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01_drenagem linf tica facial

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AN02FREV001/REV 4.0 
 1 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
Drenagem Linfática Facial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
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CURSO DE 
 
Drenagem Linfática Facial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
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SUMÁRIO 
 
 
01_Drenagem linfática facial 
 
1 TECIDO EPITELIAL 
2 TECIDO CONJUNTIVO 
3 SISTEMA TEGUMENTAR 
3.1 PELE 
3.2 HIPODERME 
3.3 ANEXOS CUTÂNEOS 
4 SISTEMA LINFÁTICO 
4.1 VIAS LINFÁTICAS 
4.2 LINFANGIONS 
4.3 LINFONODOS (GÂNGLIOS LINFÁTICOS) 
5 ANATOMIA DA FACE 
5.1 OSSOS DA FACE 
5.2 MÚSCULOS DA FACE E DO PESCOÇO 
5.3 CIRCULAÇÃO ARTERIAL E VENOSA DA FACE 
5.4 INERVAÇÃO DA FACE 
5.5 REDE LINFÁTICA DA CABEÇA E DO PESCOÇO 
6 CONCEITOS DE EDEMA E LINFEDEMA 
 
 
02_Drenagem Linfática Facial 
 
7 PRINCIPAIS DISFUNÇÕES TRATADAS COM DRENAGEM LINFÁTICA 
MANUAL 
7.1 ENVELHECIMENTO CUTÂNEO 
 
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 4 
7.2 ENVELHECIMENTO INTRÍNSECO 
7.3 ENVELHECIMENTO EXTRÍNSECO 
7.3.1. Fatores genéticos 
7.3.2 Fotoenvelhecimento (exposição solar) 
7.3.3 Outros fatores para o envelhecimento 
7.4 ALTERAÇÕES CRONOLÓGICAS DO ENVELHECIMENTO 
7.5 LINHAS DE EXPRESSÃO 
7.5.1 Classificação das Rugas 
7.6 USO DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL PARA O REJUVENESCIMENTO 
FACIAL 
8 ACNE 
8.2.1 Acne rosácea 
8.1 CLASSIFICAÇÃO DA ACNE 
8.2 TIPOS VARIANTES DE ACNE 
8.3 LESÕES CARACTERÍSTICAS DA ACNE 
8.4 USO DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL PARA TRATAMENTO DA ACNE 
9 CIRURGIAS PLÁSTICAS FACIAIS 
9.1 RITIDOPLASTIA (CIRURGIA DA FACE) 
9.2 RINOPLASTIA (CIRURGIA DO NARIZ) 
9.3 OTOPLASTIA (CIRURGIA DAS ORELHAS) 
9.4 BLEFAROPLASTIA (CIRURGIA DAS PÁLPEBRAS) 
9.5 USO DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL EM CIRURGIAS PLÁSTICAS 
10 PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS FACIAIS MINIMAMENTE INVASIVOS 
10.1 PEELINGS 
10.2 TOXINA BOTULÍNICA TIPO A 
10.3 MESOTERAPIA FACIAL 
10.4 USO DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL EM PROCEDIMENTOS 
MINIMAMENTE INVASIVOS 
 
03_Drenagem Linfática Facial 
 
11 A MASSAGEM TERAPÊUTICA 
12 A DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL 
 
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 5 
12.1 HISTÓRICO 
12.2 CONCEITOS GERAIS 
12.3 EFEITOS DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL 
12.4 INDICAÇÕES DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL FACIAL 
12.5 CONTRAINDICAÇÕES DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL 
12.6 COMPONENTES DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL FACIAL 
12.6.1 Pressão 
12.6.2 Direção 
12.6.3 Ritmo e frequência 
12.6.4 Etapas 
12.6.5 Caminho 
12.6.6 Tempo 
12.6.7 Produtos para deslizamento 
12.6.8 Manobras de evacuação 
12.6.9 Manobras de captação 
12.7 MÉTODOS DE DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL 
12.7.1 Método Leduc 
12.7.2 Método Vodder 
12.7.3 Método Ganância 
12.7.4 Método Godoy 
13 REQUISITOS PARA A MASSAGEM DE DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL 
13.1 PREPARAÇÃO DO PROFISSIONAL 
13.2 PREPARAÇÃO DO AMBIENTE 
13.3 PREPARAÇÃO DO PACIENTE 
 
 
 
 
04_Drenagem Linfática Facial 
 
14 AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL DA FACE 
14.1 ANAMNESE 
14.1.1 Identificação do paciente 
 
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14.1.2 História clínica 
14.1.3 História cirúrgica (caso o linfedema seja decorrente de cirurgia plástica) 
14.1.4 Histórico de cuidados gerais com a face 
14.2 EXAME FÍSICO DA FACE 
14.3 CLASSIFICAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DA PELE 
14.4 CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE PELE 
14.5 OBJETIVOS DO TRATAMENTO 
14.6 PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL FACIAL 
15 SEQUÊNCIA DE MANOBRAS DE DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL DA 
FACE 
15.1 DRENAGEM DO PESCOÇO 
15.2 DRENAGEM DA FACE 
GLOSSÁRIO 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1 TECIDO EPITELIAL 
 
 
Constitui um grupo distinto de tecido que recobre toda a superfície das 
cavidades corporais, funcionando como interface entre os compartimentos 
biológicos. Possui reduzida quantidade de substância intercelular e é caracterizado 
pela presença da membrana basal, que separa o epitélio dos tecidos conjuntivos 
subjacentes. O tecido epitelial não é irrigado por vasos sanguíneos. Sua nutrição 
depende da difusão de oxigênio e de metabólitos a partir dos tecidos subjacentes. A 
inervação sensitiva intraepitelial é formada por terminações nervosas livres. Podem 
ser classificados em dois tipos distintos: epitélios de revestimento e epitélios 
glandulares (BELTRAMINI, 2009). 
Os epitélios de revestimento (figura 01) participam das funções de 
proteção e absorção de nutrientes. Trata-se de um tecido formado por células 
justapostas, organizado em uma ou mais camadas de revestimento contínuo, seja 
da superfície externa, como na epiderme, ou da superfície interna como no tubo 
digestivo (AZULAY e AZULAY, 1999.). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 01 – EPITÉLIO DE REVESTIMENTO 
 
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 8 
 
FONTE: BELTRAMINI, 2009. 
 
