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Apostila de Linguística I

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA – LINGUÍSTICA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2019.2 
 
Linguística 
1. Ciência da linguagem e ciência das línguas 
2. Faculdade humana 
3. Linguística ocidental – nasce na filosofia grega (termos gregos são adotados 
diretamente ou na sua tradução latina) 
Breve histórico da Linguística 
 1ª fase (pré-socráticos até o fim da idade média): interesse pela língua, filosófico: 
a língua é objeto de especulação e não de observação.Categorias linguísticas (nome, 
verbo, gênero gramatical) repousam sobre bases lógicas ou filosóficas. 
 2ª fase (séc. XIX): descoberta do sânscrito. Relação de parentesco entre as línguas: 
linguística comparada, histórica: “genética das línguas” (estudo da evolução das línguas, 
com ênfase na forma). 
 3ª fase (séc. XX): Linguística Moderna (Saussure), toma como objeto a realidade 
intrínseca da língua visando constituir uma ciência (formal, rigorosa e sistemática). 
MORFOLOGIA 
Histórico 
A gramática clássica dividia-se em três partes: 
Flexão, derivação e sintaxe 
Flexão – variações acidentais em suas formas dentro dos diferentes paradigmas. 
Ex: declinações 
Derivação – formação de palavras 
Sintaxe – funções das palavras 
No século XIX (por volta de 1860), surgiu a palavra englobando flexão e derivação 
Termo biológico (criado por Goethe em 1830) designando as formas dos organismos. 
Uso na linguística recebeu influência do modelo evolucionista de Darwin. 
Os gramáticos e filólogos sonhavam em descobrir a origem da linguagem estudando a 
evolução das palavras em indo-europeu. 
A gramática de Panini (séc. VI a.C.(?)) reconhecia a estrutura interna das palavras do 
sânscrito, o que não acontecia com a gramática greco-romana. 
Década de 1940/50 – morfologia estruturalista americana 
Brasil, 1942 – Joaquim Mattoso Câmara Jr. lança a primeira edição de “Princípios de 
linguística geral”, obra pioneira em português. 
Conceito e objeto 
Para alguns linguistas, há inter-relações entre morfologia e sintaxe, daí, morfossintaxe. 
Saussure – a morfologia não tem um objeto real e autônomo. 
Mattoso Câmara – refuta a tese saussureana, pois há uma relação associativa ou 
paradigmática. 
Ex: ele – valor morfológico independente da função sintática. (masculino, singular, 
terceira pessoa, independente da função sintática) 
Morfologia 
É o ramo da linguística que trata das formas das palavras em diferentes usos e 
construções. (Nida, 1970) 
Um componente separado da sintaxe e tendo como unidade mínima e máxima de seu 
objeto, respectivamente, o morfema e a palavra. (Cabral, 1973) 
Parte da gramática que descreve as unidades mínimas de significado, sua distribuição, 
variantes e classificação, conforme as estruturas onde ocorrem, a ordem que ocupam, os 
processos na formação das palavras e suas classes. (Cabral, 1973) 
 
Morfologia flexional 
Estuda as relações entre as diferentes formas de uma mesma palavra, ou seja, seu 
paradigma flexional. 
Flexão é uma variação de caráter morfossintático: uma exigência da concordância 
nominal ou verbal, uma imposição da natureza da frase. 
Antigamente, fazíamos longas viagens. 
Morfologia lexical 
Trata da estrutura das palavras e dos seus processos de formação; das relações entre 
paradigmas diferentes, ou seja, de formas com paradigmas separados e distintos. 
Ex: jogar – jogaDOR 
 belo – belEZA 
Uma oposição é lexical quando a diferença é estabelecida no léxico; e não-lexical se os 
termos são selecionados pela gramática. 
Critérios de distinção flexional e derivacional 
OBRIGATORIEDADE 
Flexões são exigidas sintaticamente. 
Derivação para adjetivos e substantivos são opcionais na frase. 
 
Antigamente, dançávamos no velho clube da cidade. 
GENERALIDADE 
A flexão é geral quanto à aplicabilidade. 
Ex: aquelas nossas alunas brasileiras. 
 
Mas, quanto à derivação, há restrições. 
Ex: certo – certeza / certo – certidão 
-ONHO 
Risonho, enfadonho, medonho, tristonho, 
Alegronho*, choronho* 
ESTABILIDADE SEMÂNTICA 
Na flexão, há estabilidade semântica como, por exemplo, plural é sempre plural, ou seja, 
mais de um. 
 
