidadania antes do fim da escravidão [. . .] Ainda assim, historiadores 
admitem que, na observação dos direitos políticos, a Constituição imposta em 1824 
foi, em muitos aspectos, mais inclusiva no acesso ao voto do que viria a ser, por 
exemplo, a de 1891, a primeira republicana. Podiam votar todos os homens de 25 
anos ou mais que tivessem a renda mínima de 100 mil réis. A eleição era indireta: um 
grupo de votantes escolhia os eleitores que elegiam os representantes. Apesar, ain-
da, da exclusão de mulheres e escravos (milhões de pessoas), a situação no Brasil 
era melhor do que a de muitos países considerados avançados: 13% da popula-
ção (descontados os escravos), em 1872, votaram. Na mesma época, eram 7% na 
Inglaterra, 2% na Itália e 9% em Portugal. No quesito “qualidade” do voto, porém, a 
coisa mudava de figura. Somente 15 em cada 100 eleitores sabiam ler e escrever e 
90% viviam em áreas rurais, onde seus votos eram controlados por grandes latifun-
diários. Estes eram quase sempre comandantes da Guarda Nacional, o que soava 
ainda mais ameaçador para quem quisesse pensar diferente do mandachuva local.” 
(CAVALCANTE, 2018.p02)
 A possibilidade de escolher seus governantes foi o primeiro passo para 
o povo, ou pelo menos parte dele no início, escolher quem governaria o país. As 
primeiras experiências de Democracia no Brasil se assemelham as experiências 
democráticas praticadas em Atenas, na Grécia. 
 De acordo com Ribeiro (2013) inicialmente essas cidades eram governadas 
por reis. Com o passar do tempo e o desenvolvimento das cidades-estados, o po-
der saiu dos palácios reais e foram, literalmente, para as praças onde os cidadãos 
tinham o direito de opinar sobre qualquer tema que fossem de seus interesses. 
Bom, pelo menos parte deles tinham tal direito. No século IV a.C., a lei Ateniense 
fixava quarenta reuniões ordinárias por ano na ágora, que é a palavra grega para 
praça de decisões. Isso significa uma assembleia a cada nove dias. Porém, nem 
todos podiam participar dessas reuniões, mulheres, menores de idade, escravos 
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estrangeiros eram proibidos de dar suas opiniões, mesmo compartilhando espaço 
social. Mas os homens livres que podiam deliberar praticavam o que hoje chama-
mos de democracia direta. Para Ribeiro (2013), essa é a principal diferença entre a 
democracia antiga e a moderna. Hoje elegemos quem decidirá. Naquela época os 
próprios habitantes das cidades decidiam o que era importante e o que valia a pena 
ser descartado.
Charge publicada em 1927, na revista Careta Oswaldo Storni. http://twixar.me/nRlT Acesso 
em: nov-2019
No Brasil, mesmo que a Constituição de 1891 estendesse o direito de votar e ser 
votado a todo o cidadão brasileiro do sexo masculino maior de 21 anos, muitos 
grupos sociais ficaram de fora desse direito. Era o caso dos mendigos, analfabe-
tos e mulheres que tiveram que esperar algumas décadas para poder votar. Luca 
(2012) salienta que as primeiras votações eram precárias, tendo em vista que, 
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grande parte da população vivia afastada das áreas urbanas e erem submetidas 
as vontades dos proprietários de terras. As poucas pessoas que eram alfabetiza-
das (em 1920 a taxa de analfabetismo se aproximava dos 70%2) só votavam nos 
candidatos que os patrões determinavam, sob pena de perder seus empregos e, 
em alguns casos, ocorriam até ameaçasse morte. De uma maneira bem humorada 
Cavalcante (2018) relata os “empecilhos” que o povo encontrava para exercer seu 
direito de voto secreto:
[. . .] não é de estranhar que as eleições fossem tumultuadas e violentas, lideradas 
frequentemente por três personagens: o capanga, o cabalista e o fósforo. A função 
do capanga, que sobrevive até hoje em alguns rincões do país, era proteger seu 
candidato e ameaçar os adversários. Os mais eficientes conseguiam fazer com que 
os eleitores dos concorrentes não saíssem de casa para votar. Ao cabalista cabia 
manter os eleitores reunidos, em geral com a oferta de comes e bebes, em um único 
local até a hora do voto - para garantir que eles não “mudassem de lado”. Como mui-
tas dessas reuniões festivas ocorriam em currais nas fazendas, vem daí a expressão 
“curral eleitoral”. E, finalmente, havia a figura do fósforo, o sujeito que fraudava as 
eleições se apresentando falsamente em nome do maior número possível de eleito-
res, aproveitando-se dos sistemas precários de identificação. E, mesmo quando ne-
nhuma dessas três figuras atrapalhava o pleito, isso não garantia que ele fosse limpo, 
já que eram frequentes atas redigidas como se tudo tivesse ocorrido normalmente 
nas fraudulentas votações “a bico de pena” (CAVALCANTE 2018, p.03)
 O governo de Getúlio Vargas representou certo avanço quando falamos de 
direitos sociais. Foi nessa época que foi implantada uma série de leis para proteger 
o trabalhador, como a implantação das caixas de previdência e a regulamentação 
da jornada de trabalho de 8 horas. No entanto, do ponto de vista dos direitos polí-
ticos ouve retrocessos. Após dar um golpe em 1937, Getúlio proclamou uma nova 
constituição e governou como ditador até 1945, colocando na prisão quem discor-
dasse de suas decisões. 
2 LUCA, 2012, p.470.
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 Esse período ficou conhecido como “Era Vargas” e é marcado por uma 
imprensa rigidamente censurada e cooptada. Tal contexto só veio se modificar 
após a Segunda Guerra, foi quando o Brasil viveria, enfim, o que

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