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AN02FREV001/REV 4.0 1 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE Drenagem Linfática Facial Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 2 CURSO DE Drenagem Linfática Facial Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 3 SUMÁRIO 01_Drenagem linfática facial 1 TECIDO EPITELIAL 2 TECIDO CONJUNTIVO 3 SISTEMA TEGUMENTAR 3.1 PELE 3.2 HIPODERME 3.3 ANEXOS CUTÂNEOS 4 SISTEMA LINFÁTICO 4.1 VIAS LINFÁTICAS 4.2 LINFANGIONS 4.3 LINFONODOS (GÂNGLIOS LINFÁTICOS) 5 ANATOMIA DA FACE 5.1 OSSOS DA FACE 5.2 MÚSCULOS DA FACE E DO PESCOÇO 5.3 CIRCULAÇÃO ARTERIAL E VENOSA DA FACE 5.4 INERVAÇÃO DA FACE 5.5 REDE LINFÁTICA DA CABEÇA E DO PESCOÇO 6 CONCEITOS DE EDEMA E LINFEDEMA 02_Drenagem Linfática Facial 7 PRINCIPAIS DISFUNÇÕES TRATADAS COM DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL 7.1 ENVELHECIMENTO CUTÂNEO AN02FREV001/REV 4.0 4 7.2 ENVELHECIMENTO INTRÍNSECO 7.3 ENVELHECIMENTO EXTRÍNSECO 7.3.1. Fatores genéticos 7.3.2 Fotoenvelhecimento (exposição solar) 7.3.3 Outros fatores para o envelhecimento 7.4 ALTERAÇÕES CRONOLÓGICAS DO ENVELHECIMENTO 7.5 LINHAS DE EXPRESSÃO 7.5.1 Classificação das Rugas 7.6 USO DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL PARA O REJUVENESCIMENTO FACIAL 8 ACNE 8.2.1 Acne rosácea 8.1 CLASSIFICAÇÃO DA ACNE 8.2 TIPOS VARIANTES DE ACNE 8.3 LESÕES CARACTERÍSTICAS DA ACNE 8.4 USO DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL PARA TRATAMENTO DA ACNE 9 CIRURGIAS PLÁSTICAS FACIAIS 9.1 RITIDOPLASTIA (CIRURGIA DA FACE) 9.2 RINOPLASTIA (CIRURGIA DO NARIZ) 9.3 OTOPLASTIA (CIRURGIA DAS ORELHAS) 9.4 BLEFAROPLASTIA (CIRURGIA DAS PÁLPEBRAS) 9.5 USO DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL EM CIRURGIAS PLÁSTICAS 10 PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS FACIAIS MINIMAMENTE INVASIVOS 10.1 PEELINGS 10.2 TOXINA BOTULÍNICA TIPO A 10.3 MESOTERAPIA FACIAL 10.4 USO DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL EM PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE INVASIVOS 03_Drenagem Linfática Facial 11 A MASSAGEM TERAPÊUTICA 12 A DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL AN02FREV001/REV 4.0 5 12.1 HISTÓRICO 12.2 CONCEITOS GERAIS 12.3 EFEITOS DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL 12.4 INDICAÇÕES DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL FACIAL 12.5 CONTRAINDICAÇÕES DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL 12.6 COMPONENTES DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL FACIAL 12.6.1 Pressão 12.6.2 Direção 12.6.3 Ritmo e frequência 12.6.4 Etapas 12.6.5 Caminho 12.6.6 Tempo 12.6.7 Produtos para deslizamento 12.6.8 Manobras de evacuação 12.6.9 Manobras de captação 12.7 MÉTODOS DE DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL 12.7.1 Método Leduc 12.7.2 Método Vodder 12.7.3 Método Ganância 12.7.4 Método Godoy 13 REQUISITOS PARA A MASSAGEM DE DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL 13.1 PREPARAÇÃO DO PROFISSIONAL 13.2 PREPARAÇÃO DO AMBIENTE 13.3 PREPARAÇÃO DO PACIENTE 04_Drenagem Linfática Facial 14 AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL DA FACE 14.1 ANAMNESE 14.1.1 Identificação do paciente AN02FREV001/REV 4.0 6 14.1.2 História clínica 14.1.3 História cirúrgica (caso o linfedema seja decorrente de cirurgia plástica) 14.1.4 Histórico de cuidados gerais com a face 14.2 EXAME FÍSICO DA FACE 14.3 CLASSIFICAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DA PELE 14.4 CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE PELE 14.5 OBJETIVOS DO TRATAMENTO 14.6 PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL FACIAL 15 SEQUÊNCIA DE MANOBRAS DE DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL DA FACE 15.1 DRENAGEM DO PESCOÇO 15.2 DRENAGEM DA FACE GLOSSÁRIO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AN02FREV001/REV 4.0 7 1 TECIDO EPITELIAL Constitui um grupo distinto de tecido que recobre toda a superfície das cavidades corporais, funcionando como interface entre os compartimentos biológicos. Possui reduzida quantidade de substância intercelular e é caracterizado pela presença da membrana basal, que separa o epitélio dos tecidos conjuntivos subjacentes. O tecido epitelial não é irrigado por vasos sanguíneos. Sua nutrição depende da difusão de oxigênio e de metabólitos a partir dos tecidos subjacentes. A inervação sensitiva intraepitelial é formada por terminações nervosas livres. Podem ser classificados em dois tipos distintos: epitélios de revestimento e epitélios glandulares (BELTRAMINI, 2009). Os epitélios de revestimento (figura 01) participam das funções de proteção e absorção de nutrientes. Trata-se de um tecido formado por células justapostas, organizado em uma ou mais camadas de revestimento contínuo, seja da superfície externa, como na epiderme, ou da superfície interna como no tubo digestivo (AZULAY e AZULAY, 1999.). FIGURA 01 – EPITÉLIO DE REVESTIMENTO AN02FREV001/REV 4.0 8 FONTE: BELTRAMINI, 2009. Segundo BELTRAMINI (2009), os epitélios de revestimento podem ser classificados de acordo com três características morfológicas: Número de camadas celulares: uma