Na derivação, pode haver extensões de sentido. 
Redigir / redação 
Correr / corredor 
GRAU DE RELEVÂNCIA SEMÂNTICA 
A flexão não muda o significado da palavra. 
A derivação afeta o significado da base. 
 
 BRAVO – bravura, braveza 
 ALTO – altura, altitude, alteza 
MUDANÇA DE CLASSE GRAMATICAL 
Constituintes flexionais não mudam a classe gramatical da palavra 
Cantar – cantarei, cantarás, cantaremos 
 
Constituintes derivacionais podem mudar ou não a classe 
Jogar- jogador / bravo – bravura 
Livro – livraria 
Os sons da língua 
Meio fônico 
Fonética articulatória – investiga e classifica os sons da fala em termos da maneira como 
são produzidos pelos órgãos da fala. 
Fonética acústica – investiga em termos das propriedades físicas das ondas sonoras 
criadas pelo aparelho fonador e transferidas no ar ao ouvinte. 
Fonética auditiva – investiga a forma como os sons da fala são percebidos e identificados 
pelo ouvido e pelo cérebro 
Dois enunciados repetidos raramente são idênticos 
A identidade fonética é um ideal teórico: na prática, os sons da fala produzidos por seres 
humanos conseguem apenas se aproximar desse ideal. 
A fonética acústica e a articulatória confirmam que os enunciados não são sequências de 
sons separados. 
A fala é constituída de explosões sonoras contínuas. 
Falar e ouvir são atividades inter-dependentes, uma precisa do feedback da outra. 
A perda de audição tende a deteriorar a fala. 
As informações linguísticas relevantes devem ser interpretadas pelos mecanismos da fala 
e da escuta humanos, controlados pelo cérebro. 
Ao adquirir a linguagem, a criança aperfeiçoa a capacidade (inata) de produzir e 
identificar sons que ocorrem na fala que ouve ao seu redor e refina seu desempenho 
articulatório e auditivo. 
IPA / AFI 
International Phonetic Alphabet 
Elaborado pela Associação Internacional de Fonética em 1888. Usado até os dias de hoje. 
A maioria das letras do IPA provém dos alfabetos grego e latino. 
As letras estão longe de ter o mesmo valor fonético em todas as línguas. 
Na realidade, uma mesma letra não tem o mesmo valor fonético sequer na mesma língua 
Observe: 
cassado [kaˈsadƱ] e caçado [kaˈsadƱ] 
eu olho [ˈᴐʎƱ] e o olho [ˈoʎƱ] 
mesmo [ˈmezmƱ] e mescla [ˈmεsklɐ] 
tchau [ˈtʃaw] tia [ˈtʃiɐ] 
 dia [ˈdȝiɐ] 
mar [ˈmaɽ] porca [ˈpᴐɽkɐ] 
rota [ˈʀᴐtɐ] 
Homônimos 
A transcrição fonética auxilia a diferenciar sons dos homônimos, principalmente os 
homógrafos. 
Olho (substantivo) olho (verbo) 
Acordo (substantivo) acordo (verbo) 
Há necessidade de distinção de formas idênticas tanto no meio fônico quanto no 
gráfico por razões gramaticais e/ou semânticas. 
Fonética articulatória 
Os sons da fala são classificados de acordo com os órgãos que os produzem e a maneira 
como são produzidos. 
Os sons são produzidos pela modificação da passagem de ar, que é expelida pelos 
pulmões através da traqueia, pela glote (espaço entre as cordas vocais) ao longo do 
sistema vocal. 
Variáveis articulatórias 
Vogais – em sua maioria, são sonoras 
Consoantes – podem ser sonoras e surdas 
As marcas surdas na transcrição fonética são diferenciadas com diacríticos. 
Ex: Os diacríticos empregados para marcar a duração são [ː] [ˑ] [ˇ] .Assim, vogais longas 
são representadas como [aː] ; vogais com duração média, como [aˑ] ; e as breves, como 
[ǎ] . 
Diacríticos são sinais gráficos adicionados a um símbolo fonético para representar 
deslocamentos em relação à qualidade das vogais. Esses elementos auxiliam a 
representação dos sons da fala, pois os símbolos fonéticos não dão conta de todas as 
variantes encontradas na fala natural. 
Variáveis articulatórias 
Sons produzidos quando o ar escapa pelo nariz ao mesmo tempo que sai pela boca são 
NASAIS e contrastam com NÃO-NASAIS (ouORAIS). 
Ex: ninho [ˈnĩŋƱ] 
tenho [ˈtẽŋƱ] 
Consoantes diferem das vogais porque são produzidas por uma obstrução ou restrição 
temporária da corrente de ar que passa pela boca, ao passo que as vogais não sofrem 
qualquer obstrução ou restrição na passagem do ar. 
Pontos de articulação das consoantes (PB) 
Bilabial: lábio inferior (articulador ativo: móvel) toca no lábio superior (articulador 
passivo): mamãe, papai; 
Labiodental: lábio inferior (articulador ativo) vai em direção aos dentes incisivos 
superiores (articulador passivo): farofa, fava; 
Dental: ápice ou lâmina da língua (articulador ativo) toca ouvai na direção dos dentes 
incisivos superiores (articulador passivo):tato, dados; 
 
