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PAPER CONTABILIDADE REVISADO 30 07 20 10 50am[9788]

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16
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
“A Contabilidade é a ciência que, através de seus princípios e conceitos, registra as transações financeiras de forma que permite o controle efetivo do patrimônio de uma entidade.” (SANT'ANNA, 2012, p. 09).
Poderíamos encerrar neste conceito a parte introdutória de definição da contabilidade com a citação prática e sucinta de Sant’Anna, sua ótica é verdadeira e serve de um bom esboço às práticas contábeis, mas não abrange a amplitude da contabilidade. Talvez seja esta a única ótica de boa parte das empresas em atividade atualmente, talvez a razão de limitarem a participação e importância da contabilidade nos processos decisórios e parâmetros de qualidade da empresa. 
Segundo o artigo científico da Revista Contabilidade e Finanças da USP, a contabilidade pode ser vista ainda em ramificações nas áreas de produtividade, ambiental e social e com conotações quantitativas patrimonial, pode ser “[...] observada ainda sob as mais variadas ênfases de estudo, como a ética, macroeconômica, a institucional e social, a comportamental, a sistêmica e a histórica, entre outras, e ainda assim, a Contabilidade é muito mais que essas abordagens individualmente tomadas [...] ”. (INDÍCIBUS; MARTINS; CARVALHO, 2005, VOL16, N38).
 Segundo os autores, ainda no mesmo artigo: “As dimensões atuais da Contabilidade como uma forma eficaz de avaliação de desempenho econômico, financeiro (e social) de entidades e gestores; como insumo essencial para a tomada de decisões econômico-financeiras; como instrumento de accountability eficiente de qualquer gestor. ” (INDÍCIBUS; MARTINS; CARVALHO, 2005, VOL16, N38, pg.18). 
A CONTABILIDADE - DA SUA ORIGEM RUDIMENTAR AO CAPITALISMO
“A história da contabilidade confunde-se com a história da própria civilização! ” (MELIS, 1950, citado por IUDÍCIBUS; MARTINS; CARVALHO, 2005, pg.18). 
Segundo professores Possamai e Coelho (2015), a origem das primeiras práticas contábeis vem de tempos muito remotos, se considerarmos historiadores consagrados como Sá, Melis e Figuier. O primórdio de suas manifestações vem ainda do período rupestre e não se tratavam de manifestações artísticas, e sim uma forma de inventário.
Mais tarde, seja no controle da produção agrícola ou para inventariar bens, direitos e obrigações com registros pode-se afirmar que a contabilidade foi responsável pela evolução da linguagem escrita e numérica em diversos pontos do mundo antigo a saber: Mesopotâmia (Suméria, Assíria, Caldeia), Egito, Pérsia, Índia, China e Fenícia. Esteve presente nas civilizações clássicas, na base da constituição das civilizações, foi objeto de discussão em questões éticas, propulsora no desenvolvimento do pensar filosófico, e outras ciências exatas e abstratas. 
Da escola europeia surgiram conceitos que serviram de esboço inicial às práticas contábeis empresariais, tornando-se peça fundamental no comércio em meados do século XVIII e acompanhando assim a transição do feudalismo para o capitalismo.
Segundo os autores Hendrisen e Van Breda, a contabilidade da época surgiu atendendo às necessidades em desenvolver técnicas para resolução de problemas reais do desenvolvimento do comércio, e estruturação das empresas, com métodos de escrituração e partidas dobradas. [...] "
ORIGEM DA CONTABILIDADE FINANCEIRA
A escola anglo-americana surgiu em meados do século XX, desenvolvendo novas técnicas contábeis, dando assim origem à Contabilidade Financeira, com relatórios financeiros de um negócio e sintetizando a aplicação da matéria contábil. 
Conforme a Revista Catarinense da Ciência Contábil (JOHNSON; KAPLAN, 1987):
Desde os primórdios do século XX, a tecnologia para o registro, armazenagem, processamento e distribuição das informações gerenciais mudou radicalmente. Para os autores, operações manuais tornaram- se obsoletas e quase inexistentes. A tecnologia digital tornou possível o registro contínuo das operações reais. Computadores baratos e softwares poderosos tornaram mais fácil elaborar planilhas, gráficos e relatórios. O desafio para o ambiente competitivo, nos dias de hoje, consiste em desenvolver abordagens novas e mais flexíveis para o projeto de sistemas de contabilidade gerencial.