única camada de células epiteliais caracteriza um epitélio simples, enquanto os epitélios compostos de mais de uma camada são denominados epitélios estratificados; Forma das células: as células do tecido epitelial podem ser pavimentosas (células prismáticas semelhantes a ladrilhos de pavimentos); cúbicas (células em formato de cubo) ou cilíndricas (células semelhantes a colunas verticais); Presença de especializações na superfície celular (estruturas relacionadas com a função específica destes epitélios): vilosidades (prolongamentos digitiformes que aumentam a superfície de contato das células e a sua capacidade de absorção); cílios (estruturas móveis que batem num ritmo ondular sincrônico, que tendem a propelir películas superficiais de muco ou líquido numa direção determinada sobre a superfície epitelial e estereocílios (microvilosidades extremamente longas encontradas em pequeno número em regiões do aparelho reprodutor, tais como no epidídimo). Os epitélios glandulares (figura 02) exercem a função principal de secreção de substâncias. São constituídos por células secretoras denominadas AN02FREV001/REV 4.0 9 parênquima glandular. O tecido conjuntivo no interior da glândula e que sustenta as células secretoras, é denominado de estroma (GUIRRO e GUIRRO, 2004). FIGURA 02 – EPITÉLIO GLANDULAR FONTE: GITIRANA, 2009. Segundo GUIRRO e GUIRRO (2004), existem parâmetros para classificar os diferentes tipos de tecido epitelial glandular como: Número de células: unicelular (a secreção é elaborada apenas por células especializadas ocasionais espalhadas entre outras células não secretoras) e multicelular ( Local onde a secreção é lançada: a secreção é realizada por um conjunto de células); endócrinas (glândulas sem ductos, nas quais a secreção ganha a corrente sanguínea e após, é distribuída para todo o corpo) e exócrinas ( Forma da glândula: tubulosa (formato de tubos), acinosa (com ácinos de forma esférica), túbulo-acinosa (tubos terminando em ácinos); glândulas com ducto excretor que transportam a secreção produzida pela glândula diretamente para o meio externo); AN02FREV001/REV 4.0 10 Origem da secreção: merócrina (sem perda de células secretoras), apócrina (perda parcial de células secretoras), holócrina (perda total de células secretoras). 2 TECIDO CONJUNTIVO Tecido caracterizado por apresentar diversos tipos de células, separadas por abundante material intercelular (figura 03). Pode ser dividido em duas categorias: tecido conjuntivo propriamentedito e tecido conjuntivo de propriedades especiais (GUIRRO e GUIRRO, 2004). FIGURA 03 – TECIDO CONJUNTIVO FONTE: PORTAL SÃO FRANCISCO, 2009. O tecido conjuntivo propriamente dito não possui predominância acentuada de nenhum dos elementos constituintes e suas fibras não apresentam um arranjo organizado. Este tipo de tecido espalha-se por todo o organismo, com exceção do sistema nervoso central. Faz parte da estrutura íntima dos órgãos e, na AN02FREV001/REV 4.0 11 maioria das vezes, separa um órgão do outro, envolvendo-o e delimitando-o (GUIRRO e GUIRRO, 2004.; BELTRAMINI, 2009). Entre suas funções principais estão à associação entre as várias partes do organismo e a sustentação do mesmo, preenchendo os espaços corpóreos. Este tipo de tecido também auxilia a defesa do organismo pela quantidade de substância intersticial e a natureza especial de algumas de suas células que combatem micro- organismos invasores antes de se disseminarem pelo organismo (BELTRAMINI, 2009). Segundo GUIRRO e GUIRRO (2004), pode ser dividido em duas categorias: Tecido conjuntivo frouxo: tecido de consistência delicada, flexível e pouco resistente às trações que apoia e nutre as células epiteliais, sendo encontrado na pele, nas mucosas e nas glândulas; Tecido conjuntivo denso: há predominância acentuada de fibras colágenas. Pode ser irregular (os feixes colágenos formam uma trama tridimensional, o que confere ao tecido certa resistência às trações em qualquer direção) ou regular (os feixes colágenos são orientados seguindo uma organização fixa, em respostas a trações exercidas em um mesmo sentido). O tecido conjuntivo de propriedades especiais engloba os tecidos adiposos, elásticos, reticular, mucoso, cartilaginoso e ósseo (GUIRRO e GUIRRO, 2004). Segundo BELTRAMINI (2009) e GUIRRO e GUIRRO (2004), a substância intercelular que compõe o tecido conjuntivo é representada pela substância fundamental amorfa e por fibras colágenas, reticulares e elásticas. A substância fundamental amorfa caracteriza-se por preencher os espaços entre as células e as fibras do tecido conjuntivo. Por ser viscosa, representa uma barreira à penetração de partículas estranhas no interior dos tecidos. É incolor e homogênea, formada principalmente por proteoglicanas, ácido hialurônico e glicoproteínas, sendo importante na função de nutrição exercida pelo tecido conjuntivo. AN02FREV001/REV 4.0 12 As fibras colágenas são as mais frequentes do tecido conjuntivo, sendo constituídas por colágeno (proteína mais abundante do corpo humano). Exercem a função de fornecer resistência e integridade estrutural a diversos órgãos e tecidos. As fibras reticulares são