Alveolar: ápice ou lâmina da língua (articulador ativo) toca ou vai na direção dos alvéolos 
(articulador passivo): tato, dados. 
Alveopalatal: parte anterior da língua (articulador ativo) toca ou se dirige para a região 
medial do palato duro (articulador passivo): chata, tchau, já, xarope. 
Palatal: parte média da língua (articulador ativo) toca ou se encaminha para a parte final 
do palato duro (articulador passivo): ganho, telha; 
Velar: dorso da língua (articulador ativo) toca ou vai na direção do véu do palato também 
chamado de palato mole (articulador passivo): casa, gato e algumas pronúncias de “r”: 
rato (dialeto carioca e florianopolitano). 
Uvular: dorso da língua (articulador ativo) vai em direção à úvula, como em algumas 
pronúncias de “r”. 
Glotal: músculos da glote são os articuladores desse tipo de segmento, que ocorre também 
na pronúncia de “r” no dialeto de Belo Horizonte. 
Modo de articulação das consoantes 
Está relacionado ao tipo de obstrução produzida no trato vocal. 
Oclusivas – [p], [t], [k] 
Fricativas – [f ], [s], [z] 
Nasais – [m], [n] 
Africada – [t] tia, [d] dia (carioca) 
Vogais 
Não possuem ponto de articulação como as consoantes. 
Existe uma variedade de sons vocálicos que podem ser classificados como: 
Fechadas (ou altas ): [i], [u] 
Abertas (ou baixas): [a] [ɑ] 
Anteriores: [e] [i] 
Posteriores: [o] [u] 
Arredondadas: [ᴐ] [o] [u] 
Não-arredondadas: [a] [ɐ] [ε] [e] [i] 
É importante ressaltar que os símbolos vocálicos do IPA denotam mais regiões do que 
pontos de articulação. O IPA não aborda todas as possibilidades de produção dos sons de 
todas as línguas. 
Tanto consoantes como vogais são consideradas segmentos da fala e podem apresentar 
diversas variáveis. 
Exemplo 
[m] é uma oclusiva nasal, bilabial sonora, ou seja, tem 
valor [sonoro] na dimensão da voz 
valor [labial] na dimensão do ponto de articulação 
valor [nasal] na dimensão da nasalidade 
Valor [oclusiva] na dimensão da obstrução 
Fonemas e alofones 
b) Distribuição 
É o conjunto de contextos em que uma entidade (sons da fala, traços fonéticos ou 
fonemas) aparece nas sentenças de uma língua. 
No âmbito da fonologia, é necessário operar não apenas com as formas reais do sistema 
linguístico, mas também com o conjunto fonético e fonológico real e potencial. 
Alofones 
Sons foneticamente semelhantes agrupados como variantes de um mesmo fonema como, 
por exemplo 
Tosco [ˈtοʃkƱ] [ˈtοskƱ] 
 
mas 
Choco [ˈʃοkƱ] Soco [ˈsokƱ] 
não são alofones. 
Os sons diferentes de [s], por exemplo, têm semelhança fonética e distribuição 
complementar, portanto são designados a um mesmo fonema como seus alofones. 
Os alofones são subfonêmicos, mas dispõem de uma distribuição regulada já que 
pertencem ao sistema linguístico do qual fazem parte e são atualizados no meio fônico. 
 
Os fonemas são, por convenção, representados pela letra-símbolo (com ou sem diacrítico) 
apropriada a uma transcrição ampla de um dos alofones foneticamente distintos, contida 
entre barras oblíquas. /s/ 
A representação fonêmica não é simplesmente uma transcrição fonética ampla. 
É necessário considerar a possibilidade de uma diferença não correlacionada em algum 
ponto do sistema linguístico com uma diferença de significado. 
É necessário distinguir uma forma de outra (função distintiva) 
As línguas diferem muito quanto às distinções fonéticas que operacionalizam na produção 
dos sons (atualização das formas) a partir dos quais se constroem as sentenças. 
Exemplos 
dEscriminar / dIscriminar 
Estou a TE esperar. / Entrego a TI. 
 