Conforme a revista Contabilidade e Finanças (IUDÍCIBUS, MARTINS; CARVALHO, 2005):
 Na interpretação mais atualizada dessa disciplina, a cientificidade contábil deve ser procurada, preferencialmente, numa série de características como, por exemplo: no entendimento e mensuração aplicados aos elementos do patrimônio; na preponderância do valor econômico em lugar de simples custos ou preços; no caráter preditivo das demonstrações contábeis; na introdução do fator risco e do conceito do valor do dinheiro no tempo nas avaliações contábeis, bem como na consideração de custos imputados e de oportunidade etc. A Contabilidade pontifica pela observação das características anteriormente vistas e pela incorporação, em seu arcabouço conceitual, da premissa da prevalência da essência sobre a forma, no campo do conhecimento social aplicado, de natureza econômico-financeira, com ramificações nas áreas de produtividade, ambiental e social e com evidentes conotações quantitativas quanto à sua mecânica patrimonial.
A CONTABILIDADE FINANCEIRA - ATRIBUIÇÕES
A Contabilidade Financeira é a apresentação de informações financeiras, por meio de demonstrações das finanças de uma organização para o público externo. Atende aos credores, acionistas, investidores, clientes e conselhos de administração, instituições financeiras, entre outros. Como ela apresenta resultados de um período específico do passado, permite a comparação sobre posições financeiras, rentabilidade e desempenho. 
BALANÇO PATRIMONIAL
Para Marion (2009, p. 56): “O Balanço Patrimonial é o mais importante relatório gerado pela contabilidade. Através dele pode-se identificar a saúde financeira e econômica da empresa no fim do ano ou em qualquer data prefixada”. O balanço é divido em duas colunas, sendo o lado esquerdo, denominado de ativo e o lado direito, passivo. Ativo são itens positivos do patrimônio, os bens e direitos controlados pela empresa, que geram riqueza. Já o passivo é entendido como obrigações exigíveis da empresa: dívidas cobradas a partir de seu vencimento, chamadas de passivo exigível. Seu crescimento de forma descontrolada pode levar a concordata (recuperação judicial) ou até mesmo a falência da empresa.
FIGURA 1 - Representação Gráfica do Patrimônio: 
FONTE: A autora
DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
Marion (2009) sintetiza que a demonstração do resultado do exercício (DRE) nada mais é que um resumo ordenado das receitas e despesas de um determinado período - geralmente 12 meses. É apresentado de forma simples (dedutiva /vertical) para micro ou pequenas empresas que não precisam de apresentações pormenorizadas. Alguns exemplos são: bares, farmácias e mercearias. Já as completas, exigidas por lei, são mais minuciosas, portanto incluem grupos de despesas, vários tipos de lucro, destaque dos impostos, etc.
 TABELA 1 – DRE ILUSTRADA
Fonte: A autora
Conforme tabela acima, a DRE simples é apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e em seguida, indica-se o resultado - lucro ou prejuízo. Deve evidenciar o total de despesa deduzido da receita, apurando-se assim o lucro, sem destacar os principais grupos de despesas.
Sobre o DRE também podemos dizer que: 
A demonstração do resultado do exercício (DRE) é uma demonstração contabilística dinâmica que se destina a evidenciar a formação do resultado líquido devendo ter alterações em um exercício, através do confronto das receitas, custos e resultados, apuradas segundo o princípio contábil do regime de competência. A demonstração do resultado do exercício oferece uma síntese financeira dos resultados operacionais e não operacionais de uma empresa em certo período. Embora sejam elaboradas anualmente para fins legais de divulgação, em geral são feitas mensalmente para fins administrativos e, trimestralmentepara fins fiscais. As legislações que determinam a DRE deixam pouca ou nenhuma liberdade de personalização desse relatório contábil, apontando-se os vários tópicos que deverão ser discriminados em tal demonstrativo. Então, para se apurar o lucro que a empresa adquiriu no período, devem estar indicadas na DRE: as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da, sua realização em moeda, bem como os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos.
A correta elaboração e interpretação do Demonstrativo do Resultado do Exercício é uma ação decisiva no que tange a vida financeira das empresas. É através do Demonstrativo do Resultado do Exercício que diagnosticamos problemas na saúde financeira da empresa e prescrevemos os remédios para intervenção nos problemas, quando necessário.