estruturas anastomosadas que se dispõem em formato de rede, formando o arcabouço interno de certas glândulas. São fibras curtas, finas e inelásticas, constituídas principalmente por um tipo de colágeno denominado reticulina. As fibras elásticas são fibras delgadas, sem estriações longitudinais que têm como componente principal a elastina, uma escleroproteína muito mais resistente que o colágeno. Essas fibras cedem facilmente a trações mínimas, porém retornam facilmente à sua forma original, tão logo cessem as forças deformantes e suportam grandes trações. Segundo BELTRAMINI (2009), a divisão de trabalho entre as células do conjuntivo determina o aparecimento de vários tipos celulares, cada um com características morfológicas funcionais próprias. Entre esses tipos celulares estão: Fibroblastos: células mais comuns do tecido responsáveis pela formação das fibras e do material celular amorfo. Sintetiza colágeno, mucopolissacarídeos e fibras elásticas. A forma inativa da célula chama- se fibrócito; Macrófago: célula de forma variável com função relacionada à fagocitose e digestão de substâncias, inclusive de micro-organismos invasores. Desempenha papel importante na remoção de elementos intercelulares que se formam nos processos involutivos fisiológicos, como o retorno do útero ao tamanho original, após a gestação; Linfócito: tipo de leucócito com função relacionada à defesa do organismo através do sistema imunitário; Plasmócito: célula ovoide que tem por função a produção de anticorpos. Quando substâncias estranhas ao organismo (antígeno) entram em contato com determinado tipo de linfócito, este se diferencia em plasmócito que passa a produzir anticorpos contra os antígenos; Mastócito: célula globosa com citoplasma carregado de grânulos de heparina e histamina (substâncias vasoativas); AN02FREV001/REV 4.0 13 Célula mesenquimatosa indiferenciada: célula alongada que origina qualquer outra célula do tecido conjuntivo. 3 SISTEMA TEGUMENTAR O sistema tegumentar (figura 04) é composto pela pele, pela hipoderme e pelos anexos cutâneos. A superfície externa da pele é formada por um epitélio pavimentoso estratificado, denominado epiderme. A epiderme é sustentada e nutrida por uma camada espessa de tecido conjuntivo denso, fibroelástico, denominado derme, que é ricamente vascularizado e possui numerosos receptores sensoriais. A derme está ligada aos tecidos subjacentes por uma camada de tecido conjuntivo frouxo, denominado hipoderme ou camada subcutânea e que contém quantidade variável de tecido adiposo. Os folículos pilosos, glândulas sudoríparas, glândulas sebáceas e unhas são estruturas denominadas anexos cutâneos em virtude de sua origem embriológica a partir de brotamentos que, originando-se na epiderme, penetram na derme e hipoderme (BELTRAMINI, 2009). FIGURA 04 – SISTEMA TEGUMENTAR AN02FREV001/REV 4.0 14 FONTE: BELTRAMINI, 2009. 3.1 PELE A pele constitui o maior órgão do corpo humano. Reveste externamente o organismo, variando em espessura e cor nas diferentes regiões. Corresponde a cerca de 20% do peso corporal (GARTNER e HIATT, 1999; JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004). Segundo BELTRAMINI (2009), são quatro as funções da pele (quadro 01): Proteção: a pele fornece proteção contra a luz ultravioleta, assim como contra agressões mecânicas, químicas e térmicas. Sua superfície, relativamente impermeável, evita a desidratação excessiva e atua como uma barreira contra a invasão por micro-organismos; Sensibilidade: a pele constitui o maior órgão sensorial do corpo, contendo uma variedade de receptores para o tato, pressão, dor e temperatura; Termorregulação: a pele é o principal órgão da termorregulação. O corpo é isolado contra a perda de temperatura pela presença de pelos e AN02FREV001/REV 4.0 15 tecido adiposo subcutâneo. A perda de calor é facilitada pela evaporação do suor; Funções metabólicas: o tecido adiposo subcutâneo constitui importante reserva de energia, principalmente sob a forma de triglicerídeos. A vitamina D é sintetizada na epiderme, suplementando a oriunda das fontes alimentares. QUADRO 01 – RESUMO DAS FUNÇÕES DA PELE Barreira entre o organismo e o meio-ambiente Base dos receptores sensoriais Fonte imunológica de hormônios para diferenciação de células protetoras Proteção contra os efeitos da radiação e traumas mecânicos Regulação da temperatura corporal Síntese de compostos importantes como a vitamina D FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA, 2009. A pele é composta por duas camadas principais: a epiderme (camada superficial composta de células epiteliais intimamente unidas) e a derme (camada mais profunda composta por tecido conjuntivo denso e irregular). A epiderme (figura 05) é a camada mais superficial da pele, sendo constituída por tecido epitelial estratificado pavimentoso queratinizado. Possui células próprias (queratinócitos, melanócitos, células de Langerhans e células de Merkel), e um conjunto de outras estruturas conhecidas como anexos da pele formados por: pelos, unhas e glândulas. Sua espessura varia de acordo com a região do corpo, chegandoa 1,5 mm na região plantar (ROSS, et al. 1993.; GUIRRO e GUIRRO, 2004). FIGURA 05 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE UM FRAGMENTO DA EPIDERME AN02FREV001/REV 4.0 16 FONTE: modificado de ROSS, et al. 1993. Os queratinócitos são as células mais numerosas da epiderme. Tornam-se paulatinamente queratinizadas, formando uma barreira impermeável à água. Os melanócitos são células arredondadas localizadas principalmente no estrato basal da epiderme, responsáveis pela produção de melanina (pigmento que dá cor à pele). As células de Langerhans desempenham importante papel na resposta imunológica. Participam do desencadeamento das reações de hipersensibilidade por contato cutâneo (dermatite alérgica por contato). As células de Merkel são células que se mantêm em contato com a terminação de fibras nervosas, formando receptores que tem função mecanorreceptora (ROSS, et al.1993). Segundo GARTNER e HIATT (1999), a epiderme é formada por cinco estratos: Estrato basal: estrato mais profundo, caracterizado por apoiar-se sobre a lâmina basal do epitélio. É responsável pela constante renovação da epiderme, fornecendo células para substituir aquelas que são perdidas na camada córnea; Estrato espinhoso: as células deste estrato possuem aspecto espinhoso e têm importante função na manutenção da coesão das células de epiderme. É o estrato mais espesso da epiderme; Estrato granuloso: este estrato apresenta diversas células achatadas e com grande quantidade de grânulos de querato-hialina em seu interior; AN02FREV001/REV 4.0 17 Estrato lúcido: o estrato lúcido mostra um conjunto de células anucleadas, achatadas e ricas em queratina. Está presente somente na pele espessa; Estrato córneo: estrato mais superficial, constituído por numerosas camadas de células achatadas e queratinizadas. As células perdidas são constantemente substituídas por células oriundas das camadas mais profundas da epiderme. A derme (figura 06) é uma espessa camada de tecido conjuntivo, situada abaixo da epiderme. Possui algumas fibras elásticas e reticulares e muitas fibras colágenas. É suprida por vasos sanguíneos linfáticos e nervos. Contêm glândulas especializadas e órgãos dos sentidos. Sua superfície externa é muito irregular e varia de região para região (ROSS et al. 1993). A derme divide-se em duas camadas: a superficial, frouxa, chamada de camada papilar, e a mais profunda, densa, chamada de camada reticular. FIGURA 06 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA DERME AN02FREV001/REV 4.0 18 FONTE: modificado de WEBCIENCIA, 2009. A camada papilar é delgada e constituída por tecido conjuntivo frouxo. Possui papilas cuja função é aumentar a zona de contato da derme com a epiderme, trazendo maior resistência à pele. Esta camada contém fibroblastos, macrófagos e outras células habituais do tecido conjuntivo. Possui também, muitos capilares, que se estendem até a interface epiderme-derme. Estes capilares regulam a temperatura corporal e nutrem as células da epiderme avascular. Localizados em algumas papilas dérmicas existem corpúsculos de Meissner, receptores encapsulados especializados em responder a pequenas deformações da epiderme (GUIRRO e GUIRRO, 2004.; JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004). A camada reticular é a mais espessa e constituída por tecido conjuntivo denso. É assim denominada porque os feixes de fibras colágenas que a compõem entrelaçam-se como uma rede. As células são mais dispersas nesta camada do que na camada papilar. Elas incluem fibroblastos, mastócitos, linfócitos, macrófagos e, frequentemente, células adiposas. Um grupo particular de músculos estriados localizados na face, na região anterior do pescoço e no couro cabeludo (músculos de expressão facial), origina-se na fáscia superficial e se insere na derme. Pelo menos dois tipos de mecanorreceptores estão localizados nas regiões mais profundas da derme: os corpúsculos de Paccini, que respondem a pressão e vibrações, e os corpúsculos de Ruffini, que respondem a forças de tensão (GARTNER e HIATT, 1999.; JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004). AN02FREV001/REV 4.0 19 3.2 HIPODERME A hipoderme, também denominada de tecido subcutâneo, é uma camada de tecido conjuntivo, localizada logo abaixo da pele, fixando-a as estruturas subjacentes. Contêm porções de tecido adiposo e exercem importantes funções de reservatório energético, isolamento térmico do organismo, modelagem da superfície corporal, absorção de choques e preenchimento estrutural para a fixação de órgãos. A hipoderme é formada por duas camadas. A superficial é chamada de camada areolar e é composta por adipócitos globulares e volumosos. A profunda, denominada camada lamelar é onde ocorre aumento de espessura no ganho de peso, com aumento do volume dos adipócitos (GUIRRO e GUIRRO, 2004). 