there / dare 
read (presente) / read (passado) 
Fonologia 
Incorpora as contribuições de linguistas europeus e é empregado por modelos pós-
estruturalistas. Fonologia é um termo bastante abrangente, uma vez que abarca estudos 
diacrônicos e sincrônicos, sistemas gerais e específicos. 
Essa denominação foi usada por um grupo de cientistas baseados em Praga, conhecidos 
como pertencentes ao Círculo Linguístico de Praga (a partir principalmente de 1926). 
Dentre eles, destacam-se N. Trubezkoy, R. Jakobson, A. Martinet e E. Benveniste. 
Fonêmica 
Designação reservada para os trabalhos de estruturalistas norte-americanos ( autores 
como Sapir e Bloomfield) 
Prescinde de uma análise cuidadosa dos dados, transcritos foneticamente levando em 
consideração seus contextos, ou seja, sua distribuição. 
Uma das teorias, dentre outras tantas, sobre a organização dos sons da fala em um sistema 
Mas isso não foi suficiente de acordo com a teoria gerativista de Chomsky, em relação à 
dicotomia competência x desempenho. 
POR QUÊ? 
A linguística se ocuparia, então, da competência dos falantes e não de seu desempenho, 
fazendo justamente uma crítica às teorias anteriores que prescindiam de amostras de fala. 
Essas amostras seriam inadequadas, uma vez que representariam uma parte muito 
pequena das possibilidades de uso dessa língua. 
Fonemas constituem-se em um feixe de traços distintivos que opõem os morfemas e as 
palavras entre si 
A Fonologia tenta especificar os traços, chamados de fonéticos, a partir da representação 
das capacidades fonéticas do ser humano, sem levar em conta nenhuma língua em 
especial. 
Quando os traços fonéticos são usados em uma língua específica para trazer contrastes 
lexicais ou para definir classes naturais, são chamados de traços fonológicos. 
Teoria prosódica 
Permite que elementos fonêmicos (segmentais) e prosódicos (supra-segmentais) sejam 
identificados com status complementares, quando não, iguais. 
Supra-segmental é um termo que se refere a acento, tom e duração de um som 
Ex: Acordo, molho (substantivo) 
Acordo, molho (verbo) 
Estrutura Fonológica 
Pode ser descrita em termos das relações entre os elementos fonológicos entre si e dentro 
do sintagma. 
Sintagma (sintático) Paradigma (substitutivo) 
Sintagmas fonológicos – boa formação fonológica de combinações possíveis. Existem 
restrições de acordo com o sistema linguístico. 
Ex: pneu, advogado 
Em todas ( ou na grande maioria) as línguas, existem sintagmas puramente fonológicos 
tais como as sílabas. 
A sílaba representa o primeiro nível de organização fonológica de uma língua em 
particular. 
Em outras línguas, a estrutura da sílaba pode ser bastante diferente, inclusive o núcleo 
silábico pode comportar um segmento. 
PORTUGUÊS 
número de sílabas igual ao número de vogais (e não semivogais) 
Exemplos: mata (2 sílabas), queijo (2 sílabas) 
INGLÊS 
número de sílabas definido pelos sons 
Fine (1 sílaba), more (1 sílaba) 
Sintaxe e Fonologia 
Existem os fenômenos de junção como, por exemplo, [z] entre as palavras. Observe: 
Lápis amarelo 
/ˈlapiЅ/ /amaˈɾεlo/ (Transcrição Fonológica) 
[lapizamaˈrεlƱ] (Transcrição Fonética) 
 
Lápis colorido Lápis novo 
/ˈlapiS/ /koloˈɾido/ /ˈlapiS/ /ˈnovo/ 
[lapiskoloˈɾidƱ] [lapizˈnοvƱ] 
[lapiʃkoloˈɾidƱ] 
Pode-se dizer que algumas distinções fonológicas são intransferíveis para o meio gráfico. 
Línguas escritas e faladas correspondentes serão, até certo ponto, necessariamente 
diferentes sintatica e semanticamente. 
 