O Demonstrativo do Resultado do Exercício não deve ser apenas um relatório contábil, ele deve ser principalmente um documento gerencial, tão importante ou mais que o contábil. A DRE nos permite fazer a leitura financeira de forma eficiente e rápida, fazendo as intervenções necessárias para a manutenção da sustentabilidade (WIKIPEDIA, 2020)
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA 
O Fluxo de caixa é um instrumento de controle e se refere ao montante recolhido e gasto por uma empresa durante um período de tempo definido. É uma análise de como está o financeiro da empresa como um todo.
A DFC pode ser elaborada em dois métodos: o direto e o indireto. Ambos resultam no caixa e equivalentes de caixa final, O caixa gerado ou consumido nas atividades operacionais de investimentos e financiamentos. Independentemente do método a ser utilizado, não haverá mudanças no quantitativo mínimo de fluxos.
MÉTODO DIRETO
O método direto destaca-se objetivamente as entradas e saídas apresentadas a partir das vendas, informando a origem (fonte) e o uso (aplicação). Seus dados podem ser divididos por períodos. Utiliza-se os registros de entradas e saídas e dos equivalentes. Para demonstrar de onde vem e para onde vai cada recurso, é necessário que sua estrutura seja clara e prática.
Em geral é composto por: saldo inicial, os valores do último fechamento - positivo ou negativo; recebimentos são os valores que a empresa recebeu no período pela venda; pagamentos são os valores gastos pela organização; saldo operacional de Caixa é a diferença entre os valores recebidos e pagos pela organização; saldo final é a soma de todos os valores presentes no fluxo de caixa direto. 
MÉTODO INDIRETO
O fluxo indireto é um instrumento de análise, também para investimentos. Sua parte do saldo inicial do exercício (sendo obtida através do DRE), as variações no caixa decorrentes da atividade operacional são identificadas pela mudança no capital de giro da empresa (circulantes). Por exemplo, um aumento na conta estoque pressupõe redução do caixa, pois provocaria um desembolso adicional.
Para fazer um fluxo indireto, precisamos excluir do valor do lucro líquido da empresa as antecipações de gastos e recebimentos. A ideia é que alterações futuras de caixa não entrem nessa conta, valendo o mesmo para as depreciações. Precisamos ainda retirar do lucro líquido os valores referentes aos investimentos ou financiamentos. O objetivo é mostrar a relação que o caixa da empresa tem com o seu lucro líquido.
Pelo método indireto, o fluxo de caixa líquido proveniente das atividades operacionais é determinado ajustando o lucro ou prejuízo quanto aos efeitos de: variações ocorridas no período nos estoques e nas contas operacionais a receber e a pagar; itens que não afetam o caixa, tais como depreciação, provisões, tributos diferidos, ganhos e perdas cambiais não realizados e resultado de equivalência patrimonial quando aplicável. Todos os outros itens tratados como fluxos de caixa advindos das atividades de investimento e de financiamento.
 Para Marion (2009, p. 119) “Por outro lado, sem fluxo de caixa fica quase impossível projetar, planejar financeiramente. Sem orçamento (planejamento financeiro) é impossível ter 
uma administração sadia”.
Portanto, para realizar a contabilidade financeira, é obrigatório apresentar os três relatórios.
CONTABILIDADE GERENCIAL
PROCESSO EVOLUTIVO DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Padoveze (2010) relata que a International Federation of Accountants – IFAC (Federação Internacional dos Contadores) publicou em 1998 um pronunciamento denominado International Management Accounting Pratice 1 – Imap1, no qual apresentavam os objetivos da contabilidade gerencial, suas atividades e parâmetros organizacionais e um cronograma evolutivo com suas principais mudanças ao longo do tempo, separando-o por etapas. Definindo esse processo evolutivo em quatro estágios
Bazzi (2015) descreve o Imap (Ifac, 1998), a passagem entre os estágios evolutivos da contabilidade gerencial foi gradual, cada novo estágio representando uma incorporação ou adaptação das condições com as quais as organizações se depararam. Cada um desses estágios trouxeram um foco diferente à contabilidade gerencial incorporando novas práticas, métodos e sistemas, mecanismos de mensuração e avaliação de desempenho. Novas filosofias e fontes de dados foram sendo usados a serviço da gestão gerencial.
PRIMEIRO ESTÁGIO EVOLUTIVO
Em 1950, o foco da contabilidade gerencial era o controle financeiro simples e métodos de custeio, custeio por absorção, custeio variável e o custeio padrão. Analisava basicamente o retorno sobre o investimento. 