 
Segundo BELTRAMINI (2009), os epitélios de revestimento podem ser 
classificados de acordo com três características morfológicas: 
 Número de camadas celulares: uma única camada de células epiteliais 
caracteriza um epitélio simples, enquanto os epitélios compostos de 
mais de uma camada são denominados epitélios estratificados; 
 Forma das células: as células do tecido epitelial podem ser 
pavimentosas (células prismáticas semelhantes a ladrilhos de 
pavimentos); cúbicas (células em formato de cubo) ou cilíndricas 
(células semelhantes a colunas verticais); 
 Presença de especializações na superfície celular (estruturas 
relacionadas com a função específica destes epitélios): vilosidades 
(prolongamentos digitiformes que aumentam a superfície de contato das 
células e a sua capacidade de absorção); cílios (estruturas móveis que 
batem num ritmo ondular sincrônico, que tendem a propelir películas 
superficiais de muco ou líquido numa direção determinada sobre a 
superfície epitelial e estereocílios (microvilosidades extremamente 
longas encontradas em pequeno número em regiões do aparelho 
reprodutor, tais como no epidídimo). 
Os epitélios glandulares (figura 02) exercem a função principal de 
secreção de substâncias. São constituídos por células secretoras denominadas 
 
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parênquima glandular. O tecido conjuntivo no interior da glândula e que sustenta as 
células secretoras, é denominado de estroma (GUIRRO e GUIRRO, 2004). 
 
 
FIGURA 02 – EPITÉLIO GLANDULAR 
 
FONTE: GITIRANA, 2009. 
 
 
Segundo GUIRRO e GUIRRO (2004), existem parâmetros para classificar os 
diferentes tipos de tecido epitelial glandular como: 
 
 Número de células: unicelular (a secreção é elaborada apenas por 
células especializadas ocasionais espalhadas entre outras células não 
secretoras) e multicelular (
 Local onde a secreção é lançada: 
a secreção é realizada por um conjunto de 
células); 
endócrinas (glândulas sem ductos, 
nas quais a secreção ganha a corrente sanguínea e após, é distribuída 
para todo o corpo) e exócrinas (
 Forma da glândula: tubulosa (formato de tubos), acinosa (com ácinos 
de forma esférica), túbulo-acinosa (tubos terminando em ácinos); 
glândulas com ducto excretor que 
transportam a secreção produzida pela glândula diretamente para o meio 
externo); 
 
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 Origem da secreção: merócrina (sem perda de células secretoras), 
apócrina (perda parcial de células secretoras), holócrina (perda total de 
células secretoras). 
 
 
2 TECIDO CONJUNTIVO 
 
 
Tecido caracterizado por apresentar diversos tipos de células, 
separadas por abundante material intercelular (figura 03). Pode ser dividido em 
duas categorias: tecido conjuntivo propriamentedito e tecido conjuntivo de 
propriedades especiais (GUIRRO e GUIRRO, 2004). 
 
 
FIGURA 03 – TECIDO CONJUNTIVO 
 
FONTE: PORTAL SÃO FRANCISCO, 2009. 
 
 
O tecido conjuntivo propriamente dito não possui predominância 
acentuada de nenhum dos elementos constituintes e suas fibras não apresentam um 
arranjo organizado. Este tipo de tecido espalha-se por todo o organismo, com 
exceção do sistema nervoso central. Faz parte da estrutura íntima dos órgãos e, na 
 
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maioria das vezes, separa um órgão do outro, envolvendo-o e delimitando-o 
(GUIRRO e GUIRRO, 2004.; BELTRAMINI, 2009). 
Entre suas funções principais estão à associação entre as várias partes do 
organismo e a sustentação do mesmo, preenchendo os espaços corpóreos. Este 
tipo de tecido também auxilia a defesa do organismo pela quantidade de substância 
intersticial e a natureza especial de algumas de suas células que combatem micro-
organismos invasores antes de se disseminarem pelo organismo (BELTRAMINI, 
2009). 
 
Segundo GUIRRO e GUIRRO (2004), pode ser dividido em duas 
categorias: 
 Tecido conjuntivo frouxo: tecido de consistência delicada, flexível e 
pouco resistente às trações que apoia e nutre as células epiteliais, sendo 
encontrado na pele, nas mucosas e nas glândulas; 
 Tecido conjuntivo denso: há predominância acentuada de fibras 
colágenas. Pode ser irregular (os feixes colágenos formam uma trama 
tridimensional, o que confere ao tecido certa resistência às trações em 
qualquer direção) ou regular (os feixes colágenos são orientados 
seguindo uma organização fixa, em respostas a trações exercidas em 
um mesmo sentido). 
 
O tecido conjuntivo de propriedades especiais engloba os tecidos 
adiposos, elásticos, reticular, mucoso, cartilaginoso e ósseo (GUIRRO e 
GUIRRO, 2004). 
Segundo BELTRAMINI (2009) e GUIRRO e GUIRRO (2004), a substância 
intercelular que compõe o tecido conjuntivo é representada pela substância 
fundamental amorfa e por fibras colágenas, reticulares e elásticas. 
A substância fundamental amorfa caracteriza-se por preencher os 
espaços entre as células e as fibras do tecido conjuntivo. Por ser viscosa, representa 
uma barreira à penetração de partículas estranhas no interior dos tecidos. É incolor 
e homogênea, formada principalmente por proteoglicanas, ácido hialurônico e 
glicoproteínas, sendo importante na função de nutrição exercida pelo tecido 
conjuntivo. 
 