3.3 ANEXOS CUTÂNEOS Segundo GUIRRO e GUIRRO (2004) e BELTRAMINI (2009), a pele possui diversas estruturas anexas, como unhas (placas córneas que se dispõem na superfície dorsal das falanges terminais dos dedos e artelhos), pelos (estruturas queratinizadas que exercem papel de proteção); glândulas sebáceas (estruturas responsáveis pela produção do sebo, cuja função é a lubrificação da pele, além da ação bactericida) e as glândulas sudoríparas (estruturas responsáveis pela produção do suor, cuja função é o resfriamento da superfície cutânea e perda de calor do leito vascular subjacente). AN02FREV001/REV 4.0 20 4 SISTEMA LINFÁTICO O sistema linfático (figura 07) é um sistema vascular formado por capilares, coletores e troncos linfáticos, linfonodos e órgãos linfoides; encarregado de recolher o líquido intersticial e reconduzi-lo ao sistema vascular sanguíneo. Está anatômica e funcionalmente ligado ao sistema sanguíneo e possui funções importantes: retorno do líquido intersticial para a corrente sanguínea, destruição de microrganismos e respostas imunes específicas, como a produção de anticorpos (YAMATO, 2007). Quando o líquido intersticial passa para dentro dos capilares linfáticos recebe o nome de linfa. A linfa é um líquido incolor e viscoso com composição semelhante a do plasma sanguíneo, constituindo-se principalmente por água, eletrólitos e quantidade variável de proteínas plasmáticas que escaparam do sangue pelos capilares sanguíneos. Em condições normais, a linfa se forma a partir do líquido intercelular exsudado em excesso dos capilares sanguíneos. Representa aproximadamente 15% do peso corporal e seu escoamento diário no nível do ducto torácico fica em torno de 2 a 5 litros, podendo alcançar 20 litros em caso de um aumento patológico de demanda. O fluxo da linfa é relativamente lento (aproximadamente 1,5 ml por minuto) (YAMATO, 2007). AN02FREV001/REV 4.0 21 FIGURA 07 – SISTEMA LINFÁTICO FONTE: AGUILAR, 2009. 4.1 VIAS LINFÁTICAS A rede linfática (figura 08) se inicia pelos capilares linfáticos (figura 09), pequenos vasos compostos por células endoteliais que se unem ao tecido conjuntivo intercelular através de filamentos de proteção (filamentos de Casley- Smith). Os capilares possuem células que se sobrepõem em escamas, de modo a permitir a abertura ou o fechamento dos vasos, conforme o relaxamento ou a contração de seus filamentos. Quando tracionados, os filamentos permitem a penetração de substâncias (água, pequenas partículas e moléculas de proteínas) no interior do capilar. Os capilares linfáticos não possuem válvulas e são compostos por um cilindro de células endoteliais (LEDUC e LEDUC, 2000). FIGURA 08 – DISTRIBUIÇÃO DA REDE LINFÁTICA AN02FREV001/REV 4.0 22 FONTE: CORNELL UNIVERSITY, 2008. Os capilares linfáticos dão origem aos vasos pré-coletores. Esses vasos apresentam estrutura semelhante à dos capilares, porém são envolvidos internamentepor tecido conjuntivo, elementos elásticos e musculares, que possibilitam a contração e a distensão destes vasos (GUIRRO e GUIRRO, 2004). Os coletores são vasos onde desembocam os pré-coletores. Os coletores possuem inúmeras válvulas, o que lhes confere um aspecto de colar de pérolas. Possuem três camadas: túnica íntima (camada interna com fibras elásticas longitudinais); túnica média (maior parte da parede do coletor, formada por musculatura lisa espiralada); túnica adventícia (parte mais externa e espessa, formada por fibras de colágeno que possuem fibras elásticas e feixes musculares (LEDUC e LEDUC, 2000.; GUIRRO e GUIRRO, 2004). AN02FREV001/REV 4.0 23 FIGURA 09 – VASOS LINFÁTICOS FONTE: RIZZI, 2009. Os coletores desembocam nos troncos linfáticos. São eles: o ducto torácico e o ducto linfático direito (figura 10). O ducto torácico recebe a linfa dos membros inferiores e dos órgãos abdominais. O ducto direito consiste na junção do tronco jugular direito com os troncos subclávio direito e branco mediastinal ascendente (CUNHA e BORDINHON, 2004). FIGURA 10 – DUCTOS LINFÁTICOS AN02FREV001/REV 4.0 24 FONTE: CK, 2001. Para fluir, o fluxo linfático depende de fatores extrínsecos (contração e peristaltismo muscular; gradiente de pressão entre os espaços intersticiais e os vasos linfáticos, respiração e pressões intratorácicas, compressão externa dos tecidos e alterações térmicas) e intrínsecos (contratilidade dos vasos linfáticos; vias acessórias de fluxo e presença de válvulas que evitam o refluxo da linfa). 4.2 LINFANGIONS Unidade funcional do sistema linfático, responsável pela propulsão da linfa. Sua estrutura corresponde a um segmento com uma camada muscular central e válvulas formadas por prolongamentos da túnica íntima em ambas as extremidades. A borda de um linfangion forma a válvula do seguinte (BERGMANN, 2000). A propulsão da linfa se inicia quando o linfangion apresenta sua válvula inicial aberta e a final fechada, então começa a se encher de linfa e quando estiver totalmente cheio, a linfa pressiona suas paredes, estimulando as fibras musculares da túnica média que abrem à válvula final e fecham à inicial (figura 11). Esse processo acontece sucessivamente nos linfagions seguintes, num movimento peristáltico, com pulsações variando entre oito e vinte e duas vezes por minuto, AN02FREV001/REV 4.0 25 resultando em fluxo circulante no organismo de 2 a 5 litros de linfa em situações normais (BERGMANN, 2000). FIGURA 11 – LINFANGIONS FONTE: CENTRO DE TRATAMENTO VASCULAR, 2009. 