SEGUNDO ESTÁGIO EVOLUTIVO
Em torno de 1965, passou a ter novos métodos de mensuração e avaliação de medidas de desempenho: como preço de transferência, moeda constante, e o valor presente. Os métodos utilizados nesse novo modelo gerencial foram a prática orçamentária e descentralização das ações da empresa. A informação passou a ser base para o processo decisório por meio dos controles gerenciais. Não houve inovação nos métodos de custeio nesta etapa.
TERCEIRO ESTÁGIO EVOLUTIVO
Aproximadamente em 1985, os esforços gerenciais se voltaram para a redução do desperdício no processo do negócio. Minimizando as perdas dos recursos operacionais e produtivos, estabeleceu-se novos métodos de custeio, como custeio meta e custeio baseado em atividades, a análise dos processos, e administração estratégica dos custos. O benchmarking surgiu como método de mensuração de desempenho. Novas filosofias emergiram e modelos de gestão incorporados: como o Kaizen, o just in time, a teoria das restrições, gestão baseada em atividades e o planejamento estratégico.
QUARTO ESTÁGIO EVOLUTIVO
Em 1995 houve as mudanças que deram origem ao quarto estágio da contabilidade gerencial. Novas técnicas como exame dos direcionadores de valor ao cliente, o valor para o acionista e a inovação organizacional. A tecnologia da informação começou a mensuração e controle de variáveis para agregar valor ao negócio. Novos métodos de custeio foram criados, entre eles os métodos de mensuração. A avaliação das medidas de desempenho mais utilizada passou a ser a Economic Value Added (EVA). A simulação, a gestão econômica, o Balanced Scorecard (BSC) e a gestão baseada em valor passaram a ser as novas filosofias e modelos de gestão primordiais.
CONTABILIDADE GERENCIAL NOS DIAS DE HOJE
Analisando a mudança de postura do empreendedor diante da concorrência e inovações ao longo dos anos, com o desenvolvimento da indústria e hábitos de consumo. Para a otimização dos processos, o olhar do gestor se voltou para novos e diferentes parâmetros.
A contabilidade gerencial tem os seus relatórios esporádicos, sempre que necessários para seus administradores. Utiliza-se de orçamentos, contabilidade por responsabilidade, relatórios de custos e desempenho e relatórios de informações demandadas para tomada de decisão.
Vemos a contabilidade se abrir às novas tendências, alicerçando essa evolução. Suas ramificações acompanharam essas novas tendências, embora ainda cumprisse suas obrigações financeiras e organizacionais de tradição. Os responsáveis pelo Planejamento Estratégico(CEO e diretores) fazem análises dos ambientes internos e externos com base nos dados da contabilidade financeira e gerencial, com o objetivo de melhorar ou potencializar o que existe e criar diferenciais competitivos para o negócio. O planejamento estratégico enxerga a empresa de forma sistêmica, ou seja, por completo.
Na esteira de Atkinson (2000, p. 768), “A Contabilidade Gerencial é o processo de produzir informação operacional e financeira para funcionários e administradores”.
Padoveze em seu caderno de estudos: “Sistemas contábeis gerenciais efetivos podem criar valor consideravelmente pelo fornecimento de informações acuradas e oportunas sobre as atividades necessárias para o sucesso das organizações de hoje”. (ATKINSON et al., citados por PADOVEZE, 1999)
Segundo o IFAC, a contabilidade gerencial, como uma parte integral do processo de gestão, adiciona valor distintivamente pela investigação contínua sobre a efetividade da utilização dos recursos pelas organizações - na criação de valor para acionistas, clientes e outros credores. (IFAC; 1998, Apud. PADOVEZE, 1999)
GRÁFICO 1 – EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE GERENCIAL
FONTE: A AUTORA
A CONTABILIDADE E A MATRIZ SWOT 
	 Parte essencial de um planejamento estratégico, a análise de SWOT ou matriz SWOT mapeia as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, utilizando-se de dados contábeis, entre outras referências buscando uma visão ampla do negócio e seus sistemas. Ela considera a empresa interna e externamente buscando equilíbrio e eficiência na gestão. 