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As fibras colágenas são as mais frequentes do tecido conjuntivo, sendo 
constituídas por colágeno (proteína mais abundante do corpo humano). Exercem a 
função de fornecer resistência e integridade estrutural a diversos órgãos e tecidos. 
As fibras reticulares são estruturas anastomosadas que se dispõem em 
formato de rede, formando o arcabouço interno de certas glândulas. São fibras 
curtas, finas e inelásticas, constituídas principalmente por um tipo de colágeno 
denominado reticulina. 
As fibras elásticas são fibras delgadas, sem estriações longitudinais que 
têm como componente principal a elastina, uma escleroproteína muito mais 
resistente que o colágeno. Essas fibras cedem facilmente a trações mínimas, porém 
retornam facilmente à sua forma original, tão logo cessem as forças deformantes e 
suportam grandes trações. 
Segundo BELTRAMINI (2009), a divisão de trabalho entre as células do 
conjuntivo determina o aparecimento de vários tipos celulares, cada um com 
características morfológicas funcionais próprias. Entre esses tipos celulares estão: 
 Fibroblastos: células mais comuns do tecido responsáveis pela 
formação das fibras e do material celular amorfo. Sintetiza colágeno, 
mucopolissacarídeos e fibras elásticas. A forma inativa da célula chama-
se fibrócito; 
 Macrófago: célula de forma variável com função relacionada à 
fagocitose e digestão de substâncias, inclusive de micro-organismos 
invasores. Desempenha papel importante na remoção de elementos 
intercelulares que se formam nos processos involutivos fisiológicos, 
como o retorno do útero ao tamanho original, após a gestação; 
 Linfócito: tipo de leucócito com função relacionada à defesa do 
organismo através do sistema imunitário; 
 Plasmócito: célula ovoide que tem por função a produção de anticorpos. 
Quando substâncias estranhas ao organismo (antígeno) entram em 
contato com determinado tipo de linfócito, este se diferencia em 
plasmócito que passa a produzir anticorpos contra os antígenos; 
 Mastócito: célula globosa com citoplasma carregado de grânulos de 
heparina e histamina (substâncias vasoativas); 
 
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 Célula mesenquimatosa indiferenciada: célula alongada que origina 
qualquer outra célula do tecido conjuntivo. 
 
 
3 SISTEMA TEGUMENTAR 
 
 
O sistema tegumentar (figura 04) é composto pela pele, pela hipoderme e 
pelos anexos cutâneos. A superfície externa da pele é formada por um epitélio 
pavimentoso estratificado, denominado epiderme. A epiderme é sustentada e 
nutrida por uma camada espessa de tecido conjuntivo denso, fibroelástico, 
denominado derme, que é ricamente vascularizado e possui numerosos receptores 
sensoriais. A derme está ligada aos tecidos subjacentes por uma camada de tecido 
conjuntivo frouxo, denominado hipoderme ou camada subcutânea e que contém 
quantidade variável de tecido adiposo. Os folículos pilosos, glândulas sudoríparas, 
glândulas sebáceas e unhas são estruturas denominadas anexos cutâneos em 
virtude de sua origem embriológica a partir de brotamentos que, originando-se na 
epiderme, penetram na derme e hipoderme (BELTRAMINI, 2009). 
 
 
 
 
 
FIGURA 04 – SISTEMA TEGUMENTAR 
 
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FONTE: BELTRAMINI, 2009. 
 
 
3.1 PELE 
 
 
A pele constitui o maior órgão do corpo humano. Reveste externamente o 
organismo, variando em espessura e cor nas diferentes regiões. Corresponde a 
cerca de 20% do peso corporal (GARTNER e HIATT, 1999; JUNQUEIRA e 
CARNEIRO, 2004). 
Segundo BELTRAMINI (2009), são quatro as funções da pele (quadro 01): 
 Proteção: a pele fornece proteção contra a luz ultravioleta, assim como 
contra agressões mecânicas, químicas e térmicas. Sua superfície, 
relativamente impermeável, evita a desidratação excessiva e atua como 
uma barreira contra a invasão por micro-organismos; 
 Sensibilidade: a pele constitui o maior órgão sensorial do corpo, 
contendo uma variedade de receptores para o tato, pressão, dor e 
temperatura; 
 Termorregulação: a pele é o principal órgão da termorregulação. O 
corpo é isolado contra a perda de temperatura pela presença de pelos e 
 
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tecido adiposo subcutâneo. A perda de calor é facilitada pela evaporação 
do suor; 
 Funções metabólicas: o tecido adiposo subcutâneo constitui importante 
reserva de energia, principalmente sob a forma de triglicerídeos. A 
vitamina D é sintetizada na epiderme, suplementando a oriunda das 
fontes alimentares. 
 
 
QUADRO 01 – RESUMO DAS FUNÇÕES DA PELE 
Barreira entre o organismo e o meio-ambiente 
Base dos receptores sensoriais 
Fonte imunológica de hormônios para diferenciação de células 
protetoras 
Proteção contra os efeitos da radiação e traumas mecânicos 
Regulação da temperatura corporal 
Síntese de compostos importantes como a vitamina D 
FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA, 2009. 
 
 
A pele é composta por duas camadas principais: a epiderme (camada 
superficial composta de células epiteliais intimamente unidas) e a derme (camada 
mais profunda composta por tecido conjuntivo denso e irregular). 
A epiderme (figura 05) é a camada mais superficial da pele, sendo 
constituída por tecido epitelial estratificado pavimentoso queratinizado. Possui 
células próprias (queratinócitos, melanócitos, células de Langerhans e células de 
Merkel), e um conjunto de outras estruturas conhecidas como anexos da pele 
formados por: pelos, unhas e glândulas. Sua espessura varia de acordo com a 
região do corpo, chegandoa 1,5 mm na região plantar (ROSS, et al. 1993.; GUIRRO 
e GUIRRO, 2004). 
 