4.3 LINFONODOS (GÂNGLIOS LINFÁTICOS) Formações de tecido retículo endotelial, dispostas ao longo dos vasos do sistema linfático (figura 12). Estão em número de 600 a 700 em todo o organismo. Exercem a função de filtros linfáticos e estão presentes na axila, virilha, pescoço, perna, bem como em várias regiões profundas do corpo. Atuam na defesa do organismo humano e produzem anticorpos (GUIRRO e GUIRRO, 2004). A linfa, em seu caminho para o coração, circula pelo interior desses gânglios, onde é filtrada. Partículas como vírus, bactérias e resíduos celulares são fagocitadas pelos linfócitos e macrófagos existentes nos linfonodos. Quando o corpo AN02FREV001/REV 4.0 26 é invadido por micro-organismos, os linfócitos dos linfonodos, próximos ao local da invasão, começam a se multiplicar ativamente para dar combate aos invasores. Com isso, os linfonodos se edemaciam (WIKIPÉDIA, 2009). FIGURA 12 – LINFONODO FONTE: RIZZI, 2001. 5 ANATOMIA DA FACE A face (figura 13) é a parte da frente da cabeça, também denominada de rosto, onde se encontram o nariz, os olhos e a boca. Além das importantes funções fisiológicas e funcionais que exerce, a face também cumpre relevante papel sobre o contato e relacionamento humano, influenciando a personalidade e a autoestima do indivíduo. A face é o elo de comunicação entre nosso interior e o meio em que vivemos. Por intermédio dela expressamos sentimentos, nos apresentamos e nos comunicamos com nossos semelhantes (PINOTTI et al. 1996). FIGURA 13 – FACE FEMININA AN02FREV001/REV 4.0 27 FONTE: BELLA, 2009. 5.1 OSSOS DA FACE A face é composta por 14 ossos (figura 14) divididos em pares e ímpares. Os pares são a maxila, concha nasal inferior, zigomático, palatino, nasal e lacrimal. Os ímpares são a mandíbula e o vômer. A mandíbula forma o queixo, o vômer forma o septo nasal posteriormente, o lacrimal localiza-se no interior da órbita o zigomático é o osso proeminente da face e o palatino forma o palato junto com o maxilar, sendo visto somente por dentro (ZAGALLO, 2009). FIGURA 14 – OSSOS DA FACE AN02FREV001/REV 4.0 28 FONTE: JORNAL LIVRE, 2009. 5.2 MÚSCULOS DA FACE E DO PESCOÇO Os músculos da cabeça (figura 15) podem ser divididos em músculos da mastigação e músculos da mímica facial (CESAR, 2009). Os músculos mastigatórios são responsáveis pelo processo de mastigação. Entre eles estão: músculo temporal; músculo masseter; pterigóideo medial e lateral. Os músculos da mímica facial são responsáveis pelas expressões faciais (fechar os olhos, dilatar as narinas, entre outros movimentos). São eles: músculo epicrânio; músculo auricular anterior e superior; músculo orbicular do olho; músculo abaixador e corrugador do supercílio; músculo prócero; músculo nasal; músculo abaixador do septo do nariz; músculo levantador do lábio superior; músculo levantador do lábio superior e da asa do nariz; músculo levantador do ângulo da boca; músculo zigomático menor e maior; músculo risório; músculo abaixador do lábio inferior; músculo abaixador do ângulo da boca; músculo mentual; músculo transverso do mento; músculo orbicular da boca e músculo bucinador (CESAR, 2009). Os músculos do pescoço (figura 15) têm como função principal mover a cabeça e o osso hioide. Os que se encontram atrás da coluna vertebral são chamados músculos da nuca e os demais são os músculos do pescoço propriamente dito e dividem-se em quatro regiões: anterior (músculo, platisma, AN02FREV001/REV 4.0 29 supra e infra-hióideos); lateral (músculos esternocleidomastóideo e escalenos anterior, médio e posterior); pré-vertebral (músculo, anterior maior e menor da cabeça, longo do pescoço e reto lateral da cabeça) e posterior (músculo esplênio da cabeça e do pescoço, semiespinhal da cabeça e do pescoço, reto posterior maior e menor da cabeça e oblíquo superior e inferior da cabeça) (WERNECK, 2009). FIGURA 15 – MÚSCULOS DA FACE FONTE: NETTER, 2000. 5.3 CIRCULAÇÃO ARTERIAL E VENOSA DA FACE AN02FREV001/REV 4.0 30 A maioria das artérias da face são ramos da artéria carótida externa. Somente partes da cavidade nasal e as partes superiores da face recebem ramos da artéria carótida interna. A artéria carótida externa é também denominada carótida facial e supre as estruturas superficiais e profundas da face. A carótida interna é também denominada carótida cerebral, pois leva o sangue quase que exclusivamente para o cérebro. As artérias carótida interna e externa partem de uma divisão da artéria carótida comum, ao nível da cartilagem tireoide (figura 16) (ODONTO UFPR, 2009). FIGURA 16 – IRRIGAÇÃO SANGUÍNEA DA FACE FONTE: NEVES, 2009. A artéria carótida interna localiza-se posteromedialmente e a carótida externa é situada anterolateralmente. Na divisão, a artéria carótida interna é ligeiramente alargada para formar o seio carotídeo, importante na regulação da pressão sanguínea (ODONTO UFPR, 2009). AN02FREV001/REV 4.0 31 Segundo ODONTO UFPR, 2009, os ramos da artéria carótida externa podem ser divididos em: Ramos anteriores (artéria carótida superior, lingual e facial); Posteriores(artéria occipital e artéria auricular posterior); Mediais (artéria faríngea ascendente); Ramos terminais (artérias, temporal superficial e maxilar). Segundo ODONTO UFPR, 2009, a artéria carótida interna pode ser dividida em: Parte cervical: parte sem ramos e curva, para que possa seguir o movimento do pescoço sem ser estirada. Parte cranial: irriga a calota craniana A irrigação venosa da face inclui as veias: jugular interna (drena o encéfalo, face e pescoço); jugular externa (drena o crânio e a face) e veia vertebral (drena as estruturas profundas do pescoço (vértebras e medula cervical e alguns músculos do pescoço) (WERNECK, 2009). 