A análise swot no ambiente interno identifica os pontos fortes e fracos, características que são encontradas olhando para dentro da análise contábil. Já no ambiente externo busca oportunidades e ameaças - condições do mercado, do lado de fora do escritório. Permite mensurar a saúde empresa em vários aspectos, o que torna a tomada de decisão e estratégias mais certeiras, possibilidade de melhor uso dos recursos da empresa.
Não se trata apenas de um norte para alcançar os resultados numa empresa. São métodos para mapear e evitar prejuízos devido aos riscos e ameaças. Nisso, a matriz SWOT se enquadra para todos os tipos de negócio. Estes métodos são adaptáveis a cada realidade e gestão e se aproveita de muitos dados já gerados, permitindo enxergar os resultados de forma sistêmica. Planejar é uma dimensão da tomada de decisões. Sabemos que o planejamento estratégico é uma forma de manter organizada a empresa e, para isso o controle patrimonial e fiscal são fundamentais, fazendo o melhor uso deles a serviço da empresa como um todo, não apenas as obrigações contábeis. O planejamento estratégico nos orienta na tomada de decisão para as ações interna ou externamente, aumentando as possibilidades de obter sucesso em suas ações. Onde há erros ou deficiências que merecem uma ação por parte dos gestores, o planejamento estratégico é desenvolvido para os planos de longo prazo e orienta o planejamento tático e operacional. Podemos dizer que a curto prazo renderá benefícios à empresa. A médio e longo prazo garante sua sobrevivência e competitividade no mercado.
ANÁLISE DE RESULTADOS E DISCUSSÕES
Encontramos em nosso trabalho de pesquisa alguns paradoxos que estimulam a discussão dos temas:
Paradoxo 1 - do ponto de vista histórico: A contabilidade desenvolveu o empreendedorismo? Ou o empreendedorismo à contabilidade? Similar ao popular “o ovo ou a galinha”. Há estudiosos da área que defendem que a contabilidade nasceu das necessidades comerciais. Enxergam a contabilidade como métodos contábeis comerciais apenas. Isso se olharmos métodos contábeis praticados.
Se olharmos as motivações que deram início à contabilidade, ela acompanha o homem desde eras primitivas - como outros historiadores e estudiosos que defendem que, ainda antes da agricultura, era praticada, embora não com métodos, mas a filosofia de mensuração de patrimônio. 
É uma questão de ótica: antropológica, ou prática contábil. A contabilidade pode ser analisada dos mais variados pontos de vista.
Paradoxo 2 - qual contabilidade é mais decisiva na administração, a gerencial ou a financeira? 
O paradoxo anterior dá origem a esta discussão. Contabilistas tradicionais e empreendedores enxergam de maneira diferente, segundo sua própria ótica. Nesse caso, o que precisa ser mudado é a ótica de ambos, pois as duas coisas são coo dependentes e necessárias na gestão. O empreendedorismo busca nas relações comerciais gerar riquezas otimizando processos e métodos. A contabilidade tradicional administra as riquezas. Para o sucesso nessa empreitada as duas práticas devem andar juntas.
Levando essa ótica inclusiva à discussão de qual contabilidade seria mais importante podemos citar:
1. Elas fazem parte de um todo, complementam-se;
2. Atendem a diferentes questões e problemas administrativos;
3. A contabilidade financeira ou geral é a base das informações da gerencial;
4. No ambiente contemporâneo, as práticas gerenciais impõem novas necessidades à contabilidade financeira;
5. Há quem defenda que a contabilidade gerencial é a evolução da contabilidade moderna;
6. Outros defendem que a contabilidade geral é toda prática contábil e suas evoluções, ou seja, que ambas seriam a mesma coisa aplicada a ambientes diferentes nas empresas;
7. De outra forma, há quem defenda a ótica que ambas são completamente diferentes, que seus métodos práticos as definem. 
Nenhuma ótica é errada em si, apenas pontos de vista diferentes sobre as mesmas questões. Se considerarmos suas similaridades ou suas diferenças encontraremos diferentes respostas. Com base nisso refutamos a pergunta como relevante. 
TABELA 2 – DIFERENÇAS DAS CONTABILIDADES GERENCIAL E FINANCEIRA
	RESPONSABILIDADES	
	CONTABILIDADE FINANCEIRA
	CONTABILIDADE GERENCIAL
	Público atendido pelos relatórios
	Internos e externos
	Internos
	Objetivo dos relatórios
	Análise financeira
	Facilitar o planejamento, controle, avaliações do desempenho, direcionamento da gestão.