FIGURA 05 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE UM FRAGMENTO DA 
EPIDERME 
 
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FONTE: modificado de ROSS, et al. 1993. 
 
 
Os queratinócitos são as células mais numerosas da epiderme. Tornam-se 
paulatinamente queratinizadas, formando uma barreira impermeável à água. Os 
melanócitos são células arredondadas localizadas principalmente no estrato basal 
da epiderme, responsáveis pela produção de melanina (pigmento que dá cor à pele). 
As células de Langerhans desempenham importante papel na resposta 
imunológica. Participam do desencadeamento das reações de hipersensibilidade por 
contato cutâneo (dermatite alérgica por contato). As células de Merkel são células 
que se mantêm em contato com a terminação de fibras nervosas, formando 
receptores que tem função mecanorreceptora (ROSS, et al.1993). 
Segundo GARTNER e HIATT (1999), a epiderme é formada por cinco 
estratos: 
 Estrato basal: estrato mais profundo, caracterizado por apoiar-se sobre 
a lâmina basal do epitélio. É responsável pela constante renovação da 
epiderme, fornecendo células para substituir aquelas que são perdidas 
na camada córnea; 
 Estrato espinhoso: as células deste estrato possuem aspecto 
espinhoso e têm importante função na manutenção da coesão das 
células de epiderme. É o estrato mais espesso da epiderme; 
 Estrato granuloso: este estrato apresenta diversas células achatadas e 
com grande quantidade de grânulos de querato-hialina em seu interior; 
 
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 Estrato lúcido: o estrato lúcido mostra um conjunto de células 
anucleadas, achatadas e ricas em queratina. Está presente somente na 
pele espessa; 
 Estrato córneo: estrato mais superficial, constituído por numerosas 
camadas de células achatadas e queratinizadas. As células perdidas são 
constantemente substituídas por células oriundas das camadas mais 
profundas da epiderme. 
 
A derme (figura 06) é uma espessa camada de tecido conjuntivo, situada 
abaixo da epiderme. Possui algumas fibras elásticas e reticulares e muitas fibras 
colágenas. É suprida por vasos sanguíneos linfáticos e nervos. Contêm glândulas 
especializadas e órgãos dos sentidos. Sua superfície externa é muito irregular e 
varia de região para região (ROSS et al. 1993). A derme divide-se em duas 
camadas: a superficial, frouxa, chamada de camada papilar, e a mais profunda, 
densa, chamada de camada reticular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 06 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA DERME 
 
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FONTE: modificado de WEBCIENCIA, 2009. 
 
 
A camada papilar é delgada e constituída por tecido conjuntivo frouxo. 
Possui papilas cuja função é aumentar a zona de contato da derme com a epiderme, 
trazendo maior resistência à pele. Esta camada contém fibroblastos, macrófagos e 
outras células habituais do tecido conjuntivo. Possui também, muitos capilares, que 
se estendem até a interface epiderme-derme. Estes capilares regulam a temperatura 
corporal e nutrem as células da epiderme avascular. Localizados em algumas 
papilas dérmicas existem corpúsculos de Meissner, receptores encapsulados 
especializados em responder a pequenas deformações da epiderme (GUIRRO e 
GUIRRO, 2004.; JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004). 
A camada reticular é a mais espessa e constituída por tecido conjuntivo 
denso. É assim denominada porque os feixes de fibras colágenas que a compõem 
entrelaçam-se como uma rede. As células são mais dispersas nesta camada do que 
na camada papilar. Elas incluem fibroblastos, mastócitos, linfócitos, macrófagos e, 
frequentemente, células adiposas. Um grupo particular de músculos estriados 
localizados na face, na região anterior do pescoço e no couro cabeludo (músculos 
de expressão facial), origina-se na fáscia superficial e se insere na derme. Pelo 
menos dois tipos de mecanorreceptores estão localizados nas regiões mais 
profundas da derme: os corpúsculos de Paccini, que respondem a pressão e 
vibrações, e os corpúsculos de Ruffini, que respondem a forças de tensão 
(GARTNER e HIATT, 1999.; JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004). 
 
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3.2 HIPODERME 
 
 
A hipoderme, também denominada de tecido subcutâneo, é uma camada 
de tecido conjuntivo, localizada logo abaixo da pele, fixando-a as estruturas 
subjacentes. Contêm porções de tecido adiposo e exercem importantes funções de 
reservatório energético, isolamento térmico do organismo, modelagem da superfície 
corporal, absorção de choques e preenchimento estrutural para a fixação de órgãos. 
A hipoderme é formada por duas camadas. A superficial é chamada de camada 
areolar e é composta por adipócitos globulares e volumosos. A profunda, 
denominada camada lamelar é onde ocorre aumento de espessura no ganho de 
peso, com aumento do volume dos adipócitos (GUIRRO e GUIRRO, 2004). 
 
 
3.3 ANEXOS CUTÂNEOS 
 
 
Segundo GUIRRO e GUIRRO (2004) e BELTRAMINI (2009), a pele possui 
diversas estruturas anexas, como unhas (placas córneas que se dispõem na 
superfície dorsal das falanges terminais dos dedos e artelhos), pelos (estruturas 
queratinizadas que exercem papel de proteção); glândulas sebáceas (estruturas 
responsáveis pela produção do sebo, cuja função é a lubrificação da pele, além da 
ação bactericida) e as glândulas sudoríparas (estruturas responsáveis pela 
produção do suor, cuja função é o resfriamento da superfície cutânea e perda de 
calor do leito vascular subjacente). 
 