5.4 INERVAÇÃO DA FACE Todos os músculos faciais são inervados pelo VII par craniano, o nervo facial (figura 17). Trata-se de um nervo misto com fibras motoras, sensitivas e parassimpáticas. As fibras sensitivas dão a sensibilidade geral (tato, dor) e sensibilidade especial (órgãos do sentido). As fibras motoras propiciam a mobilidade da musculatura facial (WERNECK, 2009). O nervo facial é formado por duas raízes que seguem juntas por longo trajeto dentro do crânio: o nervo facial propriamente dito, que corresponde à raiz motora responsável pela inervação dos músculos da mímica facial e do músculo estapédio (relacionado com a audição); e o nervo intermediário de Wrisberg, que é composto por fibras sensitivas somáticas (controlam a sensibilidade de parte do pavilhão auricular), fibras sensitivas especiais (controlam a gustação dos dois terços AN02FREV001/REV 4.0 32 anteriores da língua) e fibras do sistema nervoso autônomo (controlam as glândulas lacrimais e salivares) (REDE SARAH, 2009). FIGURA 17 – NERVO FACIAL FONTE: VAZQUEZ, 2009. 5.5 REDE LINFÁTICA DA CABEÇA E DO PESCOÇO A cabeça e o pescoço possuem uma rede linfática muito rica e muito anastomosada de canais linfáticos que drenam para gânglios linfáticos distribuídos pela região (figura 18). FIGURA 18 – PRINCIPAIS GÂNGLIOS LINFÁTICOS DA CABEÇA E PESCOÇO AN02FREV001/REV 4.0 33 FONTE: SAÚDE PARA VOCÊ, 2009. Anatomicamente os grupos de gânglios linfáticos da cabeça e do pescoço foram divididos em superficiais e profundos. Segundo RUBISTEIN e CARDOS0 (2009), diversos grupos de linfonodos superficiais (figura 19), situados na junção da cabeça e do pescoço, formam, em conjunto, o colar linfático pericervical: Linfonodos occipitais: se situam lateralmente às fibras superiores do trapézio e drenam a parte posterior do couro cabeludo; Linfonodos retroauriculares (mastóideos): localizam-se lateralmente sobre o processo mastoide e drenam a porção lateral da cabeça; Linfonodos parotídeos superficiais: estão localizados ao nível da glândula parótida e drenam a porção superior da face e a região temporal; Linfonodos submandibulares: situados entre a glândula submandibular e a face medial da mandíbula, drenam a região submandibular e porção lateral da língua; Linfonodos submentais: localizados entre os ventres anteriores dos músculos digástricos, drenam a gengiva, o lábio inferior e parte mediana da língua; AN02FREV001/REV 4.0 34 Linfonodos cervicais superficiais: estão presentes no trígono anterior, dispondo-se ao longo do trajeto da veia jugular anterior e no trígono posterior, onde acompanham a veia jugular externa e drenam as áreas vizinhas. Os linfonodos que drenam estruturas mais profundas da cabeça e do pescoço, como o ouvido médio, cavidade nasal, seios paranasais, faringe, glândula tireoide, traqueia e esôfago são chamados linfonodos periviscerais (RUBISTEIN e CARDOSO, 2009). Os principais grupos são: Grupo pré-laríngeo: situado próximo ao ligamento cricotireóideo (laringe); Grupo pré-traqueal: localizado no limite inferior da glândula tireoide; Grupo paratraqueal: situado no sulco entre a traqueia e o esôfago; Grupo retrofaríngico: situado no ângulo entre a parede posterior da nasofaringe e os músculos pré-vertebrais. FIGURA 19 – GÂNGLIOS LINFÁTICOS SUPERFICIAIS E PROFUNDOS DA CABEÇA E PESCOÇO AN02FREV001/REV 4.0 35 FONTE: LOPES, 2009. Segundo RUBISTEIN e CARDOS0 (2009), os vasos linfáticos da cabeça e do pescoço drenam nos linfonodos cervicais profundos, seja diretamente ou passando, primeiramente, por um ou mais grupos de linfonodos superficiais ou de periviscerais. O grupo principal dos linfonodos cervicais profundos (figura 19) forma uma cadeia de dez a doze linfonodos ao longo da veia jugular interna e costuma ser dividido em grupo superior e inferior. Nestes grupos dois linfonodos recebem nomes específicos: AN02FREV001/REV 4.0 36 Linfonodo júgulo-digástrico: situado no ponto em que a borda anterior do esternocleidomastóideo cruza o ventre posterior do digástrico e recebe os vasos linfáticos aferentes do terço posterior da língua e orofaringe; Linfonodo júgulo-omo-hióideo: situado sobre a veia jugular interna no ponto em que o músculo omo-hióideo cruza o feixe vasculonervoso do pescoço. Entre seus vasos aferentes alguns vêm diretamente da língua. 