 
 
 
 
 
 
MORFEMA, MORFE E ALOMORFE 
 Morfema – conceito 
 Morfe – representacão gráfica 
 Alomorfe – representacão do morfemapor mais de um morfe 
Exemplos: cantaS / pedraS (morfemas diferentes e morfes iguais) 
plural S ~ ES : porta- portas 
 amor – amores 
(alomorfe que indica plural) 
Alguns conceitos de morfema 
Tem um traço semântico recorrente, ou seja, traz informacão gramatical que se repete 
em outras estruturas. (Bloomfield) 
É mínimo, ou seja, não pode ser dividido em formas menores (Bloomfield) 
É o elemento mínimo de expressão que apresenta uma relação direta com qualquer 
elemento do sistema. (Gleason) 
Ainda de acordo com Bloomfield é uma forma linguística que não apresenta semelhança 
fonético-semântica com nenhuma outra. 
Tal definição corrobora o princípio linguístico de Saussure sobre as oposições. 
Ex: Livreiro / jardineiro 
Livro / jardim – morfemas distintos que não apresentam semelhança fonético-semântica 
entre si. 
Livreiro / livraria 
Eiro / aria – também são morfemas distintos 
É a unidade minima de análise gramatical; é um conceito abstrato. (Lyons) 
O morfema é um elemento de forma ligado arbitrariamente à sua realização substancial 
no nível fonológico ou ortográfico da língua. 
Isso remete à dicotomia 
SIGNIFICANTE X SIGNIFICADO 
(Forma x substância) 
Na maioria dos substantivos, o morfema de gênero é inerente e se dá através da 
concordância no sintagma. 
Ex: flor, mão (1 morfema raiz) 
a mão pequena 
 a flor murcha 
 
A explicitação do gênero, nestes casos, se dá através da concordância no sintagma 
Em alguns substantivos, o gênero é redundância, pois os morfemas de singular e plural 
fazem concordância com o adjetivo. 
 
 Ex: garotO bonitO / garotA bonitA 
Morfe 
É o segmento mínimo significativo recorrente que representa um determinado morfema. 
livroS – morfe S de plural 
amaS – morfe S de 2a. pessoa do singular 
Uma palavra monomórfica (1 morfe) pode apresentar uma estrutura polimorfêmica 
 
mão –> mão + fem + sing 
pé –> pé + masc + sing 
Alomorfe 
Morfe que tem uma distintividade fonético-semântica comum, pois representa o mesmo 
morfema 
Morfema Plural (S – ES) 
Caneta- canetaS Flor – florES 
 
Pretérito imperfeito do indicativo 
VA amava 
IA vendia 
Tipos de morfes e morfemas 
Raízes 
morfes livres – funcionam como frases por possuírem autonomia 
in feliz mente des cruz ar - morfes livres 
in constituc ional - morfe preso 
 
Afixos (sufixos ou prefixos) 
são morfes presos 
 
 DES CON gel a MENTO 
Três funções dos sufixos 
Classificatória 
Ex: vogal temática que relaciona os alomorfes de modo e tempo 
Tema – raiz + vogal temática 
Derivacional 
formam novas palavras mudando ou não a classe gramatical 
Ex: papel (Subst) papelaria (Subst) 
ferro (subst) ferreo (adj) 
Flexional 
Expressa novas categorias gramaticais 
Ex: em nomes – gênero e numero 
em verbos – modo, numero e pessoa 
 
Nos sufixos derivacionais há características morfossintáticas e morfossemânticas 
Ex: atribuir ou mudar o gênero 
útil (M/F) – utilidade (F) 
duro (M) – dureza (F) 
Outros tipos de morfemas 
Aditivo – adicão de morfes – menin/a/s 
Subtrativo – supressão de segmento 
ele cantaX / tu cantaS 
irmã0 - irmão 
 zero – não e representado por nenhum morfe 
singular 0 – carro / carros 
Cumulativo – morfe representa duas ideias 
brincaVA (tempo e modo) MOS(pessoa e número) 
Superposto – morfema que não possui um morfe correspondente e se sobrepõe a outro 
morfe, trazendo informações gramaticais 
Ex: cantO – presente do indicativo 
cantEI / cantASTE – pretérito perfeito do indicativo 
Substitutivo – substituição ou alternância de vogais na raiz 
Ex: fiz / fez (i / e) 
tive / teve 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Saussure: a noção de valor 
 Em oposição à linguística histórica do século XIX, Saussure elegeu como noção 
central para a compreensão do fenômeno linguístico a noção de valor. 
 Síntese da noção de valor: um elemento só significa em relação a outro. 
 Essa noção só pode ser compreendida à luz de uma série de distinções teóricas e 
decisões que a preparam, as famosas dicotomias saussurianas. 
Princípios da Linguística Moderna: língua X fala 
 Língua- repertório de signos e de regras (leis combinatórias), disponíveis para a 
realização do ato de fala, mediante uma dupla operação, de seleção (eixo 
paradigmático) e de combinação (eixo sintagmático). Repertório comum aos 
integrantes do mesmo grupo linguístico. 
 Fala- é de caráter individual, ou seja corresponde a atuação do falante, sua emissão 
e recepção. 
Princípios da Linguística Moderna: sistema e estrutura 
 “A língua forma um sistema” (isso vale para qualquer língua e cultura). 
 A língua (arranjo sistemático de partes) é composta de elementos formais 
articulados em combinações variáveis segundo certos princípios 
ESTRUTURA 
 A estrutura formal da língua é constituída de elementos significantes que 
estabelecem dependências mútuas, caracterizados por distribuições e 
combinações possíveis. 
 “Isso faz com que a língua seja uma sistema em que nada signifique em si e por 
vocação natural, mas em que tudo signifique em função do conjunto” 
(BENVENISTE, p.24, 1966). 
 Portanto, a estrutura confere às partes a sua significação ou a sua função. 
Definição de estrutura (Greimas) 
 “O vínculo entre dois termos-objeto que se requerem mutuamente constitui uma 
relação. A estrutura é a presença de dois termos vinculados por uma relação” 
(GREIMAS, 1966, apud LOPES, p.312,1987) . 
 A relação é um mecanismo perceptual conjuntivo e disjuntivo, ou seja, para 
apreendermos dois termos-objeto é preciso que tenham alguma coisa em comum 
(conjunção) e que possam ser distinguidos por alguns traços (disjunção). 
 A relação tem, portanto, uma dupla natureza é simultaneamente conjunção e 
disjunção. 
Definição de estrutura (Greimas) 
 Sem relação não há significação. 
 Conjunção de invariantes 
 Disjunção de variáveis 
 Governo federal x governo estadual 
 