 
 
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4 SISTEMA LINFÁTICO 
 
 
O sistema linfático (figura 07) é um sistema vascular formado por 
capilares, coletores e troncos linfáticos, linfonodos e órgãos linfoides; encarregado 
de recolher o líquido intersticial e reconduzi-lo ao sistema vascular sanguíneo. Está 
anatômica e funcionalmente ligado ao sistema sanguíneo e possui funções 
importantes: retorno do líquido intersticial para a corrente sanguínea, destruição de 
microrganismos e respostas imunes específicas, como a produção de anticorpos 
(YAMATO, 2007). 
Quando o líquido intersticial passa para dentro dos capilares linfáticos 
recebe o nome de linfa. A linfa é um líquido incolor e viscoso com composição 
semelhante a do plasma sanguíneo, constituindo-se principalmente por água, 
eletrólitos e quantidade variável de proteínas plasmáticas que escaparam do sangue 
pelos capilares sanguíneos. Em condições normais, a linfa se forma a partir do 
líquido intercelular exsudado em excesso dos capilares sanguíneos. Representa 
aproximadamente 15% do peso corporal e seu escoamento diário no nível do ducto 
torácico fica em torno de 2 a 5 litros, podendo alcançar 20 litros em caso de um 
aumento patológico de demanda. O fluxo da linfa é relativamente lento 
(aproximadamente 1,5 ml por minuto) (YAMATO, 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FIGURA 07 – SISTEMA LINFÁTICO 
 
FONTE: AGUILAR, 2009. 
 
 
4.1 VIAS LINFÁTICAS 
 
 
A rede linfática (figura 08) se inicia pelos capilares linfáticos (figura 09), 
pequenos vasos compostos por células endoteliais que se unem ao tecido 
conjuntivo intercelular através de filamentos de proteção (filamentos de Casley-
Smith). Os capilares possuem células que se sobrepõem em escamas, de modo a 
permitir a abertura ou o fechamento dos vasos, conforme o relaxamento ou a 
contração de seus filamentos. Quando tracionados, os filamentos permitem a 
penetração de substâncias (água, pequenas partículas e moléculas de proteínas) 
no interior do capilar. Os capilares linfáticos não possuem válvulas e são compostos 
por um cilindro de células endoteliais (LEDUC e LEDUC, 2000). 
 
 
FIGURA 08 – DISTRIBUIÇÃO DA REDE LINFÁTICA 
 
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FONTE: CORNELL UNIVERSITY, 2008. 
 
 
Os capilares linfáticos dão origem aos vasos pré-coletores. Esses vasos 
apresentam estrutura semelhante à dos capilares, porém são envolvidos 
internamentepor tecido conjuntivo, elementos elásticos e musculares, que 
possibilitam a contração e a distensão destes vasos (GUIRRO e GUIRRO, 2004). 
Os coletores são vasos onde desembocam os pré-coletores. Os coletores 
possuem inúmeras válvulas, o que lhes confere um aspecto de colar de pérolas. 
Possuem três camadas: túnica íntima (camada interna com fibras elásticas 
longitudinais); túnica média (maior parte da parede do coletor, formada por 
musculatura lisa espiralada); túnica adventícia (parte mais externa e espessa, 
formada por fibras de colágeno que possuem fibras elásticas e feixes musculares 
(LEDUC e LEDUC, 2000.; GUIRRO e GUIRRO, 2004). 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 23 
 
FIGURA 09 – VASOS LINFÁTICOS 
 
 
FONTE: RIZZI, 2009. 
 
 
Os coletores desembocam nos troncos linfáticos. São eles: o ducto 
torácico e o ducto linfático direito (figura 10). O ducto torácico recebe a linfa dos 
membros inferiores e dos órgãos abdominais. O ducto direito consiste na junção do 
tronco jugular direito com os troncos subclávio direito e branco mediastinal 
ascendente (CUNHA e BORDINHON, 2004). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 10 – DUCTOS LINFÁTICOS 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 24 
 
FONTE: CK, 2001. 
 
 
Para fluir, o fluxo linfático depende de fatores extrínsecos (contração e 
peristaltismo muscular; gradiente de pressão entre os espaços intersticiais e os 
vasos linfáticos, respiração e pressões intratorácicas, compressão externa dos 
tecidos e alterações térmicas) e intrínsecos (contratilidade dos vasos linfáticos; vias 
acessórias de fluxo e presença de válvulas que evitam o refluxo da linfa). 
 
 
4.2 LINFANGIONS 
 
 
Unidade funcional do sistema linfático, responsável pela propulsão da linfa. 
Sua estrutura corresponde a um segmento com uma camada muscular central e 
válvulas formadas por prolongamentos da túnica íntima em ambas as extremidades. 
A borda de um linfangion forma a válvula do seguinte (BERGMANN, 2000). 
A propulsão da linfa se inicia quando o linfangion apresenta sua válvula 
inicial aberta e a final fechada, então começa a se encher de linfa e quando estiver 
totalmente cheio, a linfa pressiona suas paredes, estimulando as fibras musculares 
da túnica média que abrem à válvula final e fecham à inicial (figura 11). Esse 
processo acontece sucessivamente nos linfagions seguintes, num movimento 
peristáltico, com pulsações variando entre oito e vinte e duas vezes por minuto, 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 25 
resultando em fluxo circulante no organismo de 2 a 5 litros de linfa em situações 
normais (BERGMANN, 2000). 
 
 
FIGURA 11 – LINFANGIONS 
 
FONTE: CENTRO DE TRATAMENTO VASCULAR, 2009. 
 