6 CONCEITOS DE EDEMA E LINFEDEMA O termo edema (figura 20) refere-se ao acúmulo de quantidades anormais de líquido nos espaços intercelulares ou nas cavidades do organismo. Macroscopicamente, o edema apresenta-se como aumento de volume dos tecidos que cedem facilmente à pressão localizada, dando origem a uma depressão que rapidamente desaparece. Microscopicamente o edema se expressa por alargamento dos espaços entre os constituintes celulares (BERGMANN, 2000). FIGURA 20 – EDEMA INTERSTICIAL EM MEMBROS INFERIORES AN02FREV001/REV 4.0 37 FONTE: LINFOMAR, 2009. A origem dos edemas normalmente está relacionada com os seguintes fatores: aumento da pressão hidrostática do sangue na microcirculação; redução da pressão oncótica (coloidosmótica) das proteínas plasmáticas; permeabilidade vascular aumentada; alterações da drenagem linfática; alterações do interstício; retenção renal de sódio e água. Os edemas podem resultar da ação isolada de qualquer dos fatores citados, mas é mais frequente e grave quando há participação de mais de um deles. O linfedema (figura 21) é uma disfunção estática que se desenvolve a partir de um desequilíbrio entre a demanda linfática e a capacidade do sistema em drenar a linfa. Sendo as proteínas de alto peso molecular extravasadas para o interstício absorvidas exclusivamente pelo sistema linfático inicial, no momento que o mesmo perde sua capacidade de escoamento por destruição ou obstrução da via linfática em algum ponto de seu trajeto, ocasiona estagnação da linfa no vaso, e posterior extravasamento de volta ao interstício (BERGMANN, 2000). FIGURA 21 - LINFEDEMA AN02FREV001/REV 4.0 38 FONTE: PITTA, CASTRO e BURIHAN, 2009. O sistema linfático normal trabalha com uma grande reserva funcional, ou seja, sua capacidade total de transporte é bem superior às necessidades fisiológicas. No estado de equilíbrio, o débito linfático (volume de linfa transportado por unidade de tempo) é igual à carga linfática, que é a quantidade de líquidos e substâncias de transporte linfático presente nos tecidos. Quando aumenta a carga linfática, o débito linfático cresce paralelamente até que seja atingido o nível máximo de transporte. A partir deste ponto, ocorre o linfedema (PITTA, CASTRO e BURIHAN, 2009). Segundo PITTA, CASTRO e BURIHAN (2009) podem-se distinguir duas formas principais de edema, de acordo com a participação do sistema linfático: Insuficiências linfáticas dinâmicas: apesar da normalidade e do aumento compensatório da absorção e transporte linfáticos, a carga linfática ultrapassa a capacidade total de transporte, ocasionando o aparecimentode edema. São edemas tipicamente pobres em proteínas, que têm sua remoção do interstício aumentada pelo crescimento AN02FREV001/REV 4.0 39 compensatório de trabalho dos vasos linfáticos, sendo exemplos típicos o edema da insuficiência cardíaca congestiva e os edemas venosos. Também são conhecidos como edemas por insuficiência da válvula de segurança dos tecidos. Insuficiências linfáticas mecânicas: há perda da função normal dos linfáticos e, mesmo com cargas linfáticas fisiologicamente normais, há um acúmulo tecidual de líquidos e macromoléculas. Caracteristicamente, são edemas de alto conteúdo proteico e são os verdadeiros linfedemas. No linfedema ocorre, basicamente, acúmulo tecidual de macromoléculas. A quantidade associada de líquidos, ao menos na fase inicial, deve-se ao poder osmótico destas moléculas. Os linfedemas são classificados de acordo com o distúrbio causador da insuficiência linfática em primários ou secundários. Nos linfedemas primários há alteração congênita do desenvolvimento de vasos linfáticos e linfonodos ou obstrução de linfáticos de etiologia desconhecida (linfedemas idiopáticos). Nos linfedemas secundários, a disfunção anatômica ocorre em tecido linfático previamente normal, sendo o linfedema pós-cirúrgico ou pós-radioterápico seu exemplo mais comum. Outras causas importantes de linfedema secundário são a filariose, os traumatismos, erisipelas e celulites (PITTA, CASTRO e BURIHAN, 2009). Nos linfedemas primários, a divisão entre congênito, precoce e tardio é feita de acordo com a idade do aparecimento do edema. Os congênitos surgem antes do segundo ano de vida, podendo estar associados a outras síndromes, ocorrer isoladamente (linfedema congênito simples) ou apresentar transmissão hereditária e familiar (doença de Milroy). Os linfedemas primários precoces têm início mais comum em adolescentes do sexo feminino; se apresentarem características familiares são denominados de síndrome de Meige. Os linfedemas primários tardios, por definição, acometem pacientes após os 35 anos de idade e são, usualmente, mais benignos que os demais e também são mais frequentes no sexo feminino (PITTA, CASTRO e BURIHAN, 2009). Drenagem Linfática Facial Drenagem Linfática Facial 2 TECIDO CONJUNTIVO 3.2 HIPODERME 3.3 ANEXOS CUTÂNEOS 4 SISTEMA LINFÁTICO 5.3 CIRCULAÇÃO ARTERIAL E VENOSA DA FACE 2 TECIDO CONJUNTIVO Tecido caracterizado por apresentar diversos tipos de células, separadas por abundante material intercelular (figura 03). Pode ser dividido em duas categorias: tecido conjuntivo propriamente dito e tecido conjuntivo de propriedades especiais (GUIRRO e... Segundo GUIRRO e GUIRRO (2004), pode ser dividido em duas categorias: 3.2 HIPODERME 3.3 ANEXOS CUTÂNEOS 4 SISTEMA LINFÁTICO FIGURA 08 – DISTRIBUIÇÃO DA REDE LINFÁTICA 5.3 CIRCULAÇÃO ARTERIAL E VENOSA DA FACE
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