Conjunção – governo; disjunções: federal, estadual 
Estruturalismo 
 A palavra estruturalismo designa algumas correntes da Linguística Moderna que 
tomam impulso após a publicação de Cours de Linguistique Générale de 
Saussure.Apesar de suas divergências têm como base comum a noção de 
estrutura. 
 O termo estrutura está ligado à noção de relação no interior de um sistema 
(Benveniste, 1966). 
 A estrutura é um modelo, ou seja, uma construção mental que serve de hipótese 
de trabalho. É uma entidade autônoma de dependências internas, permitindo em 
sua análise isolar partes que se condicionam reciprocamente (Hjelmslev, 1971). 
Linhas de investigação: a linha europeia 
 Escola de Praga- foco na concepção dinâmica da comunicação (Troubetzkoy, 
Jakobson e Mathesius), mais rica que a de Saussure (restrita ao entendimento dos 
signos linguísticos) por propor que a comunicação afeta dinamicamente nossos 
conhecimentos e nossa consciência das situações . Outras noções introduzidas: 
tema e rema: tema, aquilo sobre o que se está falando, objeto do discurso; rema, 
o que o falante diz sobre o tema, ou comentário. 
 Glossemática- ênfase no ponto de vista lógico, procurando demonstrar a tese 
saussureana de que as línguas se constituem como sistemas de oposição. Com 
isso, buscou verificar as relações que respondem pela estrutura da língua 
(Hjelmslev). 
 Funcionalismo- visão de uma linguística mais concreta e menos rigorosa do 
ponto de vista dos conceitos, com destaque para a reformulação da dupla 
articulação da linguagem. Assim, toda língua natural teria 2 níveis de oposição: - 
um que as unidades poderiam ser contrastadas de modo a fazer aparecerem as 
diferenças de forma e sentido (1ª. Articulação), o que corresponderia à palavra; 
e outra que mostra que as diferenças serviriam apenas para distinguir as unidades, 
fonemas (2ª. articulação) (Martinet). 
Estruturalismo fora da linguística 
 Linguística, matriz possível detoda atividade científica ou, pelo menos, daquelas 
que se propõem a analisar algum tipo de comunicação (troca simbólica). 
 Antropologia (Lévi-Strauss); Sociologia, estética, estudo da moda (Barthes); a 
teoria literária (Greimas, Barthes, Brémond, Todorov); biologia 
 
