Buscar

Sinusite aguda

Prévia do material em texto

Sinusite aguda 
 
Criança, 6 anos, sexoc feminino, foi levada ao serviço de pediatria próximo a sua residência 
em virtude de febre alta, astenia e cefaleia. Há 20 dias apresentou resfriado, com resolução 
espontânea. A mãe da paciente referiu que a filha necessitava de cirurgia para extração das 
adenoides, que prejudicavam muito a respiração, o que foi confirmado ao exame físico. A 
criança também referiu dor em orelha direita. Ao exame físico a criança apresentava 
temperatura de 39,5°C, respiração bucal e dor à palpação das maxilas, além de leve desvio 
do septo nasal. À otoscopia foi observado pelo médico hiperemia (vermelhidão) e 
abaulamento da membrana 
timpânica. 
A TC de crânio revelou opacificação do seio maxilar esquerdo associado a desvio do septo 
nasal. A criança foi medicada para sinusite aguda com antibióticos e antipirético. Figura 1 - 
Tomografia de face e seios paranasais- corte axial: opacificação do seio maxilar esquerdo 
com leve desvio do septo para a esquerda. 
 
1. Defina nasofaringe, citando seus principais componentes anatômicos. O que são 
“adenoides”? O que é o Anel linfático de Waldeyer? Quais estruturas compõem o mesmo e 
qual sua função? 
Nasofaringe é a parte nasal da faringe, sendo posterior ao nariz e superior ao palato 
mole e possui função respiratória. É composta por tecido linfóide, que forma parte do anel de 
Waldeyer e as tonsilas faríngeas e tubárias. 
“Adenóides” é o nome dado para a tonsila faríngea. São dois pequenos aglomerados 
de tecido linfóide localizados na nasofaringe e que produzem anticorpos. 
O anel linfático de Waldeyer é o conjunto de tecidos linfóides localizados na faringe e 
composto pelas tonsilas faríngeas, palatinas, linguais e tubárias. Ele atua como a primeira 
linha de defesa contra microorganismos que entram no corpo através das vias nasal e oral. 
 
2. Descreva os seios paranasais, localização e locais de drenagem. 
Os seios paranasais são extensões (cheias de ar) da parte respiratória da cavidade nasal 
para os ossos do crânio: frontal, esfenoide, etmoide e maxila. 
 
 
Seios frontais (esquerdo e direito): se localizam entre as lâminas externa e interna do 
frontal, posteriormente aos arcos superciliares e à raiz do nariz. Cada seio drena por meio de 
um ducto frontonasal para o infundíbulo etmoidal, que se abre no hiato semilunar. 
 
 
 
 
Seios esfenoidais: se localizam no corpo do esfenóide, mas podem se estender até as asas 
deste osso. São drenados para o meato nasal superior (recesso esfenoetmoidal). 
 
 
 
Células etmoidais: são pequenas invaginações da túnica mucosa dos meatos nasais médio e 
superior para o etmóide entre a cavidade nasal e a órbita. As células etmoidais anteriores 
drenam para o meato nasal médio e as células etmoidais posteriores drenam para o meato 
nasal superior. 
 
 
Seios maxilares: se localizam nos corpos das maxilas. Cada seio maxilar drena através do 
óstio maxilar para o meato nasal médio da cavidade nasal por meio do hiato semilunar. 
 
3. Descreva a cavidade nasal e o septo nasal. Explique, anatomicamente, como o desvio 
de septo poderia interferir na respiração. 
Cavidade nasal pode se referir a toda cavidade presente no nariz. Sua entrada é através 
das narinas (anterior) e abre-se na parte posterior da faringe (nasofaringe) por meio dos 
cóanos, sendo revestida pela túnica mucosa. 
O septo nasal divide a câmara do nariz em duas cavidades nasais. Ele possui uma parte 
óssea e outra cartilagínea. É formado pela lâmina perpendicular do etmoide, o vômer e a 
cartilagem do septo. 
O desvio no septo ocorre quando a divisão das narinas é irregular, e pode interferir na 
respiração quando ele é tão acentuado que o septo nasal toca a parede lateral da cavidade 
nasal, podendo causar uma obstrução respiratória. 
 
4. O resfriado da paciente pode estar relacionado com o quadro de sinusite aguda? 
Explique do ponto de vista anatômico? 
Sim, normalmente um resfriado precede a sinusite. O resfriado é ocasionado pela 
infecção da via aérea superior (nariz, cavidades nasais, faringe e laringe). Como os seios 
paranasais são continuações das cavidades nasais, a infecção pode espalhar-se das cavidades 
nasais, causando edema e a inflamação das mucosas dos seios paranasais, que é a sinusite. 
 
5. A queixa de dor na orelha e os achados de hiperemia e abaulamento da membrana 
timpânica podem estar relacionados com o quadro geral da criança? Explique do ponto de 
vista anatômico. 
Sim, os sintomas achados são correspondentes a um quadro de otite média que é 
comum em crianças logo após resfriados. Isso ocorre porque o ar presente na tuba auditiva é 
proveniente das vias aéreas, então é comum que vírus ou bactérias passem do óstio da tuba 
auditiva e vão parar na cavidade timpânica causando infecções. É mais comum ter esse quadro 
em crianças porque a tuba auditiva é mais curta e horizontal do que a tuba auditiva de um 
indivíduo adulto. 
 
 
6. Se houver necessidade de colocação de um dreno para drenar secreção por causa da 
otite média aguda (infecção com formação de pus na orelha média), onde deve ser incisada a 
membrana timpânica? Justifique do ponto de vista anatômico. 
 A incisão deve ser feita no cone de luz da membrana timpânica, a fim de evitar pontos 
de contato da membrana e dos ossículos e permitir que o ducto não seja obstruído na 
drenagem de secreções da cavidade timpânica para o meato acústico externo. 
 
 
7. Se houvesse comprometimento dos ossículos da audição, que tipo de prejuízo poderia 
acontecer para a audição? Explique do ponto de vista anatômico a relação destes ossos com 
a audição. 
Os ossículos da audição possuem a função de receber as vibrações da orelha externa, 
ampliar essas vibrações e transmitir isso para a orelha interna. A otite média em casos mais 
graves pode causar a erosão dos ossículos da audição, caso isso ocorra pode haver dificuldade 
na transmissão do som para a orelha interna causando perda parcial ou total da audição.

Continue navegando