 
4.3 LINFONODOS (GÂNGLIOS LINFÁTICOS) 
 
 
Formações de tecido retículo endotelial, dispostas ao longo dos vasos do 
sistema linfático (figura 12). Estão em número de 600 a 700 em todo o organismo. 
Exercem a função de filtros linfáticos e estão presentes na axila, virilha, pescoço, 
perna, bem como em várias regiões profundas do corpo. Atuam na defesa do 
organismo humano e produzem anticorpos (GUIRRO e GUIRRO, 2004). 
A linfa, em seu caminho para o coração, circula pelo interior desses 
gânglios, onde é filtrada. Partículas como vírus, bactérias e resíduos celulares são 
fagocitadas pelos linfócitos e macrófagos existentes nos linfonodos. Quando o corpo 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 26 
é invadido por micro-organismos, os linfócitos dos linfonodos, próximos ao local da 
invasão, começam a se multiplicar ativamente para dar combate aos invasores. Com 
isso, os linfonodos se edemaciam (WIKIPÉDIA, 2009). 
 
 
FIGURA 12 – LINFONODO 
 
FONTE: RIZZI, 2001. 
 
 
5 ANATOMIA DA FACE 
 
 
A face (figura 13) é a parte da frente da cabeça, também denominada de 
rosto, onde se encontram o nariz, os olhos e a boca. Além das importantes funções 
fisiológicas e funcionais que exerce, a face também cumpre relevante papel sobre o 
contato e relacionamento humano, influenciando a personalidade e a autoestima do 
indivíduo. A face é o elo de comunicação entre nosso interior e o meio em que 
vivemos. Por intermédio dela expressamos sentimentos, nos apresentamos e nos 
comunicamos com nossos semelhantes (PINOTTI et al. 1996). 
 
 
FIGURA 13 – FACE FEMININA 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 27 
 
FONTE: BELLA, 2009. 
 
 
5.1 OSSOS DA FACE 
 
 
A face é composta por 14 ossos (figura 14) divididos em pares e ímpares. 
Os pares são a maxila, concha nasal inferior, zigomático, palatino, nasal e lacrimal. 
Os ímpares são a mandíbula e o vômer. A mandíbula forma o queixo, o vômer forma 
o septo nasal posteriormente, o lacrimal localiza-se no interior da órbita o zigomático 
é o osso proeminente da face e o palatino forma o palato junto com o maxilar, sendo 
visto somente por dentro (ZAGALLO, 2009). 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 14 – OSSOS DA FACE 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 28 
 
FONTE: JORNAL LIVRE, 2009. 
 
 
5.2 MÚSCULOS DA FACE E DO PESCOÇO 
 
 
Os músculos da cabeça (figura 15) podem ser divididos em músculos da 
mastigação e músculos da mímica facial (CESAR, 2009). 
Os músculos mastigatórios são responsáveis pelo processo de 
mastigação. Entre eles estão: músculo temporal; músculo masseter; pterigóideo 
medial e lateral. Os músculos da mímica facial são responsáveis pelas expressões 
faciais (fechar os olhos, dilatar as narinas, entre outros movimentos). São eles: 
músculo epicrânio; músculo auricular anterior e superior; músculo orbicular do olho; 
músculo abaixador e corrugador do supercílio; músculo prócero; músculo nasal; 
músculo abaixador do septo do nariz; músculo levantador do lábio superior; músculo 
levantador do lábio superior e da asa do nariz; músculo levantador do ângulo da 
boca; músculo zigomático menor e maior; músculo risório; músculo abaixador do 
lábio inferior; músculo abaixador do ângulo da boca; músculo mentual; músculo 
transverso do mento; músculo orbicular da boca e músculo bucinador (CESAR, 
2009). 
Os músculos do pescoço (figura 15) têm como função principal mover a 
cabeça e o osso hioide. Os que se encontram atrás da coluna vertebral são 
chamados músculos da nuca e os demais são os músculos do pescoço 
propriamente dito e dividem-se em quatro regiões: anterior (músculo, platisma, 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 29 
supra e infra-hióideos); lateral (músculos esternocleidomastóideo e escalenos 
anterior, médio e posterior); pré-vertebral (músculo, anterior maior e menor da 
cabeça, longo do pescoço e reto lateral da cabeça) e posterior (músculo esplênio 
da cabeça e do pescoço, semiespinhal da cabeça e do pescoço, reto posterior maior 
e menor da cabeça e oblíquo superior e inferior da cabeça) (WERNECK, 2009). 
 
 
FIGURA 15 – MÚSCULOS DA FACE 
 
FONTE: NETTER, 2000. 
 
 
 
 
 
5.3 CIRCULAÇÃO ARTERIAL E VENOSA DA FACE 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 30 
A maioria das artérias da face são ramos da artéria carótida externa. 
Somente partes da cavidade nasal e as partes superiores da face recebem ramos da 
artéria carótida interna. A artéria carótida externa é também denominada carótida 
facial e supre as estruturas superficiais e profundas da face. A carótida interna é 
também denominada carótida cerebral, pois leva o sangue quase que 
exclusivamente para o cérebro. As artérias carótida interna e externa partem de uma 
divisão da artéria carótida comum, ao nível da cartilagem tireoide (figura 16) 
(ODONTO UFPR, 2009). 
 
 
FIGURA 16 – IRRIGAÇÃO SANGUÍNEA DA FACE 
 
FONTE: NEVES, 2009. 
 
A artéria carótida interna localiza-se posteromedialmente e a carótida 
externa é situada anterolateralmente. Na divisão, a artéria carótida interna é 
ligeiramente alargada para formar o seio carotídeo, importante na regulação da 
pressão sanguínea (ODONTO UFPR, 2009). 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 31 
Segundo ODONTO UFPR, 2009, os ramos da artéria carótida externa 
podem ser divididos em: 
 Ramos anteriores (artéria carótida superior, lingual e facial); 
 Posteriores(artéria occipital e artéria auricular posterior); 
 Mediais (artéria faríngea ascendente); 
 Ramos terminais (artérias, temporal superficial e maxilar). 
 