	Atividades e atribuições na empresa
	Balanço Patrimonial, DRE, Demonstração das origens, Aplicações de recursos, Demonstrações de mutação de Patrimônio Líquido.
	Orçamentos, contabilidade por responsabilidade, relatório de desempenho, de custos, e outros
	Frequência dos relatórios
	Anual trimestral, ocasionalmente mensal
	Sempre que necessário, a serviço dos gestores
	Dados utilizados/valores
	Histórico
	Históricos e previstos
	Características da informação
	Objetivas, verificáveis e a tempo
	Relevante, as vezes subjetiva (pouco verificável)
	Orientação
	Olha dados passados
	Futurística, para o planejamento.
FONTE: A autora
Existe resistência à inovação por parte das empresas familiares. É que no imaginário popular o empreendedorismo “não faz” parte da contabilidade e estimula que grande parte das empresas de pequeno e médio porte se detenham no primeiro ou segundo estágio do seu processo evolutivo. Esta mentalidade se refere ao mundo corporativo dos anos 50 a 70. Elas deixam de beneficiar-se de 40 anos de evolução no mercado.
Podemos dizer que, em empresas onde há maior riqueza de sistemas operacionais, a contabilidade gerencial é mais desenvolvida pelos responsáveis pelo Planejamento Estratégico (CEO e diretores). Modelos de gestão onde a figura do gerente, gestor e proprietários centralizam decisões e estratégias, a contabilidade gerencial tem maior dificuldade em ser desenvolvida. Apenas isso não significa que haja negligência, mas uma deficiência estrutural e de recursos. Nesse caso, deve-se considerar a assessoria externa.
Ambas visões são fundamentais nos negócios, servem de degrau para o desenvolvimento um do outro. As empresas são dependentes dos dois, tanto da ótica financeira quanto da gerencial, a contabilidade geral engloba ambos os ambientes, tudo isso está nela! 
Algumas definições da contabilidade gerencial a conceituam como, “vai além das obrigações fiscais e mostrar números”. Porém, as obrigações fiscais dentro da contabilidade financeira são apenas uma das suas muitas obrigações. 
Sem dúvidas a contabilidade gerencial é um braçodireito para os gestores, administradores e setores em geral numa empresa de grande porte (público interno), mostrando indicadores para as melhores tomadas de decisão e otimização nos processos. O gestor munido de informações necessárias vai atuar de forma mais específica no planejamento de futuro, pois esse tipo de contabilidade vai determinar o destino empresarial. Há empresários que optam por uma contabilidade ineficiente para evitar gastos, sem utilizá-la para otimizar seus processos. Há contadores que se limitam a fazer o trabalho mais básico, cobrando pouco, ao invés de conscientizar seus clientes dos benefícios que a área contábil, como um todo pode trazer para a empresa. Aqueles que não se conscientizaram da importância das ferramentas que têm à mão, fazem uso das práticas da metade do século passado ainda hoje, fechados à evolução.
Com base nesses resultados concluímos que, embora essa evolução contábil não seja englobada pela grande maioria dos pequenos e médios negócios familiares, a tendência é que as empresas alheias a essas inovações não sejam competitivas diante de cenários de crise, da evolução tecnológica e das mudanças de hábitos em nossa sociedade. Até mesmo grandes corporações estão tendo de acelerar o processo de implantação de novos sistemas para continuar operando. Novos padrões sociais e de relacionamento tem forçado até as instituições mais fortes no mercado a posicionarem-se de maneira diferente, buscando novas abordagens de vendas. Diante de cenários de crise econômica, necessidades estratégicas e de investimentos, nunca foi tão importante as práticas mais modernas da contabilidade gerencial. Sem olhar para o passado, não podemos ter uma dimensão exata do presente, nem uma previsão de futuro. 
Isso poderia ajudar as empresas hoje, podemos concluir que, as empresas que não acompanharam sua evolução até aqui, tem pouca perenidade para essa transição e inovações que a sociedade tem imposto. Aprender através de seus métodos e filosofias no ambiente gerencial pode ser vital para a sobrevivência dessas empresas, aquelas que já se utilizam delas são as que impõem, ditando essas novas tendências de mercado, da contabilidade gerencial atual conduzindo à evolução.
E, afinal o que é Contabilidade? Qual a relevância da contabilidade no desenvolvimento da sociedade? 