Linhas de investigação: a linha americana 
 Descritivista- Descrição exaustiva de línguas indígenas do continente (Boas, 
Sapir, Whorf). 
 Distribucionista- Acredita-se que a propriedade que melhor defina uma unidade 
linguística é a maneira como essa unidade se combina com as demais na cadeia 
falada (Harris). 
 Gerativista- Propõe um novo objeto de estudo, a competência sintática, entendida 
como a capacidade ou disposição dos falantes.Para dar conta da capacidade dos 
falantes de distinguir entre sentenças bem ou mal formuladas, recorreu-se a 
instrumentos de cálculo, levando a entender as gramáticas como sistemas formais 
especialmente construídos para gerar todas e apenas as sentenças bem formadas 
de uma língua (Chomsky) 
Linhas de investigação no Brasil 
 Não existe uma orientação hegemônica, mas há dois focos de irradiação distintos: 
 1º Rio de Janeiro, mais voltado ao estruturalismo americano, com destaque para 
o estudioso Mattoso Câmara. 
 2º São Paulo, mais voltado à linha européia, fruto das influências dos cursos de 
graduação e pós-graduação da USP no final da década de 60. Destaque para os 
autores Eni Orlandi, Izidoro Blikenstein e Cidmar Teodoro Paes. 
Limites do estruturalismo 
 Final dos anos 60 
 Estruturalismo europeu: revisões, questionamentos: 
 - Benveniste – o estruturalismo negligenciou o papel essencial 
desempenhado pelo sujeito na língua. A fala está representada e prevista 
no sistema da língua 
 Eugenio Coseriu – crítica à distinção sincronia/diacronia = o velho 
convive com o novo, sendo difícil delimitar uma sincronia pura; discutiu 
a oposição língua x fala, sugerindo que se considere uma instância 
intermediária que é a norma. 
 Análise do discurso – Pêcheux afirma que ao deixar de lado a parole, 
Saussure destruiu a possibilidade de uma linguística textual e de uma 
análise científica do sentido dos textos. Discutiu, tb, a importância de se 
considerar as condições ideológicas em que os discursos são produzidos. 
 Outras críticas: 
- Caráter anti-historicista (não considera o caráter longitudinal da realidade) 
- Contra o idealismo (afirma a objetividade dos sistemas de relações, mesmo 
sabendo que ela é uma construção científica) 
- Contra o humanismo (afirma a prioridade do sistema em relação ao homem; das 
estruturas sociais em relação às escolhas individuais, da língua em relação ao 
falante singular, etc. 
- Linguística chomskyana – privilégio da competência sintática como objeto mental 
(capacidade dos falantes); língua como parte do nosso equipamento biológico; 
gramáticas como sistemas formais construídos para gerar todas e apenas as 
sentenças bem formadas de uma língua. 
Princípios da Linguística Moderna: Relações e Oposições 
 Cada uma das unidades de um sistema definem-se assim pelo conjunto de relações 
que mantém com outras unidades e pelas oposições, logo é uma unidade relativa 
e opositiva. 
 Portanto, as entidades linguísticas não se deixam determinar senão no interior de 
um sistema que as organiza e as domina. 
 Ex: Raios (palavra isolada, significado indeterminado) 
“Raios, perdeste a vez!” (português de Portugal, valor de interjeição). 
“ Muitos raios caem na cidade de São Paulo” (português do Brasil, valor de 
substantivo). 
Princípios da Linguística Moderna: diacronia e sincronia 
 Diacronia- perspectiva evolutiva ou histórica. 
 Sincronia- perspectiva que verifica a relação entre os fatos linguísticos 
coexistentes num sistema linguístico num dado momento (recorte temporal). 
 Destaque de Saussure para o ponto de vista da sincronia. 
 Sincronicamente, no ato da percepção, é que a apreensão do real é feita. Assim, 
a significação se manifesta a partir da percepção de descontinuidades. 
 A Língua é feita de oposições. Perceber é antes de tudo apreender diferenças, e é 
através dessas diferenças que o mundo organiza-se. 
Princípios da Linguística Moderna: eixo paradigmático e sintagmático 
 As unidades da língua dependem de 2 planos: o Sintagmático (relações de 
sucessão material no seio da cadeia falada) e Paradigmático (eixo da substituição, 
podendo cada elemento ser substituído no seu nível e dentro de uma classe 
formal). 
Relação Linguagem e Realidade 
 A troca e o diálogo, situações inerentes ao exercício da linguagem, conferem ao 
ato do discurso uma dupla função: para o locutor representa a realidade e para o 
ouvinte recria a realidade. Isso faz da linguagem o próprio instrumento da 
comunicação intersubjetiva. 
 Mas como a linguagem recria a realidade? 
 A linguagem reproduz o mundo submetendo-o à sua própria organização. 
 O conteúdo que deve ser transmitido é decomposto segundo um esquema 