Segundo ODONTO UFPR, 2009, a artéria carótida interna pode ser 
dividida em: 
 Parte cervical: parte sem ramos e curva, para que possa seguir o 
movimento do pescoço sem ser estirada. 
 Parte cranial: irriga a calota craniana 
 
A irrigação venosa da face inclui as veias: jugular interna (drena o encéfalo, 
face e pescoço); jugular externa (drena o crânio e a face) e veia vertebral (drena as 
estruturas profundas do pescoço (vértebras e medula cervical e alguns músculos do 
pescoço) (WERNECK, 2009). 
 
 
5.4 INERVAÇÃO DA FACE 
 
 
Todos os músculos faciais são inervados pelo VII par craniano, o nervo 
facial (figura 17). Trata-se de um nervo misto com fibras motoras, sensitivas e 
parassimpáticas. As fibras sensitivas dão a sensibilidade geral (tato, dor) e 
sensibilidade especial (órgãos do sentido). As fibras motoras propiciam a mobilidade 
da musculatura facial (WERNECK, 2009). 
O nervo facial é formado por duas raízes que seguem juntas por longo 
trajeto dentro do crânio: o nervo facial propriamente dito, que corresponde à raiz 
motora responsável pela inervação dos músculos da mímica facial e do músculo 
estapédio (relacionado com a audição); e o nervo intermediário de Wrisberg, que é 
composto por fibras sensitivas somáticas (controlam a sensibilidade de parte do 
pavilhão auricular), fibras sensitivas especiais (controlam a gustação dos dois terços 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 32 
anteriores da língua) e fibras do sistema nervoso autônomo (controlam as glândulas 
lacrimais e salivares) (REDE SARAH, 2009). 
 
 
FIGURA 17 – NERVO FACIAL 
 
FONTE: VAZQUEZ, 2009. 
 
 
5.5 REDE LINFÁTICA DA CABEÇA E DO PESCOÇO 
 
 
A cabeça e o pescoço possuem uma rede linfática muito rica e muito 
anastomosada de canais linfáticos que drenam para gânglios linfáticos distribuídos 
pela região (figura 18). 
 
 
FIGURA 18 – PRINCIPAIS GÂNGLIOS LINFÁTICOS DA CABEÇA E PESCOÇO 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 33 
 
FONTE: SAÚDE PARA VOCÊ, 2009. 
 
 
Anatomicamente os grupos de gânglios linfáticos da cabeça e do pescoço 
foram divididos em superficiais e profundos. 
Segundo RUBISTEIN e CARDOS0 (2009), diversos grupos de linfonodos 
superficiais (figura 19), situados na junção da cabeça e do pescoço, formam, em 
conjunto, o colar linfático pericervical: 
 
 Linfonodos occipitais: se situam lateralmente às fibras superiores do 
trapézio e drenam a parte posterior do couro cabeludo; 
 Linfonodos retroauriculares (mastóideos): localizam-se lateralmente 
sobre o processo mastoide e drenam a porção lateral da cabeça; 
 Linfonodos parotídeos superficiais: estão localizados ao nível da 
glândula parótida e drenam a porção superior da face e a região 
temporal; 
 Linfonodos submandibulares: situados entre a glândula 
submandibular e a face medial da mandíbula, drenam a região 
submandibular e porção lateral da língua; 
 Linfonodos submentais: localizados entre os ventres anteriores dos 
músculos digástricos, drenam a gengiva, o lábio inferior e parte mediana 
da língua; 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 34 
 Linfonodos cervicais superficiais: estão presentes no trígono anterior, 
dispondo-se ao longo do trajeto da veia jugular anterior e no trígono 
posterior, onde acompanham a veia jugular externa e drenam as áreas 
vizinhas. 
 
Os linfonodos que drenam estruturas mais profundas da cabeça e do 
pescoço, como o ouvido médio, cavidade nasal, seios paranasais, faringe, glândula 
tireoide, traqueia e esôfago são chamados linfonodos periviscerais (RUBISTEIN e 
CARDOSO, 2009). Os principais grupos são: 
 
 Grupo pré-laríngeo: situado próximo ao ligamento cricotireóideo 
(laringe); 
 Grupo pré-traqueal: localizado no limite inferior da glândula tireoide; 
 Grupo paratraqueal: situado no sulco entre a traqueia e o esôfago; 
 Grupo retrofaríngico: situado no ângulo entre a parede posterior da 
nasofaringe e os músculos pré-vertebrais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 19 – GÂNGLIOS LINFÁTICOS SUPERFICIAIS E PROFUNDOS DA 
CABEÇA E PESCOÇO 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 35 
 
 
FONTE: LOPES, 2009. 
 
 
Segundo RUBISTEIN e CARDOS0 (2009), os vasos linfáticos da cabeça e 
do pescoço drenam nos linfonodos cervicais profundos, seja diretamente ou 
passando, primeiramente, por um ou mais grupos de linfonodos superficiais ou de 
periviscerais. O grupo principal dos linfonodos cervicais profundos (figura 19) forma 
uma cadeia de dez a doze linfonodos ao longo da veia jugular interna e costuma ser 
dividido em grupo superior e inferior. Nestes grupos dois linfonodos recebem nomes 
específicos: 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 36 
 Linfonodo júgulo-digástrico: situado no ponto em que a borda 
anterior do esternocleidomastóideo cruza o ventre posterior do 
digástrico e recebe os vasos linfáticos aferentes do terço posterior da 
língua e orofaringe; 
 Linfonodo júgulo-omo-hióideo: situado sobre a veia jugular interna 
no ponto em que o músculo omo-hióideo cruza o feixe 
vasculonervoso do pescoço. Entre seus vasos aferentes alguns vêm 
diretamente da língua. 
 
 
6 CONCEITOS DE EDEMA E LINFEDEMA 
 
 
O termo edema (figura 20) refere-se ao acúmulo de quantidades anormais 
de líquido nos espaços intercelulares ou nas cavidades do organismo. 
Macroscopicamente, o edema apresenta-se como aumento de volume dos tecidos 
que cedem facilmente à pressão localizada, dando origem a uma depressão que 
rapidamente desaparece. Microscopicamente o edema se expressa por alargamento 
dos espaços entre os constituintes celulares (BERGMANN, 2000). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 20 – EDEMA INTERSTICIAL EM MEMBROS INFERIORES 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 37 
 
FONTE: LINFOMAR, 2009. 
 