Nada sem sentido ou ultrapassado sobrevive tanto tempo. Tudo que é permanente, é realmente essencial. Embora ela pareça a princípio chata e metódica, é só até tirarmos o cabresto e olharmos 360 graus ao redor dela, nos assombraremos com sua grandeza. Ela é apaixonante e aterradora. Ainda antes das civilizações ela já acompanhava o homem primitivo. Sua origem foi o medo, veio do instinto de sobrevivência primário mensurar as necessidades básicas e contabilizar suas reservas para sobrevivência, mas não se limita a isso. Dela brotou também a coragem de caçar o leão no dia seguinte. A contabilidade não é serva do empreendedorismo, é a mãe dele. E desde então está presente em nosso cotidiano. Flerta com todas as áreas do saber humano e isso não é exagero! Está em constante movimento, em evolução permanente, e nada a detém! Quem não acompanhar sua evolução está fadado a extinção, cedo ou tarde. Até onde não a enxergamos, ela está. Desde o ticket do supermercado, nos armários da nossa cozinha, e dentro deles. Em tudo que compramos e vendemos, nos artigos essenciais e de luxo. Nas ruas e em tudo que vemos, nas mais variadas ciências e tecnologias, nas tradições e inovações. Em nosso instinto de sobrevivência. Tudo tem, pelo menos, um dedo dela. Ainda que ignoremos, ela está lá, em todas as coisas mensuráveis, onde olharmos. Em tudo o que permeia a vida humana em seu habitat de consumo, em algum grau, tudo é contabilidade.
REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, Ricardo A; STRUETT, Mirian A. M. Conceitos da Administração: ética empresarial. Maringá: Unicesumar, 2018.
BAZZI, Samir. Contabilidade gerencial: conceitos básicos e aplicação. Curitiba: Intersaberes, 2015.
BEUREN, Ilse Maria; GRANDE, Jefferson Fernando. Mudanças das práticas de contabilidade gerencial. Revista de Administração e Contabilidade, v. 8, n. 2, p. 133-145, abril/junho 2011. Unissinos. Disponível em:http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:Ql5UKledRo8J:www.revistas.unisinos.br/index.php/base/article/view/4415/1658+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br. Acesso em: 26 jun. 2020.
Brasil Escola. A importância da contabilidade nas empresas no século XXI. Disponível em: https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/atualidades/a-importancia-contabilidade-nas-empresas-no-seculo-xxi.htm. Acesso em: 19 jun. 2020.
CREPALDI, de Silvio Aparecido. CONTABILIDADE GERENCIAL: TEORIA E PRATICA. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
Fluxo de caixa. Flua. Disponível em: https://www.flua.com.br/blog/afinal-o-que-e-fluxo-de-caixa/. Acesso em: 19 jun. 2020.
 Gestão de Desempenho, Talent Management. 4 ensinamentos dos antigos modelos de gestão de pessoas. Ser. 2016. Disponível em: https://sertms.com/blog/4-ensinamentos-dos-modelos-de-gestao-de-pessoas/. Acesso em: 4 Jul. 2020.
IUDICIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; CARVALHO, L. Nelson. Contabilidade: Aspectos relevantes da epopeia de sua evolução. Revista Contabilidade & Finanças, v. 16, n. 38, p. 7-19, 19 agosto 2005. Revistas USP. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext &pid=S151970772005000200002&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 19 jun. 2020.
Jornal Contábil. Quais são as diferenças entre Contabilidade Gerencial e Contabilidade Financeira?  Disponível em: https://www.jornalcontabil.com.br/quais-sao-as-diferencas-entre-contabilidade-gerencial-e-contabilidade-financeira/. Acesso em: 24 jun. 2020.
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DETERMINAÇÃO DE CUSTOS	ESTÁGIO 1	ESTÁGIO 2	ESTAGIO 3	ESTAGIO 4	3	3	3	3	CONTROLE E PLANEJAMENTO GERENCIAL	ESTÁGIO 1	ESTÁGIO 2	ESTAGIO 3	ESTAGIO 4	0	3	3	3	REDUÇÃO DE PERDAS E PROCESSOS OPERACIONAIS	ESTÁGIO 1	ESTÁGIO 2	ESTAGIO 3	ESTAGIO 4	0	0	3	3	CRIAÇÃO DE VALOR NO USO DOS RECURSOS	ESTÁGIO 1	ESTÁGIO 2	ESTAGIO 3	ESTAGIO 4	0	0	0	3

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