linguístico (a forma do pensamento), e é configurado pela estrutura da língua. 
 E a língua por sua vez, revela dentro do sistema, as suas categorias e a sua função 
mediadora. 
Língua e sociedade 
 “De fato é dentro da, e pela língua, que o indivíduo e a sociedade se determinam 
mutuamente” (Benveniste, p.27, 1966). 
 A sociedade não é possível a não ser pela língua, e pela língua, também o 
indivíduo. 
 As diferentes línguas repartem de maneiras distintas os mesmos domínios práticos 
e conceituais. 
 Ex: a perspectiva para explicar a criação do mundo, propondo como princípio a 
palavra, em culturas distintas. A cultura ocidental (Bíblia) e cultura pré-
colombiana (Popol Vuh). 
Bíblia e Popol Vuh 
 “Primero todo era silencio, había mucha calma. No había nada que estuviera en 
pie en toda la faz de la tierra, solo existía el mar en reposo y un cielo apacible. 
Todo era oscuro, solo Tepeu y Gucumatz (progenitores) estaban en el agua 
rodeados de claridad. Ellos son los que disponen de la creación de árboles, 
bejucos, nacimiento de la vida y del hombre. Se formó el corazón del cielo. 
Mediante su palabra ellos hicieron emerger la tierra. dijeron “tierra” y esta fue 
hecha. Así sucesivamente surgieron el día y la noche, las montanas y valles, 
brotaron pinares(…)”. (Popol vuh) 
“No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com o Deus, e a Palavra era Divina. 
Ele estava no princípio com o Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem 
ele nada do que foi feito se fez.” (João 1:1-3) 
 Valor linguístico- Saussure deu realce ao fato de que a relação 
significante/significado sempre deve ser considerada à luz do sistema linguístico 
em que o signo se insere, e não nas situações práticas em que a língua intervém 
ou das realidades extralinguísticas de que permite falar. 
 Cada língua organiza seus signos através de uma complexa rede de relações que 
não será reencontrada em nenhuma outra língua. 
 Ex: 
 die Haustür= a porta da casa 
der Haustürschlüssel= a chave da porta da casa 
das Haustürschlüsseletui= o estojo da chave da porta da casa 
Obs.: O recurso da composição, prefixação e sufixação, possibilita uma estrutura 
ao mesmo tempo concisa e precisa. 
O pensamento e a linguagem 
 Pela razão, o homem se diferencia dos animais sobretudo pela faculdade de 
representação simbólica. 
 A capacidade simbólica é a base para as funções conceptuais Pensamento 
 Poder de construir representações das coisas e de operar sobre essas 
representações. 
 Essa faculdade não é mero reflexo do mundo, já que classifica a realidade e 
numa função organizadora está associada à linguagem. 
“Faculdade de simbolizar” 
 Linguagem - faculdade inerente à condição humana. 
 Empregar um símbolo é reter de um objeto a sua estrutura característica e de 
identificá-lo em conjuntos diferentes. 
 A faculdade simbolizante permite a formação do conceito como algo diferente do 
objeto concreto (fundamentoda abstração). 
 Essa capacidade representativa e simbólica está presente nas bases das funções 
conceptuais da humanidade. 
Assim, o homem utiliza o símbolo enquanto que o animal usa o sinal. 
Linguagem: função mediadora 
 Não há relação natural imediata e direta entre homem e mundo, nem entre os 
homens, sem a intermediação da linguagem. 
 A humanidade pelo intermédio da linguagem estabelece a sociedade. 
 A linguagem se realiza sempre dentro de uma língua (estrutura linguística definida 
e particular) e de uma sociedade. 
 A criança nasce e desenvolve-se na sociedade, mas a aquisição da língua é uma 
experiência pela qual ela forma os símbolos e constrói os objetos de seu 
contexto.O ambiente desperta nela a consciência do meio social onde está, 
moldando seu espírito por intermédio da linguagem. 
O papel da cultura 
 A cultura é inerente à sociedade, logo um fenômeno inteiramente simbólico. 
 Noção de cultura: “Conjunto de repetições por um código de relações e valores 
que dirigirão o comportamento humano. É um universo de símbolos integrados 
numa estrutura específica que a linguagem manifesta e transmite” 
(BENVENISTE, p.27, 1966). 
 Ex: Na língua guarani 
 ko’- amanhecer 
 KO'Egue - no amanhecer (meio) 
 Aracê- aurora, ao nascer do dia 
 Mborahéi puku- final do amanhecer 
Homem, língua e cultura 
 Pela língua o homem assimila a cultura, a perpetua e a transforma. 
 Cada língua emprega um aparato específico de símbolos pelo qual a sociedade se 
identifica. 
 A diversidade de línguas, cultura e suas mudanças revelam a natureza 
convencional do simbolismo que as articula. 
 Portanto é o símbolo que prende esse elo vivo entre homem, língua e cultura.

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