 
A origem dos edemas normalmente está relacionada com os seguintes 
fatores: aumento da pressão hidrostática do sangue na microcirculação; redução da 
pressão oncótica (coloidosmótica) das proteínas plasmáticas; permeabilidade 
vascular aumentada; alterações da drenagem linfática; alterações do interstício; 
retenção renal de sódio e água. Os edemas podem resultar da ação isolada de 
qualquer dos fatores citados, mas é mais frequente e grave quando há participação 
de mais de um deles. 
O linfedema (figura 21) é uma disfunção estática que se desenvolve a partir 
de um desequilíbrio entre a demanda linfática e a capacidade do sistema em drenar 
a linfa. Sendo as proteínas de alto peso molecular extravasadas para o interstício 
absorvidas exclusivamente pelo sistema linfático inicial, no momento que o mesmo 
perde sua capacidade de escoamento por destruição ou obstrução da via linfática 
em algum ponto de seu trajeto, ocasiona estagnação da linfa no vaso, e posterior 
extravasamento de volta ao interstício (BERGMANN, 2000). 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 21 - LINFEDEMA 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 38 
 
FONTE: PITTA, CASTRO e BURIHAN, 2009. 
 
 
O sistema linfático normal trabalha com uma grande reserva funcional, ou 
seja, sua capacidade total de transporte é bem superior às necessidades 
fisiológicas. No estado de equilíbrio, o débito linfático (volume de linfa transportado 
por unidade de tempo) é igual à carga linfática, que é a quantidade de líquidos e 
substâncias de transporte linfático presente nos tecidos. Quando aumenta a carga 
linfática, o débito linfático cresce paralelamente até que seja atingido o nível máximo 
de transporte. A partir deste ponto, ocorre o linfedema (PITTA, CASTRO e 
BURIHAN, 2009). 
Segundo PITTA, CASTRO e BURIHAN (2009) podem-se distinguir duas 
formas principais de edema, de acordo com a participação do sistema linfático: 
 
 Insuficiências linfáticas dinâmicas: apesar da normalidade e do aumento 
compensatório da absorção e transporte linfáticos, a carga linfática 
ultrapassa a capacidade total de transporte, ocasionando o 
aparecimentode edema. São edemas tipicamente pobres em proteínas, 
que têm sua remoção do interstício aumentada pelo crescimento 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 39 
compensatório de trabalho dos vasos linfáticos, sendo exemplos típicos 
o edema da insuficiência cardíaca congestiva e os edemas venosos. 
Também são conhecidos como edemas por insuficiência da válvula de 
segurança dos tecidos. 
 Insuficiências linfáticas mecânicas: há perda da função normal dos 
linfáticos e, mesmo com cargas linfáticas fisiologicamente normais, há 
um acúmulo tecidual de líquidos e macromoléculas. Caracteristicamente, 
são edemas de alto conteúdo proteico e são os verdadeiros linfedemas. 
No linfedema ocorre, basicamente, acúmulo tecidual de macromoléculas. 
A quantidade associada de líquidos, ao menos na fase inicial, deve-se 
ao poder osmótico destas moléculas. 
 
Os linfedemas são classificados de acordo com o distúrbio causador da 
insuficiência linfática em primários ou secundários. Nos linfedemas primários há 
alteração congênita do desenvolvimento de vasos linfáticos e linfonodos ou 
obstrução de linfáticos de etiologia desconhecida (linfedemas idiopáticos). Nos 
linfedemas secundários, a disfunção anatômica ocorre em tecido linfático 
previamente normal, sendo o linfedema pós-cirúrgico ou pós-radioterápico seu 
exemplo mais comum. Outras causas importantes de linfedema secundário são a 
filariose, os traumatismos, erisipelas e celulites (PITTA, CASTRO e BURIHAN, 
2009). 
Nos linfedemas primários, a divisão entre congênito, precoce e tardio é feita 
de acordo com a idade do aparecimento do edema. Os congênitos surgem antes do 
segundo ano de vida, podendo estar associados a outras síndromes, ocorrer 
isoladamente (linfedema congênito simples) ou apresentar transmissão hereditária e 
familiar (doença de Milroy). Os linfedemas primários precoces têm início mais 
comum em adolescentes do sexo feminino; se apresentarem características 
familiares são denominados de síndrome de Meige. Os linfedemas primários tardios, 
por definição, acometem pacientes após os 35 anos de idade e são, usualmente, 
mais benignos que os demais e também são mais frequentes no sexo feminino 
(PITTA, CASTRO e BURIHAN, 2009). 
 
	Drenagem Linfática Facial
	Drenagem Linfática Facial
	2 TECIDO CONJUNTIVO
	3.2 HIPODERME
	3.3 ANEXOS CUTÂNEOS
	4 SISTEMA LINFÁTICO
	5.3 CIRCULAÇÃO ARTERIAL E VENOSA DA FACE
	2 TECIDO CONJUNTIVO
	Tecido caracterizado por apresentar diversos tipos de células, separadas por abundante material intercelular (figura 03). Pode ser dividido em duas categorias: tecido conjuntivo propriamente dito e tecido conjuntivo de propriedades especiais (GUIRRO e...
	Segundo GUIRRO e GUIRRO (2004), pode ser dividido em duas categorias:
	3.2 HIPODERME
	3.3 ANEXOS CUTÂNEOS
	4 SISTEMA LINFÁTICO
	FIGURA 08 – DISTRIBUIÇÃO DA REDE LINFÁTICA
	5.3 CIRCULAÇÃO ARTERIAL E VENOSA DA FACE

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